METALOGRAFÍA DE LIGAS A L U M Í N I O - U R À N I O ERBERTO ^RELAT:-R!0 FRANCISCO GENTILE , < /PUBLICAÇÃO IEA N.° . o / Junho — 1968 164 INSTITUTO DE ENERGIA ATÔMICA Caixa Postal 11049 (Pinheiros) CIDADE UNIVERSITÁRIA "ARMANDO DE SALLES OLIVEIRA" SÃO PAULO' - BRASIL METALOGRAFÍA DE LIGAS ALUMINIO-URANIO Erberto Francisco Gentile Divisão de Metalurgia Nuclear Instituto de Energia Atômica Sao Paulo - Brasil Publicação IEA N9 16A Junho - 1968 Separata de "METALÜRGU - REVISTA DA ASSOCIAÇlO BRASILEIRA DE METAIS", vol. 24, março, p. 187-192, 196?. 124 , Comissão nacional de Energia Muclear Presidente: Prof. Uriel da Costa Ribeiro Universidade de São Paulo Reitor: Prof.Dr. Luis Antonio da Gama e Silva Instituto de Energia Atômica Diretor: Prof. Rómulo Ribeiro Pieroni Conselho_l|cnico-Clentífico do IEA Prof.Dr. José Moura Gonçalves pela USP Prof.Dr. José Augusto Martins Prof.Dr. Rui Ribeiro ¡raneo pela CNEN Prof.Dr. Theodoreto H . I , de Arruda Souto Divisões Didático-Uientfficas Divisão de Física Nuclear Chefe: Prof.Ur. Marcello D.S, Santos Divisão de Radioquímica Chefe: Prof.Dr. Fausto V/alter de Lima Divisão de Metalurgia Nuclear Chefe: Prof.Dr, Tharcísio D.S, Santos Divisão de Engenharia fluímioa Chefe: Lio. Alcídio Abrão Divisão de Engenharia Nuclear Chefe: KngS Pedro Bento de Camargo Divisão de Operação e Manutenção de Ueetores Chefe: EngS Azor Camargo Penteado Filho Divisão de Física de Reatores Chefe: Prof. Paulo Saraiva de Toledo Divisão de Ensino e Formação Chefes Prof.Dr. Rui Ribeiro Pieroni ' METALOGRAFÍA DE LIGAS ALUMINIO-URANIO Erberto Francisco Gentile RESUMEN En virtud del interés de las aleaciones aluminio-uranio en ciertos tipos de elemen tos combustibles, l a Divisão de Metalurgia Nuclear viene realizando estudios sistemáticos sobre tales aleaciones, en conección con los estudios sobre fabricación de elementos combusti b l e s . En esta contribución el autor describe los estudios sobre las aleaciones de 2 , 5 , 1 0 , 1 3 , 2 0 y 2 5 ^ Uj describiendo l a preparación de cuerpos de prueba y e l pulimento mecánico y e l e c t r o l í t i c o de las muestras. Describe los ataques químicos, por solución de 5 ^ de sodaalOís de ácido fluoridrico y e l e c t r o l í t i c o , l i t o aceto-perclórico . en aparato dotado de microscopio, utilizando un e l e c t r £ Describe las estructuras obtenidas, inclusive las decorrentes de tra tamiento térmico de esferoidizaoión. RËSUMë 1 cause de l ' i n t é r ê t des alliages aluminium-uranium dans certains types d'éléments combustibles, l a Divisão de Metalurgia Nuclear vient de faire des études sistématiques sur tel l e s a l l i a g e s , en connexion avec les études sur la fabrication d'éléments combustibles. Dsms cette contribution l'auteur décrit l e s études sur les a l l i a g e s de 2 , 5 , 1 0 , 1 3 , 2 0 e t 2 5 ^ U, en décrivant l a préparation des échantillons e t leur poliment mécanique et electrolytique. décrit l e s attaques chimiques para des solutions de 50% de hydroxyde Il de sodium ou de 1 0 ^ de acide fluorhydriqus, et electrolytique, en apareil doté de microscope, en u t i l i s a n t un bain acéto-perchlorique. I l décrit l e s structures obtenues, aussi l e s consequents de traitement ter mique de la coalescence de l'euteotique. ABSTRACT Due to the interest that the aluminum-uranium alloys present for some types of fuel elements for nuclear reactors, the Divisão de Metalurgia Nuclear has carried out e x t e n s i v e studies on those a l l o y s , i n connection with fuel element fabrication. In this par>er the author summarizes the studies on 2 , ^ , 1 0 , 1 3 , 2 0 and 2 ^ w/o U a l l o y s , describing tha p r e p a r a t i o n o f samples and their mecJianical cind e l e c t r o l y t i c polishing. Etching was done both with the usual chemical reagents, 5/i HaOH and 10'/« HF solutions, and e l e o t r o l y t i c a l l y , under a Z e i s s microscope, using acetic-perchloric acid as the e l e c t r o l y t e . The obtained micrographs are presented and discussed. METALOGRAFÍA D E LIGAS A L U M Í N I O - U R À N I O " ' ERBERTO FRANCISCO R E S U M GENTILE O Em virtude do intac^ne duft ligas alumínio-urànio etu ceifas tipos de elementos combustíveis, a Divisão de Metalurgia Nuclear vem reíãizando estudos siste)náticos sobre tais ligas, cm conexão com estudos sobre fabricação de elementos co-nthustíveis. Nesta contribuição o autor descreve os estudos sobre as ligas de r>, 10, IS, 20 e S5V'. U, descrevendo o preparo dos cor-pos de prova e o polimento mecânico e elelrolítico dns amostras. Descreve os ataques químicos, 'por solução de 5'Ái de soda. ou Jo'/„ de ácido fluoridrico e elelrolítico, em aparelho dotado de microscópio, utilizando um eletrólito aceto-perclórico. Descreve as esfrutuixis obtidas^ inclusii.-e as decorrentes de 1 ratamenio téviíiico de esíeroidizacão. 1. INTRODUÇÃO Às ligas alumínio-urânio são importantes para a fabricação de elementos combustíveis nucleares, pois permitem obter uma dispersão de material fissil em matriz de baixa secção de choque de absorção para neutrons térmicos. O emprego dessas ligas em elementos combiisti\eis de reatores de pesquisas ou destinados a ensaios de materiais, tem sido efetuado para duas faixas de composição: 10 a 20'c U, para enriquecimento de 90*;/: no isótopo U-235, e de 40 a 5 5 U para enriquecimento de 2 0 ' . r , limite máximo utilizado em material cedido. Essas ligas não podem ser utilizadas nos casos de reatores que operam em temperaturas elevadas, em virtude da baixa resistência à corrosão e da baixa resistência mecânica do aluminio empregado no revestimerito dos elementos combustíveis. Outra razão do interesse dessas ligas é a grande analogia que api'esentam c o m as ligas alumínio-plutônio, tanto na sua fabricação como também em sua transformação mecânica. '. O ti'abaiho descreve as experiências realizadas na Divisão de Metalurgia Nucleai', visando estudos referentes ã fabricação dessas ligas e a determinação de suas micro-estvutuvas e propriedades mecânicas. 2. mento e repe1;idas fusões do mesmo lingote. Essas ligas apresentam a dificuldade especial de terem alta retração na solidificação, atenuada pelo projeto de cabeças quentes nas lingoteiras. A Divisão de Metalurgia Nuclear produziu as ligas alumínio-urãnio pela dissolução de urânio metálico em banho de alumínio, em cadinbo de grafita e colocado em forno elétrico. O ba- FiK. 1 — .Mim.enilm ininio-ur.'iiiio, |)iir sdiucai) aTarids (ie <le /noslrando dc IÍ IIK Ij.AI,, lica 1',, ao ii)alac;HÍcis. úwy.\í.\:x a hipcr-eulótica (.-i'ist/iis metatíe de U.4I,, ladd de cri.= l,ais Aiimenle: lai alu- atacados 5 0 0 y. pi'iire- (/Mchêj, P R E P A R O D A S LIGAS Para o presente estudo foram preparadas partirias de ligas de 2, 5, 10, 1.3, 20 e 2 5 ' r U. Durante a fabricação das mesmas foram tomadas precauções no sentido de evitar a ocorrência de porosidade nos lingotes, resultamte de absorção de hidrogênio durante a fusão e a segregação do urânio, por meio de rápido resfria'1) CciiUibuicãii gressu (2) Técnica Anual da ii.o ABM; Membro da ABINf: Divasão de Metalurgia .atômica: São 734. Engenheiro Pauto, Api'e.'iuiitada Vitória, ES; ao XXTI de 1967. MetaIurgi.'ita Nuclear; SP. julho In.xtiUito Cijn- e Nuclear; de Energia B 2 —• mosiranu-.i (\o '.om Mirioí^rafin. sogieí^^acaü regiões á''id<) de de tte eulêtioo fiLunidticd I re(ii:'/i(ia ã lijía ui-anio aluminin-uririnio, metaUrn, segregadas. a 10';c. metade no uo Ataque Aumeiito: clicl-jél. lado feito ÕOU X 188 METALOGRAFÍA nho era protegido por cloreto de amonio e por criolita e foi vazado em lingoteiras de grafita e de ferro fundido, esta última para se conseguir a retenção de cristais de UAl., (fig. 1) na matriz e diminuir a segregação de U na liga (fig. 2 ) . 3. DE LIGAS ALUMINIO-URÃNIO croscópio, do ataque. Utilizou-se um banho aceto-perclórico sob tensão de 10 a 15 V, o que determiminava corrente de cerca de 100 mA. A composição do eletrólito foi a seguinte: ácido perclórico, 25 partes e ácido acético, 75 partes (fig. 3, 4, 5 e 6 ) . PREPARO DAS AMOSTRAS P A R A ESTUDOS M E T A L O G R Á F I C O S As amostras das ligas alumínio-uránio para os estudos metalográficos foram polidas mecánicamente em lixas de carboneto de silício, números 180, 320, 400 e 600. A seguir, para o polimento final, utilizou-se pastas de diamante de 6 e de 1 micron. N o que se refere aos ataques para a observação da micro-estrutura, seguiu-se dois caminhos, a saber: ataque eletrolítico e ataque químico. 3.1. Ataque eletrolítico — O ataque eletrolítico foi efetuado em aparelho para polimento e ataque eletrolítico "Elypovist", da "ZeissJena", que permite o controle visual, pelo mi- Fig. 5 (10';;,. com — U), UAI, Microgratia de hipo-eutética, de contorno (reduzida à liga atacada de grão. metade aluminio-urânio eletrollticamente, Aumento: no .^00 X clichê). üü 'SSIïiil Fig. 3 (2',. Li, — Micrografia Inpo-eutetica. apresentando Aumento: UAI, D'M de de liga a i; — Microgratia eletrollticamente. urãnio (13<-t. inlergranular. ciando a precipitação (reduzida Fig. alummio-u. atacada metade no las clichet. de liga e eutética alumiiiio- eletrollticamente, euletica, alumínio, 500 x de atacada estrutura UAI, e Aumento: U), constituída algumas (reduzida a agulhas metade e\-iden- de no lame- de U A I , . clichei- 3.2. Ataque químico — Realizou-se esse tipo de ataque c o m solução de ácido fluoridrico a 1 0 % ou solução de hi(3róxido de sódio a 5%. Dentre esses dois ataques, mostrou-se mais satisfatório o da solução de ácido florídrico a !(}'/<:, pois a matriz de alumínio era menos atacada do que no caso do hidróxido, o que tornava mais fácil a observação dos detalhes da microestrutura (figs. 7 e 8 ) . ' -"1,1 4. Fig. 4 (5% U), — Microgratia hipo-eutética, apresentando Aumento: de liga atacada UAl^ precipitado .500 X (reduzida em à aluminio-urãnio eletroliticamente, contorno metade no de grão. clichê). D I A G R A M A D E EQUILÍBRIO ALUMÍNIO-URÂNIO Na faixa de composições estudadas, os pontos importantes a serem ressaltados são: o ponto eutético ( 1 3 % U, 640"C) e o ponto perité- M 1:: T A l. U R G VOI-. J A MARÇO, N . " 124. 24 189 1968 4.1. Composto ifitermetálico UAI, — O composto intermíítálico UAli cristaliza-se no sistema ortorrômbico, cuja célula unitária tem os seguintes parâmetros: a = 4,41 À ; b = 6,27 Â o <t{ir Fig. 7 — Microgratia iiio-uiãnio a ñ'.'r, (10% U), evidenciando Aumento: 5 0 0 :>; de liga hipo-eutética atacada um por solução acentuado (reduzida à ataque metade alumi- de NaOH á matriz. no clichê). e c = 13,71 A ^ Apresenta uma anisotropia ótica que é de grande valia na observação de seus cristais sob luz polarizada; entretanto, a oxidação com formação de óxidos ópticamente ativos pode ma.scarar as observações, sendo por i.sso que os cristais de UAI, .são, também, vistos sob luz polarizada". Os cristais de UAI, primários, obtidos por resfriamento lento, apresentam-se sob a forma de agulhas ou de losangos. No caso de cristal de UAI4 obtido por transformação de UAls, êle apresentar-se-á fissurado, devido ao aumento de volume decorrente da transformação (fig. 1 0 ) . mi m 1. X Fig, S (25<^'r, líF UAI|, — Microgratia U), a de hiper-eutética, 10%, numa apresentando matriz duzida liga atacada cristais eutétioi. ã aluminio-ui'anio por meííide Aumento: no solução primário.s 500 x de de (re- Fig, (20% a cli<'hê). 10 U), 10%, surados. tico (66,87o U, 730°C). Nesse campo são observados dois compostos intermetálicos, UAI, o UAI:;, cujas morfologías podem ser observadas na figura 9. — Microgratia hiper-eutética, mostrando Aumento: de liga atacada cristais 500 X por aluminio-urânio solução primários (reduziria de ã de HF UAI, fis- metade no clichê. No caso de ligas de alto teor de U (acima de 35% U ) , há uma grande quantidade de UAI,,, com isso a matriz se torna pobre em alumínio, decrescendo muito a sua plasticidade. Nesse caso há o aparecimento de fissuras laterais e o efeito "halteres" (na literatura norte-americana "dog bone effect") durante a laminação. 4,2. Composto intennetálico UAI, — O composto intermetálico UAI; cristaliza-se no sistema cúbico, c o m célula unitária de a — 4,287 A . O sistema tem estrutura análoga a de AuCU:; \ Esses cristais apresentam-se c o m formas arredondadas ou em longas cadeias de cristais, que não se fissuram quando a liga é submetida à transformação mecânica. l-'it;, — com Diagrama dado.s da de equilibrio referência aluminio-urânio, bibliográfica 4. Como já foi dito, foram estudadas as ligas hipo-eutéticas de 2, 5 e 1 0 % U, a liga eutética de 1 3 % U e as hiper-eutéticas de 20 e 25 %o U. Notou-se que a solução de ácido fluoridrico a 1% ataca os cristais de UAI;,, enquanto que os de UAl,i continuam inatacados. A solução de ácido nítrico a 5 0 % colore os cristais de UAI,, de amarelo, ao passo que o U A I , menos atacado, permanece cinzento (fig. 1 ) . METALOGRAFÍA 190 5. ESFEROIDIZAÇÃO DO EUTÉTICO Foram efetuados tratamentos isotérmicos de ligas eutéticas a 600"C durante 5, 10, 21 e 26 horas, observando-se um sensivel decréscimo da dureza da liga. Notou-se que as lámelas de UAh eram progressivamente transformadas em esférulas, diminuindo a dureza " K n o o p " (Knoop Hardness Number — K H N ) da liga, e conseqüentemente, aumentando a sua plasticidade (figs. 11 e 1 2 ) . DE LIGAS ALUMÍNIO-URÀNIO sal de 130°. A carga de ensaio foi de 50 g, sendo os valores indicados média de 10 determinações. A Tabela I reúne os resultados obtidos. TABELA I — Influencia do tempo de esferoidizacão a sobre a dureza Knoop de liga Al-U 13% U, sob carga de .50 g eOO-'C Duração tratamento do (h) Dureza Knooii (KHN) 0 52,2 .5 49,1 10 4.3,2 21 42,6 2(1 41,7 Mostram os resultados uma melhoria da plasticidade c o m apenas 10 horas de tratamento, caindo a dureza de 1 7 % . Deve ser notado ainda que a liga utilizada apresentava uma estrutura eutética grosseira e, em conseqüência, resultados semelhantes podem ser conseguidos em tempos menores no caso de se ter uma estrutura eutética mais fina, obtível por resfriamento mais rápido. mi •iiilMll Fig. 11 — uranio, Mici-ografia apresentando roidizada por horas a HF 10%. a de liga tratamento 600°C. eutética estrutura Ataque isotérmico realizado Aumento: 500 x no aluminio- parcialmente com esfe- durante 3 solução (reduzido ã de 6. metade cliché). XiX i-i- i A D I Ç Ã O D E UM T E R C E I R O E L E M E N T O D E LIGA Estudos realizados por Boucher ' c o m o fito de melhorar a trabalhabilidade das ligas aluminio-urânio, mostraram que a cinética da reação peritética é fortemente influenciada pela presença de elementos como B, In, TI, C, Si, Ce e Pb. A experiência mostrou que bastava 3 % de silício para impedir a reação peritética na liga de 5 0 % U. O silício constitui o melhor elemento para esse efeito, visto que os outros, muito embora atuem de forma semelhante não acarretam a mesma melhoria nas propriedades mecânicas c o m o a que resulta do emprego do silício. NI', ' Fig. \ 12 uranio — Micrografia com estrutura tratamento isotérmico Ataque solução por (reduzida de à de liga eutética totalmente a HF eOCC, a durante 10%. metade no aluminio- esíeroidizada 26 Aumento: por horas. 500 x clichê). Para as medidas de dureza, as amostras f o ram polidas como para a observação microscópica e atacadas por solução de ácido fluoridrico a 10%. O ensaio de dureza foi efetuado numa máquina "Tukon-LL", empregando um penetrador piramidal " K n o o p " de base losangular, cujo ângulo longitudinal é de 172" 30' e o transver- É de se notar que o silício influi na reação somente no estado sólido, pois no liquido há apenas um retardamento da mesma. Estudos com difração de raios-X demonstraram que o parâmetro cristalino dos cristais de UAU decresce c o m o aumento do teor de Si, enquanto que o da matriz permanece constante. Isso leva a crer que não há Si na matriz. 7. CONCLUSÕES 1. A Divisão de Metalurgia Nuclear do Instituto de Energia Atômica produziu ligas alumínio-urânio c o m 2, 5, 10, 13, 20 e 2 5 % U, por simples dissolução do urânio metálico, também obtido na Divisão, em alumínio líquido, ao ar c c o m o banho protegido por cloreto de amonio e criolita. O banho era, a seguir, vazado em lingoteiras de grafita, ou de ferro fundido para se conseguir a retenção de UAl., na matriz e para se evitar a segregação de U na liga. 2. Os corpos de prova para exames lográficos foram meta- polidos em lixas números 180, 320, 400 e 600, posteriormente sendo feito o polimento final em pasta de diamante de 6 e de 1 micron. Utilizaram-se ataques químico e ele- trolítico. Dentre os ataques químicos, revelou- se mais eficaz o de ácido fluoridrico a 10%, virtude de não atacar a matriz de realçando os microconstituintes da 3. liga. na matriz pode ocasionar, durante a laminação, fissuras "halteres", devido laterais e efeito empobrecimento da matriz zindo assim a sua A em alumínio, ao redu- plasticidade. solução de ácido fluoridrico a 1% ataca seletivamente os cristais de UAI3 em relação aos de UAh, sendo esse um método bastante expedito para 5. distinguí-los. Foi efetuado zacão do eutético o tratamento de esferoidi- a 600"C, transformando-se lamelas de UAI4 em esférulas. as C o m isso, conse- guiu-se maior plasticidade da liga. 6. Chegou-se, também, à conclusão de que as ligas c o m mais de 2 5 % U a serem submetidas á transformação mecânica devem ter a adição de até 3% Si, conseguindo-se, antes, a re- tenção de cristais de UAI3 e matriz mais rica em alumínio. DISCUSSÃO OTO WEINBAUM ( i ) — Gostaria de perguntar .se foi observado que o teor de silicio melhora bastante a fundibilidade do material. É difícil se fundir qualquer liga de aluminio em que não exista uma certa percentagem de silicio. THARCISIO D. DE SOUZA SANTOS ( = ) — Constatamos, efetivamente, que a adição de silicio, no caso de apenas 3%, melhora bastante a fundibilidade. Isso é principalmente importante nas ligas hiper-eutéticas, nas quais o intervalo de solidificação é muito grande. O. WEINBAUM — O silicio é solúvel no aluminio até 1,7%. Assim, está sendo empregada uma percentagem acima do máximo de solubilidade. em alumínio, Grande quantidade de cristais de UAh 4. 191 VOL. 24 — N." 124 — MARÇO, 1968 M E T A L U R G1A Posteriormente, deve ser feito o tra- T. D. DE SOUZA SANTOS — No caso se trata de uma liga ternária e nao sei, no momento, qual a solubilidade no sistema ternário. OSCAR WORTMAN (-n Quando utilizamos sal de sódio ou de potássio nos fundentes, ou criolita, favorecendo a solução de UAI.,, tivemos sempre problemas com a segregação. Por isso preferimos fundir sem fundente. O UAl.^ é encontrado. Na presença de fluorita é facilitada a transformação de UAI,? T. D. DE SOUZA SANTOS — Não constatamos nenhuma influência como a menciónala pelo Eng." Wortman. Não tivemos maior preocupação em eliminar gases do banho, porque se isso tivesse constituído motivo de preocupação, teríamos operado sob vácuo ou por borbulhamento de argônio. Lembro que utilizamos criolita somente na produção de ligas hiper-eutéticas, em todos os demais casos tendo empregado apenas cloreto de amónio. O. WORTMAN — Parece que houve um fenómeno de modificação pelo sódio introduzido. Isso é o que temos aparentemente encontrado. Poderia por essa modificação formar UAl.j em vez de UAL? T. D. DE SOUZA SANTOS — Não constatámos esse efeito. O. WEINBAUM — Houve alguma dificuldade na desoxidação? T. D. DE SOUZA SANTOS Não. Lembro ainda que no sistema com alto teor de urânio nunca seria necessário se utilizar um desoxidante, já que o metal em si é um desoxidante. tamento de esferoidizacão na matriz eutética remanescente, bre pois o Si não tem influência so- ela. HELITON MOTTA HAYDT — Como esclai-eceu o Prof. Tharcisio, na fabricação das ligas até 10% empregamos apenas cloreto de amónio e criolita .só na de 20%. Rt;FERRNCIAS :l. MITAMUKA, on Al-U N.; MAIUIYA, Alloys. N.S.J. — K. & Tr. KIMURA, — 6, .1. • jan. Studies (t) 196fi. Membro da Professor •2. HAYDT, sobre H. a p. CINTfiA, fabricação de niicleo de ligas dev. 1967. contendo 121, M. & 9.55-959, S. H. L. elementos Al-U. — Nota preliminat combustíveis Metalurgia, planos v. 23, n.o Escola (2) de ROUGH, nium F. and A. & BAUER, Thorium A. Alloys. A. BMI — Constitution — 1300, jun. of Ura- Conselheiro São BOUCHER, nium; ~ application UA1.| p. R. 13-27, » UAI|. 195.S. Etude a la Journal des alliages transformation of Nuclear da de Nuclear de São Diretor São Paulo; do Sessão; Metal Civil da de S.A.; e da SP. e Metalurgista; Escola Chefe Instituto Doutor Leve Industrial Paulo, Engenheiro e da. da Engenharia Mauá; ABM; Universidade I'etat Materials, solide v. 1, Engenheiro Atómica; aluminium-uraa Faculdade Catedrático Paulo, lYesidéncia Científico da Politécnica Divisão Energia da Atômica; SP. 1958. (3) 1. na, Engenharia Professor da e Conselheiro da Metalurgia .3. ABM Engenheiro; (4) Membro Industrial; Buenos da ABM; Metalurgia Nuclear São SP. Paulo, da Aires, Comisión República Engenheiro do Nacional Metalurgista; Instituto de Energia Argentina. de Divisão Energia da Atômica; 192 METALOGRAFÍA DE LIGAS ALUMÍNIO-URÁNIO NORBERTO VÍTOR BARILE (") — Porque se de\r evitar a presença de boro? ARIDEU SILVA BARÃO («) — Não seria possí\'el se produzir essas ligas por sinterização? T . D. DE SOUZA SANTOS — O boro tem alta secção de choque de absorção de neutrons térmicos. Por isso tem de ser evitado, não se admitindo concentrações máximas senão de décimo do milésimo por cento. T. D. D Í : SOUZA SANTOS — Sim, mas não acredito que apresentassem vantagens sobre as de fusão, mormente na faixa de composições que estudamos. (6) 1.5) .VIemtjro da ABM; Depaitamento ,sil .S.A. São Engenheiro Metalúrgico Paulo, SP. de Metalurgi.sta; Alean Gerente Aluminio do do Bra- Membro Professor cola de rie da no ABM: Engenharia Janeiro, General Instituto GB. e Militar Industrial Engenheiro de Metalurgi.sta; Engeníiaria Metalúrgica da da Es- UFF; e Rio