Os anos de chumbo
Carlos Eduardo Paulino
Luciana de Oliveira Franco
Leonid Brejnev assume o país frente a uma crise que feriu o orgulho
soviético, por isso Khruschev, também, foi deposto.
A crise agrícola de 1963 obrigou a URSS importar alimentos, o que
quebrou um paradigma do stalinismo, ou seja, a autossuficiência. E no volume
que os soviéticos precisaram as importações, foram feitas, inclusive, de países
capitalistas. Era o fim da era da infalibilidade do socialismo. A URSS gemeu.
Para reconquistar o orgulho nada melhor que apoiar uma guerra regional
que envolvesse os EUA, e, oportunamente, a mesma começava a ganhar força
na Indochina. Desde 1941 o Vietnã vinha lutando por sua independência,
primeiro contra os franceses, que logo foram substituídos pelas forças armadas
imperiais do Japão em sua marcha rumo a Esfera de Co-Prosperidade, nome
pomposo para a área que o País do Sol Nascente queria colonizar na Ásia e
Oceania para manter seu padrão de excelência.
Nessa guerra contra os japoneses, que durará até 1945, ganhará
notoriedade dois vietnamitas, o arquiteto político da independência do país, que
lutava por ela, desde o Tratado de Versalhes, de 1919. Nascido Nguyen Cing
Cunhg, mas conhecido por Ho Chi Minh (“aquele que traz as luzes”.). E o hábil
general Vo Nguyen Giap. Praticamente, sem auxílio, apenas arremedos de
apoio dos chineses e dos ingleses, o Vietnã se livrou dos japoneses. Porém a
alegria pelo feito durou pouco, uma vez que a França recoloniza o país.
Lutando tenazmente contra os franceses, que demonstravam tanto
desprezo pelo país, que obrigava os vietnamitas a carregá-los dos navios até
suas casas, para não terem que pisar o solo do Vietnã, mas ao mesmo tempo,
interessadíssimos no arroz, seda, borracha, amendoim, cítricos, fumo, papoula,
ali produzidos, através de técnicas de guerrilhas, os locais foram encurralando
os descendentes do Lácio.
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