Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Ma r ç o 2 01 2
O
Feiticeiro
eo
Pregador
11
Devo Comer
Peixe?
14
Jugo
Desigual?
22
O
Ideal
Contınua
Março 2012
A R T I G O
16
D E
C A P A
O Feiticeiro
e o Pregador
14 Jugo Desigual?
VIDA
Por Karen Holford
Orientações para uma vida a dois.
Por Wellesley Muir
O feiticeiro queria poder e o
pregador tinha um livro especial.
Segundo a
8 Andando
Palavra: Um Grande Dever
VISÃO
20 Acordando para a Eternidade
CRENÇAS
Por Ted N. C. Wilson
FUNDAMENTAIS
Por Philip Rodonioff
MUNDIAL
Como estamos transmitindo nossa fé para
a próxima geração?
ADVENTISTA
A morte não é o fim. A ressurreição de Jesus
assegura ao justo a vida eterna.
22 O Ideal Continua
DESCOBRINDO O
ESPÍRITO DE PROFECIA
Por Humberto M. Rasi
Verdade que Conduz
12 Aà Eternidade
O maior sistema educacional protestante do
mundo foi previsto por Ellen G. White.
DEVOCIONAL
Por Ramani Kurian
Posto
24 Malamulo:
Avançado de Deus
SERVIÇO
A verdade não é apenas o que cremos;
mas, sobretudo, o que vivemos.
ADVENTISTA
Por Adrienne James e Sandy Mattison
Curando tanto a alma como o corpo.
SEÇÕES
3
NOTÍCIAS DO MUNDO
3 Notícias & Fotos
6 Notícia Expecial
10 Igreja de Um Dia
11
26
SAÚDE
NO
MUNDO
Devo Comer Peixe?
RESPOSTAS A
PERGUNTAS BÍBLICAS
A Arca da Aliança
www.adventistworld.org
Online: disponível em 13 idiomas
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 8, nº 3, Março de 2012.
2
Adventist World | Março 2012
27
ESTUDO
28
TROCA
BÍBLICO
O Poder da Esperança
DE
IDEIAS
NOTÍCIAS DO MUNDO
Orçamento Mundial da Igreja
Prioriza a Missão
■ O orçamento da Associação Geral
dos Adventistas do Sétimo Dia (AG) para
2012 financiará o trabalho missionário e
o apoio administrativo fora da América
do Norte, assim como o funcionamento
da sede mundial da igreja.
O orçamento mundial da denominação de cerca de 167 milhões de dólares
para 2012, aloca 38,7 milhões de dólares
para as doze divisões, exceto a Divisão
Norte-Americana, com um adicional de
27,4 milhões para obreiros missionários
DINHEIRO PARA A MISSÃO:
que servem em outras divisões.
Os custos operacionais para a sede
Juan R. Prestol, sub-tesoureiro
mundial da igreja em Silver Spring,
da Associação Geral, falou
Maryland, Estados Unidos, está limitado
recentemente sobre o orçamento
a 2% do dízimo mundial, que foi definimundial da Igreja para 2012.
do em 40,9 milhões de dólares para este
ano. Os diretores financeiros informaram que a AG opera consistentemente com 2 milhões abaixo desse teto.
O orçamento mundial inclui apenas itens relacionados com a sede
mundial da igreja e não inclui as entradas relatadas ou os orçamentos das suas
treze divisões mundiais ou respectivas administrações locais e congregações. O
orçamento mundial inclui o funcionamento da AG, obreiros inter-divisão,
trabalho departamental mundial e subsídio para as divisões.
“É a fidelidade dos membros que torna possível o apoio a todos esses programas”, disse Juan R. Prestol, sub-tesoureiro mundial da Igreja. “A maioria
dos doadores não é rica, mas vive com outras responsabilidades financeiras
pesadas. A igreja tem sido recompensada pela fidelidade deles.”
O subsídio alocado para as divisões está entre 1,7 e 4,6 milhões de
dólares. O orçamento para 2012 também inclui um acréscimo de 3% no
valor dos subsídios. Em anos anteriores, essa quantia foi concedida no
final do ano como orçamento complementar. Este ano, os 3% estão sendo
oferecidos no início do ano como item orçado.
Prestol afirmou que cerca de 65% dos recursos da denominação são
pagos em dólares norte-americanos, reais brasileiros, euro, dólar canadense, dólar australiano, peso mexicano e won coreano.
As entradas de dízimos vindos da América no Norte continuam estáveis, sendo que os dízimos e as ofertas para as missões, vindo das divisões
estrangeiras, aumentaram. De acordo com Prestol, estima-se que entre 30 e
40% desse recurso seja afetado pelas taxas de câmbio.
A América do Norte continua sendo a maior doadora de ofertas para
as missões. Em 2010, a América do Norte doou cerca de 23,6 milhões de
dólares para as missões, cerca de um terço do total de 70,9 milhões das
ofertas missionárias. – Rede Adventista de Notícias.
A N N ]
s “cartas missionárias” (informativo
mundial das missões), como as chamamos
por 150 anos, reuniram ávidos adventistas
do sétimo dia ao redor de pessoas que experimentaram o poder de Deus em ação em
lugares exóticos e distantes. Densas florestas
tropicais desabrocham na imaginação; anjos
brilhantes protegem os crentes de animais
ferozes ou de guerreiros selvagens; e obstáculos maiores que a Cortina de Ferro caem para
que o evangelho avance. Uma linha comum
une dez mil histórias: a semente de mostarda
cresce; o Reino se expande; o Dia se aproxima.
O artigo de capa deste mês traz outra
história missionária fascinante: “O Feiticeiro
e o Pregador”. Contada por um missionário
experiente, ela remonta à história da missão
adventista na América do Sul e faz com que
chegue poderosamente ao presente.
Como toda boa história, essa fará com
que você se lembre de outro conto – aquele
que você conhece melhor do que ninguém –
a história de como o reino está crescendo
devido à sua submissão ao Senhor da missão.
As cartas missionárias não são mais medidas
pela distância de onde aconteceram ou
quantos oceanos teve que atravessar quem as
contou. As cartas missionárias – pelo menos
as que os Céus prestam atenção – começam
em sua rua, no seu bairro, no prédio em que
você mora. Quando você envia um “tweet”,
dá uma pequena atenção ao seu vizinho, ou
conversa com alguém no supermercado, você
produz material para as mais interessantes
histórias do Céu. O Senhor que tanto ensinou
por meio de histórias não deseja outra coisa a
não ser tomar sua fidelidade e conectá-la às
histórias de outros em sua igreja ou comunidade que estejam submetendo as mãos e o
coração a Deus. Imagino que em algum lugar
no Céu, haja uma grande parede de histórias
onde todas as conexões que não vemos agora –
mas que algum dia serão conhecidas – estão
escritas, acalentadas e aplaudidas.
O autor do hino nos lembra que “Somos
uma história de misericórdia / Somos um ato
da graça”. Neste mês, ao ler a emocionante
história missionária, decida também
fazer parte de uma delas, para
que, um dia, o Céu conte sobre
seu serviço.
A R Q U I V O
A
F O T O :
A História da Conexão
Março 2012 | Adventist World
3
■ Continua a saga para assegurar a
posição legal da Igreja na Hungria,
a despeito do que os defensores da
liberdade religiosa chamaram de boas
notícias no final do ano passado, quando
o Tribunal Constitucional derrubou a
controvertida Lei das Igrejas no país.
Antes dessa decisão, mais de trezentas
igrejas minoritárias, entre elas a Igreja
Adventista do Sétimo Dia, foram condenadas a perder seu registro legal na
Hungria, no dia 1º de janeiro, quando
poderiam requerer nova abertura de processo. Com a chegada do Ano Novo, essas
igrejas estão enfrentando situação similar.
O Tribunal Constitucional do país
anulou a Lei das Igrejas basicamente por
motivos técnicos. No dia 30 de dezembro,
o partido de maioria conservadora
“facilmente” reintroduziu e passou
essencialmente a mesma lei, efetivada
em 1 de janeiro, informou Dwayne
Leslie, representante legislativo mundial
da Igreja Adventista, em Washington,
D.C., EUA.
O Parlamento húngaro afirma que a
lei é necessária para evitar que empresas
ou pessoas físicas se escondam atrás de
igrejas de fachada para desfrutar de
direitos e privilégios. Além disso, a maioria
governamental insiste no fato de que
a lei não restringe a liberdade religiosa.
Ela não “proíbe” o culto de nenhuma
tradição de fé, escreveu recentemente
Zoltan Kovacs, ministro das comunicações húngaro, para o Wall Street Journal.
Kovacs declarou que a lei simplesmente
destaca como as igrejas podem receber
reconhecimento oficial “se mostrarem
que são suficientemente populares”. Uma
condição requer que a igreja prove
história de mais de uma década no país
e possua mais de mil membros.
O governo húngaro está “se esforçando para explicar para a comunidade
internacional que esse não é um assunto
4
Adventist World | Março 2012
de direitos humanos”, disse Ganoune
Diop, representante mundial da Igreja
nas Nações Unidas (ONU).
“A situação na Hungria é bastante
complexa, e há várias questões em jogo:
econômicas, judiciais e legislativas. À
frente dessas questões está a religiosa.
O governo vê o descredenciamento das
igrejas como uma resposta, em parte, ao
tremendo desafio que o país está enfrentando”, explicou Diop. “Alguns especialistas até já previram maior recessão no
horizonte húngaro”, acrescentou.
Muitos membros da comunidade internacional de liberdade religiosa afirmam
que a despeito das dificuldades internas
do país, a lei impõe desafios indevidos
sobre organizações religiosas legítimas.
“Agora não temos apenas uma definição do que a Igreja é constituída, mas
para nos tornar uma religião oficial,
precisamos dos votos de dois terços do
Parlamento, que em nossa opinião, é
problemático”, completou Leslie.
Os líderes adventistas na Hungria
afirmaram que atualmente, 82 da mesma minoria de 300 religiões descadastradas pela recente lei reinscreveram-se
para o registro oficial, entre elas a Igreja
Adventista do Sétimo Dia.
Analistas da liberdade religiosa explicaram que as previsões da lei indicam
que as igrejas que já se reinscreveram
para novo registro não sentirão a
lacuna no reconhecimento oficial. Será
mantido o registro anterior enquanto a
decisão sobre seu novo registro transita
pelo Parlamento.
Os líderes da Igreja na Hungria
relataram que “a comunicação com o
governo” sugere que a Igreja Adventista
do Sétimo Dia receberá de volta sua condição oficial. “Um fator positivo na nova
lei é que ela não proíbe as denominações
de usarem o termo ‘igreja’, mesmo não
sendo aceitas pelo Parlamento”, afirmou
Tamas Ocsai, presidente da União Associação Húngara. Ele acrescentou que as
igrejas que não receberem o reconheci-
A N S E L
Lei Húngara de Maio
Desafia Registro da Igreja
O L I V E R
NOTÍCIAS DO MUNDO
REGISTRO DA IGREJA: John Graz, diretor
do Departamento de Relações Públicas e
Liberdade Religiosa da Associação Geral
dos Adventistas do Sétimo Dia, monitora,
da sede da denominação, a situação do
registro oficial da Igreja na Hungria. Os
líderes da Igreja na Europa relatam que a
Igreja Adventista possivelmente receberá
novamente o registro.
mento oficial do Parlamento receberão o
título de “associação religiosa”.
“Esperamos que algumas igrejas na
Hungria – inclusive a adventista do sétimo
dia, que existe no país há mais de um
século – receba uma resposta positiva [no
próximo mês]”, declarou John Graz, diretor
de relações públicas e liberdade religiosa
para a Igreja Adventista. “Solicitamos as
orações dos irmãos pela liberdade religiosa
na Hungria, para que nossa Igreja e outras possam funcionar como no passado
para o bem das nações.”
A Divisão Trans-Europeia, liderança
máxima dos adventistas do sétimo dia
na Hungria, e a comunidade mundial de
liberdade religiosa da Igreja continuarão
monitorando de perto a situação.
– Rede Adventista de Notícias.
Adventistas Ajudam na
Educação de Órfãos na Índia
■ Menos da metade das crianças da
Índia vão para a escola. Muitas são orfãs
e vivem em pobreza extrema nas favelas
do país. Um ministério de apoio da Igreja
Adventista do Sétimo Dia na região está
investindo no futuro dessas crianças.
ver a diferença naquela garotinha”,
explicou Rennie.
O ministério Asian Aid não está
limitado a bolsas de estudos. Ele também supervisiona uma série de projetos,
como fornecer fontes de água limpa,
alfabetização, cursos profissionalizantes
para adultos e cuidados médicos para
as populações carentes, inclusive
para as mulheres nepalesas e comunidades de leprosos. O Asian Aid também
oferece abrigo para as mulheres
que escaparam do tráfico humano.
– Rede Adventista de Notícias.
Para saber mais sobre esse
ministério, visite a página
Adventistas Britânicos
Preparam-se para
Testemunho Olímpico
■ Dez mil ingressos para a natação sincronizada nas Olimpíadas de Londres já devem
estar vendidos, porém, os mais de dez mil
membros da Igreja Adventista do Sétimo
Dia na região de Londres estão sincronizando seu testemunho e as atividades comunitárias para coincidir com o maior evento
esportivo já realizado na Grã Bretanha.
Entre os adventistas já comprometidos
ao voluntariado durante as Olimpíadas, está
Richar Daly, pastor da igreja de Croydon.
Como parte da equipe de capelães, sua
atividade será trabalhar com os atletas,
administradores e outros voluntários
cristãos, realizando cultos, orações, estudos
bíblicos na vila olímpica e em outros locais
da Arena Olímpica. Ele afirma: “Como
ex-atleta que competiu em nível nacional,
C O R T E S I A
D O
A S I A N
A I D
AsianAid.org
F O T O S :
O ministério Asian Aid está construindo um novo orfanato para 70
órfãos que hoje moram em um lar
lotado, nos subúrbios de Bobbili, Índia.
O Orfanato Sunrise, planejado para
começar a funcionar no início do
próximo ano, pode abrigar mais do
que o dobro de crianças carentes.
O terreno de doze acres do Sunrise
dará ao orfanato uma fonte de renda
com a possibilidade de plantar alimento
para o consumo próprio e para venda.
Cada criança plantará um canteiro de
vegetais para aprender essa habilidade
e o valor do trabalho, noticiou um
comunicado de imprensa do ministério.
Fundada na Austrália há 40 anos,
o Asian Aid tem agora um escritório
nos Estados Unidos, em Collegedale,
Tennessee, além da sede em Wauchope,
New South Wales. O ministério administra mais de cem escolas e orfanatos
na Índia, Nepal, Bangladesh e Sri Lanka.
Por meio de bolsas de estudos, o Asian
Aid mantém 8.500 crianças nas escolas
adventistas da região.
“Não estamos apenas dando-lhes
estudo, mas levando-os a Jesus”, conta Jim
Rennie, CEO da Asian Aid. “Patrocinar
uma criança é realmente uma atividade
missionária diária. Se alguém deseja
saber se está fazendo diferença no campo
missionário, pode saber.”
A bolsa de estudos básica cobre
os custos do ensino numa escola
adventista local, e os patrocínios mais
elevados, cobrem também as despesas
com alojamento e alimentação.
Rennie afirma que os órfãos na
Índia muitas vezes são abandonados ao
ostracismo pela sociedade. Um exemplo
recente foi a criança que a atual equipe
do Orfanato Sunrise encontrou amarrada a um poste no quintal.
“Ela deixou de ser a menininha
assustada para se transformar em uma
das crianças felizes do Sunrise, que
ganhou um casal amoroso e espiritual
para cuidar dela. Foi maravilhoso
De cima para baixo: NOVO ORFANATO: Vista do novo Orfanato
Sunrise, próximo a Bobbili, Índia, que abrigará mais de cem crianças.
AJUDANDO CRIANÇAS: Órfãos mantidos pelo ministério Asian Aid recebem
alimento, abrigo e educação cristã nas escolas adventistas da região.
Março 2012 | Adventist World
5
NOTÍCIAS DO MUNDO
Adventista Atribui seu
é um privilégio combinar meu gosto pelo
esporte com meu chamado para ministro.
Acima de tudo, é um privilégio representar
minha Igreja.” E acrescenta que está muito
feliz de saber que a Igreja Adventista do
Sétimo Dia está entre as igrejas tradicionais
do Reino Unido nessa atividade.
Colin Stewart é o representante
adventista da comissão organizadora do
“Going for Gold” (Em Busca do Ouro).
Ele declara que há várias maneiras de as
igrejas e pessoas se envolverem.
Sam Davis, presidente da Associação
do Sul da Inglaterra, advertiu que “não
podemos passar por 2012 e perder a maior
festa cultural bem aqui em nossa porta –
as Olimpíadas de Londres. Nem todos se
interessam pelos esportes, mas estamos
idealmente localizados para aproveitar, ao
máximo, essa celebração cultural”. E, acrescenta: “Insisto para que todos façam planos
para o evangelismo em julho e agosto” de
2012, considerando que a diversidade da
Igreja e as muitas línguas representadas,
são um recurso para testemunhar durante
o período das Olimipíadas. – Victor Hulbert
Crescımento
Espırıtual a
Copiar oTexto Bíblico
Projeto de nove anos transforma
Reportagem: Suk Hee Han, diretor de
comunicação da Divisão do Pacífico Norte-Asiático
U
m agricultor da Coreia do Sul, de 72 anos de idade, passa
seis horas, diariamente, cultivando um tipo diferente de
lavoura: copia, à mão, o texto da Bíblia e de vários livros
de autoria da co-fundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia,
Ellen G. White.
Nam Yong Han, ancião da igreja de Chilbo, na Associação
Sudoeste-Coreana, administra uma fazenda orgânica onde
cultiva vários tipos de frutas e vegetais. Suas técnicas de cultura
agrícola já foram ensinadas em vários países, como a República
da Coreia, China, Coreia do Norte, Filipinas e Bangladesh.
Há nove anos, em janeiro de 2003, quando trabalhava como
missionário em Pequim, China, Han começou a copiar textos
bíblicos, processo que ele chama de “transcrição”. Até outubro
de 2011, já havia copiado sete vezes a Bíblia completa, como
também os livros da série O Conflito dos Séculos e Testemunhos
para a Igreja, de Ellen G. White. Han disse que as horas que passa
transcrevendo são os momentos mais felizes de sua vida.
Recentemente ele concedeu esta entrevista:
PRONTOS PARA TESTEMUNHAR: Os membros
da equipe “Live London” dos adventistas do
sétimo dia posam no Estádio Olímpico em maio
de 2011. Mais de dez mil adventistas dentro e
ao redor de Londres estão se preparando para
testemunhar durante o que se espera ser o
maior evento esportivo da Grã Bretanha.
6
Adventist World | Março 2012
PA U L T O M P K I N S
Por que razão o senhor começou a transcrever a Bíblia e os
livros de Ellen G. White?
Há cinquenta anos eu decidi caminhar pela fé. Após ter provado
os prazeres e as amarguras da vida, era meu desejo depender
completamente do meu Senhor e ser mais semelhante a Ele.
No ano de 2000, tive a chance de morar em Pequim, China, e lá
trabalhar para o evangelho. O Senhor me deu muitas alegrias e
bênçãos, além dos sofrimentos e provações. Fui preso e investigado pelo Gabinete de Segurança Pública da China por atividades
religiosas. Percebi, então, que necessitava estar mais perto de
Deus mesmo nos tempos difíceis e iniciei a transcrição da Bíblia
no dia 7 de janeiro de 2003, em Pequim. Além disso, eu costumava dar palestras para funcionários do governo e agricultores
vida de Nam Yong Han
Esquerda: COPIANDO A MÃO: Nam Yong Han, agricultor coreano e
adventista do sétimo dia, já copiou todo o texto da Bíblia Sagrada, à
mão, num total de sete vezes nos últimos nove anos, inclusive uma
cópia no idioma chinês. Destaque: SANTIDADE PELA CÓPIA À MÃO: Han diz que sua cópia à mão, a qual chama de
transcrição, levou-o para mais perto de Deus e abrandou suas atitudes. Direita: SÉRIE CONFLITO: Além da Bíblia, Han copiou
a série de livros O Conflito dos Séculos, de Ellen G. White, pioneira e co-fundadora do movimento adventista do sétimo dia.
S U K
H E E
H A N
na China; para fazer isso, tinha que incorporar e memorizar a
Palavra de Deus ao máximo, para que me lembrasse dela em
qualquer tempo ou lugar.
O que o senhor transcreveu e quantas vezes?
Até agora, transcrevi a Bíblia sete vezes, sendo uma das vezes
no idioma chinês. Acabei, também, de transcrever os livros da
série O Conflito dos Séculos e a série Testemunhos para a Igreja.
Fiz biombos com os papéis da transcrição. Essa é ainda uma
atividade em curso que se tornou parte importante da minha
vida, que preciso realizar todos os dias. Quando comecei a
transcrever a Bíblia, descobri que para alguém que deseja decorar e compreender a Palavra, copiar uma vez é muito melhor
do que ler dez vezes. Quanto mais transcrevo, mais sou grato a
Deus pelo Seu profundo amor e maravilhoso plano para mim.
Fale mais sobre a transcrição da Bíblia.
Desde que comecei a transcrição, tenho feito isso regularmente, seis horas por dia. Enquanto transcrevo, sinto como
se estivesse falando com o Senhor face a face e tornando-me
íntimo dEle; tenho experimentado quão doce é Sua Palavra,
mas, ao mesmo tempo, tenho enfrentado sofrimentos. Como
sou um veterano ferido, não posso ficar sentado por muito
tempo devido a forte dor na perna e nas costas. A transcrição
contínua também prejudicou minha visão e provoca severa
dor em meu punho, braço e ombro. A Palavra de Deus, no
entanto, é doce como o favo de mel e me ajuda a superar
essas fraquezas físicas.
Quais são os resultados, benefícios e bênçãos
das transcrições?
Eu era uma pessoa agressiva e impetuosa por natureza. Pela
transcrição, porém, pude perceber quão pecador e sem esperança eu era. Enquanto transcrevia a Bíblia, senti meu coração
amolecer e minhas tendências agressivas desaparecerem
definitivamente. Além disso, a dor em meus olhos, costas e
pernas também desapareceram e atualmente posso transcrever
por mais de dez horas. Dou graças a Deus por remover essas
enfermidades do meu corpo e por me abençoar com Sua
Palavra. Entre os incontáveis benefícios e bênçãos, o mais
impressionante é que posso compartilhar da Palavra de Deus
e ter comunhão espiritual, andando e falando com Ele. Assim,
creio que estou me tornando mais semelhante a Jesus.
Qual é o maior desejo do seu coração?
Quero ser alguém que, enquanto o Senhor permitir, por meio da
transcrição esteja pronto para a vinda do reino. Quero, também,
praticar fielmente minhas responsabilidades como cristão. Outro
desejo é transcrever a Bíblia dez vezes, para que o reavivamento
e a reforma possam acontecer em minha vida. Espero que os
adventistas de todo mundo [por meio da transcrição] possam
experimentar as bênçãos e o mesmo benefício espiritual. ■
Março 2012 | Adventist World
7
V I S Ã O
M U N D I A L
C
erto sábado, há pouco tempo,
tive o privilégio de participar
de um culto com 67 mil pessoas
no Estádio da Cidalela, em Luanda,
Angola. Durante o programa, assistimos
milhares de jovens com uniformes do
Clube de Desbravadores e do Ministério
Jovem marchando para o Senhor. Foi
magnífico! Poucos dias depois, mais
uma vez, ficamos maravilhados ao
encontrarmos com milhares de jovens
adventistas em Bongo, Angola, e na
Cidade do Cabo, África do Sul.
Ao viajar para vários lugares em todo
o mundo, minha maior alegria é encontrar-me com jovens e adultos jovens, e
louvo ao Senhor por haver tantos deles
comprometidos com Cristo e com a
mensagem adventista do sétimo dia.
Como família de uma igreja mundial, temos uma grande e especial
obrigação para com esses jovens: ajudálos a ver Jesus em toda a Sua beleza,
aceitar a Ele e à Sua justiça, engajá-los
na missão da igreja e, acima de tudo,
indicar-lhes o breve retorno de Cristo.
Prioridades para os Jovens
As prioridades e os métodos para o
ministério jovem têm sido amplamente
discutidos. Um dos assuntos mais
controvertidos tem sido a questão da
adoração e, particularmente, dos estilos
de culto e as escolhas musicais. Alguns
creem que a maneira de atrair e manter
os jovens na igreja é oferecer um culto
mais “contemporâneo”, inclusive com
bandas de “rock cristão”, formas místicas
de oração e abordagens teológicas
equivocadas extraídas do movimento
da igreja emergente. Às vezes, alguns
oradores famosos não adventistas são
convidados para fazer sua palestra
durante o horário do culto. Mas será
que é isso mesmo que os jovens e jovens
adultos adventistas estão buscando?
Durante a assembleia da Associação
Geral de 2010, foi realizada uma pesquisa informal pelo departamento de
Avaliação e Efetividade do Programa
da Associação Geral. Perguntaram aos
participantes: “O que você gostaria de
8
Adventist World | Março 2012
dizer a sua igreja?” E foram convidados
a compartilhar suas ideias escrevendoas. As 253 pessoas pesquisadas eram
quase que igualmente divididas entre
homens e mulheres, muitas delas com
menos de 35 anos de idade.
Entre os assuntos abordados, um
dos mais comuns foi como manter os
jovens e adultos jovens na igreja, e
muitas das soluções sugeridas vieram
dos próprios jovens. O resultado foi
revelador. Se quisermos que permaneçam, a igreja deveria:
1. Ensinar os princípios bíblicos e
a essência do cristianismo desde cedo,
frequentemente e o máximo possível.
2. Realizar essa apresentação da
verdade de modo atrativo, mas sem
elementos profanos.
3. Integrar os jovens nas atividades e
responsabilidades diárias da igreja.
4. Providenciar alternativas sociais
onde os jovens possam se encontrar em
Andando
Segundo
a
:
Palavra
Um Grande Dever
Por Ted N. C. Wilson
uma atmosfera cristã em vez de buscarem entretenimentos antibíblicos.
5. Ouvir as ideias e perspectivas dos
jovens.
6. Conhecer e ser amigo dos jovens.
Curiosamente, uma leitura rápida
nas pesquisas e literatura cristã atuais
mostram que os jovens adventistas não
estão sozinhos no anseio por mais que
entretenimento em sua experiência de
adoração. Estão em busca de substância,
substância bíblica.
Se pudermos engajar os jovens e
adultos jovens no culto e num estudo
genuíno da Bíblia, fazendo com que se
sintam, realmente, parte da família da
igreja, não necessitaremos de “entretenimento”. Podemos incluí-los na missão
da igreja e serão vacinados contra as
tentações de escorregar em qualquer
outra coisa.
Ministério que Repercute
nos Jovens
Está claro que esse tipo de ministério
tem repercussão entre os jovens. No
ano passado, tive o privilégio de visitar
a Associação Baden-Wüttenburg (Alemanha), na Divisão Euro-Africana. Ali,
tive o prazer de participar no congresso
jovem “Jovens em Missão”, patrocinado
pela associação. A música foi soberba e
os sermões fundamentados na Bíblia,
com ênfase no serviço para Deus e pela
humanidade. Foi um exemplo maravilhoso de abordagem bíblica e do Espírito
de Profecia para o ministério jovem.
Na América do Norte, todos os
anos, milhares de jovens comparecem
às conferências jovens organizadas pela
Generation of Youth for Christ (GYC) –
[Geração Jovem para Cristo], um ministério de apoio adventista cujos líderes
são jovens profissionais que vivem em
todos os Estados Unidos e Canadá.
Durante as conferências do GYC, os participantes desfrutam de música edificante,
participam de palestras profundamente
bíblicas, de seminários de treinamento
dirigidos por vários líderes adventistas,
ouvem testemunhos inspiradores de seus
colegas, realizam debates em pequenos
grupos e participam do evangelismo e
serviço na comunidade.
Obviamente, há outros eventos
jovens que estão tentando se concentrar na Palavra de Deus e diminuir o
fator “entretenimento”. Ore por eles
e incentive nossos líderes jovens a se
concentrar na apresentação da Palavra
de Deus, na oração e no testemunho.
Diversidade em Gosto e Cultura
Por haver morado em quatro culturas diferentes em vários continentes,
para mim não é difícil compreender e
apreciar a rica diversidade de culturas
da qual é composta nossa família mundial da igreja. E, ao abordarmos esses
assuntos particularmente controversos
como adoração e música, há preferências
culturais que precisamos compreender.
Há, entretanto, princípios bíblicos
básicos que devem delinear o culto
e a música em qualquer lugar do
mundo, como os que encontramos em
Filipenses 4:8: “Finalmente, irmãos,
tudo o que é verdadeiro, tudo o que
é respeitável, tudo o que é justo, tudo o
que é puro, tudo o que é amável, tudo
o que é de boa fama, se alguma virtude
há e se algum louvor existe, seja isso o
que ocupe o vosso pensamento” (ARA).
No fundo, na essência da vida, as
pessoas são semelhantes e os princípios
de Deus se aplicam a todos nós. Devemos
nos tratar, uns aos outros e às outras
culturas, com respeito e, normalmente,
receberemos em retorno o mesmo nível
de respeito. Devemos, no entanto, compreender claramente que existe uma cultura secular e existe uma cultura bíblica
(ou celestial) aplicável ao mundo inteiro.
Sendo Transformados
Infelizmente, a Igreja Adventista
do Sétimo Dia, em alguns lugares do
mundo, tem a tendência de aceitar
influências culturais mundanas não
apropriadas para a igreja. Um dos
nossos grandes problemas como parte
da sociedade do século 21 é deixar que
o mundo gradualmente mude nossa
percepção do que é certo e apropriado –
o que é normativo tende a tornar-se
padrão para a sociedade.
Somos aconselhados firmemente
por Paulo, em Romanos 12:2 : “Não
vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual
seja a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus.” A tradução de J. B. Phillips
diz: “Não deixe que o mundo ao redor o
force a moldar-se por ele.”
Segundo a Palavra
Estou totalmente convencido de que
temos a grande obrigação de fazer todo
o possível para incentivar os jovens adventistas do sétimo dia a viver segundo
a Palavra e não “segundo o mundo”. A
preocupação com as influências seculares não é uma ênfase legalista com
o propósito de fechar a igreja em suas
próprias ideias; é devido ao fato de que
o diabo, trazendo o “mundo” para dentro da igreja, está fazendo o que pode
para neutralizá-la. Creio que é contra
isso que Paulo aconselha.
Isso está relacionado ao assunto
das três mensagens angélicas de Apocalipse 14 – enaltecer a Jesus e Sua justiça,
levar as pessoas de volta à verdadeira
adoração a Deus e a sair da confusão de
Babilônia em todas as áreas enfatizadas
por ela. Não tenho dúvida de que o
Espírito Santo trabalhará para que Sua
igreja não seja neutralizada.
Reavivamento e reforma é humildemente nos submetermos ao poder
do Espírito Santo para que trabalhe em
nós e nos guie a Cristo e Sua Palavra.
Devemos desenvolver nosso trabalho
e atividades sob a direção do Espírito
Santo no contexto de Miqueias 6:8 –
fazendo o que é correto, mas ao mesmo
tempo praticando a justiça, amando a
misericórdia e andando humildemente
com nosso Deus – o que significa nos
submetermos à Sua liderança.
Os Jovens são Essenciais
Os jovens e adultos jovens estão
desempenhando um papel vital no reavivamento e na reforma, e tenho plena
Março 2012 | Adventist World
9
V I S Ã O
M U N D I A L
confiança de que continuarão a fazer
parte da organização de atividades
que enaltecerão a Cristo, Sua justiça,
Seu breve retorno e Suas três mensagens angélicas. Quando falo sobre
“Um Ano Para Mudar o Mundo”
(veja Adventist World, outubro de
2011), é porque creio no envolvimento
dos jovens da Igreja Adventista do
Sétimo Dia no serviço evangelístico
cristão do presente e do futuro. Sob a
direção de Deus, eles são e serão uma
força poderosa.
Lembremo-nos sempre de que
“temos, hoje, um exército de jovens que
muito pode fazer se forem devidamente
incentivados e dirigidos. Queremos
que nossos filhos creiam na verdade.
Queremos que sejam abençoados por
Deus. Queremos que façam parte de
planos bem organizados para ajudar
outros jovens. Que sejam bem treinados
de modo a representarem corretamente
a verdade, demonstrando que há
razão para a esperança que possuem e
conhecendo Deus em qualquer ramo de
trabalho para o qual estão qualificados”
(Ellen G. White, General Conference
Bulletin, 29 de janeiro de 1893, p. 24).
Quero convidá-lo, especialmente
se você for jovem, a compartilhar suas
ideias sobre esse assunto tão importante. Como você está evolvido na vida
da igreja? O que você mais gosta e o
que você gostaria que fosse mudado na
região onde você vive? Envie suas ideias:
Twitter: @adventistchurch
Facebook:
Adventist-world-magazine
E-mail:
[email protected]
Ted N. C. Wilson é
presidente da Associação
Geral dos Adventistas
do Sétimo Dia em
Silver Spring, Maryland – EUA.
10
Adventist World | Março 2012
Igreja de Um Dia
Namulenga, Malavi
D
isseram que a igreja estaria
“logo depois das plantações de
chá, além do grande baobá, ao lado do
riacho que desenha o nascer do sol.
Aproximadamente 20 minutos”.
Algumas horas depois, após atravessar um mar de galinhas
vermelhas, chegamos a um
conjunto de habitações de
tijolo, dividido por duas estradas de terra vermelha de raro
uso. Nosso motorista estava
completamente perdido, mas
teve uma ideia:
“Acho que estamos perto.
Vamos procurar uma mulher
que tenha aparência de uma
adventista do sétimo dia. Ela
saberá onde fica a igreja.”
Todos no automóvel caíram
na gargalhada, inclusive nosso motorista. Então, ele começou a dirigir vagarosamente pela vila, olhando para o coração e alma de todas as pessoas que
cruzavam nosso caminho...
“Ali está ela!”, exclamou Richard, nosso motorista, apontando para a mulher
batendo roupas em numa pedra enquanto as lavava.
“É óbvio que ela é adventista. Quem mais poderia sorrir dessa maneira?”
Richard acenou para ela, fez algumas perguntas e cinco minutos depois
chegamos à igreja onde ela participa do coral e é líder do departamento de ADRA.
O coração do edifício é uma igreja de Um Dia feita com aço; mas tijolos vermelhos cuidadosamente colocados a transformaram em um centro de adoração
com janelas catedráticas e um hall de entrada amplamente iluminado.
A mulher que nos ajudou propagou em alto e bom som o convite que o vento
quente daquela tarde levou até os membros que viviam pelas redondezas. Rapidamente, a igreja estava repleta da crescente congregação de Namulenga, Malavi.
A Igreja de Um Dia é um programa de colaboração entre
a Igreja Adventista do Sétimo Dia, Adventist-laymen’s
Services e Industries (ASI)[Federação de Empresários
Adventistas] e Maranatha Volunteers International. Estas
histórias chegam até você, todos os meses, por Dick Duerksen, o “Contador de
Histórias” de Maranatha.
S A Ú D E
N O
M U N D O
Devo Comer
Por
Allan R. Handysides
e Peter N. Landless
Peixe?
Percebo que um número crescente dos meus amigos “vegetarianos” se
denominam “pesco-vegetarianos”. Há um, inclusive, que diz ser vegan, mas
come peixe duas vezes por semana. Qual é sua recomendação? Peixe ou não?
A
dieta vegetariana não inclui
alimentos “cárneos”. Alguns
argumentam que o peixe não foi
incluído no termo “carne” no final do
século dezenove; mesmo hoje, muitos
que se consideram vegetarianos incluem
peixe em sua dieta. Nosso Senhor
comeu e serviu peixe depois de ter sido
glorificado, o que, pela lógica, leva à
compreensão de que peixe, intrinsicamente, é um artigo útil na dieta.
Até Ellen White comeu peixe durante
um período no qual alegava não haver
consumido nenhum alimento “cárneo”.
O fato levou alguns pesquisadores a crer
que ela não incluía peixe na terminologia
“carne”, que normalmente se refere à carne
vermelha. Ela, entretanto, alertou sobre
os peixes pescados em águas poluídas.
Desde a época em que Ellen White
viveu, o aumento das concentrações de
mercúrio, cádmium, PCBs e dioxinas
nas águas naturais têm sido frequentes e
não nos sentimos à vontade para recomendar o peixe como parte regular da
dieta. É claro que reconhecemos que há
águas não poluídas e que o consumo de
peixe proporciona alguns benefícios.
Vários estudos mostram que o
consumo de peixe duas ou três vezes
por semana diminui, em 21 por cento, o
risco de ataque cardíaco não fatal.1 Tais
estudos foram realizados em indivíduos
do grupo de “risco” por problemas cardíacos e os estudos randomizados sobre os
efeitos protetores, em larga escala, dos
ácidos gordurosos ômega-3 na população
em geral, foram inconclusivos.2
F O T O S :
W I L F
R AT Z B U R G
Os vegetarianos podem obter
ômega-3 de óleos como de canola,
soja, oliva, semente de linhaça, como
também do abacate e das nozes.
Há uma diferença entre os ômega-3
de origem vegetal (ou o ácido alfalinolênico [ALA]) e o ômega-3 marinho
(ácido eicosapentaenóico [EPA] e
ácido docosahexaenoic [DHA]). Os
omegas marinhos têm sido estudados
mais detalhadamente do que os ômegas
vegetais, e, consequentemente, os
dados não são tão abundantes quanto
dos primeiros.
O “Estudo Adventista sobre Saúde
II” deverá mostrar mais detalhes
relacionados com as diferenças quanto
à saúde dos que praticam a dieta
vegetariana. Os dados preliminares
desse estudo ainda são estatisticamente
inadequados para firmes recomendações. O que é indiscutível é que há
uma grande diferença entre os que
consomem carnes e todos os tipos de
vegetarianos, incluindo os vegetarianos
que comem peixe. Quando se trata de
mostrar a diferença entre uma dieta
totalmente vegetariana (vegan), a
dieta vegetariana (ovo-lácteo-vegetariana) e a dieta pesco-vegetariana
(sem carne, exceto peixe), os dados,
até agora, são inconclusivos, pois não
houve tempo suficiente para avaliar
os resultados. A tendência é que, nos
índices de mortalidade em geral,
atualmente os ovo-lacto-vegetarianos
apresentam pequena vantagem. Para
os níveis de colesterol cardiovascular e
peso corporal a dieta totalmente vegetariana apresenta pequena vantagem. Os
pesco-vegetarianos, embora apresentem
vantagens sobre os que consomem
carne, ficam um pouco atrás dos outros
dois tipos de dieta.
É possível obter algum benefício do
ômega-3 marinho, tomando cápsulas
de óleo de peixe, evitando assim, os
riscos de poluidores como o mercúrio.
Ao testar cerca de 16 cápsulas de óleo
de peixe, a equipe do Consumer Reports3
não encontrou quantidades importantes de mercúrio, PCBs ou dioxina.
A pergunta que permanece, entretanto, é quanto o consumo de cápsulas
de óleo de peixe – e até de peixe –
acrescentam de benefício além dos já
comprovados pela dieta vegetariana
bem balanceada. Só saberemos a resposta definitiva em aproximadamente dois
anos; hoje, porém, a resposta parece ser:
nenhum benefício. ■
1 Ka
He, Yiqing Song, Martha L. Daviglus, Kiang Liu, Linda Van
Horn, Alan R. Dyer, e Philip Greenland, “Accumulated Evidence
on Fish Consumption and Coronary Heart Disease Mortality:
A Meta-Analysis of Cohort Studies,” Circulation 109 (2004):
2704-2711.
2 JoAnn E. Manson, Shari S. Bassuk, “Marine Omega-3 Fatty
Acids and Cardiovascular Disease.”
3 “Omega 3 Oil: Fish or Pills,” Consumer Reports 68, no. 7 (2003);
30-32: The Female Patient 36, no. 11 (Novembro 2011): 12.
Allan R. Handysides, médico ginecologista,
é diretor do Ministério da Saúde da
Associação Geral.
Peter N. Landless, médico cardiologista
nuclear, é diretor associado do Departamento
de Saúde da Associação Geral.
Março 2012 | Adventist World
11
D E V O C I O N A L
A
Verdade
que Conduz à
Eternidade
Por Ramani Kurian
E
u estava viajando de trem para minha cidade
natal. Outra passageira, sentada a certa distância,
deu-me um largo sorriso o qual retribuí na
mesma medida. Para mim, ela era uma estranha.
Fiquei imaginando qual o motivo para tanta
simpatia. Eu não estava usando joias – ela também não.
Certamente havia concluído que eu era pentecostal, pois,
normalmente, em meu estado natal, só os pentecostais não
usam nenhum tipo de ornamento. Quando ela descobriu que
o assento ao meu lado estava vazio, veio e se assentou nele.
Ela começou me perguntando: “Você é crente? Você já foi
salva? Você já recebeu o batismo do Espírito Santo e o dom
de línguas?” E continuou fazendo uma pergunta após outra
sem me dar chance de responder. No final de sua “conversa”
eu disse: “Sim, eu sou crente; sou adventista do sétimo dia.”
De repente, toda a sua alegria e entusiasmo desapareceram.
Comecei, então, a pensar se ela fosse adventista do sétimo
dia, qual deveria ser a sua primeira pergunta? Ainda me
lembro dos primeiros dias após minha conversão, deixando
12
Adventist World | Março 2012
o hinduísmo. Muitos dos meus amigos adventistas perguntavam: “Quando você aceitou a verdade?” ou “Há quanto tempo
você está na verdade?” Sim, como adventistas do sétimo dia
nós amamos a verdade, mas minha pergunta é: que lugar a
verdade ocupa em nossa vida?
Verdade que Justifica
Jesus diz, em João 14:6: “Eu sou o caminho, e a verdade,
e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim.” Quando aceitamos Jesus Cristo como nosso Salvador, aceitamos a verdade
e prometemos viver pela verdade. Assumimos um compromisso com Deus de que viveremos na verdade pelo resto da
vida. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”
(Jo 8:32), é a promessa de Jesus. A despeito de nossa natureza
pecaminosa, a despeito de nós, Jesus se dispôs a tomar nossas
iniquidades e morrer na cruz por nossos pecados. Quando
cremos e aceitamos Seu sacrifício por nós, Ele nos justifica.
Somos perdoados. Podemos começar de novo, mas isso não
significa que nunca mais cairemos. Podemos nos desviar da
Precisamos
compreender
que não é por
nossa força que
conseguimos a
vitória.
verdade nele… pois é mentiroso e pai da mentira.” Quando
mentimos, transferimos nossa lealdade a Deus para o diabo.
Viver uma mentira, finalmente resultará em destruição e
ruina em lugar da vida abundante que Jesus oferece.
Verdade Santificadora
Depois que a verdade nos liberta, Jesus não nos deixa
lutando sozinhos. Ele orou ao Pai: “Santifica-os na verdade.
A Tua palavra é a verdade” (Jo 17:17). A santificação acontece
quando continuamos na verdade. A ligação mais próxima
entre a Palavra de Deus e Jesus, a verdade viva, nos ajuda a
compreender que o estudo da Bíblia e a oração não são opcionais – são o único caminho para encontrar refúgio contra
os ataques de Satanás. Devemos pedir a direção do Espírito
Santo para compreendermos a Bíblia, a fim de que a verdade
seja enraizada em nossa vida. Somos santificados diariamente
pelo Seu poder. Pedro enfatiza que a lealdade para com a
verdade encherá nosso coração de amor pelos semelhantes
(1Pe 1:22). O amor é a principal característica da verdade
santificadora. Haverá crescimento e nos tornaremos mais
e mais semelhantes a Jesus. Paulo devia ter isso em mente
quando incentivou os efésios: “Seguindo a verdade em amor,
cresçamos em tudo nAquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4:15).
Verdade e Glorificação
verdade que aceitamos. Assim, precisamos compreender que
não somos vitoriosos por nossas próprias forças. É o poder
do Espírito Santo que nos mantém ligados ao Eu Sou de João
14:6 e que nos ajudará a discernir a diferença entre a verdade
e a mentira.
Verdade Versus Mentira
Os filhos de Deus amam a verdade e viverão na verdade.
Não haverá lugar para a mentira em nossa vida. Sim, muitas
vezes nos desviamos da verdade por motivos egoístas. Perdemos o Mestre de vista e colocamos a confiança em outra
coisa. Tornamo-nos autossuficientes e esquecemos de que o
inimigo trabalha constantemente para tirar os filhos de Deus
de perto dEle. O egoísmo pode nos levar a dizer mentiras,
a nos desconectar da verdade. Jesus fez sábios comentários
sobre a verdade e a mentira em João 8:44, quando falou para
a liderança judaica de Seu tempo: “Vocês pertencem ao pai de
vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há
Salmo 15:1, 2 pinta um maravilhoso quadro das qualidades
daqueles que estão prontos para viver na presença Deus:
“Senhor, quem habitará no Teu santuário? Quem poderá
morar no Teu santo monte? Aquele que é íntegro em sua
conduta e pratica o que é justo, que de coração fala a verdade.”
O compromisso com a verdade (tanto a encarnada como
a revelada) é a preparação para, finalmente, desfrutarmos
da presença de Deus para sempre. Que privilégio é experimentar a justificação, santificação e, um dia, a glorificação ao
nos comprometermos com a Verdade! “Bem aventurado o
homem que põe no Senhor a sua confiança e não pende para
os arrogantes, nem para os afeiçoados à mentira” (Sl 40:4),
exclama o salmista. Mentira, hipocrisia, bons contatos – não
são nada diante Deus. Ele olha para aqueles que são fieis
à Sua verdade, ou, como citado por Ellen White, os que são
“tão fieis ao dever como a bússola o é ao polo.”* ■
* Ellen G. White, Educação, p. 57.
Ramani Kurian é diretora assistente do
Departamento de Comunicação da Divisão
Sul Asiática, em Hosur, Índia.
Março 2012 | Adventist World
13
V I D A
A D V E N T I S T A
C
arla se sentou à mesa da cozinha
na casa de sua amiga: “Laura”,
disse hesitante, “o Mike me convidou para sair, mas estou confusa! Ele
é uma pessoa maravilhosa, um ótimo
cristão e já nos conhecemos há alguns
meses. Temos muito em comum e
desejo conhecê-lo de uma maneira mais
profunda.” Olhando novamente para
Laura, disse: “É só um almoço...”
Laura carinhosamente segurou as
mãos de Carla e disse: “Mike parece ser
um ótimo rapaz! Mas tenha cuidado.
Você sabe que ele vai à igreja aos domingos. Acho que você não quer uma
relação de jugo desigual, quer?”
A maioria dos adventistas, como a
amiga de Carla, compreendem claramente
que quando Paulo desaconselha a se
unir em “jugo desigual com incrédulos”
(2Co 6:14), ele reitera nossa base bíblica
para a união matrimonial: que os adventistas deveriam evitar se casar com
não-adventistas. Mas, unir-se com outro
adventista não é, por si só, uma receita
garantida de sucesso matrimonial. A
intenção de Deus para o casamento era ter
duas pessoas distintas se tornando uma só
carne (Gn 2:24) – unidas espiritualmente
e também no corpo, coração e mente.
Jugo
Por
Karen Holford
Desıgual?
Qual é o real sentido desse conceito?
um arado muito pesado. Para que essa
união tenha sucesso, é preciso que
ambos os animais dividam e combinem
força, velocidade, altura e resistência.
Movendo-se em velocidades diferentes,
fatalmente andariam em círculos. Se
um animal fosse mais forte, o outro
rapidamente ficaria exausto, angustiado
e ferido pelo esforço extremo de tentar
se igualar a seu par.
Deus estava tão preocupado com o
sofrimento dos animais quando unidos
de forma desigual, que criou uma lei
contra isso: “Não are a terra usando um
boi e um jumento sob o mesmo jugo”
(Dt 22:10). De maneira mais elevada,
o Eterno se preocupa com Seus filhos,
no intuito de evitar a angústia de vê-los
unidos à alguém muito diferente de si.
Pelo conselho do apóstolo acerca
de não se unir em jugo desigual, entendemos que sua preocupação estava
em ver cristãos escolhendo estabelecer
relacionamentos sérios com descrentes.
Assim como a união desigual de dois
animais faz com que o mais fraco
passe por dor e sofrimento, Paulo sabia
que o desequilíbrio das forças em um
relacionamento matrimonial afeta
negativamente os seres humanos. Ele
advertiu àqueles com cargos de liderança e responsabilidades a serem amáveis,
humildes e compreensivos.
Paulo percebeu que quando apenas
um dos cônjuges se tornava cristão,
o casal passava por conflitos, tensões,
dor, solidão, angústias, rejeição e
divergências concernentes à lealdade.
Muitos casais cristãos enfrentam escolhas difíceis entre seu compromisso
com Deus e sua responsabilidade para
com o cônjuge não-cristão. O Senhor
quer protegê-los de fazer escolhas na
vida que comprometam seu desejo de
segui-Lo. Paulo recomendou às viúvas
que gostariam de se casar novamente
Esforço para um Relacionamento
presente desde o princípio, ou que
surgir no relacionamento mais tarde, seja
discutida abertamente para que haja um
plano conjunto para administrá-las.
■ Qualquer divergência que possa surgir
mais tarde no relacionamento é uma
oportunidade para que a pessoa mais
“forte” desenvolva seu caráter cristão,
servindo paciente e humildemente o
cônjuge com bondade e compaixão.
Unindo-se com sucesso
O apóstolo Paulo usa a expressão
“jugo desigual” como uma metáfora
para os relacionamentos humanos,
referindo-se à peça de madeira construída para unir dois animais, quando
colocada em volta do pescoço para
carregar uma sobrecarga ou puxar
■ Ore fervorosamente e procure conselho
sábio antes de iniciar qualquer relacionamento sério com alguém espiritualmente
diferente de você.
■ Escolha se casar com alguém que
incentivará seu crescimento espiritual
contínuo enquanto ele (a) também
14
Adventist World | Março 2012
cresce espiritualmente.
■ Esteja ciente das diferenças naturais
que cada um trará para o casamento.
■ Verifique se o equilíbrio de autoridade em
seu relacionamento é igual e mútuo para
que ninguém seja dominado pelo outro.
■ Certifique-se de que toda divergência
a escolher maridos que estivessem “no
Senhor” (1Co 7:39), pois a vida conjugal já é difícil o bastante!
Exceções Bíblicas
Encontramos algumas histórias
interessantes de casais unidos em jugo
desigual. Ester e o Rei Assuero são um
exemplo de união desigual em dimensões de fé, cultura, etnia, classe, escolaridade, idade e poder aquisitivo. Ainda
assim, Deus usou esse relacionamento
para salvar Seu povo.
Rute, a moabita, casou-se com um
dos filhos de Noemi. Após a morte do
marido, a fé e amor de sua sogra inspiraram Rute a amar e confiar em Deus.
Apesar de ser jovem, pobre, e com um
passado coberto de idolatria; Rute casou
com Boás, um rico fazendeiro judeu.
Rute se tornou uma ancestral de Jesus.
Essas histórias trazem esperança
para aqueles que se encontram espiritualmente em jugo desigual. Obviamente,
Deus tinha um propósito muito especial
para Ester, que exigia seu envolvimento
numa relação tão incomum. A história
de Rute ilustra como cristãos amáveis e
verdadeiros podem ser usados para trazer algum familiar descrente para perto
do Senhor. Nas duas histórias, existe a
forte ênfase na fé, oração, amor e total
confiança em Deus.
Dilemas Desiguais
Os adventistas enfrentam desafios
especiais neste assunto. Quando Paulo
posicionou contra o jugo desigual,
todos os cristãos eram apenas cristãos
sem denominações específicas. Sendo
adventistas, hoje, e acreditando no
sábado como sétimo e santo dia do
Senhor, interpretamos esse versículo
de forma única: Adventistas só devem
se casar com adventistas. Essa é uma
interpretação sábia, pois será confuso
e muito prejudicial para a estrutura
familiar como um todo, tendo em vista
a educação de crianças num lar desigual, em que os pais se dividem em suas
crenças e nos dias de adoração. Também
terão conceitos opostos com relação a
alimentação saudável, uso de álcool, o
que acontece após a morte, etc.
Lídia, a única filha de Abraão,
casou-se com um jovem adventista. Mas
quando a guerra iniciou no país, ele
fugiu, abandonando-a. Agora, a família
esta numa situação delicada. A cultura
de Abraão exige que ele encontre para
a filha um novo marido que possa lhe
dar filhos, lar e proteção. É compreensível sua (Abraão) conclusão de que
Lídia deva se casar até mesmo com um
não-adventista.
Quando Becky se casou com Thomas,
ela pensou ter encontrado sua “alma
gêmea” espiritual. Ele acabara de iniciar
o ministério em uma igreja grande e
muito ativa. Becky estava muito animada em compartilhar o ministério como
marido. O casal parecia ser perfeito em
todos os sentidos. Mas depois de cinco
anos de ministério, a mãe, a irmã e a
sobrinha de Thomas morreram em um
acidente de carro. Sofrendo com a dor
e a dúvida, Thomas perdeu sua fé em
Deus e abandonou o ministério. Apesar
de ter se casado e estar comprometida
com um adventista, Becky se encontra
espiritualmente sozinha.
Explorando outros “jugos
desiguais”
Uma vez que se inicia uma investigação sobre estar unido em jugo desigual,
outros problemas aparecem nos relacionamentos. Como terapeuta de casais
e família tenho visto várias diferenças,
não apenas religiosas, destruírem
casamentos. A classe social, cultura, escolaridade, alvos, antecedentes financeiros,
idade, saúde e a pressão de expectativas
familiares muito elevadas podem criar
uniões desiguais e desconfortáveis.
Algumas pessoas têm ainda a sobrecarga
das responsabilidades consequentes
de relacionamentos passados.
Casais jovens geralmente acreditam
que o amor é forte o suficiente para
vencer qualquer desafio, mas quando o
mar de rosas desaparece e a realidade
da vida conjugal se torna aparente é que
descobrem que algumas lacunas podem
ser mais difíceis de transportar do que
haviam imaginado.
O Desafio do Amor
Existem momentos na maioria dos
casamentos em que nos encontramos
unidos em jugo desigual porque o outro
vive um momento espiritual ou emocional diferente do nosso, independentemente do quanto oremos, procuremos
a sabedoria de outros ou estejamos
expostos a aconselhamento pré-marital.
Isso é um fato natural da vida familiar
num mundo quebrantado. Então, como
resolver isso? Pedro encoraja as esposas
cristãs a se manterem unidas a seu
esposo descrente e a encontrar todas as
formas possíveis para conectar o amor
de Deus à família. Ele as aconselha a
tentar convencer seu marido, não por
intermédio de conversas, mas, sobretudo, por seu amor, cuidado, carinho e
atos generosos (1Pe 3:1-3). É possível
continuar o desenvolvimento cristão
e manter a integridade, mas também
andar ternamente junto àqueles que são
“mais fracos”, assim como disse Jesus.
Ao abordar relacionamentos
saudáveis, Paulo nos encoraja a honrar
uns aos outros acima de nós mesmos
(Rm 12:10), e no “capítulo do amor”
sua primeira descrição do amor é a
paciência (1Co 13:4). Em outras
palavras, não use sua força para arrastar
uma pessoa mais fraca, mas diminua
o ritmo da sua caminhada para andar
lado a lado, carregando o peso de seus
ombros, até que o outro se torne forte
o bastante para dividir a mesma carga.
Ao fazermos isso, entenderemos mais
do sacrifício de amor que Jesus fez por
nós (Fp 2:1-8). ■
Karen Holford é escritora
freelancer, autora e
terapeuta familiar. Mora em
Auchtermuchty, Escócia,
onde seu esposo é presidente da Missão
Escocesa e pastor da Igreja de Crieff.
Março 2012 | Adventist World
15
A R T I G O D E C A PA
O
Feiticeiro
eo
Pregador
Por
Wellesley
Muir
Será que o pregador
compartilharia sua magia?
L
ino Chaiña morava na cidade de Juli, com vista para o
Lago Titicaca, e sustentava a família praticando feitiçaria.
Apesar de a cidade possuir quatro catedrais coloniais
construídas na época dos conquistadores espanhóis, os índios
aimarás viviam cheios de temor e superstição. Como feiticeiro
Chaiña explorava esse temor praticando magia.
Ao saber que o maior livro de magia já publicado estava
à venda em Puno, ele pensou: “Serão dois dias de caminhada
até lá, mas vou fazer qualquer sacrifício para conseguir esse
livro. Oitenta quilômetros é muito longe para caminhar, mas
vai valer a pena.”
Naquele tempo, não havia estrada para Puno, apenas uma
trilha por onde passavam animais e pessoas. Partindo ao
despontar dos primeiros raios de sol sobre o lago, ele passou
pela igreja de Santa Cruz, catedral construída originalmente
pelos jesuítas. Escultores indígenas haviam esculpido um sol
enorme, o deus inca, na fachada da igreja. O fato de o sol que
trazia calor para o seu corpo e dissipava o frio da manhã ter
sido criado por um Deus amoroso, nunca poderia entrar na
cabeça de Chaiña.
Um bando magnífico de flamingos alçava voo enquanto
ele caminhava pelas margens do rio ao norte de Juli. “Suas
asas vermelhas e brancas lembram a bandeira peruana”, ele
pensou. Continuando sua caminhada em direção à cidade de
Ilave, de vez em quando encontrava crianças pequenas pastoreando as ovelhas da família. No meio da tarde, ao passar pelo
vilarejo de Acora, um desconhecido se uniu a ele na jornada.
16
Adventist World | Março 2012
“Chegaremos logo mais a Plateria”, disse o homem.
“Há uma casa na encosta da montanha onde um gringo
(estrangeiro branco) mora. Eles dizem que ele é homem
durante o dia e se transforma em animal a noite.”
“É mesmo?” – perguntou Chaiña.
“É! Dizem que isso acontece o tempo todo.”
“Que incrível!” Chaiña teve uma ideia: “Se eu aprendesse
a fazer isso, eu poderia amedrontar as pessoas à noite. Então,
como feiticeiro, poderia cobrar para proteger o povo dos animais
selvagens... ganharia muito dinheiro.”
Ao se aproximarem de Plateria no fim da tarde, o desconhecido apontou para a única casa com telhado de metal.
Era a única na encosta da colina. “É ali que vive o gringo”, ele
disse. “Seu nome é Ferdinand [Fernando] Stahl.”
Obcecado com a ideia de poder se transformar em um
animal a noite, Chaiña decidiu sair da trilha e procurar
saber mais por conta própria. Ele andou por um caminho de
pedras que levava à casa de Stahl. Trêmulo, bateu na grande
porta de madeira. A porta abriu e um homem alto e forte o
cumprimentou em sua língua nativa aimará.
Não simplesmente um livro – o Livro
“Kamisaraki Hermano! Por que você está aqui?” o pastor
Stahl perguntou.
“Estou indo para Puno, comprar o maior e melhor livro
de magia já publicado”, Chaiña respondeu.
Stahl sorriu dizendo: “Você não precisa ir a Puno. Eu
MISSIONÁRIOS PIONEIROS: Ferdinand e Ana Stahl passaram dez anos servindo o povo da
Bolívia e Peru. O casal serviu por quase trinta anos como missionários.
C O R T E S I A
D O
A U T O R
tenho o melhor livro de magia já publicado aqui comigo.
Entre e eu vou lhe mostrar.”
Stahl se aproximou do homem, deu-lhe um grande abraço
e trouxe o feiticeiro para dentro de sua casa. “Por favor,
sente-se à mesa. Qual é o seu nome?”
“Meu nome é Lino Chaiña, e sou de Juli.”
Stahl foi até uma estante de livros e pegou a imensa Bíblia
da família, com várias ilustrações. “Senhor Chaiña”, ele disse,
“esse é o melhor livro de magia já publicado. Ele muda a vida
das pessoas.”
Chaiña engoliu seco. “Quer dizer que esse livro diz como se
transformar de homem em animal?”
Stahl se assentou ao lado de Lino Chaiña e começou a folhear
as páginas da grande Bíblia. Quando chegaram ao livro de
Daniel, ele viu gravuras de vários tipos de animais estranhos.
“Deve ser verdade”, Chaiña pensou. “Este homem deve
saber como se transformar em um animal à noite”. Quando
chegaram ao livro do Apocalipse, Chaiña já tinha se convencido por completo. Ali estavam gravuras de feras bizarras que
nunca imaginara existir.
Os dois homens conversaram por muito tempo. Por fim,
Stahl disse: “Está tarde demais. Você não prosseguirá para
Puno hoje. Vamos comer juntos, e você pode passar a noite
aqui. Ana, minha esposa, está viajando, mas deixou bastante
pão pra mim, que podemos comer com sopa.”
Mais tarde Stahl sugeriu: “Já que minha esposa não está aqui,
você pode ficar em nosso quarto. Vou dormir na cama grande e
você pode usar a cama dobrável que fica contra a parede.”
Lino Chaiña, o feiticeiro de Juli, observava atento Stahl se
ajoelhar ao lado de sua cama e ficar lá por um bom tempo.
“Ele deve estar suplicando aos espíritos que o transformem em
um animal”, Chaiña imaginava. Em vez de dormir, Chaiña
permaneceu acordado a noite inteira esperando para ver o
missionário Stahl se transformar em animal. Quando Stahl
levantou da cama no dia seguinte, Chaiña resmungou: “O
que eles me disseram não é verdade. Ele continua sendo um
homem.”
Desanimado de certa forma, mas impressionado com o
“melhor livro de magia” e com todas as gravuras de animais
estranhos, permaneceu o dia inteiro estudando a Bíblia
com o missionário. Ele ficou o dia seguinte e mais outro dia.
Estudou com Stahl todos os dias por três semanas. Stahl deu
a Chaiña uma Bíblia e em vez de seguir viagem para Puno a
fim de comprar o grande livro de magia, ele voltou para Juli e
queimou todos os seus livros sobre magia e feitiçaria.
Após continuar o estudo por quase um ano, Chaiña
voltou a Plateria e pediu ao pastor Stahl para batizá-lo. Em
seguida, se batizaram a esposa e os filhos. Nenhum verbete no
dicionário classificaria a Bíblia como um livro de magia, mas
Stahl estava certo. A Bíblia funcionou como mágica no coração da família Chaiña e de milhares de outros índios aimarás
que viviam ao redor do Lago Titicaca.
O poder transformador da Palavra de Deus para mudar
vidas é incrível. Eu gosto da forma como Ellen G. White diz:
Março 2012 | Adventist World
17
“A Bíblia toda é uma revelação da glória de Deus em Cristo.
Recebida, crida e obedecida, ela é o grande instrumento na
transformação do caráter. É o grande estímulo, a constrangedora força que vivifica as faculdades físicas, mentais e
espirituais, dando à existência a devida orientação” (A Ciência
do Bom Viver, p. 458).
Uma ligação com o passado
Minha família morou na sede da Missão do Lago Titicaca
por cinco anos, mas nunca ouvi falar de Lino Chaiña. Logo
após a minha transferência para Lima, a missão solicitou que
eu visitasse postos missionários no Rio Perené.
Certa noite, num vilarejo de Campas, um professor
adventista e a esposa me convidaram para jantar com eles e
saborear mamões, mangas, bananas e um pão delicioso assado em forno a lenha pela esposa. Comendo à luz tremulante
de uma vela, perguntei ao professor de onde ele era e como
se tornara adventista.
“Meu pai era um feiticeiro em Juli”, ele disse. Então, contou-me a história que você acabou de ler. E acrescentou: “Nós
éramos quase os únicos adventistas naquela área, e meus pais
tiveram que fazer muitos sacrifícios a fim de me enviar para
o Colégio do Lago Titicaca, onde estudei para ser professor.
Eu agradeço a Deus pelos Stahls, que trouxeram a Palavra de
Deus à área do Lago Titicaca.”
O filho de Chaiña disse: “Quando os Stahls tiveram problemas de saúde causados pela altitude elevada, em lugar de
voltarem para casa, eles mudaram para o Perené no norte da
Mata Amazônica e foram responsáveis pelo trabalho de evangelismo pioneiro entre os Campas. Para mim é um privilégio
trabalhar aqui onde eles trabalharam.”
“Seu pai ainda está vivo?” perguntei.
“Sim. Minha mãe faleceu, mas meu pai vive sozinho na
montanha que fica acima da cidade de Juli. Ele cuida de um
rebanho de ovelhas e vive da venda da lã”.
Fiz então uma decisão: Se algum dia tiver a oportunidade,
irei visitar Lino Chaiña.
11o
Há Anos
Só um pouco mais longe
Depois de nove anos em Lima, mudamos novamente para
a Missão do Lago Titicaca. Havíamos estado no Peru por
quase 16 anos, e eu ainda não tinha encontrado Lino Chaiña.
Passamos um final de semana prolongado no posto missionário perto da fronteira com a Bolívia. Ao viajarmos para
casa, passamos por Juli. Virei para minha mulher, Evelyn, e
disse: “Se ainda queremos conhecer o irmão Chaiña, é melhor
fazermos isso agora.”
Contudo, havia um problema. Fazia mais de 10 anos que
eu havia visitado seu filho, e tudo que sabia era que seu pai
vivia na montanha que ficava acima de Juli. “Talvez ele até já
morreu”, disse minha esposa.
Começamos a perguntar como chegar até lá. Alguns disseram que não sabiam, mas a maioria apenas apontava para
a montanha. Encontramos uma trilha deixada por animais
Ana e Ferdinand Stahl se tornaram adventistas do sétimo dia em 1902.
Após terem cursado enfermagem no Sanatório de Battle Creek, trabalharam em
clínicas e sanatórios no estado de Ohio, Estados Unidos.
Na assembleia da Associação Geral de 1909 eles se prontificaram a ser missionários, e providenciaram seu
próprio estipêndio (manutenção financeira) para irem ao seu primeiro chamado em La Paz, na Bolívia. Dois anos mais
tarde, foram enviados temporariamente para trabalhar no lado peruano do Lago Titicaca, sob o entendimento de que
serviriam às populações nativas tanto do Peru quanto da Bolívia. Seu trabalho temporário durou 10 anos, até que sua
saúde debilitada os forçou a deixar a altitude elevada dos Andes em 1921.
Eles continuaram a trabalhar como missionários na América do Sul até 1939, quando retornaram aos Estados
Unidos após 29 anos de trabalho missionário.
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Adventist World | Março 2012
A U T O R
D O
C O R T E S I A
CENAS DO CAMPO MISSIONÁRIO (de cima, no
sentido horário) LAGO DA MONTANHA: Lago
Titicaca, um dos lagos navegáveis mais altos do
mundo, foi o lar de muitos missionários adventistas
ao longo dos anos. LAR NAS MONTANHAS: A casa
de Lino Chaiña, a mais de quatro mil metros de
altura. JULI HOJE: Essa foto, com o Lago Titicaca
ao fundo, foi tirada do terreno onde a nova igreja
adventista de Juli será construída. SEMELHANÇA
FAMILIAR: O filho de Lino Chaiña (direita) é professor
na região amazônica onde os Stahls serviram como
missionários.
e começamos a segui-la, parando de vez em quando para
perguntar onde ficava a casa de Lino Chaiña. A resposta era
sempre a mesma. “Ele mora mais acima na montanha.”
Quando a trilha na qual estávamos dirigindo se tornou intransitável, saímos do carro e começamos a caminhar. A respiração a mais de 4.000 metros de altitude se tornou mais difícil, mas
cada vez que parávamos para recuperar o fôlego, podíamos olhar
pra trás e contemplar uma vista magnífica do Lago Titicaca.
Já havíamos andado por mais de uma hora quando
encontramos um homem na trilha, o qual, disse que a casa
de barro de Chaiña ficava só um pouco mais além! Andamos
mais uma hora sem ver nenhuma casa. Paramos e conversamos com algumas mulheres. Uma mulher apontou à
distância – “aquela é a casa de Chaiña.”
Continuamos andando, e a 4.500 metros de altitude,
chegamos à casa de barro coberta de palha. Ninguém estava
ali; tudo estava trancado. Olhei para minha esposa. “Subimos esse caminho todo em vão?”
Dois homens se aproximaram. “Vocês viram Lino
Chaiña?”, perguntei.
“Sim”, disseram. “Ele está com seu rebanho um pouco mais
acima na montanha. Siga a trilha que acabamos de descer.”
Após ter caminhado por mais meia hora, estávamos
ficando desanimados. “Olha, Evelyn,” disse à minha esposa,
“ali está um rebanho de ovelhas.” Andamos em sua direção.
Vi então um homem sentado no chão. Ele estava segurando
algo com as mãos – um livro. Absorto na leitura, ele não
percebeu que estávamos nos aproximando. “Ele está lendo o
melhor livro de magia!” Eu queria exclamar em voz alta.
“Buenas tardes, Hermano Chaiña!” Surpreendido, ele
olhou pra cima. Não podíamos conter nossa alegria. O
ex-feiticeiro Lino Chaiña, com 90 anos de idade, sentado na
encosta da montanha lendo o livro de “magia” – sua Bíblia –
e ainda fiel ao seu Senhor 60 anos após ter encontrado o
pastor Stahl.
Assentamo-nos com ele e conversamos por longo tempo.
Eu lhe disse que havia conhecido seu filho, um professor no
Perené na floresta. Ele disse, “Minha esposa descansa agora,
mas demos graças a Deus quando nosso filho decidiu se tornar um professor missionário. Ficamos muito felizes quando
ele começou a ensinar na mata amazônica onde os Stahls
haviam trabalhado. Agradeço ao Senhor pelo pastor Stahl ter
me ensinado a amá-Lo e a Seu grande ‘livro de magia’.”
Foi difícil conter as lágrimas quando oramos com esse
querido homem idoso e viramos para ir embora. “Tenho
revisado os ensinos da Bíblia sobre a volta de Jesus”, ele disse.
“Oro para que Ele venha logo. Quero estar com vocês, os
Stahls, e com todo o povo de Deus em Seu reino.” ■
Wellesley Muir, missionário e pastor
jubilado, vive em Oakhurst, Califórnia, EUA.
Março 2012 | Adventist World
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C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
NÚMERO 26
Acordando
para a
Eternidade
Por Philip Rodonioff
O
primeiro funeral a que compareci foi o
de minha avó. Eu era uma criança e o que
permaneceu na memória foi a tristeza, as
emoções pesadas e aquele clima “cinzento”
peculiar à ocasião. Mais tarde, como médico,
deparei-me mais frequentemente com a morte; mas nunca
me acostumei a ela. Segundo a autora Susan Cheever: “A
morte é assustadora por que é tão comum. Acontece o tempo
todo.”1 A morte talvez seja “comum” neste mundo de pecado,
mas nunca foi a intenção original de Deus.
A morte é trágica e as perguntas são sempre as mesmas. O
que acontece quando morremos? Para onde vamos? Existe vida
após a morte ou com ela tudo se acaba? A boa notícia é que
a Bíblia tem resposta para todas essas perguntas importantes.
1. Somente Deus é imortal: A Bíblia nos ensina que
somente Deus é imortal (1Tm 6:16). Todo tipo de vida,
inclusive a humana, deriva de Deus. Só temos vida porque
Deus nos dá vida. A imortalidade não é inata aos seres
humanos, mas “condicional” à nossa ligação com Deus
(At 17:25, 28; Tg 4:14; Sl 78:39).
2. Os seres humanos morrem por causa do pecado:
Conforme nos deixa claro a Bíblia, “todos pecaram” (Rm 5:12)
e “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23; veja também
Ez 18:4).* Os primeiros habitantes da Terra escolheram
desobedecer a Deus ao comerem da “árvore do conhecimento
do bem e do mal” (Gn 2:17; 3:6). Ao escolherem desobedecer,
eles se separaram da Fonte da Vida. Como consequência, a
morte entrou neste mundo, mesmo não sendo parte do plano
original de Deus para Seu povo.
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Adventist World | Março 2012
3. A morte é um estado de inconsciência (um “sono”):
Para compreender o que acontece quando morremos, precisamos compreender como Deus criou os primeiros habitantes
da Terra. Na criação, Deus soprou o “fôlego da vida” no pó da
terra (algo sem vida), e “o homem se tornou um ser vivente”
(Gn 2:7). Observe que aqui temos uma fórmula: Pó + Fôlego
de Vida = Ser Vivente (alma). A palavra “alma” (usada em
algumas traduções) se refere simplesmente a uma pessoa viva.
Semelhantemente, quando uma pessoa morre, ela “volta à
terra”; pois, como explicam as Escrituras, “você é pó e ao pó
voltará” (Gn 9:19). O “fôlego de vida”, também conhecido
como “espírito”, volta a Deus (Ec 12:7; Sl 146:4). A Bíblia não
ensina que a pessoa tem uma parte separada, consciente e
imortal, que continua a existir após a morte.
Na morte, termina toda consciência. O morto não tem
consciência de nada e não faz nada (Ec 9:5, 6, 10). Jesus e os
apóstolos (como também os escritores do Antigo Testamento)
frequentemente se referiam à morte como um sono (e.g.,
Mt 9:24; Mc 5:39; Jo 11:11-14; 1Co 15:51, 52; 1Ts 4:13-17;
2Pe 3:4; Dn 12:2; Jó 14:10-12; Sl 13:3).
4. Os salvos ressuscitarão quando Jesus retornar: Por
ocasião da segunda vinda de Cristo, os que dormiram em
Jesus serão ressuscitados para a vida. A Bíblia declara
que: “O próprio Senhor descerá dos céus e os mortos em
Cristo ressuscitarão primeiro” (1Ts 4:16). Os fieis que
estiverem vivos, serão “arrebatados juntamente com eles
nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares”
(verso 17). Essas palavras foram escritas para encorajar cada
fiel, individualmente.
A ressurreição de Jesus é de importância crucial para
os cristãos. O apóstolo Paulo menciona que se Jesus não
houvesse ressuscitado seria “inútil a nossa pregação”
(1Co 15:14) e “inútil a nossa fé” (verso 17). Jesus, porém,
“ressuscitou dentre os mortos” (verso 20). Mais do que
isso, “Por Seu poder, Deus ressuscitou o Senhor e também
nos ressuscitará” (1Co 6:14). Podemos ter certeza de que
ressuscitaremos porque Jesus ressuscitou da morte.
5. Deus dá vida eterna aos salvos: Deus oferece o dom
da vida eterna a todos os que crerem em Jesus Cristo (Jo 3:16;
Rm 6:23). Por ocasião da segunda vinda de Jesus, os salvos
serão transformados e “receberão” a imortalidade. “Pois
a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e
nós seremos transformados. Pois é necessário que aquilo
que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e aquilo
que é mortal, se revista de imortalidade” (1Co 15:52, 53).
6. Os que não se arrependerem ressuscitarão após o
milênio e enfrentarão o julgamento: Os que não se arrependeram não ressuscitarão na segunda vinda de Cristo.
Permanecerão “dormindo” em estado de inconsciência até
o fim do milênio, quando ressuscitarão (veja Ap 20:5).
Essa ressurreição acontecerá antes do julgamento final
(versos 12 e 13). Parece apropriado que os que serão
julgados estejam presentes quando for dado o veredito
final. Jesus, ao falar sobre o assunto, diz: “Está chegando
a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão
a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão
para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem
condenados” (Jo 5:28, 29).
7. O castigo dos infiéis é chamado de segunda morte:
Após o julgamento, os infiéis receberão seu castigo. Esse
castigo é chamado de segunda morte. “Então a morte e
o Hades foram lançados no lago de fogo. O lago de fogo
é a segunda morte. Aqueles cujos nomes não foram
encontrados no livro da vida foram lançados no lago de
fogo” (Ap 20:14, 15; veja 21:8). A Bíblia também usa palavras
como “perecer” e “destruição” ao falar do destino final
dos infiéis ou maus (e.g., 2Pe 3:7-9; Jo 3:16; Hb 10:28;
Ml 4:1). Essas descrições confirmam que a segunda morte
diz respeito à aniquilação (ou extinção) dos maus, em
vez de tormento consciente, contínuo eterno.
8. Finalmente a morte será destruída: A morte é uma
inimiga amarga e cruel; entretanto, será vencida. Segundo
descrito claramente em 1 Coríntios 15:26: “O último inimigo
a ser destruído é a morte” (Ap 20:14). O livro do Apocalipse
declara que a eternidade será para os salvos: “E lhes enxugará
dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não
haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas
passaram” (Ap 21:4 ARA).
Vitória
Muitas pessoas pensam que serão vencidos pela morte.
Um famoso epitáfio romano fatalista declara: “Eu não existia.
Existi. Não existo mais. Não me importo.” As boas novas
da Palavra de Deus, porém, é que Cristo venceu a morte. A
morte, a grande inimiga, morrerá. Os fiéis não precisam temer
a morte. Jesus Cristo oferece a certeza da ressurreição para
a vida eterna a todos os que aceitam Seu maravilhoso dom
da salvação. ■
1 Susan Cheever, Home Before Dark: A Personal Memoir of John Cheever by his Daughter (London:
I. B. Tauris, 2001), p. 233.
Philip Rodonioff, que mora em Gold Coast,
Austrália, é médico e mestre em religião pela
Universidade Andrews. Apresenta seminários
sobre as evidências da fé cristã.
Morte e
Ressurreição
O salário do pecado é a morte. Mas Deus, o único que é imortal, concederá
vida eterna a Seus remidos. Até aquele dia, a morte é um estado inconsciente
para todas as pessoas. Quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, os justos ressuscitados e os justos vivos serão
glorificados e arrebatados para o encontro de seu Senhor. A segunda ressurreição, a ressurreição dos ímpios, ocorrerá mil
anos mais tarde. (Rm 6:23; 1Tm 6:15, 16; Ec 9:5, 6; Sl 146:3, 4; Jo 11:11-14; Cl 3:4; 1Co 15:51-54; 1Ts 4:13-17; Jo 5:28, 29; Ap 20:1-10.)
– Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, Nº 26
Março 2012 | Adventist World
21
D E S C O B R I N D O
O
E S P Í R I T O
O
s pioneiros que estabeleceram
oficialmente a educação
adventista em 1872 se surpreenderiam se pudessem contemplar
a abrangência internacional de sua
iniciativa, 138 anos mais tarde. Partindo
de uma escola com apenas uma sala
sobre a residência do professor na
cidade de Battle Creek, no estado de
Michigan, EUA, aquele projeto inicial se
D E
P R O F E C I A
O
Por
Humberto
M. Rasi
Contınua
Ellen White e a Educação Adventista
transformou verdadeiramente em um
empreendimento global.
Algo que inicialmente foi concebido
como ambiente protegido para o ensino
básico dos filhos das famílias adventistas, logo se tornou o primeiro centro de
treinamento para os futuros pastores
adventistas. Com o passar do tempo,
outros cursos universitários foram agregados para a preparação de professores,
profissionais de saúde, administradores
e missionários para a igreja adventista
na América do Norte, bem como aqueles que seriam pioneiros no exterior.
À medida que a rede de ensino
expandia rapidamente em todos os
níveis acadêmicos nas décadas seguintes,
tornou-se claro que as escolas denominacionais nas missões constituíam um
método eficaz de atrair alunos de outras
denominações para as crenças adventistas. Outras mudanças aconteceram em
seguida. Na segunda metade do século
vinte, nossos colégios e universidades já
estavam oferecendo formação acadêmica
para um número crescente de adventistas que não pretendiam ser empregados
pela igreja, mas que tinham o plano de
encontrar trabalho em várias organizações ou criarem seus próprios negócios.
O ideal de Ellen White para a
educação adventista
Desde os primórdios dessa iniciativa
global, a voz que liderava dando a base
22
Adventist World | Março 2012
conceitual e projetando a visão da educação adventista, pertencia a uma mulher que não possuía um ensino formal
extensivo, mas era uma ávida leitora,
Ellen Gould White. Em seu artigo de
30 páginas “A Educação Adequada”
(1872-1873) – mais tarde expandido em
suas obras Educação (1903) e Conselhos
aos Pais, Professores e Estudantes (1913) –
ela traçou filosofia e missão visionárias,
porém práticas, para a educação
adventista que ainda guiam e desafiam
nossos professores, pais e alunos.
Quais eram as principais características de sua visão para esse tipo especial
de educação? Tais podem ser resumidas
como sendo:
1. A formação cristã das crianças e
jovens faz parte de um processo cooperativo que envolve o lar/pais, escola/
professores e igreja/ líderes religiosos. Os
alunos aprendem que pertencem a um
povo especial com uma história, uma
missão, e um futuro glorioso, nos quais
podem exercer um papel importante.
2. A Bíblia constitui a base e o
ponto de referência em todo trabalho
da escola. O programa curricular como
um todo reflete uma visão de mundo e
os princípios revelados nas Escrituras.
Professores e alunos creem que o
mesmo Espírito Santo que inspirou os
escritores da Bíblia conduzirá aqueles
que a ela se achegam com uma atitude
aberta à aprendizagem.
7. O serviço ao próximo, motivado pelo amor e exemplo deixados por
Cristo é o mais alto propósito de vida.
Prioridade é dada a qualidades como
trabalho honesto, compaixão em ações,
generosidade e justiça. Iniciativas das
escolas de auxílio ao próximo promovem atividades que trazem alívio às
necessidades humanas e falam das boas
novas da salvação.
3. A vida de Jesus Cristo e Seus
ensinamentos recebem proeminência
no campus. A juventude é encorajada
a aceitá-Lo como Criador, Salvador,
Senhor e Rei vindouro, e a entregar a
vida a Ele. Manter um relacionamento
amigável com Jesus traz significado,
propósito e esperança para nossa vida.
8. Os alunos são motivados a
pensar de forma bem embasada, independente e responsável. Em vez de permitirem ser moldados pela cultura que
os rodeia, eles aprendem a abordá-la com
discernimento crítico a partir de uma
perspectiva divina, e também a escolher o
que é verdadeiro, bom e agradável.
4. Aos educadores é dada a
tarefa de promover o desenvolvimento
equilibrado de cada aluno em todas
as dimensões da vida – mente, corpo,
espírito e relacionamentos. Os alunos
são estimulados a adotar um estilo de
vida saudável e a administrar de forma
sábia seu tempo e recursos. Nossa
meta final é a harmonia com Deus,
conosco mesmos, com os outros e com
a natureza.
5. O objetivo principal da educação adventista é auxiliar os alunos a
desenvolver um caráter cristão sólido,
reconhecer seu valor individual como
filhos de Deus, aceitar os valores bíblicos e aprender a fazer escolhas baseadas
em princípios. Essa meta é alcançada de
forma mais eficaz dentro de um contexto de liberdade responsável e disciplina
que salva.
6. Os professores e alunos
reconhecem que toda verdade é a
verdade divina, e que todo campo de
conhecimento pode ampliar e aprofundar seu entendimento da verdade
como revelada em Jesus, na Bíblia e na
natureza. O currículo dá preferência à
aprendizagem interdisciplinar e prática.
A criatividade e a intelectualidade são
estimuladas.
9. A juventude aprende por experiência própria a fazer parte do plano
de redenção divino. Reconhecendo seu
papel de sal e fermento, independente
do trabalho ou da profissão que exercem, eles buscam levar o mundo a estar
em maior harmonia com o ideal divino.
10. Os alunos são estimulados
a descobrir seus talentos e vocação e a
se prepararem para uma vida útil de
aprendizagem autodirigida. O objetivo
final é auxiliar cada um deles a se tornar
cidadão do reino de Cristo, onde seu
ensino continuará pela eternidade com
o próprio Deus.
O ideal continua
Mais de um século já se passou desde que Ellen G. White nos comunicou
sua orientação inspirada sobre um tipo
de educação diferenciada. Desde então,
muitas mudanças significativas ocorreram em nossa sociedade nos âmbitos
da agricultura, indústria, tecnologia
e economia. Contudo, os princípios
e objetivos vitais sugeridos por ela
continuam a ter valor e a transformar
centenas de milhares de vidas.
Atualmente, em um dia de semana
comum, uma média de um milhão e
setecentas mil crianças, adolescentes e
jovens estudam com 85.000 professores
em 7.800 escolas, colégios e universidades adventistas em 145 países do mundo.
A marca do ensino adventista tem
recebido o reconhecimento crescente de
autoridades governamentais em muitos
países, além do apoio de inúmeras
famílias de outras denominações. De
fato, mais da metade dos alunos matriculados atualmente provêm de lares
não-adventistas que valorizam muito o
que oferecemos.
Infelizmente, o índice global de
membros batizados em relação ao
número de alunos em nossas escolas
continua diminuindo a tal ponto que,
em 2008, havia somente nove alunos
para cada 100 membros – uma tendência nefasta numa igreja jovem e em
crescimento como a nossa. Os líderes
da igreja e os membros devem levar
em conta esse desafio e reverter a estagnação ou redução a fim de que mais
alunos adventistas possam desenvolver
seus talentos dados por Deus com o
auxílio de seus dedicados professores e
conselheiros adventistas.
Uma coisa é clara: sem as instituições adventistas de ensino e professores
comprometidos com o ideal de Ellen
G. White, este mundo não veria uma
igreja dinâmica, unificada e missionária
seguindo adiante na preparação de um
povo para o reino de Cristo.
Portanto, permaneçamos fieis aos
princípios educacionais traçados por ela
e os apliquemos na prática em nossas
escolas, colégios e universidades preparando líderes com caráter e convicção
que transformarão o mundo segundo o
grande plano divino. ■
Humberto M. Rasi, PhD
foi professor, editor e
administrador, além de ter
sido diretor do Departamento
de Educação da Associação Geral (1990-2002).
Atualmente jubilado, continua a dar palestras,
escrever e apoiar os projetos educacionais.
Março 2012 | Adventist World
23
S E R V I Ç O
Malamulo:
S A N DY
M AT T I S O N
O
Hospital Malamulo foi fundado em 1908 pela
Igreja Adventista do Sétimo Dia. Está localizado
na província de Makwasa, na zona rural do sul de
Malavi, conhecida pelas plantações de chá. Alguns pacientes
trabalham nessas fazendas e recebem apenas um dólar e quinze centavos por dia. Devido à sua localização e a população
indígena à qual o Hospital Malamulo atende, é difícil ser autossustentável. Atendendo aproximadamente seis mil pessoas
por mês, em seus 220 leitos no hospital principal e clínicas, o
Hospital Malamulo também estende seus serviços às regiões
rurais vizinhas, enviando clinicas móveis e agentes de saúde
que realizam cursos, prestam socorro e vacinação infantil. O
hospital também está associado a uma clínica-escola pública.
Recentemente, nós duas (Adrienne e Sandy), amigas de muitos anos, fizemos uma curta viagem missionária ao hospital.
O Hospital Malamulo treina assistentes de médicos,
enfermeiros e outros profissionais de saúde para servir na
região sul do Malavi.
Por
Adrienne James e
Sandy Mattison
Posto
Avançado
de
Deus
Notícias do Hospital Malamulo
Dras. James e Mattison
No Hospital com a Dra. James
Nossa viagem foi uma jornada que começou há 12 anos,
quando deixamos nosso lar em Nebraska e Connecticut
(EUA) para cursar a faculdade na Universidade Andrews.
Lá, compartilhamos quatro anos memoráveis como colegas
de quarto no Lamson Hall, residencial feminino. Mais tarde,
formadas em biologia, saímos para a faculdade de medicina
em diferentes regiões do país. Hoje, oito anos mais tarde,
nos lembramos do que incentivou a iniciar nossa jornada no
ministério médico, há muitos anos...
Não era possível saber que enquanto sobrevoávamos
Lilongwe, a capital do Malavi, normalmente pacífica, a cidade
estava sendo invadida por protestos que se expandiram por
todo país. Quando chegamos, encontramos as lojas fechadas e
nenhum transporte público. Não havia ônibus para fazermos
a viagem de cinco horas até o Hospital Malamulo. Deus,
porém, tinha outros planos para nós. No Seu tempo perfeito,
um homem adventista que viera a Lilongwe a negócio, estava
voltando para Malamulo no dia seguinte. A viagem de cinco
horas que esperávamos fazer de ônibus para nos apresentar à
comunidade local se transformou numa viagem tranquila, em
carro particular, até nosso destino em companhia de nosso
novo amigo adventista, Elde Paladar. Deus é tão bom!
O dia começava com o culto matutino no hospital. Recebia as mudanças de rotina no trabalho. Particularmente gostei
das canções em chichewa, a língua nativa. Após nossa reunião
de departamento começava a visita médica. Cada quarto na
ala de enfermarias tem filas de camas, todas cobertas por
mosqueteiros. O chão é limpo frequentemente para remover
o persistente pó vermelho trazido das ruas de terra, provavelmente porque a maioria dos pacientes chegam descalços.
Fui especialmente abençoada pela natureza inquisitiva e o
entusiasmo dos meus alunos residentes. Estavam ansiosos
para aprender, o que, para mim, era maravilhoso e aumentava minha paixão pelos pacientes. A resiliência dos pacientes
e das famílias me inspirava. Muitos deles têm que caminhar
vários quilômetros para receber tratamento médico. Na maioria dos casos, membros dedicados da família ou responsáveis
permanecem ao lado da cama do ente querido e ajudam com
os cuidados básicos. Com uma expectativa de vida de apenas
41 anos, no Malavi, muitos pacientes sofrem com uma série
de doenças tropicais como tuberculose, meningite e malária.
Meu trabalho em Washington, D.C. (EUA), com um dos
maiores índices de HIV, fez com que eu me sentisse familiarizada com as complicações da doença apresentada por
24
Adventist World | Março 2012
muitos pacientes. Devido às dificuldades de acesso aos cuidados de saúde, os pacientes parecem muito mais agradecidos
pelos tratamentos oferecidos no Hospital Malamulo.
em vez da anestesia espinal, como é feito nos EUA. Essa conduta
diminui os preços e estimula o planejamento familiar.
Dra. James
Com a Dra. Mattison
Passava a maior parte de meu tempo na maternidade. Enquanto o número de outros pacientes do hospital aumenta com
a época da malária e diminui na estação seca, a maternidade
permanece cheia praticamente o ano todo, atendendo entre 25 a
40 pacientes em tempo integral. A média de nascimentos por
dia é de quatro a sete crianças. A equipe é composta por duas
enfermeiras obstetras, às vezes com a ajuda de dois residentes
e um médico de plantão. A maternidade oferece assistência
pré-natal (anterior ao parto), trabalho de parto, parto e pós-parto
às pacientes e aos bêbes. As duas enfermeiras obstetras também
são responsáveis pelo cuidado de uma sala especial dedicada aos
bebês prematuros e suas mães. Em uma maternidade dos EUA,
para fazer o mesmo trabalho é necessário pelo menos uma dúzia
de enfermeiras, o mesmo número de auxiliares de enfermagem
(além de enfermeiras obstetras, residentes e médicos).
As pacientes grávidas com dor no baixo ventre e nas
costas, são convidadas a permanecer no hospital por algumas
horas, dias ou semanas, esperando pelo trabalho de parto,
pois muitas têm que andar grandes distâncias para chegar
a esse oásis. As salas de parto são compostas por três camas
altas, cobertas de vinil preto. Cortinas de tecido as separam.
Não há cadeiras de rodas e é necessário que as mulheres em
trabalho de parto subam os degraus para se deitar. Assim
que dão à luz, elas descem os degraus, tomam banho sozinhas
e se arrastam até a ala de pós-parto. É impressionante a força e
resistência que elas têm. Pelo menos duas em cada seis mulheres
estão contaminadas pelo HIV. Felizmente, uma clínica especial
e um programa do governo disponibilizam medicamentos para
reduzir a transmissão de HIV da mãe para o filho. Todas as
ligações tubárias pós-parto são realizadas com anestesia local
No Malamulo fomos abençoadas com um maravilhoso clima
até um dia antes de nossa partida, quando choveu por dois dias
com algumas pálidas aparições do sol. Na noite em que partimos, ao começarmos nossa viagem de ônibus pelo interior do
Malavi, a chuva parou. Quando o sol surgiu, fiquei surpresa ao
descobrir altas montanhas e colinas anteriormente escondidas
pela poeira e fumaça da biomassa. Antes da chuva eu via uma
linda paisagem com colinas aqui e ali, mas a chuva revelou uma
vasta paisagem montanhosa e viçosa. Essa é uma lembrança
que eu jamais teria não fosse pela chuva. Fico pensando: “É
assim com o nosso Salvador. Ele permite que atravessemos as fortes
chuvas da vida para nos abençoar com a vasta paisagem que nem
imaginamos que estava ali, anteriormente, oculta à nossa visão.”
Dra. Mattison
“Malamulo está fazendo grandes coisas com um orçamento
inacreditavelmente pequeno, cuidando de pacientes que não
podem pagar pelo atendimento médico. Louvo a Deus pelos
profissionais médicos, nativos e estrangeiros, que se doam com
sacrifício aos cuidados desses pacientes.” ■
Dra. Adrienne James trabalha como clínica geral na região de
Washington, D.C. (EUA). Dra. Sandy Mattison é ginecologista/
obstetra na Pennsylvania, (EUA).
Hospital Adventista Malamulo
Private Bag 2, Makwasa, Malavi
O Hospital Adventista Malamulo é uma das três instituições de saúde administradas pela União/Missão da Igreja Adventista
do Sétimo Dia do Malavi, com cerca de 340 mil membros. A instituição foi reconhecida como o melhor hospital do país e o terceiro
melhor da África para tratamento do HIV/AIDS.* Em seu campus, regularmente, há alojamento para o pessoal médico visitante,
como as duas autoras deste artigo, e para alunos do Students for International Missionary Service (SIMS), com sede em Loma
Linda, Califórnia, EUA. Grande parte desse treinamento e assistência voluntária é por meio da Adventist Health International (AHI),
cuja página da Internet facilita os serviços na área do voluntariado, financeiro e outros serviços do hospital. A AHI oferece cursos
em administração, pessoal, assistência técnica e outros recursos para manter, melhorar e restaurar a qualidade de funcionamento
em cerca de setenta hospitais adventistas em todo mundo.
*Visite a página da Internet “See the Giving Children Hope” no seguinte endereço: www.gchope.org/malamulo-hospital-in-need-of-medical-supplies.html.
Março 2012 | Adventist World
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R E S P O S T A S
A
P E R G U N T A S
B Í B L I C A S
Arca
da
Aliança
A
Qual é o
significado
A arca da aliança era o
móvel mais importante
do Tabernáculo/Templo
israelita. Era uma caixa
de madeira, coberta com
ouro, com cerca de 1,22 m
de comprimento e 76 cm de
altura e largura. Originalmente
continha apenas as tábuas dos Dez
Mandamentos. A caixa era coberta por uma tampa de ouro onde estavam fixados dois querubins
formando uma peça com a tampa. A arca era o símbolo da
presença e do poder do Deus. Como representava a presença
do Senhor, a arca passou a expressar importantes ideias
sobre Deus.
1. Lugar de Revelação: A residência de Deus entre os
israelitas era o lugar onde Ele se comunicava e Se manifestava
a Seu povo. Ele disse a Moisés “Ali, sobre a tampa, no meio
dos dois querubins que se encontram sobre a arca da
aliança, Eu me encontrarei com você e lhe darei todos os
Meus mandamentos destinados aos israelitas” (Êx 25:22,
NVI; cf. Nm 7:89).
Em uma ocasião, os israelitas foram até onde estava a
arca para consultar ao Senhor antes de saírem para a guerra,
e Ele lhes respondeu (Jz 20:27). É impressionante que nosso
Deus estivesse disponível para o Seu povo naquele lugar
específico – nesse caso, o tabernáculo, e no espaço entre os
dois querubins na arca da aliança.
2. Lugar de Adoração: Como a arca, localizada no
Lugar Santíssimo do Templo, era um símbolo do Senhor,
as pessoas O adoravam na direção do Tabernáculo/Templo:
“Ergo as mãos para o Teu Lugar Santíssimo” (Sl 28:2;
cf. 138:2). Josué caiu e orou diante da arca e o Senhor lhe
respondeu (Js 7:6-11). Os israelitas não adoravam a arca,
mas buscavam ao Senhor naquele lugar onde Ele se encontrava com eles, e onde podiam oferecer-Lhe suas orações
e louvores.
3. Lugar do Rei: O Senhor era o rei do Seu povo, e a
arca O representava como tal. O salmista se refere a Deus
como “Pastor [Rei] de Israel” que “tem o Teu trono sobre
os querubins” (Sl 80:1). Ezequiel usa a mesma expressão e
acrescenta, “só Tu és Deus sobre todos os reinos da Terra
da arca da
aliança?
26
Adventist World | Março 2012
(2Rs 19:15; cf. 2Sm 6:2). Isso não significa que a arca estava
no trono de Deus, mas que ela O representava como rei da
Terra. Como rei, da arca, o Senhor conduziu Seu povo em
campanhas militares. Quando andavam como exército, a
arca do Senhor mostrava o caminho (Nm 10:33, 35); quando caminharam pelo rio Jordão, carregando a arca, o rio
parou de correr (Js 3:13); em Jericó a presença do Senhor,
representada pela arca, levou o povo à vitória (Js 6).
A arca era um símbolo, não o próprio Deus. A presença
da arca na guerra não significava que o Senhor estava presente entre Seu povo. Sua presença estava diretamente ligada
à aliança de fidelidade. Quando a aliança era quebrada, a
presença da arca era inútil e o povo de Deus era derrotado
(1Sm 4:1-11).
4. Local de Julgamento e Misericórdia: a arca muitas
vezes é chamada de “arca do testemunho” porque o
símbolo da aliança – a tábua dos Dez Mandamentos – era
colocada dentro dela como testemunho da aliança entre
Deus e Israel. A lei era a lei da vida; sua violação era uma
questão muito séria e devia ser tratada pelo Senhor da
Aliança. O sistema sacrifical lidava de diferentes maneiras
com o pecado do povo e sua necessidade de expiação.
Porém, a lei dentro da arca era coberta com o “propiciatório” (Êx 25:17), o local da expiação, sugerindo que a
última palavra de Deus para nós é misericórdia na forma
de expiação (perdão) por sangue.
O Novo Testamento identifica esse sangue como o
sangue do Filho de Deus. Ele agora intercede por nós diante
da arca do Senhor no santuário celestial, na presença do
Rei do universo, conduzindo Seu povo para o conflito final,
mediando nossa adoração, garantindo-nos o perdão e
absolvição no julgamento final, durante o dia escatológico
da expiação. ■
Ángel Manuel Rodríguez, hoje aposentado,
serviu muitos anos como diretor do Instituto
de Pesquisa Bíblica da Associação Geral.
E S T U D O
B Í B L I C O
O Poder da
lguém disse sabiamente: “Você pode viver semanas sem
alimento, dias sem água, minutos sem ar, mas dificilmente
sem esperança.” A esperança eleva nosso espírito e anima o coração. Ela nos ajuda a atravessar os períodos difíceis da vida indicando um futuro melhor. Tira nossos olhos da Terra e eleva nosso
olhar para o Céu. Concentra-se nas promessas de Deus e não em
nossos problemas. Esta lição explora o poder da esperança.
1 Em todo Antigo Testamento, o povo de Deus
frequentemente era infiel a Ele, desviando-se para
a idolatria e pecado. Entretanto, nosso Senhor o
procurava. Leia Jeremias 29:11. Que promessa
maravilhosa o profeta deu aos israelitas quando
estavam cativos em Babilônia?
A despeito da rebelião de Israel, Deus ainda tinha um destino
para eles; seu futuro ainda estava em Suas mãos. Deus
prometeu dar a eles “um futuro e esperança”. Não importa
os desafios que enfrentamos na vida, Deus promete nos dar
um novo futuro. Temos a esperança de que Ele tem planos
para nossa vida e que Seu futuro é melhor que o nosso passado.
2 Como Gomer, esposa de Oséias, foi infiel a ele,
Israel foi infiel para o Senhor. Gomer deixou seu
marido por outros amantes e vagou em desespero.
Em Oséias 2 o Vale de Acor representa toda a
desesperança e desespero enfrentado por Gomer em
sua terrível situação. Que palavras de ânimo Oséias
diz para Gomer, em Oséias 2:15?
Mesmo em meio ao seu desespero, Deus abriu uma porta de
esperança. O que uma “porta de esperança” significa para você?
3
Leia Zacarias 9:11 e 12. Que apelo urgente faz
Deus àqueles que se desviaram dEle? Como Ele
chama Seus filhos rebeldes? Por que essas palavras
são tão animadoras?
4
Em um sentido muito real cada um de nós está
detido na prisão do pecado. Estamos atados ao inimigo.
Somos pecadores por natureza e por escolha. Somos
prisioneiros, mas “prisioneiros com esperança.”
Leia Romanos 5:1, 2 e 5. O que Jesus Cristo fez para
remediar nossa situação desesperadora? Como isso
mudou nossa vida?
G R AY
Esperança
M A R I A H
A
Por
Mark A. Finley
Por meio da vida, morte e ressurreição de Jesus temos esperança outra vez. Somos “justificados” pela morte de Cristo na
cruz. Temos paz com Deus e podemos nos alegrar na esperança do glorioso futuro hoje, amanhã e para sempre no Seu
reino eterno. Como resultado por tudo que Jesus fez por nós,
está fazendo e ainda fará, podemos nos alegrar na esperança.
5
Qual é nossa única fonte de esperança? Está
nela nossa habilidade de resolver problemas, ou é
nossa sabedoria que nos livra de situações difíceis?
Leia as passagens a seguir, a respeito de onde vem a
genuína esperança. Colossenses 1:27; 1 Timóteo 1:1;
Hebreus 6:18.
Conhecer Jesus é conhecer a esperança. Ao desenvolvermos
um autêntico relacionamento com Jesus, a esperança inunda
nossa vida. Esperança e Jesus nunca estão separados. Se
queremos mais esperança, precisamos mais de Jesus.
6
Como o apóstolo Paulo chamou a Segunda Vinda
de Jesus Cristo em Tito 2:13?
O retorno de nosso Senhor é a “bendita esperança” para um
mundo crivado com doenças, desastres e morte. Ele é a única
esperança para nosso planeta confuso e caótico. Num planeta
em rebelião contra Deus, onde as guerras cobram seu preço,
crianças morrem de fome e inocentes sofrem, a única esperança real para os problemas aparentemente insolúveis que nos
oprimem, é a volta de Jesus.
7 Até que o círculo vicioso da morte seja quebrado,
a morte é inevitável para todo ser humano. O que
interromperá a marcha da morte através da história?
Leia 1 Tessalonicenses 4:13 a 18 e reflita sobre a
gloriosa esperança do retorno do nosso Senhor e
sobre a grande reunião quando nossos queridos
ressuscitarão e juntos subiremos para nos encontrar
com Jesus nas nuvens.
A Bíblia é um livro cheio de esperança. Jesus nos criou. Ele
tem um plano para nossa vida. Mesmo quando O traímos, Ele
ainda Se importa e abrirá uma “porta de esperança” em nosso
vale de desespero. Cristo morreu por nós. Ele vive por nós.
Ele virá outra vez para nós. Ele preparou um lugar nos Céus,
especialmente para nós e anseia que estejamos lá.
Se isso não nos encher de esperança, o que o fará? ■
Março 2012 | Adventist World
27
TROCA DE IDEIAS
Muito obrigado por enfatizar o que
precisamos abordar e o que estávamos
abordando.
S. Ezekiel Wheel
União Colombiana do Norte,
Medellin, Colômbia
Compartilhando o
Poder de Deus
Cartas
Dentro das Cidades
No exemplar de outubro de 2011 da
Adventist World chamou minha atenção
o artigo tema da revista “Dentro das
Cidades”. Vários itens relacionados ao
evangelismo nas cidades: “Braços de
Amor”, por Gary Krause e “Jesus Chora
pelas Cidades”, por Mark A. Finley.
Fiquei impressionado com a ênfase
dada ao pensamento de Ellen White
em “Tornando-O Conhecido”: “Unicamente os métodos de Cristo trarão
verdadeiro êxito no aproximar-se do
povo. O Salvador misturava-Se com os
homens como uma pessoa que lhes
desejava o bem. Manifestava simpatia
por eles, ministrava-lhes às necessidades e granjeava-lhes a confiança.
Ordenava então: ‘Segue-Me’” (Jo 21:19).
(A Ciência do Bom Viver, p. 143).
maıs
Estou enviando o artigo “O Milagre
de Hiroshima”, de agosto de 2011,
para minha amiga Ryoko Suzuki. Essa
amiga que mora na Holanda precisa de
evidências do poder de Deus através
dos séculos.
Que o Senhor Deus continue
abençoando seu maravilhoso trabalho
em todo o mundo. Recebemos muita
inspiração dos artigos que lemos todos
os meses na Adventist World.
Yoly Mangold
Argentina
Esse artigo, e todos os artigos da
Adventist World podem ser encontrados
em nossos arquivos na página
www.adventistworld.org.
– Os Editores.
Dia de
Alegria
Chamou
minha atenção
o artigo de Ted
N. C. Wilson,
“Dia de Alegria”
(julho de
2011). É muito
interessante.
É importante lembrar as pessoas que
o sábado do quarto mandamento não
deve se tornar um fardo, pois, como
sempre dizemos: “O sábado é um dia de
descanso e adoração.”
É muito comum ver pessoas que não
guardam o sábado, ou outras pessoas
falando sobre esse dia de um modo que
o faz parecer apenas mais uma parte da
lei Mosaica – um dia só de “restrições”,
no qual não podemos fazer nada.
Concordo com o pastor Wilson,
que o sábado deve ser uma de nossas
experiências mais felizes, e que a preparação começa antes da sexta-feira, e não
alguns minutos antes do pôr-do-sol.
O lar, a mente e o coração devem estar
durante toda a semana se preparando
O sábado deve ser uma das
nossas experiências mais felizes.
– Tassia Bianca Jansen Bueno, Curitiba, Brasil
O Índice Global das
Cidades de 2010 classificou
as maiores cidades do
mundo em termos de
negócios, cultura, política,
informação e capital
humano. Segundo essa
classificação, as cinco mais
do mundo são:
■
■
■
■
■
Nova Iorque
Londres
Tóquio
Paris
Hong Kong
Fonte: National Geographic, Dezembro de 2011
para esse dia como uma aliança especial
com Deus. Começando nas primeiras
horas de cada manhã e prosseguindo
em comunhão diária com Ele.
Adventist World fornece importante
informação para a vida cristã, saúde,
histórias missionárias e até orientações
para manter a comunhão com Deus. É
maravilhoso que a igreja produza algo
tão bom.
Adventist World é uma importante
ferramenta para transmitir a mensagem
sobre Deus, Seu amor, Seu Filho Jesus e
a salvação por meio de Sua morte.
Seria excelente se a Adventist World
também fosse distribuída nas escolas
adventistas como presente para os pais,
que, assim como os não cristãos, poderiam
receber o evangelho por meio da revista.
Tassia Bianca Jansen Bueno
Curitiba, Brasil
Com Mais Esperança
Estou muito feliz por ler a revista
Adventist World. Estou em situação
financeira muito difícil, e essa revista
me ajudou a ter mais esperança. Por
favor, ore por mim!
Johnny Qkhunnttenbeurg
Uganda
Letters Policy: Please send to: [email protected].
Letters must be clearly written, 100-word maximum. Include
the name of the article and the date of publication with your
letter. Also include your name, the town/city, state, and country
from which you are writing. Letters will be edited for space and
clarity. Not all letters submitted will be published.
PA R A
SUA
Há  Anos
N
o dia 14 de março de 1858, Ellen White
teve uma visão em Lovett’s Grove (hoje,
Bowling Green), Ohio, EUA, que se tornou
conhecida como sua visão do grande conflito.
Em seguida, Ellen White começou a escrever a
visão, completando a maior parte do manuscrito
em junho. Em setembro, Dons Espirituais, volume 1,
foi publicado, com o subtítulo de O Grande
Conflito Entre Cristo e Seus Anjos e Satanás e Seus
Anjos. Mais tarde, foi expandido para O Grande
Conflito, parte da Série O Conflito dos Séculos,
que inclui Patriarcas e Profetas, Profetas e Reis, O
Desejado de Todas as Nações e Os Atos dos Apóstolos.
Fonte: James R. Nix, Memorable Dates From Our Adventist Past.
SAÚDE
Uma porção diária de vegetais de folhas verdes pode reduzir o risco de diabetes, tipo 2,
em 14 por cento. O repolho e espinafre contém polifenois que podem prevenir o
estresse oxidante, que causa o diabetes e outras doenças crônicas.
Fonte: Mens’s Health
Março 2012 | Adventist World
29
TROCA DE IDEIAS
ATÉ
5O
Meu
PALAVRAS
Livro
Bíblia
preferido da
Meu livro preferido da Bíblia é o de
Salmos. Sempre que necessito ser
enlevada espiritualmente, leio os Salmos.
Eles parecem refletir todos os aspectos
da vida humana: alegria, tristeza,
segurança, adoração, dúvida e perdão.
Eu não sobreviveria sem os Salmos.
1.1 bilhão
PELOS
NÚMEROS
O número de pessoas no
mundo que vive com 1 dólar
por dia, ou menos.
Fonte: A Dollar a Day; http://library.thinkquest.org/05aug/00282/home.htm.
■
– Inga, Oslo, Noruega.
Gosto de ler o Apocalipse. Não entendo
muitas das suas imagens e figuras, mas
compreendo o suficiente para saber
que Cristo e Seus seguidores finalmente
triunfarão sobre a “antiga serpente
chamada diabo ou Satanás” (Ap 12:9).
■
– Francisco, Lima, Peru.
Meu livro favorito da Bíblia é 1 Coríntios,
provavelmente porque meu capítulo
preferido da Bíblia seja 1 Coríntios 13.
Eu o leio pelo menos uma vez por
semana. Quando compreendemos
quanto Deus nos ama, como podemos
não amar aos outros?
■
– Sienna, Christchurch, Nova Zelândia.
No próximo mês, diga-nos com até 50 palavras
qual sua promessa bíblica preferida. Envie
para [email protected]. No assunto
coloque: “50 Words or Less.”
30
Adventist World | Março 2012
VIDA
ADVENTISTA
Certa tarde, durante nosso programa Jovem Adventista,
brincamos de “caçando animais na Bíblia”. Dois grupos
competiram citando o máximo possível de versos
bíblicos que mencionavam um determinado animal.
Pela quinta
rodada da palavra
“camelo”, nosso grupo não sabia mais
passagens. Antes,
porém, do limite de
tempo expirar, Er,
de 6 anos de idade,
levantou-se, defendendo nosso grupo.
Muito ansioso, ele
T H O M A S VA N D E N B E R G
disse: “Esse camelo
era aquele que meu avô e eu encontramos em algum
lugar em Reis. Só não consigo lembrar o capítulo.”
E, virando-se para seu avô, que estava no outro
time, Er perguntou: “Vovô, diga o verso agora, por
favor? Daquele camelo que levou as especiarias para a
rainha de Sabá. A gente divide os pontos.”
– Roldan H. Bacus, Pagadian, Filipinas.
Oração
GRATIDÃO
Em 2005, fui ferido pela explosão de
uma mina terrestre no Afeganistão.
Ainda estou esperando para ser recompensado. Preciso das suas orações.
George, via e-mail
Por favor, ore por mim. Estou enfrentando dificuldade para pagar meu curso
universitário.
Emelda, Zimbábue
“Eis que cedo venho…”
Que
Lugar
é
Esse?
Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação
Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.
Editor Administrativo e Editor Chefe
Bill Knott
Editor Associado
Claude Richli
L I N D A
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
M É D I C O
D E
LO M A
Comissão Editorial
Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun,
vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley;
Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana;
G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan;
Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian,
acessor legal.
C E N T R O
Comissão Coordenadora da Adventist World
Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Kenneth
Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk, Han, Suk Hee
D O
Editores em Silver Spring, Maryland, EUA
Lael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores associados),
Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi,
Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran
G E N T I L E Z A
Editores em Seul, Coreia do Sul
Chun, Pyung Duk; Chun, Jung Kwon; Park, Jae Man
Editor On-line
Carlos Medley
RESPOSTA: Em Loma Linda, Califórnia, Estados Unidos, Sandra Cisneros, paciente
do Hospital Infantil da LLU, brinca de piloto em um dos quatro helicópteros da polícia
que pousaram no terreno da Universidade para o 13o Crianças Voam com Policiais
(evento anual), no dia 26 de outubro de 2011. O copiloto de Sandra, Richard Estes, do
Departamento de Polícia de Riverside, demonstra como o helicóptero funciona.
A disciplina nos ensina a
fazer o que não é natural em nós.
– Pastor Andres Portes
Meu aluguel venceu e não tenho dinheiro.
Por favor, ore para que Deus providencie
o dinheiro e fortaleça minha fé.
Carol, Canadá
Por favor ore para que minha irmã passe no exame de validação do diploma de
enfermagem e consiga um trabalho.
Harvey, Filipinas
Trabalho para Deus em hospitais,
prisões e feiras públicas. Por favor, ore
para que eu consiga garantir itens
necessários como: Bíblias, roupas, alimentos e sapatos, e, ao mesmo tempo,
seja um instrumento na obra de Deus,
tocando a vida das pessoas.
Joshua, Quênia
Coordenadora Técnica e de Revisão
Merle Poirier
Colaborador
Mark A. Finley
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Adventist World é uma revista mensal editada
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Vol. 8, No. 3
Março 2012 | Adventist World
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