UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOQUÍMICA: PETRÓLEO E MEIO AMBIENTE OLGA LUCIA VILLARREAL BARRAGAN CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA AMÉRICA LATINA Salvador 2012 OLGA LUCIA VILLARREAL BARRAGAN CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA AMÉRICA LATINA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio ambiente – POSPETRO, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Geoquímica do Petróleo e Ambiental. Orientador: Prof. Dr. Antônio Fernando de Souza Queiroz Co-orientador: Prof. Dr. Jorge Alberto Trigüis Salvador 2012 _________________________________________________________ B268 Barragan, Olga Lucia Villarreal Caracterização geoquímica de óleos da América Latina. / Olga Lucia Villarreal Barragan. - Salvador, 2012. 109f. : il. Orientador: Prof. Dr. Antônio Fernando de Souza Queiroz. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio ambiente, Universidade Federal da Bahia, Instituto de Geociências, 2012. 1. Derramamento de óleo – America Latina. 2. Cromatografia Liquida. 3. Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto de Geociências. III. Título. CDU: 550.46:502(8) ___________________________________________________________________ Elaborada pela Biblioteca do Instituto de Geociências da UFBA CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA AMÉRICA LATINA Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente – POSPETRO, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Defesa Pública: 14/03/2012 Banca Examinadora .................................................................................................................... Prof. Dr. Antônio Fernando de Souza Queiroz (Orientador) Doutor em Geoquímica do Meio Ambiente: Université Louis Pasteur de Strasbourg, França Universidade Federal da Bahia (UFBA). .................................................................................................................... Prof. Dr. Jorge Alberto Trigüis (Co-orientador) Doutor em Geoquímica Orgânica: University of Newcastle Upon Tyne, Inglaterra Universidade Federal da Bahia (UFBA). .................................................................................................................. Prof. Dr. Luiz Carlos Lobato dos Santos Universidade Federal da Bahia (UFBA), Escola Politécnica .................................................................................................................... Prof. Dr. Sérgio Luís Costa Ferreira Doutor em Química pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil Universidade Federal da Bahia (UFBA). Dedico esta vitória, nossa vitória, a meus amores, minha filha, Marianita Guaqueta Villarreal A Omar Henry Guaqueta, pela sua paciência em todo este tempo, pelo seu apoio incondicional para construir um melhor futuro para todos nos, A minha mãe por esse infinito amor que sempre tem para mim e para Marianita, A minha Irmã “mi flaquis” pelos sorrisos que me fizeram mais forte. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela infinita generosidade que sempre tem para comigo, por encher minha vida de pessoas maravilhosas, de alegrias, de oportunidades, de privilégios, e sei que não sou as mais católica do mundo, mas ele sabe quanto gosto dele e sabe que todos os dias me esforço por ser um melhor ser humano. Agradeço a minha família, a minha mãe por ser o suporte da minha vida, o meu pai pelo seu amor para minha filha, a meus irmãos porque sempre estão perto nos momentos bons e nos momentos ruins (amo vocês), a meu sobrinho “Fabi” que não precisa falar que me ama, mas que me faz sentir que sou importante na vida dele, e toda minha família que sempre esteve presente tudo este tempo. Agradeço imensamente ao Professor Trigüis porque acreditou em mim e meu deu esta grande oportunidade que jamais imaginei ter. Você é um ser que admiro e quero muito, e hoje meu crescimento profissional é graças a você. Ao professor Antônio Fernando de Souza Queiroz Coordenador da POSPETRO, pela disposição que sempre teve para ajudar com que este trabalho seja hoje uma realidade. Agradeço a Marcos Melo por chegar na minha vida, pelos dias maravilhosos que passamos juntos por que me mostrou coisas da vida que não conseguia enxergar, pelos cuidados, pelo amor desinteressado e verdadeiro, só desejo que faça parte de minha vida para sempre. Agradeço a todos os profissionais do NEA que sempre dão o melhor deles para ajudar nos trabalhos de pesquisa de todos nós. A Sarinha pela disponibilidade que sempre tem no laboratório e pelas ideias ótimas que teve para meu trabalho. A minha turma maravilhosa de mestrado Bomfim, Joana, Tainã, Ana Carol e Eli, pessoas que levo em meu coração, vocês são os melhores profissionais, inteligentes, comprometidos, trabalhadores e lutadores e o mais importante: são seres humanos grandes, cheios de virtudes, sabem que tem uma amiga na Colômbia que sempre vai fazer qualquer coisa por vocês. As portas da minha casa estarão sempre abertas para vocês. Obrigada minha Joaninha porque você além de ser minha colega, é minha irmã brasileira, você abriu as portas da sua casa para mim, e mais que as portas da sua casa as de sua vida. Você é uma mulher em todo o sentido da palavra, e me sinto honrada de ser sua amiga (ailoviu). Agradeço a meus amigos e colegas Diego Fernando Garcia e Vladimir Blanco funcionários do Instituto Colombiano del Petróleo (ICP) na Colômbia, que me ajudaram não só enviando amostras de óleo desse país, mas também dando os melhores conselhos para tomar decisões muito importantes na minha vida. Agradeço também a Laurys Duno funcionária de Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), pela ajuda para coletar as amostras de óleo desse país. À professora Eliane Soares de Souza, líder do Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (LENEP) da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), pela ajuda nas análises dos biomarcadores das amostras e pela disposição do laboratório para completar meu trabalho. À FAPESB e a CAPES pela concessão de bolsa durante o tempo do desenvolvimento do Mestrado. A Rede Cooperativa em Recuperação de Áreas Contaminadas por Atividades Petrolíferas – RECUPETRO, pela disponibilização de recursos para atividades de campo e laboratório. E a todas aquelas pessoas que de forma direta ou indireta fizeram parte de esta etapa tão importante da minha vida, com certeza o Brasil fará parte de mim para sempre. Haz sólo lo que amas y serás feliz, y el que hace lo que ama, está benditamente condenado al éxito, que llegará cuando deba llegar, porque lo que debe ser será, y llegará naturalmente. Facundo Cabral Faça tão somente o que amas e serás feliz. Quem faz o que ama está benditamente condenado ao êxito, que chegará quando deve chegar, porque o que deve ser será e chegará naturalmente. Facundo Cabral RESUMO O presente trabalho foi desenvolvido no âmbito da Rede Cooperativa em Recuperação de Áreas Contaminadas por Atividades Petrolíferas – RECUPETRO. Foram examinadas e caracterizadas geoquimicamente 13 amostras de óleo representativas de algumas das principais bacias petrolíferas da América Latina. A sequência analítica incluiu Cromatografia Líquida (coluna aberta), Whole Oil por Cromatografia Gasosa (CG) e biomarcadores por Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (CG-EM), com o intuito de obter informações importantes tais como sua classificação com relação ao conteúdo de hidrocarbonetos (saturados e aromáticos) e não hidrocarbonetos (resinas e asfaltenos); o tipo de matéria orgânica que originou a sua maturidade; sua rocha fonte possível e os processos que podem ter sofrido, como alteração e biodegradação. A cromatografia líquida é uma técnica de separação de mistura e identificação de seus componentes. Esta técnica foi otimizada no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A otimização do método foi baseada num planejamento fatorial em dois níveis 22, onde a melhor resposta das diferentes combinações das variáveis foi a obtida usando as seguintes proporções: 0,02 g de amostra de óleo da bacia Potiguar no Brasil, com uma coluna de sílica gel ativada a 400-450 ºC durante 4 horas, a fração saturada foi eluída com 30 mL de n-Hexano, a fração aromática foi eluída com uma mistura de n-Hexano/Diclorometano (1:1, v/v, 40mL) e por último a fração NSO foi eluída com Diclorometano/Metanol (8:2, v/v, 40mL); estas misturas de solventes e volumes utilizados mostraram que a separação foi eficaz. A interpretação final dos resultados de Whole Oil e biomarcadores nas amostras, considerou a análise individual de cada óleo segundo suas características composicionais gerais e moleculares (estudo de biomarcadores da fração saturada). A composição global das amostras estudadas é de um óleo parafínico. O grau API dos óleos varia entre 27º e 37º, classificados como óleos leves e óleos medianos. Observando o ambiente deposicional, a maioria das amostras sugere origem marinha, mas algumas amostras possuem características de origem terrestre e lacustre. Os biomarcadores associados à maturação indicaram que as amostras são pouco maduras ou que estão no início da janela de geração de óleo. Algumas amostras não apresentam sinais de biodegradação ou um nível muito baixo. Palavras chaves: Óleo, América Latina, Cromatografia Liquida, Biomarcadores, Evolução Térmica, Paleoambiente Deposicional. RESUMEN El presente trabajo fue desarrollado con la cooperación de la Red Cooperativa en Recuperación de Áreas contaminadas por Actividades Petrolíferas – RECUPETRO. Fueron estudiadas y caracterizadas geoquimicamente 13 muestras de petróleo representativas de algunas de las principales cuencas de América Latina. La secuencia analítica incluyo cromatografía líquida (columna abierta), Whole Oil por cromatografía gaseosa (CG) y biomarcadores por cromatografía gaseosa acoplada a espectrometría de masas (CG-EM), con el objetivo de obtener informaciones importantes tales como su clasificación con relación al contenido de hidrocarbonatos (saturados y aromáticos) y no hidrocarbonatos (resinas y asfaltenos), el tipo de materia orgánica, evolución termal, posible roca fuente y los procesos que pudieron haber sufrido como alteración y biodegradación. La cromatografía es una técnica de separación de mezclas e identificación de sus componentes. Esta técnica fue optimizada en el Laboratorio de Estudios de Petróleo (LEPETRO) en la Universidad Federal de Bahía (UFBA). La optimización del método se baso en la en un planeación factorial 2 2, donde la mejor respuesta de las diferentes combinaciones de las variables fue la obtenida usando las siguientes proporciones: 0,02 g de muestra de petróleo de la cuenca geológica de Potiguar-Brasil, 4g de sílica gel activada a 450○C durante 4 horas, la fracción saturada fue extraída con 30mL de n-Hexano, la fracción aromática con n-hexano/Diclorometano (1:1, v/v, 40mL) y por ultimo la fracción NSO con Diclorometano/Metanol (8:2, v/v. 40mL), estas mezclas de solventes y los volúmenes usados demostraron que la separación fue efectiva. La interpretación final de los resultados de Whole Oil y biomarcadores de las muestras considero un análisis individual de cada de las muestras según sus características composicionales generales y moleculares (estudio de biomarcadores de la fracción saturada). La composición global de los crudos es de crudos Parafinicos. El grado API de las muestras esta entre 27° y 37º clasificándolos como crudos leves y medianos. Analizando el ambiente deposicional la mayoría de las muestras sugieren un origen marino, pero algunas poseen características de aportes de origen terrestre y lacustre. Los biomarcadores asociados a la evolución térmica indicaron que las muestras son pocos maduras o que se encuentran en el inicio de la ventana de generación de petróleo. Algunas muestras no presentaron evidencia ninguna de biodegradación o en niveles bajos de la misma. Palabras Clave: Petróleo, América Latina, Cromatografía Liquida, Biomarcadores, Evolución Térmica, Paleoambiente Deposicional. ABSTRACT This work was developed with the support of Cooperative Network Recovery in Areas Contaminated by Petroleum Activities - RECUPETRO. Thirteen (13) samples of oil were studied and characterized geochemically, representing some of the major basins of Latin America. The analytical sequence included liquid chromatography (open column), Whole Oil by Gas Chromatography (GC) and biomarkers by gas chromatography coupled to mass spectrometry (GC-MS), in order to obtain important information such as classification with respect to the content of hydrocarbon (saturates and aromatics) and non-hydrocarbon (resins and asphaltenes), the type of organic matter, thermal evolution, possible source rocks and the processes that may have suffered alteration and biodegradation. The liquid chromatography is a separation technique and blending identification of its components. This technique was optimized in the Laboratory of Petroleum Studies (LEPETRO) of the Federal University of Bahia (UFBA). The optimization method was based on a factorial design on two levels 22, where the best response from different combinations of the variables was obtained using the following proportions: 0.02 g of oil sample basin Potiguar in Brazil with a column of silica activated gel 400-450 ° C for 4 hours, saturated fraction was eluted with 30 ml of n-hexane, the aromatic fraction was eluted with a mixture of n-Hexano/Diclorometano (1:1, v / v, 40mL) and NSO last fraction was eluted with dichloromethane / methanol (8:2, v / v, 40mL), these solvent mixtures used and volumes shown that the separation is effective. The final interpretation of the results of Whole Oil and biomarkers in the samples, consider the individual analysis of each oil according to their general compositional characteristics and molecular (biomarker study of the saturated fraction). The overall composition of the oil was classified as paraffinic crudes. The API gravity of the samples is between 27° and 37° classifying them as light and medium crude. Analyzing the depositional environment most of the samples suggest a marine origin, but some have features contributions from land and lacustrine. Biomarkers associated with thermal evolution indicated that the samples are semimature or in the beginning of the oil generation window. Some samples showed no evidence of biodegradation or low levels thereof. Keywords: Oil, Latin America, Liquid Chromatography, Biomarkers, Thermal Evolution, Depositional Paleoenvironment. LISTA DE FIGURAS Figura 1. Os diferentes processos de transformação da matéria orgânica em petróleo. Fonte: Adaptado de Tissot e Welte, (1984). .................................................................................... 18 Figura 2. Localização das bacias sedimentares estudadas na América do Sul. ...................... 21 LISTA DE FIGURAS ARTIGO 1. Figura 1. 1. Superfície de resposta do planejamento fatorial completo 22 obtido para a fração Saturada. .............................................................................................................................. 27 Figura 1. 2. Gráfico de Pareto do planejamento fatorial completo 2 2 obtido para a fração Saturada (a linha vertical define 95% do intervalo de confiança). ......................................... 27 Figura 1. 3. Gráfico de Pareto do planejamento fatorial completo 2 2 obtido para a fração Aromática (a linha vertical define 95% do intervalo de confiança). ...................................... 28 Figura 1. 4. Superfície de resposta do planejamento fatorial completo 2 2 obtido para a fração Aromática. ........................................................................................................................... 29 Figura 1. 5. Gráfico de Pareto do planejamento fatorial completo 22 obtido para a fração NSO (a linha vertical define 95% do intervalo de confiança). ....................................................... 30 Figura 1. 6. Cromatograma da fração aromática obtida utilizando-se a metodologia otimizada através da injeção em método de compostos saturados por CG/FID...................................... 31 Figura 1. 7. Cromatograma da fração NSO obtida utilizando-se a metodologia otimizada através da injeção em método de compostos aromáticos GC-MS. ......................................... 31 LISTA DE FIGURAS ARTIGO 2. Figura 2. 1. Diagrama Ternário das frações saturadas, aromáticas e NSO da análise SAR, efetuada nos óleos de Bacias Sedimentares da América Latina. ............................................ 39 Figura 2.2. Cromatograma do óleo total e fingerprint para a amostra #1B, da Bacia do Recôncavo-Brasil. ................................................................................................................ 40 Figura 2. 3. Cromatograma do óleo total o fingerprint para a amostra #2B, coletada na Bacia Sedimentar de Sergipe-Brasil. .............................................................................................. 42 Figura 2. 4. Cromatograma do óleo total o fingerprint para a amostra #3B, coletada na Bacia Sedimentar Potiguar-Brasil. ................................................................................................. 42 Figura 2. 5. Cromatograma do óleo total o whole Oil para a amostra #4B, coletada na Bacia Sedimentar de Solimões-Brasil. ........................................................................................... 43 Figura 2. 6. Cromatograma do óleo total o fingerprint para a amostra #5B, coletada na Bacia Sedimentar de Campos-Brasil. ............................................................................................. 43 Figura 2. 7. Cromatograma do óleo total o fingerprint para as amostras #1C, #2C e #3C, coletadas na Bacia Sedimentar de Valle Superior del Magdalena-Colômbia......................... 44 Figura 2. 8. Cromatograma do óleo total fingerprint para a amostra #4C, coletada na Bacia Sedimentar de Valle Medio del Magdalena-Colômbia. ......................................................... 45 Figura 2. 9. Cromatograma representativo do óleo total ou fingerprint para as amostras #1V, #2V e #3V, coletadas na Bacia Sedimentar do Lago de Maracaibo-Venezuela. .................... 46 Figura 2. 10. Cromatograma do fingerprint do óleo, para a amostra # 1Cuba. ...................... 46 Figura 2. 11. Relações entre n-alcanos e isoprenoides (Ph/nC18 vs. Pr/nC17) e (Pr/Ph vs. Pr/nC17), para todos os óleos analisados de Bacias Sedimentares da América Latina. .......... 47 Figura 2. 12. Fragmentogramas típicos (ion191) dos óleos coletados no Brasil. Nota-se a similaridade na distribuição dos terpanos tricíclicos em todas as amostras. ........................... 48 Figura 2. 13. Fragmentogramas típicos (íon 191) dos óleos da Colômbia, da Venezuela e de Cuba. ................................................................................................................................... 49 Figura 2. 14. Fragmentogramas típicos (íon 217), de óleos estudados nas Bacias Sedimentares da Colômbia, da Venezuela e de Cuba. ........................................................... 50 Figura 2. 15. Biomarcadores que evidenciam um ambiente marinho para os óleos estudados. ............................................................................................................................................ 51 Figura 2. 16. Correlação dos parâmetros de maturidade térmica (S+R) ββ/(ββ+αα) C29 (m/z 217) e S/(S+R) C29ααα (m/z 217), para as amostras de óleos das Bacias Sedimentares da América Latina em estudo. ................................................................................................... 52 Figura 2. 17. Correlação dos parâmetros de maturidade térmica S/(S+R) H31 (m/z 191) e S/(S+R)C29ααα (m/z 217), para as amostras de óleos das Bacias da América Latina estudados. ............................................................................................................................................ 54 LISTA DE FIGURAS ARTIGO 3. Figura 3. 1. Exemplos de hidrocarbonetos saturados. .......................................................... 63 Figura 3. 2. Estrutura molecular do n-alcano (C16H32) e picos de n-alcanos (C10 até C40). .... 65 Figura 3. 3. Equação de IPC (PETERS; MOLDOWAN, 2005)............................................ 66 Figura 3. 4. Isoprenóides Acíclicos C40. ............................................................................... 66 Figura 3. 5. Unidade isoprênica e estruturas moleculares do Pristano e Fitano. .................... 67 Figura 3. 6. Estruturas moleculares dos terpanos bicíclicos íon m/z 123............................... 69 Figura 3. 7. Estruturas e distribuição dos Terpanos Tricíclicos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN, 1993). ......................................................................................................... 69 Figura 3. 8. Estruturas e distribuição dos terpanos tetracíclicos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN, 1995). ......................................................................................................... 70 Figura 3. 9. Estruturas e distribuição dos Terpanos Pentaciclicos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN, 1995). ......................................................................................................... 71 Figura 3. 10. Estruturas e distribuição dos Hopanos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN, 1995). .................................................................................................................................. 72 Figura 3. 11. Estruturas e distribuição dos compostos 17α(H)- 22,29,30 - Trisnorhopano (Tm) e 18α(H)-22,29,30- Trisnorneohopano(Ts), m/z 191. ............................................................ 73 Figura 3. 12. Estruturas e distribuição dos Homohopanos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN, 1995). .................................................................................................................................. 74 Figura 3. 13. Estrutura molecular e distribuição dos Esteranos, m/z 217. ............................. 75 Figura 3. 14. Estrutura molecular de esteranos de C27 a C30. ................................................ 75 Figura 3. 15. Diagrama ternário mostrando a interpretação dos ambientes a partir da distribuição dos esteranos, adaptado do original (WAPLES, 1981)....................................... 76 Figura 3. 16. Estrutura molecular e distribuição dos Diasteranos, m/z 259. ......................... 77 LISTA DE TABELAS ARTIGO 1. Tabela 1. 1. Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização metodologia SAR, para a fração saturada. .......................................................................................................... 25 Tabela 1. 2. Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização metodologia SAR para a fração aromática. ...................................................................................................... 25 Tabela 1. 3. Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização metodologia SAR para a fração NSO. ............................................................................................................... 25 Tabela 1. 4. Resultados para o Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização da eluição da fração Saturada. ................................................................................................... 26 Tabela 1. 5. Resultados para o Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização da eluição da fração Aromática. ................................................................................................ 28 Tabela 1. 6. Resultados para o Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização da eluição da fração NSO (Resinas + Asfaltenos). .................................................................... 30 LISTA DE TABELAS ARTIGO 2. Tabela 2.1. Relação das amostras de óleos analisados, obtidos em bacias sedimentares da América Latina. ................................................................................................................... 36 Tabela 2. 2. Porcentagens das frações constituintes de óleos de Bacias Sedimentares da América Latina (Hidrocarbonetos Saturados, Hidrocarbonetos Aromáticos, NSO (Resinas e Asfaltenos). .......................................................................................................................... 39 Tabela 2. 3. Parâmetros geoquímicos obtidos das análises cromatográficas (fingerprint) dos óleos das Bacias da América Latina avaliados. ..................................................................... 41 Tabela 2. 4. Parâmetros geoquímicos obtidos dos biomarcadores saturados indicadores de ambientes deposicionais para óleos de Bacias da América Latina estudados. ........................ 50 Tabela 2. 5. Parâmetros geoquímicos obtidos dos biomarcadores saturados indicadores de maturidade termal para os óleos das Bacias Sedimentares da América Latina caracterizados. ............................................................................................................................................ 53 LISTA DE QUADROS Quadro A 1. Principais relações dos isoprenoides acíclicos. ................................................ 67 Quadro A 2. Resumo dos principais Biomarcadores Saturados. ........................................... 78 LISTA DE SIGLAS ANOVA: Modelo Fatorial ARO: Aromáticos CG: Cromatografia Gasosa CG-EM: Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas DCM: Diclorometano FAPESB: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia. ICP: Instituto Colombiano del Petróleo IPC: Índice Preferencial de Carbono LENEP: Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo MeOH: Metanol mg: miligramas mL: mililitros NEA: Núcleo de Estudos Ambientais NSO: nitrogênio, enxofre e oxigênio PDVSA: Petróleos de Venezuela S.A. POSPETRO: Pós-Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio ambiente SAT: Saturados UCM: Unresolved Complex Mixture UFBA: Universidade Federal da Bahia UNIFACS: Universidade Salvador v/v: volume por volume SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 18 2. ARTIGOS SUBMETIDOS ........................................................................................... 22 2.1. PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL ESTATÍSTICO COMO FERRAMENTA PARA OTIMIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES CROMATOGRÁFICAS DE SEPARACÃO DE ÓLEOS BRASILEIROS .....................................................................................................22 2.2. CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA AMERICA LATINA ..........33 2.3. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO PETRÓLEO E BIOMARCADORES SATURADOS ....................................................................................................................................59 3. CONCLUSÕES GERAIS.............................................................................................. 83 4. REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 85 ANEXOS ............................................................................................................................ 89 APÊNDICE ........................................................................................................................ 94 APRESENTAÇÃO A Dissertação será apresentada em 4 seções. A “Introdução” se constitui na primeira seção, na qual se realiza uma discussão geral acerca da Geoquímica, conceitos principais, o papel da geoquímica na exploração e produção de petróleo e os objetivos do presente trabalho. Em seguida, na seção “Artigos Submetidos”, composta por três (3) artigos produzidos com os resultados deste trabalho. Esses trabalhos foram submetidos a revistas científicas (Anexo 1, Anexo 2 e Anexo 3). O artigo 1, intitulado “Planejamento experimental estatístico como ferramenta para otimização das condições cromatográficas de separação de óleos brasileiros”, é apresentado no formato final da submissão para a revista Geociências, (Qualis B2 - Nacional) (Anexo 1). O artigo 2, intitulado “Caracterização Geoquímica de Óleos de América Latina”, é apresentado no formato final da submissão para a revista Organic Geochemistry. (Qualis A2 - Internacional). Fator de Impacto 2010: 2.375 © Thomson Reuters Journal Citation Reports 2011 O artigo 3, intitulado “Composição Química do Petróleo e Biomarcadores Saturados”, é apresentado no formato final da submissão para a revista caderno de Geociências (Qualis B5 – Nacional) (Anexo 2). Na seção “Conclusões” são feitas considerações finais do trabalho, seguidas de algumas sugestões para novos trabalhos nas áreas de Geoquímica Orgânica e de Caracterização de Óleos. E na última seção, “Referências”, são apresentados todos os autores citados no trabalho e nos artigos submetidos. 18 1. INTRODUÇÃO O petróleo é o resultado de uma série de transformações biológicas, físicas e químicas, sofrida pela matéria orgânica, e conhecidas como: diagênese, catagênese e metagênese Profundidade (Km) Zona imatura Diagênese Proporção relativa 0 0 1 H2S Biodegradação CO2 1 CH4 ~1 Zona Gás úmido 100 – 140 2 Óleo òleo 3 Geração de Hidrocarbonetos ~0,5 Zona óleo 110 Catagênese 0 – 80 Vitrinita (%) Reflectancia T (‘C) (Figura 1). Hidrocarbonetos Gás CO ~4 H2S Zona Gás Seco 160 - 180 Metagênese ~2 4 CH4 N2 Figura 1. Os diferentes processos de transformação da matéria orgânica em petróleo. Fonte: Adaptado de Tissot e Welte, (1984). A diagênese é o processo inicial de alteração química, física ou biológica da matéria orgânica, onde esta é submetida a condições de baixa temperatura e pressão (<50°C) (PETERS; MOLDOWAN, 1993). Durante o início da diagênese, um dos principais agentes da transformação da matéria orgânica é a atividade microbiológica. Com o soterramento progressivo da matéria orgânica, ocorre a eliminação de grupos funcionais, e, ao final desse processo, a biomassa original é convertida em querogênio, porção da matéria orgânica sedimentar insolúvel em solventes orgânicos (TISSOT; WELTE, 1984). Após um considerável aumento da temperatura e pressão, o querogênio é soterrado progressivamente e degradado para a formação do petróleo, denominando-se de catagênese 19 este estágio de evolução sedimentar. A temperatura pode apresentar-se em torno de 50°C a 150°C e uma pressão de 300 a 1000/1500 bar. A matéria orgânica é submetida a várias transformações químicas, como por exemplo, através de reações de craqueamento termocatalítico, reações de isomerização, aromatização, descarboxilação e desproporcionamento, resultando na devida conversão do querogênio em óleo. Esta zona madura também é denominada de “janela de geração de óleo”, ou simplesmente “janela de óleo” (HUNT, 1995; TISSOT; WELTE, 1984; PETERS; MOLDOWAN, 1993). Neste estágio, o querogênio gera principalmente hidrocarbonetos líquidos (TISSOT; WELTE, 1984). Sob condições de soterramento ainda maiores, caracteriza-se o estágio denominado de metagênese, onde mudanças mais severas no material orgânico ocasionam a formação de hidrocarbonetos gasosos e os resíduos carbonosos. Estas transformações ocorrem em uma faixa de temperatura entre 150°C a 200°C (TISSOT; WELTE, 1984; PETERS; MOLDOWAN, 1993). A composição global do petróleo pode ser definida pelas três maiores classes de compostos presentes em betumes que são os hidrocarbonetos saturados, os hidrocarbonetos aromáticos e compostos NSO (WAPLES, 1981). Além dos hidrocarbonetos, outros compostos fazem parte do petróleo, como aqueles cujo esqueleto básico da molécula é de um hidrocarboneto, mas que contêm heteroátomos como: nitrogênio, enxofre e oxigênio, conhecidos como compostos NSO, que formam as classes das resinas e dos asfaltenos. Adicionalmente, alguns metais como níquel e vanádio, associados às estruturas porfirínicas também podem ser encontrados no petróleo (TISSOT; WELTE, 1984; HUNT, 1995). Os biomarcadores, marcadores biológicos ou fósseis geoquímicos, apresentam átomos de carbono e hidrogênio e outros (EGLINTON; CALVIN, 1967), que podem encontrados em óleos, rochas e sedimentos. Esses marcadores moleculares são tipicamente analisados usando cromatografia em fase gasosa/espectrometria de massas (PETERS; MOLDOWAN, 1993). São usados para correlações óleo-óleo e óleo-rocha geradora, para reconstituição dos ambientes deposicionais e também na caracterização da alteração do óleo por biodegradação. A caracterização geoquímica de material fóssil orgânico como óleo cru é uma das melhores ferramentas de laboratórios da indústria do petróleo, de estudos acadêmicos e de pesquisas, no intuito de obter informações confiáveis sobre um grande número de propriedades, como o input de matéria orgânica, paleoambiente deposicional e maturidade térmica de óleos. A geoquímica do petróleo também ajuda a compreender quando os sedimentos orgânicos tornam-se mais maduros, ou suficientemente maduros para gerar óleo 20 e/ou gás. Adicionalmente, ajuda na localização das acumulações dos hidrocarbonetos e suas fácies em partes mais profundas das seções geológicas ou zonas não perfuradas de uma bacia. Em outras palavras, ela permite uma multiplicidade de informações úteis para a exploração de petróleo e para fins de caracterização (HEGAZI et al., 2007). As ferramentas da geoquímica na caracterização dos óleos são as medidas técnicas e os modelos conceituais e numéricos construídos diretamente da extrapolação de dados dos experimentos laboratoriais. A geoquímica orgânica está basicamente relacionada à evolução geológica de substâncias orgânicas componentes das rochas sedimentares: a formação do querogênio (matéria orgânica sedimentar fossilizada), seguida de sua decomposição em petróleo, migração dos fluidos, e transformações dos óleos e gases nos reservatórios (HUC, 2003). O objetivo deste trabalho é realizar a caracterização, avaliação e interpretação das propriedades geoquímicas de 13 amostras de óleos crus que pertencem a alguns dos sistemas petrolíferos mais representativos da América Latina (Brasil, Colômbia, Venezuela e Cuba) (Figura 2). As amostras passaram por uma série de análises geoquímicas, como cromatografia Líquida, Whole Oil por Cromatografia Gasosa (CG) e biomarcadores saturados por Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (CG-EM). Além dessas análises, foi realizado também para algumas das amostras a medida da densidade ºAPI, a fim de permitir que fossem obtidas informações importantes, a exemplo da classificação segundo o conteúdo de hidrocarbonetos (saturados e aromáticos) e não hidrocarbonetos (resinas e asfaltenos). Foi determinado o fingerprint e os biomarcadores das amostras analisadas, com o intuito de se conhecer o tipo de matéria orgânica que originou o óleo, sua maturidade, sua rocha fonte possível, e os processos que podem ter sofrido como alteração e biodegradação. 21 10° CARACAS MARACAIBO VMM VENEZUELA BOGOTÁ VSM OCÉANO ATLANTICO COLOMBIA 0° POTIGUAR SOLIMOES SERGIPE - ALAGOAS BRASIL 10° RECÔNCAVO BRASÍLIA CAMPOS 20° OCÉANO PACÍFICO 30° AMERICA DO SUL Bacias Estudadas MARACAIBO (3 amostras) VSM (3 amostras) VMM (1 amostra) SOLIMOES (1 amostra) CAMPOS (1 amostra) POTIGUAR (1 amostra) RECONCAVO (1 amostra) SERGIPE - ALAGOAS (1 amostra) 40° 50° Principais Rios Capitales 0 80° 70° 60° 50° Figura 2. Localização das bacias sedimentares estudadas na América do Sul. 300 Km 150 40° 22 2. ARTIGOS SUBMETIDOS 2.1. PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL ESTATÍSTICO COMO FERRAMENTA PARA OTIMIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES CROMATOGRÁFICAS DE SEPARACÃO DE ÓLEOS BRASILEIROS Olga Lucía Villarreal BARRAGAN (1), Sarah Adriana do Nascimento ROCHA (1), Jorge Alberto TRIGUIS (1). (1) Núcleo de Estudos Ambientais, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, Campus de Ondina, Rua Geremoabo, s/n - Ondina - CEP: 40170-290, Salvador-BA, Brasil. Endereços Eletrônicos: [email protected], [email protected], [email protected] Resumo Introdução Materiais, métodos e técnicas Apresentação de dados Discussões, interpretações e resultados Conclusões ou considerações finais Referências Bibliográficas RESUMO A cromatografia líquida é uma técnica de separação de mistura e identificação de seus componentes. Esta separação depende da diferença entre o comportamento dos analitos entre a fase móvel e a fase estacionária. Entre as técnicas cromatográficas de separação encontra-se a cromatografia líquida em coluna aberta, utilizada neste caso para fracionar o óleo bruto em compostos (saturados, aromáticos e NSO) que compõem o petróleo. Esta técnica foi otimizada no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A otimização do método foi baseada num planejamento fatorial em dois níveis 22, onde a melhor resposta das diferentes combinações das variáveis foi a obtida usando as seguintes proporções: 0,02 g de amostra de óleo da bacia Potiguar no Brasil, com uma coluna de sílica gel ativada a 400-450 ºC durante 4 horas, a fração saturada foi eluída com 30 mL de n-Hexano, a fração aromática foi eluída com uma mistura de n-Hexano/Diclorometano (1:1, v/v, 40mL) e por último a fração NSO foi eluída com Diclorometano/Metanol (8:2, v/v, 40mL); estas misturas de solventes e volumes utilizados mostraram que a separação foi eficaz. Palavras Chaves: Otimização, Cromatografia Líquida, óleo, Bacia Potiguar, Brasil. 23 RESUMEN La cromatografía es una técnica de separación de mezclas e identificación de sus componentes. Esta separación depende de la diferencia entre el comportamiento de los analitos entre la fase móvil y la fase estacionaria. Dentro estas técnicas se encuéntrala la Cromatografía Líquida en columna, usada en este caso para fraccionar los compuestos (saturados, aromáticos y NSO) que conforman el Petróleo. Esta técnica fue optimizada en el Laboratorio de Estudios de Petróleo (LEPETRO) en la Universidad Federal de Bahía (UFBA). La optimización del método se baso en la en un planeación factorial 2 2, donde la mejor respuesta de las diferentes combinaciones de las variables fue la obtenida usando las siguientes proporciones: 0,02 g de muestra de petróleo de la cuenca geológica de PotiguarBrasil, 4g de sílica gel activada a 450○C durante 4 horas, la fracción saturada fue extraída con 30mL de n-Hexano, la fracción aromática con n-hexano/Diclorometano (1:1, v/v, 40mL) y por ultimo la fracción NSO con Diclorometano/Metanol (8:2, v/v. 40mL), estas mezclas de solventes y los volúmenes usados demostraron que la separación fue efectiva. Palabra Claves: Optimización, Cromatografía Líquida, óleo, Potiguar, Brasil. INTRODUÇÃO O petróleo pode ser definido como uma mistura de compostos de ocorrência natural que consiste, predominantemente, de hidrocarbonetos e, em menor quantidade, de derivados orgânicos sulfurados, nitrogenados, oxigenados (NSO) e organo-metálicos. A alta proporção de carbono e hidrogênio existente no petróleo mostra que os hidrocarbonetos são seus principais constituintes, podendo chegar a mais de 90% de sua composição (Zilio e Pinto, 2002). Existem alguns métodos cromatográficos de separação que são considerados clássicos, pois possuem uma grande utilização e aplicação na indústria do petróleo. Dentre esses tem-se o método SAR que consiste na separação dos compostos Saturados, Aromáticos e Resinas que compõem o óleo. A análise cromatográfica geralmente envolve três etapas: preparação de amostras, separação e quantificação do composto. Destas, as etapas de preparação de amostras e separação de compostos têm sido freqüentemente otimizadas empregando técnicas de estatística multivariada (Ferreira et al, 2007). Na cromatografia líquida as substâncias são separadas por partição entre um líquido móvel e uma fase estacionária “sólida”, finamente dividida. Os componentes de uma mistura a ser 24 analisada distribuem-se entre as duas fases, de acordo com a afinidade que têm pelas mesmas (Aquino Neto e Nunes, 2003). O planejamento fatorial é empregado para se obter as melhores condições operacionais de um sistema sob estudo, realizando-se um número menor de experimentos quando comparado com o processo univariado de otimização do processo. O planejamento fatorial determina que fatores têm efeitos relevantes na resposta e, também, como o efeito de um fator varia com os níveis dos outros, permitindo medir as interações entre diferentes fatores. Sem o uso de planejamentos fatoriais de experimentos, importantes interações de fatores não são detectadas e a otimização máxima do sistema pode levar mais tempo para ser alcançada (Neto et al., 2003). O Principal objetivo deste trabalho é otimizar o análise de cromatografia líquida em coluna aberta SAR, usando os solventes mais adequados e nas quantidades apropriadas. O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Estudos do Petróleo -LEPETRO- da Universidade Federal da Bahia-UFBA. PARTE EXPERIMENTAL M ATERIAIS E SOLVENTES Toda a vidraria foi submersa e deixada em solução de Extran 5% (Merck, Rio de Janeiro, Brasil) por 24 h, para remoção de qualquer contaminante orgânico. Em seguida foram secas em estufa e lavadas com acetona. Os solventes utilizados, tais como diclorometano, metanol e n-Hexano, com grau cromatográfico, foram obtidos da Merck (Darmstadt, Alemanha). Para o empacotamento manual da coluna de vidro (60 cm x 1 cm d.i.), utilizou-se sílica gel 60 (0,063-0,200 mm) adquirida da Merck (Darmstadt, Alemanha), previamente ativada em forno mufla à 450 °C por quatro horas e armazenada em dessecador até a análise. AMOSTRA A amostra de óleo utilizada para fazer a otimização da metodologia de cromatografia líquida foi coletada na bacia Potiguar localizada no nordeste brasileiro. O grau API deste óleo, determinado no laboratório de Petróleo e Gás Natural da UNIFACS, apresenta um valor médio de 27,73º, classificando este óleo como Médio (22,3 – 31,1 ºAPI). PLANEJAMENTO FATORIAL Para o processo de otimização da metodologia SAR foram propostos três planejamentos fatoriais em dois níveis 22, um para cada fração. Avaliaram-se parâmetros como massa de amostra, volume de n-hexano para eluição da fração saturada, proporção de Diclorometano/nhexano para eluição da fração aromática e proporção de diclorometano/metanol para eluição da fração NSO. Os níveis inferiores e superiores relativos às variações dos parâmetros 25 experimentais estão dispostos na Tabela 1.1, Tabela 1.2 e Tabela 1.3, para as frações saturadas, aromáticas e NSO, respectivamente. Realizaram-se procedimentos em duplicata para cada planejamento, sendo estes numerados de 5 a 8. Os dados foram processados empregando-se o software Estatística®. Tabela 1. 1. Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização metodologia SAR, para a fração saturada. Experimentos SATURADOS Massa (g) 0,02 (-) 0,02 (-) 0,03 (+) 0,03 (+) 1 2 3 4 Volume de n-Hexano (mL) 30 (-) 40 (+) 30 (-) 40 (+) Tabela 1. 2. Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização metodologia SAR para a fração aromática. Experimentos AROMÁTICOS 1 2 3 4 Massa (g) 0,02 (-) 0,02 (-) 0,03 (+) 0,03 (+) Proporção n-hex/DCM n-hex/DCM (1:1) (-) DCM (+) n-hex/DCM (1:1) (-) DCM (+) Tabela 1. 3. Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização metodologia SAR para a fração NSO. Experimentos NSO 1 2 3 Massa (g) 0,02(-) 0,02 (-) 0,03 (+) Proporção DCM/MeOH (8:2) (-) (9:1) (+) (8:2) (-) 4 0,03 (+) (9:1) (+) Após a otimização da metodologia cada fração foi injetada em um sistema cromatográfico a gás como o objetivo de verificar a eficácia da separação de cada umas das frações, ou seja, identificar a ausência de compostos das frações anteriormente eluidas. CONDIÇÕES CROMATOGRÁFICAS Cada uma das três frações foram injetadas num cromatógrafo a gás VARIAN modelo CP3800, com detector por ionização de chama (FID), equipado com coluna capilar modelo DB5 de 60 m de comprimento, 0,25 mm de diâmetro interno, fase estacionária de 0,25 μm de espessura e fluxo de gás de arraste (hélio), com o intuito de comprovar a ausência de compostos saturados nas frações aromáticos e NSO. A fração NSO também foi encaminhada para o laboratório do Instituto de Física Nuclear da Universidade Federal da Bahia (UFBA) 26 para determinação de compostos aromáticos, utilizando para tal um cromatógrafo à gás acoplado ao espectrômetro de massa da Shimadzu modelo CG-EM - QP2010 Plus. DESCRIÇÃO DO M ÉTODO Cada uma das amostras (aproximadamente 20 mg de óleo) foi solubilizada em 0,5 mL de n-Hexano e transferida para a coluna de vidro previamente empacotada com 4g de sílica gel ativada e n-Hexano. As colunas foram mantidas na vertical e a amostra foi introduzida no topo da coluna. Os compostos saturados foram separados por eluição com 30 mL de nHexano em um balão de fundo redondo. A eluição da segunda fração (aromáticos) ocorreu mediante eluição de 40 mL de uma mistura de n-Hexano/Diclorometano (1:1, v/v). Os compostos NSO (resinas + asfaltenos) foram eluídos com 40 mL da mistura de Diclorometano/Metanol (8:2, v/v). Após a eluição as frações foram evaporadas à temperatura ambiente até a secura e em seguida pesadas para a obtenção das massas. RESULTADOS E DISCUSSÃO A significância dos efeitos das variáveis e das possíveis interações entre elas foi checada com base nos gráficos de Pareto. As informações obtidas após a construção de superfícies de resposta também foram utilizadas na interpretação dos resultados. Para melhor compreensão foi feita a interpretação dos resultados de cada planejamento em cada fração eluída. Inicialmente fez-se a eluição da fração saturada, obtendo-se os resultados em massa em gramas (g) os quais foram normalizados levando-se em consideração a maior massa (0,03 g) (Tabela 1.4). Tabela 1. 4. Resultados para o Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização da eluição da fração Saturada. Experimento Massa (g) Volume Massa normalizada Hexano (mL) da fração (g) 1 0,02 (-) 30ml (-) 0,01447 2 0,02 (-) 40ml (+) 0,01470 3 0,03 (+) 30ml (-) 0,01550 4 0,03 (+) 40ml (+) 0,01570 5 0,02 (-) 30ml (-) 0,01572 6 0,02 (-) 40ml (+) 0,01350 7 0,03 (+) 30ml (-) 0,01520 8 0,03 (+) 40ml (+) 0,01440 27 Através das informações obtidas após a construção de superfícies de resposta, como ilustrado na Figura 1.1, observa-se que os maiores valores de massa de saturados eluidas foram obtidos nas situações em que há maior massa de amostra e menor volume de solvente de eluição (região mais marrom do gráfico). Fitted Surface; Variable: resposta (g) 2**(2-0) design; MS Residual=,0000006 DV: resposta (g) 0,0154 0,015 0,0146 0,0142 0,0138 Figura 1. 1. Superfície de resposta do planejamento fatorial completo 22 obtido para a fração Saturada. Segundo a análise do gráfico de Pareto (Figura 1.2), não existe interação entre as variáveis estudadas e a resposta, indicando, que pode-se utilizar qualquer massa o volume de n-hexano dentro do domínio estudado.(0,02 g - 0,03 g), (30 mL – 40 mL). Pareto Chart of Standardized Effects; Variable: resposta (g) 2**(2-0) design; MS Residual=,0000006 DV: resposta (g) (2)volume (mL) -1,20443 (1)massa (g) 1by2 1,111779 0,6485375 p=,05 Standardized Effect Estimate 2 (Absolute Value) Figura 1. 2. Gráfico de Pareto do planejamento fatorial completo 2 obtido para a fração Saturada (a linha vertical define 95% do intervalo de confiança). 28 Os resultados obtidos no planejamento de experimentos para a eluição da fração aromática estão dispostos na Tabela 1.5. Observa-se na Figura 1.3 que há interação entre as variáveis estudadas e a resposta, sendo esta relação mais intensa com a massa. Existe um efeito negativo entre a massa de amostra inicial e a reposta, ou seja foi obtida uma melhora resposta para uma massa inicial de amostra de 0,02 g. Efeito inverso foi observado entre a proporção de diclorometano e a resposta em que maiores proporções de diclorometano favorecem a respota. Pareto Chart of Standardized Effects; Variable: resposta (g) 2**(2-0) design; MS Residual=,0000001 DV: resposta (g) (1)massa (g) -4,16189 (2)proporção (%) 1by2 3,131323 -0,951288 p=,05 Standardized Effect Estimate (Absolute Value) Figura 1. 3. Gráfico de Pareto do planejamento fatorial completo 22 obtido para a fração Aromática (a linha vertical define 95% do intervalo de confiança). Tabela 1. 5. Resultados para o Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização da eluição da fração Aromática. Experimento Massa (g) Proporção de solvente Massa da fração (g) 1 0,02 (-) HEX/DCM 1:1 (-) 0,00426 2 0,02 (-) DCM (+) 0,00594 3 0,03 (+) HEX/DCM 1:1 (-) 0,00370 4 0,03 (+) DCM (+) 0,00400 5 0,02 (-) HEX/DCM 1:1 (-) 0,00476 6 0,02 (-) DCM (+) 0,00518 7 0,03 (+) HEX/DCM 1:1 (-) 0,00370 8 0,03 (+) DCM (+) 0,00450 29 Através da análise da superfície de resposta plotada a partir dos dados do planejamento de experimentos para a fração aromática (Figura 1.4), observa-se que os maiores valores de massa da fração aromática foram obtidos nas situações em que há menor massa de amostra e maior proporção de diclorometano (região mais marrom do gráfico). Fitted Surface; Variable: resposta (g) 2**(2-0) design; MS Residual=,0000001 DV: resposta (g) 0,006 0,0055 0,005 0,0045 0,004 0,0035 Figura 1. 4. Superfície de resposta do planejamento fatorial completo 22 obtido para a fração Aromática. Devido à maior toxicidade do diclorometano com relação ao n-hexano (ou à mistura destes), utilizaram-se ferramentas estatísticas para justificar a substituição do uso de diclorometano puro. Para tanto utilizou-se a hipótese de que as médias das respostas dos dois conjuntos de dados (maior e menor proporção de diclorometano) para a menor massa estudada (0,02 g) são iguais utilizando-se teste T de Student. Para um conjunto de dados com 3 graus de liberdade (n=4) o valor de t tabelado é 6,314, sendo o valor de t calculado 0,145, podendo-se afirmar, com 95 % de confiança, que não existe diferença significativa entre os dois conjuntos de dados. Assim, sugere-se que para a fração aromática seja utilizado 40 mL da mistura dos solventes n-Hexano/diclorometano (1:1, v/v) e 0,02 g de massa de amostra. A terceira e última fração obtida foi a fração de compostos contendo nitrogênio, enxofre e oxigênio em sua estrutura (NSO), estando os dados dispostos na Tabela 1.6. Na Figura 1.5, observa-se que não há interação entre as variáveis e a resposta ou interação entre as duas variáveis estudadas, ou seja, a eluição da fração NSO não é afetada pelas variáveis estudadas no planejamento de experimentos para o fracionamento por cromatografia líquida em coluna aberta de óleos cru. 30 Tabela 1. 6. Resultados para o Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização da eluição da fração NSO (Resinas + Asfaltenos). Experimento Massa (g) Proporção DCM/MeoH Massa da fração (g) 1 0,02 (-) (8:2) (-) 0,00411 2 0,02 (-) (9:1) (+) 0,00535 3 0,03 (+) (8:2) (-) 0,00400 4 0,03 (+) (9:1) (+) 0,00440 5 0,02 (-) (8:2) (-) 0,00462 6 0,02 (-) (9:1) (+) 0,00436 7 0,03 (+) (8:2) (-) 0,00440 0,03 (+) (9:1) (+) 0,00440 8 Pareto Chart of Standardized Effects; Variable: resposta (g) 2**(2-0) design; MS Residual=,0000002 DV: resposta (g) (2)Proporção (%) 1,16623 (1)massa (g) 1by2 -1,04792 -,490154 p=,05 Standardized Effect Estimate (Absolute 2 Value) Figura 1. 5. Gráfico de Pareto do planejamento fatorial completo 2 obtido para a fração NSO (a linha vertical define 95% do intervalo de confiança). Após a avaliação de todos os dados do planejamento de experimento conclui-se que a eluição da amostra deverá ocorrer conforme o seguinte procedimento: 0,02g de amostra 30mL de n-Hexano para a fração Saturada, para a fração aromática uma mistura de nHexano/Diclorometano (1:1, v/v, 40mL) e para a fração NSO uma mistura de Diclorometano/Metanol (8:2, v/v, 40mL). Com o objetivo de avaliar melhor a separação de óleos segundo a metodologia otimizada, fez-se injeção de cada fração no cromatógrafo a gás para verificar a presença ou não de compostos das frações anteriores, por exemplo, a presença de compostos saturados na fração aromática. 31 Na Figura 1.6 tem-se o cromatograma da fração aromática. Observa-se que os picos referentes aos hidrocarbonetos saturados estão presentes em concentrações muito pequenas, com área de pico próxima ao nível de ruído do equipamento, indicando que não houve coeluição da fração saturada para a aromática. Resultado similar pode ser observado na Figura 1.7, em que não são observados picos referentes à presença de compostos aromáticos na fração NSO. mVolts 100 Fração Aromática 75 0 5 10 15 20 25 C40 C23 C24 C25 C26 C27 C28 C29 C30 C31 C32 C33 C34 C35 C36 C37 C22 C21 C20 C19 C16 C15 25 C17 PRISTANO C18 FITANO 50 30 35 TEMPO DE RETENÇÃO (min) Figura 1. 6. Cromatograma da fração aromática obtida utilizando-se a metodologia otimizada através da injeção em método de compostos saturados por CG/FID. mVolts Fração NSO (resinas +asfaltenos) 100 75 50 25 0 5 10 15 20 25 30 35 TEMPO DE RETENÇÃO (min) Figura 1. 7. Cromatograma da fração NSO obtida utilizando-se a metodologia otimizada através da injeção em método de compostos aromáticos GC-MS. 32 CONCLUSÃO A utilização do planejamento fatorial para a otimização da técnica de cromatografia líquida em coluna aberta (SAR) mostrou-se eficiente com relação à outras metodologias já desenvolvidas em outros laboratórios especializados. A variável volume de solvente foi significativa para a separação de saturados e a proporção de diclorometano, para a separação de aromáticos. A eficiência da separação foi verificada através da injeção das frações obtidas no sistema cromatográfico à gás através do qual foram observadas a ausência de co-eluição das frações. Os resultados evidenciam uma das principais vantagens da utilização do planejamento fatorial: a possibilidade de avaliar o sistema de maneira multivariada, buscando otimizar todas as variáveis que compõem o sistema experimental. Devido à grande diversidade de compostos presentes na amostra, o que resulta em óleos mais leves ou mais pesados, deve-se avaliar a metodologia proposta para o tipo de óleo a ser fracionado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AQUINO-NETO, F.R., NUNES, D.S.S. Cromatografia: Princípios básicos e técnicas afins. Editora Interciência Ltda. Rio de Janeiro. 2003. FERREIRA, S.L.C.; BRUNS, E.R.; SILVA, E.G. P da; SANTOS, W.N.L. dos; QUINTELLA, M.C.; DAVIDA, J.M.; ANDRADE, J.B. de; BREITKREITZ, M.C.; JARDIM, I.C.S.F.; NETO, B.B. Statistical designs and response surface techniques for the optimization of chromatographic systems. Journal of Chromatography A, v. 1158 p. 2-14, 2007. NETO, B.B.; SCARMINIO I.S.; BRUNS, R.E. Como Fazer Experimentos: Pesquisa e desenvolvimento na ciência e na indústria. Editora Unicamp, 2003. ESTATISTICA, StatSoft South America-Brazil, Rua Tapajós n.673, Bairro Barcelona, São Caetano do Sul-SP-09551-280, Versão 7.0, 2004. ZÍLIO, L.E., PINTO, B.U. Identificação e distribuição dos principais grupos de compostos presentes nos petróleos brasileiros. Rio de Janeiro: Boletim Técnico Petrobras, 21-25 p., 2002. 33 2.2. CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA AMERICA LATINA Olga Lucía Villarreal BARRAGAN (1), Jorge Alberto TRIGUIS (1), Antônio Fernando de Souza QUEIROZ (1). (1) Núcleo de Estudos Ambientais, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, Campus de Ondina, Rua Barão de Geremoabo, s/n - Ondina - CEP: 40170-110, Salvador-BA, Brasil. Endereços Eletrônicos: [email protected], [email protected], [email protected] RESUMO Foram examinadas e caracterizadas geoquimicamente 13 amostras de óleos, representativas de algumas das principais bacias petrolíferas da América Latina. A sequência analítica incluiu Cromatografia Líquida (coluna aberta), Whole Oil por Cromatografia Gasosa (CG) e biomarcadores por Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (CG-EM). O intuito da pesquisa foi de obter informações importantes, tais como a classificação desses óleos com relação ao conteúdo de hidrocarbonetos (saturados e aromáticos) e não hidrocarbonetos (resinas e asfaltenos), o tipo de matéria orgânica que originou a sua maturidade, sua rocha fonte possível e os processos que podem ter sofrido, como alteração e biodegradação. A interpretação final considerou a análise individual de cada óleo, segundo suas características composicionais gerais e moleculares (estudo de biomarcadores da fração saturada). A composição global das amostras estudadas é de um óleo parafínico. O grau API dos óleos varia entre 27º e 37º, classificados como óleos leves e óleos medianos. Observando o ambiente deposicional, a maioria das amostras sugere origem marinha, mas algumas amostras possuem características de origem terrestre e lacustre. Os biomarcadores associados à maturação indicaram que as amostras são pouco maduras ou que estão no início da janela de geração de óleo. Algumas amostras não apresentam sinais de biodegradação ou estão em um nível muito baixo desse processo. Palavras Chaves: óleos, América Latina, biomarcadores, evolução térmica, paleoambiente deposicional. 34 ABSTRACT Thirteen (13) samples of oil were studied and characterized geochemically, representing some of the major basins of Latin America. The analytical sequence included liquid chromatography (open column), Whole Oil by Gas Chromatography (GC) and biomarkers by gas chromatography coupled to mass spectrometry (GC-MS), in order to obtain important information such as classification with respect to the content of hydrocarbon (saturates and aromatics) and non-hydrocarbon (resins and asphaltenes), the type of organic matter, thermal evolution, possible source rocks and the processes that may have suffered alteration and biodegradation. The final interpretation consider an individual analysis of each of the samples according to their general compositional characteristics and molecular (biomarkers study of the saturated fraction). The overall composition of the oil was classified as paraffinic crudes. The API gravity of the samples is between 27° and 37° classifying them as light and medium crude. Analyzing the depositional environment most of the samples suggest a marine origin, but some have features contributions from land and lacustrine. Biomarkers associated with thermal evolution indicated that the samples are semi- mature or in the beginning of the oil generation window. Some samples showed no evidence of biodegradation or low levels thereof. Keywords: Oil, Latin America, Biomarkers, Thermal Evolution, Depositional Paleoenvironment. 35 1. INTRODUÇÃO A caracterização geoquímica de material fóssil orgânico, como óleo cru, é uma das melhores ferramentas de laboratórios da indústria do petróleo, em pesquisas acadêmicas e para se obter informações confiáveis sobre um grande número de propriedades, a exemplo do input de matéria orgânica, paleoambiente deposicional e maturidade térmica de óleos. A geoquímica do petróleo também ajuda a compreender quando os sedimentos orgânicos tornam-se mais maduros, ou suficientemente maduros para gerar óleo e/ou gás. Além disso, ajuda com a localização das acumulações dos hidrocarbonetos e suas fácies nas partes mais profundas das seções geológicas ou zonas não perfuradas de uma bacia. Em outras palavras, ela permite uma multiplicidade de informações úteis para a exploração de petróleo e para fins de caracterização (Hegazi, 2007). As ferramentas da geoquímica na caracterização de óleos são medidas técnicas e modelos conceituais e numéricos construídos diretamente da extrapolação de dados dos experimentos laboratoriais. A geoquímica orgânica está basicamente relacionada à evolução geológica de substâncias orgânicas componentes das rochas sedimentares: a formação do querogênio (matéria orgânica sedimentar fossilizada), seguida de sua decomposição em petróleo, migração dos fluidos, e transformações de óleos e gases nos reservatórios (Huc, 2003). O petróleo é o resultado de transformações biológicas, físicas e químicas, sofridas pela matéria orgânica, e conhecidas como: diagênese, catagênese e metagênese. A composição global do petróleo pode ser definida pelas três maiores classes de compostos presentes em betumes, que são os hidrocarbonetos saturados, os hidrocarbonetos aromáticos e os compostos NSO, também classificados como resinas e asfaltenos. Estes últimos, com uma estrutura molecular típica de hidrocarbonetos, mas contendo heteroátomos como: nitrogênio, enxofre e oxigênio (Waples, 1981). Os biomarcadores, marcadores biológicos ou fósseis geoquímicos apresentam átomos de carbono e hidrogênio (Eglinton, 1967). Estes marcadores orgânicos são “fósseis moleculares” derivados de substâncias presentes em organismos vivos, 36 que apresentam pequenas ou nenhuma mudança na estrutura herdada das moléculas orgânicas originais (Peters, 1993). O objetivo deste trabalho é realizar a caracterização, avaliação e interpretação das propriedades geoquímicas de 13 amostras de óleo bruto de algumas das principais bacias petrolíferas do Brasil, Colômbia, Venezuela e Cuba. As análises geoquímicas efetuadas foram: Cromatografìa Líquida, Whole Oil por Cromatografia Gasosa (CG) e biomarcadores saturados por Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (CG-EM), além da densidade ºAPI para algumas amostras. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. AMOSTRAS As amostras de óleos avaliadas neste estudo são em total 13, distribuídas da seguinte forma, 5 amostras do Brasil, provenientes das bacias de Campos, Potiguar, Solimões, Recôncavo e Sergipe (amostras fornecidas pelo Núcleo de Estudos Ambientais, NEA, Brasil), 4 amostras da Colômbia das bacias do Valle Superior del Magdalena e Valle Medio del Magdalena (amostras fornecidas pelo Instituto Colombiano del Petróleo, ICP, Colômbia ), 3 amostras da Venezuela, da bacia de Maracaibo (amostras fornecidas por Petróleos de Venezuela, PDVSA, Venezuela), e uma amostra de Cuba (amostra fornecida Núcleo de Estudos Ambientais, NEA, Brasil) (Tabela 2.1). Tabela 2.1. Relação das amostras de óleos analisados, obtidos em bacias sedimentares da América Latina. Amostra Nome Pais Bacia Óleo M01 Recôncavo Baiano #1B M02 Sergipe Alagoano #2B Brasil M03 Potiguar Potiguar #3B M04 Solimões Urucu #4B M05 Campos Albacora #5B M06 VSM Tenax-1 #1C M07 VSM Tempranillo-1 #2C M08 Colômbia VSM Guando-128 #3C M09 VMM Guariquies #4C M10 Lago de Maracaibo C-5 #1V M11 Venezuela Lago de Maracaibo C-5 #2V M12 Lago de Maracaibo C-2 #3V M13 #1Cuba Cuba - 37 Foram consideradas as características composicionais gerais dos óleos, como a densidade API, os percentuais de hidrocarbonetos saturados, hidrocarbonetos aromáticos e compostos NSO, mediante cromatografia líquida em coluna aberta, e as composições moleculares (análise dos biomarcadores saturados, CG-EM). 2.2. CROMATOGRAFIA LÍQUIDA (COLUNA ABERTA) A análise de Cromatografia Líquida consiste na separação das amostras de óleos em três frações. Trabalhou-se com 0,02g de amostra de óleo. Foi usada uma coluna de vidro de (13 cm x 0,8 cm d.i.) preenchida com sílica gel 60 (0,063-0,200 mm) marca Merck, ativada a 400-450ºC durante 4 horas. A fração saturada foi eluída com 30 mL de n-Hexano, a fração aromática foi eluída com uma mistura de n-Hexano/Diclorometano (1:1, v/v, 40mL) e por último a fração NSO foi eluída com Diclorometano/Metanol (8:2, v/v, 40mL). 2.3. CROMATOGRAFIA GASOSA (WHOLE OIL ) A cromatografia em fase gasosa (CG) consiste numa técnica analítica que permite a separação altamente refinada dos compostos orgânicos de um extrato de rocha ou óleo. Os resultados são apresentados em um cromatograma onde se observa a distribuição das parafinas e outros compostos. A quantificação das parafinas permite a análise da distribuição das mesmas para avaliar a presença e abundância relativa de vários compostos, como n-alcanos, isoprenóides (principalmente Pristano e Fitano). Geralmente, os cromatogramas apresentam picos predominantes representando as cadeias lineares e picos menores representando cadeias ramificadas, cíclicas, e compostos aromáticos (Aquino Neto, 2003; Grob, 1981). As análises de CG foram feitas no Laboratório de Estudos de Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Foi utilizado um cromatógrafo a gás VARIAN, modelo CP-3800, com detector por ionização de chama (FID), equipado com coluna capilar modelo DB5 de 15 m de comprimento, 0,25 mm de diâmetro interno, fase estacionária de 0,25 μm de espessura e fluxo de gás de arraste (hélio). 38 2.4. CROMATOGRAFIA GASOSA ACOPLADA (CG-EM) – (BIOMARCADORES ). A ESPECTROMETRIA DE MASSAS O método consiste em separar os hidrocarbonetos em uma coluna capilar no cromatógrafo, e carrear os grupos para uma câmara de íons, onde as moléculas são bombardeadas e formam íons carregados positivamente. O analisador de massas separa e mede a massa dos íons por suas razões massa/carga (m/z). Como o modo de fragmentação é característico para cada composto, o espectro contribui para a identificação (Bordenave, 1993). Nesta técnica as classes de compostos de maior interesse para a geoquímica orgânica do petróleo são: hopanos (m/z 191), esteranos (m/z 217-) e metilesteranos (m/z 231), os quais fornecem informações sobre a origem, maturidade e grau de biodegradação do petróleo. As análises de CG-EM foram feitas no Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (LENEP) da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). Foi utilizado um cromatógrafo a gás Hewlett-Packard, modêlo HP 6890 com detector de massas 5973N e coluna capilar modelo DB-5 de 30m de comprimento, 0,25 mm de diâmetro interno e 0,25 μm de espessura de fase estacionária. A programação de temperatura utilizada foi a seguinte: 60°C (2 min), 60°C (22°C/min) - 200°C (10 min), 200°C (3°C/min) – 320°C (20 min). Foi utilizado um injetor de 300ºC, com linha de transferência 320°C; SIM: 177, 191, 205, 217, 218, 231, 253, 259, 384, 398 e 412. Todos esses dados compõem o Sistema Agilent Chemstation MSD Productivity. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1. CARACTERÍSTICAS DOS ÓLEOS. A caracterização geoquímica dos óleos, baseada no conteúdo dos componentes SAR através da cromatografia líquida permitiu identificar a sua composição. Os porcentuais para as frações de hidrocarbonetos saturados variaram de 43% ate 82% (Figura 2.1 e Tabela 2.2). Os valores dos hidrocarbonetos aromáticos situaram-se entre 14% e 28%; enquanto que os compostos NSO (Resinas+Asfaltenos) variaram de 2% a 36%. Segundo a classificação de Tissot (1984), a composição global das amostras é de parafínicos pelo predomínio de 39 hidrocarbonetos saturados (>50%) do total de compostos, com exceção da amostra 2V da Venezuela que apresenta 43% de saturados. O grau API dos óleos variou entre 27º e 37º, que segundo Tissot (1984) estariam classificados como óleos leves (valores de grau API maiores a 30°) e óleos medianos (valores de grau API entre 20° e 30°). AROMÁTICOS 0 100 20 80 Maturidade 40 60 1B 2B 3B 4B 40 60 5B Óleos Parafinicos 1C 2C 80 3C 20 4C Biodegradação 1V 2V 100 3V 0 0 20 40 60 80 SATURADOS 1 CUBA 100 NSO Figura 2. 1. Diagrama Ternário das frações saturadas, aromáticas e NSO da análise SAR, efetuada nos óleos de Bacias Sedimentares da América Latina. Tabela 2. 2. Porcentagens das frações constituintes de óleos de Bacias Sedimentares da América Latina (Hidrocarbonetos Saturados, Hidrocarbonetos Aromáticos, NSO (Resinas e Asfaltenos). Nome º API % Saturados % Aromáticos % NSO 1B 2B 30º - 55 78 21 18 24 5 3B 27,7 º 62 20 18 4B - 82 16 2 5B 1C 27,8 º 36,7º 60 66 25 24 15 10 2C 35,06 º 60 17 23 3C 4C 1V 26,7º 28,85 º 33 º 55 64 55 21 14 28 24 22 17 2V 33 º 43 21 36 3V 1Cuba 33 º - 59 51 28 27 13 21 Os óleos apresentaram concentrações de hidrocarbonetos saturados e aromáticos maiores do que 43% e 14% respectivamente, sugerindo-se de que se trata de óleos sem características de alteração ou biodegradação importantes. 40 3.2. DISTRIBUIÇÃO DE N-PARAFINAS , ISOPRENOIDES (FINGERPRINT ) Óleos do Brasil O óleo da bacia de Recôncavo (#1B) mostrou uma distribuição bimodal das nparafinas, com maiores abundâncias nos picos (nC14-nC17) e (nC24-nC27), demostrando um input de matéria orgânica de origem continental e marinha (Figura 2.2), corroborado também pela relação Pristano/Fitano (Pr/Ph), que apresenta valores maiores que 1,0 (Pr/Ph=1,440). Pode ser observado um maior predomínio da matéria orgânica marinha pelo valor da relação nC 17/nC29 superior a 1,0 (nC17/nC29=1,090), lembrando que (nC29) é um indicador terrestre e (n-C17) é um indicador de material marinho de algas (Tabela 2.3). n-C40 n-C36 n-C38 n-C32 n-C34 n-C28 n-C30 n-C26 n-C24 n-C22 n-C20 n-C18 FITANO n-C16 PRISTANO n-C17 n-C14 n-C12 n-C10 n-C9 Recôncavo #1B Figura 2.2. Cromatograma do óleo total e fingerprint para a amostra #1B, da Bacia do Recôncavo-Brasil. As relações entre os isoprenóides Pristano (Pr) e Fitano (Ph) e os hidrocarbonetos normais (nC17 e nC18) são consideradas indicadoras de variações de maturidade e de biodegradação dos óleos. Com o aumento da maturidade ocorre o aumento de n-parafinas, o que resulta em valores menores do que 1 (<1) para a relação (Pr/nC17) e (Ph/n-C18). Como consequência, Pr/n-C17=0,660m e Ph/n-C18=0,51 são indicativos de maturidade na amostra analisada (Hunt, 1996; Killops, 2005) (Tabela 2.3). A relação IPC na amostra é maior que 1,0 (IPC=1,09), sugerindo que o óleo foi gerado por uma rocha com um nível de maturidade igual ou superior ao da janela de geração (Tabela 2.3). Não foram observadas evidencias de biodegradação no óleo. 41 Tabela 2. 3. Parâmetros geoquímicos obtidos das análises cromatográficas (fingerprint) dos óleos das Bacias da América Latina avaliados. Amostras Pr/Ph Pr/nC17 Ph/nC18 nC17/nC29 IPC 1B 1,440 0,660 0,510 1,090 1,09 2B 1,870 0,450 0,280 1,540 1,10 3B 1,340 0,600 0,470 1,960 1,07 4B 1,880 0,120 0,070 17,800 0,90 5B 1,730 0,700 0,540 2,190 1,07 1C 1,909 0,570 0,350 3,560 1,02 2C 1,640 0,590 0,420 3,850 1,04 3C 1,100 1,230 1,260 2,320 1,101 4C 0,980 0,560 0,610 2,000 1,00 1V 0,710 0,300 0,500 3,970 1,00 2V 0,730 0,300 0,500 3,570 1,01 3V 0,710 0,300 0,500 3,970 1,00 1Cuba 0,770 0,021 0,650 3,590 1,66 Por outro lado o óleo da bacia de Sergipe (#2B), apresenta uma abundância significativa dos n-alcanos de baixo peso molecular e nC13 e nC17, como compostos principais, sugerindo um aporte de matéria orgânica marinha (Tissot, 1984) (Figura 2.3). Os valores da relação Pr/Ph>1 sugerem um ambiente de deposição em condições oxidantes (óxidas). A relação nC17/nC29 maior que 1 é também um indicador importante de aporte de material marinho, e as relações Pr/nC17 e Ph/nC18 menores que 1 são indicativas de maturidade, o que é apoiado também pelo valor de IPC=1,1 para este óleo (Tabela 2.3). Para esta amostra também não foram observadas evidências de biodegradação. O perfil cromatográfico do óleo da bacia Potiguar (#3B) revela uma sequência completa de n-parafinas com diminuição de intensidade dos picos entre nC10 e nC15. Isto sugere um estágio inicial de biodegradação (Peters, 1993). As maiores intensidades se encontram nos picos nC16 e nC19, sugerindo óleos tipicamente marinhos (Figura 2.4). Os valores da relação Pr/Ph>1 são típicos de um ambiente de deposição em condições oxidantes. A relação nC17/nC29 maior que um 1 é também um importante indicador de aporte de material marinho. As relações Pr/nC17 e Ph/nC18 menores que um 1 e o valor de IPC=1,07 são indicativos de um nível de maturidade igual ou superior da janela de geração para este óleo (Tabela 2.3). n-C8 42 n-C38 n-C40 n-C34 n-C36 n-C32 FITANO n-C30 n-C26 n-C28 n-C22 n-C24 n-C20 n-C18 PRISTANO n-C16 n-C17 n-C14 n-C12 n-C10 n-C9 Sergipe #2B n-C8 Figura 2. 3. Cromatograma do óleo total o fingerprint para a amostra #2B, coletada na Bacia Sedimentar de Sergipe-Brasil. n-C38 n-C40 n-C34 n-C36 n-C30 n-C32 n-C28 n-C24 n-C26 n-C22 n-C20 n-C17 n-C18 FITANO PRISTANO n-C16 n-C14 n-C12 n-C10 n-C9 Potiguar #3B Hump Figura 2. 4. Cromatograma do óleo total o fingerprint para a amostra #3B, coletada na Bacia Sedimentar Potiguar-Brasil. O óleo da bacia de Solimões (#4B) configura-se como um óleo bastante leve quase condensado. Prevalecem os n-alcanos de baixo peso molecular e o perfil cromatográfico é típico de um óleo altamente evoluído termicamente (Figura 2.5). O input de matéria orgânica se encontra pouco evidente, pela elevada evolução térmica que foi alcançada. Os n-alcanos de maiores pesos moleculares são craqueados favorecendo os de baixos pesos moleculares. O óleo da bacia de Campos (#5B) apresenta em seu cromatograma um aumento dos n-alcanos de baixo peso molecular (nC10-nC17), sugerindo óleos tipicamente marinhos (Figura 2.6). O valor da relação Pr/Ph>1 é indicador de um ambiente de deposição com condições oxidantes (óxidas). A relação nC17/nC29, maior que 1, é indicador importante de aporte de material marinho. As relações Pr/nC17 e Ph/nC18 menores que 1, e o valor de IPC=1,07, são indicativos de maturidade 43 para este óleo (Tabela 2.3). Não foram observadas, da mesma forma, evidencias de biodegradação. n-C38 n-C40 n-C34 n-C36 n-C28 n-C30 n-C32 n-C24 n-C26 FITANO PRISTANO n-C22 n-C20 n-C18 n-C16 n-C17 n-C14 n-C12 n-C11 n-C10 n-C9 Solimões #4B n-C8 Figura 2. 5. Cromatograma do óleo total o whole Oil para a amostra #4B, coletada na Bacia Sedimentar de Solimões-Brasil. n-C40 n-C38 n-C36 n-C34 n-C30 n-C32 n-C26 n-C28 n-C24 n-C22 n-C20 n-C18 FITANO PRISTANOn-C17 n-C16 n-C14 n-C12 n-C10 Campos #5B Figura 2. 6. Cromatograma do óleo total o fingerprint para a amostra #5B, coletada na Bacia Sedimentar de Campos-Brasil. Óleos da Colômbia As amostras dos óleos #1C, #2C e #3C, fazem parte de uma única bacia sedimentar (Valle Superior del Magdalena). Os cromatogramas apresentam a mesma distribuição das n-parafinas, com um aumento dos n-alcanos (nC14-nC17), típico de um input de matéria orgânica marinha (Figura 2.7). 44 n-C20 n-C26 n-C24 n-C22 n-C38 n-C40 n-C32 n-C34 n-C36 n-C17 n-C28 n-C29 n-C30 n-C31 n-C32 n-C33 n-C34 n-C35 n-C36 n-C37 n-C38 n-C39 n-C40 n-C26 n-C27 n-C23 n-C24 n-C25 FITANO n-C21 PRISTANO n-C20 n-C18 n-C19 n-C16 n-C14 n-C13 n-C12 n-C15 n-C30 n-C28 FITANO n-C10 n-C9 n-C8 n-C11 Amostra #2C n-C22 n-C16 PRISTANO n-C17 n-C18 n-C14 n-C12 n-C10 Amostra #1C Hump Amostra #3C n-C38 n-C40 n-C32 n-C34 n-C36 n-C28 n-C30 n-C24 n-C26 n-C20 n-C22 n-C16 n-C17 PRISTANO FITANO n-C14 n-C12 n-C10 n-C18 Biodegradação Hump Figura 2. 7. Cromatograma do óleo total o fingerprint para as amostras #1C, #2C e #3C, coletadas na Bacia Sedimentar de Valle Superior del Magdalena-Colômbia. A principal característica que marca a diferença cromatográfica entre as amostras é o aumento da biodegradação, evidenciado pelo acréscimo da UCM e pela diminuição na abundância relativa dos n-alcanos (Figura 2.7). Para todas as amostras a relação Pr/Ph>1 sugere um ambiente de deposição em condições oxidantes. A relação nC17/nC29 maior que 1 é indicadora do aporte de material marinho de algas, enquanto que o IPC>1 evidencia um nível de maturidade igual ou superior ao da janela de geração para estes óleos. Por outro lado, as relações Pr/nC17 e Ph/nC18 maiores que 1 para a amostra #3C, são devidas a maiores processos de biodegradação sofridos pela amostra. 45 O óleo #4C faz parte da bacia sedimentar do Valle Medio del Magdalena. O aumento dos n-alcanos leves ou de baixo peso molecular e a maior abundância dos picos nC14- nC16, são características típicas de óleos de origem marinha (Figura 2.8). Os valores da relação Pr/Ph>1 sugerem um ambiente de deposição em condições oxidantes. A relação nC17/nC29 maior que 1, é uma indicadora de aporte de material marinho. As relações Pr/nC17 e Ph/nC18 menores que 1, são indicativas de maturidade termal, apoiadas também pelo valor de IPC=1 (Tabela 3). A biodegradação é evidenciada pela notória diminuição das n-parafinas. n-C24 n-C25 n-C26 n-C27 n-C28 n-C29 n-C30 n-C31 n-C32 n-C33 n-C34 n-C35 n-C36 n-C37 n-C38 n-C39 n-C40 n-C22 n-C23 n-C20 n-C21 n-C19 PRISTANOn-C17 FITANO n-C18 n-C15 n-C16 n-C14 n-C13 n-C10 n-C11 n-C12 Amostra #4C Hump Figura 2. 8. Cromatograma do óleo total fingerprint para a amostra #4C, coletada na Bacia Sedimentar de Valle Medio del Magdalena-Colômbia. Óleos da Venezuela As três amostras de óleo da Venezuela analisadas, correspondem a exemplares da bacia sedimentar do Lago de Maracaibo (#1V, #2V e #3V). Trata-se de óleo bastante leve, que apresenta uma distribuição dos n-alcanos semelhante para as três amostras (predomínio de n-alcanos de baixo peso molecular). O perfil é típico de óleo com input de matéria orgânica marinha e evoluído termicamente (Figura 2.9). Os valores da relação Pr/Ph<1 sugerem um ambiente de deposição em condições redutoras (Tabela 2.3). Não se evidencia biodegradação nas amostras estudadas (Escobar, et al., 1985). Óleo de Cuba O óleo de Cuba (#1Cuba) apresenta um perfil cromatográfico correspondente ao de um óleo aparentemente biodegradado (hump da linha base pronunciado), onde os n-alcanos mais leves estão ausentes. Entretanto, os resultados da 46 cromatografia líquida deste óleo não comprovam esta biodegradação (SAT 51%) Amostra #3V n-C25 n-C26 n-C27 n-C28 n-C29 n-C30 n-C31 n-C32 n-C33 n-C34 n-C35 n-C36 n-C37 n-C38 n-C39 n-C40 n-C23 n-C24 n-C21 n-C22 n-C19 n-C20 FITANO n-C18 n-C17 PRISTANO n-C15 n-C16 n-C13 n-C14 n-C12 n-C11 n-C10 n-C9 n-C8 (Figura 2.10). Figura 2. 9. Cromatograma representativo do óleo total ou fingerprint para as amostras #1V, #2V e #3V, coletadas na Bacia Sedimentar do Lago de Maracaibo-Venezuela. Os gráficos a seguir reforçam a idéia de que a maioria dos óleos não foram afetados por processos de biodegradação intensos, e que o input de matéria orgânica é predominantemente marinho (Figura 2.11). n-C10 Figura 2. 10. Cromatograma do fingerprint do óleo, para a amostra # 1Cuba. n-C38 n-C40 n-C34 Hump n-C36 n-C32 n-C30 n-C28 n-C26 n-C24 n-C22 n-C20 FITANO n-C18 n-C17 PRISTANO n-C16 n-C14 n-C11 Amostra #1Cuba 47 100 100 Biodegradação Biodegradação 10 Pr/nC17 Pr/nC17 10 1 1 Mistura Marinho 0.1 0.1 1B 2B 3B 4B 5B 1C 2C 3C 4C 1V 2V 3V 1Cuba Continental Maturidade 0.01 0.01 0.01 0.1 1 Ph/nC18 10 100 0 2 Pr/Ph 4 6 Figura 2. 11. Relações entre n-alcanos e isoprenoides (Ph/nC18 vs. Pr/nC17) e (Pr/Ph vs. Pr/nC17), para todos os óleos analisados de Bacias Sedimentares da América Latina. 3.3. ANÁLISES DE BIOMARCADORES SATURADOS Avaliação do Ambiente de Depósito da Rocha Geradora Para as amostras do Brasil todos os óleos apresentaram características similares em seus biomarcadores saturados. O fragmentograma de massas do íon 191 se caracteriza pela presença dos Terpanos Tricíclicos (TR23) em baixas concentrações, baixos conteúdos ou ausência de Oleanano (OL), baixa a média abundância relativa do Gamacerano (Gi) e 17α(H)- trisnorhopano C27 maior que 18α(H)-trisnorneohopanos C27 (Tm>Ts). Estes parâmetros são considerados indicadores de um ambiente deposicional principalmente lacustre para os óleos (Figura 2.12). A amostra #3B, do Brasil, não apresentou nenhum tipo de biomarcador. Todas as amostras da Colômbia, Venezuela e Cuba apresentaram distribuição muito similar dos biomarcadores saturados. O fragmentograma de massas do íon 191 se caracteriza pela presença de terpanos tricíclicos. A concentração dos compostos tricíclicos C25 é maior que a dos compostos tricíclicos C26 (C26/C25 <1), e há predomínio dos compostos tricíclicos C23 sobre os tricíclicos C19 (C19/C23 <1), 17α(H)- trisnorhopano C27 - (Tm), em maiores proporções que 18α(H)trisnorneohopanos C27 - (Ts), ou seja (Tm>Ts), com exceção das amostras da bacia do VSM da Colômbia que apresentaram valores de (Ts/Tm>1) (Figura 2.13). Estes parâmetros são considerados indicadores de ambiente deposicional e sugerem um ambiente de tipo marinho, com um aporte de matéria orgânica TR-25 H-35S H-35R H-34S H-34R H-31S GAM H-31R H-32S H-32R H-29 H-30 H-30 H-33S H-33R H-35S H-35R H-34S H-34R GAM H-31S H-31R H-32S H-32R OL Ts Tm TR-29 TR-28 TET-24 TR-26 H-29 H-32S H-32R H-35S H-35R H-34S H-34R H-33S H-33R H-30 Tm H-31S H-31R TR-29 Ts GAM H-29 H-30 predominantemente de tipo algal, suportado pelas razões H-33S H-33R OL Tm TR-30 H-35S H-35R GAM H-29 TR-21 Ion-191.00 - #2B Ts TR-29 TR-28 H-34S H-34R H-33S H-33R H-32S H-32R H-31S H-31R Tm Ion- 191.00 - #3B TET-24 TR-26 TR-21 Ts TR-29 TR-28 Oleanano TR-23 TR-24 TR-20 TR-20 TET-24 TR-26 TR-25 TR-24 TR-23 TR-20 TR-19 Terpanos Tricíclicos TR-28 TET-24 TR-26 TR-25 TR-24 TR-23 TR-21 TR-20 48 Pr/Ph e nC 17/nC29 observadas no Whole Oil. Ion- 191.00 - #1B Gamacerano Homohopanos Ion-191.00 - #5B Figura 2. 12. Fragmentogramas típicos (ion191) dos óleos coletados no Brasil. Nota-se a similaridade na distribuição dos terpanos tricíclicos em todas as amostras. 49 H29 H30 Ion-191.00 - #4C Homohopanos H31S H31R H32S H32R H33S H33R H34S H34R H35S H35R TM TR23 TS TR25S TR25R TR26S TR26R TR21 TR20 TR19 TR23 TR24 Terpanos Tricíclicos Ion-191.00 - #3V H33S H33R H34S H34R H35S H35R H30 Homohopanos H31RH31S H32S H32R TS TM TR26S TR26R TR25S TR25R TR21 TR19 TR20 TR24 H29 Terpanos Tricíclicos H29 Ion- 191.00 - #1Cuba H30 TM H34S H34R H35S H35R H33S H33R TR26R TR25S TR25R H31S H31R H32S H32R TS Homohopanos TR24 TR21 TR19 TR20 TR23 TR26S Terpanos Tricíclicos Figura 2. 13. Fragmentogramas típicos (íon 191) dos óleos da Colômbia, da Venezuela e de Cuba. A família dos compostos esteranos (fragmentograma de massas íon 217), pode ser caracterizada de forma geral pelo predomínio dos esteranos regulares sobre os diasteranos e pela abundância dos esteranos C27 sobre os outros esteranos regulares (C28 e C29) (Tabela 2.4). Estes resultados indicam origem de matéria orgânica do tipo algal, depositada em um ambiente redutor (Sofer,1984; Lewan,1986; Moldowan et al., 1985; Volkman, 1984) (Figura 2.14). 50 Tabela 2. 4. Parâmetros geoquímicos obtidos dos biomarcadores saturados indicadores de ambientes deposicionais para óleos de Bacias da América Latina estudados. Amos. TR19/TR23 TR26/TR25 Ts/Tm C29C25Norhop/ C30Hop C31(S+R)Hop / C30Hop %C27 %C28 %C29 1C 0,56 0,93 3,10 0,07 0,61 44 28 28 2C 0,40 0,76 2,60 0,08 0,62 45 27 28 3C 0,08 0,76 1,26 0,22 0,50 40 30 30 4C 0,11 0,76 0,62 0,15 0,67 36 35 29 1V 0,08 0,88 0,90 0,25 0,73 43 29 28 2V 0,08 0,81 0,60 0,26 0,77 41 29 30 3V 0,75 0,84 0,54 0,23 0,85 42 29 29 1Cuba 0,32 2,65 0,65 0,23 0,66 37 25 38 Ion- 217.00 - #4C S29aaaR S28aaaS S27aaaS S28aaaR S29aaaS D27baS D27baR D27abS D27abR Diasteranos S27aaaR Esteranos Ion- 217.00 - #3V S29aaaR S28aaaS S28aaaR S29aaaS S27aaaS D27baS D27baR D27abS D27abR Diasteranos S27aaaR Esteranos Ion- 217.00 - #1Cuba Esteranos S29aaaR S28aaaS S28aaaR S29aaaS S27aaaS S27aaaR D27baS D27baR D27abS D27abR Diasteranos Figura 2. 14. Fragmentogramas típicos (íon 217), de óleos estudados nas Bacias Sedimentares da Colômbia, da Venezuela e de Cuba. 51 Outros parâmetros suportam o caráter marinho dos óleos avaliados, como os valores menores a 0,2 da razão C19/C23 e os altos valores da razão C31/C30hopano, além do predomínio dos Esteranos C27 sobre os C29 (Figura 2.15). 50 1 Querogênio Algal Marinho Marinho 45 %C27Esterano C31(R+S)/C30Hopano 0.8 0.6 0.4 1C 2C 3C 4C 1V 2V 3V 1Cuba 0.2 Terrestre 0 0 0.4 0.8 1.2 C19Tricíclico/C23Tricíclico 1.6 40 35 1C 2C 3C 4C 1V 2V 3V 1Cuba 30 Plantas Superiores 25 25 2 30 35 40 %C29Esterano 45 50 Figura 2. 15. Biomarcadores que evidenciam um ambiente marinho para os óleos estudados. Avaliação da biodegradação nos óleos. A biodegradação é um processo pós-genético que afeta a composição e as características originais dos óleos como consequência da ação de bactérias sobre os óleos (Palmer, 1993). A evidência da baixa biodegradação foi confirmada para os óleos #3C, #4C e #1Cuba, pela diminuição das n-parafinas e pela linha base pouco levantada (Hump), que representa uma mistura complexa de compostos não resolvidos pela coluna cromatográfica - UCM (Figura 2.7, Figura 2.8 e Figura 2.11). Para todas as demais amostras não foi encontrada nenhuma evidência do efeito da biodegradação atuando sobre elas. Em todos os fragmentogramas (191 e 127) observa-se a presença do terpanos pentacíclicos, tricíclicos e esteranos, indicando que os efeitos da biodegradação nos óleos não alcançaram níveis severos. A presença de C 29C25Norhopano em abundância nos óleos, é aceita como evidência de processos de biodegradação (Peters, 1993). Portanto, os baixos valores da razão C29C25NorHopano/C30Hopano (0,07-0,26), confirmam a pouca biodegradação sofrida pelos óleos (Tabela 2.4). 52 Avaliação da maturidade nos óleos. O estado de evolução termal dos óleos pode ser avaliado também pelos biomarcadores saturados. A abundância relativa de alguns compostos é modificada quando há um aumento na temperatura durante o soterramento da rocha geradora. A razão (S+R)ββ/(ββ+αα)C29Esteranos também aumenta com a evolução termal apresentando valores próximos de zero a aproximadamente 0,7, sendo que valores entre 0,67 e 0,71 demonstram que as amostras alcançaram uma fase de equilíbrio (Seifert, 1980). A razão S/(S+R)C29ααα também aumenta com a maturidade, e seus valores de equilíbrio são atingidos antes ou durante o início da “janela de geração do óleo”, podendo variar entre zero até aproximadamente 0,5, sendo que os valores 0,52 e 0,55 são indicadores de uma fase de equilíbrio. A Figura 2.16 correlaciona os parâmetros de isomerização de centros assimétricos do C29 esterano, com razões S/(S+R)C29ααα versus (S+R) ββ α /(ββ+αα) C29, que permitem avaliar o grau de evolução térmica de óleos. Segundo a razão S/(S+R) C29 ααα, todos os óleos estão abaixo da faixa de equilíbrio, variando de 0,39 a 0,46, sendo então considerados pouco maduros para este parâmetro. 1 0.6 Ts/(Ts+Tm) S/(S+R)C29aaa Esterano 0.8 0.4 1C 2C 3C 4C 1V 2V 3V 1Cuba 0.2 0 0.3 0.4 0.5 0.6 (S+R)(bb)/bb+aa C29 Esterano 0.7 0.8 0.6 0.4 1C 2C 3C 4C 1V 2V 3V 1Cuba 0.2 0 0.3 0.4 0.5 0.6 S/(S+R)C29aaa Esterano 0.7 0.8 Figura 2. 16. Correlação dos parâmetros de maturidade térmica (S+R) ββ/(ββ+αα) C29 (m/z 217) e S/(S+R) C29ααα (m/z 217), para as amostras de óleos das Bacias Sedimentares da América Latina em estudo. Para a razão (S+R) ββ/(ββ+αα)C29, os resultados de todas as amostras estão abaixo da faixa de equilíbrio, variando de 0,40 a 0,56 (Tabela 2.5). Com o aumento da maturidade térmica, a razão Ts/(Ts+Tm) aumenta de 0 a 1, 53 alcançando seu equilíbrio em torno do final da janela de geração de óleo (Waseda, 1998; Peters, 1993) (Tabela 2.5). Tabela 2. 5. Parâmetros geoquímicos obtidos dos biomarcadores saturados indicadores de maturidade termal para os óleos das Bacias Sedimentares da América Latina caracterizados. Amos. Ts/(Ts+Tm) S/(S+R)C31 Terpano S/(S+R)C29ααα Esterano (S+R)(ββ)/ββ+αα C29 Esterano 1C 0,75 0,60 0,43 0,42 2C 0,70 0,60 0,43 0,40 3C 0,6 0,60 0,49 0,48 4C 0,4 0,58 0,51 0,50 1V 0,5 0,59 0,49 0,56 2V 0,4 0,60 0,49 0,55 3V 0,4 0,61 0,49 0,54 1Cuba 0,4 0,53 0,47 0,53 A razão S/(S+R)C31 é muito apropriada para diferenciar estágios iniciais de maturidade. Sedimentos depositados em ambientes hipersalinos, por exemplo, podem apresentar uma série de homohopanos amplamente isomerizados no C 22, ainda num estágio inicial de diagênese (Mello et al., 1988; Peters et al., 2005). Essa razão varia em sedimentos e óleos de zero a aproximadamente 0,6, com valores de equilíbrio na faixa de 0,57 a 0,62, durante a maturidade térmica (Seifert, 1980). Em todas as amostras a razão S/(S+R)H31 se encontra entre 0,57 a 0,62, indicando que a fase principal de geração foi alcançada ou ultrapassada (Figura 2.17). Analisando de uma maneira geral os parâmetros de maturidade, pode-se chegar à conclusão que todas as amostras estão na faixa de equilíbrio de maturidade (pouco maduras). A maioria das amostras apresenta variação de seus parâmetros de maturidade dentro de uma faixa muito estreita, indicando que as amostras encontram-se em níveis de maturidade térmica muito próximos. 54 S/(S+R)C29aaa Esterano 0.6 0.4 1C 2C 3C 4C 1V 2V 3V 1Cuba 0.2 0 0.3 0.4 0.5 0.6 S/(S+R)C31 Terpano 0.7 0.8 Figura 2. 17. Correlação dos parâmetros de maturidade térmica S/(S+R) H31 (m/z 191) e S/(S+R)C29ααα (m/z 217), para as amostras de óleos das Bacias da América Latina estudados. 4. CONCLUSÕES A composição global das amostras estudadas é de óleos parafínicos, pelo predomínio de hidrocarbonetos saturados (>50%) do total de compostos. O grau API dos óleos varia entre 27º e 37º, permitindo classifica-los como óleos leves (valores de grau API maiores do que 30°) e óleos medianos (valores de grau API entre 20° e 30°). Os cromatogramas (fingerprints) das amostras do Brasil para a bacia do Recôncavo evidenciou um input de matéria orgânica de origem continental e marinha, mas com um maior aporte de matéria orgânica marinha. Entretanto, as amostras das bacias Sergipe, Potiguar, Solimões e Campos sugerem óleos tipicamente marinhos. As amostras da Colômbia apresentaram um input de matéria orgânica exclusivamente marinha. A principal característica que marca a diferença cromatográfica deste grupo de amostras é o aumento da biodegradação, 55 evidenciado pelo incremento na UCM, e pela diminuição na abundância relativa dos n-alcanos. Os óleos coletados na Venezuela apresentaram um perfil cromatográfico típico de óleos com aportes de matéria orgânica de origem marinha e evoluídos termicamente. A amostra representativa de Cuba faz referência a um óleo aparentemente biodegradado, mas os resultados da cromatografia líquida deste óleo não comprovam esta biodegradação. A maior porcentagem de hidrocarbonetos saturados está configurada por compostos cíclico, inseridos na UCM do fingerprint (SAT 51%). Na maioria das amostras as relações Pr/Ph>1 foram típicas de um ambiente de deposição em condições oxidantes. As relações Pr/nC17 e Ph/nC18 menores do que 1 e os valores de IPC maiores do que 1, são indicativos de um nível de maturidade igual ou superior ao da janela de geração para todos os óleos. Os biomarcadores para todas as amostras do Brasil (íon 191, 217 e 218) apresentaram características similares: a) terpanos tricíclicos (TR23) em baixas concentrações; b) baixo conteúdo ou ausência de oleanano (OL); c) baixa a média abundância relativa de gamacerano (Gi); d) 17α(H)- trisnorhopano C27 maior que 18α(H)-trisnorneohopanos C27 (Tm>Ts). Todos esses parâmetros são considerados indicadores de um ambiente deposicional principalmente lacustre. Os biomarcadores (íon 191, 217 e 218) para as amostras da Colômbia, Venezuela e Cuba também apresentaram distribuição muito similar dos biomarcadores saturados: a) concentração dos compostos tricíclicos C 25 é maior que a dos compostos tricíclicos C 26 (C26/C25 <1); b) predomínio dos compostos tricíclicos C23 sobre os tricíclicos C19 (C19/C23 <1); c) 17α(H)- trisnorhopano C27, (Tm) em maiores proporções que 18α(H)-trisnorneohopanos C27 (Ts), (Tm>Ts). Essas configurações permitem sugerir que os óleos analisados provavelmente são 56 oriundos de um ambiente de tipo marinho, com um aporte de matéria orgânica predominantemente algal. Analisando de forma geral os parâmetros de maturidade, pode-se chegar à conclusão que todas as amostras estão na faixa de equilíbrio de maturidade (pouco maduras). A maioria das amostras apresenta variações de seus parâmetros de maturidade dentro de uma faixa muito estreita, indicando um nível de maturidade térmica muito próximo. Não se evidenciam fortes processos de biodegradação nos óleos. A comprovação da baixa biodegradação foi confirmada principalmente para os óleos #3C, #4C e #1Cuba, em função da diminuição das n-parafinas e pela linha base pouco levantada (Hump), que representa uma mistura de compostos não resolvidos pela coluna cromatográfica, UCM. 5. REFERÊNCIAS Aquino-Neto, F.R., Nunes, D.S.S., 2003. Cromatografia: Princípios básicos e técnicas afins. Editora Interciência Ltda. Rio de Janeiro. Bordenave, M.L., 1993. Applied Petroleum geochemistry, Paris: Technip. Eglinton, G., Calvin, M., 1967. “Chemical Fossils”. Scientific American, v. 261, p. 32-43. Escobar, M., Azuaje V., Esteves, I., Portillo, E., Alciaturi, C., 2007. Biomarkers applications in the establishment of the origin, termal maturity and alteration processes of the petroleum: Alturitas oil field, Venezuela. Revista Técnica de la Facultad de Ingeniería Universidad del Zulia. Vol.30, Edición Especial, 380-390. Grob, K., Grob, G., 1981. Testing Capillary Gas Chromatographic Columns. Journal of Chromatography 219, 13-20. Hegazi, H., Andersson, J.T., 2007. Limitations to GC-MS Determination of Sulfur-Containing Polycyclic Aromatic Compounds in Geochemical. Energy & Fuels , v. 21, p. 3375–3384. 57 Huc, A.Y., 2003. Petroleum Geochemistry at the Dawn of the 21st Century, Oil and Gas Science and Technology, v. 58, p. 233-241. Hunt, J.M., 1996. Petroleum Geochemistry & Geology , Oxford, UK, 2nd ed. Killops, S., Killops, V., 2005. Introduction to organic geochemistry. Blackwell Publishing,Oxford, UK, 2nd ed. Lewan, M.D., Bjorùy, M., Dolcater, D.L., 1986. Effects of thermal maturation on steroid hydrocarbons as determined by hydrous pyrolysis of Phosphoria Retort Shale. Geochimica et Cosmochimica Acta 50, p. 1977-1987. Mello, M.R., Telnaes, N., Gaglionone, P.C., Chicarelli, M.I., Brassel, S.C., Maxwell, J.R., 1988. Organic Geochemical characterisation of Depositional Paleoenvironments of Source Rocks and Oils in Brazilian Marginal Basins, Organic Geochemistry, v. 13, p. 31-45. Moldowan, J.M., Seifert, W.K., Gallegos, E.J., 1985. Relationship between petroleum composition and depositional environment of petroleum source rock. American Association of Petroleum Geologists, v. 69, p. 1255-1268. Palmer, S.E., 1993. Effect of biodegradation and water washing on crude oil composition. In: Macko, S.A., Engel, M.H. (Ed.), Organic Geochemistry, Principles and Applications. Plenum Press, New York, p. 511–534. Peters, K.E., Moldowan, J.M., 1993. The Biomarker Guide: Interpreting Molecular Fossils in Petroleum and Ancient Sediments. New Jersey, Prentice-Hall Inc. Peters, K.E., Walters, C.C., Moldowan, J.M., 2005. The Biomarker Guide: Biomarkers and Isotopes in the Petroleum Exploration and Earth History, 2nd Edition, Vol.2, Cambridge University Press. Seifert, W.K., Moldowan, J.M., 1980. The effect of thermal stress on sourcerock quality as measured by hopane stereochemistry, Phys. Chem. Earth, v. 12, p. 229-237. Sofer, Z., 1984. Stable carbon isotope compositions of crude oils: applications to source depositional environments and petroleum alteration. American Association of Petroleum Geologist bulletin, v. 68, p. 31-49. Tissot, B.P., Welte, D.H., 1984. Petroleum Formation and Occurrence. 2a. ed. Berlin, Springer-Verlag. 58 Volkman, J.K., Alexander, R., Kagi, R.I., Rowland, S.J., Sheppard, P.N., 1984. Biodegradation of aromatic hydrocarbons in crude oils from the Barrow Subbasin of Western Australia. Organic Geochemistry, v. 6, p. 619–632. Waples, D.W., 1981. Organic Geochemistry for Explorations Geologists. Burgess Publishing Company, USA. Waseda, A., Nishita, H., 1998. Geochemical characteristics of terrigenous and marine-sourced oils in Hokkaido, Japan, Organic Geochemistry, v. 28, p. 2741. 59 2.3. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO PETRÓLEO E BIOMARCADORES SATURADOS * Olga Lucía Villarreal BARRAGAN (1), Jorge Alberto TRIGUIS (2). (1) Geóloga, Estudande de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente – POSPETRO, Universidade Federal da Bahia. [email protected], (2) Doutor em Geoquímica Orgânica: University of Newcastle Upon Tyne, Inglaterra. Professor do Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia. [email protected] RESUMO O petróleo é o resultado de transformações biológicas, físicas e químicas, sofridas pela matéria orgânica, e conhecidas como: diagênese, catagênese e metagênese. Os biomarcadores são “fósseis moleculares” derivados de substâncias presentes em organismos vivos, que apresentam pequenas ou nenhuma mudança na estrutura herdada das moléculas orgânicas originais. Desta maneira, estruturas moleculares dos biomarcadores presentes em diversos ambientes deposicionais, se correlacionam com a dos compostos precursores sintetizados pelos organismos vivos. A caracterização geoquímica é uma das melhores ferramentas usadas em laboratórios da indústria do petróleo, academias e de pesquisa para obter informações confiáveis sobre um grande número de propriedades associados à formação do petróleo como o input de matéria orgânica, paleoambiente deposicional e maturidade térmica dos óleos. Além disso, ajuda com a localização das acumulações dos hidrocarbonetos e suas fácies nas partes mais profundas das seções geológicas ou zonas não perfuradas em bacias sedimentares, proporcionando ferramentas importantes na exploração e produção de petróleo. Os hidrocarbonetos saturados são os compostos mais estudados do ponto de vista de biomarcadores. Este artigo apresenta um estado da arte dos principais biomarcadores que podem ser usados na caracterização geoquímica de óleos. Palavras chave: Geoquímica, Biomarcadores, Saturados. 60 RESUMEN El petróleo es el resultado de transformaciones biológicas, físicas y químicas, sufridas por la materia orgánica, y conocida como: Diagénesis, Catagénesis y Metagénesis. Los biomarcadores son fósiles moleculares derivados de substancias presentes en organismos vivos, que presentan pequeña o ninguna modificación en la estructura heredada de las moléculas orgánicas originales. De esta manera, estructuras moleculares de los biomarcadores presentes en diversos ambiente deposicionales se correlacionan con los de los compuestos precursores sintetizados por los organismos vivos. La caracterización geoquímica es una de las mejores herramientas en laboratorios especializados en la industria del petróleo y de investigación para obtener informaciones confiables sobre un gran número de informaciones sobre un gran número de propiedades asociadas con la formación de petróleo como el input de materia orgánica, paleoambiente deposicional e madurez térmica de los crudos. Además de esto ayuda con la localización de las acumulaciones de hidrocarburos y sus facies en las partes mas profundas de las secciones geológicas o zonas no perforadas en cuencas sedimentarias, dando grande herramientas en la exploración y producción de petróleo. Los hidrocarbonetos Saturados son los compuestos mas estudiados desde el punto de vista de biomarcadores. Este artículo presenta un estado del arte de los principales biomarcadores que pueden ser usados en la caracterización geoquímica de crudos. Palabras Clave: Geoquímica, Biomarcadores, Saturados. 61 1. INTRODUÇÃO O petróleo tem origem a partir da matéria orgânica depositada nas bacias sedimentares. Com o progressivo soterramento, a matéria orgânica passa por uma série de transformações físico-químicas que podem ser agrupadas de acordo com os seguintes estágios evolutivos: diagênese, catagênese, metagênese e metamorfismo. A diagênese é o processo inicial de alteração química, física ou biológica da matéria orgânica, esta é submetida a condições de baixa temperatura e pressão (<50°C) (PETERS; MOLDOWAN, 1993). Durante o início da diagênese, um dos principais agentes da transformação da matéria orgânica é a atividade microbiológica. Com o soterramento progressivo da matéria orgânica, ocorre à eliminação de grupos funcionais, e, ao final desse processo, a biomassa original é convertida em querogênio, porção da matéria orgânica sedimentar insolúvel em solventes orgânicos (TISSOT; WELTE, 1984). Após um considerável aumento da temperatura e pressão, o querogênio é soterrado progressivamente e degradado para a formação do petróleo, denominando-se para este estágio de evolução sedimentar como sendo catagênese. A temperatura pode apresentar em torno de 50°C a 150°C e uma pressão de 300 a 1000/1500 bares. A matéria orgânica é submetida por várias transformações químicas, como por exemplo, através de reações de craqueamento termocatalítico, reações de isomerização, aromatização, descarboxilação e desproporcionamento, resultando na devida conversão do querogênio em óleo. Esta zona matura também é denominada de “janela de geração de óleo”, ou simplesmente “janela de óleo” (HUNT, 1995; TISSOT; WELTE, 1984; PETERS; MOLDOWAN, 1993). Neste estágio, o querogênio gera principalmente hidrocarbonetos líquidos (TISSOT; WELTE, 1984). Sob condições de soterramento ainda maiores, caracteriza-se ao estágio denominado metagênese, onde mudanças mais severas no material orgânico ocasionam a formação de 62 hidrocarbonetos gasosos e os resíduos carbonosos. Estas transformações ocorrem em uma faixa de temperatura entre 150°C a 200°C (TISSOT; WELTE, 1984; PETERS; MOLDOWAN, 1993). A caracterização geoquímica de material fóssil orgânico como óleo cru é uma das melhores ferramentas de laboratórios da indústria, academias e de pesquisa para obter informações confiáveis sobre um grande número de propriedades como o input de matéria orgânica, paleoambiente deposicional e maturidade térmica dos óleos. A geoquímica do petróleo também ajuda a compreender quando os sedimentos orgânicos tornar-se mais maturos, o suficientemente maturos para gerar óleo e/ou gás. Além disso, ajuda com a localização das acumulações dos hidrocarbonetos e suas fácies nas partes mais profundas das seções geológicas ou zonas não perfuradas de uma bacia. Em outras palavras, ela dá uma multiplicidade de informações úteis para a exploração de petróleo e para fins de caracterização (HEGAZI, 2007). As ferramentas da geoquímica na caracterização dos óleos são medidas técnicas, modelos conceituais e numéricos construídos diretamente da extrapolação de dados dos experimentos laboratoriais. Esta ciência está basicamente relacionada à evolução geológica de substâncias orgânicas componentes das rochas sedimentares: a formação do querogênio (matéria orgânica sedimentar fossilizada), seguida de sua decomposição em petróleo, migração dos fluidos, e transformações dos óleos e gases nos reservatórios (HUC, 2003). 2. ESTADO DA ARTE Os biomarcadores são de grande importância para a geoquímica aplicada à exploração do petróleo, principalmente porque são altamente resistentes ao processo de biodegradação. Proporcionam a possibilidade de compreender melhor a cinética da geração do petróleo e a história termal das bacias sedimentares. Para que um composto seja considerado um 63 biomarcador, ele deve apresentar as seguintes características (PETERS; MOLDOWAN, 1993): O composto deve apresentar uma estrutura indicativa de que foi ou pode ter sido, um componente de organismos vivos; O composto precursor deve estar altamente concentrado nos organismos que mostram uma ampla distribuição; As principais características estruturais do composto permanecem estáveis quimicamente durante o processo de sedimentação e soterramento da matéria orgânica. 2.1. BIOMARCADORES SATURADOS É o grupo mais abundante e é onde se encontram os biomarcadores (terpanos e esteranos) e os diamantóides. São compostos orgânicos que apresentam em sua estrutura átomos de carbono e hidrogênio. Suas ligações carbono-carbono são simples, ou seja, cada átomo de carbono forma quatro ligações com outro átomo, podendo ser carbono ou hidrogênio (WAPLES, 1981). Classificam-se em alcanos normais (n-parafinas, n-alcanos), alcanos ramificados (isoalcanos, isoparafinas) e cicloalcanos (Figura 3.1). Fitano C20 H42 2 6 4 1 14 12 9 7 18 20 10 8 5 3 17 16 19 18 17 11 15 19 21 24 22 1 6 4 3 10 8 5 7 9 11 23 14 12 15 13 12 Pristano C19 H40 11 19 21 18 11 25 17 1 14 15 9 2 8 10 22 19 3 14 15 5 7 29 16 17 ou 22 R ou S 8 10 16 28 26 9 2 ou 21 30 13 26 17 13 20 12 1 27 25 20 2 16 13 4 6 18 27 3 5 7 4 6 23 24 Figura 3. 1. Exemplos de hidrocarbonetos saturados. Durante a catagênese da matéria orgânica das rochas geradoras, há uma tendência de aumento na concentração de n-alcanos com o incremento do processo de evolução térmica. 64 Óleos que apresentam pouca quantidade de n-alcanos, principalmente os mais leves, podem ter sofrido processo de biodegradação ou evaporação. A concentração de hidrocarbonetos saturados no petróleo depende das condições genéticas, principalmente da natureza e tipo de matéria orgânica do ambiente deposicional e de sua maturação. A fração dos hidrocarbonetos saturados obtida do petróleo ou das rochas geradoras pode conter vários tipos de biomarcadores, onde sua abundância dependerá, dentre outros fatores, do tipo do óleo caracterizado. Biomarcadores Acíclicos Alcanos Lineares ou n-alcanos São de forma geral os mais abundantes em amostras geológicas. Ocorrem em plantas e outros organismos e podem ser reduzidos durante a deposição e diagênese da matéria orgânica. Sua identificação fornece informações acerca da origem e do estado de evolução térmica da matéria precursora. São hidrocarbonetos acíclicos que formam uma série homóloga conforme a fórmula geral Cn H2n +2, sendo o metano (CH4) o primeiro da série (Figura 3.2). Segundo Tissot e Welte (1984), em amostras de matéria orgânica com contribuição de plantas terrestres predominam os n-alcanos entre C25 e C33, enquanto nos oriundos de matéria orgânica marinha predominam aqueles entre C15 e C17. Anda segundo esses autores, a presença, mesmo em pequena proporção, de matéria orgânica terrestre (~10%), define a distribuição dos n-alcanos. Com o aumento da evolução térmica ocorre o craqueamento dos hidrocarbonetos de alta massa molecular, o que ocasiona um incremento na abundância relativa dos n-alcanos na faixa de C15 - C17, o que pode comprometer a interpretação ambiental. 65 n-C24 n-C25 n-C26 n-C27 n-C28 n-C29 n-C30 n-C31 n-C32 n-C33 n-C34 n-C35 n-C36 n-C37 n-C38 n-C39 n-C40 n-C22 n-C23 n-C20 PRISTANO FITANO n-hexadecano n-C21 n-C18 m/z85 n-C19 n-C16 n-C17 n-C15 n-C13 n-C12 n-C11 n-C10 n-C14 N-Alcanos Figura 3. 2. Estrutura molecular do n-alcano (C16H32) e picos de n-alcanos (C10 até C40). Os alcanos analisados por (CG-EM) podem ser monitorados através do íon m/z 85. Seus espectros de massas apresentam como característica a ocorrência de grupos de picos espaçados de 14 unidades de massa (correspondendo ao acréscimo de CH2), onde os picos CnH2n+1 são os mais abundantes. Em um grupo de íons relativos a espécies homólogas, as abundâncias diminuem gradualmente com o aumento das massas e, assim, de um modo geral, esses compostos apresentam íons moleculares pouco significativos. Nos processos de biodegradação, os n-alcanos são os primeiros compostos consumidos pelas bactérias. O Índice Preferencial de Carbono (IPC) é uma medida da quantidade de hidrocarbonetos n-alcanos com número ímpar de átomos de carbono em relação aos de número par (Figura 3.3), inseridos na faixa de C25 até C34 (derivados das ceras vegetais de plantas superiores e oriundos de material orgânico terrestre). Este índice fornece o grau de transformação da matéria orgânica e pode ser utilizado como indicativo do grau de maturação, uma vez que matéria orgânica com baixo grau de maturação apresenta altas concentrações de n-alcanos com número ímpar de átomos de carbono. Assim, razões >1 indicam matéria 66 orgânica imatura e tendem a unidade quando o grau de maturação aumenta (PETERS; MOLDOWAN, 1993). C25 + C27 + C29 + C31 + C33 IPC = ímpar ----------------------------------------------- C26 + C28 + C30 + C32 + C34 par Figura 3. 3. Equação de IPC (PETERS; MOLDOWAN, 2005). Isoprenóides Acíclicos Os isoprenóides pertencem ao grupo dos alcanos ramificados, sendo formados a partir de diferentes combinações entre unidades de isopreno. Como resultado dessas combinações, formam-se isoprenóides regulares com ligação cabeça-cauda (head-to-tail) e isoprenóides irregulares com ligação cabeça-cabeça (head-tohead) e cauda-cauda (tail-to-tail) (Figura 3.4). Figura 3. 4. Isoprenóides Acíclicos C40. Os compostos com ligações do tipo head-to-head são mais abundantes, incluindo, por exemplo, os compostos Pristano, Fitano e outros membros da série homóloga acima de C40 e C45 (Figura 3.5). 67 Isoprenóides Acíclicos Fitano C20 H42 6 4 10 8 5 3 9 7 20 14 12 11 13 16 15 Pristano C19 H40 14 12 13 15 n-C38 n-C39 n-C40 n-C36 11 n-C34 9 n-C32 7 19 10 8 5 n-C30 n-C26 n-C24 n-C22 6 4 3 n-C28 2 1 18 17 16 n-C20 PRISTANO 2 1 n-C18 FITANO n-C16 n-C14 n-C12 n-C10 19 18 17 Figura 3. 5. Unidade isoprênica e estruturas moleculares do Pristano e Fitano. A razão Pristano/Fitano é considerada por Peters and Moldowan (1993), como o melhor indicador de condições anóxicas, particularmente quando os teores de enxofre e porfirinas são elevados. Segundo os autores, as variações na razão Pristano/Fitano poderiam indicar flutuações no processo de oxidação, durante os estágios iniciais de decomposição da clorofila. A partir daí, sugeriram que a razão poderia ser usada para indicar diferentes tipos de ambientes. As altas razões indicariam um ambiente oxidante, terrestre, e as baixas, um ambiente mais redutor, marinho. A relação entre a concentração dos n-alcanos C17 e C18 em relação aos isoprenóides Pristano e o Fitano, fornece informações importantes em relação ao grau de maturação da matéria orgânica, uma vez que os processos de craqueamento térmico da matéria orgânica proporcionam um aumento na abundância dos n-alcanos (PETERS; MOLDOWAN, 1993) (Quadro A1). É importante salientar que não se deve utilizar a razão Pristano/Fitano como parâmetro único para descrever o potencial redox do ambiente, pois outras fontes destes compostos, além da clorofila, têm sido constatadas, como os lipídios da Archaebacteria (halofílica ou metanogência) e o tocoferol (precursor do Pristano). Dessa forma, a razão pode ser afetada 68 pelas diferenças nas contribuições dos organismos e não apenas pelo efeito redutor ou oxidante do meio (PETERS; MOLDOWAN, 1993). Quadro A 1. Principais relações dos isoprenóides acíclicos. ISOPRENOIDES Pr/Ph > 1 Pr/Ph < 1 Pr/n-C17 e Ph/n-C18 > 1 Pr/n-C17 e Ph/n-C18 < 1 RELAÇÕES Indica óleo ou extrato de ambiente deposicional óxido. Origem Continental Indica óleo ou extrato de ambiente deposicional redutor. Origem Marinha Indicam óleo ou extrato imaturo ou biodegradação Indicam óleo ou extrato maturo Biomarcadores Cíclicos Terpanos bi, Tri, Tetra e Pentacíclicos Os terpanos constituem uma classe de biomarcadores de grande importância na geoquímica orgânica. Estes compostos são extensivamente empregados em diversos parâmetros de maturação, biodegradação, idade geológica e origem da matéria orgânica. Os terpanos mais comuns em óleos e sedimentos são terpanos bicíclicos (sesquiterpanos), tricíclicos, tetracíclicos e pentacíclicos. Terpanos Bicíclicos Dentre os terpanos bicíclicos destacam-se os drimanos, eudesmanos e cadinanos (Figura 3.6). Os drimanos estão presentes em amostras geológicas desde o período Cambriano, o que descarta uma origem ligada a vegetais superiores. Acredita-se que esses compostos têm origem microbiana ou podem resultar da biodegradação de hopanos. Os eudesmanos e o cadinanos não são constituintes comuns em óleos. São originários de vegetais superiores e quando presentes em uma amostra são indicadores inequívocos da contribuição destes organismos (ALEXANDER et al., 1983). Os terpanos bicíclicos são monitorados em CG-EM através do íon m/z 123. 69 m/z 123 4(H) Eudesmano 8(H)Drimano 4(H) Cadinano Figura 3. 6. Estruturas moleculares dos terpanos bicíclicos íon m/z 123. Terpanos Tricíclicos Constituem uma classe de compostos vastamente distribuída em óleos e sedimentos, desempenhando um papel importante no estudo do petróleo. Muitos óleos e extratos de rocha possuem uma série homóloga de terpanos tricíclicos do tipo cheilanthane (Figura 3.7) na faixa de C19 a C45 e até mais, embora a maior abundância seja encontrada nos homólogos até C26. Terpanos Tricíclicos H35S H35R H34S H34R H33S H33R Nor30hh M30 H31S H31R GAM H32RH32S NOR25H H29 DH30 C29TS M29 TR28S TR28R TR29S TR29R TS TM TR30S TR30R TR22 TET24 TR26S TR26R 13(H)14(H) - Queilantano TR25S TR25R TR21 TR19 TR20 TR24 H30 TR23 m/z 191 Figura 3. 7. Estruturas e distribuição dos Terpanos Tricíclicos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN, 1993). Eles ocorrem predominantemente com configuração 13β(H), 14α(H) e a partir do homólogo C25, como uma mistura de diastereoisômeros na posição 22R e 22S (PETERS; MOLDOWAN, 1993). Um precursor proposto para estes compostos é o triciclohexaprenol, que é formado a partir de um constituinte celular universal, o hexaprenol (OURISSON et al., 1982). Segundo Simoneit et al. (1990), os terpanos tricíclicos podem ser originários de algas 70 tasmanaceas, abundantes no Alasca e na Tasmânia durante o Permiano. Entretanto, essas associações não comprovam a origem algal destes compostos, uma vez que as bactérias procarióticas também foram identificadas como possíveis precursores dos terpanos tricíclicos (AQUINO-NETO et al., 1983; OURISSON et al., 1982; PETERS; MOLDOWAN, 1993). A razão tricíclicos / pentacíclicos é um indicativo de maturidade, uma vez que com o aumento da maturação, há um aumento na concentração dos terpanos tricíclicos, podendo ocorrer a degradação dos pentacíclicos. Devido a sua grande resistência a degradação bacteriana, estes compostos são utilizados na correlação de óleos intensamente biodegradados (CONNAN et al., 1985). Terpanos tetracíclicos Os terpanos tetracíclicos (Figura 3.8) formam uma série mais restrita em relação aos tricíclicos, tendo como componentes mais comuns àqueles correspondentes a faixa de C24 a C27. A presença destes compostos tem sido detectada em amostras de óleos provenientes de uma variedade de ambientes deposicionais. Philp (1985) sugeriu sua origem como H35S H35R H34S H34R C25 - Terpano Tetracíclico H33S H33R Nor30hh M30 H31S H31R GAM H32RH32S M29 NOR25H H29 DH30 C29TS TR28S TR28R TR29S TR29R TS TM TR30S TR30R T. Tetracíclicos TET24 TR26S TR26R TR22 m/z 191 m/z 191 C24 - Terpano Tetracíclico TR25S TR25R TR21 TR19 TR20 TR24 H30 TR23 proveniente da degradação termocatalítica e microbiana dos precursores hopanos. Figura 3. 8. Estruturas e distribuição dos terpanos tetracíclicos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN, 1995). 71 No entanto, segundo Waples (1981), ainda não é claro se existe uma única origem para o C24 tetracíclico, pois também ocorre associado a alginitas ou a matéria orgânica terrestre. Já os C25, C26 e C27 têm sido encontrados em rochas carbonáticas e evaporíticas e, provavelmente, não ocorrem em abundância em outros tipos de ambientes sedimentares (AQUINO-NETO et al., 1983; WAPLES, 1981). São originados a partir de membranas procarióticas de bactérias diferentes das que originaram os pentacíclicos e estão presentes em concentrações inferiores aos pentacíclicos. Terpanos Pentacíclicos Nesta classe encontram-se os compostos hopanóides e os não hopanóides. Entre os não hopanóides destacam-se o gamacerano e o oleanano Figura 3.9. O gamacerano tem sido encontrado em muitos óleos e sedimentos e, quando presente em elevada abundância, é considerado um indicador de deposição em um ambiente deposicional hipersalino (PETERS; MOLDOWAN, 1993). O oleanano tem ocorrência mais restrita e é oriundo de vegetais superiores (angiospermas), sendo considerado um indicador de matéria orgânica de idade cretácea ou mais recente. H30 TR23 Terpanos Pentacíclicos H35S H35R H34S H34R H33S H33R Nor30hh M30 H31S GAM H31R H32RH32S NOR25H H29 DH30 C29TS M29 TR28S TR28R TR29S TR29R TS TM TR30S TR30R TR22 TET24 TR26S TR26R TR25S TR25R TR21 Gamacerano TR19 TR20 TR24 m/z 191 Figura 3. 9. Estruturas e distribuição dos Terpanos Pentaciclicos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN, 1995). 72 Os hopanos são os mais comuns e bem estudados. Seus precursores são encontrados em bactérias e cianobactérias. A cadeia lateral na posição 21 pode ter até oito carbonos, originando os hopanos C30, os norhopanos (C27 a C29) e os hopanos estendidos, ou homohopanos, que variam de C31 a C35 (PETERS; MOLDOWAN, 1993). O hopano (C30) e seus homólogos ocorrem com três diferentes estereoquímicas em relação aos carbonos C17 e C21: (1) 17β(H),21β(H) ou “ββ”; (2) 17α(H),21β(H) ou “αβ”; e (3) 17β(H),21α(H) ou “βα” (moretanos). A configuração biológica “ββ” é termicamente instável, sendo convertida às configurações “αβ” e “βα” no processo de diagênese. Consequentemente, a configuração “ββ” não é encontrada em óleos, a menos que exista alguma contaminação de matéria orgânica imatura. A configuração “αβ” é a mais estável termodinamicamente, e a configuração “βα”, que caracteriza os moretanos, apresenta estabilidade intermediária (PETERS; MOLDOWAN, 1993) (Figura 3.10). H30 TR23 Hopano H35S H35R H34S H34R H33S H33R Nor30hh M30 H31S GAM H31R H32RH32S NOR25H H29 DH30 C29TS M29 TR28S TR28R TR29S TR29R TS TM TR30S TR30R TR22 TET24 TR26S TR26R Hopano TR25S TR25R TR21 TR19 TR20 TR24 m/z 191 Figura 3. 10. Estruturas e distribuição dos Hopanos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN, 1995). Outros compostos com esqueleto semelhante ao hopano (parcialmente modificado) têm sido detectados em óleos e rochas geradoras. Dentre eles destacam-se o 17α(H)-22,29,30trisnorhopano (Tm), o 18α(H)- 22,29,30-trisnorneohopano (Ts), (Figura 3.11). O 18α(H)28,30-bisnorhopano e o 17α(H)-25-norhopano. Os compostos Ts e Tm são usados como indicadores das condições de sedimentação e do grau de evolução térmica, o bisnorhopano é encontrado principalmente em óleos derivados 73 de matéria orgânica depositada em ambientes anóxicos e o 17α(H)-25-norhopano é encontrado predominantemente em óleos submetidos a um alto grau de biodegradação (PETERS; MOLDOWAN, 1993). De acordo com Mello et al. (1988), a presença destes compostos pode indicar uma grande variedade de ambientes deposicionais, como por m/z 191 H35S H35R H34S H34R H33S H33R Ts Nor30hh M30 H31S GAM H31R H32RH32S M29 TR30R NOR25H H29 DH30 C29TS TS TM TR30S TR28S TR28R TR29S TR29R TR22 TET24 TR26S TR26R Trisnorneohopano (Ts) TR25S TR25R TR21 Trisnorhopano (Tm) TR19 TR20 TR24 H30 TR23 exemplo, lacustres salinos, marinhos carbonáticos e marinhos hipersalinos. Figura 3. 11. Estruturas e distribuição dos compostos 17α(H)- 22,29,30 - Trisnorhopano (Tm) e 18α(H)22,29,30- Trisnorneohopano(Ts), m/z 191. A razão dos isômeros hopanóides C27, Ts (18α(H)-trisnorneohopano) em relação ao Tm (17α(H)-trisnorhopano), também tem sido utilizada para avaliar o grau de maturação da matéria orgânica, uma vez que com o aumento da maturidade, a concentração de Tm cai gradualmente, em relação ao Ts, que aumenta. Sabe-se também que a razão Ts/(Tm+Ts) é alta para ambientes hipersalinos e que baixas concentrações de Ts/(Tm+Ts) têm sido encontradas em óleos oriundos de rochas carbonáticas. Além disso, a razão Ts/(Tm+Ts) é mais baixa em sedimentos óxicos que nos anóxicos. A série dos homohopanos apresenta de C31 a C35 átomos de carbono com configuração 17α(H),21β(H)-hopano e possui epímeros 22S e 22R para cada homólogo, devido a seu centro assimétrico no C22. No cromatograma de massas m/z 191 é possível observar um dublete para cada homohopano indicando os epímeros 22R e 22S (PETERS et al., 2005) (Figura 3.12). H35S H35R H34S H34R H33S H33R Homohopanos Nor30hh M30 H31S GAM H31R H32RH32S M29 NOR25H H29 DH30 C29TS TR28S TR28R TR29S TR29R TS TM TR30S TR30R TR22 TET24 TR26S TR26R TR25S TR25R TR21 TR19 TR20 TR24 H30 TR23 74 Figura 3. 12. Estruturas e distribuição dos Homohopanos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN, 1995). Esteranos Os esteranos e outros hidrocarbonetos esteróides (esterenos, diasterenos, e diasteranos) são derivados de esteróis, ou cetonas esteroidais, sendo originados de vegetais terrestres superiores e algas. São derivados diageneticamente dos esteróis em organismos eucariotes, principalmente plâncton e, em menor extensão, em vegetais superiores (DE LEEUW; BASS, 1986). Estes biomarcadores são menos resistentes à degradação bacteriana frente aos hopanos (PETERS; MOLDOWAN, 1993). A estrutura molecular dos esteranos é mostrada na Figura 3.13. Os quatro principais precursores dos esteróis contendo C27, C28, C29 e C30 átomos de carbono têm sido identificados em inúmeros organismos fotossintéticos. Esses esteróis dão origem a quatro diferentes esteranos regulares durante a diagênese, que podem ser chamados de homólogos ou membros da série homóloga, pois só diferem pela adição de unidades de metileno (CH2) na molécula. Estes compostos, de C27, C28, C29, podem ser chamados colestano, ergostano e sitostano (Figura 3.14). 75 12 m/z 149 17 11 16 19 15 14 1 9 2 10 8 5 4 7 m/z 259 6 D27abS D27abR 3 S22 S21 m/z 260+R S28aaaS S28abbR S28abbS S28aaaR S29aaaS S29abbR S29abbS S29aaaR 25 27 S27aaaS BB_D29S S27abbS S27aaaR 24 23 18 D27baR 22 20 CHOL5B 21 m/z 217 D27baS Esteranos X Figura 3. 13. Estrutura molecular e distribuição dos Esteranos, m/z 217. m/z 217 m/z 217 Colestano (C27) Ergostano (C28) m/z 217 m/z 217 Sitostano (C29) 24n-propil-colestano (C30) Figura 3. 14. Estrutura molecular de esteranos de C27 a C30. A configuração biológica presente nos esteróis é a 5α(H), 14α(H), 17α(H), 20R. Durante a diagênese se dá a isomerização para configurações termodinamicamente mais estáveis, até que seja alcançado o equilíbrio na proporção entre “αααR”, “αααS”, “αββR” e “αββR” de 1:1:3:3 (PETERS; MOLDOWAN, 1993). O diagrama ternário dos esteranos regulares C27 (colestano), C28 (metilcolestano) e C29 (etilcolestano) em configuração ααα (20R) dá informações sobre a origem da matéria orgânica presente nos sedimentos (Figura 76 3.15), sendo utilizado como indicador de paleoambientes deposicionais (WAPLES; MACHIHARA, 1991). A predominância de C29 é um indicativo de uma forte contribuição de matéria orgânica de fontes terrestres. Já o predomínio do esterano C27 indicaria matéria orgânica derivada de plâncton marinho. O esterano C28 é geralmente encontrado em menor abundância e indica forte contribuição de algas lacustres. %C27 Plancton 50 50 Marinho Aberto Estuarino Terrestre Lacustre % C28 50 Plantas Superiores %C29 Figura 3. 15. Diagrama ternário mostrando a interpretação dos ambientes a partir da distribuição dos esteranos, adaptado do original (WAPLES, 1981). Diasteranos Os diasteranos (Figura 3.16), também chamados de esteranos rearranjados, são bem conhecidos na forma das espécies C27, C28, C29 e C30. Estes compostos são formados por meio da conversão de esteróis durante a diagênese, em reações catalisadas por argilas em ambientes ácidos (PETERS; MOLDOWAN, 1993). 77 R S28aaaS S28abbR S28abbS S28aaaR S29aaaS S29abbR S29abbS S29aaaR D27abS D27abR m/z 259 S22 S21 S27aaaS BB_D29S S27abbS S27aaaR D27baS D27baR CHOL5B Diasteranos Figura 3. 16. Estrutura molecular e distribuição dos Diasteranos, m/z 259. O significado como biomarcador de fonte desses compostos deve estar mais nas características da matriz inorgânicas dos sedimentos, do que nas características da fonte de aporte orgânico (SEIFERT; MOLDOWAN, 1980). Estes compostos são mais estáveis em relação aos esteranos regulares, portanto são mais resistentes aos processos de biodegradação e craqueamento térmico. A razão diasteranos/esteranos regulares é utilizada como indicador de maturidade térmica e de ambiente deposicional. Baixos valores para a razão diasteranos/esteranos regulares são referentes a óleos de origem carbonática. Esta razão também pode refletir o grau de biodegradação devido a uma maior estabilidade dos diasteranos em relação às demais classes de biomarcadores (PETERS; MOLDOWAN, 1993). Os carbonatos e matéria orgânica de fonte hipersalina têm quantidades menores de diasteranos do que ambientes deposicionais ricos em folhelhos (lacustre, marinho e deltáico). 78 Quadro A 2. Resumo dos principais Biomarcadores Saturados. BIOMARCADOR ESTRUTURA PRECURSOR INFORMAÇÃO FORMÚLA REFERÊNCIA Abundância C15 – C19 Matéria Orgânica Marinha Algas Marinhas Origem da Matéria Orgânica Abundância C25 – C35 Matéria Orgânica Terrestre Peters and Moldowan, 1993. n-alcanos (alcanos lineares) Plantas Terrestres Aquino-Neto 1983. IPC = impares/pares >1 Matéria Orgânica Terrestre C1-C40 IPC = impares/pares <1 Matéria Orgânica Marinha Cn H2n+2 Biodegradação Paleoambiente deposicional al., Killops and Killops, 2005. Os n-alcanos são os primeiros Tissot 1984. compostos consumidos pelas bactérias. Ambiente Lacustre Agua doce IPC = impares/pares >1 Envelope tipo caixote Presença n-alcanos de baixos e altos pesos moleculares et and Welte, 79 BIOMARCADOR ESTRUTURA Pristano C19 H40 16 2 3 INFORMAÇÃO Ambiente deposicional 18 17 6 4 1 PRECURSOR 7 REFERÊNCIA Pr/Ph > 1: indica óleo ou extrato de ambiente deposicional óxico. 19 10 8 5 FORMÚLA 14 12 9 11 15 13 Organismo Fototrófico (processo fotossíntese) Pr/Ph < 1: indica óleo ou extrato de ambiente deposicional anóxico ou redutor. Peters and Moldowan, 1993. Isoprenóides (A.Ramificados) Fitano C20 H42 Cn H2n+2 2 1 19 18 17 6 4 3 5 10 8 7 9 Seifert and Moldowan, 1980. 20 14 12 11 13 16 Pr/n-C17 e Ph/n-C18 > 1: indicam óleo imaturo. 15 Grau Maturação. Biodegradação Pr/n-C17 e Ph/n-C18 < 1: indicam óleo maturo. Relações Pr/n-C17 e Ph/n-C18 elevadas para um grau do biodegradação moderada. Relações Pr/n-C17 e Ph/n-C18 tendem a zero devido à ausência destes compostos.biodegradação severa. São mais resistentes à biodegradação que os n-alcanos Philp, R.P. 1985. 80 BIOMARCADOR ESTRUTURA PRECURSOR INFORMAÇÃO FORMÚLA REFERÊNCIA Ambiente marinho e lacustre Biomarcadores Cíclicos Algas Tasmanaceas m/z 191 Ambiente deposicional (abundantes no Alaska e na Tasmânia durante o Permiano) Terpanos Tricíclicos (C21 - C40) Aquino-Neto 1983. 13(H)14(H) - Queilantano et al., Seifert and Moldowan, 1980. Biodegradação Resistentes à degradação bacteriana são utilizados na correlação de óleos intensamente Connan et al., 1985. biodegradados. Hunt, J.M., 1995. m/z 191 Organismo Procariótico (bactéria, Cianobactéria) Terpanos Tetracíclicos C24 - Terpano Tetracíclico (C24 - C27) provenientes da degradação termocatalítica e microbiana dos precursores hopanos. Óleos de origem deltáica. Paleoambiente deposicional Origem Matéria Orgânica C24 Associado a Alginitas ou a matéria orgânica terrestre. C25 C26 C27, são encontradas em ambientes deposicionais marinhos carbonáticos e evaporíticos. Brassell et al., 1986. Palacas et al., 1986. 81 BIOMARCADOR ESTRUTURA m/z 191 INFORMAÇÃO GAMACERANO Ambiente deposicional Biomarcadores Cíclicos Gamacerano Terpanos Pentacíclicos Hopanos PRECURSOR FORMÚLA Ambientes hipersalinos. Forte estratificação de corpo d’água Organismo Procariótico (bactérias, Cianobactérias) Idade Peters and Moldowan, Indicador de matéria orgânica de 1993. idade cretácea ou mais recente m/z 191 OLEANANO Oleanano Brassell et al., 1986. Vegetais Superiores (angiospermas) Damsté et al., 1995. Mello et al., 1988. Condições sedimentação m/z 191 Terpanos Pentacíclicos ou Homohopano Ts/(Tm+Ts) >> Ambientes Hipersalinos Tm Ts - Tm m/z 191 Evolução Térmica Ts/(Tm+Ts) << Rochas Carbonáticas << Tm Aumento da maturidade Ts REFERÊNCIA >> Ts Aumento da maturidade 82 BIOMARCADOR ESTRUTURA PRECURSOR Presentes em membranas celulares de organismos eucarióticos (algas e plantas terrestres) m/z 217 Biomarcadores Cíclicos INFORMAÇÃO Origem Matéria Orgânica FORMÚLA >>> C27 Materia Orgânica Marinha REFERÊNCIA >>> C29 Materia Orgânica Terrestre Ergostano (C28) Esteranos Menos resistentes à degradação bacteriana frente aos hopanos m/z 217 Ambiente deposicional C28 Menor abundancia Algas lacustres Peters and Moldowan, 1993. Volkman 1984. et al., Colestano (C27) Waples and Michihara, 1991. R Presentes em membranas celulares de organismos eucarióticos (algas e plantas terrestres) Grau de maturação << diasteranos / esteranos Rochas Carbonáticas m/z 259 Diasteranos Mais resistentes à biodegradação e craqueamento térmico << diasteranos Ambientes Hipersalinos Rochas Carbonáticas Origem Matéria Orgânica 83 3. CONCLUSÕES GERAIS Foi otimizado o método de cromatografia líquida em coluna aberta baseado em um planejamento fatorial em dois níveis (22), onde a melhor resposta das diferentes combinações das variáveis foi a obtida usando as seguintes proporções: 0,02g de amostra de óleo da bacia Potiguar no Brasil, com uma coluna de sílica gel ativada a 400-450 ºC durante 4 horas; a fração saturada foi eluída com 30 mL de n-Hexano, a fração aromática foi eluída com uma mistura de n-Hexano/Diclorometano (1:1, v/v, 40mL) e por último a fração NSO foi eluída com Diclorometano/Metanol (8:2, v/v, 40mL); estas misturas de solventes e volumes utilizados mostraram que a separação foi eficaz. A utilização do planejamento fatorial para a otimização da técnica de cromatografia líquida em coluna aberta (SAR), mostrou-se eficiente com relação a outras metodologias já desenvolvidas em outros laboratórios especializados. A composição global das amostras de óleo estudadas permite classifica-los como óleos parafínicos, pelo predomínio de hidrocarbonetos saturados (>50%) do total de compostos. O Grau API dos óleos variou entre 27º e 37º, classificados como óleos leves (valores de grau API maiores a 30°), para as amostras #1B, #1C, #2C, #1V, #2V e #3V, e óleos medianos (valores de grau API entre 20° e 30°), para as amostras #3B, #5B e #4C. Os cromatogramas (fingerprints) das amostras do Brasil a bacia do Recôncavo mostrou evidência de input de matéria orgânica de origem continental e marinha, predominando um aporte de matéria orgânica marinha. Entretanto, as amostras das bacias Sergipe, Potiguar, de Solimões e de Campos sugerem óleos tipicamente marinhos - vide Apêndice 1. As amostras da Colômbia mostraram um input de matéria orgânica marinha e a principal diferença cromatográfica deste grupo de amostras é o aumento da biodegradação, evidenciado pelo incremento na UCM e uma diminuição na abundância relativa dos n-alcanos – vide Apêndice 1. As amostras da Venezuela apresentaram um perfil cromatográfico típico de óleos com aporte de matéria orgânica de origem marinha e evoluídos termicamente. A amostra de Cuba faz referência a um óleo aparentemente biodegradado, mas os resultados da cromatografia líquida deste óleo não comprovam esta biodegradação. A maior porcentagem de hidrocarbonetos saturados está configurada por compostos cíclico, inseridos na UCM do fingerprint (SAT 51%). Na maioria das amostras a relação Pr/Ph>1 é típica de um ambiente de deposição em condições oxidantes. As relações Pr/nC17 e Ph/nC18 menores que 1 e o valor de IPC maior 84 que 1, são indicativos de um nível de maturidade igual ou superior ao da janela de geração para todos os óleos. Os biomarcadores para todas as amostras do Brasil apresentaram características similares, Terpanos Triciclicos (TR23) em baixas concentrações, baixos conteúdos ou ausência de Oleanano (OL), baixa a média abundância relativa do Gamacerano (Gi) e 17α(H)trisnorhopano C27 maior que 18α(H)-trisnorneohopanos C27 (Tm>Ts) são parâmetros considerados indicadores de um ambiente deposicional e sugerem um ambiente principalmente lacustre para os óleos - vide Apêndice 1. Os biomarcadores para as amostras da Colômbia, Venezuela e Cuba também apresentaram distribuição muito similar dos biomarcadores saturados. A concentração dos compostos tricíclicos C25 é maior que a dos compostos tricíclicos C26 (C26/C25 <1), predomínio dos compostos tricíclicos C23 sobre os tricíclicos C19 (C19/C23 <1), 17α(H)- trisnorhopano C27, (Tm) em maiores proporções que 18α(H)-trisnorneohopanos C27 (Ts), (Tm>Ts) com são parâmetros que sugerem um ambiente de tipo marinho, com um aporte de matéria orgânica predominantemente algal, suportado pelas razões Pr/Ph e nC 17/nC29 observadas no Whole Oil - vide Apêndice 1. Analisando de forma geral os parâmetros de maturidade pode-se chegar à conclusão que todas as amostras estão na faixa de equilíbrio de maturidade (pouco maturas). A maioria das amostras apresenta variações de seus parâmetros de maturidade dentro de uma faixa muito estreita, indicando que as amostras encontram-se dentro de um nível de maturidade térmica muito perto. Não se evidenciam fortes processos de biodegradação nos óleos. A evidência da baixa biodegradação foi confirmada só para os óleos #3C, #4C e #1Cuba, pela diminuição das nparafinas e pela linha base pouco levantada (Hump) que representa uma mistura de complexa de compostos não resolvidos pela coluna cromatográfica, UCM (Unresolved Complex Mixture). Para todas as demais amostras não foi encontrada nenhuma evidência de biodegradação tendo algum efeito sobre elas - vide Apêndice 1. 85 4. REFERÊNCIAS ALEXANDER, R.; KAGI, R.I.; WOODHOUSE, G.W.; VOLKMAN, J.K. The geochemistry of some biodegraded Australian oils. Australian Petroleum Exploration Association Journal, v. 23, p. 53-63, 1983. AQUINO-NETO, F.R.; TRENDEL, J. M.; RESTLE, A., CONNAN, J., ALBRECHT, P. A. Occurrence and formation of tricyclic and tetracyclic terpanes in sediments and petroleum. In: BJOROY, M. et al (eds). Advances in Organic Geochemistry. New York: J. Wiley and Sons, p. 125-134, 1983. AQUINO-NETO, F.R., NUNES, D.S.S. Cromatografia: Princípios básicos e técnicas afins. Rio de Janeiro: Editora Interciência Ltda, 2003. BRASSELL, S.C., LEWIS, C.A., DE LEEUW, J.W., DE LANGE, F., SINNINGHE DAMSTE´, J.S. Isoprenoid thiophenes: novelnproducts of sediment diagenesis. Nature, v. 320, p. 160–162. 1986. BORDENAVE, M. L. Applied Petroleum geochemistry, Paris: Technip, 1993. CONNAN, J., BOUROULLEC, J., DESSORT, D., ALBRECHT, P. The microbial input in carbonate-anhydrite facies of a sabkha paleoenvironment from Guatemala: a molecular approach. Organic Geochemistry, v.10, p. 29-50, 1985. DAMSTÉ J. S. S., KENIG, F., KOOPMANS, M. P., KÖSTER, J., SCHOUTEN S., HAYES, J.M., LEEUW, J. W. Evidence for gammacerane as an indicator of water colums stratification. Geochimica et Cosmochimica Acta, v. 59, 1995. DE LEEUW, J.W.; BAAS, M. Early-stage Diagenesis of Steroids. In: R. B. JOHNS (Ed.) Biological Markers in the Sedimentary Record. Amsterdam: Elsevier. (Methods in Geochemistry and Geophysics), p. 101-124, 1986. EGLINTON, G.; CALVIN, M. Chemical Fossils. Scientific American, v. 261, p. 32-43, 1967. ESCOBAR, M.; AZUAJE V.; ESTEVES, I.; PORTILLO, E.; ALCIATURI, C. Biomarkers applications in the establishment of the origin, termal maturity and alteration processes of the petroleum: Alturitas oil field, Venezuela. Revista Técnica de la Facultad de Ingeniería Universidad del Zulia. v. 30, Edición Especial, 380-390, 2007. ESTATISTICA, StatSoft South America-Brazil. Rua Tapajós n.673, Bairro Barcelona, São Caetano do Sul-SP-09551-280, Versão 7.0, 2004. 86 FERREIRA, S.L.C.; BRUNS, E.R.; SILVA, E.G. P da, SANTOS, W.N.L. dos QUINTELLA, M.C.; DAVIDA, J.M.; ANDRADE, J.B. de, BREITKREITZ, M.C., JARDIM, I.C.S.F.; NETO, B.B. Statistical designs and response surface techniques for the optimization of chromatographic systems. Journal of Chromatography A, v. 1158 p. 2-14, 2007. GROB, K., GROB, G. Testing Capillary Gas Chromatographic Columns. Journal of Chromatography, v. 219, p. 13-20, 1981. HEGAZI, A.H.; ANDERSSON, J.T. Limitations to GC-MS Determination of SulfurContaining Polycyclic Aromatic Compounds in Geochemical. Energy & Fuels 2007, v. 21, p. 3375–3384, 2007. HUC, A.Y. Petroleum Geochemistry at the Dawn of the 21st Century. Oil and Gas Science and Technology, v. 58, n. 2, p. 233-241, 2003. HUNT, J.M. Petroleum Geochemistry and Geology. New York: W.H. Freeman and Company, 1995. 617 p. HUNT, J. M. Petroleum Geochemistry & Geology, 2. ed. Oxford, UK., 1996. KILLOPS, S.; KILLOPS, V. Introduction to organic geochemistry. 2. ed. Oxford, UK: Blackwell Publishing, 2005. LEWAN, M.D.; BJORÙY, M.; DOLCATER, D.L. Effects of thermal maturation on steroid hydrocarbons as determined by hydrous pyrolysis of Phosphoria Retort Shale. Geochimica et Cosmochimica Acta, v. 50, p. 1977-1987, 1986. MELLO, M.R., TELNAES, N., GAGLIANONE, P.C., CHICARELLI, M.I., BRASSEL, S.C., MAXWELL, J.R. Organic Geochemical characterisation of Depositional Paleoenvironments of Source Rocks and Oils in Brazilian Marginal Basins, Organic Geochemistry, v. 13, p. 3145, 1988. MOLDOWAN, J.M.; SEIFERT, W.K.; GALLEGOS, E.J. Relationship between petroleum composition and depositional environment of petroleum source rock. American Association of Petroleum Geologists, v. 69, p. 1255-1268, 1985. NETO, B.B.; SCARMINIO I.S.; BRUNS, R.E. Como fazer experimentos: pesquisa e desenvolvimento na ciência e na indústria. Campinas: Editora Unicamp, 2003. OURISSON, G.; ALBRECHT, P.; ROHMER, M. Predictive microbial biochemistry from molecular fossils to procaryotic membranes. Trends in Biol Sciences, v.7, p. 236-239, 1982. 87 PALACAS, J.G.; MONOPOLIS, D.; NICOLAU, C.A.; ANDERS, D.E. Geochemical correlation of surface and subsurface oils, western Greece. Organic Geochemistry, v. 10, p. 417-423, 1986. PALMER, S.E. Effect of biodegradation and water washing on crude oil composition. In: MACKO, S.A., ENGEL, M.H. (Ed.). Organic Geochemistry, principles and applications. New York, p. 511–534, 1993. PETERS, K.E.; MOLDOWAN, J.M. The Biomarker Guide: interpreting molecular fossils in petroleum and ancient sediments. New Jersey: Prentice-Hall Inc. 1993. PETERS, K.E.; WALTERS, C.C.; MOLDOWAN, J.M., The Biomarker Guide: Biomarkers and isotopes in the petroleum exploration and earth history. 2. ed. Cambridge University Press, v. 2, 2005. PHILP, R.P. Fossil Fuel Biomarkers: applications and spectra (Methods in geochemistry and geophysics 23). New York: Elsevier Science Publishers, v. 294, 1985. SEIFERT, W.K.; MOLDOWAN, J.M. The effect of thermal stress on sourcerock quality as measured by hopane stereochemistry. Phys. Chem. Earth, v.12, p. 229-237, 1980. SIMONEIT, B.R.T.; LEIF, R.N.; AQUINO NETO, F.R.; AZEVEDO, D.A.; INTO, A.C.; ALBRECHT, P. On the presence of tricyclic terpane hydrocarbons in permian tasmanite algae. Naturwissenschaften, v.77, p. 80-383, 1990. SOFER, Z. Stable carbon isotope compositions of crude oils: applications to source depositional environments and petroleum alteration. American Association of Petroleum Geologist bulletin, v. 68, 31-49, 1984. TISSOT, B.P.; WELTE, D. H. Petroleum Formation and Occurrence. 2. ed. Berlin: Springer-Verlag, 1984. VOLKMAN, J.K.; ALEXANDER, R.; KAGI, R.I.; ROWLAND, S.J.; SHEPPARD, P.N. Biodegradation of aromatic hydrocarbons in crude oils from the Barrow Subbasin of Western Australia. Organic Geochemistry, v. 6, p. 619–632, 1984. WAPLES, D. W. Organic Geochemistry for Explorations Geologists. USA: Burgess Publishing Company, 1981. WAPLES, D.W.; MACHIHARA, T. Biomarkers for geologists: a practical guide to the application of steranes and triterpanes in petroleum geology. AAPG methods in exploration series, v. 9, p.1-76, 1991. 88 WASEDA, A.; NISHITA, H. Geochemical characteristics of terrigenous and marine-sourced oils in Hokkaido, Japan, Organic Geochemistry, v. 28, p. 27-41, 1998. ZÍLIO, L.E.; PINTO, B.U. Identificação e distribuição dos principais grupos de compostos presentes nos petróleos brasileiros. Rio de Janeiro: Boletim Técnico Petrobras, p. 21-25, 2002. 89 ANEXOS 90 ANEXO 1. CARTA DE SUBMISSÃO REVISTA GEOCIÊNCIAS 91 92 ANEXO 2. CARTA DE SUBMISSÃO REVISTA CADERNO DE GEOCIÊNCIAS 93 94 APÊNDICE 95 APÊNDICE 1. PRINCIPAIS PARÂMETROS 96 LE OIL E SATURADOS Matéria orgânica Terpanos e Esteranos C27/C29:218 Hopanes/Steranes Tricyclics/Hopanes Norneo/H29 H28/H30 H29/H30 Ol/H30 GAM/H30 H35/H34 TET/26Tri 19/23Tri 26/25Tri aa/bb (S27ABBS8+S27ABBR8)/(S29ABBS8+S29ABBR8) (TS+TM+H28+H29+C29TS+DH30+H30+H31S+H31R+H32S+ H32R+H33S+H33R+H34S+H34R+H35S+H35R)/(D27BAS+ D27BAR+D27ABS+D27ABR+D28BASS+D28BASR+D28BARS+ D28BARR+S27AAAS+BB_D29S+S27ABBS+S27AAAR+D29BAR+ S28AAAS+S28ABBR+S28ABBS+S28AAAR+S29AAAS+S29ABBR+ S29ABBS+S29AAAR) (TR19+TR20+TR21+TR22+TR23+TR24+TR25S+TR25R+ TR26S+TR26R+TR28S+TR28R+TR29S+TR29R+TR30S+TR30R)/ (TS+TM+H28+H29+C29TS+DH30+H30+H31S+H31R+H32S+ H32R+H33S+H33R+H34S+H34R+H35S+H35R) (C29TS)/(H29) (H28)/(H30) H29/H30 (OL)/(H30) (GAM)/(H30) (H35S+H35R)/(H34S+H34R) (TET24)/(TR26S+TR26R) (TR19)/(TR23) (TR26S+TR26R)/(TR25S+TR25R) (S29ABBR8+S29ABBS8)/ (S29AAAS+S29ABBR8+S29ABBS8+S29AAAR) % 27 Steranes: 218 100*(S27ABBS8) / (S27ABBS8+S28ABBS8+S29ABBS8) % 28 Steranes: 218 100*(S28ABBS8)/ (S27ABBS8+S28ABBS8+S29ABBS8) % 29 Steranes: 218 H31/H30 Pr/Ph (ppm-Height) Tricyclics Terpanes (Height) Tetraciclycs Terpane24/H30 Triterpanes C29Hop/C30Hop C30LIN C29Ts/C30Hop C30*/C30Hop Gam/C30 Pr/nC17 (ppm-Height) Pr/nC18 (ppm-Height) S/S+R Steranes 100*(S29ABBS8)/ (S27ABBS8+S28ABBS8+S29ABBS8) (H31S+H31R)/H30 Campo WholeOil (TR19+TR20+TR21+TR22+TR23+TR24+TR25S+TR25R+ TR26S+TR26R+TR28S+TR28R+TR29S+TR29R+TR30S+TR30R) C24 tetracyclic terpane (TET) (TS+TM+H28+NOR25H+H29+C29TS+M29+H30+M30+H31S+ H31R+H32S+H32R+H33S+H33R+H34S+H34R+H35S+H35R) H29/H30 C30 Linear Hopane (H29+C29TS)/(H30) N.D. (GAM)/(H30) Campo WholeOil Campo WholeOil (D27BAS+D27ABS+D28BASS+D28BARS+S27AAAS+BB_D29S+ S27ABBS+S28AAAS+S28ABBS+S29AAAS+S29ABBR+S29ABBS) / (D27BAS+D27BAR+D27ABS+D27ABR+D28BASS+D28BASR+ D28BARS+D28BARR+S27AAAS+BB_D29S+S27ABBS+S27AAAR+ D29BAR+S28AAAS+S28ABBR+S28ABBS+S28AAAR+S29AAAS+ S29ABBR+S29ABBS+S29AAAR) Ts/Tm (TS)/(TM) Parâmetros de idade Oleanane/30Hop Baccharane C29TS_DH30 C30LIN_H30 (NOR25H)/(H29) (NOR25H)/(H30) (OL)/(H30) n.d. (C29TS)/(DH30) (C30LIN)/(H30) Parâmetros de Biodegradação (NOR25H)/(H29) (NOR25H)/(H30) 97 Identificação da Amostra País: Brasil Bacia: Recôncavo Amostra: #1B Parâmetros Globais (bulk) c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\2 reconcav o 5-10-2011.run n-C8 mVolts 500 º API: % SAT : % ARO: % NOS: n-C40 n-C36 n-C37 n-C38 n-C39 n-C33 n-C32 n-C34 n-C35 n-C30 Cromatografia Gasosa (CG) n-C31 n-C27 n-C28 100 0 X: 16.7360 Minutes Y : 37.5 mVolts -54 5 10 15 20 25 30 Minutes A b u n d a n c e I o n 1 9 1 . 0 0 (1 9 0 . 7 0 t o 1 9 1 . 7 0 ): M S O T 1 3 0 4 . D 2 2 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 1 8 0 0 0 0 1 6 0 0 0 0 1 4 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 8 0 0 0 0 6 0 0 0 0 4 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 1 5 . 0 02 0 . 0 02 5 . 0 03 0 . 0 03 5 . 0 04 0 . 0 04 5 . 0 05 0 . 0 05 5 . 0 06 0 . 0 06 5 . 0 07 0 . 0 07 5 . 0 0 T im e - - > Abundance Ion 217.00 (216.70 to 217.70): MSOT1304.D 55000 50000 45000 40000 35000 30000 25000 20000 15000 10000 5000 0 20.00 T ime--> 25.00 30.00 35.00 40.00 45.00 30º 55 21 24 n-C29 n-C25 n-C26 n-C23 n-C24 n-C21 n-C22 n-C19 FITANO 200 n-C20 n-C17 n-C18 PRISTANO n-C15 n-C16 n-C14 n-C12 n-C11 300 n-C13 n-C10 n-C9 400 50.00 55.00 60.00 65.00 70.00 Pr/Ph: Pr/nC17: Ph/nC18: nC17/nC29: IPC: 1,44 0,66 0,51 1,09 1,09 98 Identificação da Amostra Pais: Brasil Bacia: Sergipe Amostra: #2B Parâmetros Globais (bulk) º API: % SAT: % ARO: % NSO: n-C40 n-C37 n-C38 n-C39 n-C33 n-C34 n-C35 n-C36 n-C30 n-C32 n-C31 Cromatografia Gasosa (CG) Pr/Ph: 1,87 Pr/nC17: 0,45 Ph/nC18: 0,28 nC17/nC29: 1,54 IPC: 1,1 0 X: 12.1793 Minutes Y : 33.5 mVolts -143 5 10 15 20 25 30 Minutes A b u n d a n c e Io n 1 9 1 .0 0 (1 9 0 .7 0 to 1 9 1 .7 0 ): M S A G 0 3 0 4 .D 2 4 0 0 0 0 2 2 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 1 8 0 0 0 0 1 6 0 0 0 0 1 4 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 8 0 0 0 0 6 0 0 0 0 4 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 4 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 0 6 0 .0 0 6 5 .0 0 7 0 .0 0 7 5 .0 0 T im e --> A b u n d a n ce Io n 2 1 7 .0 0 (2 1 6 .7 0 to 2 1 7 .7 0 ): M S A G 0 3 0 4 .D 3 5 0 0 0 3 0 0 0 0 2 5 0 0 0 2 0 0 0 0 1 5 0 0 0 1 0 0 0 0 5 0 0 0 0 2 0 .0 0 T im e - - > 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 78 18 5 n-C27 FITANO 250 n-C29 n-C28 n-C26 n-C23 n-C25 n-C24 n-C22 n-C20 n-C21 n-C18 n-C19 n-C16 n-C17 PRISTANO n-C14 n-C15 500 n-C13 n-C12 n-C11 n-C10 n-C9 750 c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\6 sergipe 5-10-2011.run n-C8 mVolts 4 0 .0 0 4 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 0 6 0 .0 0 6 5 .0 0 7 0 .0 0 99 Identificação da Amostra País: Brasil Bacia: Potiguar Amostra: #3B c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\7 potiguar 5-10-2011.run n-C8 mVolts Parâmetros Globais (bulk) º API: 27,7 º % SAT: 62 % ARO: 20 % NSO 18 n-C24 n-C38 n-C37 n-C39 Pr/Ph: Pr/nC17: Ph/nC18: nC17/nC29: IPC: n-C40 n-C33 n-C34 n-C35 n-C36 n-C31 100 n-C32 n-C30 n-C27 n-C28 Cromatografia Gasosa (CG) n-C29 n-C26 n-C25 n-C21 n-C22 FITANO 200 n-C23 n-C19 n-C20 n-C17 n-C18 n-C16 PRISTANO n-C15 n-C14 n-C12 n-C11 300 n-C13 n-C10 400 n-C9 500 0 X: 4.1018 Minutes Y : 14.0 mVolts -52 5 10 15 20 25 30 Minutes A b u n d a n c e I o n 1 9 1 . 0 0 (1 9 0 . 7 0 t o 1 9 1 . 7 0 ): M S O T 2 0 0 4 . D 4 5 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 3 5 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 2 5 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 1 5 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 1 5 .0 0 T im 2 0 .0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 4 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 0 6 0 .0 0 6 5 .0 0 7 0 .0 0 e - - > A b u n d a n ce Io n 2 1 7 .0 0 (2 1 6 .7 0 to 2 1 7 .7 0 ): M S O T 2 0 0 4 .D 1 6 0 0 0 0 1 4 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 8 0 0 0 0 6 0 0 0 0 4 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 2 0 .0 0 T im e - - > 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 4 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 0 6 0 .0 0 6 5 .0 0 7 0 .0 0 1,34 0,60 0,47 1,96 1,07 100 Identificação da Amostra País: Brasil Bacia: Solimões Amostra: #4B Parâmetros Globais (bulk) n-C9 c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\8 solimoes 5-10-2011.run n-C8 Volts n-C11 n-C10 1.00 º API % SAT % ARO % NSO n-C12 n-C18 n-C16 n-C17 n-C15 n-C14 n-C13 0.75 n-C23 Cromatografia Gasosa (CG) Pr/Ph: 1,88 Pr/nC17 0,12 Ph/nC18 0,07 nC17/nC29 17,8 IPC 0,90 n-C39 n-C40 n-C35 n-C38 n-C37 n-C36 n-C32 n-C33 n-C34 n-C28 n-C29 n-C30 n-C31 n-C26 n-C25 FITANO PRISTANO 0.25 n-C27 n-C24 n-C22 n-C21 n-C20 n-C19 0.50 82 16 2 X: 24.2803 Minutes Y : 0.0463 Volts 0.00 Peak Name: n-C31 Result: 6.121 Area: 45226 Counts*sec Width: 0.000 sec Group: 0 -0.10 5 10 15 20 25 30 Minutes A b u n d a n c e Io n 1 9 1 .0 0 (1 9 0 .7 0 to 1 9 1 .7 0 ): M S O T 2 5 0 4 .D 6 5 0 0 0 6 0 0 0 0 5 5 0 0 0 5 0 0 0 0 4 5 0 0 0 4 0 0 0 0 3 5 0 0 0 3 0 0 0 0 2 5 0 0 0 2 0 0 0 0 1 5 0 0 0 1 0 0 0 0 5 0 0 0 0 2 0 .0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 4 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 0 6 0 .0 0 6 5 .0 0 7 0 .0 0 7 5 .0 0 8 0 .0 0 T im e --> A b u n d a n c e Io n 2 1 7 .0 0 4 0 .0 0 4 5 .0 0 (2 1 6 .7 0 to 2 1 7 .7 0 ): M S O T 2 5 0 4 .D 8 5 0 0 8 0 0 0 7 5 0 0 7 0 0 0 6 5 0 0 6 0 0 0 5 5 0 0 5 0 0 0 4 5 0 0 4 0 0 0 3 5 0 0 3 0 0 0 2 5 0 0 2 0 0 0 1 5 0 0 1 0 0 0 5 0 0 0 2 0 .0 0 T im e --> 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 0 6 0 .0 0 6 5 .0 0 7 0 .0 0 7 5 .0 0 8 0 .0 0 8 5 .0 0 101 Identificação da Amostra Pais: Brasil Bacia: Campos Amostra: #5B mVolts Parâmetros Globais (bulk) c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\9 campos 5-10-2011.run n-C8 500 º API % SAT % ARO % NOS 27,8 º 60 25 15 n-C17 n-C16 n-C15 n-C13 300 n-C14 n-C12 n-C10 n-C11 n-C9 400 n-C38 n-C37 Cromatografia Gasosa (CG) Pr/Ph 1,73 Pr/nC17 0,70 Ph/nC18 0,54 nC17/nC29 2,19 IPC 1,07 n-C40 n-C36 n-C39 n-C33 n-C34 n-C35 n-C29 n-C30 n-C31 n-C32 n-C26 n-C27 n-C28 n-C23 n-C25 n-C22 n-C24 n-C19 n-C20 FITANO 100 n-C21 n-C18 PRISTANO 200 0 X: 3.1483 Minutes Y : 36.2 mVolts -50 A b u n d a n c e5 10 15 20 25 30 Minutes I o n 1 9 1 . 0 0 (1 9 0 . 7 0 t o 1 9 1 . 7 0 ): M S A B 1 2 0 5 . D 2 2 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 1 8 0 0 0 0 1 6 0 0 0 0 1 4 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 8 0 0 0 0 6 0 0 0 0 4 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 1 5 .0 0 2 0 .0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 4 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 0 6 0 .0 0 6 5 .0 0 7 0 .0 0 7 5 .0 0 T im e - - > A b u n d a n c e Io n 2 1 7 .0 0 (2 1 6 . 7 0 to 2 1 7 . 7 0 ): M S A B 1 2 0 5 .D 2 0 0 0 0 1 8 0 0 0 1 6 0 0 0 1 4 0 0 0 1 2 0 0 0 1 0 0 0 0 8 0 0 0 6 0 0 0 4 0 0 0 2 0 0 0 0 1 0 .0 0 T im e - - > 2 0 .0 0 3 0 .0 0 4 0 .0 0 5 0 .0 0 6 0 .0 0 7 0 .0 0 8 0 .0 0 102 Identificação da Amostra País: Colômbia Bacia: Valle Superior del Magadalena Amostra: #1C mVolts Parâmetros Globais (bulk) n-C14 º API 36,7º % Saturados 66 % Aromáticos 24 % NSO 10 n-C19 n-C18 n-C17 n-C16 n-C15 n-C13 n-C12 n-C10 n-C9 400 n-C11 n-C8 c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\2t- colombia 4-10-2011.run n-C21 Parâmetros de Cromatografia Gasosa (CG) n-C27 n-C38 n-C39 n-C40 n-C34 n-C35 n-C37 n-C36 n-C30 n-C31 n-C32 100 n-C33 n-C28 Pr/Ph Pr/nC17 Ph/nC18 nC17/nC29 IPC n-C29 FITANO n-C26 200 n-C25 n-C24 n-C23 PRISTANO n-C22 n-C20 300 0 X: 11.0143 Minutes Y : 38.3 mVolts -46 5 10 15 20 25 30 1,90 0,57 0,35 3,56 1,02 Minutes A b u n d a n c e Io n 1 9 1 .0 0 (1 9 0 .7 0 to Razões de Terpanos e Esteranos 1 9 1 .7 0 ): M S D Z 3 8 1 1 .D 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 9 0 0 0 8 0 0 0 7 0 0 0 6 0 0 0 5 0 0 0 4 0 0 0 3 0 0 0 2 0 0 0 1 0 0 0 0 1 5 .0 0 T im e - - > A n b u d a n c 2 0 .0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 4 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 0 e 5 6 0 0 5 4 0 0 5 2 0 0 5 0 0 0 4 8 0 0 4 6 0 0 4 4 0 0 4 2 0 0 4 0 0 0 3 8 0 0 3 6 0 0 3 4 0 0 3 2 0 0 3 0 0 0 2 8 0 0 2 6 0 0 2 4 0 0 2 2 0 0 2 0 0 0 1 8 0 0 1 6 0 0 1 4 0 0 1 2 0 1 0 0 0 8 0 0 6 0 0 4 0 0 2 0 0 I o n 2 1 7 . 0 0 (2 1 6 . 7 0 t o 2 1 7 . 7 0 ): M S D Z 3 8 1 1 . D 0 0 1 T i m e - - > 5 . 0 0 2 0 . 0 0 2 5 . 0 0 3 0 . 0 0 3 5 . 0 0 4 0 . 0 0 TR19/TR23 TR26/TR25 Ts/Tm C29C25Norhop/ C30Hop C31(S+R)Hop / C30Hop %C27 %C28 %C29 Ts/(Ts+Tm) S/(S+R)C31 Terpano S/(S+R)C29ααα Esterano (S+R)(ββ)/ββ+αα C29 Est 0,56 0,93 3,10 0,07 0,61 44 28 28 0,75 0,60 0,43 0,42 103 Identificação da Amostra País: Colômbia Bacia: Valle Superior del Magadalena Amostra: #2C Parâmetros Globais (bulk) n-C16 n-C18 n-C19 º API % SAT % ARO % NSO n-C20 n-C21 35,06 º 60 17 23 n-C25 FITANO n-C24 n-C23 n-C9 300 n-C22 n-C10 n-C8 PRISTANO n-C11 n-C12 n-C13 400 n-C17 n-C14 c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\3t- colombia 4-10-2011.run n-C15 mVolts n-C29 n-C37 n-C38 n-C39 n-C40 n-C33 n-C34 n-C35 n-C36 n-C30 n-C32 100 n-C31 n-C28 n-C26 Cromatografia Gasosa (CG) n-C27 200 0 X: 2.5973 Minutes Y : 54.3 mVolts -45 5 10 15 20 25 30 Pr/Ph Pr/nC17 Ph/nC18 nC17/nC29 IPC 1,64 0,59 0,42 3,85 1,04 Minutes A b u n d a n c e Razões de Terpanos e Esteranos I o n 1 9 1 . 0 0 (1 9 0 . 7 0 t o 1 9 1 . 7 0 ): M S D Z 3 9 1 1 . D 9 0 0 0 8 0 0 0 7 0 0 0 6 0 0 0 5 0 0 0 4 0 0 0 3 0 0 0 2 0 0 0 1 0 0 0 0 1 5 .0 0 2 0 .0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 4 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 0 T im e - - > A b u n d a n c e Io n 2 1 7 .0 0 (2 1 6 .7 0 to 2 1 7 .7 0 ): M S D Z 3 9 1 1 .D 4 2 0 0 4 0 0 0 3 8 0 0 3 6 0 0 3 4 0 0 3 2 0 0 3 0 0 0 2 8 0 0 2 6 0 0 2 4 0 0 2 2 0 0 2 0 0 0 1 8 0 0 1 6 0 0 1 4 0 0 1 2 0 0 1 0 0 0 8 0 0 6 0 0 4 0 0 2 0 0 0 1 5 . 0 0 T im e - - > 2 0 . 0 0 2 5 . 0 0 3 0 . 0 0 3 5 . 0 0 4 0 . 0 0 TR19/TR23 TR26/TR25 Ts/Tm C29C25Norhop/ C30Hop C31(S+R)Hop / C30Hop %C27 %C28 %C29 Ts/(Ts+Tm) S/(S+R)C31 Terpano S/(S+R)C29ααα Esterano (S+R)(ββ)/ββ+αα C29 Este 0,40 0,76 2,60 0,08 0,62 45 27 28 0,70 0,60 0,43 0,40 104 Identificação da Amostra País: Colômbia Bacia: Valle Superior del Magadalena Amostra: #3C mVolts c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\4g- colombia 4-10-2011.run Parâmetros Globais (bulk) 250 º API % SAT % ARO % NSO n-C18 FITANO n-C19 Cromatografia Gasosa (CG) n-C38 n-C39 n-C34 n-C35 n-C36 Pr/Ph Pr/nC17 Ph/nC18 nC17/nC29 IPC n-C40 50 n-C37 n-C30 n-C31 n-C32 n-C33 n-C27 n-C29 n-C26 n-C28 n-C23 n-C25 n-C21 n-C24 n-C20 n-C16 n-C13 n-C22 100 n-C12 n-C11 n-C10 n-C14 n-C9 150 n-C17 PRISTANO n-C15 n-C8 200 0 X: 19.6217 Minutes Y : 43.3 mVolts -21 5 10 15 26,7º 55 21 24 20 25 30 Minutes 1,1 1,23 1,26 2,32 1,101 A b u n d a n c e Io n 1 9 1 .0 0 (1 9 0 .7 0 to 1 9 1 . 7 0 ): M S D Z 4 0 1 1 . D Razões de Terpanos e Esteranos 2 0 0 0 0 1 8 0 0 0 1 6 0 0 0 1 4 0 0 0 1 2 0 0 0 1 0 0 0 0 8 0 0 0 6 0 0 0 4 0 0 0 2 0 0 0 0 1 5 .0 0 2 0 .0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 4 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 0 T im e - - > A b u n d a n c e I o n 2 1 7 . 0 0 (2 1 6 . 7 0 t o 2 1 7 . 7 0 ): M S D Z 4 0 1 1 . D 7 0 0 0 6 5 0 0 6 0 0 0 5 5 0 0 5 0 0 0 4 5 0 0 4 0 0 0 3 5 0 0 3 0 0 0 2 5 0 0 2 0 0 0 1 5 0 0 1 0 0 0 5 0 0 0 1 5 .0 0 T im e - - > 2 0 .0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 TR19/TR23 TR26/TR25 Ts/Tm C29C25Norhop/ C30Hop C31(S+R)Hop / C30Hop %C27 %C28 %C29 Ts/(Ts+Tm) S/(S+R)C31 Terpano S/(S+R)C29ααα Esterano (S+R)(ββ)/ββ+αα C29 Estero 0,08 0,76 1,26 0,22 0,50 40 30 30 0,6 0,6 0,49 0,48 105 Identificação da Amostra País: Colômbia Bacia: Valle Medio del Magadalena Amostra: #4C mVolts c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\guariquies 27-1-2012.run Parâmetros Globais (bulk) 200 º API % SAT % ARO % NSO n-C38 n-C37 n-C39 Cromatografia Gasosa (CG) n-C40 n-C33 n-C34 n-C35 n-C36 n-C29 n-C30 n-C31 n-C32 n-C26 n-C27 28,85 º 64 14 22 n-C9 n-C10 50 n-C28 n-C23 n-C24 n-C25 n-C20 n-C21 n-C22 n-C19 n-C18 n-C17 PRISTANO n-C11 FITANO n-C15 n-C16 n-C12 n-C13 100 n-C14 150 Pr/Ph Pr/nC17 Ph/nC18 nC17/nC29 IPC 0 X: 5.2465 Minutes Y : 5.56 mVolts -50 5 10 15 20 25 30 Minutes Abundance 0,98 0,56 0,61 2,00 1,00 I o n 1 9 1 . 0 0 (1 9 0 . 7 0 t o 1 9 1 . 7 0 ): M S D Z 0 4 1 1 . D Razões de Terpanos e Esteranos 25000 20000 15000 10000 5000 0 1 5 .0 0 2 0 .0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 4 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 0 T im e - - > A bundanc e Ion 217.00 (216.70 to 217.70): MSDZ0411.D 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 16.00 18.00 20.00 22.00 24.00 26.00 28.00 30.00 32.00 34.00 36.00 38.00 40.00 42.00 T im e --> TR19/TR23 0,11 TR26/TR25 0,76 Ts/Tm 0,62 C29C25Norhop/ C30Hop 0,15 C31(S+R)Hop / C30Hop 0,67 %C27 36 %C28 35 %C29 29 Ts/(Ts+Tm) 0,40 S/(S+R)C31 Terpano 0,58 S/(S+R)C29ααα Esterano 0,51 (S+R)(ββ)/ββ+αα C29 Esterano 0,5 106 Identificação da Amostra País: Venezuela Bacia: Lago de Maracaibo Amostra: #1V Parâmetros Globais (bulk) º API % SAT % ARO % NSO 33 º 55 28 17 Cromatografia Gasosa (CG) Pr/Ph Pr/nC17 Ph/nC18 nC17/nC29 IPC A b u n d a n ce I o n 1 9 1 . 0 0 (1 9 0 . 7 0 t o 1 9 1 . 7 0 ): M S D Z 3 5 1 1 . D 7000 0,71 0,3 0,5 3,97 1 Razões de Terpanos e Esteranos 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 15.00 20.00 25.00 30.00 35.00 40.00 45.00 50.00 55.00 T im e --> A b u n d a n c e I o n 2 1 7 . 0 0 (2 1 6 . 7 0 t o 2 1 7 . 7 0 ): M S D Z 3 5 1 1 . D 3 6 0 0 3 4 0 0 3 2 0 0 3 0 0 0 2 8 0 0 2 6 0 0 2 4 0 0 2 2 0 0 2 0 0 0 1 8 0 0 1 6 0 0 1 4 0 0 1 2 0 0 1 0 0 0 8 0 0 6 0 0 4 0 0 2 0 0 0 1 5 .0 0 T im e - - > 2 0 .0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 TR19/TR23 TR26/TR25 Ts/Tm C29C25Norhop/ C30Hop C31(S+R)Hop / C30Hop %C27 %C28 %C29 Ts/(Ts+Tm) S/(S+R)C31 Terpano S/(S+R)C29ααα Esterano (S+R)(ββ)/ββ+αα C29 Este 0,08 0,88 0,9 0,25 0,73 43 29 28 0,5 0,59 0,49 0,56 107 Identificação da Amostra País: Venezuela Bacia: Lago de Maracaibo Amostra: #2V c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\b- v enezuela 4-10-2011.run Parâmetros Globais (bulk) n-C11 n-C10 n-C9 mVolts n-C8 n-C12 100 n-C14 n-C13 º API % SAT % ARO % NSO n-C39 Cromatografia Gasosa (CG) Pr/Ph 0,73 Pr/nC17 0,3 Ph/nC18 0,5 nC17/nC29 3,57 IPC 1,01 n-C40 n-C38 n-C37 n-C36 n-C32 n-C35 n-C33 n-C34 n-C29 n-C30 n-C31 n-C26 n-C27 n-C28 n-C23 n-C24 n-C25 n-C21 FITANO PRISTANO 25 n-C22 n-C19 50 n-C20 n-C18 n-C17 n-C16 n-C15 75 0 X: 3.6892 Minutes Y : 1.16 mVolts -11 5 10 33 º 43 21 36 15 20 25 30 A b u n d a n c e Minutes Io n 1 9 1 .0 0 (1 9 0 .7 0 to 1 9 1 .7 0 ): M S D Z 3 6 1 1 .D 1 2 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 Razões de Terpanos e Esteranos 9 0 0 0 8 0 0 0 7 0 0 0 6 0 0 0 5 0 0 0 4 0 0 0 3 0 0 0 2 0 0 0 1 0 0 0 0 1 5 .0 0 2 0 .0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 4 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 0 A T i bm u e n- -d> a n c e Io n 2 1 7 .0 0 (2 1 6 .7 0 to 2 1 7 .7 0 ): M S D Z 3 6 1 1 .D 4 5 0 0 4 0 0 0 3 5 0 0 3 0 0 0 2 5 0 0 2 0 0 0 1 5 0 0 1 0 0 0 5 0 0 0 1 5 . 0 0 T im e - - > 2 0 . 0 0 2 5 . 0 0 3 0 . 0 0 3 5 . 0 0 4 0 . 0 0 TR19/TR23 TR26/TR25 Ts/Tm C29C25Norhop/ C30Hop C31(S+R)Hop / C30Hop %C27 %C28 %C29 Ts/(Ts+Tm) S/(S+R)C31 Terpano S/(S+R)C29ααα Esterano (S+R)(ββ)/ββ+αα C29 Est 0,08 0,81 0,6 0,26 0,77 41 29 30 0,4 0,6 0,49 0,55 108 Identificação da Amostra País: Venezuela Bacia: Lago de Maracaibo Amostra: #3V mVolts c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\c- v enezuela 4-10-2011.run Parâmetros Globais (bulk) n-C8 600 500 º API % SAT % ARO % NSO n-C9 n-C38 n-C39 0 X: 14.5188 Minutes Y : 18.4 mVolts -61 5 10 15 20 25 33 º 59 28 13 Cromatografia Gasosa (CG) Pr/Ph 0,71 Pr/nC17 0,3 Ph/nC18 0,5 nC17/nC29 3,97 IPC 1 n-C40 n-C34 n-C35 n-C36 n-C37 n-C31 n-C32 n-C33 n-C28 n-C29 n-C30 n-C25 n-C26 n-C27 n-C22 n-C18 n-C20 n-C21 n-C23 n-C24 100 n-C19 FITANO PRISTANO n-C16 n-C14 n-C15 200 n-C17 n-C12 300 n-C13 n-C11 n-C10 400 30 Minutes A b u n d a n c e Io n 1 9 1 .0 0 (1 9 0 .7 0 to 1 9 1 .7 0 ): M S D Z 3 7 1 1 .D 1 2 0 0 0 Razões de Terpanos e Esteranos 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 9 0 0 0 8 0 0 0 7 0 0 0 6 0 0 0 5 0 0 0 4 0 0 0 3 0 0 0 2 0 0 0 1 0 0 0 0 1 5 .0 0 T im A b 2 0 .0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 4 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 0 e --> u n d a n c e I o n 3 0 0 0 2 8 0 0 2 6 0 0 2 4 0 0 2 2 0 0 2 0 0 0 1 8 0 0 1 6 0 0 1 4 0 0 1 2 0 0 1 0 0 0 8 0 0 6 0 0 4 0 0 2 0 0 2 1 7 . 0 0 ( 2 1 6 . 7 0 t o 2 1 7 . 7 0 ) : M S D Z 3 7 1 1 . D 0 1 T i m e - - > 5 . 0 0 2 0 . 0 0 2 5 . 0 0 3 0 . 0 0 3 5 . 0 0 4 0 . 0 0 TR19/TR23 0,75 TR26/TR25 0,84 Ts/Tm 0,54 C29C25Norhop/ C30H 0,23 C31(S+R)Hop / C30H 0,85 %C27 42 %C28 29 %C29 29 Ts/(Ts+Tm) 0,4 S/(S+R)C31 Terpano 0,61 S/(S+R)C29ααα Esterano 0,49 (S+R)(ββ)/ββ+αα C29 Est 0,54 109 Identificação da Amostra País: Cuba Bacia: Amostra: #1Cuba mVolts c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\cuba 27-1-2012.run 200 Parâmetros Globais (bulk) 150 º API % SAT % ARO % NSO n-C38 n-C37 n-C39 n-C40 n-C33 n-C34 n-C36 n-C35 n-C29 n-C30 n-C32 n-C28 n-C31 n-C27 n-C26 n-C23 n-C24 n-C25 n-C20 n-C22 n-C19 n-C21 n-C18 FITANO n-C17 PRISTANO n-C15 51 27 21 n-C10 n-C11 n-C14 50 n-C16 100 Cromatografia Gasosa (CG) 0 Pr/Ph Pr/nC17 Ph/nC18 nC17/nC29 IPC -50 X: 4.7823 Minutes Y : 3.55 mVolts -66 5 10 15 20 25 30 Minutes A bundanc e I o n 1 9 1 . 0 0 (1 9 0 . 7 0 t o 1 9 1 . 7 0 ): M S D Z 4 1 1 1 . D 6000 0,77 0,021 0,65 3,59 1,66 5000 Razões de Terpanos e Esteranos 4000 3000 2000 1000 0 15.00 20.00 25.00 30.00 35.00 40.00 45.00 50.00 55.00 T im e --> A b u n d a n c e Io n 2 1 7 .0 0 (2 1 6 . 7 0 to 2 1 7 .7 0 ): M S D Z 4 1 1 1 .D 3 8 0 0 3 6 0 0 3 4 0 0 3 2 0 0 3 0 0 0 2 8 0 0 2 6 0 0 2 4 0 0 2 2 0 0 2 0 0 0 1 8 0 0 1 6 0 0 1 4 0 0 1 2 0 0 1 0 0 0 8 0 0 6 0 0 4 0 0 2 0 0 0 1 5 .0 0 T im e - - > 2 0 .0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 TR19/TR23 TR26/TR25 Ts/Tm C29C25Norhop/ C30Hop C31(S+R)Hop / C30Hop %C27 %C28 %C29 Ts/(Ts+Tm) S/(S+R)C31 Terpano S/(S+R)C29ααα Esterano (S+R)(ββ)/ββ+αα C29 Est 0,32 2,65 0,65 0,23 0,66 37 25 38 0,4 0,53 0,47 0,53