Página 2 - Bauru, sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
OPINIÃO
Entrelinhas
Tribuna do leitor
Da Redação
MEDICINA: VENDA DE VAGAS!
Despreparo
É com muita tristeza e indignação que tenho
acompanhado as investigações a respeito de
venda de vagas em cursos de medicina em nosso
amado País. Como mãe de pretenso estudante
de medicina, fico desanimada e indignada em
saber que meu filho logo estará competindo com
quadrilhas criminosas compostas de pais e filhos
corruptos que compraram suas vagas.
É lamentável constatar a imoralidade de
pais que compram as vagas de seus filhos, e
assistir a esta cumplicidade imunda e indecente. Filhos são submetidos a treinamentos nos
quais são orientados a como usar equipamentos
eletrônicos e como se comportar na prova para
evitar suspeitas! Que tipo de médico será este
estudante no futuro? Certamente um médico
sem escrúpulos, sem ética, que “conquistou”
a sua vaga sacrificando horas de estudos de
muitos estudantes que acabam não conseguindo
ingressar nesta carreira.
Só me resta pedir a Deus e torcer para que
as autoridades fiquem mais atentas, e quem sabe
implantem mecanismos eficazes de segurança,
como uma vigilância mais ativa nos vestibulares.
Somente estudantes que estudaram arduamente
é que serão verdadeiros e preparados médicos!
(Adriana Rufino - Procuradora municipal)
As providências necessárias e cobradas pela população após a tragédia
de Santa Maria têm feito, entre outras
coisas, mostrar o despreparo do poder
público, que trabalha no improviso para
fiscalizar e fazer cumprir a lei, atividades
atribuídas a ele legalmente. A edição de
hoje traz o empurra-empurra e o conflito
de informações entre a Secretaria Municipal do Planejamento e a Defesa Civil
acerca dos trâmites de liberação de uma
casa noturna que já tinha o aval do Corpo
de Bombeiros para funcionar. Além de
outra que nem funcionou neste período.
Na origem
Os conflitos de procedimento não
são de hoje e já apareceram logo no
início do processo de fiscalização das
casas noturnas na cidade. A prefeitura
tentou passar a bola para o Corpo de
Bombeiros, que a devolveu. A missão
de lacrar as boates sobrou, então, para
a Defesa Civil, que deveria atuar, na realidade, apenas em casos emergenciais,
com risco eminente de catástrofe.
Em tempo
Na última sessão da Câmara Municipal, vários vereadores novatos justificavam não poderem discutir determinados
assuntos por estarem entrando agora no
Legislativo. O terceiro encontro já se passou e esse discurso deve ficar no passado.
Afinal, temas como a Fundação Regional
de Saúde vêm sendo debatidos exaustivamente no campo político há mais de um
ano. Além de parecer que estão fugindo
da raia, podem passar a impressão de que
estão desinformados e são despolitizados.
Consenso
O vereador Markinho da Diversidade
(PMDB) não vai mais exibir um vídeo
com o depoimento de um ex-paciente
do Esquadrão da Vida, com supostos
relatos sobre promessa de ‘cura gay’. A
decisão foi tomada após reunião entre
representantes da entidade, parlamentares, conselhos municipais, Sebes e Secretaria de Saúde. Segundo o vereador, o
Esquadrão se comprometeu a investigar
as denúncias, que podem se resumir a
um caso isolado.
Tucanato
Acontece amanhã, na Câmara Municipal de Lins, encontro das coordenadorias
regionais do PSDB de Bauru, Jaú, Marília
e Lins. O evento terá participação dos deputados Pedro Tobias, que preside o diretório estadual da sigla, e Mendes Thame. O
futuro do partido e as novas perspectivas,
em busca do fortalecimento, estarão na
pauta da região. Vale lembrar que a eleição
direta para presidente está sendo discutida
no diretório municipal de Bauru.
Semelhança
Curiosa a semelhança entre o secretário estadual do Emprego Carlos Ortiz
e o ex-presidente Lula. O pedetista, que
esteve em Bauru nesta semana, tem a barba grisalha parecida e a língua um pouco
presa. Além disso, começou a militância
política na vida sindical, representando
os metalúrgicos. A única diferença é que
Ortiz é indicação do PDT, partido do
vereador Fabiano Mariano, que mantém
distância do governo estadual.
Logo cedo...
Ortiz também esbanjou bom humor.
Antes de assumir a Secretaria do Emprego e Relações de Trabalho, atuava no
Sindicato dos Aposentados. Ele brincou
dizendo que muitos funcionários da pasta
pensaram que fossem ter moleza com um
‘velhinho’ no comando. “Mal sabem que
velhinhos levantam cedo da cama porque
não tem mais nada para fazer lá. Então
gastam o tempo colocando a molecada
para trabalhar”, ironizou.
Política & Entrelinha
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Transformando cidades
com o transporte coletivo
Acaba de ser publicado pelo Banco Mundial o livro “Transformando cidades com o
transporte coletivo: integração uso do solo e
transportes para a sustentabilidade urbana”.
O estudo explora o complexo processo existente na integração entre transporte coletivo
e o uso do solo, em cidades com rápido em
crescimento, nos países em desenvolvimento. Este assunto permeia os debates em
cidades do mundo todo. O estudo identifica
os obstáculos e as oportunidades para uma
coordenação eficaz tanto da infraestrutura de
transporte coletivo como do planejamento e
desenvolvimento urbano. Também recomenda um conjunto de políticas e medidas de
implementação para superar essas barreiras e
explorar essas oportunidades.
Uma boa integração entre o transporte coletivo e desenvolvimento urbano cria formas e
espaços citadinos que reduzem a necessidade
de viagens por veículos motorizados individuais. Áreas com bom acesso ao transporte
público e espaços urbanos bem projetados,
que sejam favoráveis ao uso dos modos de
transportes a pé e por bicicleta, se tornam
lugares muito atrativos para as pessoas viverem, trabalharem, aprenderem, praticar lazer
e interagirem. Esses ambientes melhoram a
competitividade econômica da cidade, reduzem a poluição local e as emissões globais de
gases de efeito estufa, promovendo inclusive o
desenvolvimento. Essas metas são o cerne do
moderno conceito de Desenvolvimento Orientado pelo Transporte (TOD), muito importante
para o futuro da sustentabilidade urbana.
O livro mostra os melhores exemplos de
“cases” globais do transporte coletivo orientando cidades, que têm relevância direta para
as cidades de países em desenvolvimento.
Há algumas delas, atualmente, investindo
em Transporte Rápido por Ônibus (BRT)
e sistemas de Veículos Leves sobre Trilhos
(VLT), caso de: Curitiba, Ahmedabad, na
Índia e Bogotá, na Colômbia. Muitas cidades
americanas, berço dos automóveis, também
estão se transformando através da implantação
de transporte coletivo de massa com alta qualidade, como são os casos de São Francisco,
na Califórnia, Houston, no Texas, Jacarta, na
Indonésia, Dublin, na Irlanda, dentre tantos.
Bauru lançou, no final de 2012, um processo de Concorrência Pública, visando a contratação de serviços de Engenharia de Transporte,
para elaborar o Plano de Transporte Coletivo
de Bauru. Em duas oportunidades anteriores,
a Prefeitura realizou modificações no sistema
de transporte coletivo, cujas alterações ficaram
muito aquém do que a cidade precisava.
Espera-se que o novo Plano promova não
só modificações no esquálido sistema de transporte por ônibus comuns, mas que promova
um choque de mobilidade urbana, que possa
introduzir a cidade no nível de modernidade
esperado, trazendo melhorias significativas
para a qualidade de vida do bauruense. Neste
sentido é necessário um profundo e maduro
relacionamento entre Emdurb e Seplan. A cidade atinge quase a cifra de 400 mil habitantes
e precisa de um planejamento urbano e de
transportes condizente com a sua importância.
A oportunidade é agora. Afinal, serão
gastos cerca de R$ 800 mil na elaboração do
Plano. O que se espera é que soluções desafiadoras, modernas, responsáveis e sustentáveis
possam ser efetivamente implantadas. Caso
isto se concretize, o prefeito Agostinho terá o
seu nome inscrito na relação dos grandes governantes de Bauru. Caso contrário, a cidade
continuará perambulando pelas periferias de
cidades que são incapazes de mudar paradigmas de problemas urbanos não resolvidos
através dos tempos. (O autor, Archimedes
A. Raia Jr., é engenheiro, mestre e doutor
em Engenharia de Transportes, professor da
UFSCar e Diretor de Engenharia da Assenag.
E-mail: [email protected])
Cidades e as mudanças
na iluminação pública
Existe a possibilidade de as concessionárias de distribuição de energia elétrica
deixarem de prestar o serviço de iluminação
pública nas cidades brasileiras. Tal mudança
não trará qualquer benefício à população. Pelo
contrário, aumentará o custo e poderá reduzir
a qualidade, notadamente para pequenos municípios. A justificativa para a medida prevista
na Resolução Normativa nº 414/2010 da Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica) é o
fato de o serviço tratar-se de incumbência das
cidades. Assim, o órgão regulador pretende
que até janeiro de 2014 os ativos de iluminação pública sejam transferidos aos municípios
pelas concessionárias, que não mais terão
obrigação de executar atividades nessa área.
Diante disso, e ainda que seja possível reverter a situação, conforme se pode ver no sítio
www.energia.fne.org.br, os municípios devem
agora se preparar para aprimorar a gestão da
iluminação pública, independentemente da
transferência dos ativos. Tal serviço, que pode
parecer simples, envolve tecnologia avançada
e em constante evolução, com equipamentos
cada vez mais eficientes. Com isso, é possível aumentar a sensação de claridade com a
redução do consumo de energia.
Cada prefeitura tem de contar em seu quadro com pelo menos um engenheiro eletricista
com conhecimento das normas técnicas pertinentes da ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas). Isso é imprescindível para
que se fiscalize adequadamente os serviços de
uma empresa terceirizada contratada ou até
mesmo para recepcionar os ativos de iluminação pública da concessionária, condicionando
a sua adequação em conformidade às citadas
regras. Utilizar lâmpadas que tenham vida útil
de pelo menos quatro anos, com perda de fluxo
luminoso, ao longo desse período, de até 30%
e ainda luminárias com eficiência superior a
70%, não é o mesmo que fazer compras em
supermercados ou lojas de material elétrico.
Esse complexo e essencial serviço público será colocado em pauta pela Assenag
(Associação dos Engenheiros, Arquitetos e
Agrônomos de Bauru), pelo SEESP (Sindicato
dos Engenheiros no Estado de São Paulo) e
pelo CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) com apoio institucional
da Secretaria de Energia do Estado de São
Paulo, nos dias 6 e 7 de março próximo, em
Bauru, na sede da Assenag. O “Seminário
estadual de gestão de iluminação pública com
sustentabilidade e qualidade de energia” terá
palestrantes de alto nível de diferentes estados
e contará com a presença de prefeitos, secretários municipais e técnicos do ramo.
Entre os temas na programação, os mais
diversos aspectos de como cada município deve
se organizar para ter suas vias e praças públicas
bem iluminadas; as especificidades de cada tipo
de via e intensidade de trafego; como implantar
um sistema de gestão com informações de todos
os pontos de iluminação; modelos de editais
para a contratação de empresas terceirizadas;
adequação de leis municipais para arrecadação
da contribuição para o sistema de iluminação
pública (CIP/COSIP) por faixas de consumo,
variando de acordo com a capacidade contributiva de cada munícipe; a convivência harmoniosa da iluminação pública com a arborização;
as normas técnicas da ABNT aplicáveis; e
as novas tecnologias utilizadas, incluindo as
lâmpadas LEDs. Haverá ainda exposição de
produtos de fabricantes e fornecedores. (O autor,
Carlos Augusto Ramos Kirchner, é diretor do
Seesp e consultor em energia)
O que eles dizem
* “Sou inocente, não sei por que estou
aqui.” (Gil Rugai, acusado de matar o pai e
a madrasta, ao juiz, antes de se recusar a responder às perguntas do promotor. Página 16)
* “É de uma engenharia impossível de ser
fazer.” (Antonio Mentor, deputado estadual
pelo PT, ao criticar a ideia de Lula de aliança
na candidatura de Dilma em 2014. Pág. 15)
ATENÇÃO, AUTORIDADES
DE BAURU: RESPONDAM!
Uma pergunta que exige resposta: a fiscalização, realizada quase em mutirão, dos documentos
e instalações necessários ao funcionamento dos
estabelecimentos que comportam grande quantidade de pessoas, e as consequentes ações, é
constante ou apenas foi realizada em função dos
acontecimentos ocorridos em Santa Maria/RS?
Se a resposta for ´foi apenas em razão do grave
incidente acontecido no Rio Grande do Sul´,
explica-se o porquê de alguns estabelecimentos
interditados estarem, ainda, funcionando.
Se a resposta for ‘é constante’, então o caso
é mais sério do que se imaginava. Isso em razão
da existência de um prédio no centro da cidade
de Bauru, onde funcionou por muito tempo um
hotel, ter sido interditado e até esta data abrigar
muitas pessoas, o que se pode comprovar preferencialmente no período noturno, por lâmpadas
acesas nos cômodos, roupas estendidas nas
janelas e varais. (Antonio Ramos)
O MOMENTO DO BASTA!
Minha presença neste coluna quase sempre
se refere a futebol e ao Corinthians. Desta vez o
assunto é o mesmo, mas o teor muda um pouco. Há alguns meses escrevi sobre a violência
gratuita nos estádios de futebol, mas agora a indignação é muito maior do que qualquer paixão
por futebol ou por clube de futebol.
O que leva um ser vivo a deixar seu País,
sua família,viajar milhares de quilômetros para
soltar um sinalizador e matar um adolescente de
14 anos? Não sei! Penso que nunca saberei, pois
com certeza vejo e sinto futebol de uma maneira
muito diferente deste ser vivo.
Estes fatos, que mancham um clube, uma
cidade, Estado e País, têm que acabar. Se o meu
time do coração foi elogiado por todos quando
sua torcida cruzou continentes para deixar o
Japão tingido de preto e branco, agora tem que
ser punido pelo que esta mesma torcida fez. Só
uma punição muita severa fará com que estes
vândalos, que premeditam situações de risco,
pensem um pouco mais antes de agir. Será que
vão ao estádio para ver seu time mesmo? Ou
vão para satisfazer seus desejos mais estúpidos?
Tem que doer a punição, ou logo mais estaremos lamentando outras mortes, em nome de
amor ao clube. Neste momento, eu, que sempre
digo que a torcida do Corinthians vai ao estádio
para ver a si mesma, estou de luto, como todo o
futebol está. (Helder F. de Aguiar)
GASPARINI GRITA
Após ler matéria que o bairro Bauru 22 está
sendo contemplado com um grande empreendimento na área social com a construção de um
“CEU”, aqui no Gasparini somos refutados a
viver num “inferno”, pois nosso bairro já tem
quase 30 anos, tem o nome de um dos mais importantes políticos de Bauru, e nunca recebeu um
investimento que se diga digno de notícia neste
conceituado jornal. Sou eleitor deste prefeito nas
duas eleições, estou aguardando pelo menos que
se cumpra a promessa feita na primeira eleição
que é interligação deste bairro com a pousada
da esperança I. Outro bairro que se encontra
em péssimas condições. Que se manifestem
os políticos que representam esta sofrida área
da cidade. Muito obrigado pela atenção. Ps.
Não tenho pretensão política nenhuma, mas me
indigno com o pouco caso. (Ederval Imbriani)
BAIRROS SEM ÁGUA
Reiterando comentários feitos nesta tribuna,
como moradora da Rua Um do Mary Dota,
também estou insatisfeita com o rompimento
constante de água em meu bairro. Quando
ligo no DAE para pedir esclarecimentos, sou
informada que isso ocorre pelo crescimento
populacional expressivo do bairro. Agora faço
uma pergunta/sugestão: se o DAE não comporta
tal crescimento, por que não dar lugar a uma
empresa competente? (Taciana Gonçalves)
Tribuna do Leitor
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