A aposta no diálogo, na negociação e na concertação é um referencial da ação da FNE e dos seus Sindicatos. Mas não deixamos de recorrer, sempre que necessário, às mais variadas formas de contestação e luta, no sentido de obter a valorização dos Trabalhadores que representamos, e no sentido de garantir os direitos que lhes têm de ser reconhecidos, em nome de condições de trabalho digno. A verdade é que, nos tempos mais recentes, e entre 2013 e 2014, várias foram as apostas que foram ganhas em resultado da ação da FNE. 1 A imposição do horário de 40 horas na Administração Pública só teve efeito no crescimento da componente individual de trabalho A FNE conseguiu, em processo negocial, que a imposição do aumento do horário de trabalho em 5 horas por semana, para toda a Administração Pública não fosse atribuído na componente letiva mas, na componente individual de trabalho. Ganhos para todos os professores que não tiveram aumento de horário de trabalho diretamente com os alunos; não haver diminuição de horários para atribuir; se as 5 horas fossem acrescidas à componente letiva, haveria menos horários em cada escola/agrupamento, o que levaria a ausência de componente letiva para muitos professores e muito poucas hipóteses de colocação de professores contratados. Em certas situações, o eventual aumento de 5 horas na componente letiva levaria à necessidade de atribuição de mais duas turmas a cada professor. 2 Professores em mobilidade por doença sem componente letiva A partir do ano letivo de 2013/2014, os professores em situação de mobilidade por doença não necessitam de ter componente letiva atribuída. Esta situação faz com que todos estes professores possam ser colocados em escola/agrupamento de que necessitam sem dependência da existência de componente letiva, que ficasse por atribuir aos professores do respetivo quadro. Ganhos para o professor que necessita deste tipo de mobilidade, a garantia de que terá colocação na escola/agrupamento de que necessita; libertação da componente letiva destes professores, para outros professores, o que poderá impedir idas à IACL e poderá contribuir para a necessidade de mais professores contratados. para o ano de 2014/2015, há mais de 2000 professores a quem foi autorizada esta mobilidade, logo, mais uma centena de horários (componente letiva) disponíveis. 3 Tempo para o exercício do cargo de Diretor de Turma manteve-se na componente letiva Contrariamente à proposta do MEC, a FNE conseguiu, em processos negociais, em 2013 e em 2014, que as horas para o exercício do cargo de Diretor de Turma, fossem diminuídas às horas da componente letiva, o que implica uma redução da componente letiva para os docentes que assumem este cargo. Ganhos para os professores que assumem este cargo que ficarão com menos componente letiva e algum tempo para o trabalho que o cargo exige. Por vezes, esta redução retira uma turma do horário, de cada Diretor de Turma; para os professores dos Quadros de cada uma das escolas/agrupamentos, que veem aumentada a possibilidade de mais horas de componente letiva para ser atribuída, o que implicará a não necessidade de IACL para muitos professores; para os professores contratados que terão mais hipóteses de colocação, atendendo a haver mais horas de componente letiva. 4 Docentes a aguardar despacho de deferimento do pedido de aposentação, apresentado até final de junho de 2014 não têm turma atribuída A FNE negociou, para os anos letivos de 2013/2014 e 2014/2015, que a estes professores não fosse atribuída componente letiva. Ganhos para o próprio; para os alunos que não terão de mudar de professor, a meio do ano letivo; para a organização das escolas; para os professores dos Quadros em risco de terem ausência de componente letiva. Deste modo, evitar-se-á que muitas centenas de professores tenham que fazer a IACL, com todos os prejuízos que isto acarretaria para cada um; para os professores contratados que terão mais hipótese de colocação. 5 Componente letiva mínima para elaboração dos horários dos docentes dos 2º e 3º ciclos do ensino básico e ensino secundário A FNE conseguiu, em mesa negocial, que para os professores dos ciclos referidos, a existência de 6 horas de componente letiva, fosse considerada suficiente para efeitos de atribuição de horário, sendo as restantes horas para perfazer um horário completo atribuídas com trabalho pedagógico. Ganhos os professores nesta situação não têm de concorrer a IACL, já que não é considerada ausência de componente letiva, a não atribuição da totalidade da componente letiva. os professores contratados terão mais hipóteses de colocação. Síntese: se juntarmos todos os horários que, fruto, destes processos negociais da FNE, foram “recuperados”, verificaremos que houve, já no ano letivo 2013/2014 e haverá no ano letivo de 2014/2015 milhares de professores dos quadros que ficaram e ficarão “salvos” da ausência da componente letiva e não tiveram e não terão que ir à IACL. Os professores contratados tiveram e terão mais horários disponíveis para serem colocados. 6 Libertação para mais de 25 000 docentes da exigência de realizarem a prova de avaliação de capacidades e competências (PACC) A FNE negociou com o MEC a dispensa da realização desta prova para todos os professores que tivessem 5 ou mais anos de serviço. Com este processo negocial, ficaram dispensados da realização da PACC mais de 25000 professores contratados. 7 Antecipação para 2015 do concurso interno previsto para 2017 A FNE obteve também, em resultado de processo negocial, que o concurso interno de docentes, previsto para 2017, fosse antecipado para 2015, permitindo a aproximação definitiva de muitos docentes dos quadros em relação às escolas da sua preferência. Ganhos antecipado em 2 anos o concurso interno para todos os docentes que pretendem a aproximação à sua área de residência. 8 Vinculação de professores de escolas públicas do ensino artístico (música e dança) e professores do ensino artístico especializado (Escola António Arroio e Escola Soares dos Reis) A FNE, em processo negocial, tornou possível a vinculação de 98 professores das escolas do ensino artístico (música e dança) e de 51 professores das Escolas António Arroio e Soares dos Reis. Todos estes professores passam a integrar o Quadro da respetiva escola. 9 Reposicionamento no índice 272 de docentes do índice 245 A FNE sempre defendeu que os docentes com mais de 5 anos e menos de 6 anos de serviço em 2010 têm direito a estarem posicionados no índice 272. Na conjugação da ação em Tribunal e da ação negocial, foi possível obter a garantia do cumprimento deste direito, com o pagamento dos retroativos que estão em causa, evitando-se desta forma ultrapassagens injustas de docentes com mais tempo de serviço por outros com menos tempo de serviço. 10 Reconhecimento para progressão em carreira de ações de formação de curta duração Por efeito da intervenção da FNE, foi possível integrar no regime jurídico da formação contínua a frequência de ações de curta duração – como conferências e debates em que muitos docentes participam e em que se valorizam profissionalmente, e que até agora não tiveram qualquer reconhecimento no âmbito daquela formação. Como é fácil identificar, a preservação do emprego para os docentes dos quadros e a possibilidade de emprego para os docentes contratados foram objeto de vários processos negociais. Nunca desistimos do princípio de que não há Professores a mais e que a Educação de Qualidade precisa é de mais respostas educativas, para mais sucesso para os nossos Alunos. Foram grandes as vitórias da FNE, como se pode analisar na descrição atrás realizada. Milhares de Professores têm o seu posto de trabalho, fruto da ação da FNE www.fne.pt