Biomas brasileiros
Prof. Ms. Juliano Ricardo Marques
Disciplina: Biogeografia
FACCAMP
Principais Biomas Brasileiros
Floresta Amazônica

Localiza-se ao norte do
continente sul-americano;

Dos pouco mais de 6
milhões de km2 estima-se
67% da Floresta
Equatorial Amazônica
estão em território
brasileiro, sendo o
restante distribuído entre
a Venezuela, Suriname,
Guianas, Bolívia,
Colômbia, Peru e Equador
Cont. Floresta Amazônica




A dimensão da bacia Amazônica e a sua grande
heterogeneidade ambiental são fatores
determinantes para a existência de uma
expressiva diversidade biológica:
existem de 5 milhões a 30 milhões de plantas diferentes,
a maioria não identificada.
São 30 mil espécies vegetais reconhecidas, ou 10% das
plantas do mundo, espalhadas em 3,7 milhões de
quilômetros quadrados (parte brasileira).
Floresta Amazônica está distribuída em diversos tipos de
ecossistemas associados:
– florestas fechadas de terra firme onde despontam árvores de 30
a 60 metros de altura;
– várzeas ribeirinhas;
– campos, campinas;
– igapós e as campinaranas.
Cont. Floresta Amazônica

As matas alagadas possuem várias espécies
arbóreas de importância econômica:
– Produtos madeireiros (sumaúma – Ceiba pentandra) e
não madeireiros (seringueira Hevea brasiliensis, a
sorva Couma utilis, a andiroba Carapa procera, o
buriti Mauritia flexuosa, como a borracha, óleos,
resinas e fibras).

As florestas alagadas estão ao alcance das
enchentes anuais da bacia Amazônica:
– As plantas e os animais da floresta alagada
amazônica vivem em função das suas diversas
adaptações especiais para sobreviver durante as
enchentes.
Cont. Floresta Amazônica

A vegetação das florestas de várzea é rica devido à fertilidade
oriunda dos sedimentos e solos aluvionais carreados pelos Andes.

As árvores das florestas alagadas têm várias adaptações
morfológicas e fisiológicas para viverem submersas, como raízes
respiratórias e sapopemas.

Possuem uma baixa densidade de plantas epífitas e o sub-bosque
praticamente inexiste, em seu lugar existe uma rica flora herbácea,
como o capim-mori, canarana e o arroz selvagem.

Outras espécies de plantas aquáticas se destacam como a vitóriarégia e o aguapé, também acompanham o nível das águas.
Cont. Floresta Amazônica

Matas de terra firme é uma floresta que quase nunca é alagada e se
espalha sobre uma grande planície de até 130-200 metros de
altitude, até os sopés das montanhas.

A grande planície corresponde aos sedimentos deixados pelo lago
“Belterra”, que ocupou a maior parte da Bacia Amazônica durante o
período Terciário (Mioceno e o Plioceno) da Era Cenozóica, entre 25
mil e 1,8 milhão de anos atrás.

O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos
a um suave movimento de elevação epirogenético, enquanto os
Andes se ergueram e os modernos rios começaram a cavar os seus
leitos.

Assim surgiram os três tipos de Florestas Amazônicas:
– as Florestas Montanhosas Andinas;
– as Florestas de Terra Firme e as florestas Fluviais Alagadas, essas duas
últimas na Amazônia Brasileira.
Cont. Floresta Amazônica

A mata de terra firme apresenta inúmeras adaptações à pobreza de
seus solos argilosos e podzólicos. As árvores que a compõem são
capazes de se abastecer nitratos através de bactérias fixadoras de
nitrogênio, que estão ligadas às suas raízes.

Existem uma grande variedade de fungos também simbiontes das
raízes (micorrizos) recicla rapidamente o material orgânico antes de
ser lixiviado.

A serrapilheira (formada por folhas e outros detritos vegetais que
caem ao solo) é reciclada rapidamente pela fauna rica de insetos,
especialmente besouros, formigas e cupins. Este ecossistema, é
especialmente rico em aráceas epífitas.

Os insetos constituem a maioria da biomassa animal na floresta de
terra-firme.
Cont. Floresta Amazônica

A região ostenta a maior variedade de aves,
primatas, roedores, jacarés, sapos, insetos,
lagartos e peixes de água doce de todo o
planeta:
– Conta com 324 espécies de mamíferos;
– Vivem cerca de 25% da população de primatas do
globo;
– Com relação a peixe de rio, a Floresta Amazônica
desbanca de longe qualquer outro lugar do mundo:
 Existem 2500 a 3000 espécies de peixes diferentes. Só no
Rio Negro podem ser encontradas 450 espécies - na Europa
inteira, não se contam mais de 200.
CAATINGA

Considerado como o único bioma
exclusivamente brasileiro, já que
todos os demais podem ser
encontrados nos países vizinhos;

Localizada na faixa sub-equatorial,
entre a floresta amazônica e a
floresta atlântica e compreende
quase 10% da área total do
território brasileiro, com
aproximadamente 740.000 km2;

Abrange os estados do Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Sergipe, Alagoas,
Bahia, sul e leste do Piauí e norte
de Minas Gerais.
CAATINGA

Possui um clima semi-árido:
– Temperaturas médias anuais compreendidas entre 27º C e
29º C;
– rigidez climática da caatinga é conferida principalmente pela
irregularidade na distribuição das chuvas, seus índices
pluviométricos são irregulares variando de 250 a 1.000 mm por
ano e, geralmente, se concentram durante 3 a 5 meses.

O solo da caatinga é raso, pedregoso e alcalino e não
armazena a chuva que cai. As altas temperaturas
causam uma evaporação intensa e a salinização do solo.
Na estação seca a temperatura do solo pode chegar a
60° C.
Cont. CAATINGA

A vegetação da caatinga é diversificada, conhecida como
xerofítica, caducifoliar e aberta;

Proporciona a ocorrência de espécies adaptadas às
condições do ambiente (solo e clima) resultando em espécies
arbóreas e arbustivas com folhas pequenas ou modificadas
em espinhos, outras com raízes superficiais para absorver o
máximo de águas pluviais ou que armazenam água, com
folhas caducas ou caducifólias (que caem na época seca);

Foram registradas cerca de 932 espécies vegetais, sendo
380 endêmicas (MMA, 2002). Algumas das espécies nativas
da caatinga são: barriguda, amburana, aroeira, umbu,
baraúna, maniçoba, macambira, mandacaru e juazeiro. Com
a ocorrência de 323 espécies endêmicas;
Paisagem da Caatinga

A paisagem comum da caatinga é a seca, apesar do
aspecto seco das plantas, todas estão vivas, apenas
perdem as folhas para suportar a ausência de água;

A paisagem apresenta extensas planícies interplanáticas
e intermontanas, que envolvem e interpenetram maciços
residuais mais elevados, os inselberg, bloco rochoso
sobrevivente ao desgaste natural;

Os rios são intermintentes, isto é, correm apenas
durante o período de chuvas, tendo seus cursos
interrompidos durante a estação seca. O escoamento
superficial é intenso, pois os solos são rasos e situados
acima de lajedos cristalinos.
A fauna na Caatinga
Apesar da seca, a vida animal é rica e diversificada, mas
é após as chuvas que a diversidade animal e vegetal se
torna evidente. As plantas florescem e os animais se
reproduzem espécies já adaptadas para suportar o longo
período de seca.
 A fauna nativa inclui o registro de 348 espécies de aves,
107 de répteis,140 de mamíferos e 185 de peixes, sendo
que 57% são endêmicas.
 Vive na caatinga as duas espécies mais ameaçadas de
extinção do país a ararinha-azul (Cyanopsita spixii) e a
arara-azul-de-lear(Anodorhynchus leari) com apenas 100
exemplares.
 São espécies típicas da caatinga:

– o sapo cururu, asa-branca, cotia, preá, veado catingueiro, tatupeba, sagüi-do-nordeste e cachorro-do-mato.
Ameaças a Caatinga

As ameaças ao bioma são:
– A não utilização de técnicas adequadas em sistemas de
irrigação, que resultou na salinização de determinadas áreas e
tornou a agricultura impraticável;
– A contaminação da água por agrotóxicos, o corte ilegal da
vegetação nativa para a produção de lenha e carvão por parte
de siderúrgicas e olarias.

Todos esses fatores têm contribuído na transformação
de aproximadamente 40 mil km2 da caatinga em áreas
desérticas.
Zona Costeira

A costa brasileira abriga um mosaico
de ecossistemas de alta relevância
ambiental.

Ao longo do litoral brasileiro podem
ser encontrados:
manguezais, restingas, dunas, praias,
ilhas, costões rochosos, baías, brejos,
falésias, estuários, recifes de corais e
outros ambientes importantes do
ponto de vista ecológico, todos
apresentando diferentes espécies de
animais e vegetais. Isso se deve às
diferenças climáticas e geológicas da
costa brasileira.


Os manguezais, de expressiva
ocorrência na zona costeira, cumprem
funções essenciais na reprodução
biótica da vida marinha. Além do mais,
é na zona costeira que se localizam a
maior presença residual de Mata
Atlântica.
Zona Costeira: Litoral amazônico
O litoral amazônico inicia na foz do rio
Oiapoque e se estende até o delta do rio
Parnaíba;
 Apresenta grande extensão de
manguezais exuberantes, assim como
matas de várzeas de marés, campos de
dunas e praias. Abriga uma rica
biodiversidade de espécies de crustáceos,
peixes e aves.

Zona Costeira: Litoral nordestina
O litoral nordestino começa na foz do rio
Parnaíba e vai até o Recôncavo Baiano;
 Marcado pela presença de recifes calcíferos e
areníticos, além de dunas que, quando perdem
a cobertura vegetal que as fixam, movem-se
com a ação do vento.
 Ocorrem também manguezais, restingas e
matas. Nas águas do litoral nordestino vivem o
peixe-boi marinho e a tartaruga marinha, ambos
ameaçados de extinção.

Zona Costeira: Litoral do sudeste
O litoral sudeste segue do Recôncavo Baiano até
o Estado de São Paulo;
 Suas áreas características são as falésias, os
recifes e as praias de areias monazíticas
(mineral de cor marrom-escura).
 Denominada pela Serra do Mar e tem a costa
muito recortada, com várias baías e pequenas
enseadas, cujo ecossistema mais importante
vem a ser a Mata de Restinga que é habitada
por espécies dentre as quais a preguiça-decoleira e o mico-leão-dourado espécies
ameaçadas de extinção.

Zona Costeira: Litoral do sul

O litoral sul começa no Estado do Paraná e
termina no Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul.

Conta com muitas áreas de banhados e
manguezais, cujos ecossistemas proporcionam a
presença de diversas espécies de aves e
mamíferos como capivaras além de espécies
como o ratão-do-banhado e de lontras também
ameaçadas de extinção.
Ameaças a Zona Costeira

O bioma representa hoje uma das maiores
fontes de contaminação do meio marinho no
território brasileiro provenientes de ações
industriais, em função de que as grandes
cidades litorâneas abrigam um número
significativo de complexos industriais dos setores
de maior impacto sobre o meio ambiente
(química, petroquímica e celulose) bem como da
ausência dos serviços básicos nos centros
urbanos abrangidos por este.
PANTANAL

Com uma área aproximada de
140.000 km2, a planície do
pantanal é considerada a maior
área úmida contínua do mundo.

Formada por uma grande bacia
sedimentar, de relevo muito plano
(ã exceção de alguns maciços
isolados, como a Serra do Amolar
e a Morraria do Urucum), variando
de 75 m acima do nível do mar,
na sua parte sudoeste, até pouco
mais de 100 m, nas áreas a norte
e nordeste.

O pantanal se estende entre os
Estados de Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul, englobando ainda
uma pequena parte do território
da Bolívia e Paraguai.
Clima Pantanal

O clima da região do Pantanal é classificado
tropical semi-úmido, seu índice pluviométrico
médio gira em torno de 1.500 mm por ano, e as
chuvas se concentram no período do verão.

A temperatura média anual varia entre 17° C e
23° C, podendo atingir mínimas de O° C no
inverno, devido a massas polares que penetram
pelos vales do sistema Paraná-Paraguai.
Planície do Pantanal
A planície do pantanal se insere na chamada
bacia hidrográfica do alto Paraguai, formada por
tributários do Rio Paraguai provenientes das
cabeceiras Planalto Central do Brasil, e
abrangendo uma área de cerca de 496.000
km2., no entanto, destes, somente 140.000 km2
são áreas de planície alagável (o Pantanal,
propriamente dito).
 Os principais rios existentes no Pantanal são: o
Rio Paraguai, Prata, Cuiabá,Taquari, Miranda,
Aquidauana, Pantanal do Rio Negro e Taboco.

Regime Hidrológico do Pantanal

Regime hidrológico de “pulso”, com períodos de cheias
alternando-se ciclicamente com períodos de seca.

O regime é motivado:
– Incapacidade do Rio Paraguai de drenar toda a água
proveniente de seus tributários;
– Pela baixa declividade da planície.

Do ponto de vista regional, este fenômeno tem uma
importância fundamental:
– Na medida em que retarda o fluxo das águas em direção à bacia
do Prata, evitando assim, picos de enchente durante os meses
de chuva, e amenizando os efeitos do período de estiagem.
– Um segundo efeito benéfico é a filtragem de sólidos em
suspensão, o que aumenta a transparência da água nos
sistemas à jusante.
Cont. Regime Hidrológico do Pantanal



Do ponto de vista local, o regime hidrológico de pulso
propiciou:
Surgimento de uma gama variada de ambientes
aquáticos que, em associação com a influência de quatro
fitofisionomias distintas, cria condições ideais para a
reprodução e abrigo de diversas espécies.
Estima-se que o existam: 650 espécies de aves, de
mamíferos, 260 peixes e 50 de répteis (IBAMA, 2002),
além de servir de habitat para várias espécies raras e
ameaçadas, a região tem ainda uma alta taxa de
produtividade, permitindo inclusive o desfrute comercial
de algumas essências nativas.
Ameaças ao Pantanal

A instabilidade deste sistema tradicional face às novas
condicionantes sociais e econômicas que representa a
maior ameaça que a região tem enfrentado;

Os impactos já existentes:
– a contaminação de peixes por mercúrio oriundo de projetos de
mineração, a caça predatória de animais silvestres,
assoreamentos provocados pelo desmatamento de matas
ciliares, a poluição de sistemas aquáticos, o pastoreio bovino
associado a queimadas e ao desmatamento para o plantio de
pastagens, a monocultura de soja nas áreas de planalto, e, mais
recentemente, o turismo praticado fora de padrões
ambientalmente adequados e a implantação de grandes projetos
de infra-estrutura como a hidrovia Paraná-Paraguai
Cont. Ameaças ao Pantanal

Cerca 20% da cobertura vegetal original já foi
modificada.

Apesar dos impactos que a região tem sofrido, grande
parte dela permanece ainda intacta ou pouco alterada,
graças à forma de manejo e ocupação da terra
tradicional que ainda persiste;

Isto se deve principalmente ao modelo de ocupação que
tem predominado na região nos últimos 200 anos. Ao
longo deste período, desenvolveu-se na região uma
cultura bastante sintonizada com o seu meio,
conseguindo unir exploração econômica à manutenção
do patrimônio natural da região, um quadro que vem
sendo alterado, em função da pressão pela
intensificação de sua produtividade econômica.
Campos Sulinos

Este bioma abrange
uma área de 210 mil
km2, que se estende
pelo Rio Grande do
Sul e ultrapassa as
fronteiras com o
Uruguai e Argentina.
Também é conhecido
pelo de nome de
pampas.
Campos Sulinos
Os campos sulinos ou pampas, termo indígena
para “região plana” :
 Clima subtropical, isto é, apresenta
temperaturas amenas e chuvas regulares
durante todo o ano.
 A vegetação predominantemente é herbácea,
com alturas que variam de 10 a 50 cm.
 Paisagem é homogênea e plana, assemelhandose, para quem os avista de longe, a um imenso
tapete verde.

Campos Sulinos
No litoral do Rio Grande do Sul, a paisagem já
se apresenta diferenciada, com ambientes
alagados e a vegetação é formada por espécies
como o junco, gravatás e aguapés, habitat ideal
para existência de uma expressiva fauna.
 Os Campos, em geral, parecem ser formações
edáficas (do próprio solo) e não climáticas.
 Nas encostas do planalto, ocorrem os chamados
campos altos, área de transição com predomínio
de araucárias – sendo mais conhecida como
Mata dos Pinhais.

Ameaças aos Campos Sulinos



A fertilidade do solo e suas condições naturais
favoráveis, atraíram muitos agricultores e pecuaristas
para a região, que expandiram as áreas agropecuárias
de maneira inadequada, gerando conseqüências como
desgaste do solo e processo de desertificação.
Já as formações edáficas (do próprio solo) sofrem a
pressão do pastoreio, pela prática do fogo, que não
permitem o estabelecimento da vegetação.
A conversão dos campos em outros tipos de uso vem
transformando profundamente sua paisagem e
colocando suas espécies sob ameaça de extinção. As
queimadas ilegais, praticadas anualmente, estão entre
os principais problemas que afetam os Campos Sulinos.
Cont. Ameaças aos Campos Sulinos


Outro uso ecologicamente nocivo é sua conversão direta
uso agrícola. A expansão dos plantios de soja tem
descaracterizado intensamente a paisagem.
Outra ameaça foi a proliferação descontrolada de
espécies exóticas:
– Esse processo de invasão foi iniciado a partir de plantios de
pinus e eucaliptus realizados ao longo de rodovias, o que está
provocando:
 a perda da biodiversidade do bioma;
 à quebra de seu equilíbrio hídrico;
 Descaracterização da paisagem, afetando o potencial turístico e
gerando prejuízos para o poder público, que constantemente
precisa ser acionado para erradicar tais espécies invasoras.
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Aula 08 - Biomas brasileiros