Informativo da Informa Ano 16 - Nº 89 Jan/Fev 2012 NESTA EDIÇÃO V Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas Acontece nas Regionais Artigo Técnico aborda controle da resistência do concreto Novos associados 3 5 12 25 Obras em destaque Destaques ABECE homenageia 12 profissionais que trabalharam em obras inovadoras Confira matéria completa nas págs. 9a11 Editorial 18 A sexagenária ABECE ANOS Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural Av. Br A Brigadeiro rigade eiro Faria Lima, 1993 - Cj. 61 CEP C EP 01 01452-001 52 2-001 - São Paulo - SP Tel.:: (11) 3938-94 Tel 39 938-9400 - Fax: ax: (11) (1 3938-9407 3938 9407 3938-9400 www.abece.com.br [email protected] Presidente Eduardo Barros Millen elacionam mento o Vice-presidente de Relacionamento no Suely Bacchereti Bueno ecnologia a e Qualidad Q Vice-presidente de Tecnologia Qualidade edreira de d Freitas Fre eitas Augusto Guimarães Pedreira arketing g Vice-presidente de Marketing Vendra amini João Alberto de Abreu Vendramini -finance eiro Diretor administrativo-financeiro Roberto Dias Leme Diretores sa, Guilherme Guilherm me Covas, Covas Enio Canavello Barbosa, za Júnior, Júnio or, José Jo osé Luiz Jefferson Dias de Souza tins Laginha Lag ginha a Neto e V. C. Varela, José Martins ona Thomas Garcia Carmona 60 anos? Bem, com certeza chegaremos lá e, se Deus quiser, muito além. objetivos que estarão presentes no dia a dia da entidade. Acontece que, em 2012, a ABECE comemora sua maioridade como Associação. São 18 anos de trabalho em prol da valorização do engenheiro de estruturas. A isso, somados 15 anos de ENECE - Encontro Nacional de Engenharia e Consultoria Estrutural, 10 anos de Prêmio Talento Engenharia Estrutural, 6 anos de Workshop ABECE na Concrete Show South America, 6 anos de Destaques ABECE (nosso conhecido PUFA!), 5 anos de Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas, 2 anos de ABECE Inovação, e 2 anos da atual diretoria, chegamos aos 64 anos. A ABECE ultrapassa a sua idade sexagenária. Nossos tradicionais eventos continuarão a ser organizados e, além disso, com intermediações de participação em atividades de associações parceiras e aquelas promovidas pelas delegacias regionais. o Conselho deliberativo tonio Carlos C s Reis Alberto Naccache, Antonio armona Filho, Filho, Bruno Laranjeiras, Antonio Carmona ia D´Alambert, D´A Alambert, Contarini, Flávio Correia ano, José Jo osé Roberto Francisco Paulo Graziano, m), Júlio Júlio Timerman, Tim merman, Braguim (in memoriam), Cap petinga, Marcelo Rozenberg, Marcio Capetinga, tri, Marcos Ma arcoss Monteiro, Marcos de Mello Velletri, ental, Nelson Nelsson Covas, Natan Jacobsohn Levental, lva França, Frrança, Sônia Ricardo Leopoldo e Silva d Cruz C Regina Freitas, Valdir Silva da e Virgilio Augusto Ramoss Brincadeiras a parte, temos sim, muito a comemorar. Secretaria geral Elaine C. M. Silva Mas ainda temos muito a fazer. Longe de cometer o erro de dormir sobre os louros conquistados, o pensamento da atual diretoria é de que tal situação aumenta a nossa responsabilidade devido à maior visibilidade conquistada. a ABECE Informa é uma AB BEC CE publicação bimestral da ABECE E Enge enharia Associação Brasileira de Engenharia al e Consultoria Estrutural Conselho Editorial ABE ECE E Diretoria Executiva da ABECE gram Produção Editorial e Diagramação Prefixo Comunicação Editora 83 Rosana Córnea (MTb 17183) Projeto Gráfico or Benê B Prefixo Comunicação (por Armas) 2 Eduardo Barros Millen Presidente ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 12 Nossa associação cresceu significativamente nos últimos anos; nossos eventos em 2011 foram muito elogiados e nossa representatividade reconhecida além da cadeia da construção civil, inclusive no exterior. Já temos 17 delegacias regionais e caminhamos para a 18ª em Campo Grande (MS). Metas como conseguir remuneração compatível com as responsabilidades assumidas, obter prazos exequíveis para o projeto, ter o nome do engenheiro estrutural nos folhetos de propaganda de imóveis, avançar nas questões de garantia da qualidade do projeto, da execução e do controle de obras estruturais, superar as marcas de crescimento obtidas em 2011, aprimorar os cursos e palestras técnicas e, principalmente, manter o rigor nas questões éticas são Temos ainda benefícios aos associados, como o seguro contra erros de projeto, consultoria jurídica gratuita, palestras técnicas mensais gratuitas e transmitidas ao vivo a todas as delegacias regionais, descontos nas inscrições em eventos da ABECE e de associações parceiras, cursos de formação profissional, participação em comitês de normas e muito mais. Não podemos deixar de pensar no nosso país, nas ações de redução de impostos, de seriedade na gestão pública, ética profissional, melhorias na educação, em particular na formação dos engenheiros nas escolas, discussão de temas como vinda de mão de obra do exterior e ainda debater fatos como o chocante desastre ocorrido, desta vez no centro do Rio de Janeiro (RJ). Lamentamos profundamente o acontecido e prestamos nossa solidariedade aos parentes das vítimas. A repercussão é grande e continuará até que sejam esclarecidas as causas, talvez já conhecidas quando da circulação desta publicação. Uma coisa, porém, é certa: a presença profissional do engenheiro estrutural é SEMPRE necessária qualquer que seja o tipo de obra, nem que seja para dizer que sua presença é dispensável. É muito? Talvez, mas temos que buscar o máximo para atingirmos nossas metas. Com a ajuda de todos e de Deus, conseguiremos. Congresso Congresso de pontes e estruturas será em junho no Rio de Janeiro A ABECE e a ABPE (Associação Brasileira de Pontes e Estruturas) promovem, no período de 6 a 8 de junho de 2012, no Hotel Pestana, no Rio de Janeiro (RJ), o V Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas. Com o objetivo de divulgar trabalhos de pesquisa e de aplicação sobre o tema Soluções Inovadoras para Projeto, Execução e Manutenção, o evento é aberto a todos os profissionais, pesquisadores e estudantes de Engenharia que queiram discutir, inovar e atualizar conhecimentos na área de engenharia de estruturas. A exemplo das edições anteriores, está prevista a presença de 250 participantes de todo o país para acompanhar a programação de palestras nacionais e internacionais com renomados profissionais da área. Os temas abordados serão: Projeto, construção, recuperação, reforço e manutenção de pontes, estádios, edifícios, indústrias, metropolitanos, portos, barragens, plataformas offshore, aerogeradores e fundações; e Normalização, experimentação, análise e dimensionamento de estruturas de concreto armado e protendido, metálicas, madeira, alvenaria e materiais avançados. As inscrições para o evento estão abertas e associados da ABECE têm desconto. Informações podem ser obtidas no site http://www.abpe.org.br/cbpe2012. ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 3 4 ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 Acontece nas Regionais Belo Horizonte ABECE participa de ajuda humanitária ABECE está desenvolvendo por intermédio do Grupo ABECE Inovação (sob a coordenação do eng. Luciano Coelho), o delegado adjunto Flávio Renato Pereira Capuruço participou da Semana, ministrando com grande sucesso e número máximo de inscrições duas palestras: Projeto Estrutural – Valorização do engenheiro estruturalista e Concreto Estrutural. Integrantes da ação intitulada Mutirão ABMS/ABECE de Apoio Técnico à Defesa Civil de Belo Horizonte. Da esq. p/ dir. Antonio César Capuruço, Ubirajara Camargos, Roberto Coelho, Renata Bontempo, Márcio Capetinga (todos da ABECE-BH) e o eng. Eduardo Augusto Pedersoli Rocha, gerente técnico da COMDEC-Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte Por intermédio da Delegacia Regional de Belo Horizonte, projetistas estruturais associados à ABECE e outros profissionais da área participaram, voluntariamente, do mutirão de ajuda humanitária promovido pela coordenação da Defesa Civil de Belo Horizonte por conta das fortes chuvas que abalaram o município desde o mês de dezembro. Conhecida como Mutirão ABMS/ABECE de Apoio Técnico à Defesa Civil de Belo Horizonte, a ação concluiu seus trabalhos no dia 21 de janeiro de 2012 com absoluto sucesso. Foram duas semanas de missão para 35 profissionais que doaram algumas horas de sua agenda para levar conhecimento técnico em prol do salvamento de milhares de vidas através das vistorias preventivas promovidas pela COMDEC - Coordenadoria Municipal de Defesa Civil. Em virtude dos inúmeros deslizamentos, desabamentos e inundações, esta entidade, que tem realizado o trabalho de vistoria preventiva para evitar mortes decorrentes desses desastres naturais, solicitou colaboração de profissionais especializados para a realização de vistorias técnicas a áreas de risco da cidade. A Delegacia Regional da ABECE em Belo Horizonte recebeu o pedido de ajuda por intermédio do presidente do Núcleo Regional de Minas Gerais da ABMS (Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica), eng. Ivan Libanio Vianna, e prontamente mobilizou seus associados e parceiros para colaborar na ação. “Constituímos cinco equipes de dois engenheiros da área de estruturas, uma equipe para cada manhã nas semanas programadas para o mutirão para acompanhar a vistoria técnica preventiva nas principais áreas de risco mapeadas pela Defesa Civil”, explicou o eng. Antonio César Capuruço, delegado regional da ABECE. O COMDEC, por intermédio de seu coordenador, cel. Lucas, e do eng. Eduardo Augusto Pedersoli Rocha, afirmou que a ajuda da ABMS e da ABECE foi considerada excelente e serviu de base para várias decisões importantes que foram tomadas. A primeira parte das palestras foi dedicada à apresentação e divulgação da ABECE. “Foi a nossa primeira experiência de levar as ações da entidade e o projeto estrutural até os estudantes de engenharia e arquitetura, dando a eles uma importante primeira visão desses assuntos”, comenta o delegado regional eng. Antonio César Capuruço. Fechando 2011, a Delegacia Regional realizou, no dia 2 de dezembro, seu já tradicional jantar de confraternização com direito a sorteio de passagem aérea para Lisboa cedida pela Atex do Brasil Locação de Equipamentos. A empresa também presenteou os associados presentes com o livro “O Concreto no Brasil”, volume IV, de autoria do engenheiro Augusto Carlos de Vasconcelos. Comunidade da Construção Representantes da Delegacia Regional de Belo Horizonte marcaram presença no evento de lançamento do 5º Ciclo da Comunidade da Construção de Belo Horizonte, que terá como focos principais alvenaria estrutural, revestimento de argamassa e estruturas de concreto. Este ciclo foi construído de forma a atender às demandas mais prementes da cadeia da construção civil e se apresenta mais estruturado, permitindo a troca de experiências entre as construtoras e promovendo a melhoria contínua da construção civil. Outras ações Atendendo a um convite do professor Cláudio Soares, coordenador da Semana do Núcleo de Engenharia da Faculdade Pitágoras, e ao programa de divulgação e valorização que a Jantar de confraternização 2011 reuniu 70 profissionais e contou com sorteio e distribuição de livros “O sucesso desse evento foi graças ao apoio e participação de todos nós, especialmente dos nossos colegas Marcos Terra e Eduardo Fonseca”, enfatiza o delegado regional. Para dar início às atividades deste ano e apresentar aos amigos os últimos resultados, a Regional promoveu o primeiro Concrete Pizza no dia 7 de fevereiro no Restaurante La Traviata. Delegacia Regional Belo Horizonte Delegado: Antonio César Capuruço (31) 3296-5889 [email protected] ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 5 Acontece nas Regionais Belém Curso contou com apoio da ABECE e reuniu mais de 30 participantes Curso reúne profissionais locais Com apoio da ABECE, por intermédio da Delegacia Regional de Belém, aconteceu, nos dias 4 e 5 de novembro de 2011, o Curso Padrão V16, ministrado pelo eng. Herbert Maezano, da equipe de suporte da TQS Informática. Com presença de escritórios associados da ABECE, o curso contou com a participação de 33 profissionais locais e, a partir de uma visão geral dos sistemas, demonstrou o funcionamento dos principais menus e apresentou diversos fluxogramas gerais de operação, além de fornecer explicações detalhadas de cada sub-sistema (vigas, pilares, lajes, pórtico, grelha etc.) baseadas em exemplos de edifícios reais. “Gostaria de agradecer a hospitalida- de dos amigos de Belém, em especial ao Bruno Norat (delegado adjunto) e Antonio Salame (delegado regional)”, comenta o eng. Maezano. Delegacia Regional Belém Delegado: Antonio Massoud Salame (91) 3276-1353 [email protected] Goiânia Inspeção predial preventiva Por meio de ofício datado de 30 de ja- neiro de 2012, o Clube de Engenharia de Goiás solicitou ao delegado regional da ABECE em Goiânia, eng. Ricardo Veiga, que constituísse e coordenasse um Grupo de Trabalho para discussão sobre o tema Inspeção Predial Preventiva. A primeira reunião do GT aconteceu no dia 8 de fevereiro, na sede do Clube de Engenharia. A equipe está composta por 6 ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 representantes do Clube de Engenharia, da ABECE, da PUC-GO (Pontifícia Universidade Católica de Goiás), do Ibape (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia), da ABMS (Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica), do Crea-GO (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Estado de Goiás) e da ABEE (Associação dos Engenheiros Eletricistas). “A proposta é trabalhar com informações técnicas, com a legislação vigente e propor ações operacionais e políticas para ampliar a importância da participação dos profissionais nas atividades a eles atribuídas”, explica o delegado. Delegacia Regional Goiânia Delegado: Ricardo Veiga (62) 3251-0242 [email protected] Rio de Janeiro Workshop sobre protensão tem apoio da ABECE O uso do aço para concreto protendido como solução segura, rápida e econômica foi o assunto do workshop promovido entre os dias 24 e 26 de novembro de 2011 no Centro de Eventos Mário Henrique Simonsen. Especialistas no assunto, como os engenheiros Ricardo Brigido, Jean Pierre Biat, Leonardo Fonseca, Sérgio Santos, Sérgio Carvalho, Joaquim Caracas e Marcelo Silveira debateram aspectos dessa tecnologia com os participantes. O último dia do workshop reservou uma visita à Premag - Centro de Serviços e Corte de Cordoalhas, que fica em Magé (RJ). O evento foi promovido pela ArcelorMittal e contou com o apoio da ABECE, por intermédio da Delegacia Regional do Rio de Janeiro, entre outras entidades e empresas. Acidente Em virtude da tragédia ocorrida no dia 25 de janeiro de 2012, na qual três prédios desabaram no centro histórico da capital fluminense, o Clube de Engenharia do Rio de Janeiro designou uma comissão para investigar as causas do acidente. A ABECE está participando da comissão representada pelos engenheiros César da Silva Pinto (delegado adjunto da Regional Rio de Janeiro) e eng. Justino Vieira (associado e ex-delegado regional). Delegacia Regional Rio de Janeiro Delegado: Claudio Adler (21) 2132-7365 [email protected] Natal Palestra apresenta e discute a NBR 6118 Mais de 50 profissionais se reuniram para assistir à apresentação do texto da revisão da NBR 6118 A ABECE, por intermédio da Delegacia Regional de Natal, e a UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) promoveram, no dia 23 de novembro de 2011, na Escola de Ciência e Tecnologia, um encontro para apreciação e debate das questões técnicas relativas à revisão da NBR 6118 - Projetos de Estruturas de Concreto - Procedimento. A apresentação contou com 55 participantes e teve como base o texto de revisão da NBR 6118 entregue aos profissionais presentes no ENECE 2011 - Encontro Nacional de Engenharia e Consultoria Estrutural, realizado em 27 de outubro de 2011, em São Paulo (SP). Na ocasião, a eng. Suely B. Bueno, que é coordenadora da comissão da ABECE de revisão da NBR 6118, explicou quais as principais alterações que estão sendo feitas no texto da Norma e os itens polêmicos a serem estudados. O delegado regional de Natal, eng. Petrus G. B. da Nóbrega, e o adjunto, eng. Joel Nascimento Neto, que participaram do ENECE, julgaram importante levar aos profissionais de Natal as principais mudanças que estão sendo propostas e que afetam o projeto e a execução das obras de concreto, a fim de que estes pudes- sem discutir e propor sugestões para a Comissão de Revisão. “Foi uma iniciativa importante para informar aos profissionais as propostas de alterações da norma, coletar impressões e sugestões e uma oportunidade de rever e discutir certos temas de importância para a prática de projeto e de execução das estruturas”, comenta o delegado. Delegacia Regional Natal Delegado: Petrus G. B. da Nóbrega (84) 9927-8130 [email protected] ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 7 Encontros prosseguem com transmissões on-line Presidente Eduardo B. Millen (à esq.) abriu a palestra de janeiro, que foi apresentada pelo eng. Thomas Carmona (ao seu lado) e acompanhada por mais de 50 profissionais M ais de 50 pessoas estiveram presentes no primeiro encontro mensal de 2012 realizado pela ABECE em sua sede nacional, em São Paulo (SP), no dia 1º de fevereiro. No entanto, graças à transmissão on-line, profissionais reunidos em Natal, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Londrina, Curitiba e Manaus também puderam acompanhar e participar da apresentação do eng. Thomas Carmona sobre dois casos reais de análise de conformidade do concreto. “Nossa sede ficou pequena para a quantidade de participantes, dentre eles o prof. Paulo Helene, eng. Inês Battagin, eng. Antonio Carmona, eng. Arcindo Vaquero y Mayor (presidente da ABESC), eng. Marcos Velletri, eng. Eduardo Penteado, eng. Natan Leventhal, entre outros que, igualmente, nos honraram com sua presença nesta primeira palestra”, ressalta o eng. Augusto G. Pedreira de Freitas, vicepresidente de Tecnologia e Qualidade e coordenador dos encontros mensais. Mestre em Engenharia pela EPUSP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) na linha de pesquisa Corrosão de Armaduras e também Master pelo Instituto Eduardo Torroja de Ciências da Construção - Espanha, o eng. Thomas Carmona apresentou dois casos reais de não conformidade do concreto em obras verticais. 8 “Lançando mão de procedimentos consagrados, a exemplo das prescrições normativas da ABNT NBR 6118:2007 Projeto de estruturas de concreto - Procedimento, da Recomendação ABECE 001:2011 Análise de casos de Não Conformidade do Concreto e de outros na literatura corrente, ele nos guiou através do refinamento do cálculo estrutural a fim de avaliar a segurança e, assim, dar subsídio à aceitação da parte da estrutura executada com o lote de concreto não conforme”, comenta o eng. Caue Carromeu, que acompanhou o encontro na sede da ABECE. ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 No caso 1 apresentado pelo palestrante, após o tratamento dos resultados de resistência axial à compressão de testemunhos extraídos e de ensaios suplementares (esclerometria e ultrassom), é realizada a verificação estrutural, que aceita a estrutura. Já no caso 2, nota-se um descaso na análise dos resultados do controle tecnológico concomitantemente à execução da obra e também uma grande quantidade de não conformidades. Assim, é realizada a verificação estrutural em diversos elementos com lotes de concretos não conformes. Por fim, é realizado o reforço estrutural de alguns elementos. “Para ambos os casos, fica clara a necessidade do responsável pela obra se ater a questões técnicas na contratação da concreteira, visitando a central de concreto para verificação do cumprimento dos prescritos na norma ABNT NBR 7212:1984 - Execução de concreto dosado em central; e na contratação do laboratório responsável pelo controle tecnológico, visitando o mesmo para verificação dos procedimentos. E caso o responsável pela obra desconheça esses processos, é aconselhável a contração de um tecnologista de concreto para suprir essa necessidade”, destaca o eng. Carromeu. Regionais on-line Goiânia Manaus Implantadas em 2010 com o objetivo de proporcionar aos associados distantes da sede nacional a oportunidade de participar dos encontros mensais, as transmissões on-line têm ser tornado atividade frequente em diversas delegacias regionais. No primeiro encontro de 2012, sete regionais acompanharam a palestra do eng. Thomas Carmona: Natal, Fortaleza, Brasília, Goiânia, PR/Norte, Curitiba e Manaus. “O tema apresentado “Dois casos reais de análise de conformidade do concreto”, além de ser muito atual e atrativo para os diversos segmentos da engenharia e arquitetura, foi Brasília apresentado de forma clara e objetiva. No Clube de Engenharia de Goiás se reuniram quase 80 pessoas entre profissionais, empresários, professores e estudantes de graduação e pósgraduação interessados no assunto em pauta. A atenção e participação de cada um mostrou a importância daquela atividade. Antes da palestra foi servido um delicioso lanche permitindo a integração e confraternização dos participantes”, conta o eng. Ricardo Veiga, delegado regional de Goiânia. Já a Delegacia Regional de Curitiba firmou parceria com o Instituto IDD para a transmissão on-line, na sede do instituto, dos encontros mensais de 2012. Capa Mais uma grande festa de confraternização para homenagear profissionais de destaque Mais de 300 convidados do evento foram recepcionados com coquetel Foi com grande êxito que o Destaques ABECE, mais conhecido por PUFA! pelos organizadores e patrocinadores, chegou à sua quinta edição, consagrando-se como um importante momento de confraternização entre os profissionais da área e convidados. Cerca de 400 pessoas prestigiaram, na noite de 7 de dezembro de 2011, a g grande festa realizada no Espaço Rosa R Rosarum, em São Paulo (SP). Além disso, a iniciativa é uma forma de valorizar o engenheiro estrutural, uma vez que entre os profissionais indicados pelas empresas participantes, um deles, obrigatoriamente, é o responsável pelo projeto estrutural da obra. O 12 profissionais homenageados foOs r ram destacados pelo trabalho realizado n decorrer de 2011, no desenvolvino m mento das obras escolhidas pelos pat trocinadores do evento: ArcelorMittal, A Atex, Brasfond, Mills, TQS Informática e T&A. Vice-presidente de Marketing da ABECE e coordenador co c ordenador do Destaques ABECE, eng. João Alberto Vendramini, conduziu o cerimonial do evento O evento, que conta com coquetel, j jantar e show dançante, foi criado pela A ABECE com o objetivo de reconhecer p profissionais pelo empenho e dedicação em colocar sua ideia em prática. Eng g. Eduardo Edua Edua duardo rdo Barros Barro Ba rross Millen, rro Mill Mill illen, en, presidente en presi pr e den esi dente te da ABECE, ABECE fez fe ez o Eng. pronunciamento de abertura do evento e agradeceu a presença e o prestígio de todos ABECE AB ABE CE INF CE INFORMA NFFORM MA 8899 - Ja Jan/Fev an/F n/Fev n/ ev 201 20122 9 Capa 1100 Obra: Aquário Pantanal (Campo Grande - MS) Construtora: Egelte Engenharia Obra: Sede do TRF da 1ª Região (Brasilia - DF) Construtora: Engefort Profissionais homenageados: Mauricio Brun Bucker e Egydio Vilani Comin Profissionais homenageados: Bruno Contarini e Luiz Alexandre Reis e Silva Eng. Mauricio Brun Bucker (à dir.) recebe homenagem das mãos do eng. Janus Magno (engenheiro de Aplicação da ArcelorMittal) Eng. Bruno Contarini (à dir.) recebe homenagem das mãos do eng. Marcos Terra (diretor técnico da Atex) Eng. Egydio Vilani Comin (à esq.) recebe homenagem das mãos do eng. Jefferson Dias de Souza Júnior (diretor da ABECE) Eng. Luiz Alexandre dos Reis Silva (à esq.) recebe homenagem das mãos do eng. Carlos Alberto Baccini (representante da Delegacia Regional de Brasilia da ABECE) Obra: Transcarioca - Corredor Exclusivo BRT (Rio de Janeiro - RJ) Construtora: Consórcio Transcarioca BRT Obra: Vila dos Corais (Recife - PE) Construtora: I.R Odebrecht Realizações Imobiliárias Profissionais homenageados: Alexandre Pinto da Silva e João Luis Casagrande Profissionais homenageados: André de Melo Basto e Carlos Augusto Calmon Nogueira da Gama Eng. Alexandre Pinto da Silva (à dir.) recebe homenagem das mãos de Armando Caputo (superintendente da Brasfond) Eng. André de Melo Basto (à dir.) recebe homenagem das mãos de Maria Alice Moreira (diretora comercial da Divisão Jahu) ABECE ABE B CE INF INFORMA NFORM FOR A 8899 - JJa Jan/Fev n/Fev n/F ev 201 20122 Eng. João Luis Casagrande (à esq.) recebe homenagem das mãos do eng. Roberto Dias Leme (diretor da ABECE) Eng. Carlos Augusto da Gama (à esq.) recebe homenagem das mãos da eng. Suely B. Bueno (vice-presidente de Relacionamento da ABECE) Capa Obra: Landscape Beira Mar (Fortaleza - CE) Construtora: Tecnisa Profissionais homenageados: Dacio Carvalho e Luiz Fiuza Eng. Dacio Carvalho (à dir.) recebe homenagem das mãos de Nelson Covas (diretor da TQS) Arq. Luiz Fiuza (à dir.) recebe homenagem das mãos de Guilherme Covas (diretor da ABECE) Jantar Jan tar foi foi oferecido ofer ofer fereci ecido eci do após após a entrega en entre trega tre ga das homenagens homen homen menage agens age ns Obra: Transamerica Expo Center (São Paulo-SP) Construtora: Serpol Engenharia e Construtora Ltda. Profissionais homenageados: Luiz Cholfe e Paulo Eduardo Patricio Eng. Paulo Eduardo Patricio (à dir.) recebe homenagem das mãos de José Almeida (presidente da T&A) Eng. Luiz Cholfe (à dir.) recebe homenagem das mãos do eng. Thomas Carmona (diretor da ABECE) Show Sho wd danç dançante ançant anç ante ant e contagiou cont cont ontagi agiou agi ou o público públ úb ico co presente prese prese esente nte ABECE ABE AB BEECE INFORM INF INFORMA N ORMA NF ORM MA 8899 - Ja Jan/F Jan/Fev n/Fev 2012 n/F 1111 Artigo Técnico Péricles Brasiliense Fusco Engenheiro Civil e Naval pela EPUSP (Es- cola Politécnica da Universidade de São Paulo), com doutorado em Engenharia pela mesma instituição. Livre-docente (1975) e Professor Titular (1980), ambos da EPUSP. Coordenador das áreas Sistemas estruturais de concreto e Análise experimental de estruturas do Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações da EPUSP. Fundador e Diretor do Laboratório de Estruturas e Materiais Estruturais da EPUSP. Projetista de estruturas de concreto, tendo participado de grandes obras realizadas no país durante os últimos 25 anos nas áreas de edifícios altos, indústrias pesadas, pontes e usinas. Cortesia: Exata Engenharia Controle da resistência do concreto 1 - CONCEITOS BÁSICOS DE SEGURANÇA ESTRUTURAL 1.1 - INTRODUÇÃO No início do emprego do concreto armado, iniciou-se também o processo de normalização do projeto estrutural. Até então, as novas estruturas eram projetadas pelo método comparativo. Na Europa, os primeiros projetos de estruturas da construção civil foram feitos determinando-se as dimensões das peças estruturais por meio de sua comparação direta com as dimensões de peças análogas empregadas em construções semelhantes, que empiricamente haviam sido julgadas como bem construídas. Posteriormente, os desenvolvimentos ocorridos com os conhecimentos de Resistência dos Materiais permitiram o início da normalização dos projetos de estruturas, feitos com a aplicação do método de cálculo de tensões admissíveis. As cargas atuantes foram fixadas subjetivamente com valores arbitrariamente considerados como plausíveis. As tensões admissíveis foram fixadas, adotando-se as máximas tensões calculadas em regime elástico linear nas estruturas consideradas como bem construídas, se elas fossem solicitadas pelas cargas úteis então arbitradas. Com isso, o método comparativo de projeto deixou de comparar diretamente dimensões de peças estruturais, passando a comparar tensões máximas com tensões admissíveis. Com o correr do tempo, a resistência do concreto passou a ser determinada experimentalmente, adotando-se como referência o valor médio obtido com o ensaio de três corpos de prova, empregando-se os coeficientes de segurança 3 para o próprio concreto, e 2 para o aço das armaduras. 122 No Brasil, a normalização começou na década de 40 do século passado, com a elaboração da NB-1. Para o concreto, na compressão simples, a tensão admissível adotada foi de 40 kgf/ cm2 (4 MPa) e, na flexão simples ou composta, de 60 kgf/cm2 (6 MPa). No cisalhamento, o valor admissível era de 6 kgf/cm2 (0,6 MPa) para as vigas, e de 8 kgf/cm2 (0,8 MPa) para as lajes. Na década de 50, quando se introduziu o cálculo de concreto armado em regime de ruptura, surgiu o conceito de resistência ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 mínima do concreto, adotando-se para isso o valor de ¾ da resistência média. Mais tarde, introduziu-se a ideia de que a distribuição de resistências do concreto seria normal (gaussiana), e que a resistência característica, definida como o valor com apenas 5% de probabilidade de ser ultrapassado no sentido desfavorável, deveria ser adotada como o valor representativo da resistência mecânica dos materiais de construção. A ideia de probabilização da segurança das estruturas sempre existiu, desde o código de Hamurabi. Não existe estrutura absolutamente segura. Sempre existirá uma probabilidade de ruína. Ao poucos, a probabilização das ideias de segurança estrutural foram sendo construídas. De início, o método probabilista de projeto das estruturas foi permitido como uma simples alternativa ao método de tensões admissíveis. Atualmente ele é o método fundamental do cálculo estrutural. Esse é um caminho que ainda está sendo percorrido. 1.2 - SEGURANÇA DA ESTRUTURA A passagem do projeto estrutural pelo método de tensões admissíveis para o método probabilista ficou consolidada no início da década de 70 do século passado. Ficaram então definitivamente implantadas as ideias probabilistas referentes à caracterização das resistências dos materiais e das ações atuantes nas estruturas. Igualmente, foram imaginadas formas plausíveis de quantificar a segurança das estruturas por meios probabilistas. A Figura 2 apresenta sinteticamente os conceitos empregados pelo chamado método probabilista de nível I, também dito método semiprobabilista de projeto estrutural, incluindo também um detalhe referente aos efeitos de longa duração na resistência do concreto. Uma das ideias básicas para essa probabilização é a de que a resistência do concreto tenha uma distribuição normal de valores. Nesse sentido, dado um conjunto de valores xi, que medem uma dada propriedade dos elementos que compõem uma certa população normal de N elementos, definem-se os parâmetros mostrados na Figura 1. De um lado, da própria população e, de outro, de amostras com N exemplares dela extraídas, que irão servir para a estimativa dos parâmetros desse universo, sendo: média da amostra: xm = x média da população: μx; 2 variância da amostra: Sx2 variância da população: σx desvio padrão da amostra: Sx desvio padrão da população: σx coeficiente de variação coeficiente de variação da população: δ x da amostra: δ x Figura 2 PARÂMETROS PROBABILÍSTAS DE SEGURANÇA RESISTÊNCIAS: Rm = valor médio Rk = valor característico (inferior) Rd = valor de cálculo Rk /γR γR = coeficiente de ponderação (minoração) da resistência SOLICITAÇÕES Sm = valor médio Sk = valor característico (superior) Sd = valor de cálculo = γf Sk γf = coeficiente de ponderação (majoração) das ações Neste método de cálculo, admite-se que a ruína da estrutura ocorrerá quando, na seção mais solicitada, a resistência de cálculo for igual Rd e, simultaneamente, a solicitação máxima for igual Sd, ou seja, a probabilidade de ruína seria dada interseção ( R = Rd S = Sd ). Figura 1 PARÂMETROS DA DISTRIBUIÇÃO NORMAL Na verdade, a ruína pode ocorrer com muitas outras combinações de esforços resistentes e esforços solicitantes. A Figura 3 apresenta um croquis explicativo dessa condição generalizada de ruína. ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 13 2 - AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA DO CONCRETO Artigo Técnico 2.1 - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO EMPREGADOS NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX Desde o início do controle experimental da resistência do concreto, o conjunto de corpos de prova correspondentes a algumas betonadas que tivessem sido controladas era considerado como representativo do concreto da parte da estrutura realizado com esse concreto. O concreto podia ser preparado na própria obra, empregando betoneiras de pequeno porte, colhendo-se amostras aleatoriamente ao longo dos trabalhos de construção. Figura 3 Para qualquer S, sempre haverá a possibilidade de ocorrer Refetiva< S. Para qualquer R, sempre haverá a possibilidade de ocorrer S > Refetiva. Na Figura 4 estão apresentadas as principais ideias referentes à determinação da resistência do concreto, as quais envolvem os seguintes conceitos: Quando se admitia que o concreto de toda a estrutura tinha sido controlado desse modo, por meio de corpos de prova extraídos aleatoriamente ao longo de toda a construção, admitiase que seria obtida uma estimativa da resistência característica do concreto de toda a estrutura. fc,estrutura = f1cd = kmod fck; Obviamente, esses procedimentos envolviam a presença de uma grande variabilidade aparente nos resultados experimentais obtidos. kmod = coeficiente de modificação= kmod1 .kmod2 .kmod3; kmod1 = considera a influência da altura do corpo-de-prova; kmod2 = considera o aumento da resistência com o tempo; kmod3 = considera a perda de resistência pela permanência das cargas; A impossibilidade de se avaliar o quantil de 5% de uma distribuição de valores a partir de uma amostra muito pequena provocava muitas controvérsias. γc = coeficiente de minoração = γc1 . γc2 . γc3 ; γc1 = considera a variabilidade intrínseca da resistência As próprias normas aceitavam critérios simplistas, julgando satisfatória uma amostra com 32 exemplares, para a determinação do valor característico de uma população pela definição fck = fcm - 1,65 sx. γc do concreto; γc2 = considera a diferença dos processos de produção da estrutura e do corpo-de-prova; γc3 = considera outros possíveis efeitos deletérios (defeitos localizados, peneiramento pela armadura, cura defeituosa, etc). Com essa hipótese, como o erro médio obtido na estimativa do desvio padrão da população pode chegar a E = (σx - s x)/ σx = 25%, com 95% de probabilidade, esse tipo de critério era absolutamente inadequado para a finalidade que se tinha em vista. Alguns regulamentos até permitiam amostras de apenas 20 exemplares, sem qualquer justificativa lógica para isso. Uma análise mais cuidadosa desse problema mostra que, com amostras pequenas, não é possível estimar-se o quantil de 5% a partir das estimativas separadas da média e do desvio-padrão. Desse modo, o caminho possível era estimar-se o quantil característico diretamente sem passar pela estimativa direta do desvio-padrão. Figura 4 14 CONCEITOS PRINCIPAIS ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 Por essa razão, na elaboração NB-1/78, adotou-se o critério, então julgado de natureza empírica, de se estimar a resistência característica pelas expressões até hoje vigentes na NBR 6118. Esse entendimento vigorou até pouco tempo atrás, inclusive nos debates ocorridos no Concrete Show, realizado em São Paulo, em setembro de 2009. Todavia, como se expõe adiante, pode-se provar que esse es- timador é efetivamente centrado no valor característico da população de onde a amostra foi retirada. tiva a abscissa do centro de gravidade da área delimitada pela função f(x), de 0 até a abscissa de xM-1, sendo 2.2 - INTERPRETAÇÃO DO ATUAL CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA DO CONCRETO xM-1 = x1 + x2 + …+ xM-1 M-1 Dada uma população de valores X com distribuição normal, de média μx e desvio padrão σx, a Figura 5 mostra as características probabilísticas essenciais dessa população e da correspondente população formada pela variável reduzida, definida por u = x-μx σx , cujos parâmetros são μu= 0 e σu = 1. Nessa figura, f(x) é a função de densidade de frequência e F(x) é a função de frequência. O mesmo vale para a funções f(u) e F(u). Figura 6 De forma análoga, o valor de xM, que divide a amostra total em duas partes com números iguais de elementos, representa uma estimativa da mediana da distribuição. Com distribuições normais, que são simétricas em relação à mediana, ela também representa uma estimativa da média μx da população em questão. Figura 5 Dada uma amostra de N elementos retirados de um universo normal de média Ix e desvio padrão Ox, sendo N um número par, ordenam-se os valores em ordem crescente x1≤ x2 ≤…≤ xM-1≤ xM ≤ …≤ xN-1≤ xN onde M=N/2. Se N for impar, despreza-se o maior valor. É importante assinalar que este critério é essencialmente aplicado quando a avaliação da resistência característica é globalmente feita com o concreto produzido em diferentes betonadas. A situação usual desse emprego ocorre quando a amostragem do concreto não foi feita com todas as betonadas empregadas no lote considerado. Em princípio, este critério também pode ser aplicado em critério de contra-prova, como posteriormente está mostrado. A função de estimação do valor característico xk, correspondente ao quantil x0,05, cuja probabilidade de ser ultrapassado no sentido de valores ainda menores é apenas de 5%, é definida por Xk,est=2[(x1+ x2 +…+xM-1)/(M-1)] -xM Conforme se mostra na Figura 6, o valor de xM-1, que é a média dos (M-1) menores valores contidos na amostra, é uma estima- Em princípio, xM-1 poderia ser calculada considerando a área desde 0 até a abscissa representativa de μx. Todavia, evitando a hipótese de que sejam iguais os valores de xM-1 e de xM, sendo xM=μx, adota-se xM-1= μx -0.05σx, que no caso da resistência de concretos com fck ≤ 50 MPa, corresponde a uma diferença 0,05 σx ≤ 0,25MPa. Para o cálculo de xM-1 em uma distribuição normal, calculam-se a área A e o momento estático S da figura mostrada na Fig. 6 em relação ao eixo vertical passando pela abscissa xM-1. μ Considerando a função f(u) da variável normal reduzida xσ , sendo u2 – f (u ) = 1 e 2 2π obtêm-se , respectivamente, -0,05 A= ∫ f (u) du = 0,48 -4 e -0,05 S= ∫ f (u) .udu = 0,398 -4 logo xCG= – 0,398 = –0.829 0,48 Na passagem da distribuição normal reduzida f (u) para a distribuição normal dos valores iniciais f (u), é preciso multiplicar os coeficientes por σx. ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 15 2.3 - RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA DO CONCRETO DE UM CAMINHÃO-BETONEIRA Artigo Técnico Desse modo, como o termo entre colchetes [(x1+ x2 +…+ xM-1)/(M-1)] é uma estimativa da média xM-1 dos (M-1) menores valores da população integral, pode-se escrever a expressão de Xk,est sob a forma e sendo resulta ou seja Xk,est = 2[xM-1]–xM xM-1= μx –0,829σx Xk,est = 2[μx -0,829σx]–μx = μx –1,658σx Xk,est =Xk,ef A função de estimativa aqui estudada, vigente na NBR 6118, é, portanto, um estimador efetivamente centrado no valor característico da população analisada. Além disso, como ele decorre de duas estimativas de médias, uma da média do conjunto de valores da metade menos resistente da amostra, e outra da média do conjunto de todos os valores da amostra, por meio da mediana desse conjunto, a sua variância é significativamente menor que a variância de estimadores que também levam em conta diretamente a variância da população. Observe-se, finalmente, que ao contrário do que foi considerado anteriormente a esta publicação, esse estimador não pode ser aplicado imaginando-se que os M valores conhecidos sejam apenas a metade menos resistente de uma amostra ideal de 2M valores. Como está mostrado na Figura 7, se isso fosse admitido, o valor da média xM-1 seria praticamente uma estimativa da média μx da população, e xM seria o valor xmax da amostra. Nessas condições, o estimador estaria centrado no valor [2 μx- xmax]. Com uma distribuição simétrica da variável X em torno de sua média, o estimador forneceria valores xk,est = 2 μx - xmax = μx-(xmax - μx) = μx -( μx -xmin ) = xmin que seriam estimativas exageradamente baixas do valor característico. De acordo com procedimentos normalizados de colheita do material para moldagem dos 2 corpos de prova que formam a amostra para o controle da resistência do concreto fornecido por um único caminhão-betoneira, exige-se que o material seja retirado do terço médio da descarga. Com isso, espera-se que os resultados assim obtidos estejam isentos do efeito de uma eventual sedimentação do cimento ao longo da altura do equipamento. Dos dois corpos de prova ensaiados, considera-se apenas o resultado X0 mais alto. Para controlar a variabilidade da resistência do concreto existente ao longo do material fornecido por uma única betoneira, devem ser colhidas mais duas porções de material, uma ao se atingir 15% da descarga e outra nos 85% da operação, com as quais podem ser obtidos mais dois valores da resistência desse concreto. De acordo com a (NBR-11562 - ítem 6.3), para aceitar que uma betoneira esteja em condições satisfatórias de funcionamento, das 3 resistências obtidas para seu controle, exige-se que seja Xmax - Xmin ≤ 0,15X0. Desse modo, a tolerância admitida para a variabilidade da resistência do concreto fornecido por uma única betonada é dada por Xmax - X0 = 7,5% ( X0 ) X0 - Xmin = 7,5% ( X0 ) o que mostra que a distribuição de resistências ao longo da betonada é simétrica, e que o valor médio X 0 é uma boa estimativa da média dessa distribuição, confirmando-se assim a hipótese de que tal distribuição seja gaussiana. Por outro lado, empiricamente, sabe-se que na amostragem de populações com distribuição normal, muito raramente as amostras apresentam valores individuais Xi fora do intervalo μx – 3σx ≤ Xi ≤ μx +3σx onde μx é a média e σx o desvio-padrão dessa população. Figura 7 16 ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 A título de ilustração dessa regra empírica, no caso do concreto produzido por um único caminhão-betoneira, com o qual poderia ser construída uma população de cerca de 1600 corpos de prova, a probabilidade de serem obtidos valores individuais abaixo de determinados limites está indicada na tabela apresentada na Figura 5. CAMINHÃO-BETONEIRA: 1600 corpos de prova 15x3 P= 50% X0,5 = μx P= 5% X0,5 = Xk = μx -1,645 σx P= 6,21x10-3 X0,00621 = μx -2,5 σx P= 5% X0,005 = Xd = μx -2,58 σx P= 1,35x10-3 X0,00135 = μx -3 σx P= 5,77x10-4 X0,000577 = μx -3,25 σx concreto cuja resistência foi avaliada com um valor menor que aquele especificado originalmente no projeto. (Nx<μx = X0,5) = 1600/ 2= 800 (Nx< X0,5) = 1600x0,05/ 2= 80 (Nx< X0,00621) = 1600x0,00621= 10 (Nx< X0,005) = 1600x0,005= 8 (Nx< X0,00135) = 1600x0,00135= 2 (Nx< X0,000577) = 1600x0,000577= 1 Figura 8 Número de valores Nx inferiores ao valor X, com P% de probabilidade Desse modo, da condição (X0 – 0,075X0 ≤ X0≤ X0+ 0,075X0 ), conclui-se que: média da população: μx = X0 desvio padrão da população: σx ≤ 0.075X0 = 0,025 X0 3 logo, a resistência característica efetiva do concreto fornecido por um único caminhão-betoneira vale fck ≥ Xk = X0– 1,645 x 0,025 X0 = 0,96 X0 3 - CONTROLE DA RESISTÊNCIA DO CONCRETO 3.1 - O PROCESSO DE CONTROLE O controle da resistência do concreto tem por finalidade verificar a conformidade da resistência dos diferentes lotes de concreto empregados em uma estrutura com o valor da resistência característica especificada no seu projeto. O controle básico da resistência do concreto é feito por meio de ensaios de corpos de prova moldados na obra, por ocasião do lançamento do concreto. A partir dos resultados desses ensaios, é feita a estimativa do valor da resistência característica inferior do concreto, que corresponde à probabilidade de 5% de existirem frações do concreto com resistência ainda menor. Em princípio, quando existir essa conformidade, não haverá motivos que impeçam a aceitação automática desses lotes de concreto pelos responsáveis pela segurança da estrutura. Todavia, quando de acordo com o controle inicial não existir essa conformidade, a aceitação desses lotes de concreto pelos responsáveis pela segurança da estrutura, sem a necessidade de realizar obras de reforço da estrutura, somente poderá ser feita após procedimentos de controle de contraprova que contradigam os resultados do controle inicial e assegurem a efetiva conformidade do concreto, ou se o lote de concreto em exame tiver sido empregado em peças estruturais que, a critério do responsável pelo projeto da estrutura, tenham sua segurança satisfatoriamente garantida mesmo com o emprego desse Nas decisões a respeito do que se deve considerar a respeito da resistência do concreto da estrutura, tomadas em função das resistências determinadas nos ensaios de corpos de prova moldados por ocasião do seu lançamento, é preciso levar em conta que os resultados dos ensaios de controle também podem ser afetados pelas condições de moldagem, de cura na obra, e do transporte dos corpos de prova desde a obra até o laboratório de ensaio, podendo também ser afetados pelas condições de cura até a data de ensaio e pelos procedimentos de preparação desses corpos de prova para ensaio, e pelos próprios procedimentos de ensaio. Para o controle da resistência do concreto, é necessário distinguir dois procedimentos distintos, o controle total e o controle parcial, como adiante especificados. 3.2 - CONTROLE TOTAL No controle total, é feita a amostragem total, isto é, o concreto de cada amassada (caminhão-betoneira) é controlado individualmente, e também é realizado o mapeamento do lançamento do concreto ao longo da estrutura. Como o resultado do ensaio do exemplar de controle do concreto de cada caminhão-betoneira somente é obtido cerca de um mês após o seu lançamento na obra, ele só fica conhecido após a utilização dessa betonada. Desse modo, se a resistência obtida for inferior ao valor especificado no projeto estrutural, isto é, se fck,est < fck,esp, qualquer providência posterior a respeito dessa betonada particular somente poderá ser tomada se sua localização puder ser rastreada ao longo da estrutura. Esse rastreamento somente poderá ser feito se também houver sido realizado o mapeamento do lançamento do concreto ao longo da estrutura. Critério de controle C1 No caso de controle total, a resistência do concreto de cada caminhão-betoneira é avaliada individualmente. Dos dois corpos de prova ensaiados, considera-se apenas o resultado X0 mais alto. Em princípio, a resistência característica estimada deve ser adotada com o valor fck,est = 0,96 X0. Se o resultado obtido for fck,est ≥ fck,esp, a resistência dessa betonada será considerada automaticamente como conforme. Se resultar fck,est < fck,esp, o material será considerado como não conforme em relação ao valor especificado no projeto da estrutura. ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 17 O significado probabilista desta expressão está apresentado no item 2.2. Artigo Técnico No caso de ter havido controle total, existindo o correspondente mapeamento dos locais de lançamento das diferentes frações do concreto empregado, a critério do projetista da estrutura, esse concreto poderá ser considerado como se fosse conforme, em função da avaliação da segurança das peças estruturais onde esse concreto foi empregado. O emprego deste estimador admite que o todos os exemplares sejam extraídos de uma única população homogênea. Desse modo, se a amostra foi extraída de uma mistura de populações diferentes, a resistência característica calculada é, apenas, uma resistência característica aparente. Possível critério alternativo C1’ Critério de controle C3 Existe a possibilidade de adoção de um eventual critério alternativo que, por simplicidade se admite a conformidade da resistência quando fck,est = X0. Esse critério poderá exigir uma revisão dos valores numéricos apresentados nos critérios de conformidade e de aceitação adiante analisados. A título de esclarecimento, a tabela seguinte mostra a influência da adoção do critério fck,est = X0 sobre a resistência de cálculo f1,cd, fck admitindo a relação básica f1,cd = 0,85 γc = 0,607 fck , sendo: f1,cd ef / f1,cd esp ≥ 0,96 3.4 - CRITÉRIO DE CONTRAPROVA VALORES EM MPa RESISTÊNCIA ESPECIFIC. fck,esp 20 30 40 50 VALOR ESPECIFIC. f1,ck esp 12,1 18,2 24,3 30,3 VALOR EFETIVO f1,cd ef≥ 11,7 17,5 23,3 29,1 DIFERENÇA f1,cd esp - f1,cd ef ≤ 0,4 0,7 1,0 1,2 3.3 - CONTROLE PARCIAL O controle parcial ocorre quando não é feito o controle de cada caminhão-betoneira, ou quando não é feito o mapeamento do lançamento do concreto ao longo da estrutura, embora possa ter sido feita a amostragem total, isto é, a amostragem do material de todos os caminhões-betoneira. Na ausência de mapeamento do lançamento do concreto, não se sabe localizar a posição de cada betonada empregada na estrutura. Critério de controle C2 No caso de controle parcial, o concreto deverá ser julgado pelo conjunto de resultados experimentais obtidos das betonadas empregadas em todo um certo trecho da estrutura. Dos resultados dos ensaios de N testemunhos, sendo N um número par, com resistências individuais f1≤ f2 ≤…≤ fm-1≤ fM ≤ …fN-1≤ fN , sendo M = N /2, considera-se apenas a metade menos resistente, obtendo-se a estimativa 18 fck,est=2[(f1+ f2 +…+fM-1)/(M-1)] fM ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 No caso de controle parcial, havendo amostragem total mas não tendo sido feito o mapeamento dos locais de lançamento, se o resultado obtido com todas as betoneiras for fck,est ≥ fck,esp, o concreto será automaticamente considerado conforme. Todavia, se resultar um único valor fck,est < fck,esp, todo o concreto será considerado não conforme, pois não se saberá onde esse concreto foi lançado. Caso o concreto tenha sido considerado não conforme pelo controle exercido com o material colhido por ocasião de seu lançamento, o engenheiro responsável por essa análise deverá recomendar uma avaliação de contraprova da resistência do concreto, por meio de ensaios de testemunhos extraídos das peças estruturais que julgar possam ter sido executadas com o concreto não conforme. Para a contraprova, deverão ser consideradas, separadamente, apenas as partes que possam ser julgadas como construídas com lotes de concreto razoavelmente homogêneos. No exame dessa homogeneidade, as análises esclerométrica e de ultra-som poderão ser elementos auxiliares. Em qualquer caso, com a necessária anuência do projetista da estrutura, a eventual aceitação do concreto poderá ser feita se for verificada a condição f ck,est ≥0.9 f ck,esp, que equivale a adotar γc2 = 1,0 , por se admitir que as causas que justificam a presença desse coeficiente parcial de minoração da resistência do concreto, para corpos-de-prova moldados por ocasião da concretagem, não poderão agir com os testemunhos extraídos da estrutura já existente. Critério de controle C4 No caso de inicialmente ter sido verificada a não conformidade do concreto, para o controle de contraprova de cada lote em exame, deverão ser cuidadosamente especificados o número N e os locais de extração dos testemunhos, mantendo-se uma razoável distância entre eles, para que fique considerado todo o volume do concreto a ser examinado. O número N de testemunhos deve ser coerente com o tamanho de cada trecho em exame. Para o ensaio de testemunhos extraídos do concreto da estrutura, não há necessidade da extração de pares de corposde prova gêmeos, pois não há risco de que o processo empregado na concretagem de um deles tenha sido diferente do empregado na do outro. Além disso, os eventuais defeitos dos testemunhos extraídos serão visíveis e, quando houver dúvidas, sempre poderá ser extraído um novo testemunho nas imediações daquele que possa estar sob suspeição. De maneira análoga, como nessa amostragem todos os testemunhos representam partes reais da estrutura em exame, não há razão de natureza física para desprezar-se a metade dos resultados mais altos obtidos nessa investigação. Por outro lado, como se mostra no item 2.2, não é correto fazer a estimativa da resistência característica com o estimador especificado pelo Critério C2, admitindo-se que a amostra conhecida de N elementos seja a metade menos resistente de uma amostra ideal de 2N corpos de prova. Desse modo, como não se conhece a variabilidade da resistência ao longo de todo o concreto em exame, é preferível subdividir o lote total a ser examinado em lotes locais independentes e julgá-los individualmente. Para isso, de cada lote local, pode ser extraído um número reduzido de corpos de prova, determinando-se assim o valor da resistência média de cada trecho. A resistência característica de cada trecho pode então ser estimada a partir desse valor médio experimental, admitindo-se um critério análogo ao critério C1, adotando um valor da ordem de f ck,est = fcm,exp = 0.9 f cm,experimental 1,1 Nessa investigação, não poderão ser aceitos resultados muito discrepantes entre si. Caso isso ocorra, a critério do responsável pela investigação, deverão ser ensaiados testemunhos suplementares. Dessa forma, na contraprova, o menor número aceitável de testemunhos, em função do volume estimado de cada lote local em verificação, será de 2 a 3 corpos de prova, que devem ser extraídos ao longo desse lote. No caso do lote em exame ser constituído pelo concreto de uma simples peça estrutural de pequeno porte, admi- tindo-se que ela tenha sido concretada com o material de uma única betonada, à critério do engenheiro responsável pelo projeto estrutural, o julgamento poderá ser feito, excepcionalmente, a partir de um único testemunho. No caso de elementos estruturais com grande volume de concreto, o material em exame certamente não foi produzido em uma única betonada. Nesse caso, se por motivos de natureza especial, como eventuais razões legais, for necessária uma estimativa global desse concreto, será preciso extrair um número de testemunhos que possam representar o concreto de todo o lote em exame, e sua resistência característica aparente, somente poderá ser determinada pelo Critério de Controle C2, considerandose apenas a metade menos resistente dos resultados experimentais obtidos. Critério de controle C5 Na verificação da aceitação do emprego de concreto considerado como não conforme pelo controle de contraprova, sem reforço da estrutura, é necessário verificar o efeito dessa hipótese na segurança da estrutura. Nessa verificação, as cargas permanentes constituídas pelos pesos próprios das partes da estrutura e das alvenarias e divisórias que já tenham sido construídas, e que possuam dimensões praticamente iguais aos correspondentes valores adotados no projeto da construção, poderão ser consideradas com o coeficiente parcial de majoração das ações permanentes com o valor γfG = 1,2. Esse procedimento não poderá ser aplicado a pilares, quando houver pavimentos ainda não concretados. Critério de controle C6 Quer para testemunhos extraídos da estrutura, quer para corpos de prova moldados por ocasião da concretagem, mas ensaiados em idade superior a 28 dias, os resultados, em princípio, deverão ser corrigidos para idade padrão de 28 dias. Todavia, para ensaios de testemunhos extraídos do concreto com até cerca de três meses de idade, a critério do responsável pela investigação, os valores obtidos poderão ser considerados como referências diretamente válidas para a verificação da conformidade do concreto. Esta permissão pode ser em parte justificada pelos efeitos antagônicos do crescimento da resistência com a idade e do ensaio dos testemunhos na direção horizontal da concretagem enquanto o concreto da estrutura é solicitado na direção vertical. Para ensaios realizados em idade do concreto superior a três meses, o f ck,est deverá ser corrigido para 28 dias. ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 19 20 ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 Nova turma do curso Projeto de Estruturas de Concreto para Edifícios comprova sucesso Implantado em 2009, o curso de pós-gra- duação lato sensu Projeto de Estruturas de Concreto para Edifícios, promovido pela ABECE, FESP (Faculdade de Engenharia São Paulo) e TQS Informática, chega à sua quinta turma. A especialização visa formar profissionais devidamente habilitados para garantir a qualidade e a segurança da construção de edifícios e é dirigida a engenheiros civis que militam ou pretendam militar no campo de projeto de estruturas de concreto para edifícios. Planejado para introduzir e aplicar as técnicas modernas de concepção estrutural, de dimensionamento, de verificação e de detalhamento preconizadas pela recente atualização das normas técnicas envolvidas, o curso tem carga horária total de 430 horas/aula (sendo 40 horas de TCC) divididas em seis ciclos com duração máxima de 15 semanas cada um, sendo que em cada ciclo serão ministradas duas disciplinas. Reconhecidos profissionais pertencentes aos quadros das três instituições compõem o corpo docente do curso, cuja coordenação está a cargo dos engenheiros Antonio Rodrigues Martins (FESP), João Alberto Vendramini (ABECE) e Nelson Covas (TQS). As aulas do primeiro ciclo têm inicio previsto para dia 13 de março de 2012, sempre às terças e quintas-feiras, das 19 às 22 h, na Unidade Jardim Europa da FESP (Av. 9 de Julho, 5520 - Jardim Europa São Paulo - SP). Interessados podem efetuar suas matriculas na secretaria geral da FESP ou pelo site http://sesp.edu.br/ sesp_2010/?p=27. Outras informações também podem ser obtidas por intermédio do telefone (11) 3061-5022. Professores e formandos da primeira turma durante cerimônia de entrega dos certificados Formatura da primeira turma No dia 23 de novembro de 2011, a FESP foi palco da formatura da primeira turma do curso de pós-graduação lato sensu Projeto de Estruturas de Concreto para Edifícios. Participaram da cerimônia de entrega dos certificados os 11 alunos formados, o coordenador geral da FESP, Prof. Dr. Antonio Rodrigues Martins, o presidente da ABECE, eng. Eduardo Barros Millen, o diretor da TQS, eng. Nelson Covas, e os professores do curso engenheiros Alio Kimura, João Alberto Vendramini, Marcos Monteiro, Roberto Dias Leme, Thomas Carmona e Valdir Silva da Cruz. Após a cerimônia, foi oferecido pela FESP um coquetel de confraternização aos participantes da cerimônia. “É com muito orgulho que formamos a primeira turma desta importante parceria firmada pela FESP, ABECE e TQS. Temos certeza que estamos contribuindo para uma excelente especialização de profissionais da engenharia estrutural”, comenta o eng. João Alberto A. Vendramini, vice-presidente de Marketing da ABECE e um dos coordenadores do curso. a rara oportunidade de aprender com renomados profissionais do mercado, disponibilizando toda sua experiência na atuação como docentes”. “Fazer parte da primeira turma deste curso foi realmente uma experiência enriquecedora. Foi possível não somente aprofundar conceitos vistos na graduação como também adquirir novos, numa conotação diferenciada; isto é, voltada ao mercado de trabalho. E, além disto, ainda ter Lidiane Faccio “Estou muito satisfeito por ter feito este curso, pela oportunidade que tive de rever inúmeras disciplinas do curso de graduação de engenharia em caráter avançado e também disciplinas novas, configurando um excelente programa, ministrado por um corpo docente à altura de um curso desse nível. Posso dizer, com segurança, que subi mais um degrau em termos profissionais, fora o aumento de conhecimento e segurança que o curso proporcionou no exercício de minha profissão”. Antonio C.Maia Desenhistas de estruturas prontos para o mercado de trabalho Também resultado da parceria entre ABECE, FESP (Faculdade de Engenharia São Paulo) e TQS Informática, o Curso de Formação de Desenhistas de Estruturas de Concreto Armado abriu inscrições para sua segunda turma. Planejado para pessoas com o segundo grau completo, o curso foi criado em 2011 com o objetivo de voltar a formar uma mão de obra especializada que, no passado, era naturalmente concebida pelas empresas de projeto. Para tal, seu programa aborda os princípios básicos de funcionamento das peças estruturais, os critérios de detalhamento e as formas de apresentação dos documentos de projeto, cujos conteúdos são complementados com aulas práticas com o uso dos sistemas da TQS, incluindo ferramentas de edição inteligente. Com carga horária total de 78 horas/aula, as aulas têm início previsto para 12 de março de 2012, na sede da FESP, em São Paulo (SP). Outras informações estão no site http://sesp.edu.br/sesp_2010/?p=913. A coordenação do programa está a cargo dos engenheiros Antonio Rodrigues Martins (FESP), Augusto Guimarães Pedreira de Freitas (ABECE) e Herbert Maezano (TQS Informática). ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 21 mundial e brasileira e perpectivas serão os temas centrais dos debates. E stão abertas as inscrições para a 23ª edição do Congresso Brasileiro do Aço, excelente oportunidade para que representantes da cadeia siderometalúrgica possam ampliar e fortalecer seus contatos com as empresas relacionadas ao setor. Promovido pelo Instituto Aço Brasil, o evento conta com o apoio da ABECE, entre outras entidades, e será realizado de 26 a 28 de junho de 2012, no Transamérica Expo Center, em São Paulo (SP), reunindo os principais nomes do setor. Cenário da indústria mundial do aço, Economia Verde: desafios e oportunidade, Minério de Ferro - Perspectiva do mercado e posicionamento do Brasil, Investimentos para exportação de semis – Ainda uma alternativa para o Brasil?, Desafios ao desenvolvimento da cadeia do aço no Brasil e Situação da economia ABECE apoia eventos M antendo seu comprometimento em apoiar eventos do setor visando contribuir para o aperfeiçoamento do conhecimento de seus associados e profissionais da área da engenharia estrutural, a ABECE é apoiadora de diversas atividades programadas para 2012. O Seminário Latino Americano de Projeto e Aplicações de Estruturas de Concreto Pré-Fabricado, promovido pela ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) e pela Comissão de Pré-Fabricados fib, no dia 14 de março de 2012, no Windson Atlântica Hotel, no Rio de Janeiro (RJ), é um dos eventos que contam com o apoio da ABECE. Com vasta programação, o seminário contará com a presença do presidente da ABECE eng. Eduardo Barros Millen na abertura. Associados da ABECE têm desconto especial na inscrição, que pode ser feita pelo site http://www.abcic.org.br/latinamericaseminar/default.asp. Em São Paulo (SP), no Paulista Plaza, acontece, nos dias 13 e 14 de março, a conferência Megapontes 2012 – Construção, Revitalização e Manutenção de Pontes e Viadutos, realizada pela UBM Conferences. Informações sobre inscrições e programação podem ser obtidas no endereço www.megapontes. com.br. A segunda edição da Brazil Road Expo - Evento Internacional de Tecnologia em Pavimentação e Infraestrutura Viária e Rodoviária acontecerá no período de 2 a 4 de Abril, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), e também conta com o apoio da ABECE. O evento é composto por feira de negócios e programa de conferências e contará com cerca de 250 empresas expositoras que apresentarão as últimas tendências e novidades para que as vias urbanas e as estradas sejam mais eficientes e seguras. 22 Ainda no primeiro semestre, o SEFE7 - 7º Seminário de Engenharia de Fundações Especiais e Geotecnia, que acontece entre os dias 17 e 20 de junho, também no Transamérica Expo Center, em São Paulo (SP), também tem a ABECE como uma das entidades apoiadoras. Informações: http://www.acquacon.com.br/sefe7/. ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 Além das inúmeras palestras em ambiente ideal para networking, os congressistas poderão participar da ExpoAço 2012, feira de negócios com cerca de 3.700 m² de área construída. Estarão presentes empresas siderúrgicas, mineradoras, fornecedoras de equipamentos, serviços e inovações tecnológicas para a cadeia produtiva do aço. Na última edição, cerca de 3.500 executivos circularam pelos estandes durante o evento. As inscrições feitas até 12 de março terão 20% de desconto. Mais informações podem ser obtidas no endereço www.acobrasil.org. br/congresso2012, telefone (21) 2524-6917 ou e-mail [email protected]. Publicações • O CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) acaba de lançar a Revista Estrutura de Aço, uma publicação tecnocientífica virtual. Segundo Catia Mac Cord, gerente executiva do CBCA, “a revista abre espaço para profissionais exporem artigos científicos ou notas técnicas sobre temas relacionados a estruturas de aço e a estruturas mistas de aço e concreto, gerando assim um aumento significativo no impacto das pesquisas”. Os artigos devem estar relacionados com temas específicos que podem ser consultados no link http://www.cbcaacobrasil.org.br/revistacientifica/. • A edição 28 da Revista Arquitetura & Aço, do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) traz como tema ‘Edifícios corporativos’, com obras selecionadas (como a nova sede do Sebrae, na capital federal, e o Centro Empresarial Senado, no Rio de Janeiro, que demonstram diversas possibilidades técnicas dos sistemas estruturais em aço, em que, muitas vezes, se tornaria i fatórios f ó i sem praticamente impossível chegar a resultados satis o seu uso, e, até mesmo, a possível inviabilização da construção. Em entrevista à Arquitetura & Aço, a engenheira Heloisa Maringoni revela a importância da ampliação do conhecimento do aço por parte dos arquitetos. A revista tem distribuição gratuita em bibliotecas de faculdades de arquitetura de todo o país e o download gratuito das edições está na área Biblioteca do site www.cbca-acobrasil.org.br. • O Manual de Construção em Aço - Ligações em Estruturas Metálicas/ Volumes 1 e 2 foi lançado recentem mente pelo CBCA (Centro Brasileiro d Construção em Aço) e traz consida d derações específicas e exemplos de c cálculo utilizando os dois principais d dispositivos de ligação em estruturas d aço (parafusos de baixo carbono de o de alta resistência e a solda elétriou c tornando-se necessária a consulca), t da NBR 8800:2008 durante a leitura, ta p para perfeito entendimento do texto. em ritmo de fortalecimento Constituído há um ano, e com algumas importantes ações em prática, o Grupo ABECE Inovação iniciou 2012 com o plano de intensificar sua atuação em prol da ABECE e do fortalecimento do reconhecimento do engenheiro estrutural perante o setor e a sociedade civil. A primeira reunião do Grupo aconteceu no dia 8 de fevereiro, na sede da ABECE, em São Paulo (SP), e contou com os coordenadores e integrantes dos sub-grupos (Universidades, Integração e Comunicação). Pautados pelo balanço positivo das ações do ano passado (realização de cinco palestras em universidades, conquista de novo associado em Itaquaquecetuba/SP e promoção do 1º Bate-papo ABECE com o eng. Mario Franco), os integrantes discutiram as ações para o ano que se inicia. Já o Grupo Comunicação vai concentrar esforços para a organização do 2º Bate-papo ABECE, trazendo, no segundo semestre, outro grande expoente da engenharia estrutural. Parceria com regional Um das ações desenvolvidas pelo ABECE Inovação em parceria com a Delegacia Regional da ABECE em Belo Horizonte foi a participação do delegado adjunto Flávio Renato Pereira Capuruço na Semana do Núcleo de Engenharia da Faculdade Pitágoras. Responsável por ministrar duas palestras – Valorização do engenheiro de estruturas e Concreto estrutural, o eng. Capuruço contou com a presença maciça dos estudan- tes do curso de Engenharia Civil, obtendo o número máximo de inscrições nas duas apresentações. O palestrante aproveitou a abertura das palestras para falar sobre a ABECE e sua atuação no setor da engenharia, assim como a força jovem da entidade, expressa pelo Grupo ABECE Inovação. “O resultado desta iniciativa foi bastante positivo e queremos intensificá-la para que outras regionais possam também contar com o grupo ABECE Inovação para desenvolvê-la. É uma forma de divulgar as ações da ABECE e despertar nos estudantes de engenharia a importância do projeto estrutural”, comenta o coordenador do Grupo Universidades eng. Luciano Coelho. Para o primeiro semestre, o Grupo Universidades pretende implantar um curso prático de SAP2000, mostrando os passos do lançamento estrutural desde o pórtico espacial com cargas de vento, de empuxo de água e terra a estruturas especiais, como escada helicoidal, escada auto-portante etc. Investir em materiais eletrônicos de divulgação mais didáticos para facilitar a captação de novos associados é a meta do Grupo Integração para este ano. Da esq. p/dir. eng. Flávio Renato Pereira Capuruço (delegado adjunto de Belo Horizonte), Prof. Cláudio Soares (Faculdade Pitágoras) e Antonio César Capuruço (delegado). Ao lado, eng. Flávio Capuruço em palestra apresentada para estudantes participantes da Semana de Engenharia A ABECE e os recentes acidentes estruturais O s trágicos acidentes estruturais ocorridos no início deste ano, alguns com vítimas fatais, como o desmoronamento dos três prédios no centro da capital fluminense e o desabamento da fachada de um edifício no centro da cidade de São Bernardo do Campo (SP), trouxeram à tona importantes questionamentos sobre a importância da engenharia e, principalmente, da segurança que deve proporcionar aos usuários das obras. A ABECE tem sido constantemente consultada pelos veículos de comunicação e tem se pronunciado a respeito das ocorrências por intermédio de declarações de membros de sua diretoria, regionais e conselho. “Nosso discurso tem sido na direção de que é sempre necessária a presença do engenheiro de estruturas em qualquer serviço, sejam obras novas, reformas ou manutenção, mesmo que seja para este dizer que a sua presença não é necessária”, enfatiza o presidente Eduardo Barros Millen. Neste sentido, a ABECE tem ações programadas com várias entidades, como Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção), Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Engenharia Consultiva), Clube de Engenharia e Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura). “Mas a ação principal, junto à socie- dade civil, absolutamente desconhecedora do que é um engenheiro de estruturas, parece ser a mais urgente e importante. Temos que estar sempre ligados em nossas conversas com parentes, amigos do clube, vizinhos, pais de colegas de nossos filhos, stands de venda de imóveis, festas e em todos os lugares que frequentamos, para falarmos da importância da nossa profissão e torná-la conhecida e considerada necessária, como o exercício de um médico”, completa o presidente. Algumas entrevistas concedidas pela ABECE estão disponibilizadas no site www.abece.com.br – seção ABECE na Mídia. ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 23 Melhores obras em aço serão reconhecidas divulga no meio técnico e premia profissionais ou empresas que desenvolveram projetos e trabalhos de destaque. Podem concorrer ao prêmio arquitetos, engenheiros, empresas construtoras e fabricantes de estruturas metálicas que tenham projetos em que elementos e componentes de aço tenham absoluta predominância, incluindo as estruturas mistas aço-concreto. C om o objetivo de promover o uso da construção metálica, integrando a cadeia produtiva e contribuindo para o crescimento do mercado, a ABCEM - Associação Brasileira da Construção Metálica, a cada dois anos, A premiação contempla obras em três categorias: Edificações (estruturas verticais e ou horizontais que se destinam à utilização residencial, comercial, escolar, esportivo etc., de médio e grande porte), Obras de Pequeno Porte (estruturas de residências, pequenos edifícios, esculturas, monumentos, novas ou ampliações/modificações) e Obras Especiais (estruturas como galpões, indústrias, hangares, obras de arte, antenas de telecomunicações etc.). A inscrição para os projetos vai até o dia 5 de junho de 2012. Os mesmos serão julgados por uma comissão constituída por cinco renomados profissionais indicados pelas principais associações de classe da construção civil, engenharia e arquitetura do mercado brasileiro: ABECE, Asbea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) e IE (Instituto de Engenharia). O representante da ABECE nesta comissão é o eng. João Alberto de A. Vendramini, vice-presidente de Marketing. Os resultados serão divulgados no dia 14 de agosto de 2012, na cerimônia de abertura do Construmetal 2012 - Congresso Latinoamericano da Construção Metálica, que será realizado em São Paulo, no Frei Caneca Shopping & Convention Center. Mais informações sobre o Prêmio ABCEM 2012 estão no endereço http:// www.abcem.org.br/construmetal/premio-abcem.php. Concurso para reforço estrutural Empresas e profissionais projetistas de estruturas que desenvolveram projetos de reforço estrutural com sistemas de compósitos de fibras de carbono podem participar do 1º Prêmio Sika Carbodur de Reforço Estrutural, concurso promovido pela Sika, com apoio da ABECE. Os projetos de reforço de estruturas podem ser de quaisquer tipos (concreto armado, concreto protendido, metálicas, madeira, alvenaria ou, ainda, mistas), empregando sistemas compósitos de fibras de carbono Sika. O interessado tem que estar sediado no território nacional e pode inscrever até três trabalhos referentes a projetos e obras que tenham sido realizados a partir de maio de 2011 e cuja execução do reforço esteja concluída. Os trabalhos serão julgados por uma comissão de acordo com critérios de avaliação da estrutura, concepção da 24 ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 solução estrutural, processos construtivos/uso adequado de materiais, originalidade, inovação, monumentalidade, implantação no ambiente, esbeltez/deformabilidade, e estética/economicidade. Será escolhido apenas um ganhador e uma menção honrosa para cada quesito de julgamento. O vencedor ganhará uma viagem com estadia para a Suíça para participar de um treinamento no Centro de Tecnologia da Sika AG, incluindo visitas a obras de destaque em reforço estrutural com fibras de carbono e visita ao Laboratório Suíço de Tecnologia e Ciência dos Materiais EMPA, berço dos primeiros testes com a tecnologia de compósitos de fibras de carbono aplicada ao reforço de estruturas na construção. Aos contemplados com menção honrosa serão entregues diploma e placa alusiva ao evento. As inscrições vão até o dia 31 de julho de 2012 e podem ser efetuadas no endereço www.sika.com.br/pt/group/concurso.html onde pode ser consultado o regulamento completo do concurso. são as novas associadas colaboradoras A Prefab Construções Prefabricadas e a Dextra do Brasil Comércio de Componentes para a Construção Civil são as novas associadas colaboradoras da ABECE. de São Paulo, em uma área de 22.500 m2 e tem capacidade para produzir a mais variada gama de construções para indústrias, universidades, shoppings e centros de distribuição. dutos tem como objetivo comprovados e significativos ganhos financeiros obtidos através da otimização dos processos produtivos nos mais diversificados tipos de obra de construção civil. Com mais de 25 anos de experiência em sistemas de construção pré-fabricada a Prefab dispõe de equipamentos de alta precisão, tecnologia avançada na construção pré-fabricada em concreto e conta com uma equipe de técnicos e engenheiros que atua em qualquer fase do projeto, desde a conceituação e planejamento até o projeto, transporte e instalação, passando pela solução de detalhes construtivos e especificação de soluções estruturais ou de conforto térmico. Estabelecida em 1983, a Dextra Manufacturing é conhecida por seus sistemas de emenda mecânica de vergalhões de aço para concreto armado. Seus engates, certificados pelos próprios órgãos reguladores independentes, são utilizados em prédios de grande porte e infraestruturas civis. No Brasil, a Dextra fabrica e distribui componentes para indústrias e construções civis e já é fornecedora nas obras da usina Nuclear Angra 3, com homologação RS pela Eletronuclear (Construtora Andrade Gutierrez), UHE Santo Antonio (Construtoras Odebrecht/Andrade Gutierrez), Estádio Nacional em Brasília para a Copa de 2014 (Construtoras Grupo Via/Andrade Gutierrez), Arena Corinthians para Copa 2014 (Construtora Odebrecht), além de fornecer luvas de emenda tipo Repairgrip para obra do córrego Pirajussara (Construtora Queiroz Galvão). A empresa está instalada em Itu, interior A Dextra fornece mais de seis tipos distintos de emendas mecânicas indicadas para as mais variadas obras: vergalhões de fibra de vidro, tirantes, barras de tensão arquitetônicas e acessórios para formas e fundação. Esta gama de pro- Associados do Mato Grosso do Sul impulsionam nova regional Duas novas associações no Mato Grosso do Sul aumentam a perspectiva da abertura de uma regional neste Estado, ação programada como meta na conquista de novos associados e fortalecimento das ações da ABECE em diversas localidades do país. No início deste ano, o eng. Gaze Abdo Sater, de Dourados, e a Lorenzoni Engenharia Ltda., de Campo Grande, tornaram-se associados e juntaram-se às outras três associações conquistadas em 2011. “Estamos em processo de formalizar a delegacia regional de Campo Grande, que terá como delegado o eng. Luiz Carlos Spengler Filho, da Sieben Engenharia”, comenta o eng. José Luiz V.C.Varela, diretor de Relacionamento e principal responsável pelo crescimento do número de associados. Segundo ele, outras regiões, como Nordeste e Norte, também têm possi- blidade de constituir outras regionais, inclusive fora das capitais. “Continuaremos investindo neste trabalho de aproximação dos profissionais, pois, dessa maneira, impulsionamos o crescimento da ABECE e ampliamos seu campo de atuação, beneficiando mais profissionais”, completa o eng. Varela. A lista completa pode ser conferida no site www.abece.com.br – seção Associados e Colaboradores. ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 25 Em Tempo O eng. Fernando Mihalik representou a ABECE, em 23 de novembro de 2011, em café da manhã com dirigentes de entidades de engenharia, ocorrido no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo (SP). No dia 24 de novembro, o presidente da ABECE, eng. Eduardo B. Millen, e o vice-presidente de Marketing, eng. João Alberto A. Vendramini, participaram do jantar de confraternização da ABCEM (Associação Brasileira da Construção Metálica), no Hotel Sofitel Ibirapuera, em São Paulo (SP). O delegado regional de Belo Horizonte, eng. Antonio César Capuruço, representou a ABECE na reunião da Câmara da Indústria da Construção da FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), que aconteceu em 30 de novembro. O presidente Eduardo B. Millen participou, no dia 1º de dezembro, do 9º Enaenco/11º Encontro do Sinaenco/SP, no Macksoud Plaza, em São Paulo (SP). Os eventos debateram questões que vêm impactando o dia a dia das empresas de arquitetura e engenharia consultiva. Na sequência, participou da cerimônia e almoço de posse da nova diretoria eleita para a gestão 2012-2013 do Sinaenco, ocasião em foi prestada homenagem ao ex-governador Alberto Goldman. Também em 1º de dezembro, o presidente Eduardo B. MIllen e o vice-presidente de Marketing João de A. Vendramini marcaram presença no jantar de confraternização promovido pela ABCIC (Associação Brasileira de Construção Industrializada de Concreto) para lançamento do anuário do setor e premiação Obra do Ano no Hotel Golden Tulip Paulista Plaza, em São Paulo (SP). O eng. Luiz Carlos Gulias Cabral, delegado da Regional SC/Leste, marcou presença na sessão solene realizada, no dia 1º de dezembro, pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina em homenagem à AEAMVI (Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Médio Vale do Itajaí). A homenagem foi realizada no plenário da Câmara Municipal de Vereadores de Blumenau em reconhecimento aos trabalhos desenvolvidos na gestão 2006/2011 da AEAMVI, principalmente na atuação nas ações de prevenção aos desastres socioambientais e na sustentabilidade do estado de Santa Catarina, na defesa de programas de habitação social e na cobrança de políticas públicas eficientes em defesa das populações vulneráveis socialmente e de toda sociedade. Na ocasião, foram homenageadas também algumas personalidades que têm contribuído com ações voltadas ao desenvolvimento e sustentabilidade da região; na pesquisa, monitoramento e prevenção dos desastres socioambientais e na área de habitação de interesse social. 26 O Grupo Interinstitucional BIM, do qual a ABECE é integrante pela participação da vicepresidente de Relacionamento eng. Suely B. Bueno, se reuniu em 5 de dezembro para discutir as ações para 2012. Em seguida, houve um jantar de confraternização. Em 15 de fevereiro de 2012, o Grupo voltou a se reunir na ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 Agenda sede da Sinco Engenharia, em São Paulo (SP). A cerimônia de comemoração ao Dia do Engenheiro, promovida pelo Instituto de Engenharia, em São Paulo (SP), no dia 12 de dezembro, contou com a presença do presidente Eduardo B. Millen. Na ocasião, foi outorgado o título de Eminente Engenheiro do Ano ao eng. João Crestana e premiada a divisão de estruturas coordenada pelo conselheiro da ABECE Natan Jacobsohn Levental. No dia 13 de dezembro, a ABECE promoveu, em sua sede, em São Paulo (SP), a Terceira reunião anual do Conselho Deliberativo prevista em estatuto. A diretoria atual e o conselho fizeram uma avaliação das atividades desenvolvidas pela ABECE em 2011 e das sugestões de ações para 2012. O almoço de confraternização de final de ano promovido pela APEOP (Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas), no dia 14 de dezembro, no Braston Hotel, em São Paulo (SP), contou com a presença do presidente da ABECE eng. Eduardo B. Millen. No dia 15 de dezembro, o presidente Eduardo B. Millen e o diretor Jefferson Dias de Souza Jr. participaram do jantar de confraternização de final de ano da Divisão de Estruturas do Instituto de Engenharia no Montana Grill, em São Paulo (SP). A cerimônia de posse do eng. Francisco Kurimori no cargo de presidente do CREA-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo), ocorrida no dia 20 de dezembro, no Centro Técnico Cultural do CREA, contou com a presença do presidente da ABECE eng. Eduardo B. Millen. A convite da Editora Pini, o presidente Eduardo Barros Millen participou da mesa-redonda sobre pré-moldados de concreto para obras industriais, realizada em 17 de janeiro de 2012, na sede da própria editora, em São Paulo (SP). O conteúdo do encontro será parcialmente reproduzido em matéria a ser publicada na edição de março da revista Construção Mercado. Representando a ABECE, o diretor administrativo-financeiro, eng. Roberto Dias Leme, coordenou, em 10 de fevereiro, a reunião da CE 02:124.15 - Comissão de Estudo de Estruturas de Concreto - Projeto e Execução para análise dos votos da consulta nacional da NBR 15200 - Projeto de Estruturas de Concreto em Situação de Incêndio. O vice-presidente de Marketing da ABECE, eng. João Alberto Vendramini, foi um dos júris da escolha do Qualidade em Bancos 2012, uma homenagem prestada há 18 anos ao banco que melhores serviços prestou à sua clientela no ano anterior. O evento aconteceu no dia 14 de fevereiro no Hotel Center Norte, em São Paulo (SP). A ABECE esteve representada pelo vice-presidente de Tecnologia e Qualidade, eng. Augusto G. Pedreira de Freitas, na 3ª reunião/2012 da CE-02:136.01 - Comissão de Estudo de Desempenho de Edificações, que aconteceu no dia 15 de fevereiro. Brazil Road Expo 2012 Data: 2 a 4 de abril de 2012 Local: Expo Center Norte (São Paulo - SP) www.brazilroadexpo.com.br Seminário Tecnologia, Desempenho e Sustentabilidade na Construção Civil Data: 11 de abril de 2012 Local: Hotel Tropical Manaus (Manaus - AM) www.pinieventos.com.br/seminarios/ seminario-manaus/o-evento-244443-1.asp Seminário Internacional Parcerias para o Desenvolvimento - PPPs e Concessões Data: 16 e 17 de abril de 2012 Local: FIRJAN (Rio de Janeiro - RJ) M&T Expo 2012 - 8ª Feira Internacional de Equipamentos para Construção e 6º Feira Internacional de Equipamentos de Mineração Data: 29 de maio a 2 de junho de 2012 Local: Centro de Exposições Imigrantes (São Paulo - SP) www.mtexpo.com.br V Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas Data: 6 a 8 de junho de 2012 Local: Hotel Pestana (Rio de Janeiro - RJ) www.abpe.org.br/cbpe2012/ SEFE7 - 7º Seminário de Engenharia de Fundações Especiais e Geotecnia Data: 17 a 20 de junho de 2012 Local: Pavilhão E do Transamérica Expo Center (São Paulo - SP) www.acquacon.com.br/sefe7/ TeCobi Expo 2012 - Evento Internacional de Telhados, Coberturas e Impermeabilização Data: 18 a 20 de junho de 2012 Local: Expo Center Norte (São Paulo - SP) www.tecobiexpo.com.br Congresso Brasileiro do Aço / 23ª Edição & ExpoAço 2012 Data: 26 a 28 de junho de 2012 Local: Transamérica Expo Center (São Paulo - SP) http://www.acobrasil.org.br/ congresso2012/ 10th World Congress on Computational Mechanics Data: 8 a 13 de julho de 2012 Local: São Paulo - SP http://www.wccm2012.com/ Entrevista Ewerton Bonetti Engenheiro ABECE • A Gafisa vem desenvolvendo vários projetos utilizando o processo BIM. Qual é a estratégia adotada pela empresa para adoção desta nova ferramenta? Ewerton • A Gafisa iniciou em 2010 uma série de projetos piloto em BIM com diversas ferramentas. Com base nestes experimentos e com apoio de consultoria externa a Gafisa criou um caderno de diretrizes de projetos BIM. Atualmente estamos desenvolvendo uma nova geração de projetos, já incorporando nossas diretrizes. ABECE • Como é o relacionamento com os projetistas de estruturas na viabilização da utilização do BIM? Ewerton • O relacionamento com os projetistas de estrutura é muito bom. Além dos projetistas, contamos sempre com apoio dos desenvolvedores do TQS que procuram evoluir com as nossas necessidades. civil formado pela Universidade Mackenzie, com pós-graduação em Gestão de Negócios Imobiliários e cursando MBA em Gestão de Negócios, Ewerton Bonetti é gerente técnico da Gafisa desde 2002. Responde pelo desenvolvimento de projetos, estruturação orçamentária, planejamento e logística integrada em nível nacional, além de ser responsável pelo projeto de implantação do processo BIM (Building Information Modeling) na empresa, que hoje é uma das maiores incorporadoras e construtoras do país tendo atingido a marca de 1000 empreendimentos entregues que representam mais de 12 milhões de metros quadrados construídos em 40 cidades de 19 estados brasileiros. adotada deve ser compatível com estudo econômico. A estrutura de um empreendimento residencial representa de 20 a 25 % do custo de construção. Sendo assim, ele é extremamente expressivo em relação ao negócio. Na Gafisa trabalhamos com projetistas que são verdadeiros parceiros. Os projetistas de estrutura são avaliados a cada projeto com relação à prazo, custo (assertividade de quantitativos) e qualidade de seus projetos e são bonificados por desempenho. rificações complementares Normalmente, tais verificações ocorrem em projetos diferenciados e de grande porte. ABECE • É prática usual da Gafisa fazer a verificação dos projetos estruturais de suas obras? Ewerton • Temos em nosso corpo técnico um grupo de especialistas que nos auxiliam no desenvolvimento dos projetos estruturais. Além destes profissionais, contamos com apoio de consultoria externa que pode nos auxiliar com ve- ABECE • Como a empresa se posiciona atualmente no mercado imobiliário frente ao aquecimento do setor? Qual a previsão de investimento para 2012 e em quais áreas? Ewerton • Nossa empresa até 2010 vinha em uma curva de crescimento muito acentuada. Fizemos aquisições de outras empresas do segmento e passamos a atuar em diversos estados da federação. Ao final de 2011 tivemos algumas mudanças estratégicas que servirão como Business Plan para 2012. No corrente ano teremos a concentração de lançamentos em pontos estratégicos. A operação das empresas do grupo será segmentada. Desta forma, garantiremos crescimento sustentável para os próximos anos. ABECE • Qual a importância do projeto estrutural nos negócios da Gafisa? Quais os critérios adotados para contratação de um projeto? Ewerton • O projeto de estrutura é extremamente importante. Além da importância técnica, que diz respeito à responsabilidade técnica sobre solidez, tem a questão arquitetônica e financeira. A estrutura deve permitir aos Arquitetos que garantam a estética do conjunto e a solução técnica ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 27 Compartilhando Experiências Ouçam a Engenharia! O s edifícios que desmoronaram no Rio de Janeiro (RJ), no dia 25 de janeiro de 2012, foram construídos no final da década de 30 e começo da de 40. Isso, por si só, não explica a tragédia. As construções não entram em colapso pela idade avançada, como provam as centenárias e até milenares edificações pelo mundo afora. As construções caem por erros de projeto, de execução, falta de manutenção ou falha na intervenção (reformas inadequadas) ou combinação desses fatores. Ou seja, caem por má engenharia ou falta de engenharia. Vivo no Vale do Itajaí há exatos 41 anos e admiro esta comunidade que tem um senso crítico aguçado. Mesmo assim, é difícil a tarefa de conscientização a respeito da necessidade de se consultar os profissionais de engenharia e arquitetura quando se está pretendendo construir, reformar, efetuar manutenção etc. Principalmente neste último caso. Esta realidade não é diferente no resto do Brasil. Todos sabemos que são pouquíssimos os edifícios brasileiros em que a administração, com raríssimas exceções, se preocupa com a manutenção, adotando vistorias periódicas e medidas corretivas em tempo hábil de forma a não deixar que problemas evoluam e possam afetar a segurança das edificações. Nas obras públicas ainda é pior. Há anos (décadas, na verdade) que estamos alertando para a necessidade de adoção de medidas de inspeção e manutenção de estruturas na região e, infelizmente, não somos ouvidos. É o caso, por exemplo, das marquises e sacadas e de algumas pontes em Blumenau (SC). Talvez uma falha nossa, por não usarmos a forma adequada de comunicação ou terá que ocorrer pri- 28 ABECE INFORMA 89 - Jan/Fev 2012 meiro uma grande tragédia para tomarem providências. As tragédias que têm acontecido até o momento não foram suficientes para mudar a postura da sociedade a respeito. Passados alguns dias tudo se esquece, pois o show não pode parar. “Ele exige respeito, não tolera erros e as sucessivas gerações de quem a ele dedicou toda sua vida formam um coro de vozes a clamar por seriedade e dedicação”. Até quando vai ser assim? Quantas tragédias mais precisam ocorrer? Quantas famílias precisam ser destroçadas para se tomar as medidas efetivamente adequadas e necessárias para que isso não ocorra com tal frequência? Quem sabe se contratarmos uma novela sobre o assunto ou mesmo um BBB em que no auge da orgia o prédio desmorone, seja a forma apropriada de chamar atenção e todos se convencerem. Da nossa parte, como disse o engenheiro Justino Vieira, professor da UFF - Universidade Federal Fluminense, a respeito do cálculo estrutural: Luiz Carlos Gulias Cabral CG Engenharia Este espaço é aberto à divulgação de artigos sobre temas gerenciais ou técnicos. Os associados que desejarem compartilhar suas experiências e opiniões devem enviar artigo para o e-mail [email protected].