1021 ANAIS DO X ENCONTRO NACIONAL DE TRADUTORES & IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE TRADUTORES (ABRAPT-UFOP, Ouro Preto, de 7 a 10 de setembro de 2009) O reconhecimento da convencionalidade em textos técnicocientíficos de pediatria no par de línguas português-francês: um desafio para o tradutor Maria Cristina Alencar Silva (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Resumo: Este trabalho descreve e discute problemas que envolvem a tradução de artigos de pediatria a partir do termo médico “prevalência” no par de línguas português-francês. A escolha por esse termo justifica-se pela sua alta frequência e comportamento variável no que se refere a flutuações de sentido em português. O estudo utiliza uma base textual multilíngue organizada pelo grupo TEXTQUIM / UFRGS que subsidia a geração de um catálogo on-line de construções recorrentes em pediatria em português/inglês/francês. O corpus sob exame é composto por 488 contextos de uso em português coletados na revista Jornal de Pediatria (283 textos) e 27 contextos em francês da revista Archives de Pédiatrie (49 textos). A análise do uso do termo contou com ferramentas informatizadas que selecionam os contextos da expressão em foco. Para realizar o estudo contrastivo, foi feita uma pesquisa sobre a ampla utilização e o comportamento oscilante desse termo na produção técnico-científica da pediatria brasileira e investigado o histórico da incorporação do anglicismo prévalence na língua francesa. A entrada desse estrangeirismo no francês (voltado para uso restrito da terminologia médica) demonstra uma adequação às preocupações e exigências da ISO e do Comitê 37 em relação à cooperação internacional no âmbito da comunicação especializada. Tais considerações são de extrema importância para avaliar a baixa frequência desse termo nas produções de língua francesa. Essas considerações são significativas para reconhecer a convencionalidade de um modo de dizer nessa comunidade linguística e para apontar alguns cuidados sobre a concepção de estabilidade na linguagem científica. Palavras-chave: Terminologia Médica; Tradução; Convencionalidade. 1 Introdução A tradução não é um processo restrito à transposição de signos equivalentes de uma língua de partida para outra língua de chegada. O tradutor deve estar alerta para convencionalidades da linguagem especializada, modos de dizer e usos de termos técnicos. Afinal, do bom 1022 ANAIS DO X ENCONTRO NACIONAL DE TRADUTORES & IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE TRADUTORES (ABRAPT-UFOP, Ouro Preto, de 7 a 10 de setembro de 2009) trânsito nesse universo resultará uma boa aceitação do texto traduzido por parte da comunidade a que ele se destina. Neste trabalho, nossa proposta é descrever e discutir o comportamento do termo médico “prevalência” em artigos de pediatria de publicação brasileira e seu equivalente “prévalence” em publicações francesas. O termo “prevalência” em Medicina diz respeito a uma unidade de 1 medida que mapeia a situação de uma doença e produz dados que servem para elaboração de políticas públicas de saúde. Por isso, está amplamente presente nos textos de pediatria em várias comunidades. Entretanto, o mesmo termo, em português, pode ser usado com uma palavra da linguagem cotidiana, não científica, com sentido de “o que 2 prevalece ou predomina” . Assim, partimos para a nossa descrição a fim de verificar em que medida se daria a oscilação entre usos de “prevalência” / “prevalénce” como termo ou como palavra em textos especializados de pediatria no par de línguas em questão, com o objetivo de apontar possíveis implicações para a tradução desse tipo de texto. Iniciamos a verificação dos usos do termo “prevalência” em uma revista brasileira para, em seguida, contrastá-los com os usos do equivalente em francês “prévalenc”. Para tanto, seguimos os princípios da Linguística de Corpus, que, a partir da concepção de que a linguagem é um sistema probabilístico de combinatórias, defende uma abordagem empirista e observação em larga escala para, entre outras coisas, examinar aspectos semânticos das construções recorrentes e suas implicações nos sentidos dos textos, sobretudo em situação de tradução. A prosódia semântica é importante para o entendimento da tradução porque, embora carregue significado importante, não é indicada nos dicionários ou manuais de tradução, de modo sistemático quando são apontados os vocabulários equivalentes. Assim, um tradutor pode utilizar a prosódia semântica inadequada sem saber, ao empregar termos que são obtidos como equivalentes. (Berber Sardinha, 2004, p. 236) 1 2 De acordo com o Dicionário médico Stedman: o número de casos de uma doença existente em determinada população em um período específico ou determinado momento. FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3. ed. Curitiba: Positivo, 2004. HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa [recurso eletrônico]. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 1023 ANAIS DO X ENCONTRO NACIONAL DE TRADUTORES & IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE TRADUTORES (ABRAPT-UFOP, Ouro Preto, de 7 a 10 de setembro de 2009) Entendemos, então, que os estudos relacionados à Linguística de Corpus são fundamentais para a produção de conhecimento que promove melhores possibilidades de textualização e aceitação de textos traduzidos. A partir do ponto de vista da terminologia de enfoque comunicativa e textual (krieger; FINATTO, 2004), reconhecemos o termo como um item também capaz de sofrer os efeitos dos processos polissêmicos como qualquer outro item lexical. As investigações desse cenário são aqui feitas a partir do exame do funcionamento da unidade terminológica em questão no contexto da comunicação especializada, com propósitos de compreender as possíveis razões pelas quais as variações ocorrem e facilitar o processo de tradução em meio às instabilidades identificadas. 2 Materiais e métodos O corpus sob exame é composto por contextos em uso coletados nos seguintes periódicos: Quadro 1: Descrição do corpus Revistas Português Francês Jornal de Pediatria 283 artigos 785.488 palavras Archives de Pédiatrie 49 artigos 154.996 palavras 3 O Jornal de Pediatria é uma revista da Sociedade Brasileira de Pediatria e os Archives de Pédiatrie4 são uma publicação da Société Française de Pédiatrie. Procuramos, dessa forma, periódicos que representem significativamente essas comunidades profissionais em seus países. Os periódicos acima foram indicações do consultor técnico do projeto “Catálogo de Construções Recorrentes em Pediatria”5, o Prof. Dr. Danilo Blank, docente do Departamento de Pediatria de nossa universidade. Esse catálogo objetiva identificar e oferecer, de maneira 3 4 5 Disponível em: <www.jped.com.br>. Acesso em: 10 jan. 2009. Disponível em: <http://sfpediatrie.com/fr/publications-de-la-sfp/archives-depediatrie.html>. Acesso em: 10 jan. 2009. Portal dedicado ao estudo de textos técnicos científicos e à geração de ferramentas de apoio ao tradutor aprendiz. Disponível em: <http://www6.ufrgs.br/textquim/>. Acesso em: 10 jan. 2009. 1024 ANAIS DO X ENCONTRO NACIONAL DE TRADUTORES & IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE TRADUTORES (ABRAPT-UFOP, Ouro Preto, de 7 a 10 de setembro de 2009) devidamente sistematizada, as coligações mais recorrentes na área, seus usos e sentidos a fim de situar o tradutor aprendiz a respeito dos usos dessas construções nas línguas portuguesa, inglesa e francesa. Após levantamento e limpeza6 do material, o mesmo foi submetido a uma ferramenta informatizada responsável por gerar a listagem de todos os contextos do item estudado no corpus. Assim, pôde-se identificar seu comportamento em meio à comunicação especializada. Foi feito também um levantamento sobre o tratamento lexicográfico e terminográfico do termo/palavra nas duas línguas. Além disso, utilizouse corpora de referência7 para contraste do uso do item na área médica 8 com o uso na linguagem cotidiana a partir da ferramenta Webcorp, que procura e seleciona na Internet corpora de referência provenientes de páginas diversas mediante uma dada expressão de busca. 3 Produção brasileira: fluxo extenso O estudo desenvolvido a partir da pediatria brasileira verificou ampla utilização do termo prevalência (Alencar Silva; Feix, 2008). A construção mais recorrente do item dá-se em torno de: prevalência + doença = x%, sendo essa coligação expandida muitas vezes a itens não ligados a doenças, mas que confirmam conotação semântica negativa (uso de chupetas, por exemplo). Observamos ainda um uso que rompe com a conotação semântica comum do termo e o configura apenas como uma unidade de medida capaz de expressar qualquer fenômeno ao lançar a coligação do item com aleitamento materno (conotação positiva estranha à área da medicina). Além disso, vale registrar que o uso do item lexical “prevalência” causa, por vezes, certa saturação e maior confusão em relação à precisão da comunicação – pretensão almejada na área. 6 7 8 O formato do material (geralmente .pdf) deve ser transformado em .txt e todas as tabelas, notas de rodapé e referências devem ser excluídas para que o material seja submetido à ferramenta geradora de contextos. O corpus de referência é usado para fins de contraste com o corpus de estudo. Corpora de referência (França). Disponível em: <www.wbcorp.org.uk/cgi-bin/webcorp2.mn>. Acesso em: 10 jan. 2009. A apresentação da informação no Webcorp é especialmente desenhada para quem estuda a língua. Disponível em: <www.wbcorp.org.uk/>. Acesso em: 10 jan. 2009. 1025 ANAIS DO X ENCONTRO NACIONAL DE TRADUTORES & IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE TRADUTORES (ABRAPT-UFOP, Ouro Preto, de 7 a 10 de setembro de 2009) Expansão do termo médico para além da epidemiologia [...] uso de chupetas é muito difundido entre as mães brasileiras, e uma pesquisa nas capitais brasileiras mostrou uma prevalência de 60,3% de uso em crianças. + termo Expansão do termo médico para além da epidemiologia [...] a alta prevalência de prescrições com medicamentos não apropriados para crianças confirma o uso inadequado e inadvertido de medicamentos não testados [...] + palavra Figura 1: Contextos em uso de prevalência em Pediatria em português Fonte: Alencar Silva e Feix (2008) 4 Produção francesa: o ideal de controle Antes de analisar o comportamento do item na produção de língua francesa vale registrar algumas particularidades. A pesquisa terminográfica aponta a estabilidade do item em consonância com outros países, enquanto um levantamento lexicográfico confirma a concentração do item na área médica ainda que indique outros usos restritos. Nem todos os dicionários incluem o item: não há registro em nenhuma edição da Academia Francesa; na Base de Dados Histórica do ATILF,9 encontra-se uma marcação de uso do arcaísmo;10 o dicionário Le Petit Robert 11, por sua vez, registra apenas a definição médica, apontando a entrada do anglicismo na década de 1960; e o TILF12 9 Base Historique du vocabulaire français du Laboratoire Atilf. Disponível em: <http://www.cnrtl.fr/definition/bhvf/prévalence>. Acesso em: 10 jan. 2009. prévalence n.f. ORGANISATION/RELATION "qualité d'une chose qui prévaut" - G, FEW (9, 324b), Hu, TLF, 1504, Lemaire ; L, Cotgr. Au 18e : 1710 - «Le rabbin Maimonide [...] a aussi fort bien jugé de cette question de la prévalence du bien sur le mal dans le monde.» Leibniz, Essais de théodicée, III, par. 262, 274 et passim (Garnier-Flammarion, 1969) - J.S. 11 Le Petit Robert. Prévalence [pYevalSs] n. f. • 1966; angl. prevalence ♦ Méd. Nombre de cas de maladies, ou de tout autre événement médical, enregistré dans une population déterminée, et englobant aussi bien les cas nouveaux que les cas anciens (opposé à incidence et à fréquence). Dictionnaire Le Robert [version électronique]. Paris, 2001. 12 subst. fém.A. −Littér. Qualité de ce qui prévaut. Synon. avantage, supériorité. [seguem exemplos de literatura] 10 1026 ANAIS DO X ENCONTRO NACIONAL DE TRADUTORES & IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE TRADUTORES (ABRAPT-UFOP, Ouro Preto, de 7 a 10 de setembro de 2009) aponta o uso do item lexical com indicação literária antes da definição do termo médico. Esse levantamento provocou a necessidade de pesquisar sobre o comportamento do item para além do corpus de estudo e da área da medicina a fim de identificar possíveis usos do item na comunidade linguística francesa de maneira geral. Por isso, buscamos material de referência através do Webcorp. Foram pesquisados 344 contextos a partir de 64 páginas da Internet com 56.992 palavras e foi identificado que a totalidade dos documentos trata sobre o termo médico na sua aplicação pura, no âmbito da área da saúde. Confirmamos, então, que a entrada desse estrangeirismo na língua francesa é amplamente voltada para o uso na terminologia médica. É importante ressaltar que o enfoque dos artigos analisados na revista Archives de Pédiatrie é concentrado na área clínica. Dessa forma, os textos expressam um recorte bem definido sobre estudos realizados a partir de dados: discussões, problematizações e aplicações que orbitam em torno dos dados e estudos científicos de uma maneira bem pontual. Essa estrutura de pensamento e de organização do texto vai determinar o comportamento do item estudado. As observações feitas acerca da produção francesa nos confirmam um comportamento padrão do termo: sempre relacionado a doenças, expresso por meio de porcentagem e em relação com outros dados. Essa é a recorrência em 100% dos contextos analisados. 5 Discussão Esse olhar sobre a exclusividade do uso do item na linguagem médica lança luz para a legitimação de determinadas preocupações da sociedade francesa em relação à sua língua. Vale observar com atenção os apontamentos etimológicos e históricos registrados no dicionário TILF para, em seguida, refletir sobre normatização: Étymol. et Hist 2. [1967 (Organisation mondiale de la Santé d'apr. Méd. Flamm. 1975)]; 1970 (Travaux du Comité d'ét. des termes de méd. au Québec, II, 16). Dér. de prévaloir*, prob. d'apr. le b. lat. B. −MÉD. Nombre de cas de maladie ou de personnes malades ou de tout autre événement tel qu'un accident, existant ou survenant dans une population déterminée, sans distinction entre les cas nouveaux et les cas anciens, soit à un moment précis, soit au cours d'une période donnée (d'apr. Méd. Biol. t.3 1972) [seguem exemplos médicos]. 1027 ANAIS DO X ENCONTRO NACIONAL DE TRADUTORES & IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE TRADUTORES (ABRAPT-UFOP, Ouro Preto, de 7 a 10 de setembro de 2009) praevalentia «valeur supérieure». Au sens 2, empr. à l'angl. prevalence, lui-même empr. au fr. au xvies., att. dep. le xviiies. au sens de «extension, fréquence (d'un phénomène)» (1713 ds NED) d'où plus partic. en méd. (1839 ds NED Suppl.2). Bbg. Gohin 1903, p.261. _ Quem. DDL t.26 13. As convenções citadas no dicionário são reforçadas a cada dia pela legislação francesa. A Lei Toubon (1994) define uma comissão de especialistas em terminologia e linguística encarregada de estudar possibilidades de substituição de estrangeirismos por palavras francesas ou criar novos itens que comportem os significados dotados pelos estrangeirismos. Esse não é o caso do item estudado, mas é interessante observar que o anglicismo não invadiu o campo lexical francês, que mantém seu campo semântico representado pelas palavras “prédominance”, “superiorité”, “prééminence”. Esse percurso sugere rigor e adequação às preocupações e exigências da ISO e do Comitê 3714 em relação à cooperação internacional no âmbito da comunicação especializada. Além disso, nota-se também que a abordagem clínica da produção científica francesa em torno da pediatria, aliada à ausência de uso da palavra na linguagem comum, cria condições para o uso estável do termo de acordo com a definição médica. Esse quadro revela o controle regular, estável e ideal tal como recomenda o Comitê 37 da ISO dedicado à regulamentação terminológica. Tais nuances nos remetem, então, à importância da convencionalidade que não se dispõe atrelada à língua, mas à organização de pensamento e produção de grupos científico de país a país. 6 Considerações finais Observamos, então, que a fluidez de sentidos observada em português não foi confirmada na comunidade francesa, que revela alto controle acerca do comportamento do termo. Essas discussões apontam uma problemática de tradução que vai além da transposição do texto brasileiro para a comunidade francesa com base em questões 13 14 Disponível em: <http://www.cnrtl.fr/definition/prevalence>. Acesso em: 10 jan. 2009. ISO / TC 37 Principles and methods of terminology. Disponível em: <http://www.infoterm.info/standardization/iso_tc_37.php>. Acesso em: 10 jan. 2009. 1028 ANAIS DO X ENCONTRO NACIONAL DE TRADUTORES & IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE TRADUTORES (ABRAPT-UFOP, Ouro Preto, de 7 a 10 de setembro de 2009) estritamente linguísticas. Para tanto, afinamos o filtro e avançamos em direção ao reconhecimento de convencionalidades e de modos de dizer em torno do item proposto a fim de compreender essa diversidade no plano da comunicação entre as comunidades científicas em questão. Percebemos a inviabilidade da opção tradutória baseada na concepção de estabilidade na linguagem científica, e constatamos que a noção de equivalência entre prevalência-prévalence nesse universo pode comprometer o sentido do texto e o trabalho do tradutor. O percurso dessas observações caminha em direção a um objetivo muito definido: fundamentar o trabalho a fim de garantir aceitação de seu texto na comunidade a que se destina. Essa perspectiva amplia sua competência para a prestação de um serviço mais especializado: a tarefa de um consultor no campo da comunicação da área em que atua. Referências bibliográficas AlENCAR SILVA, M. C.; FEIX, G. A. Reconhecimento inicial do termo prevalência: subsídios para um catálogo de expressões recorrentes na área. In: SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRGS, Porto Alegre, 2008. Caderno de resumos... Porto Alegre: UFRGS, 2008. Disponível em: <http://www6.ufrgs.br/textquim/biblioteca.php>. Acesso em: 20 set. 2010. BERBER SARDINHA, T. Linguística de Corpus. Barueri: Manole, 2004. FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3. ed. Curitiba: Positivo, 2004. HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa [recurso eletrônico]. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. KRIEGER, M. G.; FINATTO, M. J. B. Introdução à terminologia: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2004. KRIEGER, M. G.; MACIEL, A. M. B. Temas de terminologia. Porto Alegre: UFRGS, 2001. STEDMAN, T. L. Dicionário médico. 27. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2003. TAGNIN, S. O jeito que a gente diz. São Paulo: Disal. 2005.