Informativo da
Informa
Ano 16 - Nº 89 Jan/Fev 2012
NESTA EDIÇÃO
V Congresso
Brasileiro de
Pontes e
Estruturas
Acontece
nas Regionais
Artigo
Técnico
aborda
controle da
resistência
do concreto
Novos
associados
3
5
12
25
Obras em destaque
Destaques ABECE homenageia 12 profissionais
que trabalharam em obras inovadoras
Confira matéria
completa nas págs.
9a11
Editorial
18
A sexagenária ABECE
ANOS
Associação Brasileira de Engenharia
e Consultoria Estrutural
Av. Br
A
Brigadeiro
rigade
eiro Faria Lima, 1993 - Cj. 61
CEP
C
EP 01
01452-001
52
2-001 - São Paulo - SP
Tel.:: (11) 3938-94
Tel
39
938-9400 - Fax:
ax: (11)
(1 3938-9407
3938 9407
3938-9400
www.abece.com.br
[email protected]
Presidente
Eduardo Barros Millen
elacionam
mento
o
Vice-presidente de Relacionamento
no
Suely Bacchereti Bueno
ecnologia
a e Qualidad
Q
Vice-presidente de Tecnologia
Qualidade
edreira de
d Freitas
Fre
eitas
Augusto Guimarães Pedreira
arketing
g
Vice-presidente de Marketing
Vendra
amini
João Alberto de Abreu Vendramini
-finance
eiro
Diretor administrativo-financeiro
Roberto Dias Leme
Diretores
sa, Guilherme
Guilherm
me Covas,
Covas
Enio Canavello Barbosa,
za Júnior,
Júnio
or, José
Jo
osé Luiz
Jefferson Dias de Souza
tins Laginha
Lag
ginha
a Neto e
V. C. Varela, José Martins
ona
Thomas Garcia Carmona
60
anos? Bem, com certeza chegaremos lá e, se Deus quiser, muito além.
objetivos que estarão presentes no dia a
dia da entidade.
Acontece que, em 2012, a ABECE comemora sua maioridade como Associação.
São 18 anos de trabalho em prol da valorização do engenheiro de estruturas.
A isso, somados 15 anos de ENECE
- Encontro Nacional de Engenharia e
Consultoria Estrutural, 10 anos de Prêmio
Talento Engenharia Estrutural, 6 anos de
Workshop ABECE na Concrete Show
South America, 6 anos de Destaques
ABECE (nosso conhecido PUFA!), 5
anos de Congresso Brasileiro de Pontes
e Estruturas, 2 anos de ABECE Inovação,
e 2 anos da atual diretoria, chegamos
aos 64 anos. A ABECE ultrapassa a sua
idade sexagenária.
Nossos tradicionais eventos continuarão a ser organizados e, além disso,
com intermediações de participação em
atividades de associações parceiras e
aquelas promovidas pelas delegacias
regionais.
o
Conselho deliberativo
tonio Carlos
C
s Reis
Alberto Naccache, Antonio
armona Filho,
Filho, Bruno
Laranjeiras, Antonio Carmona
ia D´Alambert,
D´A
Alambert,
Contarini, Flávio Correia
ano, José
Jo
osé Roberto
Francisco Paulo Graziano,
m), Júlio
Júlio Timerman,
Tim
merman,
Braguim (in memoriam),
Cap
petinga,
Marcelo Rozenberg, Marcio Capetinga,
tri, Marcos
Ma
arcoss Monteiro,
Marcos de Mello Velletri,
ental, Nelson
Nelsson Covas,
Natan Jacobsohn Levental,
lva França,
Frrança, Sônia
Ricardo Leopoldo e Silva
d Cruz
C
Regina Freitas, Valdir Silva da
e
Virgilio Augusto Ramoss
Brincadeiras a parte, temos sim, muito
a comemorar.
Secretaria geral
Elaine C. M. Silva
Mas ainda temos muito a fazer. Longe
de cometer o erro de dormir sobre os
louros conquistados, o pensamento da
atual diretoria é de que tal situação aumenta a nossa responsabilidade devido
à maior visibilidade conquistada.
a
ABECE Informa é uma
AB
BEC
CE publicação bimestral da ABECE
E
Enge
enharia
Associação Brasileira de Engenharia
al
e Consultoria Estrutural
Conselho Editorial
ABE
ECE
E
Diretoria Executiva da ABECE
gram
Produção Editorial e Diagramação
Prefixo Comunicação
Editora
83
Rosana Córnea (MTb 17183)
Projeto Gráfico
or Benê
B
Prefixo Comunicação (por
Armas)
2
Eduardo Barros Millen
Presidente
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
12
Nossa associação cresceu significativamente nos últimos anos; nossos eventos em 2011 foram muito elogiados e
nossa representatividade reconhecida
além da cadeia da construção civil, inclusive no exterior. Já temos 17 delegacias regionais e caminhamos para a 18ª
em Campo Grande (MS).
Metas como conseguir remuneração
compatível com as responsabilidades
assumidas, obter prazos exequíveis
para o projeto, ter o nome do engenheiro estrutural nos folhetos de propaganda de imóveis, avançar nas questões
de garantia da qualidade do projeto, da
execução e do controle de obras estruturais, superar as marcas de crescimento obtidas em 2011, aprimorar os cursos
e palestras técnicas e, principalmente,
manter o rigor nas questões éticas são
Temos ainda benefícios aos associados,
como o seguro contra erros de projeto,
consultoria jurídica gratuita, palestras
técnicas mensais gratuitas e transmitidas ao vivo a todas as delegacias regionais, descontos nas inscrições em
eventos da ABECE e de associações
parceiras, cursos de formação profissional, participação em comitês de normas
e muito mais.
Não podemos deixar de pensar no nosso país, nas ações de redução de impostos, de seriedade na gestão pública, ética profissional, melhorias na educação, em particular na formação dos
engenheiros nas escolas, discussão
de temas como vinda de mão de obra
do exterior e ainda debater fatos como
o chocante desastre ocorrido, desta
vez no centro do Rio de Janeiro (RJ).
Lamentamos profundamente o acontecido e prestamos nossa solidariedade
aos parentes das vítimas.
A repercussão é grande e continuará até
que sejam esclarecidas as causas, talvez já conhecidas quando da circulação
desta publicação. Uma coisa, porém, é
certa: a presença profissional do engenheiro estrutural é SEMPRE necessária
qualquer que seja o tipo de obra, nem
que seja para dizer que sua presença é
dispensável.
É muito? Talvez, mas temos que buscar
o máximo para atingirmos nossas metas.
Com a ajuda de todos e de Deus, conseguiremos.
Congresso
Congresso de pontes e estruturas
será em junho no Rio de Janeiro
A ABECE e a ABPE (Associação Brasileira
de Pontes e Estruturas) promovem, no
período de 6 a 8 de junho de 2012, no
Hotel Pestana, no Rio de Janeiro (RJ),
o V Congresso Brasileiro de Pontes e
Estruturas.
Com o objetivo de divulgar trabalhos
de pesquisa e de aplicação sobre o
tema Soluções Inovadoras para Projeto,
Execução e Manutenção, o evento é aberto a todos os profissionais, pesquisadores
e estudantes de Engenharia que queiram
discutir, inovar e atualizar conhecimentos
na área de engenharia de estruturas.
A exemplo das edições anteriores, está
prevista a presença de 250 participantes de
todo o país para acompanhar a programação de palestras nacionais e internacionais
com renomados profissionais da área.
Os temas abordados serão: Projeto, construção, recuperação, reforço e manutenção
de pontes, estádios, edifícios, indústrias,
metropolitanos, portos, barragens, plataformas offshore, aerogeradores e fundações;
e Normalização, experimentação, análise e
dimensionamento de estruturas de concreto armado e protendido, metálicas, madeira, alvenaria e materiais avançados.
As inscrições para o evento estão abertas
e associados da ABECE têm desconto.
Informações podem ser obtidas no site
http://www.abpe.org.br/cbpe2012.
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
3
4
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
Acontece nas Regionais
Belo Horizonte
ABECE participa de ajuda humanitária
ABECE está desenvolvendo por intermédio
do Grupo ABECE Inovação (sob a coordenação do eng. Luciano Coelho), o delegado adjunto Flávio Renato Pereira Capuruço
participou da Semana, ministrando com
grande sucesso e número máximo de inscrições duas palestras: Projeto Estrutural –
Valorização do engenheiro estruturalista e
Concreto Estrutural.
Integrantes da ação intitulada Mutirão ABMS/ABECE de Apoio Técnico à Defesa Civil de Belo Horizonte. Da esq. p/
dir. Antonio César Capuruço, Ubirajara Camargos, Roberto Coelho, Renata Bontempo, Márcio Capetinga (todos da
ABECE-BH) e o eng. Eduardo Augusto Pedersoli Rocha, gerente técnico da COMDEC-Coordenadoria Municipal de
Defesa Civil de Belo Horizonte
Por intermédio da Delegacia Regional de
Belo Horizonte, projetistas estruturais associados à ABECE e outros profissionais da
área participaram, voluntariamente, do mutirão de ajuda humanitária promovido pela coordenação da Defesa Civil de Belo Horizonte
por conta das fortes chuvas que abalaram o
município desde o mês de dezembro.
Conhecida como Mutirão ABMS/ABECE
de Apoio Técnico à Defesa Civil de Belo
Horizonte, a ação concluiu seus trabalhos
no dia 21 de janeiro de 2012 com absoluto
sucesso.
Foram duas semanas de missão para 35
profissionais que doaram algumas horas de
sua agenda para levar conhecimento técnico em prol do salvamento de milhares de
vidas através das vistorias preventivas promovidas pela COMDEC - Coordenadoria
Municipal de Defesa Civil.
Em virtude dos inúmeros deslizamentos,
desabamentos e inundações, esta entidade, que tem realizado o trabalho de vistoria
preventiva para evitar mortes decorrentes
desses desastres naturais, solicitou colaboração de profissionais especializados para
a realização de vistorias técnicas a áreas de
risco da cidade.
A Delegacia Regional da ABECE em Belo
Horizonte recebeu o pedido de ajuda por intermédio do presidente do Núcleo Regional
de Minas Gerais da ABMS (Associação
Brasileira de Mecânica dos Solos e
Engenharia Geotécnica), eng. Ivan Libanio
Vianna, e prontamente mobilizou seus associados e parceiros para colaborar na ação.
“Constituímos cinco equipes de dois engenheiros da área de estruturas, uma equipe
para cada manhã nas semanas programadas para o mutirão para acompanhar
a vistoria técnica preventiva nas principais
áreas de risco mapeadas pela Defesa Civil”,
explicou o eng. Antonio César Capuruço,
delegado regional da ABECE.
O COMDEC, por intermédio de seu coordenador, cel. Lucas, e do eng. Eduardo
Augusto Pedersoli Rocha, afirmou que a
ajuda da ABMS e da ABECE foi considerada excelente e serviu de base para
várias decisões importantes que foram
tomadas.
A primeira parte das palestras foi dedicada
à apresentação e divulgação da ABECE.
“Foi a nossa primeira experiência de levar
as ações da entidade e o projeto estrutural
até os estudantes de engenharia e arquitetura, dando a eles uma importante primeira
visão desses assuntos”, comenta o delegado regional eng. Antonio César Capuruço.
Fechando 2011, a Delegacia Regional realizou, no dia 2 de dezembro, seu já tradicional jantar de confraternização com
direito a sorteio de passagem aérea para
Lisboa cedida pela Atex do Brasil Locação
de Equipamentos. A empresa também presenteou os associados presentes com o
livro “O Concreto no Brasil”, volume IV, de
autoria do engenheiro Augusto Carlos de
Vasconcelos.
Comunidade da Construção
Representantes da Delegacia Regional
de Belo Horizonte marcaram presença no evento de lançamento do 5º Ciclo
da Comunidade da Construção de Belo
Horizonte, que terá como focos principais
alvenaria estrutural, revestimento de argamassa e estruturas de concreto.
Este ciclo foi construído de forma a atender
às demandas mais prementes da cadeia da
construção civil e se apresenta mais estruturado, permitindo a troca de experiências
entre as construtoras e promovendo a melhoria contínua da construção civil.
Outras ações
Atendendo a um convite do professor Cláudio
Soares, coordenador da Semana do Núcleo
de Engenharia da Faculdade Pitágoras, e ao
programa de divulgação e valorização que a
Jantar de confraternização 2011 reuniu 70 profissionais e
contou com sorteio e distribuição de livros
“O sucesso desse evento foi graças ao
apoio e participação de todos nós, especialmente dos nossos colegas Marcos Terra
e Eduardo Fonseca”, enfatiza o delegado
regional.
Para dar início às atividades deste ano e
apresentar aos amigos os últimos resultados, a Regional promoveu o primeiro
Concrete Pizza no dia 7 de fevereiro no
Restaurante La Traviata.
Delegacia Regional Belo Horizonte
Delegado: Antonio César Capuruço
(31) 3296-5889
[email protected]
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
5
Acontece nas Regionais
Belém
Curso contou com apoio da ABECE e reuniu mais de 30 participantes
Curso reúne profissionais locais
Com apoio da ABECE, por intermédio
da Delegacia Regional de Belém, aconteceu, nos dias 4 e 5 de novembro de
2011, o Curso Padrão V16, ministrado
pelo eng. Herbert Maezano, da equipe
de suporte da TQS Informática.
Com presença de escritórios associados da ABECE, o curso contou com a
participação de 33 profissionais locais
e, a partir de uma visão geral dos sistemas, demonstrou o funcionamento dos
principais menus e apresentou diversos
fluxogramas gerais de operação, além
de fornecer explicações detalhadas de
cada sub-sistema (vigas, pilares, lajes, pórtico, grelha etc.) baseadas em
exemplos de edifícios reais.
“Gostaria de agradecer a hospitalida-
de dos amigos de Belém, em especial
ao Bruno Norat (delegado adjunto) e
Antonio Salame (delegado regional)”,
comenta o eng. Maezano.
Delegacia Regional Belém
Delegado: Antonio Massoud Salame
(91) 3276-1353
[email protected]
Goiânia
Inspeção predial preventiva
Por meio de ofício datado de 30 de ja-
neiro de 2012, o Clube de Engenharia de
Goiás solicitou ao delegado regional da
ABECE em Goiânia, eng. Ricardo Veiga,
que constituísse e coordenasse um
Grupo de Trabalho para discussão sobre o tema Inspeção Predial Preventiva.
A primeira reunião do GT aconteceu no
dia 8 de fevereiro, na sede do Clube de
Engenharia. A equipe está composta por
6
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
representantes do Clube de Engenharia,
da ABECE, da PUC-GO (Pontifícia
Universidade Católica de Goiás), do
Ibape (Instituto Brasileiro de Avaliações
e Perícias de Engenharia), da ABMS
(Associação Brasileira de Mecânica
dos Solos e Engenharia Geotécnica),
do Crea-GO (Conselho Regional de
Engenharia e Arquitetura do Estado
de Goiás) e da ABEE (Associação dos
Engenheiros Eletricistas).
“A proposta é trabalhar com informações técnicas, com a legislação vigente
e propor ações operacionais e políticas
para ampliar a importância da participação dos profissionais nas atividades a
eles atribuídas”, explica o delegado.
Delegacia Regional Goiânia
Delegado: Ricardo Veiga
(62) 3251-0242
[email protected]
Rio de Janeiro
Workshop sobre protensão tem apoio da ABECE
O uso do aço para concreto protendido
como solução segura, rápida e econômica foi o assunto do workshop promovido entre os dias 24 e 26 de novembro
de 2011 no Centro de Eventos Mário
Henrique Simonsen.
Especialistas no assunto, como os engenheiros Ricardo Brigido, Jean Pierre
Biat, Leonardo Fonseca, Sérgio Santos,
Sérgio Carvalho, Joaquim Caracas e
Marcelo Silveira debateram aspectos
dessa tecnologia com os participantes.
O último dia do workshop reservou uma
visita à Premag - Centro de Serviços
e Corte de Cordoalhas, que fica em
Magé (RJ). O evento foi promovido pela
ArcelorMittal e contou com o apoio da
ABECE, por intermédio da Delegacia
Regional do Rio de Janeiro, entre outras
entidades e empresas.
Acidente
Em virtude da tragédia ocorrida no dia
25 de janeiro de 2012, na qual três
prédios desabaram no centro histórico da capital fluminense, o Clube de
Engenharia do Rio de Janeiro designou
uma comissão para investigar as causas do acidente.
A ABECE está participando da comissão representada pelos engenheiros
César da Silva Pinto (delegado adjunto da Regional Rio de Janeiro) e eng.
Justino Vieira (associado e ex-delegado
regional).
Delegacia Regional Rio de Janeiro
Delegado: Claudio Adler
(21) 2132-7365
[email protected]
Natal
Palestra apresenta e discute a NBR 6118
Mais de 50 profissionais se reuniram para assistir à apresentação do texto da revisão da NBR 6118
A ABECE, por intermédio da Delegacia
Regional de Natal, e a UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
promoveram, no dia 23 de novembro de
2011, na Escola de Ciência e Tecnologia,
um encontro para apreciação e debate
das questões técnicas relativas à revisão
da NBR 6118 - Projetos de Estruturas de
Concreto - Procedimento.
A apresentação contou com 55 participantes e teve como base o texto de revisão da NBR 6118 entregue aos profissionais presentes no ENECE 2011 - Encontro Nacional de Engenharia e Consultoria
Estrutural, realizado em 27 de outubro de
2011, em São Paulo (SP). Na ocasião, a
eng. Suely B. Bueno, que é coordenadora da comissão da ABECE de revisão da
NBR 6118, explicou quais as principais alterações que estão sendo feitas no texto
da Norma e os itens polêmicos a serem
estudados.
O delegado regional de Natal, eng. Petrus G. B. da Nóbrega, e o adjunto, eng.
Joel Nascimento Neto, que participaram
do ENECE, julgaram importante levar aos
profissionais de Natal as principais mudanças que estão sendo propostas e que
afetam o projeto e a execução das obras
de concreto, a fim de que estes pudes-
sem discutir e propor sugestões para a
Comissão de Revisão.
“Foi uma iniciativa importante para informar aos profissionais as propostas de alterações da norma, coletar impressões e
sugestões e uma oportunidade de rever e
discutir certos temas de importância para
a prática de projeto e de execução das
estruturas”, comenta o delegado.
Delegacia Regional Natal
Delegado: Petrus G. B. da Nóbrega
(84) 9927-8130
[email protected]
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
7
Encontros prosseguem com transmissões on-line
Presidente Eduardo B. Millen (à esq.) abriu a palestra de janeiro, que foi apresentada pelo eng. Thomas Carmona (ao seu lado) e acompanhada por mais de 50 profissionais
M
ais de 50 pessoas estiveram presentes
no primeiro encontro mensal de 2012 realizado pela ABECE em sua sede nacional,
em São Paulo (SP), no dia 1º de fevereiro.
No entanto, graças à transmissão on-line,
profissionais reunidos em Natal, Fortaleza,
Brasília, Goiânia, Londrina, Curitiba e
Manaus também puderam acompanhar
e participar da apresentação do eng.
Thomas Carmona sobre dois casos reais
de análise de conformidade do concreto.
“Nossa sede ficou pequena para a quantidade de participantes, dentre eles o prof.
Paulo Helene, eng. Inês Battagin, eng.
Antonio Carmona, eng. Arcindo Vaquero
y Mayor (presidente da ABESC), eng.
Marcos Velletri, eng. Eduardo Penteado,
eng. Natan Leventhal, entre outros que,
igualmente, nos honraram com sua presença nesta primeira palestra”, ressalta o
eng. Augusto G. Pedreira de Freitas, vicepresidente de Tecnologia e Qualidade e
coordenador dos encontros mensais.
Mestre em Engenharia pela EPUSP (Escola
Politécnica da Universidade de São
Paulo) na linha de pesquisa Corrosão de
Armaduras e também Master pelo Instituto
Eduardo Torroja de Ciências da Construção
- Espanha, o eng. Thomas Carmona apresentou dois casos reais de não conformidade do concreto em obras verticais.
8
“Lançando mão de procedimentos consagrados, a exemplo das prescrições normativas da ABNT NBR 6118:2007 Projeto
de estruturas de concreto - Procedimento,
da Recomendação ABECE 001:2011 Análise de casos de Não Conformidade
do Concreto e de outros na literatura corrente, ele nos guiou através do refinamento do cálculo estrutural a fim de avaliar a
segurança e, assim, dar subsídio à aceitação da parte da estrutura executada com
o lote de concreto não conforme”, comenta o eng. Caue Carromeu, que acompanhou o encontro na sede da ABECE.
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
No caso 1 apresentado pelo palestrante, após o tratamento dos resultados de
resistência axial à compressão de testemunhos extraídos e de ensaios suplementares (esclerometria e ultrassom),
é realizada a verificação estrutural, que
aceita a estrutura. Já no caso 2, nota-se
um descaso na análise dos resultados do
controle tecnológico concomitantemente
à execução da obra e também uma grande quantidade de não conformidades.
Assim, é realizada a verificação estrutural
em diversos elementos com lotes de concretos não conformes. Por fim, é realizado
o reforço estrutural de alguns elementos.
“Para ambos os casos, fica clara a necessidade do responsável pela obra se
ater a questões técnicas na contratação
da concreteira, visitando a central de
concreto para verificação do cumprimento dos prescritos na norma ABNT NBR
7212:1984 - Execução de concreto dosado em central; e na contratação do laboratório responsável pelo controle tecnológico, visitando o mesmo para verificação
dos procedimentos. E caso o responsável
pela obra desconheça esses processos,
é aconselhável a contração de um tecnologista de concreto para suprir essa necessidade”, destaca o eng. Carromeu.
Regionais on-line
Goiânia
Manaus
Implantadas em 2010 com o objetivo de proporcionar aos associados
distantes da sede nacional a oportunidade de participar dos encontros
mensais, as transmissões on-line
têm ser tornado atividade frequente
em diversas delegacias regionais.
No primeiro encontro de 2012, sete
regionais acompanharam a palestra
do eng. Thomas Carmona: Natal,
Fortaleza, Brasília, Goiânia, PR/Norte,
Curitiba e Manaus.
“O tema apresentado “Dois casos
reais de análise de conformidade do
concreto”, além de ser muito atual
e atrativo para os diversos segmentos da engenharia e arquitetura, foi
Brasília
apresentado de forma clara e objetiva. No Clube de Engenharia de Goiás
se reuniram quase 80 pessoas entre
profissionais, empresários, professores e estudantes de graduação e pósgraduação interessados no assunto
em pauta. A atenção e participação
de cada um mostrou a importância
daquela atividade. Antes da palestra
foi servido um delicioso lanche permitindo a integração e confraternização dos participantes”, conta o eng.
Ricardo Veiga, delegado regional de
Goiânia.
Já a Delegacia Regional de Curitiba firmou parceria com o Instituto IDD para
a transmissão on-line, na sede do instituto, dos encontros mensais de 2012.
Capa
Mais uma grande festa de
confraternização para homenagear
profissionais de destaque
Mais de 300 convidados do evento foram recepcionados com coquetel
Foi com grande êxito que o Destaques
ABECE, mais conhecido por PUFA!
pelos organizadores e patrocinadores,
chegou à sua quinta edição, consagrando-se como um importante momento de
confraternização entre os profissionais
da área e convidados.
Cerca de 400 pessoas prestigiaram,
na noite de 7 de dezembro de 2011, a
g
grande
festa realizada no Espaço Rosa
R
Rosarum,
em São Paulo (SP).
Além disso, a iniciativa é uma forma de valorizar o engenheiro estrutural, uma vez que entre os profissionais indicados pelas empresas
participantes, um deles, obrigatoriamente, é o
responsável pelo projeto estrutural da obra.
O 12 profissionais homenageados foOs
r
ram
destacados pelo trabalho realizado
n decorrer de 2011, no desenvolvino
m
mento
das obras escolhidas pelos pat
trocinadores
do evento: ArcelorMittal,
A
Atex,
Brasfond, Mills, TQS Informática
e T&A.
Vice-presidente de Marketing da ABECE e coordenador
co
c ordenador
do Destaques ABECE, eng. João Alberto Vendramini,
conduziu o cerimonial do evento
O evento, que conta com coquetel,
j
jantar
e show dançante, foi criado pela
A
ABECE
com o objetivo de reconhecer
p
profissionais
pelo empenho e dedicação em colocar sua ideia em prática.
Eng
g. Eduardo
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duardo
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en, presidente
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te da ABECE,
ABECE fez
fe
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Eng.
pronunciamento de abertura do evento e agradeceu a
presença e o prestígio de todos
ABECE
AB
ABE
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INFORMA
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Jan/Fev
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20122
9
Capa
1100
Obra: Aquário Pantanal (Campo Grande - MS)
Construtora: Egelte Engenharia
Obra: Sede do TRF da 1ª Região (Brasilia - DF)
Construtora: Engefort
Profissionais homenageados:
Mauricio Brun Bucker e Egydio Vilani Comin
Profissionais homenageados:
Bruno Contarini e Luiz Alexandre Reis e Silva
Eng. Mauricio Brun Bucker (à dir.) recebe
homenagem das mãos do eng. Janus
Magno (engenheiro de Aplicação da
ArcelorMittal)
Eng. Bruno Contarini (à dir.) recebe
homenagem das mãos do eng. Marcos
Terra (diretor técnico da Atex)
Eng. Egydio Vilani Comin (à esq.)
recebe homenagem das mãos do eng.
Jefferson Dias de Souza Júnior (diretor
da ABECE)
Eng. Luiz Alexandre dos Reis Silva (à esq.)
recebe homenagem das mãos do eng.
Carlos Alberto Baccini (representante da
Delegacia Regional de Brasilia da ABECE)
Obra: Transcarioca - Corredor Exclusivo BRT (Rio de Janeiro - RJ)
Construtora: Consórcio Transcarioca BRT
Obra: Vila dos Corais (Recife - PE)
Construtora: I.R Odebrecht Realizações Imobiliárias
Profissionais homenageados:
Alexandre Pinto da Silva e João Luis Casagrande
Profissionais homenageados:
André de Melo Basto e Carlos Augusto Calmon Nogueira da Gama
Eng. Alexandre Pinto da Silva (à dir.)
recebe homenagem das mãos de
Armando Caputo (superintendente da
Brasfond)
Eng. André de Melo Basto (à dir.) recebe
homenagem das mãos de Maria
Alice Moreira (diretora comercial da
Divisão Jahu)
ABECE
ABE
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20122
Eng. João Luis Casagrande (à esq.)
recebe homenagem das mãos do eng.
Roberto Dias Leme (diretor da ABECE)
Eng. Carlos Augusto da Gama (à esq.)
recebe homenagem das mãos da eng.
Suely B. Bueno (vice-presidente de
Relacionamento da ABECE)
Capa
Obra: Landscape Beira Mar (Fortaleza - CE)
Construtora: Tecnisa
Profissionais homenageados:
Dacio Carvalho e Luiz Fiuza
Eng. Dacio Carvalho (à dir.) recebe
homenagem das mãos de Nelson Covas
(diretor da TQS)
Arq. Luiz Fiuza (à dir.) recebe
homenagem das mãos de Guilherme
Covas (diretor da ABECE)
Jantar
Jan
tar foi
foi oferecido
ofer
ofer
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ecido
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do após
após a entrega
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entre
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ga das homenagens
homen
homen
menage
agens
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ns
Obra: Transamerica Expo Center (São Paulo-SP)
Construtora: Serpol Engenharia e Construtora Ltda.
Profissionais homenageados:
Luiz Cholfe e Paulo Eduardo Patricio
Eng. Paulo Eduardo Patricio (à dir.)
recebe homenagem das mãos de José
Almeida (presidente da T&A)
Eng. Luiz Cholfe (à dir.) recebe
homenagem das mãos do eng. Thomas
Carmona (diretor da ABECE)
Show
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dançante
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ante
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n/Fev 2012
n/F
1111
Artigo Técnico
Péricles Brasiliense Fusco
Engenheiro Civil e Naval pela EPUSP (Es-
cola Politécnica da Universidade de São
Paulo), com doutorado em Engenharia
pela mesma instituição. Livre-docente
(1975) e Professor Titular (1980), ambos
da EPUSP. Coordenador das áreas Sistemas estruturais de concreto e Análise experimental de estruturas do Departamento
de Engenharia de Estruturas e Fundações
da EPUSP. Fundador e Diretor do Laboratório de Estruturas e Materiais Estruturais da EPUSP. Projetista de estruturas de
concreto, tendo participado de grandes
obras realizadas no país durante os últimos 25 anos nas áreas de edifícios altos,
indústrias pesadas, pontes e usinas.
Cortesia: Exata Engenharia
Controle da resistência do concreto
1 - CONCEITOS BÁSICOS DE
SEGURANÇA ESTRUTURAL
1.1 - INTRODUÇÃO
No início do emprego do concreto armado, iniciou-se também
o processo de normalização do projeto estrutural. Até então,
as novas estruturas eram projetadas pelo método comparativo. Na Europa, os primeiros projetos de estruturas da construção civil foram feitos determinando-se as dimensões das
peças estruturais por meio de sua comparação direta com as
dimensões de peças análogas empregadas em construções
semelhantes, que empiricamente haviam sido julgadas como
bem construídas.
Posteriormente, os desenvolvimentos ocorridos com os conhecimentos de Resistência dos Materiais permitiram o início da
normalização dos projetos de estruturas, feitos com a aplicação do método de cálculo de tensões admissíveis. As cargas
atuantes foram fixadas subjetivamente com valores arbitrariamente considerados como plausíveis. As tensões admissíveis
foram fixadas, adotando-se as máximas tensões calculadas
em regime elástico linear nas estruturas consideradas como
bem construídas, se elas fossem solicitadas pelas cargas úteis
então arbitradas. Com isso, o método comparativo de projeto
deixou de comparar diretamente dimensões de peças estruturais, passando a comparar tensões máximas com tensões
admissíveis.
Com o correr do tempo, a resistência do concreto passou a ser
determinada experimentalmente, adotando-se como referência
o valor médio obtido com o ensaio de três corpos de prova,
empregando-se os coeficientes de segurança 3 para o próprio
concreto, e 2 para o aço das armaduras.
122
No Brasil, a normalização começou na década de 40 do século passado, com a elaboração da NB-1. Para o concreto, na
compressão simples, a tensão admissível adotada foi de 40 kgf/
cm2 (4 MPa) e, na flexão simples ou composta, de 60 kgf/cm2
(6 MPa). No cisalhamento, o valor admissível era de 6 kgf/cm2
(0,6 MPa) para as vigas, e de 8 kgf/cm2 (0,8 MPa) para as lajes.
Na década de 50, quando se introduziu o cálculo de concreto
armado em regime de ruptura, surgiu o conceito de resistência
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
mínima do concreto, adotando-se para isso o valor de ¾ da
resistência média. Mais tarde, introduziu-se a ideia de que a
distribuição de resistências do concreto seria normal (gaussiana), e que a resistência característica, definida como o
valor com apenas 5% de probabilidade de ser ultrapassado
no sentido desfavorável, deveria ser adotada como o valor representativo da resistência mecânica dos materiais de construção.
A ideia de probabilização da segurança das estruturas sempre existiu, desde o código de Hamurabi. Não existe estrutura
absolutamente segura. Sempre existirá uma probabilidade de
ruína.
Ao poucos, a probabilização das ideias de segurança estrutural foram sendo construídas. De início, o método probabilista
de projeto das estruturas foi permitido como uma simples alternativa ao método de tensões admissíveis. Atualmente ele é o
método fundamental do cálculo estrutural. Esse é um caminho
que ainda está sendo percorrido.
1.2 - SEGURANÇA DA ESTRUTURA
A passagem do projeto estrutural pelo método de tensões
admissíveis para o método probabilista ficou consolidada no
início da década de 70 do século passado.
Ficaram então definitivamente implantadas as ideias probabilistas referentes à caracterização das resistências dos materiais e das ações atuantes nas estruturas. Igualmente, foram
imaginadas formas plausíveis de quantificar a segurança das
estruturas por meios probabilistas.
A Figura 2 apresenta sinteticamente os conceitos empregados pelo chamado método probabilista de nível I, também
dito método semiprobabilista de projeto estrutural, incluindo
também um detalhe referente aos efeitos de longa duração na
resistência do concreto.
Uma das ideias básicas para essa probabilização é a de que a
resistência do concreto tenha uma distribuição normal de valores.
Nesse sentido, dado um conjunto de valores xi, que medem
uma dada propriedade dos elementos que compõem uma
certa população normal de N elementos, definem-se os parâmetros mostrados na Figura 1. De um lado, da própria população e, de outro, de amostras com N exemplares dela extraídas, que irão servir para a estimativa dos parâmetros desse
universo, sendo:
média da amostra: xm = x
média da população: μx;
2
variância da amostra: Sx2
variância da população: σx
desvio padrão da amostra: Sx desvio padrão da população: σx
coeficiente de variação
coeficiente de variação da
população: δ x
da amostra: δ x
Figura 2
PARÂMETROS PROBABILÍSTAS DE SEGURANÇA
RESISTÊNCIAS:
Rm = valor médio
Rk = valor característico (inferior)
Rd = valor de cálculo Rk /γR
γR = coeficiente de ponderação (minoração) da resistência
SOLICITAÇÕES
Sm = valor médio
Sk = valor característico (superior)
Sd = valor de cálculo = γf Sk
γf = coeficiente de ponderação (majoração) das ações
Neste método de cálculo, admite-se que a ruína da estrutura
ocorrerá quando, na seção mais solicitada, a resistência de cálculo for igual Rd e, simultaneamente, a solicitação máxima for
igual Sd, ou seja, a probabilidade de ruína seria dada interseção
( R = Rd S = Sd ).
Figura 1
PARÂMETROS DA DISTRIBUIÇÃO NORMAL
Na verdade, a ruína pode ocorrer com muitas outras combinações de esforços resistentes e esforços solicitantes. A Figura 3
apresenta um croquis explicativo dessa condição generalizada de
ruína.
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
13
2 - AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA
CARACTERÍSTICA DO CONCRETO
Artigo Técnico
2.1 - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO EMPREGADOS NA
SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
Desde o início do controle experimental da resistência do concreto, o conjunto de corpos de prova correspondentes a algumas betonadas que tivessem sido controladas era considerado como representativo do concreto da parte da estrutura
realizado com esse concreto. O concreto podia ser preparado
na própria obra, empregando betoneiras de pequeno porte,
colhendo-se amostras aleatoriamente ao longo dos trabalhos
de construção.
Figura 3
Para qualquer S, sempre haverá a possibilidade de ocorrer Refetiva< S.
Para qualquer R, sempre haverá a possibilidade de ocorrer S > Refetiva.
Na Figura 4 estão apresentadas as principais ideias referentes
à determinação da resistência do concreto, as quais envolvem
os seguintes conceitos:
Quando se admitia que o concreto de toda a estrutura tinha
sido controlado desse modo, por meio de corpos de prova extraídos aleatoriamente ao longo de toda a construção, admitiase que seria obtida uma estimativa da resistência característica
do concreto de toda a estrutura.
fc,estrutura = f1cd = kmod fck;
Obviamente, esses procedimentos envolviam a presença de
uma grande variabilidade aparente nos resultados experimentais obtidos.
kmod = coeficiente de modificação= kmod1 .kmod2 .kmod3;
kmod1 = considera a influência da altura do corpo-de-prova;
kmod2 = considera o aumento da resistência com o tempo;
kmod3 = considera a perda de resistência pela permanência
das cargas;
A impossibilidade de se avaliar o quantil de 5% de uma distribuição de valores a partir de uma amostra muito pequena
provocava muitas controvérsias.
γc = coeficiente de minoração = γc1 . γc2 . γc3 ;
γc1 = considera a variabilidade intrínseca da resistência
As próprias normas aceitavam critérios simplistas, julgando
satisfatória uma amostra com 32 exemplares, para a determinação do valor característico de uma população pela definição
fck = fcm - 1,65 sx.
γc
do concreto;
γc2 = considera a diferença dos processos de produção
da estrutura e do corpo-de-prova;
γc3 = considera outros possíveis efeitos deletérios
(defeitos localizados, peneiramento pela armadura,
cura defeituosa, etc).
Com essa hipótese, como o erro médio obtido na estimativa
do desvio padrão da população pode chegar a E = (σx - s x)/
σx = 25%, com 95% de probabilidade, esse tipo de critério
era absolutamente inadequado para a finalidade que se tinha em vista. Alguns regulamentos até permitiam amostras
de apenas 20 exemplares, sem qualquer justificativa lógica
para isso.
Uma análise mais cuidadosa desse problema mostra que, com
amostras pequenas, não é possível estimar-se o quantil de 5%
a partir das estimativas separadas da média e do desvio-padrão. Desse modo, o caminho possível era estimar-se o quantil
característico diretamente sem passar pela estimativa direta do
desvio-padrão.
Figura 4
14
CONCEITOS PRINCIPAIS
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
Por essa razão, na elaboração NB-1/78, adotou-se o critério,
então julgado de natureza empírica, de se estimar a resistência
característica pelas expressões até hoje vigentes na NBR 6118.
Esse entendimento vigorou até pouco tempo atrás, inclusive
nos debates ocorridos no Concrete Show, realizado em São
Paulo, em setembro de 2009.
Todavia, como se expõe adiante, pode-se provar que esse es-
timador é efetivamente centrado no valor característico da população de onde a amostra foi retirada.
tiva a abscissa do centro de gravidade da área delimitada pela
função f(x), de 0 até a abscissa de xM-1, sendo
2.2 - INTERPRETAÇÃO DO ATUAL CRITÉRIO
DE AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA
CARACTERÍSTICA DO CONCRETO
xM-1 = x1 + x2 +
…+ xM-1
M-1
Dada uma população de valores X com distribuição normal, de
média μx e desvio padrão σx, a Figura 5 mostra as características probabilísticas essenciais dessa população e da correspondente população formada pela variável reduzida, definida
por u = x-μx
σx , cujos parâmetros são μu= 0 e σu = 1. Nessa figura,
f(x) é a função de densidade de frequência e F(x) é a função de
frequência. O mesmo vale para a funções f(u) e F(u).
Figura 6
De forma análoga, o valor de xM, que divide a amostra total
em duas partes com números iguais de elementos, representa uma estimativa da mediana da distribuição. Com distribuições normais, que são simétricas em relação à mediana, ela
também representa uma estimativa da média μx da população
em questão.
Figura 5
Dada uma amostra de N elementos retirados de um universo
normal de média Ix e desvio padrão Ox, sendo N um número
par, ordenam-se os valores em ordem crescente
x1≤ x2 ≤…≤ xM-1≤ xM ≤ …≤ xN-1≤ xN
onde M=N/2.
Se N for impar, despreza-se o maior valor.
É importante assinalar que este critério é essencialmente aplicado quando a avaliação da resistência característica é globalmente feita com o concreto produzido em diferentes betonadas.
A situação usual desse emprego ocorre quando a amostragem
do concreto não foi feita com todas as betonadas empregadas
no lote considerado. Em princípio, este critério também pode
ser aplicado em critério de contra-prova, como posteriormente
está mostrado.
A função de estimação do valor característico xk, correspondente ao quantil x0,05, cuja probabilidade de ser ultrapassado
no sentido de valores ainda menores é apenas de 5%, é definida por
Xk,est=2[(x1+ x2 +…+xM-1)/(M-1)] -xM
Conforme se mostra na Figura 6, o valor de xM-1, que é a média
dos (M-1) menores valores contidos na amostra, é uma estima-
Em princípio, xM-1 poderia ser calculada considerando a área
desde 0 até a abscissa representativa de μx. Todavia, evitando a
hipótese de que sejam iguais os valores de xM-1 e de xM, sendo
xM=μx, adota-se xM-1= μx -0.05σx, que no caso da resistência de
concretos com fck ≤ 50 MPa, corresponde a uma diferença 0,05
σx ≤ 0,25MPa.
Para o cálculo de xM-1 em uma distribuição normal, calculam-se
a área A e o momento estático S da figura mostrada na Fig. 6 em
relação ao eixo vertical passando pela abscissa xM-1.
μ
Considerando a função f(u) da variável normal reduzida xσ ,
sendo
u2
–
f (u ) = 1 e 2
2π
obtêm-se , respectivamente,
-0,05
A= ∫ f (u) du = 0,48
-4
e
-0,05
S= ∫ f (u) .udu = 0,398
-4
logo
xCG= – 0,398 = –0.829
0,48
Na passagem da distribuição normal reduzida f (u) para a distribuição normal dos valores iniciais f (u), é preciso multiplicar os
coeficientes por σx.
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
15
2.3 - RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA DO
CONCRETO DE UM CAMINHÃO-BETONEIRA
Artigo Técnico
Desse modo, como o termo entre colchetes [(x1+ x2 +…+ xM-1)/(M-1)]
é uma estimativa da média xM-1 dos (M-1) menores valores da
população integral, pode-se escrever a expressão de Xk,est sob
a forma
e sendo
resulta
ou seja
Xk,est = 2[xM-1]–xM
xM-1= μx –0,829σx
Xk,est = 2[μx -0,829σx]–μx = μx –1,658σx
Xk,est =Xk,ef
A função de estimativa aqui estudada, vigente na NBR 6118, é,
portanto, um estimador efetivamente centrado no valor característico da população analisada.
Além disso, como ele decorre de duas estimativas de médias,
uma da média do conjunto de valores da metade menos resistente da amostra, e outra da média do conjunto de todos os valores
da amostra, por meio da mediana desse conjunto, a sua variância
é significativamente menor que a variância de estimadores que
também levam em conta diretamente a variância da população.
Observe-se, finalmente, que ao contrário do que foi considerado
anteriormente a esta publicação, esse estimador não pode ser aplicado imaginando-se que os M valores conhecidos sejam apenas a
metade menos resistente de uma amostra ideal de 2M valores.
Como está mostrado na Figura 7, se isso fosse admitido, o valor
da média xM-1 seria praticamente uma estimativa da média μx da
população, e xM seria o valor xmax da amostra.
Nessas condições, o estimador estaria centrado no valor [2 μx-
xmax]. Com uma distribuição simétrica da variável X em torno de
sua média, o estimador forneceria valores
xk,est = 2 μx - xmax = μx-(xmax - μx) = μx -( μx -xmin ) = xmin
que seriam estimativas exageradamente baixas do valor característico.
De acordo com procedimentos normalizados de colheita
do material para moldagem dos 2 corpos de prova que formam a amostra para o controle da resistência do concreto
fornecido por um único caminhão-betoneira, exige-se que
o material seja retirado do terço médio da descarga. Com
isso, espera-se que os resultados assim obtidos estejam
isentos do efeito de uma eventual sedimentação do cimento ao longo da altura do equipamento. Dos dois corpos
de prova ensaiados, considera-se apenas o resultado X0
mais alto.
Para controlar a variabilidade da resistência do concreto existente ao longo do material fornecido por uma única betoneira,
devem ser colhidas mais duas porções de material, uma ao
se atingir 15% da descarga e outra nos 85% da operação,
com as quais podem ser obtidos mais dois valores da resistência desse concreto.
De acordo com a (NBR-11562 - ítem 6.3), para aceitar que
uma betoneira esteja em condições satisfatórias de funcionamento, das 3 resistências obtidas para seu controle, exige-se
que seja
Xmax - Xmin ≤ 0,15X0.
Desse modo, a tolerância admitida para a variabilidade da
resistência do concreto fornecido por uma única betonada é
dada por
Xmax - X0 = 7,5% ( X0 )
X0 - Xmin = 7,5% ( X0 )
o que mostra que a distribuição de resistências ao longo da betonada é simétrica, e que o valor médio X 0 é
uma boa estimativa da média dessa distribuição, confirmando-se assim a hipótese de que tal distribuição seja
gaussiana.
Por outro lado, empiricamente, sabe-se que na amostragem de populações com distribuição normal, muito raramente as amostras apresentam valores individuais Xi fora
do intervalo
μx – 3σx ≤ Xi ≤ μx +3σx
onde μx é a média e σx o desvio-padrão dessa população.
Figura 7
16
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
A título de ilustração dessa regra empírica, no caso do concreto
produzido por um único caminhão-betoneira, com o qual poderia ser construída uma população de cerca de 1600 corpos
de prova, a probabilidade de serem obtidos valores individuais
abaixo de determinados limites está indicada na tabela apresentada na Figura 5.
CAMINHÃO-BETONEIRA: 1600 corpos de prova 15x3
P= 50%
X0,5 = μx
P= 5%
X0,5 = Xk = μx -1,645 σx
P= 6,21x10-3
X0,00621 = μx -2,5 σx
P= 5%
X0,005 = Xd = μx -2,58 σx
P= 1,35x10-3
X0,00135 = μx -3 σx
P= 5,77x10-4
X0,000577 = μx -3,25 σx
concreto cuja resistência foi avaliada com um valor menor que
aquele especificado originalmente no projeto.
(Nx<μx = X0,5) = 1600/ 2= 800
(Nx< X0,5) = 1600x0,05/ 2= 80
(Nx< X0,00621) = 1600x0,00621= 10
(Nx< X0,005) = 1600x0,005= 8
(Nx< X0,00135) = 1600x0,00135= 2
(Nx< X0,000577) = 1600x0,000577= 1
Figura 8
Número de valores Nx inferiores ao valor X, com P% de probabilidade
Desse modo, da condição
(X0 – 0,075X0 ≤ X0≤ X0+ 0,075X0 ),
conclui-se que:
média da população: μx = X0
desvio padrão da população: σx ≤ 0.075X0 = 0,025 X0
3
logo, a resistência característica efetiva do concreto fornecido
por um único caminhão-betoneira vale
fck ≥ Xk = X0– 1,645 x 0,025 X0 = 0,96 X0
3 - CONTROLE DA RESISTÊNCIA DO
CONCRETO
3.1 - O PROCESSO DE CONTROLE
O controle da resistência do concreto tem por finalidade verificar a conformidade da resistência dos diferentes lotes de
concreto empregados em uma estrutura com o valor da resistência característica especificada no seu projeto.
O controle básico da resistência do concreto é feito por meio
de ensaios de corpos de prova moldados na obra, por ocasião do lançamento do concreto.
A partir dos resultados desses ensaios, é feita a estimativa
do valor da resistência característica inferior do concreto, que
corresponde à probabilidade de 5% de existirem frações do
concreto com resistência ainda menor.
Em princípio, quando existir essa conformidade, não haverá
motivos que impeçam a aceitação automática desses lotes
de concreto pelos responsáveis pela segurança da estrutura.
Todavia, quando de acordo com o controle inicial não existir
essa conformidade, a aceitação desses lotes de concreto pelos responsáveis pela segurança da estrutura, sem a necessidade de realizar obras de reforço da estrutura, somente poderá
ser feita após procedimentos de controle de contraprova que
contradigam os resultados do controle inicial e assegurem a
efetiva conformidade do concreto, ou se o lote de concreto em
exame tiver sido empregado em peças estruturais que, a critério
do responsável pelo projeto da estrutura, tenham sua segurança satisfatoriamente garantida mesmo com o emprego desse
Nas decisões a respeito do que se deve considerar a respeito
da resistência do concreto da estrutura, tomadas em função das
resistências determinadas nos ensaios de corpos de prova moldados por ocasião do seu lançamento, é preciso levar em conta
que os resultados dos ensaios de controle também podem ser
afetados pelas condições de moldagem, de cura na obra, e do
transporte dos corpos de prova desde a obra até o laboratório
de ensaio, podendo também ser afetados pelas condições de
cura até a data de ensaio e pelos procedimentos de preparação
desses corpos de prova para ensaio, e pelos próprios procedimentos de ensaio.
Para o controle da resistência do concreto, é necessário distinguir dois procedimentos distintos, o controle total e o controle parcial, como adiante especificados.
3.2 - CONTROLE TOTAL
No controle total, é feita a amostragem total, isto é, o concreto
de cada amassada (caminhão-betoneira) é controlado individualmente, e também é realizado o mapeamento do lançamento do concreto ao longo da estrutura.
Como o resultado do ensaio do exemplar de controle do concreto de cada caminhão-betoneira somente é obtido cerca de
um mês após o seu lançamento na obra, ele só fica conhecido após a utilização dessa betonada.
Desse modo, se a resistência obtida for inferior ao valor especificado no projeto estrutural, isto é, se fck,est < fck,esp, qualquer providência posterior a respeito dessa betonada particular somente poderá ser tomada se sua localização puder ser
rastreada ao longo da estrutura. Esse rastreamento somente
poderá ser feito se também houver sido realizado o mapeamento do lançamento do concreto ao longo da estrutura.
Critério de controle C1
No caso de controle total, a resistência do concreto de cada
caminhão-betoneira é avaliada individualmente. Dos dois corpos de prova ensaiados, considera-se apenas o resultado X0
mais alto.
Em princípio, a resistência característica estimada deve ser
adotada com o valor fck,est = 0,96 X0.
Se o resultado obtido for fck,est ≥ fck,esp, a resistência dessa betonada será considerada automaticamente como conforme.
Se resultar fck,est < fck,esp, o material será considerado como
não conforme em relação ao valor especificado no projeto da
estrutura.
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
17
O significado probabilista desta expressão está apresentado
no item 2.2.
Artigo Técnico
No caso de ter havido controle total, existindo o correspondente mapeamento dos locais de lançamento das diferentes
frações do concreto empregado, a critério do projetista da estrutura, esse concreto poderá ser considerado como se fosse
conforme, em função da avaliação da segurança das peças
estruturais onde esse concreto foi empregado.
O emprego deste estimador admite que o todos os exemplares sejam extraídos de uma única população homogênea.
Desse modo, se a amostra foi extraída de uma mistura de
populações diferentes, a resistência característica calculada
é, apenas, uma resistência característica aparente.
Possível critério alternativo C1’
Critério de controle C3
Existe a possibilidade de adoção de um eventual critério alternativo que, por simplicidade se admite a conformidade da
resistência quando fck,est = X0. Esse critério poderá exigir uma
revisão dos valores numéricos apresentados nos critérios de
conformidade e de aceitação adiante analisados.
A título de esclarecimento, a tabela seguinte mostra a influência
da adoção do critério fck,est = X0 sobre a resistência de cálculo f1,cd,
fck
admitindo a relação básica f1,cd = 0,85 γc = 0,607 fck , sendo:
f1,cd ef / f1,cd esp ≥ 0,96
3.4 - CRITÉRIO DE CONTRAPROVA
VALORES EM MPa
RESISTÊNCIA
ESPECIFIC.
fck,esp
20
30
40
50
VALOR
ESPECIFIC.
f1,ck esp
12,1
18,2
24,3
30,3
VALOR
EFETIVO
f1,cd ef≥
11,7
17,5
23,3
29,1
DIFERENÇA
f1,cd esp - f1,cd ef ≤
0,4
0,7
1,0
1,2
3.3 - CONTROLE PARCIAL
O controle parcial ocorre quando não é feito o controle de
cada caminhão-betoneira, ou quando não é feito o mapeamento do lançamento do concreto ao longo da estrutura, embora possa ter sido feita a amostragem total, isto é, a amostragem do material de todos os caminhões-betoneira.
Na ausência de mapeamento do lançamento do concreto,
não se sabe localizar a posição de cada betonada empregada na estrutura.
Critério de controle C2
No caso de controle parcial, o concreto deverá ser julgado
pelo conjunto de resultados experimentais obtidos das betonadas empregadas em todo um certo trecho da estrutura.
Dos resultados dos ensaios de N testemunhos, sendo N um
número par, com resistências individuais f1≤ f2 ≤…≤ fm-1≤ fM
≤ …fN-1≤ fN , sendo M = N /2, considera-se apenas a metade
menos resistente, obtendo-se a estimativa
18
fck,est=2[(f1+ f2 +…+fM-1)/(M-1)] fM
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
No caso de controle parcial, havendo amostragem total mas não
tendo sido feito o mapeamento dos locais de lançamento, se
o resultado obtido com todas as betoneiras for fck,est ≥ fck,esp, o
concreto será automaticamente considerado conforme. Todavia,
se resultar um único valor fck,est < fck,esp, todo o concreto será considerado não conforme, pois não se saberá onde esse concreto
foi lançado.
Caso o concreto tenha sido considerado não conforme
pelo controle exercido com o material colhido por ocasião
de seu lançamento, o engenheiro responsável por essa
análise deverá recomendar uma avaliação de contraprova
da resistência do concreto, por meio de ensaios de testemunhos extraídos das peças estruturais que julgar possam
ter sido executadas com o concreto não conforme.
Para a contraprova, deverão ser consideradas, separadamente, apenas as partes que possam ser julgadas como
construídas com lotes de concreto razoavelmente homogêneos. No exame dessa homogeneidade, as análises
esclerométrica e de ultra-som poderão ser elementos auxiliares.
Em qualquer caso, com a necessária anuência do projetista da estrutura, a eventual aceitação do concreto poderá
ser feita se for verificada a condição f ck,est ≥0.9 f ck,esp, que
equivale a adotar γc2 = 1,0 , por se admitir que as causas
que justificam a presença desse coeficiente parcial de minoração da resistência do concreto, para corpos-de-prova
moldados por ocasião da concretagem, não poderão agir
com os testemunhos extraídos da estrutura já existente.
Critério de controle C4
No caso de inicialmente ter sido verificada a não conformidade do concreto, para o controle de contraprova de cada
lote em exame, deverão ser cuidadosamente especificados o número N e os locais de extração dos testemunhos,
mantendo-se uma razoável distância entre eles, para que
fique considerado todo o volume do concreto a ser examinado.
O número N de testemunhos deve ser coerente com o tamanho de cada trecho em exame.
Para o ensaio de testemunhos extraídos do concreto da
estrutura, não há necessidade da extração de pares de
corposde prova gêmeos, pois não há risco de que o processo empregado na concretagem de um deles tenha
sido diferente do empregado na do outro. Além disso, os
eventuais defeitos dos testemunhos extraídos serão visíveis e, quando houver dúvidas, sempre poderá ser extraído um novo testemunho nas imediações daquele que
possa estar sob suspeição.
De maneira análoga, como nessa amostragem todos os
testemunhos representam partes reais da estrutura em
exame, não há razão de natureza física para desprezar-se
a metade dos resultados mais altos obtidos nessa investigação.
Por outro lado, como se mostra no item 2.2, não é correto
fazer a estimativa da resistência característica com o estimador especificado pelo Critério C2, admitindo-se que a
amostra conhecida de N elementos seja a metade menos
resistente de uma amostra ideal de 2N corpos de prova.
Desse modo, como não se conhece a variabilidade da resistência ao longo de todo o concreto em exame, é preferível subdividir o lote total a ser examinado em lotes locais
independentes e julgá-los individualmente. Para isso, de
cada lote local, pode ser extraído um número reduzido de
corpos de prova, determinando-se assim o valor da resistência média de cada trecho. A resistência característica
de cada trecho pode então ser estimada a partir desse valor médio experimental, admitindo-se um critério análogo
ao critério C1, adotando um valor da ordem de
f ck,est = fcm,exp = 0.9 f cm,experimental
1,1
Nessa investigação, não poderão ser aceitos resultados
muito discrepantes entre si. Caso isso ocorra, a critério
do responsável pela investigação, deverão ser ensaiados
testemunhos suplementares.
Dessa forma, na contraprova, o menor número aceitável
de testemunhos, em função do volume estimado de cada
lote local em verificação, será de 2 a 3 corpos de prova,
que devem ser extraídos ao longo desse lote.
No caso do lote em exame ser constituído pelo concreto
de uma simples peça estrutural de pequeno porte, admi-
tindo-se que ela tenha sido concretada com o material de
uma única betonada, à critério do engenheiro responsável
pelo projeto estrutural, o julgamento poderá ser feito, excepcionalmente, a partir de um único testemunho.
No caso de elementos estruturais com grande volume de
concreto, o material em exame certamente não foi produzido em uma única betonada. Nesse caso, se por motivos
de natureza especial, como eventuais razões legais, for
necessária uma estimativa global desse concreto, será
preciso extrair um número de testemunhos que possam
representar o concreto de todo o lote em exame, e sua
resistência característica aparente, somente poderá ser
determinada pelo Critério de Controle C2, considerandose apenas a metade menos resistente dos resultados experimentais obtidos.
Critério de controle C5
Na verificação da aceitação do emprego de concreto
considerado como não conforme pelo controle de contraprova, sem reforço da estrutura, é necessário verificar o
efeito dessa hipótese na segurança da estrutura. Nessa
verificação, as cargas permanentes constituídas pelos pesos próprios das partes da estrutura e das alvenarias e
divisórias que já tenham sido construídas, e que possuam
dimensões praticamente iguais aos correspondentes valores adotados no projeto da construção, poderão ser
consideradas com o coeficiente parcial de majoração das
ações permanentes com o valor γfG = 1,2. Esse procedimento não poderá ser aplicado a pilares, quando houver
pavimentos ainda não concretados.
Critério de controle C6
Quer para testemunhos extraídos da estrutura, quer para
corpos de prova moldados por ocasião da concretagem,
mas ensaiados em idade superior a 28 dias, os resultados,
em princípio, deverão ser corrigidos para idade padrão de
28 dias.
Todavia, para ensaios de testemunhos extraídos do concreto com até cerca de três meses de idade, a critério do
responsável pela investigação, os valores obtidos poderão ser considerados como referências diretamente válidas para a verificação da conformidade do concreto. Esta
permissão pode ser em parte justificada pelos efeitos antagônicos do crescimento da resistência com a idade e
do ensaio dos testemunhos na direção horizontal da concretagem enquanto o concreto da estrutura é solicitado
na direção vertical. Para ensaios realizados em idade do
concreto superior a três meses, o f ck,est deverá ser corrigido para 28 dias.
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
19
20
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
Nova turma do curso Projeto de Estruturas de
Concreto para Edifícios comprova sucesso
Implantado em 2009, o curso de pós-gra-
duação lato sensu Projeto de Estruturas
de Concreto para Edifícios, promovido pela ABECE, FESP (Faculdade de
Engenharia São Paulo) e TQS Informática,
chega à sua quinta turma.
A especialização visa formar profissionais
devidamente habilitados para garantir a
qualidade e a segurança da construção
de edifícios e é dirigida a engenheiros
civis que militam ou pretendam militar no
campo de projeto de estruturas de concreto para edifícios.
Planejado para introduzir e aplicar as técnicas modernas de concepção estrutural,
de dimensionamento, de verificação e de
detalhamento preconizadas pela recente
atualização das normas técnicas envolvidas, o curso tem carga horária total de
430 horas/aula (sendo 40 horas de TCC)
divididas em seis ciclos com duração máxima de 15 semanas cada um, sendo que
em cada ciclo serão ministradas duas disciplinas.
Reconhecidos profissionais pertencentes
aos quadros das três instituições compõem o corpo docente do curso, cuja coordenação está a cargo dos engenheiros
Antonio Rodrigues Martins (FESP), João
Alberto Vendramini (ABECE) e Nelson
Covas (TQS).
As aulas do primeiro ciclo têm inicio previsto para dia 13 de março de 2012, sempre às terças e quintas-feiras, das 19 às
22 h, na Unidade Jardim Europa da FESP
(Av. 9 de Julho, 5520 - Jardim Europa São Paulo - SP). Interessados podem efetuar suas matriculas na secretaria geral
da FESP ou pelo site http://sesp.edu.br/
sesp_2010/?p=27. Outras informações
também podem ser obtidas por intermédio do telefone (11) 3061-5022.
Professores e formandos da primeira turma durante cerimônia de entrega
dos certificados
Formatura da primeira turma
No dia 23 de novembro de 2011, a FESP
foi palco da formatura da primeira turma
do curso de pós-graduação lato sensu
Projeto de Estruturas de Concreto para
Edifícios.
Participaram da cerimônia de entrega
dos certificados os 11 alunos formados, o coordenador geral da FESP,
Prof. Dr. Antonio Rodrigues Martins, o
presidente da ABECE, eng. Eduardo
Barros Millen, o diretor da TQS, eng.
Nelson Covas, e os professores do
curso engenheiros Alio Kimura, João
Alberto Vendramini, Marcos Monteiro,
Roberto Dias Leme, Thomas Carmona
e Valdir Silva da Cruz. Após a cerimônia, foi oferecido pela FESP um coquetel de confraternização aos participantes da cerimônia.
“É com muito orgulho que formamos a
primeira turma desta importante parceria firmada pela FESP, ABECE e TQS.
Temos certeza que estamos contribuindo para uma excelente especialização de profissionais da engenharia
estrutural”, comenta o eng. João Alberto
A. Vendramini, vice-presidente de
Marketing da ABECE e um dos coordenadores do curso.
a rara oportunidade de aprender com renomados profissionais do mercado, disponibilizando toda sua
experiência na
atuação como
docentes”.
“Fazer parte da primeira turma deste curso foi
realmente uma experiência enriquecedora.
Foi possível não somente aprofundar conceitos vistos na graduação como também
adquirir novos, numa
conotação diferenciada; isto é, voltada ao
mercado de trabalho.
E, além disto, ainda ter
Lidiane Faccio
“Estou muito satisfeito por ter feito este
curso, pela oportunidade que tive de
rever inúmeras disciplinas do curso de
graduação de engenharia em caráter
avançado e também disciplinas novas,
configurando um excelente programa,
ministrado por um corpo docente à altura de um curso desse nível. Posso dizer, com segurança, que subi mais um
degrau em termos profissionais, fora o
aumento de
conhecimento
e segurança
que o curso
proporcionou
no exercício
de minha profissão”.
Antonio C.Maia
Desenhistas de estruturas prontos para o mercado de trabalho
Também
resultado da parceria entre
ABECE, FESP (Faculdade de Engenharia
São Paulo) e TQS Informática, o Curso de
Formação de Desenhistas de Estruturas de
Concreto Armado abriu inscrições para sua
segunda turma.
Planejado para pessoas com o segundo
grau completo, o curso foi criado em 2011
com o objetivo de voltar a formar uma mão
de obra especializada que, no passado, era
naturalmente concebida pelas empresas de
projeto. Para tal, seu programa aborda os
princípios básicos de funcionamento das
peças estruturais, os critérios de detalhamento e as formas de apresentação dos
documentos de projeto, cujos conteúdos
são complementados com aulas práticas
com o uso dos sistemas da TQS, incluindo
ferramentas de edição inteligente.
Com carga horária total de 78 horas/aula,
as aulas têm início previsto para 12 de
março de 2012, na sede da FESP, em São
Paulo (SP). Outras informações estão no
site http://sesp.edu.br/sesp_2010/?p=913.
A coordenação do programa está a cargo
dos engenheiros Antonio Rodrigues Martins
(FESP), Augusto Guimarães Pedreira de
Freitas (ABECE) e Herbert Maezano (TQS
Informática).
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
21
mundial e brasileira e perpectivas serão
os temas centrais dos debates.
E
stão abertas as inscrições para a 23ª
edição do Congresso Brasileiro do Aço,
excelente oportunidade para que representantes da cadeia siderometalúrgica
possam ampliar e fortalecer seus contatos
com as empresas relacionadas ao setor.
Promovido pelo Instituto Aço Brasil, o
evento conta com o apoio da ABECE, entre outras entidades, e será realizado de 26
a 28 de junho de 2012, no Transamérica
Expo Center, em São Paulo (SP), reunindo os principais nomes do setor.
Cenário da indústria mundial do aço,
Economia Verde: desafios e oportunidade, Minério de Ferro - Perspectiva do
mercado e posicionamento do Brasil,
Investimentos para exportação de semis
– Ainda uma alternativa para o Brasil?,
Desafios ao desenvolvimento da cadeia
do aço no Brasil e Situação da economia
ABECE apoia eventos
M
antendo seu comprometimento em apoiar eventos do setor
visando contribuir para o aperfeiçoamento do conhecimento
de seus associados e profissionais da área da engenharia estrutural, a ABECE é apoiadora de diversas atividades programadas para 2012.
O Seminário Latino Americano de Projeto e Aplicações
de Estruturas de Concreto Pré-Fabricado, promovido pela
ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada
de Concreto) e pela Comissão de Pré-Fabricados fib, no dia
14 de março de 2012, no Windson Atlântica Hotel, no Rio de
Janeiro (RJ), é um dos eventos que contam com o apoio da
ABECE.
Com vasta programação, o seminário contará com a presença
do presidente da ABECE eng. Eduardo Barros Millen na abertura. Associados da ABECE têm desconto especial na inscrição,
que pode ser feita pelo site http://www.abcic.org.br/latinamericaseminar/default.asp.
Em São Paulo (SP), no Paulista Plaza, acontece, nos dias 13 e
14 de março, a conferência Megapontes 2012 – Construção,
Revitalização e Manutenção de Pontes e Viadutos, realizada
pela UBM Conferences. Informações sobre inscrições e programação podem ser obtidas no endereço www.megapontes.
com.br.
A segunda edição da Brazil Road Expo - Evento Internacional
de Tecnologia em Pavimentação e Infraestrutura Viária e
Rodoviária acontecerá no período de 2 a 4 de Abril, no Expo
Center Norte, em São Paulo (SP), e também conta com o apoio
da ABECE. O evento é composto por feira de negócios e programa de conferências e contará com cerca de 250 empresas
expositoras que apresentarão as últimas tendências e novidades para que as vias urbanas e as estradas sejam mais eficientes e seguras.
22
Ainda no primeiro semestre, o SEFE7 - 7º Seminário de
Engenharia de Fundações Especiais e Geotecnia, que acontece entre os dias 17 e 20 de junho, também no Transamérica
Expo Center, em São Paulo (SP), também tem a ABECE como
uma das entidades apoiadoras. Informações: http://www.acquacon.com.br/sefe7/.
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
Além das inúmeras palestras em ambiente
ideal para networking, os congressistas poderão participar da ExpoAço 2012, feira de
negócios com cerca de 3.700 m² de área
construída. Estarão presentes empresas
siderúrgicas, mineradoras, fornecedoras de
equipamentos, serviços e inovações tecnológicas para a cadeia produtiva do aço. Na
última edição, cerca de 3.500 executivos circularam pelos estandes durante o evento.
As inscrições feitas até 12 de março terão
20% de desconto. Mais informações podem
ser obtidas no endereço www.acobrasil.org.
br/congresso2012, telefone (21) 2524-6917
ou e-mail [email protected].
Publicações
• O CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) acaba
de lançar a Revista Estrutura de Aço, uma publicação tecnocientífica virtual. Segundo Catia Mac Cord, gerente executiva
do CBCA, “a revista abre espaço para profissionais exporem
artigos científicos ou notas técnicas sobre temas relacionados
a estruturas de aço e a estruturas mistas de aço e concreto,
gerando assim um aumento significativo no impacto das pesquisas”. Os artigos devem estar relacionados com temas específicos que podem ser consultados no link http://www.cbcaacobrasil.org.br/revistacientifica/.
• A edição 28 da Revista Arquitetura & Aço,
do CBCA (Centro Brasileiro da Construção
em Aço) traz como tema ‘Edifícios corporativos’, com obras selecionadas (como a
nova sede do Sebrae, na capital federal, e
o Centro Empresarial Senado, no Rio de
Janeiro, que demonstram diversas possibilidades técnicas dos sistemas estruturais
em aço, em que, muitas vezes, se tornaria
i fatórios
f ó i sem
praticamente impossível chegar a resultados satis
o seu uso, e, até mesmo, a possível inviabilização da construção. Em entrevista à Arquitetura & Aço, a engenheira Heloisa
Maringoni revela a importância da ampliação do conhecimento
do aço por parte dos arquitetos. A revista tem distribuição gratuita em bibliotecas de faculdades de arquitetura de todo o país
e o download gratuito das edições está na área Biblioteca do
site www.cbca-acobrasil.org.br.
• O Manual de Construção em Aço - Ligações em
Estruturas Metálicas/ Volumes 1 e 2 foi lançado recentem
mente
pelo CBCA (Centro Brasileiro
d Construção em Aço) e traz consida
d
derações
específicas e exemplos de
c
cálculo
utilizando os dois principais
d
dispositivos
de ligação em estruturas
d aço (parafusos de baixo carbono
de
o de alta resistência e a solda elétriou
c tornando-se necessária a consulca),
t da NBR 8800:2008 durante a leitura,
ta
p
para
perfeito entendimento do texto.
em ritmo de fortalecimento
Constituído há um ano, e com algumas
importantes ações em prática, o Grupo
ABECE Inovação iniciou 2012 com o plano de intensificar sua atuação em prol da
ABECE e do fortalecimento do reconhecimento do engenheiro estrutural perante o
setor e a sociedade civil.
A primeira reunião do Grupo aconteceu no
dia 8 de fevereiro, na sede da ABECE, em São
Paulo (SP), e contou com os coordenadores e
integrantes dos sub-grupos (Universidades,
Integração e Comunicação).
Pautados pelo balanço positivo das ações
do ano passado (realização de cinco palestras em universidades, conquista de novo
associado em Itaquaquecetuba/SP e promoção do 1º Bate-papo ABECE com o eng.
Mario Franco), os integrantes discutiram as
ações para o ano que se inicia.
Já o Grupo Comunicação vai concentrar esforços para a organização do 2º Bate-papo
ABECE, trazendo, no segundo semestre,
outro grande expoente da engenharia estrutural.
Parceria com regional
Um das ações desenvolvidas pelo ABECE
Inovação em parceria com a Delegacia
Regional da ABECE em Belo Horizonte foi a participação do delegado adjunto Flávio Renato
Pereira Capuruço na Semana do Núcleo de
Engenharia da Faculdade Pitágoras.
Responsável por ministrar duas palestras –
Valorização do engenheiro de estruturas e
Concreto estrutural, o eng. Capuruço contou com a presença maciça dos estudan-
tes do curso de Engenharia Civil, obtendo
o número máximo de inscrições nas duas
apresentações.
O palestrante aproveitou a abertura das palestras para falar sobre a ABECE e sua atuação no setor da engenharia, assim como
a força jovem da entidade, expressa pelo
Grupo ABECE Inovação.
“O resultado desta iniciativa foi bastante
positivo e queremos intensificá-la para que
outras regionais possam também contar
com o grupo ABECE Inovação para desenvolvê-la. É uma forma de divulgar as ações
da ABECE e despertar nos estudantes de
engenharia a importância do projeto estrutural”, comenta o coordenador do Grupo
Universidades eng. Luciano Coelho.
Para o primeiro semestre, o Grupo
Universidades pretende implantar um
curso prático de SAP2000, mostrando os passos do lançamento estrutural
desde o pórtico espacial com cargas
de vento, de empuxo de água e terra a estruturas especiais, como escada helicoidal, escada auto-portante etc.
Investir em materiais eletrônicos de divulgação mais didáticos para facilitar a captação
de novos associados é a meta do Grupo
Integração para este ano.
Da esq. p/dir. eng. Flávio Renato Pereira Capuruço (delegado adjunto de Belo Horizonte), Prof. Cláudio Soares (Faculdade Pitágoras) e Antonio César Capuruço (delegado). Ao lado, eng. Flávio Capuruço em palestra apresentada para
estudantes participantes da Semana de Engenharia
A ABECE e os recentes acidentes estruturais
O
s trágicos acidentes estruturais ocorridos no início deste ano, alguns com
vítimas fatais, como o desmoronamento
dos três prédios no centro da capital fluminense e o desabamento da fachada
de um edifício no centro da cidade de
São Bernardo do Campo (SP), trouxeram à tona importantes questionamentos sobre a importância da engenharia
e, principalmente, da segurança que
deve proporcionar aos usuários das
obras.
A ABECE tem sido constantemente
consultada pelos veículos de comunicação e tem se pronunciado a respeito
das ocorrências por intermédio de declarações de membros de sua diretoria,
regionais e conselho.
“Nosso discurso tem sido na direção
de que é sempre necessária a presença do engenheiro de estruturas em
qualquer serviço, sejam obras novas,
reformas ou manutenção, mesmo que
seja para este dizer que a sua presença
não é necessária”, enfatiza o presidente
Eduardo Barros Millen.
Neste sentido, a ABECE tem ações
programadas com várias entidades,
como Sinduscon (Sindicato da Indústria
da Construção), Sinaenco (Sindicato
Nacional das Empresas de Engenharia
Consultiva), Clube de Engenharia e
Crea (Conselho Regional de Engenharia
e Arquitetura).
“Mas a ação principal, junto à socie-
dade civil, absolutamente desconhecedora do que é um engenheiro de
estruturas, parece ser a mais urgente
e importante. Temos que estar sempre ligados em nossas conversas com
parentes, amigos do clube, vizinhos,
pais de colegas de nossos filhos,
stands de venda de imóveis, festas
e em todos os lugares que frequentamos, para falarmos da importância
da nossa profissão e torná-la conhecida e considerada necessária, como
o exercício de um médico”, completa
o presidente.
Algumas entrevistas concedidas pela
ABECE estão disponibilizadas no site
www.abece.com.br – seção ABECE na
Mídia.
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
23
Melhores obras em aço serão reconhecidas
divulga no meio técnico e premia profissionais ou empresas que desenvolveram projetos e trabalhos de destaque.
Podem concorrer ao prêmio arquitetos,
engenheiros, empresas construtoras e
fabricantes de estruturas metálicas que
tenham projetos em que elementos e
componentes de aço tenham absoluta
predominância, incluindo as estruturas
mistas aço-concreto.
C
om o objetivo de promover o uso da construção metálica, integrando a cadeia produtiva e contribuindo para o crescimento do
mercado, a ABCEM - Associação Brasileira
da Construção Metálica, a cada dois anos,
A premiação contempla obras em três
categorias: Edificações (estruturas verticais e ou horizontais que se destinam
à utilização residencial, comercial, escolar, esportivo etc., de médio e grande
porte), Obras de Pequeno Porte (estruturas de residências, pequenos edifícios, esculturas, monumentos, novas
ou ampliações/modificações) e Obras
Especiais (estruturas como galpões, indústrias, hangares, obras de arte, antenas de telecomunicações etc.).
A inscrição para os projetos vai até o dia
5 de junho de 2012. Os mesmos serão
julgados por uma comissão constituída por cinco renomados profissionais
indicados pelas principais associações
de classe da construção civil, engenharia e arquitetura do mercado brasileiro:
ABECE, Asbea (Associação Brasileira
dos Escritórios de Arquitetura), CBCA
(Centro Brasileiro da Construção em
Aço) e IE (Instituto de Engenharia). O representante da ABECE nesta comissão
é o eng. João Alberto de A. Vendramini,
vice-presidente de Marketing.
Os resultados serão divulgados no dia
14 de agosto de 2012, na cerimônia de
abertura do Construmetal 2012 - Congresso Latinoamericano da Construção
Metálica, que será realizado em São
Paulo, no Frei Caneca Shopping & Convention Center.
Mais informações sobre o Prêmio
ABCEM 2012 estão no endereço http://
www.abcem.org.br/construmetal/premio-abcem.php.
Concurso para reforço estrutural
Empresas
e profissionais projetistas
de estruturas que desenvolveram projetos de reforço estrutural com sistemas de compósitos de fibras de carbono podem participar do 1º Prêmio
Sika Carbodur de Reforço Estrutural,
concurso promovido pela Sika, com
apoio da ABECE.
Os projetos de reforço de estruturas
podem ser de quaisquer tipos (concreto armado, concreto protendido,
metálicas, madeira, alvenaria ou, ainda, mistas), empregando sistemas
compósitos de fibras de carbono Sika.
O interessado tem que estar sediado
no território nacional e pode inscrever
até três trabalhos referentes a projetos
e obras que tenham sido realizados a
partir de maio de 2011 e cuja execução do reforço esteja concluída.
Os trabalhos serão julgados por uma
comissão de acordo com critérios de
avaliação da estrutura, concepção da
24
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
solução estrutural, processos construtivos/uso adequado de materiais, originalidade, inovação, monumentalidade, implantação no ambiente, esbeltez/deformabilidade, e estética/economicidade.
Será escolhido apenas um ganhador
e uma menção honrosa para cada
quesito de julgamento. O vencedor
ganhará uma viagem com estadia
para a Suíça para participar de um
treinamento no Centro de Tecnologia
da Sika AG, incluindo visitas a obras
de destaque em reforço estrutural
com fibras de carbono e visita ao
Laboratório Suíço de Tecnologia e
Ciência dos Materiais EMPA, berço
dos primeiros testes com a tecnologia
de compósitos de fibras de carbono
aplicada ao reforço de estruturas na
construção. Aos contemplados com
menção honrosa serão entregues diploma e placa alusiva ao evento.
As inscrições vão até o dia 31 de julho
de 2012 e podem ser efetuadas no endereço www.sika.com.br/pt/group/concurso.html onde pode ser consultado o
regulamento completo do concurso.
são as novas associadas colaboradoras
A
Prefab Construções Prefabricadas
e a Dextra do Brasil Comércio de
Componentes para a Construção Civil
são as novas associadas colaboradoras
da ABECE.
de São Paulo, em uma área de 22.500
m2 e tem capacidade para produzir a
mais variada gama de construções para
indústrias, universidades, shoppings e
centros de distribuição.
dutos tem como objetivo comprovados e
significativos ganhos financeiros obtidos
através da otimização dos processos
produtivos nos mais diversificados tipos
de obra de construção civil.
Com mais de 25 anos de experiência em
sistemas de construção pré-fabricada
a Prefab dispõe de equipamentos de
alta precisão, tecnologia avançada na
construção pré-fabricada em concreto
e conta com uma equipe de técnicos
e engenheiros que atua em qualquer
fase do projeto, desde a conceituação
e planejamento até o projeto, transporte
e instalação, passando pela solução de
detalhes construtivos e especificação
de soluções estruturais ou de conforto
térmico.
Estabelecida em 1983, a Dextra
Manufacturing é conhecida por seus
sistemas de emenda mecânica de vergalhões de aço para concreto armado.
Seus engates, certificados pelos próprios órgãos reguladores independentes, são utilizados em prédios de grande
porte e infraestruturas civis.
No Brasil, a Dextra fabrica e distribui
componentes para indústrias e construções civis e já é fornecedora nas obras
da usina Nuclear Angra 3, com homologação RS pela Eletronuclear (Construtora Andrade Gutierrez), UHE Santo Antonio (Construtoras Odebrecht/Andrade
Gutierrez), Estádio Nacional em Brasília
para a Copa de 2014 (Construtoras Grupo Via/Andrade Gutierrez), Arena Corinthians para Copa 2014 (Construtora
Odebrecht), além de fornecer luvas de
emenda tipo Repairgrip para obra do
córrego Pirajussara (Construtora Queiroz Galvão).
A empresa está instalada em Itu, interior
A Dextra fornece mais de seis tipos distintos de emendas mecânicas indicadas
para as mais variadas obras: vergalhões
de fibra de vidro, tirantes, barras de tensão arquitetônicas e acessórios para
formas e fundação. Esta gama de pro-
Associados do Mato Grosso do Sul
impulsionam nova regional
Duas
novas associações no Mato
Grosso do Sul aumentam a perspectiva da abertura de uma regional neste
Estado, ação programada como meta
na conquista de novos associados e
fortalecimento das ações da ABECE
em diversas localidades do país.
No início deste ano, o eng. Gaze
Abdo Sater, de Dourados, e a
Lorenzoni Engenharia Ltda., de
Campo Grande, tornaram-se associados e juntaram-se às outras três
associações conquistadas em 2011.
“Estamos em processo de formalizar a
delegacia regional de Campo Grande,
que terá como delegado o eng. Luiz
Carlos Spengler Filho, da Sieben
Engenharia”, comenta o eng. José Luiz
V.C.Varela, diretor de Relacionamento e
principal responsável pelo crescimento
do número de associados.
Segundo ele, outras regiões, como
Nordeste e Norte, também têm possi-
blidade de constituir outras regionais,
inclusive fora das capitais.
“Continuaremos investindo neste trabalho de aproximação dos profissionais,
pois, dessa maneira, impulsionamos o
crescimento da ABECE e ampliamos seu
campo de atuação, beneficiando mais
profissionais”, completa o eng. Varela.
A lista completa pode ser conferida
no site www.abece.com.br – seção
Associados e Colaboradores.
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
25
Em Tempo
O eng. Fernando Mihalik representou a ABECE, em 23 de novembro de 2011, em café da manhã com dirigentes de entidades de engenharia,
ocorrido no Palácio das Convenções do Anhembi,
em São Paulo (SP).
No dia 24 de novembro, o presidente da ABECE, eng. Eduardo B. Millen, e o vice-presidente de
Marketing, eng. João Alberto A. Vendramini, participaram do jantar de confraternização da ABCEM
(Associação Brasileira da Construção Metálica),
no Hotel Sofitel Ibirapuera, em São Paulo (SP).
O delegado regional de Belo Horizonte, eng.
Antonio César Capuruço, representou a ABECE
na reunião da Câmara da Indústria da Construção
da FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de
Minas Gerais), que aconteceu em 30 de novembro.
O presidente Eduardo B. Millen participou, no
dia 1º de dezembro, do 9º Enaenco/11º Encontro do Sinaenco/SP, no Macksoud Plaza, em São
Paulo (SP). Os eventos debateram questões que
vêm impactando o dia a dia das empresas de arquitetura e engenharia consultiva. Na sequência,
participou da cerimônia e almoço de posse da
nova diretoria eleita para a gestão 2012-2013 do
Sinaenco, ocasião em foi prestada homenagem
ao ex-governador Alberto Goldman.
Também em 1º de dezembro, o presidente
Eduardo B. MIllen e o vice-presidente de Marketing João de A. Vendramini marcaram presença no
jantar de confraternização promovido pela ABCIC
(Associação Brasileira de Construção Industrializada de Concreto) para lançamento do anuário do
setor e premiação Obra do Ano no Hotel Golden
Tulip Paulista Plaza, em São Paulo (SP).
O eng. Luiz Carlos Gulias Cabral, delegado
da Regional SC/Leste, marcou presença na sessão solene realizada, no dia 1º de dezembro,
pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa
Catarina em homenagem à AEAMVI (Associação
dos Engenheiros e Arquitetos do Médio Vale do
Itajaí). A homenagem foi realizada no plenário da
Câmara Municipal de Vereadores de Blumenau
em reconhecimento aos trabalhos desenvolvidos
na gestão 2006/2011 da AEAMVI, principalmente
na atuação nas ações de prevenção aos desastres socioambientais e na sustentabilidade do estado de Santa Catarina, na defesa de programas
de habitação social e na cobrança de políticas
públicas eficientes em defesa das populações
vulneráveis socialmente e de toda sociedade. Na
ocasião, foram homenageadas também algumas
personalidades que têm contribuído com ações
voltadas ao desenvolvimento e sustentabilidade
da região; na pesquisa, monitoramento e prevenção dos desastres socioambientais e na área de
habitação de interesse social.
26
O Grupo Interinstitucional BIM, do qual a
ABECE é integrante pela participação da vicepresidente de Relacionamento eng. Suely B.
Bueno, se reuniu em 5 de dezembro para discutir as ações para 2012. Em seguida, houve
um jantar de confraternização. Em 15 de fevereiro de 2012, o Grupo voltou a se reunir na
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
Agenda
sede da Sinco Engenharia, em São Paulo (SP).
A cerimônia de comemoração ao Dia do Engenheiro, promovida pelo Instituto de Engenharia,
em São Paulo (SP), no dia 12 de dezembro, contou
com a presença do presidente Eduardo B. Millen.
Na ocasião, foi outorgado o título de Eminente Engenheiro do Ano ao eng. João Crestana e premiada a divisão de estruturas coordenada pelo conselheiro da ABECE Natan Jacobsohn Levental.
No dia 13 de dezembro, a ABECE promoveu,
em sua sede, em São Paulo (SP), a Terceira reunião anual do Conselho Deliberativo prevista em
estatuto. A diretoria atual e o conselho fizeram
uma avaliação das atividades desenvolvidas
pela ABECE em 2011 e das sugestões de ações
para 2012.
O almoço de confraternização de final de ano
promovido pela APEOP (Associação Paulista de
Empresários de Obras Públicas), no dia 14 de
dezembro, no Braston Hotel, em São Paulo (SP),
contou com a presença do presidente da ABECE
eng. Eduardo B. Millen.
No dia 15 de dezembro, o presidente Eduardo
B. Millen e o diretor Jefferson Dias de Souza Jr.
participaram do jantar de confraternização de final
de ano da Divisão de Estruturas do Instituto de Engenharia no Montana Grill, em São Paulo (SP).
A cerimônia de posse do eng. Francisco
Kurimori no cargo de presidente do CREA-SP
(Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia de São Paulo), ocorrida no dia 20 de
dezembro, no Centro Técnico Cultural do CREA,
contou com a presença do presidente da ABECE
eng. Eduardo B. Millen.
A convite da Editora Pini, o presidente Eduardo
Barros Millen participou da mesa-redonda sobre
pré-moldados de concreto para obras industriais,
realizada em 17 de janeiro de 2012, na sede da
própria editora, em São Paulo (SP). O conteúdo do
encontro será parcialmente reproduzido em matéria a ser publicada na edição de março da revista
Construção Mercado.
Representando a ABECE, o diretor administrativo-financeiro, eng. Roberto Dias Leme, coordenou, em 10 de fevereiro, a reunião da CE 02:124.15
- Comissão de Estudo de Estruturas de Concreto
- Projeto e Execução para análise dos votos da
consulta nacional da NBR 15200 - Projeto de Estruturas de Concreto em Situação de Incêndio.
O vice-presidente de Marketing da ABECE,
eng. João Alberto Vendramini, foi um dos júris
da escolha do Qualidade em Bancos 2012, uma
homenagem prestada há 18 anos ao banco que
melhores serviços prestou à sua clientela no ano
anterior. O evento aconteceu no dia 14 de fevereiro
no Hotel Center Norte, em São Paulo (SP).
A ABECE esteve representada pelo vice-presidente de Tecnologia e Qualidade, eng. Augusto G.
Pedreira de Freitas, na 3ª reunião/2012 da CE-02:136.01 - Comissão de Estudo de Desempenho de
Edificações, que aconteceu no dia 15 de fevereiro.
Brazil Road Expo 2012
Data: 2 a 4 de abril de 2012
Local: Expo Center Norte (São Paulo - SP)
www.brazilroadexpo.com.br
Seminário Tecnologia, Desempenho e
Sustentabilidade na Construção Civil
Data: 11 de abril de 2012
Local: Hotel Tropical Manaus
(Manaus - AM)
www.pinieventos.com.br/seminarios/
seminario-manaus/o-evento-244443-1.asp
Seminário Internacional Parcerias
para o Desenvolvimento - PPPs e
Concessões
Data: 16 e 17 de abril de 2012
Local: FIRJAN (Rio de Janeiro - RJ)
M&T Expo 2012 - 8ª Feira
Internacional de Equipamentos para
Construção e 6º Feira Internacional
de Equipamentos de Mineração
Data: 29 de maio a 2 de junho de 2012
Local: Centro de Exposições Imigrantes
(São Paulo - SP)
www.mtexpo.com.br
V Congresso Brasileiro de
Pontes e Estruturas
Data: 6 a 8 de junho de 2012
Local: Hotel Pestana (Rio de Janeiro - RJ)
www.abpe.org.br/cbpe2012/
SEFE7 - 7º Seminário de Engenharia
de Fundações Especiais e Geotecnia
Data: 17 a 20 de junho de 2012
Local: Pavilhão E do Transamérica Expo
Center (São Paulo - SP)
www.acquacon.com.br/sefe7/
TeCobi Expo 2012 - Evento
Internacional de Telhados, Coberturas
e Impermeabilização
Data: 18 a 20 de junho de 2012
Local: Expo Center Norte (São Paulo - SP)
www.tecobiexpo.com.br
Congresso Brasileiro do Aço / 23ª
Edição & ExpoAço 2012
Data: 26 a 28 de junho de 2012
Local: Transamérica Expo Center
(São Paulo - SP)
http://www.acobrasil.org.br/
congresso2012/
10th World Congress on
Computational Mechanics
Data: 8 a 13 de julho de 2012
Local: São Paulo - SP
http://www.wccm2012.com/
Entrevista
Ewerton Bonetti
Engenheiro
ABECE • A Gafisa vem desenvolvendo
vários projetos utilizando o processo
BIM. Qual é a estratégia adotada pela
empresa para adoção desta nova ferramenta?
Ewerton • A Gafisa iniciou em 2010 uma
série de projetos piloto em BIM com diversas ferramentas. Com base nestes experimentos e com apoio de consultoria externa a Gafisa criou um caderno de diretrizes
de projetos BIM. Atualmente estamos desenvolvendo uma nova geração de projetos, já incorporando nossas diretrizes.
ABECE • Como é o relacionamento com
os projetistas de estruturas na viabilização da utilização do BIM?
Ewerton • O relacionamento com os projetistas de estrutura é muito bom. Além
dos projetistas, contamos sempre com
apoio dos desenvolvedores do TQS que
procuram evoluir com as nossas necessidades.
civil formado pela Universidade Mackenzie, com pós-graduação
em Gestão de Negócios Imobiliários e
cursando MBA em Gestão de Negócios,
Ewerton Bonetti é gerente técnico da
Gafisa desde 2002. Responde pelo desenvolvimento de projetos, estruturação
orçamentária, planejamento e logística
integrada em nível nacional, além de ser
responsável pelo projeto de implantação
do processo BIM (Building Information
Modeling) na empresa, que hoje é uma
das maiores incorporadoras e construtoras do país tendo atingido a marca de
1000 empreendimentos entregues que
representam mais de 12 milhões de metros quadrados construídos em 40 cidades de 19 estados brasileiros.
adotada deve ser compatível com estudo
econômico. A estrutura de um empreendimento residencial representa de 20 a 25
% do custo de construção. Sendo assim,
ele é extremamente expressivo em relação
ao negócio. Na Gafisa trabalhamos com
projetistas que são verdadeiros parceiros.
Os projetistas de estrutura são avaliados a
cada projeto com relação à prazo, custo
(assertividade de quantitativos) e qualidade de seus projetos e são bonificados por
desempenho.
rificações complementares Normalmente, tais verificações ocorrem em projetos
diferenciados e de grande porte.
ABECE • É prática usual da Gafisa fazer
a verificação dos projetos estruturais de
suas obras?
Ewerton • Temos em nosso corpo técnico um grupo de especialistas que nos
auxiliam no desenvolvimento dos projetos estruturais. Além destes profissionais, contamos com apoio de consultoria externa que pode nos auxiliar com ve-
ABECE • Como a empresa se posiciona atualmente no mercado imobiliário
frente ao aquecimento do setor? Qual
a previsão de investimento para 2012 e
em quais áreas?
Ewerton • Nossa empresa até 2010 vinha em uma curva de crescimento muito
acentuada. Fizemos aquisições de outras
empresas do segmento e passamos a
atuar em diversos estados da federação.
Ao final de 2011 tivemos algumas mudanças estratégicas que servirão como Business Plan para 2012. No corrente ano
teremos a concentração de lançamentos
em pontos estratégicos. A operação das
empresas do grupo será segmentada.
Desta forma, garantiremos crescimento
sustentável para os próximos anos.
ABECE • Qual a importância do projeto estrutural nos negócios da Gafisa?
Quais os critérios adotados para contratação de um projeto?
Ewerton • O projeto de estrutura é extremamente importante. Além da importância
técnica, que diz respeito à responsabilidade técnica sobre solidez, tem a questão arquitetônica e financeira. A estrutura
deve permitir aos Arquitetos que garantam
a estética do conjunto e a solução técnica
ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
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Compartilhando Experiências
Ouçam a Engenharia!
O
s edifícios que desmoronaram no Rio
de Janeiro (RJ), no dia 25 de janeiro de
2012, foram construídos no final da década de 30 e começo da de 40. Isso, por
si só, não explica a tragédia.
As construções não entram em colapso
pela idade avançada, como provam as
centenárias e até milenares edificações
pelo mundo afora.
As construções caem por erros de projeto, de execução, falta de manutenção
ou falha na intervenção (reformas inadequadas) ou combinação desses fatores.
Ou seja, caem por má engenharia ou
falta de engenharia.
Vivo no Vale do Itajaí há exatos 41 anos
e admiro esta comunidade que tem um
senso crítico aguçado. Mesmo assim, é
difícil a tarefa de conscientização a respeito da necessidade de se consultar os
profissionais de engenharia e arquitetura quando se está pretendendo construir, reformar, efetuar manutenção etc.
Principalmente neste último caso.
Esta realidade não é diferente no resto
do Brasil. Todos sabemos que são pouquíssimos os edifícios brasileiros em
que a administração, com raríssimas
exceções, se preocupa com a manutenção, adotando vistorias periódicas e
medidas corretivas em tempo hábil de
forma a não deixar que problemas evoluam e possam afetar a segurança das
edificações. Nas obras públicas ainda
é pior.
Há anos (décadas, na verdade) que
estamos alertando para a necessidade
de adoção de medidas de inspeção e
manutenção de estruturas na região e,
infelizmente, não somos ouvidos.
É o caso, por exemplo, das marquises
e sacadas e de algumas pontes em
Blumenau (SC). Talvez uma falha nossa, por não usarmos a forma adequada
de comunicação ou terá que ocorrer pri-
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ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012
meiro uma grande tragédia para tomarem providências.
As tragédias que têm acontecido até
o momento não foram suficientes para
mudar a postura da sociedade a respeito. Passados alguns dias tudo se esquece, pois o show não pode parar.
“Ele exige respeito, não tolera erros
e as sucessivas gerações de quem a ele
dedicou toda sua vida formam um coro
de vozes a clamar por seriedade e dedicação”.
Até quando vai ser assim? Quantas tragédias mais precisam ocorrer? Quantas
famílias precisam ser destroçadas para
se tomar as medidas efetivamente adequadas e necessárias para que isso não
ocorra com tal frequência?
Quem sabe se contratarmos uma novela
sobre o assunto ou mesmo um BBB em
que no auge da orgia o prédio desmorone, seja a forma apropriada de chamar
atenção e todos se convencerem.
Da nossa parte, como disse o engenheiro Justino Vieira, professor da UFF
- Universidade Federal Fluminense, a
respeito do cálculo estrutural:
Luiz Carlos Gulias Cabral
CG Engenharia
Este espaço é aberto à divulgação de artigos sobre temas gerenciais ou técnicos.
Os associados que desejarem compartilhar suas experiências e opiniões devem
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