V Simpósio Brasileiro Sobre Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas
Florianópolis – SC, 03 a 06 de Abril de 2006
DETERMINAÇÃO DE CAPACIDADE NATATÓRIA DE
PEIXES VISANDO A OTIMIZAÇÃO DOS MECANISMOS
DE TRANSPOSIÇÃO DE PEIXES EM USINAS
HIDRELÉTRICAS
Hersília de Andrade e Santos
Paulo dos Santos Pompeu
Carlos Barreira Martinez
Introdução
• Muitos dos parâmetros construtivos dos MTPs foram importados de
mecanismos já construídos no Canadá, Estados Unidos e Europa.
• No entanto, várias são as diferenças entre as comunidades de peixes
tropicais e as encontradas em regiões de clima temperado.
• Entre essas diferenças estão a diversidade biológica e características
migratórias – natatórias, importantes condicionantes dos parâmetros
construtivos de um MTP.
• Assim, apesar da recente preocupação com esse problema ambiental,
muito pouco se sabe a respeito do comportamento migratório e das
habilidades dos peixes latino-americanos, bem como sua respectiva da
biomassa. Segundo Quirós (1989), com essa falta de conhecimento é
praticamente impossível estabelecer diretrizes para construção de MTP.
Revisão Bibliográfica
Já a velocidades dos peixes são classificadas em (Beamish,1978) :
Sustentável: velocidade mantida por longos períodos (maiores que 200min)
sem resultar numa fatiga.
– Velocidade de cruzeiro;
– Velocidade em cardumes .
Prolongada, velocidade mantida por um período de tempo menor que a
sustentável (de 20sec a 200min), e que resulta em fatiga muscular devido
ao acúmulo de ácido lático nos tecidos musculares.
– Velocidade Crítica ( Brett, 1964)
Ucrit  U max 
tf
ti
 U
De explosão, correspondente às maiores velocidades desenvolvidas pelos
peixes e asseguradas por curto intervalo de tempo (menor do que 20sec).
Resulta em grande fatiga do animal e seu emprego está relacionado a
casos extremos como caça e fuga de predadores.
Espécie estudada
Pimelodus maculatus
Metodologia
Metodologia
Resultados
Pimelodus
maculatus
(Mandi-Amarelo)
Temperatura (ºC)
Comp
Maior (m)
Peso (kg)
Velocidade/ Comprimento
(comp/s)
23
0,255
0,200
5,102
24
0,25
0,250
5,560
24,3
0,23
0,150
5,222
27,9
0,26
0,180
5,392
29,3
0,2
0,100
7,065
27,5
0,26
0,170
5,165
27,5
0,27
0,180
5,133
28
0,26
0,155
4,942
27,6
0,22
0,070
5,345
28,7
0,25
0,125
4,792
27,7
0,25
0,160
5,396
27,1
0,25
0,170
6,424
27
0,25
0,165
4,792
Média de velocidade = 5,41 comp/s
Resultados
Temperatura de Aclimatação (º C)
5
10
15
20
24
Média dos comprimentos dos
peixes testados (m)
0,166
0,162
0,188
0,195
0,185
3,26
3,65
4,12
3,90
3,75
Velocidade Crítica (comp/s)
• A velocidade crítica mais alta obtida para esse salmão foi 4,12
comprimentos por segundo, menor que a média do mandi (5,41 comp/s).
•Essa comparação ajuda a comprovar a suspeita de que os peixes tropicais
desenvolvem velocidades superiores aos peixes de clima temperado, pois
mesmo o mandi-amarelo, peixe de fundo, apresenta velocidades de nado
superior ao salmão “sockeye”, que não é um peixe de fundo.
•Assim, a velocidade de projeto, a ser utilizada nos mecanismos de
transposição no Brasil, pode ser maior que a utilizada nos projetos de MTP já
desenvolvidos na América do Norte, Canadá e Europa. Segundo Gebler, em
dispositivos utilizados para passagem de salmão a velocidade do
escoamento não pode ultrapassar 2 m/s.
Referências Bibliográficas
[1] BRETT, J. R. (1964), The respiratory metabolism and
swimming performance and sustained swimming speed of sockeye
salmon (Oncorhynchus nerka). “Journal Fish. Res. Board Can.”, n.
23, p. 1183-1226
[2] CEMIG-CETEC (2000), “Guia ilustrado de peixes da bacia do
rio Grande”. 1 ed., Belo Horizonte: CEMIG/CETEC, 141 p.
[3] GEBLER, R. J. (1991) ”Naturgemässe Bauweisen von
Sohlenbauwerken und Fischaufstiegen zur Vernetzung der
Fliessgewässer”, Dissertation Univ. Karlsruhe, Mitteilung des
Institutes für Wasserbau und Kulturtechnik, nº 181
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Estudo de capacidade natatória de peixes brasileiros para