Ex-Aluno Pedro Henrique Bressianini lança seu Primeiro Livro Comercial Tipo franzino e jeito tímido, esse é Pedro Bressianini. Quem julga apenas pela aparência talvez não avaliaria estar diante de um escritor de páginas cheias, cujo talento se revelaria já nos primeiros anos de estudo formal no Luterano, como o leitor verá na entrevista a seguir. Quem o conheceu ainda na infância, de personalidade forte e disposto a ir até o fim pelos seus objetivos, não duvida da conquista desse ex-aluno do Colégio Luterano. Com o mesmo jeito simples e cordial, foi assim que Pedro recebeu cada amigo ou admirador no último dia 16/03, por ocasião do lançamento do seu primeiro livro comercial na Livraria Martins Fontes. O gesto de escrever uma dedicatória pessoal e personalizada se repetiu várias vezes, também no último dia 23/3, na Feira do Livro do Luterano, para uma fila de amigos e admiradores que vieram abraçar o Pedro, agora escritor oficializado pela primeira publicação. Segue entrevista concedida pelo Pedro, ao Luterano. Pedro posa para foto com o Diretor do Luterano, Pastor Enio Starosky, seu filho Gabriel (esquerda) e o prof. André Bender (direita) Pedro entrega um exemplar de seu livro para a biblioteca do Luterano, e a Profª Laídes exibe o primeiro livro do Pedro, exemplar único, que ele escreveu no 3º Ano e o deu a professora que era a bibliotecária e o incentivava na leitura. Foto no lançamento do livro, na Livraria Martins Fontes, com ex-alunos do Luterano e alguns membros da Igreja Presbiteriana Independente de Moinho Velho, onde Pedro congrega. Luterano: Quanto tempo você estudou no colégio? Pedro Henrique: Eu estudei no Colégio Luterano durante nove anos. Iniciei meus estudos na antiga 1ª série e sai ao término do 1º ano do ensino médio. L: Tem alguma lembrança de algum professor(a) ou algo legal para compartilhar? PH: Tenho recordações muito gostosas dessa época. Conquistei grandes amigos e tive a oportunidade de conviver com ótimos profissionais. Lembro-me que adorava ficar na cantina conversando com a tia Zizi durante o intervalo, e até mesmo de quando levava o manuscrito de livros que tentava escrever para a Profª Salete avaliar, incluindo um livro de suspense em que matava várias pessoas, inclusive ela. Divertimo-nos muito juntos lendo aquilo. Ficava muito na biblioteca e recebi prêmios por recorde de leitura e certa vez dividi o prêmio com minha amiga Flávia. Certa feita, retirei um livro que continha apenas ilustrações, inconformado resolvi escrever uma história. A profª Laídes o guarda até hoje. L: De que maneira o Colégio Luterano ajudou-o nos estudos e como pessoa? PH: Além de contribuir muito para minha formação acadêmica, o Colégio Luterano ajudou-me muito com o meu crescimento pessoal. Estudando psicologia na faculdade, adotei um pressuposto que afirma existir inerente em cada um de nós, uma tendência auto-atualizante, a guiar-nos ao desenvolvimento e crescimento pessoal. E o meio contribui muito – ou não – com esse desenvolvimento, e no caso, a instituição de ensino onde estudei, bem como os profissionais e amigos com quem convivi me ajudaram muito nesse quesito com seus excelentes princípios e valores. L: Como foi sua experiência para se tornar escritor? PH: Definiria essa experiência como uma difícil jornada. Sempre sonhei com isto, mas para converter os nossos sonhos em realidade, é necessário além de determinação, um equilíbrio entre fé e força. A força é aquilo que nos mantêm de pé durante as dificuldades do caminho – que são muitas –, e a fé é o que não permite com que você desista. Escrever o livro foi a menor das dificuldades comparado a encontrar uma editora que acreditasse em mim. Quatro editoras aceitaram avaliar o meu livro, duas aprovaram e duas reprovaram. Recebi muito apoio, mostrando-me como agir e como aceitar críticas, que certamente virão. Finalmente, após idas e vindas, o livro foi publicado e, no dia do lançamento, todos os exemplares foram vendidos. Nós fazemos planos, criamos expectativas, mas Deus tem planos ainda maiores para nós. L: Que dicas você daria para alguém que quer escrever? PH: Quando fazemos algo com amor, não tem como dar errado. Esse, eu diria, é o grande segredo para o sucesso. Toda história que se preze deve ter um bom enredo, capaz de prender o leitor. E óbvio que uma história não é nada sem um bom conflito, um clímax capaz de tirar o sono do leitor, personagens carismáticos e ambientes favoráveis, e por fim um desfecho surpreendente. Mas, o que eu considero mais importante é que toda receita de família deve ter o seu ingrediente secreto, o que torna o seu tempero especial e de deixar com água na boca. L: Você tem uma leitura para indicar? PH: Em nossa literatura, temos obras clássicas e que de fato são de se admirar, como “Capitães de Areia”, obra de Jorge Amado que tem uma leitura fácil de fluir, e “Dom Casmurro”, no qual Machado de Assis faz uma jogada espetacular e de enlouquecer o leitor por não deixar o desfecho do grande mistério explícito. No entanto, os meus escritores favoritos são Nicholas Sparks e Mário Quintana, e eu vejo no meu modo de escrever um meio termo entre esses dois autores fantásticos. L: Como foi escrever o livro? PH: Comecei a escrever, não pelo amor propriamente a escrita, mas por uma garota. Quando ela demonstrou interesse pelo meu livro, eu me senti capaz de iniciar o livro. E ela foi minha inspiração do começo ao fim, inclusive nos dias difíceis. Uma vez começada à história, as coisas foram fluindo por si só. Gosto de comparar com uma viagem de metrô, onde você tem uma estação de embarque e outra de término, e, entre as duas uma viagem, onde você faz baldeações, ou seja, uma hora está voltando e outra seguindo adiante, mas sempre focalizando aonde se quer chegar. O resultado final do livro foi totalmente compatível com as minhas expectativas de como ele seria. L: Que mensagem você gostaria de deixar? PH: Gostaria primeiro, de agradecer pelo carinho de todos os amigos que participaram dessa história. Acredito que a mensagem mais importante que posso deixar é de que as pessoas não desistam dos seus sonhos. O nosso caminho é cheio de dificuldades e de pessoas para dizer que não somos capazes. Entretanto, quem tem perseverança e esperança possuí mais do que qualquer outro. As coisas têm o seu próprio momento, a sua própria razão. A vida é como um rio, que tem seu modo de fluir. E aquilo que deve acontecer vai acontecer, independente de tudo.