1 UNIVERSIDADE FEDERAL DAPARAÍBA CENTRO DE FORMAÇÃO DE TECNÓLOGOS COLÉGIO AGRÍCOLA VIDAL DE NEGREIROS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO INTEGRADA AO ENSINO MÉDIO NA MODALIDADE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CAMPUS III – BANANEIRAS-PB ADNA MARIA DE LIMA LOPES PERCEPÇÃO DOS ALUNOS E PROFESSORES DA ESCOLA ESTADUAL ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO EFIGÊNIO LEITE, SOBRE A INFLUÊNCIA DOS RECURSOS AUDIOVISUAIS TECNOLÓGICOS DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM BANANEIRAS 2007 2 ADNA MARIA DE LIMA LOPES PERCEPÇÃO DOS ALUNOS E PROFESSORES DA ESCOLA ESTADUAL ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO EFIGÊNIO LEITE, SOBRE A INFLUÊNCIA DOS RECURSOS AUDIOVISUAIS TECNOLÓGICOS DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Especialização em Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para obtenção do grau de Especialista. ORIENTADOR: Professor Msc. Albério Lopes Rodrigues BANANEIRAS 2007 3 L864p LOPES, Adna Maria de Lima Percepção dos alunos e professores da Escola Estadual do Ensino Fundamental “Efigênio Leite” / Adna Maria de Lima Lopes – Bananeiras-2007. 56 p: il Orientador: Albério Lopes Rodrigues Monografia (Especialização) CFT/UFPB 1. Recursos Audiovisuais – Educação de Jovens e Adultos. 2. EJA – Recursos Audiovisuais Tecnológicos. 3. Ensino-aprendizagem – Recursos Audiovisuais. C.D.U.: 371.3 (043.2) UFPB/CFT/BS 4 ADNA MARIA DE LIMA LOPES PERCEPÇÃO DOS ALUNOS E PROFESSORES DA ESCOLA ESTADUAL ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO EFIGÊNIO LEITE, SOBRE A INFLUÊNCIA DOS RECURSOS AUDIOVISUAIS TECNOLÓGICOS DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM Monografia Aprovada pela Comissão Examinadora em: _____/____/_____ Conceito:____________ BANCA EXAMINADORA ____________________________________________________ Prof. Ms. Albério Lopes Rodrigues (Orientador) _____________________________________________________________ Prof. Dr. Gerson Alves de Azerêdo (Examinador) _____________________________________________________________ Prof. Dra. Esmeralda Paranhos dos Santos (Examinadora) Bananeiras - PB. 5 A Deus, por ter me dado condições e perseverança para concluir mais uma meta, e todas as pessoas que contribuíram para a conclusão de mais um curso. À minha mãe, Carmézia Ferreira Lima, e com a mesma gratidão aos meus tios, Francisco de Sales e Francisca da Penha, que muito colaboraram financeiramente na minha educação infantil e juvenil; além de repassarem segurança, gestos significantes e lições de valores. Dedico. 6 Saber agradecer é um dom que vem do alto. Por isso, agradeço especialmente: A Deus: Por tudo que sou e que tenho, por todas as dificuldades e vitórias alcançadas, pelos erros e acertos, pela vida. Tudo te devo. Aos professores, funcionários, amigos e ao orientador, Albério Lopes Rodrigues e a coordenadora Ana Cláudia Rodrigues: Que com paciência nos repassaram conhecimentos, estimularam inteligências e se dispuseram a contribuir na nossa grandeza profissional e pessoal. Muitíssimo obrigada! Aos coordenadores do Curso e às demais pessoas: Que participaram desse projeto para que esse curso acontecesse, nessa Universidade Federal da Paraíba, Campus III – Bananeira/PB, dando-me oportunidade de concluir mais um curso. Acredito que outros virão. Ao meu esposo e filho: Reginaldo e Robinho, pela minha ausência, possibilitando-me a concluir o curso. 7 RESUMO O conhecimento tem presença garantida em qualquer projeção que se faça do futuro. Por isso, há um consenso de que o desenvolvimento de um país está condicionado à qualidade de sua educação. A realização deste trabalho teve como objetivo avaliar a percepção de alunos e professores do ensino médio na modalidade Educação de Jovens sobre a influência dos recursos audiovisuais tecnológicos, sobre o processo ensino-aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos, bem como, determinar o perfil destes sujeitos pesquisados. A pesquisa foi realizada na Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio Efigênio Leite, na cidade de Borborema – PB. Na ocasião foram realizadas análises quantitativas para os alunos e quanti e qualitativas para os professores, sendo pesquisado 20 alunos de um universo de 32 (amostra de 62,5 %) e 8 professores de um universo equivalente (amostragem de 100 % do universo). Através dos resultados podemos perceber que os recursos pesquisados contribuem para a prática docente e auxilia no processo ensino – aprendizagem, contudo para os alunos, estes recursos pouco os fazem aprender os conteúdos ministrados através deles. Quanto ao perfil dos sujeitos pesquisados, verificamos, que 62,5 % dos docentes ensinam e trabalham em outra atividade desvinculada a educação, e que 80 % dos alunos trabalham e estudam. Ao final da pesquisa concluiu-se que os professores estão satisfeitos com a utilização dos recursos audiovisuais tecnológicos por proporcionarem um aprendizado bilateral e na visão dos alunos, a aula expositiva oral ministrada através do quadro negro, lhes proporciona um maior aprendizado. Concluiu-se também, docentes e alunos são submetidos a uma sobrecarga de atividades, o que pode comprometer o processo ensino – aprendizagem. Palavras chaves: audiovisuais. ensino-aprendizagem. EJA. 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Tabela 2 - Tabela 3 - Tabela 4 - Tabela 5 - Tabela 6 - Tabela 7 - Tabela 8 - Gênero dos professores que lecionam na Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite”, BorboremaPB, na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Médio.............................................................................. 28 Recursos audiovisuais tecnológicos mais utilizados pelos professores na Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite” na modalidade Educação de Jovens e Adultos, como suporte didático pedagógico............................... 32 Gênero dos alunos da 3ª série do Ensino Médio da Modalidade Educação de Jovens e Adultos da Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite”...................................... 38 Aprendizagem dos alunos da Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite” na Modalidade da Educação de Jovens e Adultos conforme a utilização dos sentidos........................................................................................ 42 Recursos audiovisuais tecnológicos mais utilizados pelos professores na Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite” na modalidade Educação de Jovens e Adultos, como suporte didático pedagógico, conforme informações dos discentes. ......................................................... 43 Recursos audiovisuais mais utilizados como suporte didático para pesquisa diária extra sala de aula pelos alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite”, na Modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA). ........................................ 44 Nível de aprendizagem dos alunos do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite”, na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), quanto a utilização dos recursos audiovisuais tecnológicos por parte dos professores. ................................................................................. 44 Aprendizagem dos alunos do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite”, na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), quanto a utilização dos recursos audiovisuais tecnológicos por parte dos professores. ................................................................................ 45 9 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Quadro 2 - Quadro 3 - Classificação dos recursos audiovisuais, de acordo com Gil (2005). ........................................................................................ 14 Perfil dos Professores que lecionavam na Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio Efigênio Leite, na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Médio, quanto à formação e qualificação acadêmica, atividade profissional e tempo disponível para a Instituição de trabalho na Educação de Jovens e Adultos. ........................................................................ 29 Perfil dos alunos da Educação de Jovens e Adultos quanto à idade, estado civil, situação quanto ao posto de trabalho, faixa salarial e carga horária de trabalho. ............................................ 38 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. .......................................................................................... 3 2.1 Fundamentos e Funções da Educação de Jovens e Adultos. ................................................. 3 2.2 Os Recursos Didáticos na Educação. .................................................................................... 7 2.2.1 Retrospectiva Histórica. ..................................................................................................... 7 2.3 Os Recursos Audiovisuais: A Escola, o professor e os alunos. ............................................. 10 2.3.1 Conceito de audiovisual. .................................................................................................... 10 2.3.2 A Escola. ............................................................................................................................. 11 2.3.3 O professor e os alunos. ...................................................................................................... 12 2.3.4 A diversidade dos Recursos Audiovisuais. ......................................................................... 14 2.3.5 Os principais Recursos Audiovisuais: TV, DVD, Videocassete, Retroprojetor e ou Computador / Internet. ........................................................................................................ 16 2.4 Necessidades e Vantagens do uso de Recursos Audiovisuais ............................................... 19 2.4.1 As Desvantagens dos Recursos Audiovisuais quando usados em excesso ou Indevidamente. ................................................................................................................... 19 2.5 Os Recursos Audiovisuais como suporte para a Educação de Jovens e Adultos .................. 20 2.5.1 Educação e Tecnologia: limites e possibilidades. .............................................................. 20 2.5.2 Educação de Jovens e Adultos e as novas tecnologias: perspectivas para inclusão social.. 22 3 METODOLOGIA. .................................................................................................................... 26 3.1 Caracterização da Escola pesquisada. ................................................................................... 26 3.2 Universo e Amostra pesquisada. ........................................................................................... 26 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS. ................................................................. 29 4.1 Perfil dos professores pesquisados. ....................................................................................... 29 4.2 O Uso dos Recursos Audiovisuais no Processo ensino-aprendizagem sob uma percepção dos professores pesquisados. ................................................................................................. 32 4.3 Perfil dos alunos pesquisados. ............................................................................................... 38 4.4 Percepção dos alunos sobre a influência dos recursos audiovisuais na sua aprendizagem. .. 41 11 5 CONCLUSÕES. ....................................................................................................................... 47 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. .................................................................................... 48 7 APÊNDICES. ........................................................................................................................... 51 12 1. INTRODUÇÃO Com a vinda das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) a escola evidencia desafios e problemas relacionados aos espaços das Tecnologias Novas e Convencionais, está desafiada nas práticas que ocorrem no cotidiano da mesma, não apenas em forma de suporte, mas de cultura. Silva (2005, p.61) afirma que para compreendê-los e superá-los é necessário conhecer as potencialidades nas novas e convencionais tecnologias e a realidade que a escola se encontra inserida identificando o perfil do trabalho pedagógico que nela se realizam, de seu corpo docente e discente. Através das tecnologias ampliamos nossa visão de mundo, pois, com o uso dos recursos audiovisuais tecnológicos no processo ensino-aprendizagem, compreendemos melhor a realidade educacional. Conseqüentemente a escola, seus dirigentes e professores discutirão e compreenderão seu papel no ensino-aprendizagem. Considerando a importância dos recursos audiovisuais tecnológicos para a aprendizagem do educando, os recursos audiovisuais tecnológicos (TV, Videocassete, retroprojetor, som, gravador e outros), tornam a comunicação presente na vida cultural de jovens e adultos, clara e precisa, sendo necessário, assim como em outras modalidades de ensino, que esses recursos tecnológicos audiovisuais subsidiem pedagogicamente a prática docente, e consequentemente influenciem na aprendizagem de alunos da de Educação de Jovens e Adultos. Temos que ver o aluno dessa modalidade com novos olhares (não piedosos) mas como cidadão que foi excluído de seus direitos sociais, e para resgatá-lo, temos que apresentar metodologias diferenciadas, votadas para a diversidade, valorizando os conhecimentos 13 prévios do aluno e adequando sua verbalização junto aos recursos audiovisuais tecnológicos, ante a um currículo reduzido na escolarização da EJA. A incorporação de diferentes tecnologias (computador / internet, TV, videocassete, DVD, etc.) existentes na escola favorece a prática pedagógica e a outras atividades escolares, a fim de trazer contribuições significativas ao processo ensino - aprendizagem. Os alunos da EJA, muitas vezes, expressam falta de motivação para a vida escolar, esses recursos didáticos tecnológicos audiovisuais, facilitam a interpretação dos conteúdos ministrados. Como os recursos audiovisuais tecnológicos são ferramentas no processo educativo, interferindo em nosso modo de pensar, sentir e agir, surge o seguinte questionamento: como o professor de EJA pode utilizar em sua prática pedagógica estes recursos, de modo a facilitar a transmissão de conteúdos, influenciando diretamente no processo ensino-aprendizagem? Vygotsky (1993, apud Sehlünzen 2005, p. 81) sinaliza para uma mudança enfatizando a necessidade de uma visão dos currículos e métodos de ensino, substituindo a abordagem quantitativa por uma abordagem qualitativa baseada em novos princípios educacionais. Com base no que foi apresentado, a realização deste trabalho teve o objetivo de avaliar a influência dos recursos audiovisuais tecnológicos, sobre o processo ensino-aprendizagem na percepção de alunos e professores do ensino médio na modalidade Educação de Jovens e Adultos, bem como, determinar o perfil destes sujeitos pesquisados. 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Fundamentos e Funções da Educação de Jovens e Adultos A focalização das políticas públicas no ensino fundamental obrigatório conveniente à relação apropriada idade/ano ampliou o espectro de crianças presentes no ensino fundamental obrigatório. Hoje, é notável a expansão desta etapa do ensino e há um quantitativo de vagas cada vez mais crescente a fim de fazer jus ao princípio da obrigatoriedade face às crianças em idade escolar. Entretanto, as condições sociais adversas presentes, as seqüelas de um passado ainda mais perverso se associam a inadequados fatores administrativos de planejamento e dimensões qualitativas internas à escolarização e, nesta medida, condicionam o sucesso de muitos alunos. A média nacional de permanência na escola, para a etapa obrigatória (oito anos) fica entre quatro e seis anos. E os oito anos obrigatórios acabam por se converter em 11 anos, estendendo a duração do ensino fundamental quando os alunos já deveriam estar cursando o ensino médio. Expressão desta realidade é a repetência, a reprovação e a evasão escolar mantendo e aprofundando a distorção idade/ano e retardando a chegada a um acerto definitivo no fluxo escolar. Embora abrigue 36 milhões de crianças no ensino fundamental, o quadro sócio-educacional continua a produzir excluídos dos ensinos fundamental e médio produzindo adolescentes, jovens e adultos sem escolaridade obrigatória completa. Ao mesmo tempo, não se pode negar que, nos últimos anos, os sistemas de ensino desenvolveram esforços no afã de propiciar um atendimento mais aberto a adolescentes e jovens tanto no que se refere ao acesso à escolaridade obrigatória quanto em iniciativas de caráter preventivo a fim de diminuir a distorção idade/ano. Como exemplos destes esforços temos os ciclos de formação e as classes de aceleração. 15 Almeida (2005, p.71) afirma que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, (1999), que o Brasil exibe um número enorme de pessoas analfabetas (13,3%) com idade de 15 ou mais anos de idade. Apesar do recuo anual, apesar de marcantes diferenças regionais e setoriais, a existência de pessoas que não sabem ler ou escrever por falta de condições de acesso ao processo de escolarização deve ser motivo de autocrítica de modo constante e severo. Nesta ordem de raciocínio, a educação de jovens e adultos (EJA) representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso e nem o domínio da escrita e da leitura como bens sociais, na escola ou fora dela e tenham sido a força de trabalho empregada na constituição de riquezas e na elevação de obras públicas. Ser privado deste acesso é, de fato, a perda de um instrumento imprescindível para uma presença significativa na convivência social contemporânea. Um adulto pode ser analfabeto, porque marginalizado social e economicamente, mas, se vive em um meio em que a leitura e a escrita têm presença forte, se interessa em ouvir a leitura de jornais feita por um alfabetizado, se recebe cartas que outros lêem para ele, se dita cartas para que um alfabetizado as escreva, [...], se pede a alguém que lhe leia avisos ou indicações afixados em algum lugar, esse analfabeto é, de certa forma, letrado, porque faz uso da escrita, envolve-se em práticas sociais de leitura e de escrita. (SOARES, 2000) Esta observação faz lembrar que, apesar da ausência da escolarização, isto não pode e nem deve significar uma visão preconceituosa do analfabeto ou iletrado como inculto ou "vocacionado" para tarefas e funções "desqualificadas" nos segmentos de mercado. Muitos destes adultos de todas as regiões do país desenvolveram uma rica cultura baseada na oralidade da qual nos dão prova, entre muitos outros, a literatura de cordel, o teatro popular, o cancioneiro regional, os registros de memória da cultura afro-brasileira e indígena. De todo o modo, para analfabetos e para iletrados, o que está em causa é a função reparadora de 16 Educação de Jovens e Adultos que, no limite, significa a restauração de um direito negado: o direito a uma escola de qualidade. A incorporação dos códigos relativos à leitura e à escrita por parte dos alfabetizados e letrados, tornando-os quase que "naturais", e o caráter comum da linguagem oral, impede a consideração do acesso a estes bens como um meio e instrumento de poder. Só quem se vê privado deles pode aquilatar a falta que eles fazem e as conseqüências materiais e simbólicas advindas da negação deste direito fundamental. O término de uma tal discriminação não é uma tarefa exclusiva da educação escolar. Esta e outras formas de discriminação não têm o seu nascedouro na escola. A educação escolar, ainda que imprescindível, participa dos sistemas sociais, mas ela não é o todo destes sistemas. Daí que a busca de uma sociedade mais igual e justa continue a ser um alvo a ser atingido em países como o Brasil. Contudo, dentro de seus limites, a educação escolar possibilita um espaço democrático de conhecimento e de postura tendente a assinalar um projeto de sociedade menos desigual. Contudo, dentro de seus limites, a educação escolar possibilita um espaço democrático de conhecimento e de postura tendente a assinalar um projeto de sociedade menos desigual. Questionar, por si só, a virtude igualitária da educação escolar não é desconhecer o seu potencial. Ela pode auxiliar na eliminação das discriminações e, nesta medida, abrir espaço para outras modalidades mais amplas de liberdade. A universalização do ensino fundamental e médio libera porque o acesso aos conhecimentos científicos virtualizam uma conquista da racionalidade sobre poderes assentados no medo e na ignorância e possibilita o exercício do pensamento sob o influxo de uma ação sistemática. Ela é também uma via de reconhecimento de si, da auto-estima e do outro como igual. De outro lado, a universalização do ensino fundamental, até por sua história, abre caminho para que mais cidadãos possam se apropriar 17 de conhecimentos avançados tão necessários para a consolidação de pessoas mais solidárias e de países mais autônomos e democráticos. Tanto a crítica à formação hierárquica da sociedade brasileira, quanto à inclusão do conjunto dos brasileiros vítimas de uma exclusão histórica estão por se completar em nosso país. A barreira posta pela falta de alcance à leitura e à escrita prejudica sobremaneira a qualidade de vida de jovens, adultos, inclusive idosos, exatamente no momento em que o acesso ao saber e aos meios de obtê-lo representa uma divisão cada vez mais significativa entre as pessoas. No milênio que se avizinha, mais e mais saberes aliados a competências tornar-se-ão indispensáveis para a vida cidadã e para o mundo do trabalho. E esta é uma das funções da escola democrática que, assentada no princípio da igualdade e da liberdade, é um serviço público. Por ser um serviço público, por ser direito de todos e dever do Estado, é obrigação deste interferir no campo das desigualdades e, com maior razão no caso brasileiro, no terreno das hierarquias sociais, através de políticas públicas. Junto com esta função reparadora, a Educação de Jovens e Adultos responde também ao pleito postulado por inúmeras pessoas que não tiveram uma adequada correlação idade/ano em seu itinerário escolar e nem a possibilidade de prosseguimento de estudos. A reentrada no sistema escolar dos que tiveram uma interrupção forçada seja pela repetência ou pela evasão, seja pelas desiguais oportunidades de permanência, deve ser saudada como uma reparação corretiva, ainda que tardia, de estruturas arcaicas, possibilitando aos indivíduos novas inserções no mundo do trabalho, na vida social, nos espaços da estética e na abertura dos canais de participação. Para tanto, são necessárias mais vagas para estes "novos" alunos, demandantes de uma nova oportunidade de equalização. 18 2.2 Os Recursos Didáticos Audiovisuais na Educação 2.2.1 Retrospectiva Histórica A expressão material ou recurso audiovisual é relativamente novo no vocabulário dos docentes, tendo se integrado de forma definida à termologia pedagógica no período posterior à 2ª Guerra Mundial, mais precisamente na metade do século XX. Desde longínqua data muitos educadores já defendiam inevitavelmente a necessidade do uso dos recursos auxiliares do ensino, com a finalidade de ilustrar a palavra do professor, tornando as lições mais concretas e mais ligadas à realidade. Alguns registros históricos relatam que os mestres da antiguidade e da idade média já dispunham de certos recursos para tornar mais fácil o ensino, grandes tábuas que serviam de lousa, material para o ensino do cálculo aritmético, documentos cartográficos, globos, cartas murais de Astronomia e livros com iluminuras. No século XVI, Montaigne (s.d.) apud Haydt (1998, p. 226) fazia críticas aos métodos utilizados pela escola de seu tempo, caracterizavam-se por um excesso de verbalismo. Assim o mesmo crítico propunha uma educação baseada na experiência, que levasse o professor a observar, comparar e refletir. Gil (2005, p. 93) fez críticas em relação ao verbalismo afirmando que: “como conseqüência do Verbalismo exagerado muito do que é passado aos alunos, constitui-se em palavras vazias, sem significado”. Então, nós professores, temos que ter cuidado ao expormos nossas aulas não abusarmos da oralidade, tornando assim as aulas sem compreensão, sem significado e sim voltadas para o ensino-aprendizagem. 19 Em resumo, poderíamos dizer que o professor é um aprendiz permanente, um construtor de sentidos, um cooperador, e, sobretudo, um organizador da aprendizagem e que o discente ultrapasse o papel passivo de repetidor fiel dos ensinamentos do professor, tornandose criativo, pesquisador e atuante para produzir conhecimento e transformar a realidade. É de práxis relatarmos psicologias de alguns pensadores como Bacon (s.d). apud Haydt (1998, p. 226), onde afirmava que o conhecimento provém de experiência e das percepções sensíveis. Por isso, deve-se começar pelo estudo da natureza, pelo conhecimento das coisas que o rodeia e empregando o método indutivo, partir da observação dos fatos particulares para chegar à elaboração dos conceitos gerais. Comenius (1632) apud Haydt (1998, p. 227), representante da Pedagogia Realista, em sua obra Didática magna afirma: “Exercitem-se primeiro os sentidos, depois a memória, a seguir a inteligência e por fim o juízo. Todos esses exercícios devem ser feitos um após o outro, gradualmente, pois o saber começa a partir dos sentidos, e, através da imaginação passa para a memória, e depois, pela indução a partir das coisas singulares, chega à inteligência das coisas universais, e finalmente, acerca das coisas bem entendidas emite o juízo, o que permite chegar à certeza da ciência.” O autor citado declarava ainda, que “os sentidos, a memória e a inteligência dos estudantes deveriam ser estimulados pelas representações visuais, sobretudo desenhos ilustrativos e gravuras”. No século XVIII – Rousseau (s.d.) apud Haydt (1998, p.228) afirma que o mesmo defendia a necessidade de partir dos objetos sensíveis para chegar aos intelectuais. Segundo Haydt (1998) Pestalozzi, não foi apenas um pedagogo teórico, foi antes de tudo, um educador comprometido com o seu trabalho e envolvido com a prática docente, tendo aplicado nas escolas onde ensinou suas idéias pedagógicas. Ele propôs e utilizou um método de ensino que fazia a percepção sensorial, a base e o ponto de partida para construir o 20 conhecimento, aproveitando a vivência de situações concretas, a observação da natureza e a experiência de fatos e fenômenos. No século XIX, Froebel (s.d) apud Haydt (1998, p.228), considerava que a percepção sensorial era a base da instrução elementar, do conhecimento no mundo exterior e da formação da linguagem. Para Haydt (1998, p. 229) nos primeiros anos do século XX, o movimento de renovação denominado ESCOLA NOVA, recomendava o uso de métodos ativos (que apelavam para a atividade do educando), e sugeria que o docente utilizasse todos os recursos a seu alcance para tornar o ensino adaptado à realidade e ativar os processos mentais da pessoa que aprende, estimulando seu pensamento. Afirmou também que, no século XX Montessori (s.d. p. 229) criou uma série de jogos sensoriais para as crianças em fase pré-escolar e um conjunto variado de materiais para concretizar as lições nas séries iniciais da escola elementar. Uma das primeiras tentativas de incorporar os recursos audiovisuais à didática renovada e utilizá-los dentro do contexto dos métodos ativos foi feita por Freinet. O mesmo sugeria que o cinema, através da projeção de filmes, fosse usado de forma ativa na educação. Foi, no entanto, a partir da época da Segunda Guerra Mundial que ocorreu a integração dos recursos audiovisuais ao ensino. Nesse período de tempo surgiu a necessidade de preparar os jovens para participar das atividades de guerra. Nos Estados Unidos, foi desenvolvido um programa de preparação e treinamento militar dos jovens que tinha como instrumentos básicos os recursos audiovisuais. Devido aos resultados alcançados pelo programa, o uso dos recursos audiovisuais difundiu-se e foi aos poucos se integrando na prática escolar. 21 2.3 Os Recursos Audiovisuais: A Escola, o professor e os alunos 2.3.1 Conceito de audiovisual Para compreendermos melhor o que é recurso audiovisual, é importante enfatizarmos o conceito de Oliveira (1996). O Neologismo “audiovisual” resultante de fusão dos termos “ÁUDIO” (do latim audire – ouvir) e “VISUAL (do latim Videre – ver), surge por volta de 1930, nos Estados Unidos da América, em que os progressos técnicos permitiam a transição do cinema mudo para o cinema falado. Afirma Oliveira (1996), que a partir da década de 1950, já vamos encontrar o vocábulo “audiovisual, registrado e definido em diversas obras, onde iremos citá-los: Em sua obra Vocabulaire de Psycologie, Piéron (1951) apud Oliveira (1996), aí se refere ao ensino audiovisual definindo como “um ensino ministrado com o auxílio de projeções fixas ou móveis”. Piéron (1957) apud Oliveira (1996), na 2ª edição de sua obra, “No estudo das mudanças”, designando que audiovisual é um conjunto de meios e sob a designação de “audiovisual” se englobam “todos os processos de educação e de informação baseada nas descobertas modernas de reprodução das imagens e dos sons e, mais particularmente, o cinema e a televisão, o gravador de som e o rádio”. Para Oliveira (1996), o confronto das definições feitas por Piéron mostra-nos uma grande evolução no conceito de audiovisual, definindo que de “meio auxiliar do ensino” passa a ser um “conjunto de processos de educação e de informação. Enquanto na primeira acepção “audiovisual” designa um meio auxiliar do professor, sendo este quem desempenha o papel 22 insubstituível e fundamental de transmissor de conhecimentos; na 2ª, os recursos audiovisuais adquirem um papel maior, ultrapassando a área da escola. Atualmente os recursos audiovisuais são novas ferramentas que auxiliam o docente, que resultará em mudanças, nos modos de ensinar, encontrando novos passos deste outro mundo possível de ensinar com sentido, num mundo possível onde todos são capazes. 2.3.2 A Escola Ao tratarmos de novas abordagens de comunicação na escola, mediadas pelas novas tecnologias da informação, estamos tratando de “Tecnologia Educacional”. Esta observação é pertinente porque certos autores consideram este tema como algo inteiramente novo. Para Cuban (1986) apud Cysneiros (1988), o uso de artefatos tecnológicos na escola tem sido uma história de insucessos, caracterizado por ciclos de quatro ou cinco fases. Após algum tempo são lançadas políticas públicas de introdução de “nova tecnologia”, nos sistemas escolares. Para Cysneiros (1988), em cada ciclo, uma nova seqüência de estudos aponta insucessos da inovação, como: falta de recursos, resistência dos professores, burocracia, institucional, equipamentos inadequados. Surge outra tecnologia e o ciclo recomeça, com seus defensores, que os recursos tecnológicos são mais poderosos e melhores que os anteriores. As novas tecnologias criam novos espaços de conhecimento. Agora, além de escola, também a empresa, o espaço domiciliar e o espaço social tornaram-se educativos. Cada dia 23 mais e mais pessoas estudam em casa, pois podem de casa, acessar o ciberespaço da formação e da aprendizagem à distância. Na sociedade da informação, a escola deve servir de guia para ajudar o discente a navegar nesse mundo de conhecimento, globalização e de renovação, superando a visão utilitarista. 2.3.3 O professor e os alunos Não se pode imaginar um futuro para a humanidade sem educadores, e espaço escolar sem alunos. Os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em conhecimentos e em consciência crítica, mas também formam pessoas que compreendem e agem de modo consciente. Segundo Barros (2000), O professor é o agente-chave da escola na era da informação e da tecnologia [...] uma das principais funções do professor é a de operar como filtro altamente seletivo na nossa estruturação de visões de mundo e na nossa proteção contra sobrecargas cognitivas. A solução para superar a estas sobrecargas situa-se no papel de mediador e, no dos processos de contextualização oferecidos pelo professor. A instituição tem a obrigação de responder às necessidades e lidar com problemas pessoais dos alunos, o professor tornar as aulas mais atraentes para que os mesmos não desistam; o que fazer? Para atender a todas as mudanças globais / atuais é preciso que se tenha professores qualificados e capacitados, para poder compreender a extensão do seu trabalho. Hoje um 24 professor competente precisa ter as seguintes características, segundo Oliveira (2006, p. 3637). • Refletir sobre sua prática, inovar, auto-formar-se; • Assumir a dimensão educativa do ensino; • Construir e administrar situações de aprendizagem e de ensino; • Considerar a diversidade dos alunos; • Integrar a ética à prática cotidiana; • Capacitar-se a realizar pesquisas e análises de situações educativas e de ensino. O desenvolvimento dessas características acima citadas pode ser muitas vezes prejudicado pelas condições atuais do exercício profissional, tais como a baixa remuneração, as precárias condições de trabalho e outros. Contudo hoje aposta-se nas possibilidades de melhoria da qualificação dos profissionais na formação inicial e formação continuada como um dos requisitos essenciais para a profissionalização. Para Neidson (1988) apud Oliveira, (2006, p. 37), o educador deve ter algumas características fundamentais: Em primeiro lugar, ele deve estar comprometido politicamente com sua tarefa de educar. Esse comprometimento exige que as pessoas tenham consciência da responsabilidade que lhes foi confiada. Em segundo lugar, o professor comprometido politicamente pode ser competente. A competência se renova da mesma forma que o compromisso político. Em terceiro lugar, se a escola pretende ser democrática, o educador necessário para ela deve assumir, democraticamente, a sua tarefa educativa. Como conseqüência ele deve assumir democraticamente, a sua tarefa educativa do seu trabalho. Por último, a escola necessária exige, além de um educador com perfil diferente para currículo e uma organização administrativa necessária. O educador atual necessita constantemente repensar e aperfeiçoar sua prática docente. Quanto maior for a escolaridade do professor, melhor será o desempenho dos seus alunos. 25 O educador dos novos tempos é aquele que ensina e aprende, fazendo isto acaba se tornando um pesquisador de sua própria realidade e comprometido com os educandos. 2.3.4 A diversidade dos Recursos Audiovisuais As modernas formas de comunicação eletrônica estão provando mudanças radicais no paradigma educacional do mundo inteiro, fazendo com que jovens e adultos se integrem à mídia audiovisual instalada nos espaços escolares. Então, para compreender melhor a mídia audiovisual, faz-se necessário conhecermos a classificação de Parra apud Haydt (1998, p. 236), que divide os materiais auxiliares do ensino-aprendizagem em três categorias, de acordo com o sentido para qual se dirigem: recursos visuais, que apelam apenas para a visão; recursos auditivos, que se dirigem somente a audição; recursos audiovisuais, propriamente ditos, que reúnem os estímulos visuais e auditivos. Para Gil (2005 p.97), “os audiovisuais são em tão grande número e tão diversificados entre si ao ponto de terem sido elaborados vários sistemas de classificação”. Logo, a classificação destes recursos pode ser verificada no quadro 1. Quadro 1 - Classificação dos recursos audiovisuais, de acordo com Gil (2005). RECURSOS VISUAIS quadro-de-giz flanelógrafo imantógrafo cartazes RECURSOS AUDIOVISUAIS TRADICIOANIS diapositivos com som diafilmes com som cinema sonoro televisão 26 cont. Quadro 1. mapas flip chart (blocos de papel) álbum seriado diapositivos diafilmes transparências fotografia mural didático objetos holografia RECURSOS AUDITIVOS rádio discos fita magnética videocassete RECURSOS AUDIOVISUAIS INTEGRADOS AO COMPUTADOR CD-ROM Bases de dados pacotes estatísticos projetor de multimídia RECURSOS AUDIOVISUAIS BASEADOS NA INTERNET bases de dados e-mail áudio e videoconferência Fonte: Adaptado de Gil (2005) Essa classificação nos viabiliza a percepção de que muitos desses recursos estão sendo excluídos, devido ao processo tecnológico da informação, onde o Videocassete e fita magnética já estão sendo substituídos pelo aparelho de DVD e CD, a TV pelo computador que hoje é um dos recursos mais avançados tecnologicamente. Entendemos que a escola, em todos os níveis e em todos os aspectos de trabalho desenvolvidos, tem como preocupação maior a compreensão e apreensão de conceitos e a construção do conhecimento que permitam ao aluno aprender as relações existentes na sociedade. O professor compromissado terá de proporcionar a totalidade da pessoa que progride, sentindo, compreendendo e agindo. 27 2.3.5 Os principais Recursos Audiovisuais: TV, DVD, Videocassete, Retroprojetor e o Computador/Internet. A descrição que se segue dos recursos audiovisuais está de acordo com os pensamentos de Gil (2005). Televisão A educação tem que se desenvolver em consonância com as aspirações de um determinado modelo que a sociedade exige. Para Barbero (1995), os complexos processos de comunicação da sociedade difundem linguagens e conhecimentos que descentram a relação escola-livro, âmago do sistema escolar vigente. Contemporaneamente, a TV é o meio de comunicação predominante, instrumental de socialização, entretenimento, informação, publicidade, composto em função dos interesses dos mercados. Por ela gerações aprendem a consumir e a conhecer a si e ao mundo. Na educação com a televisão se utilizam programas como estratégia pedagógica para motivar aprendizados, despertar interesses, problematizar conteúdos. E educar pela televisão significa comprometer emissoras a ofertar mais e melhores programas ao público infantil, jovem e adulto. A escola é solicitada a estimular competências não para simplesmente ler, interpretar, mas para compreender meios e mensagens audiovisuais que os jovens consomem e com que se envolvem afetivamente. Deve encorajar pais a conhecer a mídia, ativar-lhes o pensamento crítico, analisar o que a TV veicula. Dessa perspectiva, a escola prescinde de ser instituição de repasse de informação para tornar-se lugar formador de pensamento, compreensão, interpretação. Preparar jovens para 28 consumir com seletividade e criatividade a TV e com eles desenvolver competências para a análise e a crítica a partir de linguagens, produção e recepção. DVD/Videocassete A partir da década de 80, o elenco dos recursos audiovisuais foi acrescido de uma nova alternativa de transmissão de mensagem, que alia som e imagem: o videocassete. É um processo e uma técnica de comunicação que sintetiza a televisão e o cinema. A grande vantagem do uso do videocassete é a praticidade do sistema, que torna o processo mais rápido, contribuindo para a economia de tempo. Assim, uma cena gravada pode ser imediatamente reproduzida, analisada e, se for necessário, regravada sobre a mesma fita. O videocassete e o DVD são usados na escola como recurso audiovisual e instrumento didático dos mais versáteis. A adoção do videocassete e do DVD como veículo de educação, informação e memória é hoje uma realidade insofismável nos grandes centros do mundo. E constitui-se, indiscutivelmente, na única saída para o exercício do respeito ao conhecimento e à cultura: a alternativa para assegurar intacto o momento da criação e garantir a sua repercussão através dos tempos. Retroprojetor Devido às suas características, o retroprojetor pode ser utilizado em ambientes claros, não necessitando do escurecimento da sala. O expositor permanece voltado para a platéia, podendo dessa maneira melhor controlar os seus ouvintes, percebendo as suas reações e, em função dessa realimentação, alterar os seus procedimentos quando necessário. 29 O retroprojetor tem a vantagem de substituir o quadro-de-giz e ser de uso facílimo. Computador/Internet Hoje em dia, o uso de computadores no processo pedagógico já é realidade e uma conquista da escola. Seu emprego não se limita mais a algumas poucas escolas privilegiadas, pois pode ser encontrado tanto em escolar particulares como em algumas unidades escolares das redes públicas de ensino. No entanto, o computador apresenta uma nova forma de comunicar o conhecimento: ele recebe dados do aluno, analisa-os e, em troca, fornece novos elementos como resposta, de acordo com a necessidade de seu interlocutor. Assim, ele interage com o aluno. Desenvolvese então uma espécie de diálogo entre o homem e a máquina: o aluno e o computador tornamse interlocutores um do outro. O computador não substitui o professor. É apenas mais um recurso de que este se utiliza para atingir os objetivos educacionais propostos e melhorar a qualidade do ensino. O uso do computador na educação tem sido alvo de debates e questionamentos. Na verdade, o que se discute não é o instrumento em si, mas a maneira de empregá-lo, que depende de uma concepção filosófica e de uma teoria de aprendizagem. De acordo com a concepção de educação adotada, o computador assumirá um determinado papel na relação entre o aluno, o conhecimento e o professor. 30 2.4 Necessidades e Vantagens do uso de Recursos Audiovisuais Os recursos audiovisuais enriquecem a experiência sensorial, tem um forte poder motivador estimulando a imaginação e a capacidade de abstração do ouvinte. Segundo Campos, (s.d.), a fixação da aprendizagem é de 30% para o que se ouve, 40% para o que se vê, 50% para o que se vê e ouve e 70% para o que se faz; 2.4.1 As Desvantagens dos Recursos Audiovisuais quando usados em excesso ou indevidamente Para desenvolver o trabalho didático pedagógico em sala-de-aula, o professor dispunha, até pouco tempo atrás, de alguns recursos didáticos como o quadro de giz e outros meios visuais. Nos dias atuais o professor já utiliza modernos recursos audiovisuais tecnológicos, como meios auxiliares do processo de aprendizagem. Estudos relatam que usados excessivamente, esses recursos audiovisuais tecnológicos poderão ser prejudiciais aos educandos, pois segundo Gil (2005), “a utilização dos mesmos também pode, em certas circunstâncias, apresentar aspectos negativos”, e Campos (s.d.) completa afirmando que, “os recursos audiovisuais usados em excesso ou indevidamente, dificultam a abstração, a capacidade imaginativa, afirmando também que os ouvintes muito expostos a estes recursos apresentam fraca capacidade de expressão oral”. A forma como utilizar os recursos audiovisuais, no processo pedagógico depende do educador, os mesmos devem estimular o interesse pela matéria, pelo aprendizado e não despertar a atenção sobre si mesmo. 31 Ao utilizarmos desses recursos pedagógicos para com a aprendizagem do aluno, a exposição dos conteúdos deve ser contextualizada, pois só nos lembramos daquilo que tem significado para nós, e que conseguimos compreender. 2.5 Os Recursos Audiovisuais como suporte para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) 2.5.1 Educação e Tecnologia: limites e possibilidades Faz-se necessário superar a visão reduzida que se tem das tecnologias, pois a compreensão mais presente, tanto na sociedade como nas escolas, é de que tecnologia se restringe ao aparato tecnológico, sem levar em conta sua dimensão cultural, ética e estética. Não é comum a compreensão da tecnologia como criação humana, e, no caso das tecnologias de ponta, de que elas trazem agregadas em si a dimensão cultural do conhecimento, tanto porque são criações humanas e também porque são veiculadoras de informação, daí serem conhecidas como Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Por essa dimensão invisível torna-se mais difícil entendê-las além de sua dimensão física, mas, vale ressaltar, que não é a materialidade que define uma tecnologia e sim o sentido e o uso que se tem e se faz dela. Para Heidegger (s.d.) apud Rodrigues (1999, p. 102), “a tecnologia é uma nova forma de ver o mundo, de ver as coisas [...] é um desvelamento de inúmeras possibilidades de ser que não eram antes percebidas”. Ainda de acordo com a autora anteriormente citada, é através da tecnologia que o homem passa a ver o mundo de outra forma. O mundo vai, aos poucos, sendo transformado e a tecnologia passa a ser algo que modifica os indivíduos e os faz ver e viver diferentemente. 32 Questões políticas, de gestão de processos e administração de instituições, interferem sobre maneira em ações que envolvem as tecnologias, em especial quando as tecnologias estão em um ambiente no qual as ações com elas desenvolvidas ainda não fazem parte do processo de formação dos docentes, onde não há especificidade da tecnologia para fins educacionais, isto é, as tecnologias que existem nas escolas são as mesmas que circulam na vida social e familiar, diferente, por exemplo, das tecnologias em uso na área da saúde, que são adequadas ao processo de trabalho dos que a utilizam. A tecnologia na educação exige uma série de adaptações que se caracterizam como mais um obstáculo ao seu uso. Castells (2003, p. 255) diz que as redes de computadores, a “Internet”, é mais do que uma tecnologia, é um meio de comunicação, de interação e de organização social. A Internet é tecido de nossas vidas neste momento'', observa o autor, por isso ele chama essa nova forma de organização societária de sociedade em rede. Conhecer essa rede, partilhar de sua dinâmica e produzir conhecimento nesse processo era o objetivo da investigação. Ao expor sobre a geografia da internet, Castells (2003) alerta que nessa grande rede são os usuários que definem o tipo de aplicação e de desenvolvimento da tecnologia. Os que chegarem depois, ''terão menos a dizer sobre o conteúdo, a estrutura e a dinâmica da Internet''. Mas quando a tecnologia é nova demais e não é bem compreendida é normal a resistência e a criação de diferentes mitos sobre ela. Em relação ao âmbito pedagógico e acadêmico, Libâneo (1998, p. 71) alerta que ''há, inclusive, indícios de que o uso do computador nas escolas dificilmente ultrapassa a experiência de aprender 'sobre' o computador, raramente 'no ou por meio' do computador''. Junte-se a isso a necessidade de saber manusear, conhecer, para saber criar. Sem conhecer o equipamento e suas possibilidades, raramente o professor será inventivo e criará atividades pedagógicas mediadas pelo computador. 33 Sabendo-se que o professor é um mediador do conhecimento, cabe ao mesmo ser inventivo e inovador, para tornar suas aulas diferenciadas e prazerosas; já que nossos jovens, hoje já atuam com praticidade esses recursos, ou seja, o computador e outros. Tornando assim, sua oralidade qualitativa e adequada para sua prática pedagógica. 2.5.2 Educação de jovens e adultos e as novas tecnologias: perspectivas para inclusão social Com a globalização, as idéias capitalistas das grandes potências mundiais se propagaram pelos países menos desenvolvidos econômica e politicamente, que aos poucos foram inserindo nas suas estruturas sociais as exigências feitas pelo mercado estrangeiro. Isto foi possível com a instalação das multinacionais que desencadeou o avanço tecnológico. Além do avanço tecnológico nas empresas, que visa uma maior produtividade num menor tempo, estamos convivendo também com uma revolução tecnológica na área comunicacional em que milhares de pessoas, envolvidas pelo espetáculo da imagem-palavrasom dos meios de comunicação social, têm acesso à várias informações. Isto possibilita o rompimento da barreira do espaço e do tempo, intensificando dessa forma a globalização. Diante disso, como fica o trabalhador que pouco ou nunca teve acesso à escola e que a única técnica de trabalho conhecida é a que desenvolveu através da força dos seus braços? O que se observa é um número alarmante de trabalhador sendo despejado dos seus postos de trabalho por não se enquadrar nas exigências mínimas da modernização tecnológica. Dessa forma, as empresas exigem cada vez mais mão de obra qualificada, tanto tecnicamente como formalmente, durante a seleção de pessoal. Conseqüentemente, o trabalhador traz para si toda a culpa por não estar devidamente qualificado para atender as exigências atuais. E a 34 sociedade, com um discurso neoliberal de igualdade de oportunidades, exime-se de suas responsabilidades. Países como o Brasil, que vive a mercê do capital estrangeiro, adota políticas compensatórias de educação para o jovem e adulto para demonstrar estatisticamente o aumento do nível de escolaridade do trabalhador. Porém, não é qualquer escola que poderá formar pessoas para atuar numa sociedade comandada pelo desenvolvimento tecnológico. Não é o saber instrumental e técnico que irá garantir a inserção do educando adulto na cultura digital promovida pelas novas tecnologias, mas sim um saber que consiga romper com a dicotomia teoria x prática e com a ideologia de que uns nasceram para pensar e outros para executar. A qualificação é demonstrada quando o trabalhador questiona a sua prática e busca através da reflexão, meios para modificá-la. Portanto, possibilitar o acesso do educando trabalhador às novas tecnologias torna-se uma necessidade urgente, e a escola, como instituição responsável pela formação (técnica científica) do cidadão precisa inserir em seu currículo os elementos da cultura digital. Diante disso é importante refletir como a escola está desempenhando a sua função na contemporaneidade. Apesar das Novas Tecnologias da Comunicação e da Informação (NTCI‟s) estarem presentes em algumas escolas, muitas as utilizam como ferramenta e não como “um agente estruturante” de um novo pensar. Isto porque a escola ainda não rompeu com o pensamento positivista de ensino, em que o aluno é um mero reprodutor do conhecimento e que precisa de alguém ou de algo que lhe diga o que fazer e como fazer, não permitindo ao mesmo investigar, comparar, generalizar e transformar informações (LÉVY, 1998, P. 4). Desta forma, é o projeto político-pedagógico da escola, fundamentado por pensamentos construtivistas, quem estabelecerá como as novas tecnologias serão utilizadas. Mesmo assim todas as discussões existentes sobre a informática na escola têm como foco a formação do cidadão do futuro, ou seja, crianças e adolescentes da geração digital que 35 são completamente influenciados pela cultura da imagem e, por isso, não mais se interessam pelos elementos da cultura letrada, “que estabelece padrões rígidos, procurando fixar a realidade num espaço e tempo finito” (ALVES, 1998, p. 30). O advento das novas tecnologias traz novas formas de pensar, agir, de se relacionar. Com a Internet, o tempo e o espaço são modificados, permitindo a utilização de várias linguagens na comunicação. Esse “cidadão do futuro” tem acesso constantemente a vários tipos de informação e será exigido dele a habilidade para selecionar as informações necessárias, a capacidade de resolver problemas, a possibilidade de lidar com diversos pontos de vista. É preciso que a escola modifique suas antigas estruturas e se adeqüe aos novos tempos. E o que fazer com o cidadão do presente? De que forma integrar jovens e adultos, que tiveram pouco acesso à cultura letrada, à cultura digital? Percebe-se que estas pessoas são excluídas das discussões e das ações que se referem às novas tecnologias, tanto por políticas públicas como por iniciativas privadas. Constantemente, muitos são excluídos do mercado de trabalho, pois as atividades que exerciam não são mais necessárias para um mercado competitivo, exigente e instável. Isto cria uma imagem negativa das tecnologias: um recurso que veio para substituir o trabalho do homem. Não sabendo ele que as NTCI´s são suas aliadas e que o motivo da sua exclusão deve-se a um projeto político social de uma sociedade capitalista excludente, que não democratiza o saber científico tecnológico. Percebe-se que mesmo quando esse adulto é colocado diante de um computador ou de qualquer outra máquina da geração atual, ele demonstra uma certa resistência. E o que faz esses adultos serem resistentes a essas tecnologias? Talvez a própria situação citada acima pode fazê-los a acreditar que as NTCI‟S são suas rivais e por isso preferem não compactuar com elas. Ou então, a baixa estima adquirida nesses processos de exclusão, faça-os a internalizar que são incapazes de interagir com as tecnologias e, mesmo querendo se adaptar 36 aos novos tempos, o seu inconsciente se encarrega de implantar uma barreira entre eles e a máquina. Alguns cursos de alfabetização de jovens e adultos existentes nem sempre percebem a necessidade de incluir esses alunos na era digital, isto porque o seu maior objetivo é que eles adquiram os códigos da cultura letrada. Mesmo assim, a metodologia utilizada pelos professores para a aquisição desses códigos tendem a ser a mesma usada com crianças, pois muitos desconhecem como se processa a aprendizagem no educando jovem ou adulto. Os jovens e adultos precisam saber manipular um cartão bancário ou de crédito ao utilizar um terminal, manusear um vídeo cassete, um controle remoto, calculadora, etc., apesar da alfabetização digital não se resumir a isso. Lévy (2000) fez um histórico do desenvolvimento tecnológico da humanidade: oralidade, escrita, imprensa, informatização. Em nenhum momento ele cita uma tecnologia como negação da outra, mas como complementação. Do mesmo modo as novas tecnologias devem ser encaradas na Educação dos Jovens e Adultos: como uma aliada no processo da aprendizagem não como recusa às antigas tecnologias. É a alfabetização digital que fará o educando trabalhador exigir da sociedade não a recuperação do “tempo perdido” mas políticas públicas que garantam o aproveitamento do tempo atual e a sua inclusão universo tecnológico. 37 3 METODOLOGIA 3.1 Caracterização da Escola Pesquisada A coleta de dados foi realizada no dia 10 de dezembro de 2006, na Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio Efigênio Leite, Localizada na Praça Sigismundo Aranha, SN, cidade de Borborema no Estado da Paraíba, CEP: 58.394-000. A Escola possuía 41 dependências, sendo 10, salas de aula que davam suporte a 405 alunos, dos tais 32 faziam parte da modalidade Educação de Jovens e Adultos, participantes da turma única que estudam no turno da noite. Para atender a este público alvo, a escola dispõe de 19 professores (8 da EJA), 1 diretor, 1 diretor adjunto, 17 profissionais de apoio e 5 secretários. 3.2 Universo e Amostra pesquisada Para a realização desta pesquisa, foi utilizada uma análise quantitativa para os alunos e professores, sendo ainda estes últimos, submetidos a uma abordagem qualitativa. Foram pesquisados 20 alunos de um total de 32 da 3ª série, turma única na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos Médio, da Escola supracitada, representando uma amostra de 62,5 % em relação ao universo pesquisado, e 8 educadores (amostra de 100% em relação ao universo de professores que ensinavam na EJA). Os professores foram codificados como P 1; P 2; P 3; P 4; P 5; P 6; P 7 e P 8, a fim de preservar as suas identidades. 38 Para a coleta de dados foi aplicado um questionário composto por questões objetivas e subjetivas para os professores (Apêndice 1), e apenas objetivas (Apêndice 2) para os alunos. No instrumento de coleta de dados, além de ter contido perguntas que abordavam a utilização dos recursos audiovisuais tecnológicos como suporte da prática docente, conteve ainda, perguntas capazes de identificar o “perfil” tanto de professores como dos alunos da EJA, a fim de caracterizar o público alvo de nossa pesquisa. Apesar de terem sido pesquisados apenas oito professores, utilizamos de uma abordagem quantitativa para a caracterização do “perfil” dos mesmos, tendo em vista que a amostra foi equivalente a 100 % do universo pesquisado, e que o perfil não é objetivo principal de nossa pesquisa, e sim subsídio de discussão de nossos dados, é que facilitamos a discussão dos mesmos através de exposição dos resultados em quadros. Antes da aplicação do questionário fizemos uma visita à escola pesquisada, a fim de identificar os tipos de recursos audiovisuais tecnológicos existentes na mesma, que estavam disponibilizados para o uso dos professores na sua prática a docência, o que possibilitou a elaboração de um questionário voltado para a realidade do nosso objeto de estudo, pois caso contrário, correríamos o risco de incorrer em erro de coleta insuficiente de dados, o que refletiria em uma análise de discussão de resultados equivocados, ou ainda não discutir verdadeiramente a realidade da Escola em questão. Os dados discutidos no texto seguiram uma seqüência lógica conforme sejam representados nos seus respectivos quadros e tabelas, distribuídos no corpo do texto, contudo, esta seqüência não obedecerá a mesma que segue no modelo de questionário aplicado aos alunos e professores disponibilizados no apêndice deste trabalho, pois o seguimento seqüencial proposto pelo questionário poderia impedir a harmonia textual, e ainda inibir o confronte de idéias advindas de respostas ou justificativas atribuídas a perguntas distintas. 39 Vale salientar também, que o texto que faz menção as perguntas realizadas aos alunos e professores, apesar de estar destacada entre aspas e em itálico, não necessariamente estará tal qual se encontra no questionário, pois este destaque se deu apenas para situar o leitor ao assunto específico da pergunta que está sendo abordada. 40 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 4.1 Perfil dos professores pesquisados Os dados dos professores em relação à prevalência do gênero encontram-se na tabela 1. Tabela 1- Gênero dos professores que lecionam na Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite”, Borborema-PB, na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Médio. Total Gênero Nº de entrevistados % Masulino 02 25 Feminino 06 75 Total 08 100 Pode-se perceber que na escola pesquisada há uma predominância de mulheres (75 %) na prática docência, frente a apenas 25 % de docentes do sexo masculino. Estes dados corroboram os de Godinho et al.(2006), que verificaram um aumento do número de mulheres na prática docência no período de 1996 até 2006, e conseqüente prevalência de ocupação em sala de aula, em relação aos homens. Os demais dados relativos ao perfil dos professores da EJA encontram-se no quadro 2. Quadro 2 - Perfil dos Professores que lecionavam na Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio Efigênio Leite, na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Médio, quanto à formação e qualificação acadêmica, atividade profissional e tempo disponível para a Instituição de trabalho na Educação de Jovens e Adultos. Nível de qualificação profissional Categoria Nº de % Entrevistados Apenas curso de graduação 01 12,5 Graduação incompleta 0 0 Pós-Graduação completa 04 50 Pós graduação incompleta 03 37,5 Outra 0 0 Total 08 100 41 Cont. Quadro 2. Nível de qualificação profissional Categoria Nº de % Entrevistados Apenas Ensina 01 12,5 Ensina e estuda 01 12,5 Ensina e trabalha em outra atividade 05 62,5 desvinculada a educação Ensina, estuda e trabalha em outra 01 12,5 atividade desvinculada a educação Outra 0 0 Total 08 100 Tempo disponível para o estudo e preparação de aulas ministradas na EJA Categoria Nº de % Entrevistados De 1 a 2 horas semanais 05 62,5 De 3 a 5 horas semanais 01 12,5 De 6 a 8 horas semanais 02 25 De 9 a 11 horas semanais 0 0 Mais de 12 horas semanais 0 0 Total 08 100 Tempo disponível na EJA Categoria Nº de % Entrevistados Até 10 horas semanais 01 16,67 De 11 a 19 horas semanais 0 0 De 20 a 29 horas semanais 04 66,66 Mais de 30 horas semanais 01 16,67 Total 06 100 Renda salarial obtida na EJA Categoria Nº de % Entrevistados Menos de 01 salário mínimo 07 87,5 Entre 1 e 2 salários mínimos 01 12,5 Entre 3 e 4 salários mínimos 0 0 Entre 4 e 5 salários mínimos 0 0 Outro 0 0 Total 08 100 Todos possuem um nível superior com uma graduação específica, sendo 4 destes pósgraduados (especialização), 3 pós-graduandos e apenas 1, puramente graduado. Isto significa que os professores desta instituição estão habilitados e qualificados para desempenharem sua função profissional, como rege a lei 9394/96 da LDB. 42 Deve-se ressaltar que este quadro de professores que apresenta uma qualificação compatível com as exigências governamentais, aparentemente não recebe a valorização ou contrapartida compatível ao seu grau de formação e qualificação profissional que possui, pois 62,5 % destes profissionais necessita exercer um outra atividade não vinculada a educação, o que contribui para que reste apenas 2 horas semanais no “máximo” para que este mesmo percentual (62,5 %) de professores possa estudar e preparar as aulas ministradas aos alunos da EJA, e apenas 2 deles (25 %) dispõe de 4 a 6 horas semanais para este fim. Estes dados refletem a falta de políticas de incentivo a docência plena, que proporcione um direcionamento profissional voltado exclusivamente para a atuação na educação, evitando assim, uma sobrecarga de trabalho de atividades alheias ao processo educativo, o que influencia sobremaneira no seu rendimento profissional. Esta inferência é corroborada pelo fato de 66,66% dos professores que exercem outra atividade que não à educação, terem que trabalhar de 20 a 29 horas semanais em outro setor social, e 1 (16,67 %) deles possui jornada de trabalho superior a 30 horas semanais em atividade não vinculada a educação. A faixa salarial dos professores entrevistados obtida somente com a docência na EJA, é baixa, quando comparada com o piso salarial do trabalhador brasileiro, pois sete de um total de oito pesquisados ganham menos de um salário mínimo para trabalharem nesta modalidade de ensino, logo a busca de outras atividades que não sejam relacionadas com a educação pode estar centrada na necessidade de provisão compatível com a realidade de sua família. Contudo, este acúmulo de atividade impõe riscos a saúde física, e principalmente mental do trabalhador, influenciando diretamente na qualidade de suas aulas, e conseqüentemente um aprendizado insuficiente dos alunos, que são apenas vítimas de um processo educacional incoerente e desordenado, pois como lembra Cury (2003, p. 117) 43 “Quanto melhor for a qualidade da educação, menos importante será o papel da psiquiatria do terceiro milênio”. 4.2 O Uso dos Recursos Audiovisuais no Processo Ensino - Aprendizagem sob uma percepção dos Professores Pesquisados Os recursos audiovisuais tecnológicos mais utilizados pelos professores pesquisados estão demonstrados na tabela 1. Tabela 2 - Recursos audiovisuais tecnológicos mais utilizados pelos professores na Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite” na Modalidade Educação de Jovens e Adultos, como suporte didático pedagógico. Total Total Recursos audiovisuais Nº de entrevistados Som / Gravador TV e Videocassete TV e DVD Retroprojetor Não utiliza 01 02 02 1 02 08 % 12,5 25 25 12,5 25 100 Os professores assinalaram que utilizavam mais de um recurso audiovisual tecnológico em sala de aula, contudo, para facilitar a interpretação dos resultados, concentramos as respostas com base em uma maior prevalência de uso dos objetos citados. Logo, podemos perceber que TV e vídeo cassete, e TV e aparelho DVD, eram os recursos que mais faziam parte da rotina acadêmica destes docentes. Curiosamente, o uso do computador ainda não era material didático desta instituição de ensino na sala de aula, já que só existia um único “kit” computacional nesta referida escola, para utilização nos serviços burocráticos. Segundo estes professores além da exposição oral "convencional", os mesmos lançavam mão 44 da utilização da música e filmes apresentados em gravadores, videocassetes e DVDs para a exposição de conteúdos melhores absorvidos com a participação coletiva. Verificou-se ainda, que dois professores não utilizavam nenhum tipo de recurso audiovisual tecnológico, um deles por não conhecer o manuseio dos instrumentos, e um outro por entender que não havia a necessidade de utilização de tal tecnologia em sua disciplina. Quando os professores foram perguntados se tinham dificuldades em manusear os aparelhos tecnológicos, seis deles afirmaram sentir dificuldade de manuseio em algum aparelho tecnológico, e dois apresentavam dificuldades em utilizar todos os aparelhos existentes na escola, precisando assim de orientação para trabalhar com os recursos didáticos audiovisuais. Isso significa que hoje não basta apenas manter-se atualizado em relação à modernização dos equipamentos, mas aprender a relacionar-se com a tecnologia na vida moderna, pois GIL (2005, p.96) relata que “Os recursos audiovisuais, por mais simples que sejam, requerem conhecimentos e habilidades técnicas para a sua utilização”. Contudo, Prado (2005.p.16) afirma que, uma preocupação é que o professor não foi preparado para usar o uso pedagógico das mídias. E para isso não basta que ele aprenda a operacionalizar os recursos tecnológicos, a exigência em termos de desenvolver novas formas de ensinar e de aprender é muito maior. Isto não significando, contudo, que o professor deve deixar de utilizar tais recursos, sendo interessante que o mesmo procure o auxílio dos próprios alunos ou de outros colegas; havendo desta forma trocas de experiências, de conhecimentos para construção de saberes. Um desafio imposto ao professor é aplicar práticas pedagógicas acompanhadas de práticas conceituais; ou seja, relacionar os conceitos à realidade do aluno, dando significado e importância ao assunto apresentado. Tal desafio requer utilização dos recursos audiovisuais. Neste sentido, percebemos que os entrevistados afirmam promover aulas diferenciadas, 45 diversificam sua metodologia de aula ao utilizar vídeos, DVD, leituras de revistas e reportagens para discutir sobre temas do cotidiano dos educandos. Tais iniciativas sejam talvez o começo de um diferencial metodológico, entendendo-se o educador não mais como detentor de todo o conhecimento, e sim como mediador nos processos de formação e desenvolvimento dos saberes prévios dos estudantes, conforme premissas dos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio (2002). Quando perguntados sobre “a importância do uso dos recursos tecnológicos audiovisuais em sua prática pedagógica”, os professores justificaram positividade quando as aulas eram ministradas através dos recursos audiovisuais, e para que o emprego destas novas tecnologias que apóiam o trabalho do professor sejam ferramentas positivas na aprendizagem e conhecimento significativo ao longo da vida do educando, se faz necessário que ambos sejam parceiros e sujeitos do processo do conhecimento, pois como bem lembram Freire e Shor (1986), “O educador faz com os seus alunos, e não faz para os alunos”. Sete dos oito professores entrevistados, afirmaram que o uso dos recursos audiovisuais tecnológicos em sua prática docência, ajuda o educando a perceber a realidade dos conteúdos, justificando em suas respostas que: P 1: “Através deles o educando tem uma maior percepção e absorve melhor o conteúdo”. P 2: “Além de professor e aluno melhorarem a comunicação, absorve desse aluno o seu conhecimento prévio, assim, ambos se igualam com essa troca de experiências na construção de saberes”. P 6: “Deixamos um pouco o método tradicional, já que o jovem atual se integra à mídia audiovisual, tendo mais facilidade de socializar”. Ante ao exposto, podemos inferir que os recursos audiovisuais tecnológicos quando voltados para exposição de conteúdos diversos, influenciam positivamente na captação e/ou 46 percepção tanto dos professores quantos dos alunos acerca do material ministrado, e ainda, permite de maneira espontânea a troca de conhecimentos entre educandos e educadores, promovendo uma socialização que trás positividade para a relação professor-aluno. Percebemos também, que os recursos audiovisuais tecnológicos possibilitam aos educadores em sua prática pedagógica uma melhor exposição de conteúdo, abrindo espaço renovador para uma nova didática, assim implícita em alguns discursos sobre os recursos audiovisuais já citados, defendendo a idéia que os jovens e adultos sabem o que querem, disponibilizando de sua curiosidade, da espontaneidade, já que os mesmos estão ingressados ao mundo do trabalho, ajuda o docente a explorar “novos mundos” ao universo escolar, com base em uma comunicação moderna. Contudo, para que uma comunicação moderna ocorra entre alunos e professores, devemos refletir sobre a recomendação de Gil (2005), sugere que os professores ao utilizarem uma linguagem moderna em suas aulas, isso não significa que transformem suas aulas em “espetáculos”, mas alerta que reconheçam a concorrência que as instituições escolares sofrem dos meios de comunicação de massa. A percepção da realidade dos conteúdos e a aprendizagem estão diretamente relacionadas, logo quando os professores foram perguntados sobre a influência dos recursos audiovisuais na aprendizagem dos discentes, cinco deles revelaram perceber um maior aprendizado dos alunos quando as aulas eram ministradas através de algum recurso audiovisual, frente a um conteúdo exposto pelo método oral “convencional”. O P7, apesar de não ter utilizado de nenhum recurso tecnológico audiovisual em sua prática docência, por não conhecer o seu manuseio, acredita que a aula ministrada através dos recursos tecnológicos audiovisuais seja “bem melhor do que a aula oral convencional”, um outro professor (P8), não emitiu opinião por não utilizar recursos tecnológicos em suas aulas. 47 Vejamos então o que dizem dois, dos cinco professores que utilizavam os recursos audiovisuais, a cerca do aprendizado dos discentes: P 5: “Os alunos demonstram maior facilidade de aprendizagem” P 6: “Os recursos são bem aceitos pelos alunos e ajudam no ensino-aprendizagem” Os dados então, na percepção dos professores, apontam para um maior aprendizado discente através de tecnologia audiovisual, pois de acordo com o P 1 o aprendizado através deste recurso “é mais rápido e eficiente” e até mesmo para o P 4 “as aulas são mais rentáveis”. Se há aprendizagem com o uso dos recursos pesquisados, supõe-se que o ensino através dos audiovisuais influencia diretamente neste aprendizado, assim quando este quadro de professores foi indagado se os recursos didáticos audiovisuais tecnológicos enriquecem o processo ensino-aprendizagem, sete dos oito educadores responderam que sim, dos quais o P 4 justifica: “Porque as aulas se tornam mais rentáveis, há uma melhor absorção por parte do discente”. Apesar de parte do comentário deste docente ter sido relatada em uma abordagem anterior, devemos enfocar nesta questão, que o texto “as aulas são mais rentáveis” possivelmente refira-se a um ganho bilateral, pois a rentabilidade de uma aula ante a um foco “ensino-aprendizagem”, é partilhada por quem a ministra e por quem a contempla, tornado assim o conhecimento abordado através dos recursos pesquisados, fator de interação aluno – professor. Ademais, a parte textual que deste professor (P 4) que reforça o ensinamento do aluno nesta via de mão dupla de conhecimentos (há uma melhor absorção por parte do discente”) é corroborada pelo P 1 quando diz “pois a imagem chama mais a atenção do que a verbal” (sic). Os resultados inferem que os recursos estudados, contribuem sobremaneira na forma de exposição dos conteúdos por parte dos professores, o que favorece o seu próprio 48 aprendizado e consequentemente um maior aprendizado dos alunos, havendo, portanto, uma mútua aquisição de conhecimentos. Este aprendizado docente, com base no ensinamento ao aluno, é mencionado por Behrens (2000, pp. 4-5) que diz: “O docente precisa mudar o foco do ensinar e passar a preocupar-se com o aprender e, em especial o „aprender a aprender‟”. Em uma visão unilateral, os professores responderam com positividade, quando perguntados “se os recursos audiovisuais tecnológicos ajudam na prática de ensino dos mesmos”, vejamos então algumas justificativas atribuídas a esta pergunta: P 1: “Sim, pois é resumido e relata uma nova prática de ensino [...]”. P 2: “Com certeza é mais um subsidio (sic) a nosso favor”. Podemos perceber, como foi abordado anteriormente, que além do aprendizado do próprio professor e do aluno, os recursos audiovisuais ajudam na prática docente, pois por sintetizar várias idéias de um ou de vários conteúdos, inova a prática de ensino. A idéia destes docentes é corroborada pelo P 3, quando responde: “[...] só assim deixamos o método tradicional”. É possível então deduzir que a quebra de uma rotina didático pedagógica no cotidiano dos professores através de recursos muitas vezes de difícil uso pelos próprios, não atrapalham a sua prática docente, pois qualquer tempo a mais que seja destinado a produção de material compatível a apresentação através de recursos audiovisuais tecnológicos, acreditase ser recompensado por uma melhor qualidade de aula, que possibilita um conhecimento adquirido em conjunto. O professor educador incorporando sua prática docente à utilização das “modernas tecnologias da comunicação” capacitará seus alunos no domínio de outras linguagens que estão presentes no cotidiano. A escola está desafiada a mudar a lógica da construção do conhecimento, uma vez a aprendizagem ocupa toda a nossa vida, pois Snyders (1998) afirma que “Precisamos de uma 49 nova cultura „cultura da satisfação‟, precisamos da alegria cultural. O mundo de hoje é favorável à satisfação e à escola também pode sê-lo”. 4.3 Perfil dos Alunos Pesquisados Os dados inerentes ao perfil dos alunos da Educação de Jovens e Adultos em função do gênero encontra-se na tabela 3. Tabela 3 – Gênero dos alunos da 3ª série do Ensino Médio da Modalidade Educação de Jovens e Adultos da Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite”. Total Gênero Nº de entrevistados % Masulino 11 55 Feminino 09 45 Total 20 100 Observamos na tabela 3 que 55 % dos alunos pesquisados são do gênero masculino e 45% são do feminino, não havendo, portanto, uma grande amplitude de prevalência entre os gêneros pesquisados. Os demais dados inerentes ao perfil dos alunos da EJA (Quadro 3), nos mostram uma realidade socioeconômica da escola pesquisada, senão vejamos: Quadro 3 - Perfil dos alunos da Educação de Jovens e Adultos quanto à idade, estado civil, situação quanto ao posto de trabalho, faixa salarial e carga horária de trabalho. Categoria De 17 a 19 anos De 20 e 25 anos De 26 e 30 anos De 31 e 40 anos Mais de 40 anos Total Idade Nº de Entrevistados 0 10 07 03 0 20 Estado civil % 0 50 35 15 0 100 50 Cont. Quadro 3. Categoria Solteiro Casado Divorciado Outros Total Total Total Total Nº de Entrevistados 07 11 01 01 20 Situação quanto ao posto de trabalho Categoria Nº de Entrevistados Trabalha 16 Não trabalha 04 20 Renda salarial individual Categoria Nº de Entrevistados Menos de 01 salário mínimo 08 Entre 1 e 2 salários mínimos 07 Entre 3 e 4 salários mínimos 01 Mais de 4 salários mínimos 0 20 Carga horária trabalhada Categoria Nº de Entrevistados Menos de 4 horas ao dia 0 4 horas ao dia 07 8 horas ao dia 08 Mais de 8 horas ao dia 01 16 % 35 55 5 5 100 % 80 20 100 % 50 44 6 0 100 % 0 44 50 6 100 O perfil dos alunos revela uma predominância do gênero masculino (55 %). Observase que 50 % dos estudantes têm de 20 a 25 anos, 35 % possuem entre 26 e 30 anos e 15 % possuem de 31 a 40 anos, não existindo, contudo, alunos com idade superior a 40 anos na turma pesquisada. Sugere-se que metade dos alunos dessa modalidade são jovens que buscam suprir uma educação que apesar de lhes ter sido oferecida em tempo “regular”, não foi aproveitada em seu devido tempo, talvez por motivos ligados a condições sociais, que impediram de alguma forma o acesso dessas pessoas à educação em tempo apropriado, pois de acordo com a LDB n. 9.394/96, os alunos nesta fase já deveriam ter concluído o ensino médio. Apesar de não ter sido objeto de estudo desta pesquisa, mas percebe-se no cotidiano da EJA, que os alunos que por algum motivo não vivenciaram o ensino regular no seu tempo 51 apropriado, e por conta disto se distanciaram ideais profissionais, mais tarde voltam-se para a EJA, convictos da falta que faz a escolaridade em sua vida cotidiana, e que encontrarão nesta modalidade de ensino conteúdos e discussões voltadas para a sua realidade de aprendizagem, pois segundo Parreiras (2002, p. 67), Conceber o espaço escolar não como um local de transmissão de conhecimentos, de preparação de vida futura, e sim de construção de conhecimentos, da troca das relações socioculturais constantes, para um sujeito que vive um tempo de vida concreto, pode favorecer a motivação e a permanência dos alunos jovens e adultos nesse espaço. Ao retornar ao espaço escolar, faz-se necessário conhecer e valorizar o tempo de vida de cada discente jovem ou adulto que voltaram a estudar com objetivo de aprender e melhorar na vida profissional, assim desenvolvendo sua capacidade crítico reflexivo. Esses Jovens e Adultos inclusos num ambiente interativo jamais se tornarão sujeitos de manipulação e “domesticação”. Verificamos também, que a maioria (55 %) dos alunos é casada, seguida de 35 % de solteiros, sendo todos os alunos desta última categoria do gênero feminino. A pesquisa revelou ainda, que 5 % dos alunos são divorciados e outros 5 não se encaixam em nenhuma das demais categorias apresentadas. Com base nestes resultados pode-se inferir que a maioria pesquisada por estar diretamente ligada a uma família na condição de cônjuge, seja chefe desta família ou não, de certa maneira vai dividir o seu tempo de estudo em busca de uma manutenção do seu lar. Esta inferência pode ser corroborada pelo fato de 80 % dos alunos pesquisados ocuparem um posto de trabalho, É bem verdade, que estes dados não ratificam a seguridade empregatícia de todos os cônjuges, mas embora não esteja demonstrado diretamente em tabela, contudo, estejam respaldados com dados de pesquisa, todos os homens casados desta Escola se encontravam trabalhando na época em que o questionário foi aplicado. 52 Apesar desta considerável taxa de trabalho dos alunos pesquisados, apenas 1 aluno (6 %) ganhava entre 3 e 4 salários mínimos, sendo a maioria (50 %) deles possuidor de renda individual inferior a 1 salário mínimo. Os dados demonstram ainda que 50 % dos discentes trabalham um expediente de 8 horas, havendo ainda um aluno (6 %) que excede a esta carga horária. Como percebemos, a necessidade do sustento da família impõe a 50 % dos alunos da escola pesquisada, uma jornada tripla dividida entre trabalho e sala de aula. Ao discutível, é necessário que o professor da Educação de Jovens e Adultos tenha um “novo olhar”, (práticas pedagógicas) para um Currículo diferenciado e direcionado a atender as necessidades dos alunos que buscam este projeto, e que já trazem consigo seus conhecimentos, pois, Moran (1990) considera absurdo que a escola vise a transmissão de conhecimentos, ignorando o processo de conhecimento do ser humano. Conhecendo o perfil socioeconômico, afetivo e cognitivo de seu aluno, o professor conhecerá também, sua cultura, seus valores, seu mundo e suas expectativas. 4.4 Percepção dos alunos sobre a influência dos recursos audiovisuais na sua aprendizagem. Os dados inerentes a aprendizagem dos alunos quanto ao uso dos sentidos, se encontram na tabela 4. 53 Tabela 4 - Aprendizagem dos alunos da Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite” na Modalidade da Educação de Jovens e Adultos conforme a utilização dos sentidos. Total Aprendizagem conforme os Nº de entrevistados sentidos % Apenas ver (ler) o que está escrito 0 0 Apenas ouve 01 5 Quando ouve e ver (ler) 19 95 Total 20 100 Observou-se que, 95 % dos alunos entrevistados aprendem mais quando associam o que “ouvem e vêem (lêem)”, isso significa que os recursos audiovisuais respondem à sensibilidade dos jovens e da maioria da população adulta, sendo assim, considerados dinâmicos, e dirigem-se antes à afetividade do que à razão. O jovem lê o que pode visualizar, precisa “ver para compreender”. Toda a sua fala é mais sensório-visual do que racional e abstrata. (Tecnologias e educação: desafios e a TV Escola, Módulo 1, 2000) Para Carvalho (1973), Quando os professores descobriram que os recursos audiovisuais, muitos deles julgaram que tais recursos garantiriam ótimo ensino e alta aprendizagem. O excesso de audiovisual e sua utilização desnecessária ou inadequada pode prejudicar em vez de auxiliar, acabando por dispersar a atenção dos alunos. Haydt (1998), afirma que é preferível usar pouco material, que seja bem escolhido, significativo para determinada situação de ensino-aprendizagem e bem aproveitado, permitindo que os alunos o explorem mentalmente, aplicando a ele seus esquemas cognitivos. A autora acima citada nos esclarece ainda, que durante o ensino-aprendizagem, não basta apresentar aos alunos os recursos audiovisuais para serem percebidos (vistos e ouvidos), é preciso que o aluno trabalhe essas informações obtidas pelos sentidos através de sua atividade operativa, de forma a agir sobre os objetos, transformando-os e reconstruindo-os mentalmente. 54 Para Hegel (s.d. p. 171), “A vista e o ouvido são, precisamente, os sentidos adequados às manifestações puras e abstratas”. Assim, o audiovisual alcança níveis da percepção humana que outros meios não. E, para o bem ou para o mal, pode-se se constituir em grande elemento de criação e transformação e de conhecimentos, superando conteúdos, e os assuntos que os programas pretendem propagar e que, nas instituições escolares, docentes e discentes desejam receber, perceber e, a partir deles, criar os mecanismos de seus próprios ideais. Os alunos ratificaram o uso dos recursos audiovisuais na prática pedagógica dos docentes (Tabela 5), pois quando perguntados “sobre quais recursos eram utilizados em sala de aula pelos professores” os mesmos responderam que mais de um recurso audiovisual tecnológico era utilizado pelos docentes, contudo, para facilitar a interpretação dos resultados, concentramos as respostas com base em uma maior prevalência de uso dos objetos citados. Tabela 5 - Recursos audiovisuais tecnológicos mais utilizados pelos professores na Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite” na Modalidade Educação de Jovens e Adultos, como suporte didático pedagógico, conforme informações dos discentes. Total Recursos audiovisuais tecnológicos Televisão, videocassete e DVD Som e gravador Total Nº de entrevistados 17 03 20 % 85 15 100 Verificamos que 85% dos discentes afirmam que os recursos audiovisuais como televisão, videocassete e DVD, são os mais utilizados em sala de aula, como suporte pedagógico do docente. Nessa observação permite-nos dizer que, os profissionais da educação, aos poucos rompem com a prática docente tradicional, adequando objetos concebidos para um uso social amplo ao uso pedagógico escolar em larga escala. 55 Na tentativa de verificarmos outros recursos audiovisuais envolvidos diretamente na aprendizagem dos alunos, perguntamo-nos “Quais meios de suporte didático você mais utiliza para as suas pesquisas diárias?” (tabela 6). Tabela 6 - Recursos audiovisuais mais utilizados como suporte didático para pesquisa diária extra sala de aula pelos alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite”, na modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Categoria Total Nº de entrevistados Computador/Internet e livros Computador/Internet e revistas Computador/Internet, livros e revistas Livros e revistas Televisão, livros e revistas Não utiliza Total 07 05 04 01 03 0 20 % 35 25 20 5 15 0 100 Também nesta questão os alunos entrevistados responderam mais de uma alternativa, e mais uma vez relacionamos as respostas mais prevalentes. Os discentes declararam utilizar outros recursos didáticos além dos oferecidos na rede de ensino da referida escola como fontes complementares de pesquisa. Como podemos observar, 35 % destes utilizavam o computador/internet e livros como subsídio ao seu aprendizado, e apenas 5 % utilizavam livros e revistas para tal fim. Os dados assim demonstram que os alunos da EJA estão vivenciando a tecnologia de computadores via mídia on-line em suas atividades extra-escolares, haja vista que na escola pesquisada este recurso não lhes era fornecido. Na tabela 7 encontramos os dados inerentes à pergunta: “Você consegue aprender os conteúdos ministrados através dos recursos didáticos audiovisuais tecnológicos?” Tabela 7 – Nível de aprendizagem dos alunos do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite”, na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), quanto a utilização dos recursos audiovisuais tecnológicos por parte dos professores. 56 Categoria Total Nº de entrevistados % Sempre aprende 04 20 Quase sempre aprende 06 30 Nunca aprende 0 0 Nem todos os conteúdos são absorvidos 10 50 Outro 0 0 Total 20 100 50 % dos alunos afirmam que nem todos os conteúdos são absorvidos através dos recursos audiovisuais tecnológicos, frente a 30 % dos que quase aprendem e 20 dos que sempre aprendem. Percebemos então que há uma divisão de opiniões acerca do aprendizado através da exposição de conteúdos por meio de recursos audiovisuais tecnológicos. Apesar de 95 % dos discentes demonstrarem através dos dados da tabela 7 que aprendem melhor quando ouvem e vêem (lêem), aqui, percebemos que esta melhor percepção auditiva associada a visual, não correspondeu, pelo menos na ótica dos alunos para uma maior aprendizagem. Esta inferência é corroborada mediante as respostas dadas a pergunta “você aprende mais quando as aulas são ministradas de que forma?”, pois surpreendentemente 60 % dos alunos responderam que aprendem mais nas aulas que são ministradas pelo método oral com escrita no quadro (tabela 8). Tabela 8 – Aprendizagem dos alunos do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Efigênio Leite”, na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), quanto a utilização dos recursos audiovisuais tecnológicos por parte dos professores. Categoria Apenas oral Oral com escrita no quadro Através de cartazes, álbum seriado Apenas com recursos audiovisuais Recursos audiovisuais, associados a uma complementação oral do professor ou até mesmo um debate com todos em sala de aula Outro Total Total Nº de entrevistados 0 12 0 0 % 0 60 0 0 07 35 01 20 5 100 57 Apenas 7 alunos (35 %) de um total de 20, disseram que aprendia mais quando as aulas eram ministradas através de recursos audiovisuais, associados a uma complementação oral do professor ou até mesmo debate com todos na sala de aula. Os resultados nos fazem perceber que os recursos tecnológicos não são superiores aos conteúdos e nem tornam obsoletas formas tradicionais de exposição pedagógica, pois Gregório (s. d., p. 5) afirma que, Quer estejamos usando um computador, ou mesmo uma lousa, o que importa é o conteúdo a ser transmitido e não o recurso em si mesmo. Para melhor expressarmos as nossas idéias, sejamos breves, concisos e objetivos, colocando-nos sempre na situação daquele que nos ouve. e Silva (2005, p. 35) reforça: No mundo contemporâneo, mesmo que fosse verdade que atualmente a comunicação visual supera a comunicação escrita, o problema que se coloca aos professores não é jogar a comunicação escrita contra a comunicação visual ou viceversa. O problema da escola e dos professores é como melhorar ambas – e as demais existentes – em favor das competências comunicacionais aos estudantes ao longo de sua história de escolarização [...], o professor deve possuir conhecimento e sensibilidade para decidir quais veículos e linguagens privilegiar, levando seus estudantes a melhor compreensão desses conteúdos. Com vistas ao discutível, muitas vezes não nos damos conta de que os alunos da EJA, independentemente de que recurso está sendo utilizado na transmissão de conteúdos essenciais à sua formação, buscam em muitas ocasiões o aprendizado puro e simples da leitura e da escrita, pois como bem lembra Fashed (1999) apud Lopes & Sousa (s.d. p. 17), “aprender a ler e a escrever pode ajudar a uma pessoa ser livre”. Segundo Lopes (s.d.) é muito comum, ainda, a concepção de que a partir de certa idade já é tarde para estudar. Contudo, há histórias de vida que têm mostrado justamente o contrário: a garantia da educação de qualidade para jovens e adultos tem permitido mudanças nos relacionamentos dos sujeitos envolvidos, abrindo novas possibilidades profissionais. 58 CONCLUSÕES Conclui-se que, o perfil do professores da Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio Efigênio Leite é caracterizado por profissionais submetidos a sobrecarga de trabalho e mal assalariados, apesar de possuírem um considerável grau de qualificação profissional. Os docentes dessa instituição de ensino utilizam os recursos didáticos audiovisuais tecnológicos disponíveis na escola em sua prática pedagógica, e que os mesmos são importantes, na ótica destes profissionais, para a transmissão de conteúdos e que agem positivamente no processo ensino aprendizagem. O perfil do corpo discente pesquisado caracteriza-se por apresenta, em sua maioria, alunos que necessitam trabalhar e estudar simultaneamente, restando-lhe pouco tempo para os estudos. Na ótica do aluno, os recursos audiovisuais tecnológicos surtem efeito inferior na sua aprendizagem do que as aulas expositivas orais ministradas com o quadro negro. 59 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, M. E. B. Tecnologia na Escola: criação de redes de conhecimentos. In Integração das Tecnologias na Educação / Secretaria de Educação à Distância, Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2005. ALVES, L. R. G. Novas Tecnologias: instrumento, ferramenta ou elementos estruturantes de um novo pensar? In: NASCIMENTO, G. G. (Org.). II Turma Curso de Especialização em Educação e Novas Tecnologias de Comunicação e Informação. Salvador: UNEB/DE – Campus I/NETI, 2001. pp. 28-35. BARBERO, M. J. América Latina e os anos recentes: o estudo da recepção em comunicação social. In: SOUZA, M. W. (org.). 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Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2000. 62 APÊNDICES 63 Universidade Federal da Paraíba Centro de Tecnólogos Colégio Agrícola “Vidal de Negreiros” Campus III – Bananeiras/PB Curso de Especialização em Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos Caros Professores, Este questionamento tem por finalidade observar um trabalho de pesquisa sobre os recursos didáticos audiovisuais (TV, VIDEOCASSETE, RETROPROJETOR, DVD, SOM, GRAVADOR, etc) na EJA. Desde já agradeço a sua cooperação e compreensão. Código de Identificação do professor:_____________ 1. Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino 2. Qual O seu Nível de formação e qualificação acadêmica? ( ( ( ( ( ) Apenas curso de graduação ) Graduação incompleta ) Pós-Graduação completa ) Pós graduação incompleta ) Outra. Qual?________________________________________________________ 3. Qual a sua atividade profissional? ( ( ( ( ( ) Apenas ensina ) Ensina e estuda ) Ensina e trabalha em outra atividade desvinculada a educação. ) Ensina, estuda e trabalha em outra atividade desvinculada a educação ) Outra. Qual?________________________________________________________ 4. Quanto tempo você disponibiliza para o estudo e preparação de aulas ministradas na EJA? ( ( ( ( ( ) De 1 a 2 horas semanais ) De 3 a 5 horas semanais ) De 6 a 8 horas semanais ) De 9 a 12 horas semanais ) Mais de 12 horas semanais 64 5. Caso você exerça outra atividade profissional, quanto tempo esta atividade lhe toma por semana? ( ) Até 10 horas semanais ( ) De 11 a 19 horas semanais ( ) De 20 a 29 horas semanais ( ) Mais de 30 horas semanais 6. Qual a sua renda individual obtida especificamente na EJA? ( ( ( ( ( ) Inferior a 1 salário mínimo ) Entre 1 e 2 salários mínimos ) Entre 2 e 3 salários mínimos ) Entre 4 e 5 salários mínimos ) Outro 7. Quais os recursos audiovisuais tecnológicos existentes na escola, que você mais utiliza na sua rotina docente? ( ( ( ( ( ( ( ) Televisão ) Vídeo Cassete ) DVD ) Som/Gravador ) Computador ) Projetor Multimídia ) Outros. Quais? _____________________________________________________ 8. Você acha que os recursos audiovisuais ajudam a prática de ensino do professor? Justifique a sua resposta. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 9. Os recursos didáticos ajudam o educando a perceber a realidade dos conteúdos? ( ( ( ) sim ) não ) não sabe Justifique sua resposta. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 10. Na sua opinião, como é o aprendizado dos alunos quando as aulas são ministradas através de recursos audiovisuais? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 65 11. Você acha que os recursos didáticos audiovisuais enriquecem o ensino-aprendizagem do discente? ( ( ( ) sim ) não ) não sabe 66 Universidade Federal da Paraíba Centro de Tecnólogos Colégio Agrícola “Vidal de Negreiros” Curso de Especialização em Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos Campus III – Bananeiras/PB Caros Alunos, Este questionamento tem por finalidade observar um trabalho de pesquisa sobre os recursos didáticos audiovisuais (TV, VIDEOCASSETE, RETROPROJETOR, DVD, SOM, GRAVADOR, etc.) na EJA. Desde já agradeço a sua cooperação e compreensão. 1. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 2. A sua idade se encaixa em qual destas faixas ( ( ( ( ( ) entre 17 e 19 anos ) entre 20 e 25 anos ) entre 26 e 30 anos ) entre 31 e 40 anos ) mais de 40 anos 3. Estado Civil ( ( ( ( ) Solteiro (a) ) Casado (a) ) Divorciado (a) ) Outro _______________________________________________________________ 4. Você trabalha? ( ) Sim ( ) Não 5. Qual a sua renda individual? ( ( ( ( ) Menos de 1 salário mínimo ) Entre 1 e 2 salários mínimos ) Entre 3 e 4 salários mínimos ) Mais de 4 salários mínimos 67 6. Quantas horas trabalhas diariamente? ( ( ( ( ) Menos de 4 horas ao dia ) 4 horas ao dia ) 8 horas ao dia ) Mais de 8 horas ao dia 7. Conforme os sentidos, você aprende mais quando? ( ( ( ) Apenas ver (ler) o que está escrito ) Apenas ouve ) Ouve e ver (ler) 8. Quais os recursos audiovisuais tecnológicos mais utilizados pelos professores em sala de aula? ( ( ( ( ( ( ) Televisão ) Vídeo Cassete ) DVD ) Som / Gravador ) Computador ) Retroprojetor 9. Qual meio de suporte didático, você mais utiliza para suas pesquisas diárias? ( ( ( ( ( ) Computador / Internet ) Televisão ) Livro ) Revista ) Não utiliza 10. Você consegue aprender os conteúdos ministrados através dos recursos didáticos audiovisuais tecnológicos? ( ( ( ( ( ) sempre aprende ) quase sempre aprende ) nunca aprende ) nem todos os conteúdos são absorvidos ) outro ____________________________________________________________ 11. Você aprende mais quando as aulas são ministradas de que forma? ( ) Apenas oral ( ) Oral com escrita no quadro ( ) Através de cartazes, álbum seriado ( ) Apenas com recursos audiovisuais ( ) Recursos audiovisuais, associado a uma complementação oral do professor ou até mesmo debate com todos da sala de aula. ( ) Outro ____________________________________________________________