LUIZ GONZAGA PARA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - Curso de formação de Alfabetizadores JOSÉ AUGUSTO DE ALMEIDA Universidade Federal de Sergipe RESUMO: O trabalho que vamos apresentar traz em foco um homem de nome da cultura musical nordestina de grande valor. Estamos nos referindo a Luiz Gonzaga do Nascimento, “O Rei do Baião”. Seus textos refletem a cultura de uma parcela significativa do povo brasileiro, o nordestino. O educador deste espaço sociocultural precisa urgentemente acercarse desta possibilidade metodológica. Luiz Gonzaga assimilou toda poesia da cultura nordestina, e, desde cedo, se habituou a tocar as músicas tradicionais do seu povo. A partir de uma participação no.programa de calouros de Ari Barroso e de sua primeira gravação, em 1941 nunca mais parou: compôs muitas melodias, todas com letras bem brasileiras e populares, que falam do jeito de ser e da vida da gente do sertão nordestino. Além de ser muito importante para a música popular brasileira, Luiz Gonzaga situa-se como um ponto marcante de identidade do homem sertanejo, sendo um dos melhores intérpretes das alegrias, do sofrimento e das festas tradicionais do povo nordestino, motivo este porque se enquadra como uma das possibilidades de letramento para jovens e adultos, principalmente, no contexto sociocultural sergipano, parcela do Nordeste. Diante disto, ressaltamos a necessidade de abordar a sua obra como um subsídio didático na prática escolar de alfabetização, com intuito de mostrarmos nossa realidade social, e formarmos educandos conscientes, críticos e, principalmente, ativos socialmente. Eixo temático : Formação docente e cultura 2 LUIZ GONZAGA PARA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS : Curso de formação de Alfabetizadores JOSÉ AUGUSTO DE ALMEIDA Universidade Federal de Sergipe INTRODUÇÃO O trabalho que vamos apresentar traz em foco um homem de nome da cultura musical nordestina de grande valor. Estamos nos referindo a Luiz Gonzaga do Nascimento, “O Rei do Baião”, que nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, em Exu, Pernambuco. Filho de um humilde lavrador, Januário José dos Santos (tocador de fole de oito baixos) e Ana Batista de Jesus, conhecida como Santana. Luiz Gonzaga assimilou toda poesia da cultura nordestina, e, desde cedo, se habituou a tocar as músicas tradicionais do seu povo. A partir de uma participação no programa de calouros de Ari Barroso e de sua primeira gravação, em 1941, Luís Gonzaga nunca mais parou. Compôs muitas melodias, todas com letras bem brasileiras e populares, que falam do jeito de ser e da vida da gente do sertão nordestino Luiz Gonzaga morreu no dia 2 de agosto de 1989 e foi sepultado no cemitério de Exu junto aos seus pais, no seu pé de serra conforme seu desejo. Além de ser muito importante para a música popular brasileira, Luiz Gonzaga situa-se como um ponto marcante de identidade do homem sertanejo, sendo um dos melhores intérpretes das alegrias, do sofrimento e das festas tradicionais do povo nordestino, motivo este porque se enquadra como uma das possibilidades de letramento para jovens e adultos, principalmente, no contexto sociocultural sergipano, parcela do Nordeste. A seu respeito e de sua obra, Vieira (2000) afirma: “A narrativa da música de Luiz Gonzaga, no seu conjunto, passa por muitos caminhos, através dos quais, como se viu antes, vai descrevendo costumes, reativando crenças e valores, tipificando personagens, enfim, vai interpretando práticas e princípios constitutivos de um universo cultural onde o verossímil e o "idealizado" se misturam. Tem-se, nesse sentido, um "sertão da partida", que cruza, aqui e ali, por vezes numa mesma canção, com um "sertão de saudade".1 1 VIEIRA, Sulamita. O Sertão Em Movimento. São Paulo, 2000. Annablume Editora, p. 214 3 Diante disto, ressaltamos a necessidade de abordar a obra de Luiz Gonzaga como um subsídio didático na prática escolar de alfabetização, com intuito de mostrarmos nossa realidade social, e formarmos educandos conscientes, críticos e, principalmente, ativos. METODOLOGIA Precisamos com urgência, rever as aquelas frases que eram indicadas como principal material de leitura nas aulas de alfabetização. São frases sem sentido para os educandos, sem estética literária, visando apenas à apresentação de palavras com determinados modelos silábicos, e, portanto, não despertam o desejo pela leitura. O prazer de escrever é, assim, violentado desde o começo da alfabetização. Notadamente, a escola deve ter outras perspectivas: “Na educação popular, a escola tem de se tornar o espaço de todas as vozes, de todas as falas e de todos os textos, sendo o professor alguém que não se apresenta como possuidor de um saber 2 maior do que o dos demais, capaz de corrigir e de aprovar a escrita dos outros, mas sim como alguém que vem dialogar e criar as condições necessárias, como mediador, para que todas as vozes sejam ouvidas e cresçam juntas”2 Assim, a escola deve se envolver com a cultura de seus alunos e tal tema é facilmente encontrado em músicas de Luiz Gonzaga. O acesso a essas, para quem ainda não lê, poderá ser feito através da interferência do professor alfabetizador, através da leitura oral em classe. Uma música pode ser o pretexto para introduzir um assunto. Pois, além de ser uma atividade prazerosa, pode contribuir para o enriquecimento cultural. Isto nos favorece a obra de Luiz Gonzaga. O primeiro passo para se trabalhar a obra de Luiz Gonzaga, em sala de aula, é definir quais aspectos podem ser explorados nas letras de suas músicas. Letras estas, que são ricas de informações culturais, sociais e históricas, dentre outras. Como a sua obra é vasta, escolhemos como modelo, algumas de suas músicas que apresentaremos a seguir: 2 Salto para o Futuro -Educação de Jovens e Adultos- Brasil /MEC, 1999.p 49 4 I - Apresentação de uma música através de um aparelho de som. Logo em seguida, questionar : Quem é o cantor? O nome da música? O que retrata ? II - Apresentação da uma música. Trabalho com a ordem da escrita num texto - da esquerda para a direita. Formas de reconhecimento: Lendo com o professor alfabetizador, tentando escrever. III - Reconhecimento de diferenças e semelhanças entre os símbolos utilizados na escrita. Observando os textos das músicas, os alunos chegarão a algumas conclusões como fazer a distinção entre: letras e sinais de pontuação, letras e letras, letras e palavras, letras e números, letras e acentos. IV - Trabalho com identificação da letra do nome de cada um em textos diferentes, com a linguagem regional, mostrando a importância da linguagem padrão. V- Trabalho com a escrita do próprio nome da música de várias formas maiúsculas, só minúsculas, maiúsculas e minúsculas ). VI- Trabalho com jogos como por exemplo o caça-palavra, bingo das letras . Exemplificando: 01 - ABC do Sertão / Luiz Gonzaga / Zé Dantas – 1953 Lá no meu sertão O eme é mê Prôs caboclo lê E o ene é nê Tem qui aprender O efe é fê Um outro abecê O gê chama-se guê O jota é ji Na escola é engradaçado O ele é lê Ouvir-se tanto ê O esse é si A, bê, cê, dê Mais erre tem nome de rê Fê, guê, lê, mê, Até o ipsilon Nê, pê, quê, rê, Lá é pisilone Tê, vê e zé. ( só 5 O ABC do Sertão é a demonstração da realização fonética do alfabeto. Aqui no Nordeste as pessoas identificam as letras do alfabeto pelo sons que lhes são correspondente. Além de mostrar as diferenças regionais, no campo e na cidade, também é uma oportunidade de reconhecimento dos nomes das letras do nosso alfabeto, com a leitura dessa canção. Por exemplo, o professor alfabetizador pode salientar desde o início do curso a diferença entre o registro oral e o escrito que se faz para uma letra ou para uma palavra. Quantas são as letras do alfabeto usadas para escrever. Quais são vogais e consoantes. Esse texto ainda dá ao professor a oportunidade de trabalhar a escrita de algumas palavras-chave retiradas do texto como escola - lugar onde as pessoas aprendem a ler e escrever. Ainda se pode salientar para o “engraçado” nisso tudo – uma sociocultural, enquanto se trabalha a ordem alfabética das letras. Ainda, pedir aos alunos para exemplificar diferenças de linguagem existentes nas várias regiões do Brasil. E, que letras do alfabeto estão presentes no seu nome e nos nomes dos colegas da turma etc. 02- Vozes da Seca /Luiz Gonzaga / Zé Dantas -1953 Seu doutô os nordestinos Dê serviço ao nosso povo Tem muita gratidão Encha os rios de barrage Pelo auxílio do sulista Dê cumida a preço bom Nessa seca do sertão Não esqueça açudage Mas doutô uma ismola Livre assim nóis da ismola A um home qui é são Que no fim dessa estiage Ou lhe mata de vergonha Lhe pagamo até o juro Ou vicia o cidadão Sem gastar nossa corage É por isso que pedimo Se o doutô fizer assim Proteção a vosmicê Salva o povo do sertão Home pru nois escuidos Se um dia a chuva vim Para rédias do poder Que riqueza pra nação Pois doutô dos vinte Estados Nunca mais nóis pensa em seca Temos oito sem chuvê Vai dá tudo nesse chão Veja, bem quase a metade Cumo vê, nosso destino Do Brasil tá sem cumê Mercê tem na vossa mão. Nestes versos, podemos observar a história de construção de sua letra, o contexto histórico do Brasil quando foi lançada a música, o que está retratado em relação às condições ambientais dessa época, tais como: o ciclo da água, o clima, as fontes de abastecimento de água e os recursos alimentares, dentre outras. E, principalmente, como o homem nordestino encontrava alternativas para superar suas dificuldades. Ainda, podemos explorar a linguagem regional em relação à linguagem padrão e seus aspectos diferenciais, bem como a distribuição do texto em oitavas com rimas nos versos pares. E, ainda destacar determinadas palavras nas quais haja coincidências fonéticas para se trabalhar a aquisição da escrita de palavras que começam com s tais como: seu – seca – se- sem- sulista- sertão-serviço dentre outras. Além de outras que iniciam com outra letra cuja escrita poderá ser aprendida ou reforçada. 03 - Dezessete e Setecentos / Luiz Gonzaga e Miguel Lima -1945 Eu lhe dei vinte mil réis Mas eu lhe dei vinte mil réis Pra pagar três e trezentos Pra pagar três trezentos Você tem que me voltar Você tem que me voltar Dezesseis e setecentos Dezesseis setecentos Dezessete e setecentos. Dezessete e setecentos. Sou diplomado Eu acho bom você tirar os noves fora Freqüentei a academia Evitar que vá embora Conheço geografia, sei até multiplicar E deixe a conta sem pagar Dei vinte mangos pra pagar Três trezentos Eu já lhe disse que essa droga está errada Dezessete setecentos Vou buscar a tabuada Você tem me voltar. E volto aqui pra lhe provar. Nesta música podem ser trabalhadas as noções básicas de aritmética do homem que vive neste contexto social fazendo as operações elementares da matemática sugeridas pelo texto: diminuir 20.000 por 3.300 para constatar o resultado correto da operação e solucionar o problema gerado pelo desconhecimento, talvez, da exatidão da operação matemática. Ou, identificar os elementos da subtração: minuendo e subtraendo os quais possibilitam efetuar a operação de maneira correta. Além de, comparar as duas expressões numéricas: 17 700 (dezessete e setecentos) e 17 600 ( dezessete e seiscentos), lê-las e escrevê-las de diferentes 7 formas. A palavra que chamou atenção, a construção de suas rimas. Na adição, mostrar seus elementos ou seja, as parcelas e a soma de uma adição. Pode-se mostrar também os elementos para o cálculo da subtração e adição mostrando as provas dos noves e real. O professor pode explorar o uso da tabuada, mostrar sua importância para resolver os cálculos com a maior rapidez. Também, promover um debate, sobre uso da máquina de calcular. O professor pode ainda trabalhar os números inteiros como também o sistema monetário, cálculo com moeda, quantidade de versos, de letras maiúsculas, de palavras. 4 - Asa Branca / Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira -1947 Quando oiei a terra ardendo Entonce eu disse adeus Rosinha Quá fogueira de São João Guarda contigo meu coração Eu perguntei a Deus do Céu, ai Pru que tamanha judiação Hoje longe muitas léguas Numa triste solidão Qui braseiro, qui fornáia Espero a chuva Cair de novo Nem um pé de prantação Pra mim vortá pro meu sertão Pru farta d`agua perdi meu gado Morreu de sede meu alazão Quando o verde dos teus óio Se espaiá na prantação Inté mesmo a asa branca Eu te asseguro num chore não, viu? Bateu asas do sertão Qui eu vortarei, viu ? Meu coração. A Asa Branca é um protesto religioso. Diante do quadro vivo e impressionante da seca do Nordeste. O caboclo começa a lamentar a Deus “Quando oiei a terra ardendo, quá fogueira de São João, eu perguntei a Deus do Céu, ai, por que tamanha judiação?”... Que até mesmo a “Asa Branca” bateu asas do sertão. O professor alfabetizador pode perguntar ao aluno o nome da música, quem são seus autores, os nomes com os mesmos número de sílabas e ordenar os nomes de uma estrofe em ordem alfabética. Pode-se trabalhar a questão da seca que é cíclica, a linguagem regional, a linguagem padrão, a ortografia, a cultura ( a festa de são João ), a natureza e seus elementos, como os animais, os pássaros, a água como fonte de vida. O professor alfabetizador pode ainda trabalhar com a migração do nordestino para sul do Brasil, a incorporação das novas 8 culturas, por que muitas pessoas mudam do campo para cidade, como viajaram, pode ser uma maneira de trabalhar as regiões do Brasil. O professor deve pedir aos alunos para narrar histórias de migrantes nordestinos. O professor alfabetizador dever orientar a descobrir as rimas nas quadra, identificar expressões típicas da região, a diferença entre a escrita e a fala de algumas palavras, lidando com o erro e não inibindo a escrita do aluno. 05 - Paulo Afonso Baião / Luiz Gonzaga e Zé Dantas -1955 Delmiro deu a idéia Caboclo bom verdadeiro . Apolônio aproveitou Oi! vejo o Nordeste Getúlio fez o decreto Erguendo a bandeira E Dutra realizou De ordem e progresso O presidente Café A nação brasileira A usina inaugurou Vejo a indústria gerando riqueza E graças a esse feito Findando a seca De homens qui tem valor salvando a pobreza Meu Paulo Afonso foi sonho Que já se concretizou Ouço a usina feliz mensageira Dizendo na força da cachoeira Olhando pra Paulo Afonso O Brasil vai, o Brasil vai, Eu louvo nosso engenheiro O Brasil vai, O Brasil vai! Eu louvo o nosso cassaco Vai, vai, vai, vai, vai, vai. O Professor pode trabalhar, com a música Paulo Afonso, a História do Brasil perguntando aos seus alunos os nomes dos personagens que contribuíram para sua construção, onde está situada a Usina de Paulo Afonso. Também, identificar as letras do alfabeto na música que mais se repetem, que letras iniciam alguns nomes e quantas são vogais ou consoantes. O alfabetizador pode explorar aritmética, perguntando em que época foi inaugurada essa usina, quantos e quais são os algarismos que foram utilizados para formar o número. Questionar a seca, problema crucial do Nordeste. Verificar entre os alunos quem conseguiu usar a regra da letra maiúscula na inicial para escrever nomes próprios. 9 06 - XOTE ECOLÓGICO – 1989 / Luiz Gonzaga e Aguinaldo Batista Não posso respirar Cadê a flor que estava aqui? Não posso mais nadar Poluição comeu A Terra está morrendo O peixe, que é do mar? Não dá mais para plantar Poluição comeu Se plantar não nasce O verde, onde é que está? Se nascer não dá Poluição comeu Até pinga da boa Nem o Chico Mendes sobreviveu. É difícil se encontrar O alfabetizador pode trabalhar a ecologia -“tema transversal da educação brasileira” promovendo um debate sobre o tema água, por exemplo e sua apropriação indevida pelo homem. Quais os nomes dos rios de sua cidade, se possui mata virgem, qual sua área. Os nomes dos animais ali existentes e depois agrupá-los em ordem alfabética. Ainda pode refletir sobre a compreensão da mensagem contida nos versos música. CONCLUSÃO Analfabeto, Luiz Gonzaga aprendeu a ler juntando as letras dos nomes de cidades, de músicas ou perguntando a quem soubesse. Sua música além de ser prazerosa de ouvir, tem vários temas como: o amor, a natureza, o valente, o covarde, as festas religiosas, as crenças populares, a seca, a morte, a mulher e a honra etc. é a própria história do Nordeste registrada. Assim, a discografia de Luiz Gonzaga constitui um excelente material didático diversificado para a formação de alfabetizadores, pois interpreta e demonstra o Nordeste de forma realista. Dessa forma, pode ser utilizada para a abordagem da Língua Portuguesa, História, Geografia, Matemática , Ciências e Arte de forma interdisciplinar. Numa atividade desenvolvida com tal finalidade esta perspectiva foi recebida com muito agrado pelos participantes que destacaram: - a oportunidade de resgatar valores culturais relacionados a identidade nordestina; - o prazer de trabalhar com um tipo de texto, o musical, que representa a maior expressão festiva do Nordeste, o São João; - a importância de se trabalhar com um autor da maior expressão da música nordestina 10 BIBLIOGRAFIA FERREIRA, José de J. Luiz Gonzaga, o Rei do Baião: sua vida, seus amigos, suas canções. São Paulo: Ática , 1996. CHAGAS, Luiz. Luiz Gonzaga. São Paulo, Martin Claret, col. Vozes do Brasil. RIBEIRO, Vera Maria Masagão. Educação de Jovens e Adultos. São Paulo, 1997. VIEIRA, Sulamita. O sertão em movimento: a dinâmica da produção cultural. São Paulo: Anablume, 2000. SÁ, Sinval. Luiz Gonzaga: O sanfoneiro do riacho da Brígida. Fortaleza: Realce, 2002. ÂNGELO, Assis. Eu vou contar pra vocês. São Paulo: Ícone, 1990. DREYFUS, Dominique. Vida do viajante: a saga de Luiz Gonzaga. São Paulo: Ed. 34,1996. FERRETTI, Mundicarmo Maria Rocha. Baião Dos Dois:: Zé Dantas e Luiz Gonzaga. Recife: Massangana, 1988. OLIVEIRA, Gildson. Luiz Gonzaga: O matuto que conquistou o mundo. Brasília: Letra Viva, 2000.