UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MARISTELA LOPES DE OLIVEIRA DIAGNÓSTICO DA ORGANIZAÇÃO CURRICULAR SOBRE A GESTÃO DO ESPORTE NOS CURSOS SUPERIORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE SANTA CATARINA Palhoça 2011 MARISTELA LOPES DE OLIVEIRA DIAGNÓSTICO DA ORGANIZAÇÃO CURRICULAR SOBRE A GESTÃO DO ESPORTE NOS CURSOS SUPERIORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE SANTA CATARINA Relatório de Estágio apresentado ao curso de Educação Física da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física. Orientadora: Profa. Vanessa Lins Francalacci, Dr. Palhoça 2011 AÇÃO CURRICULAR SOBRE A GESTÃO DO ESPORTE NOS CURSOS SUPERIORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE SANTA CATARINA AGRADECIMENTOS A elaboração deste trabalho só foi possível graças à colaboração, cooperação e incentivo de meus amigos, conhecidos e até de pessoas que mal troquei algumas palavras durante todo esse processo. Em primeiro lugar, gostaria de agradecer aos meus pais, Moacir e Auristela, que possibilitaram que eu chagasse até aqui. Amo vocês. À minha irmã Mariani, que se colocou à disposição em ler e dar o retoque necessário no meu trabalho, e principalmente pelos conselhos dados durante o processo. À todos os familiares que me incentivaram e torceram para que tudo desse certo. À professora Doutora Vanessa Lins Francalacci, não só pela orientação, mas pela confiança e por ter me permitido momentos de reflexão. À professora Mestre Elinai Freitas pelo incentivo e por estar sempre disponível, seus conselhos foram primordiais para o desenvolvimento do meu estudo. Me senti com mais confiança para desenvolver o trabalho. Ao CREF/SC pelo apoio financeiro à pesquisa. À Marli, gestora do CREF/SC, por incentivar, apoiar e tornar possível a aplicação da pesquisa. Aos coordenadores dos cursos de Educação Física por terem disponibilizado tempo para responder à pesquisa. Aos colegas e formandos do curso de graduação, que conviveram comigo nesta jornada, pelo companheirismo, por muitas sugestões e principalmente pelos momentos oportunos de descontração. Aos meus supervisores, que me liberaram para as sessões de orientação. Aos meus companheiros de estágio, por me alegrarem e apoiarem durante os momentos difíceis. Enfim, a todos que mesmo não citados de forma individual foram contribuidores para a realização deste trabalho. RESUMO O crescimento elevado no número de IES no Brasil desde 1991 e as evoluções que ocorreram na Educação Física nas últimas décadas promoveram a valorização na formação deste profissional. Este panorama aponta para a necessidade de conhecer a situação atual dos cursos superiores de Educação Física, que possuem sua tradição ligada à elaboração de eventos esportivos e à formação de profissionais com perfil para ocupar as demandas de trabalho da área de Gestão do Esporte, porém, com currículos voltados para as áreas técnicas. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo geral diagnosticar a organização curricular sobre a Gestão do Esporte dos cursos superiores de Educação Física em Santa Catarina. Os dados foram coletados através de um questionário desenvolvido em rede e disponibilizado online aos 33 coordenadores de cursos de Educação Física, a partir do cadastro existente no Conselho Regional de Educação Física de Santa Catarina. Dentre as 33 IES pesquisadas, 14 responderam ao questionário, sendo a região oeste a que predominou geograficamente. Verificou-se que 12 IES relataram oferta contínua nas habilitações em licenciatura e bacharelado em Educação Física. Observou-se que todos os cursos de bacharelado pesquisados e 8 cursos de licenciatura oferecem disciplinas que contemplam conteúdos sobre a Gestão do Esporte em seus currículos e uma diversidade de nomenclaturas para as disciplinas de Gestão do Esporte, sugerindo a aplicação desta metodologia em todo o território nacional, bem como a apresentação de uma proposta de discussão sobre a formação dos profissionais de Educação Física no Brasil, frente às oportunidades que surgem em decorrência dos megaeventos esportivos. Sendo assim a multiplicação de esforços em vários pontos do país, resultará na consolidação da Gestão do Esporte em nosso meio Palavras-chave: Gestão do Esporte. Instituições de Ensino Superior. Formação em Educação Física. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Evolução do número de cursos de graduação presenciais de Educação Física no Brasil.........................................................................................................................................12 Gráfico 2 – Localização geográfica..........................................................................................44 Gráfico 3 – Número de cursos de bacharelado e/ou licenciatura em Educação Física no estado de Santa Catarina das IES que participaram da pesquisa..........................................................45 Gráfico 4 – Distribuição das habilitações de bacharelado e licenciatura com disciplinas da Gestão do Esporte.....................................................................................................................46 Gráfico 5 - Distribuição da carga horária total com relação as disciplinas que contemplam conteúdos de Gestão do Esporte nos cursos de bacharelado das IES de Santa Catarina.....................................................................................................................................48 Gráfico 6 - Distribuição da carga horária total com relação as disciplinas que contemplam conteúdos de Gestão do Esporte nos cursos de licenciatura das IES do estado de Santa Catarina.....................................................................................................................................49 Gráfico 7 - Carga horária das disciplinas de Gestão do Esporte das IES catarinenses, nos cursos de bacharelado...............................................................................................................50 Gráfico 8 - Carga horária das disciplinas de Gestão do Esporte das IES catarinenses, nos cursos de licenciatura................................................................................................................51 LISTA DE SIGLAS ACM - Associação Cristã de Moços ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária ART.- Artigo BIOMEC - Laboratório de Biomecânica CBO - Classificação Brasileira de Ocupações CEE - Conselho Estadual de Educação CEP - Comitê de Ética em Pesquisa CH - Carga Horária CND - Conselho Nacional do Desporto CNE - Conselho Nacional de Educação COI - Comitê Olímpico Internacional CONFEF - Conselho Federal de Educação Física CREF – Conselho Estadual de Educação Física DEF - Divisão de Educação Física ENEFD - Escola Nacional de Educação Física e Desportos ESEF - Escola Superior de Educação Física ESEFEX - Escola de Educação Física do Exército ESUCRI - Escola Superior de Criciúma FACVEST - Faculdades Integradas da Rede de Ensino Univest FESSC - Fundação Educacional do Sul de Santa Catarina FGV - Fundação Getúlio Vargas FUNDEP - Fundação de Desenvolvimento e Pesquisa FURB - Fundação Universidade Regional de Blumenau IBDD - Instituto Brasileiro de Direito Esportivo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IESLUSC - Instituto Superior e Centro Educacional Luterano Bom Jesus IES - Instituição de Ensino Superior INDESP - Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira LAEF - Laboratório de Esforço Físico LAPE - Laboratório de Pedagogia do Esporte LOAFIS - Laboratório de Orientação em Atividade Física e Saúde MBA - Master of Business Administration MEC - Ministério da Educação NASSM - North American Society for Sport Management NEPEF - Núcleo de Estudos Pedagógicos em Educação Física NETEC - O Núcleo de Estudos em Tênis de Campo NUCIDH - Núcleo de Pesquisa em Cineantropometria e Desempenho Humano NUPAF - Núcleo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde ONG - Organização não Governamental PR - Paraná PUC - Pontifícia Universidade Católica RJ - Rio de Janeiro RS – Rio Grande do Sul SC - Santa Catarina SEED - Secretaria de Educação Física e Desporto SESI - Serviço Social da Indústria SESU - Secretaria de Educação Superior SINAES - Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior SLE - Sociedade Lageana de Educação SP - São Paulo UDESC - Universidade do Estado de Santa Catariana UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina UGV – Universidade Getúlio Vargas UNC - Universidade do Contestado UNESC - Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina UNIARP - Universidade do Alto Vale do Rio do Peixe UNIASSELVI – Centro Universitário Leonardo da Vinci UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas UNIBAVE - Fundação Educacional Barriga Verde UNIDAVI - Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí UNIFEBE - Fundação Educacional de Brusque UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba UNIPLAC - Universidade do Planalto Catarinense UniSESI - Universidade do Estado do SESI UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí UNIVILLE - Universidade da Região de Joinville USP - Universidade de São Paulo SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 11 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA .................................................. 11 1.2 OBJETIVO GERAL........................................................................................................ 14 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 14 1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 15 2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 17 2.1 HISTÓRICO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM SANTA CATARINA ..... 17 2.2 EMBASAMENTO LEGAL DOS CURSOS SUPERIORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA 25 2.3 ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO À OFERTA, ESTRUTURA E RECONHECIMENTO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE SANTA CATARINA...................................... 30 2.4 CENÁRIO DA GESTÃO DO ESPORTE ....................................................................... 35 3 MÉTODO....................................................................................................................... 41 3.1 TIPO DE PESQUISA ...................................................................................................... 41 3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA................................................................................ 41 3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA .................................................................................. 41 3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ............................................................ 42 3.5 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................ 42 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS .................................................................. 43 4.1 NÚMERO E LOCALIZAÇÃO DOS CURSOS SUPERIORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA...................................................................................................................................... 43 4.2 CURSOS QUE POSSUEM DISCIPLINAS RELACIONADAS À GESTÃO DO ESPORTE ................................................................................................................................. 45 4.3 CARGA HORÁRIA DOS CONTEÚDOS DE GESTÃO DO ESPORTE....................... 46 4.4 DISCIPLINAS VOLTADAS À GESTÃO DO ESPORTE ............................................. 51 5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES ................................................................................... 54 REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 56 APÊNDICES ........................................................................................................................... 62 APÊNDICE A – Instrumento de pesquisa ........................................................................... 63 APÊNDICE B – Desenvolvimento da prática de estágio .................................................... 65 APÊNDICE C – Caracterização da organização pesquisada ............................................. 66 ANEXOS.................................................................................................................................. 70 ANEXO A –– Parecer do Comitê de Ética ........................................................................... 71 ANEXO B – Ficha de freqüência das sessões de orientação ............................................... 75 ANEXO C – Formulário de identificação do estágio supervisionado em educação física.... ..................................................................................................................................... 77 ANEXO D – Controle de freqüência do estagiário .............................................................. 78 ANEXO E – Ficha de avaliação de campo ........................................................................... 80 ANEXO F – Termo de realização de estágio ........................................................................ 82 11 1. INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA A evolução da formação de profissionais de Educação Física no Brasil recebeu impulso apenas na década de 1930, quando surgiram as primeiras iniciativas de formação superior no país. A existência de registros históricos indicam uma prática institucionalizada já em meados do século XIX. Antes, a formação profissional, quando existente, produzia-se em estabelecimentos militares ou educacionais em cursos de curta duração. (GEBARA, 1992 apud VIRTUOSO JUNIOR, et al. 2003, p. 19). A Escola de Educação Física do Exército (ESEFEX) situada no Rio de Janeiro foi criada em 9 de outubro de 1933, e formou além de oficiais e sargentos, alguns civis como monitores. No estado de São Paulo foi também regulamentada a Escola de Educação Física da Força Pública de São Paulo, em 28 de maio de 1936. (AZEVEDO; MALINA, 2004, p. 131). Já em ambiente civil, o primeiro currículo reconhecido e divulgado como padrão nacional (exposição de motivos do Sr. Ministro da Educação e Saúde apresentando decreto-lei n. 1212 de 17/04/39 que criava a Escola Nacional de Educação Física e Desportos, integrada à então Universidade do Brasil) foi o do curso superior do Rio de Janeiro. (COSTA, 1999). Este curso de dois anos de duração, alinhava-se entre quatro outros de um ano de duração, confirmando a tradição de formação curta: normal, técnica desportiva, treinamento e massagem, e medicina da Educação Física e desportos. (COSTA, 1999). Azevedo e Malina (2004, p. 131) registraram durante a década de 1930, cursos de formação em Educação Física nos estados do Espírito Santo, Pará, Pernambuco, São Paulo, funcionando sem regulamentação e pautados no modelo dos cursos militares. Percebeu-se um vertiginoso crescimento no número de Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil desde 1991, ao constatar a existência de 117 cursos de Educação Física. Conforme o levantamento da Escola de Educação Física de Muzambinho em 2003, existiam 302 Instituições, e em 2004 este número já havia passado para 469 cursos, com especial aceleração do crescimento a partir de 1998, principalmente em virtude da regulamentação da profissão. No Portal do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), em 2006 estavam cadastrados no sistema 1031 cursos de graduação em Educação Física. (SANTOS; SIMÕES, 2008). 12 Gráfico 1 - Evolução do número de cursos de graduação presenciais de Educação Física no Brasil. Fonte: SANTOS; SIMÕES, 2008, p. 265. Entretanto, o Censo de Educação Superior relatou em 2008 que o Brasil tem registrado 801 cursos de graduação presencial em Educação Física, considerando a natureza das IES, conforme demonstra o quadro 1. Número de Cursos de Graduação Presenciais Pública Total Privada Comunitária, Federal Estadual Municipal Particular Confessional e Filantrópica 801 82 103 28 337 251 Quadro 1- Cursos presenciais de Educação Física no Brasil Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2008. Outro aspecto a considerar é a evolução da área e as profundas transformações que ocorreram na Educação Física nas últimas décadas. Após grande conquista política, foi criada uma entidade civil sem fins lucrativos, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro, destinada a orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício das atividades próprias dos profissionais da Educação Física, o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) através da Lei n. 9.696, reconhecendo a Educação Física como profissão. A partir deste momento iniciou-se a organização do Conselho Federal de Educação Física e dos Conselhos Regionais de Educação Física. (SANTOS; SIMÕES, 2008, p. 267). 13 No âmbito estadual o profissional de Educação Física foi inserido para atuar na área da saúde, através da Lei Complementar n. 323, de 2 de março de 2006, onde se estabelece a estrutura de carreira, reestrutura o sistema de remuneração e dispõe sobre o regime disciplinar dos servidores da Secretaria de Estado da Saúde e estabelece outras providências. (SANTA CATARINA, 2006). Algumas oportunidades surgidas na última década tiveram apoio na Resolução n. 218/CNS, de 6 de março de 1997, que reconheceu como profissionais de saúde de nível superior o profissional de Educação Física, ratificado pela Resolução n. 287/CNS, de 8 de outubro de 1998 que relaciona as categorias de profissionais de Saúde de Nível Superior para fins de atuação do Conselho Nacional de Saúde, entre elas a Educação Física. (BRASIL, 1998b). Nesta mesma linha de raciocínio destaca-se que o art. 3º da Lei n. 9.696/98 prevê as competências do profissional de Educação Física, qual seja, coordenar, planejar, programar, supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos, bem como prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas e do desporto. (BRASIL, 1998a). Para completar estas normatizações a CBO (Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho e Emprego), prevê a classificação dos profissionais de Educação Física, sob o número 2241. (BRASIL, 2011). Cabe destacar que de acordo com a legislação vigente para atuar em programas de atividades físicas e/ou desportivas, especialmente na promoção da saúde, é necessário ter graduação/bacharelado em Educação Física (Resolução n. 7/2004/CNE e Resolução n. 4/2008/CNE) ou Licenciatura em Educação Física (Resolução n. 3/87/CFE) e Registro no Órgão Fiscalizador da Profissão. (BRASIL, 1987, 2004a, 2008a;). Calcula-se que a formação em Educação Física passará por uma fase de muita valorização, pois o Brasil está sendo envolvido por um “tsunami esportivo” frente à inserção dos megaeventos esportivos que serão realizados nos país nos próximos cinco anos. Dentre eles, estão: os V Jogos Mundiais Militares Rio 2011, a Copa do Mundo de Futebol 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. (CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, 2009, p. 4). Dessa forma VIRTUOSO JUNIOR e outros (2003, p. 25) destacam: 14 O esporte aliado aos interesses de empresas, da mídia, em virtude de ser uma vitrine hipervisitada pelos espectadores, torcedores e admiradores, faz com que surja a necessidade de o profissional adquirir condições básicas para comunicar e agir neste processo. Em síntese, resulta na figura do administrador esportivo. Neste sentido, o problema desta pesquisa foi formulado, considerando: Que as competências da Comissão do Ensino Superior e Preparação profissional (BRASIL, 2008b) levam em conta: IX - propor, analisar e ajudar a construir um sistema de avaliação dos Cursos Superiores de Educação Física; X - desenvolver e apoiar estudos sobre questões ligadas à formação profissional e ao mercado de trabalho na área da Educação Física; XI - analisar, discutir e participar do processo de autorização, avaliação e reconhecimento dos Cursos de Graduação em Educação Física; O panorama de crescentes oportunidades para os profissionais de Educação Física. A escassez de dados que descrevam a situação atual dos Cursos de Educação Física no que tange aos conteúdos que enfocam a Gestão do Esporte no Brasil e em Santa Catarina. 1.2 OBJETIVO GERAL Diagnosticar a organização curricular sobre a Gestão do Esporte dos cursos superiores de Educação Física em Santa Catarina. 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Levantar o número e a localização dos cursos superiores de Educação Física nas Instituições de Ensino Superior de Santa Catarina. Identificar quantos cursos de Educação Física em Santa Catarina contemplam conteúdos sobre a Gestão do Esporte. 15 Apresentar a carga horária ministrada para o desenvolvimento dos conteúdos sobre Gestão do Esporte nos cursos superiores de Educação Física de Santa Catarina. Identificar quais disciplinas ministram conteúdos sobre a Gestão do Esporte nos cursos de Educação Física das Instituições de Ensino Superior de Santa Catarina. 1.4 JUSTIFICATIVA A crescente preocupação com a qualidade de vida das pessoas tem indicado números crescentes de novos estabelecimentos que prestam serviço de atividade física e esportiva, não somente nas iniciativas privadas, mas também em toda a cadeia produtiva, tais como: o fitness, a recreação e o lazer, os serviços, as pessoas, os lugares ou as idéias. (COSTA, 2005). Em meio aos avanços e oportunidades citados anteriormente, tornou-se imperioso no âmbito da formação profissional romper com a tradição de currículos defasados e marcados pela predominância exclusiva das disciplinas biológicas e pedagógicas, em detrimento de conteúdos que discorressem sobre a Gestão do Esporte e outros temas relacionados às necessidades práticas do esporte, da Educação Física e do lazer no Brasil. (BRUGNEROTTO, 2008). Nos últimos 50 anos, membros da comunidade acadêmica e os demais segmentos, órgãos e Instituições, direta ou indiretamente envolvidos com a problemática das novas exigências sociais sobre as atividades da Educação Física e do esporte, empreenderam, em todo país, estudos e discussões visando o processo de reformulação curricular. Nos anos 1980, passaram a perceber o desencontro entre as complexidades inusitadas do mercado de trabalho e a ausência de temáticas que dessem conta de decifrar a nova realidade profissional, na maioria das vezes, não previstas na sua formação. Surgiram cursos de graduação que se preocuparam com o paradigma que então se estabelecia: o da necessidade dos profissionais de Educação Física serem, em primeiro lugar, empreendedores e líderes, em segundo, bons gestores e, em terceiro lugar, técnicos. Algumas iniciativas isoladas também ensaiaram a formação lato sensu em diversas Instituições de Ensino Superior no Brasil, embora ainda incipientes. (COSTA, 1999). Com isto, surgem freqüentemente observações críticas sobre os gestores que ocupam setores importantes no cenário do esporte com formação em áreas correlatas, por 16 considerar que o profissional de Educação Física possui formação ineficaz no que se refere a disciplinas que promovam o aprendizado de conhecimentos para a tomada de decisão em gestão. (COSTA, 1999). Neste particular, esboça-se o problema que gerou o presente estudo, pois diante do provável progresso alcançado, não existem pesquisas sobre a situação atual, tão pouco projeções sobre a Gestão do Esporte no Brasil. (COSTA, 1999). Constitui-se, portanto, na atualidade, um paradoxo na Educação Física brasileira: de um lado, as oportunidades apontam para um mercado em crescente expansão nas mais diversas dimensões, com um potencial de empregabilidade considerado dos mais promissores para a próxima década; de outro, observa-se uma carência sem precedente de registros que dêem conta de organizar o conhecimento em Gestão do Esporte e provar sua aplicabilidade adequada ao país. (COSTA, 1999). Há um provérbio, citado por Chelladurai (2005), que parece ilustrar bem o que acontece, hoje, na Gestão do Esporte. Cegos, ao tentar descrever um elefante, fazem a descrição utilizando suas experiências pessoais, ou seja: o cego que tocou a cauda pensou que o elefante era como uma vassoura, o que tocou o corpo pensou que o elefante fosse uma parede, e assim sucessivamente. Segundo Chelladurai (2005), que é considerado um dos maiores pesquisadores da Gestão do Esporte e inserido numa sociedade norte-americana onde os avanços na área são mais evidentes, a forma como a Gestão do Esporte tem sido concebida e operacionalizada, em alguns casos, assemelha-se à descrição do elefante pelos cegos. Este, por hipótese, é o caso da Gestão do Esporte no Brasil. Nessas circunstâncias, para buscar a identidade de formação da Gestão do Esporte no âmbito da Educação Física, o foco do presente estudo é o levantamento de informações sobre a temática Gestão do Esporte dos cursos de Educação Física do estado de Santa Catarina. O conhecimento da perspectiva de formação e as tendências de intervenções devem permear o caráter das contribuições para o desenvolvimento da Educação Física e do esporte. 17 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 HISTÓRICO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM SANTA CATARINA Para a elaboração deste capitulo, considerando a falta de registros oficiais ou de publicações sobre a história dos cursos de Educação Física em Santa Catarina, observou-se a necessidade de levantar preliminarmente informações gerais sobre as Instituições, motivo pelo qual, baseado nas informações contidas no site do Conselho Regional de Educação Física de Santa Catarina (2011), realizou-se um primeiro contato com os coordenadores de curso de Educação Física e as informações levantadas foram nominadas “depoimentos” na seção a seguir. Para o alcance das informações gerais de todas as IES, utilizou-se também, de informações contidas nos sites das mesmas, como forma de elaborar um histórico dos cursos de Educação Física de Santa Catarina. Portanto, elaborou-se este capítulo como forma de conhecer as IES catarinenses, no que tange à descrição dos seus modos de funcionamento. O quadro 2, mostra as Instituições, e seus, respectivos anos de inicio do curso de Educação Física, e os nomes dos primeiros coordenadores. A educação superior catarinense é representada por três grupos distintos de IES: as IES públicas, as IES comunitárias do sistema fundacional, e as IES particulares. Cada uma é dotada de especificidades próprias, que variam de acordo com as suas próprias características e as exigências dos órgãos de regulação aos quais se reportam. (RECKTENVALD, 2005). Universidade Ano de Início do curso Primeiro Coordenador UNIVILLE 1970 UDESC 1973 Érico Stratz Júnior UFSC 1975 Jorge Ferreira Murilo Barreto de Azevedo** 18 Universidade Ano de Início do curso Primeiro Coordenador FURB 1975 * UNESC 1975 Joaquim Arantes de Bem UNC - Concórdia 1989 Marcos Winkel dos Santos UNC - Mafra 1995 Eduardo Nassif UNIARP 1996 Mauro Rogério dos Reis UNIFEBE 1998 * 1998 * UNOESC - Xanxerê 1998 * UNOESC - Videira 1998 * UNOCHAPECÓ 1999 * 2000 João Kiyoshi Otuki UNC - Canoinhas 2000 Sérgio Dimas de Paula UNOESC - Joaçaba 2001 Edmar de Oliveira Pinto IELUSC 2001 Arno Krug UNISUL - Tubarão 2003 Moacir Juncklaus UNC - Curitibanos 2003 Julio Cesar Ribeiro FACULDADE JANGADA 2004 * UNIVALI - Biguaçu 2004 * UNIBAVE 2007 José Augusto Alves Junior UNOESC - FIE 2007 Sandra Rogéria de Oliveira ESUCRI 2008 Christiano Ceccato FACULDADE AVANTIS 2010 Elisabete Laurindo FACVEST * * HORUS FACULDADES * * FAPAG * * CELER FACULDADES * * UNIDAVI * * UNIVALI - Itajaí * * UNIASSELVI * * UNOESC - São Miguel do Oeste UNISUL - Grande Florianópolis 19 Universidade Ano de Início do curso Primeiro Coordenador UNIPLAC * * Legenda: * dado não informado. ** na figura de diretor. Quadro 2- Instituições de Ensino Superior de Santa Catarina que possuem o curso de Educação Física e seus primeiros coordenadores. Fonte: Elaboração do autor, 2011. A história dos cursos superiores de Educação Física no estado de Santa Catarina iniciou-se em 1970 na UNIVILLE, tendo como primeiro coordenador o professor Murilo Barreto de Azevedo. Na UNIVILLE, o acadêmico tem a possibilidade de interagir com professores e pode realizar projetos de pesquisa e atividades comunitárias. No campus São Bento do Sul, o curso possui parcerias com o Centro Esportivo do SESI, a Sociedade Guarani e a Fundação Municipal de Desportos para realização das aulas práticas, além da utilização da infra-estrutura e dos laboratórios no campus de Joinville em aulas programadas. (UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE, 2011). O curso de Educação Física da Universidade do Estado de Santa Catariana (UDESC), foi implantado no ano de 1973 sob a denominação de Escola Superior de Educação Física (ESEF). Inicialmente, o curso tinha duração de três anos, em consonância com a Resolução 69/69 – Conselho Federal de Educação (CFE). Atendendo às exigências do parecer 215/87 – CFE, a partir de 1988, o curso sofreu ajustes curriculares, inclusive alteração de 3 para 4 anos de duração. A partir de 1992 passou a oferecer as habilitações em licenciatura em Educação Física e bacharelado em Educação Física e esportes. Tais alterações ocorreram devido à procura pela adequação curricular, às necessidades do mercado de trabalho, às peculiaridades regionais, ao contexto institucional e às características, aos interesses da comunidade docente e discente, bem como atender às exigências de uma sociedade em permanente transformação (UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARIANA, 2011). A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), localizada em Florianópolis, no Bairro Trindade, foi oficialmente instalada em 12 de março de 1962, sendo, portanto, a mais antiga IES catarinense. Atualmente a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) conta com 50 professores efetivos no Departamento de Educação Física. Os docentes atuam ativamente na produção e socialização do conhecimento científico através dos núcleos de pesquisa: NUPAF, NUCIDH, NEPEF e NETEC e Laboratórios: LAPE, LAEF, BIOMEC, informática e LOAFIS). Os professores do Departamento de Educação Física coordenam mais 20 de 50 projetos de extensão junto à comunidade interna e externa da UFSC, caracterizando o Centro de Desportos como referência em termos de extensão universitária. O potencial para a pesquisa também é verificado. Vários projetos de pesquisa estão em andamento, além do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado), que é referência nacional na área da Educação Física. (RECKTENVALD, 2005; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, 2011). A Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB) teve seus três primeiros blocos inaugurados em 2 de agosto de 1969, já com sede própria em maio de 1974 e através da Lei n. 2001, foi instituída a Faculdade de Educação Física e Desportos. Em 22 de julho de 1974, através da Lei n. 2.016, alterou-se a denominação da Fundação Universidade Regional de Blumenau para Fundação Educacional da Região de Blumenau. A citada Lei, no seu Art. 3º, prevê que, após o reconhecimento como Universidade, restabelecer-se-ão plenamente os dispositivos da Lei n. 1.557, que a denominava Universidade. A partir de 21 de março de 1995, pela Lei Complementar Municipal n 80, a Universidade Regional de Blumenau figura como uma Instituição de Ensino Superior criada e mantida pela Fundação Universidade Regional de Blumenau. (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU, 2011). Segundo o atula coordenador de curso professor Joni Marcio Farias, no dia 5 de agosto de 1973 foi nomeado, através da resolução 25/73, o professor Joaquim Arantes de Bem para coordenar a implantação do curso de Educação Física da Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina (UNESC). Quando foi criado, o curso funcionava no período matutino, passando para vespertino e posteriormente para o período noturno, devido ao aumento na demanda e à necessidade dos acadêmicos trabalharem. Na época em que foi criado, o curso não tinha uma infra-estrutura completa e utilizava para as aulas as quadras de alguns colégios da cidade e piscina da Vila Olímpica e do Criciúma Esporte Clube. De acordo com as informações passadas pela atual coordenadora professora Ivana Lima Martins Schneider, o curso de Educação Física da Universidade do Contestado (UNC), campos de Concórdia, iniciou-se a partir de um estudo da necessidade do curso de Educação Física na região, apresentando uma carta consulta para o Conselho Estadual de Educação. Em 1989 foi fundado o curso, que teve a primeira turma formada em 1993. Por um período de 21 anos o curso sofreu várias alterações de grade, com o propósito de atualização e para adequação às demandas de mercado. O professor Nilton Furquim Junior relata que o curso de Educação Física da UNC, campos de Mafra, iniciou-se em 1995 e foi criado para ser ofertado inicialmente no campus 21 de Concórdia. Posteriormente, atendendo necessidades identificadas, foi aprovado aumento de vagas para o curso ser ofertado também nos Campi Universitários de Curitibanos, Mafra e Núcleo Universitário de Porto União. Segundo o professor e atual coordenador Jorge Luiz Velasquez, o curso de graduação em Educação Física da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), encontra-se em funcionamento no centro da cidade de Caçador. O curso de Educação Física desenvolve suas atividades em Regime Especial e Regular, no período diurno e noturno, inclusive em finais de semana. A Fundação Educacional de Brusque foi criada em 15 de janeiro de 1973, e teve como idealizador o professor Padre Orlando Maria Murphy, que foi o primeiro presidente. Visando a adaptação da Instituição aos novos cursos e à sua nova realidade, em abril de 1999, nasceu o Centro de Educação Superior de Brusque. O curso de Educação Física foi criado em 1998. (FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BRUSQUE, 2011). A professora Elisabeth Baretta relata que o curso de Educação Física da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) foi implantado em 1998 nos campi de São Miguel do Oeste, Videira e Xanxerê. Os campi adotaram o mesmo projeto pedagógico que foi elaborado coletivamente por uma comissão constituída por profissionais de Educação Física de cada campus. Em 1999 ocorreu o primeiro ingresso nesses campi. A Sociedade Lageana de Educação (SLE), mantenedora da FACVEST, foi instituída como pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, em 3 de dezembro de 1999. A FACVEST suscede a um processo de desenvolvimento do ensino na região de Lages, que como início em 1993. Após cinco anos, foi implantada, em 1998, a primeira Instituição de Educação Superior privada de Lages, as Faculdades Integradas FACVEST. (FACULDADES INTEGRADAS DA REDE DE ENSINO UNIVEST, 2011). A Universidade Comunitária Regional de Chapecó (UNOCHAPECÓ) fundou seu curso de Educação Física em 1999. O aluno pode ingressar na faculdade por vestibular ou processo seletivo. (UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA REGIONAL DE CHAPECÓ, 2011). A UNIPLAC lança o projeto da Universidade e em dezembro de 1996 instala-se a Comissão Especial de Acompanhamento. Em 15 de junho de 1999, através da Resolução 31/99, o Conselho Estadual de Educação reconhece a UNIPLAC. No mesmo ano o Governo do estado também reconhece a UNIPLAC como Universidade, através do Decreto 312/99. Em 27 de julho a Universidade do Planalto Catarinense é oficialmente instalada, passando assim a usar de todas as prerrogativas inerentes ao status universitário. (UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE, 2011). 22 A Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) teve sua origem em 1964 como uma Universidade Comunitária sem fins lucrativos. Surgiu em Tubarão como FESSC, transformando-se em Universidade em 1989. Os campus da Grande Florianópolis e de Tubarão ofertam o curso de Educação Física. O curso de Educação Física do campus Grande Florianópolis possui um projeto pedagógico que une a prática esportiva aos conhecimentos de marketing e empreendedorismo. O campus de Tubarão, considerando seu potencial de cidade unificadora possui o foco em exercício físico e saúde. (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 2011). O curso de Educação Física da UNC Canoinhas, de acordo com o professor Sérgio Dimas de Paula, o ano de inauguração (início do curso) foi em 2000. O primeiro coordenador foi o professor Sérgio Dimas de Paula, o qual ocupa o mesmo cargo até hoje. O curso funciona em regime especial, isto é: funciona somente nos finais de semana (aula presencial), sexta à noite e aos sábados, pela manhã e à tarde. Segundo a professora Elisabeth Baretta, em Joaçaba, o curso de Educação Física da UNOESC foi criado em 2001, tendo ênfase em Educação Física e saúde coletiva, autorizado pela Resolução n. 46/ Consun /01, de 30 de maio de 2001, homologado pelo Conselho Estadual de Saúde através da Resolução n. 1/CES/2002 e pelo Parecer n. 94/CEE/2002. No início do ano de 2007 foi proposta uma alteração do projeto pedagógico unificado do curso de Educação Física. De acordo com a secretária do curso de Educação Física Lili Beje, o curso de Educação Física do Instituto Superior e Centro Educacional Luterano Bom Jesus (IELUSC) teve o vestibular para a primeira turma no dia 30 de junho de 2001 com as aulas iniciando dia 26 de julho de 2001, e teve como primeiro diretor o doutor. Arno Krug, e tem como atual coordenador o professor doutor. Leandro Otto Hofstätter. Lili ainda descreve que: O curso foi criado tendo em vista a necessidade de formar profissionais para a docência que possam ser ao mesmo tempo, especialistas no desenvolvimento de práticas e de atividades adequadas à realidade da nossa comunidade, orientando-se pelo respeito aos princípios e valores de uma cidadania consciente, e assegurar através dos aprofundamentos (esporte, docência e atividade física e saúde) o acesso ao conhecimento especializado e à proficiência, contemplados nas novas configurações profissionais, técnicas e científicas da área. O professor Júlio César Ribeiro descreve que, o curso de Educação Física da UNC unidade Curitibanos, iniciou-se em janeiro de 2003, e tinha como coordenador o professor Julio Cesar Ribeiro. Foi criado em regime especial (todas as sextas e sábados) e com semanas 23 concentradas, normalmente durante as férias escolares (janeiro e julho). O curso conta hoje com 120 alunos em 4 fases em andamento (2ª, 4ª, 6ª e 8ª fases). No dia 16 de fevereiro de 1989, a Filcat torna-se Universidade do Vale do Itajaí, através da Portaria Ministerial n. 51/89, e em 21 de março é instalada oficialmente. Na condição de Universidade, a UNIVALI passa a ter autonomia para a abertura de novos cursos – um dos fatores que a impulsionaram a transformar-se na maior instituição de ensino superior do estado. O curso de Educação Física foi implantado a partir do segundo semestre de 2004, no período noturno, com aulas práticas no período diurno. No primeiro semestre de 2007 inicia a primeira turma no período matutino. (UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ, 2011). Em 2003 os fundadores do Instituto Educacional Jangada, acreditando no idealismo e numa proposta pedagógica inovadora de outros idealizadores, firmam parceria com o Instituto Educacional Santa Catarina, que se propõe a formar profissionais capacitados e cidadãos cônscios, que através de suas habilidades e competências possam atuar e intervir na sociedade. Os processos de solicitação de credenciamento da Faculdade Jangada e autorização dos cursos de ciências biológicas e Educação Física, foram protocolados no MEC/SeSU, em agosto de 2003. Em junho de 2004 a Comissão designada pela SeSU, após análise e avaliação in loco, recomenda o credenciamento da Faculdade Jangada e as autorizações dos cursos solicitados. (FACULDADE JANGADA, 2011). Segundo o professor José Augusto Alves Júnior e de informações contidas no site da instituição, o curso de Educação Física, da Fundação Educacional Barriga Verde (UNIBAVE), tem como missão promover uma Educação Física inovadora com alta qualidade, formando profissionais com capacidade crítica, reflexiva, criativa e interdisciplinar, capaz de intervir na comunidade de forma empreendedora e eficaz. O curso foi iniciado em 2007, atualmente é ofertado no período na noite. (FUNDAÇÃO EDUCACIONAL BARRIGA VERDE, 2011) O professor Christiano Ceccato relata que o curso de Educação Física da Escola Superior de Criciúma (ESUCRI), tem como objetivo geral formar professores com qualificação para intervir, acadêmica e profissionalmente, em Instituições educacionais, no componente curricular de Educação Física da educação básica, com preparo para implantar práticas inclusivas e projetos sócio-educativos na comunidade escolar, com foco na promoção da saúde e na qualidade de vida do educando e sua família. Segundo o atual coordenador do curso, Christiano Ceccato, a ESUCRI têm como objetivos específicos do curso formar professores: 24 1- orientados por valores éticos e sociais, próprios de uma sociedade plural e democrática, para analisar a realidade social e nela atuar como agente de transformação no âmbito dos estados atuais e emergentes da cultura do movimento humano; 2- capazes de compreender o papel social da escola no que diz respeito ao processo de socialização e de ensino-aprendizagem nas suas relações com o contexto da prática e do sistema educativo, participando coletiva e cooperativamente da elaboração, gestão, desenvolvimento e avaliação do projeto educativo da escola; 3- que acompanhem as transformações acadêmico-científicas e sócio-culturais da Educação Física e áreas afins, que contribuam para a socialização de conhecimentos, que dominem os recursos tecnológicos para ampliar e diversificar sua prática docente; 4- que desenvolva sua ação pedagógica com foco nas práticas inclusivas; 5- capazes de discutir, fundamentar e justificar a presença da Educação Física como componente curricular na escola, e além disso da sua importância para o aprimoramento de todos os setores da comunidade na qual está inserida; 6- que dominem os conteúdos da Educação Física que serão objeto da intervenção docente, adequando-os ao espaço e tempo escolares, compartilhando saberes de diferentes áreas do conhecimento; 7- que intervenham conscientemente onde estiverem inseridos, implementando ações educacionais de pesquisa e extensão, voltadas ao desenvolvimento da comunidade; 8- comprometidos com os valores inspiradores da sociedade democrática, que implica em respeitar a diversidade cultural na tomada de decisões metodológicas e didáticas; 9- que desenvolvam atividades e projetos sócio-educacionais voltados a toda comunidade escolar, conscientizando-a da necessidade acerca da prática da atividade física na promoção da saúde e na qualidade de vida do indivíduo. De acordo com informações prestadas pela atual coordenadora do curso de Educação Física Zilá Gomes de Moraes Flores, o curso de Educação Física da Avantis, iniciou-se em 2010/2, e está atualmente na terceira fase. O curso surgiu da vontade e solicitação da comunidade da região de Balneário Camboriú, pois até então as pessoas que desejavam cursar Educação Física deveriam deslocar-se para outras cidades, tendo um investimento financeiro elevado em sua formação. No momento o curso conta com cerca de 160 alunos matriculados em suas 3 fases. No dia 2 de setembro de 2004, aconteceu um fato inédito no ensino superior brasileiro: com apenas quatro anos e meio de funcionamento, através da Portaria n. 2.686 do Ministério da Educação (MEC), as Faculdades Integradas do Vale do Itajaí transformaram-se em Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI), 10 anos depois, cerca de 50 mil acadêmicos freqüentam os cursos da UNIASSELVI. Atuante em diversas áreas do conhecimento, a Instituição já formou mais de cinco mil profissionais nos cursos presenciais. O grupo UNIASSELVI é o maior grupo de Ensino Superior de Santa Catarina e um dos maiores do país, congregando cerca de 65 mil acadêmicos e 2500 colaboradores. Unindo amplas e equipadas salas de aula, modernos laboratórios e um conceituado time de 25 professores, o grupo UNIASSELVI oferece cerca de 40 cursos de graduação e 30 de pósgraduação à comunidade. (CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI, 2011). O curso de Educação Física da UNIDAVI funciona de segunda a sexta-feira no período noturno. Dispõe de aulas teóricas e práticas, estágios curriculares obrigatórios e não obrigatórios, participação em eventos esportivos, recreativos e de lazer, além de viagens técnicas para congressos, feiras e cursos na área de formação. (CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ, 2011). As informações acima foram obtidas a partir do primeiro contato com os coordenadores, por meio de informação eletrônica, porém, a despeito da cronologia apresentada no cronograma, não foi possível obter informações das Instituições: Horus faculdades, FAPAG, UNIVALI – Itajaí, Celer faculdades e UNOESC-Fie. 2.2 EMBASAMENTO LEGAL DOS CURSOS SUPERIORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA A implantação de cursos superiores requer, por parte das IES solicitantes, o cumprimento da legislação vigente de modo que alcance sucesso nos atos de autorização, credenciamento e respectivo reconhecimento. O documento legal que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, é a Lei n. 9.394/1996. (BRASIL, 1996). O artigo 13 da Lei 9.394/1996, enfoca as determinadas exigências tais como: Art 13. Nos termos do § 2º do art. 88 da Lei nº 9.394, de 1996, as instituições atualmente credenciadas como universidades terão o prazo de oito anos para cumprir integralmente as condições estabelecidas no art. 52 da mesma Lei, observados os seguintes prazos intermediários: I - no final do primeiro ano de vigência da Lei, as universidades deverão comprovar que promoveram a revisão de seus estatutos de forma a adequá-los às exigências da Lei nº 9.394, de 1996, especialmente no que tange ao parágrafo único do art. 53, Il - no final do segundo ano de vigência da Lei, as atuais universidades deverão comprovar que: a) pelo menos quinze por cento do corpo docente está contratado em regime de tempo integral; b) no mínimo quinze por cento do corpo docente possui formação em nível de pósgraduação stricto sensu , sendo, pelo menos, cinco por cento com doutorado; c) linhas e grupos de pesquisa definidos; Ill - no final do quinto ano de vigência da Lei, as universidades deverão comprovar que: a) pelo menos 25% dos docentes está contratado em regime de tempo integral; b) no mínimo 25% do corpo docente possui formação em nível de pósgraduação stricto sensu , sendo, pelo menos, dez por cento com doutorado; c) produção científica e intelectual consolidada; 26 IV - no final do oitavo ano de vigência da Lei, as universidades deverão comprovar que: a) pelo menos um terço dos docentes está contratado em regime de tempo integral; b) no mínimo um terço do corpo docente possui formação em nível de pósgraduação stricto sensu , sendo, pelo menos, quinze por cento com doutorado. VII - o descumprimento dos requisitos fixados neste artigo, nos prazos estabelecidos resultará na reclassificação da universidade em centro universitário, até nova avaliação positiva (BRASIL, 1996). Ainda de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em seu artigo 43, destacam-se algumas das finalidades da educação superior, cujos incisos são importantes: I – estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II – formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III – incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento de ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV – promover promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. (BRASIL, 1996). Os documentos legais que amparam o processo de reestruturação dos cursos de licenciatura no Brasil foram inicialmente consubstanciados no Parecer CNE/CP n. 9/2001. Posteriormente a Resolução n. 1/2002, instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores da educação básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena: Art. 1º. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, constituem-se de um conjunto de princípios, fundamentos e procedimentos a serem observados na organização institucional e curricular de cada estabelecimento de ensino e aplicam-se a todas as etapas e modalidades da educação básica. Art. 3º. A formação de professores que atuarão nas diferentes etapas e modalidades da educação básica observará princípios norteadores desse preparo para o exercício profissional específico, que considerem: I - a competência como concepção nuclear na orientação do curso; II - a coerência entre a formação oferecida e a prática esperada do futuro professor, tendo em vista: 27 a) a simetria invertida, onde o preparo do professor, por ocorrer em lugar similar àquele em que vai atuar, demanda consistência entre o que faz na formação e o que dele se espera; b) a aprendizagem como processo de construção de conhecimentos, habilidades e valores em interação com a realidade e com os demais indivíduos, no qual são colocados em uso capacidades pessoais; c) os conteúdos, como meio e suporte para a constituição das competências; d) a avaliação como parte integrante do processo de formação, que possibilita o diagnóstico de lacunas e a aferição dos resultados alcançados, consideradas as competências a serem constituídas e a identificação das mudanças de percurso eventualmente necessárias. III - a pesquisa, com foco no processo de ensino e de aprendizagem, uma vez que ensinar requer, tanto dispor de conhecimentos e mobilizá-los para a ação, como compreender o processo de construção do conhecimento. (BRASIL, 2002a). Esta resolução tráz as Diretrizes que regem a Educação Física no âmbito da licenciatura, determinando a formação de professores que atuarão nas diferentes etapas e modalidades da educação básica, portanto, para atuação específica e especializada com o componente curricular Educação Física. (BRASIL, 2002a). Outro documento é a Resolução CNE/CP n. 2 de 19 de fevereiro de 2002 na qual define a duração e a carga horária para os cursos de graduação de licenciatura, em que determina em seu artigo primeiro a carga horária de no mínimo 2800 horas, nas quais a articulação teórico-prática garanta, nos termos dos seus projetos pedagógicos, as seguintes dimensões dos componentes comuns (BRASIL, 2002b): I - 400 (quatrocentas) horas de prática como componente curricular, vivencias ao longo do curso; II - 400 (quatrocentas) horas de estágio curricular supervisionado a partir do início da segunda metade do curso; III - 1800 (mil e oitocentas) horas de aulas para os conteúdos curriculares de natureza científico-cultural; IV - 200 (duzentas) horas para outras formas de atividades acedêmico-científicoculturais. (BRASIL, 2002b). Já em seu segundo artigo institui que o curso terá no mínimo 3 anos de duração com 200 dias letivos anuais (BRASIL, 2002b). O projeto pedagógico do curso de licenciatura tem a práxis pedagógica como referência e sua base estruturante deve contemplar a compreensão das diferentes abordagens do conhecimento pedagógico, os conteúdos específicos do currículo dos diferentes níveis de ensino e as respectivas metodologias, além de avaliação e da organização e gestão do trabalho educativo escolar. (CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, 2009). A Resolução CNE/CP n. 7/2004 (BRASIL, 2004a) institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Educação Física, em nível superior de 28 graduação plena, ou seja o bacharel em Educação Física: pela primeira vez, os cursos de Educação Física estão divididos em bacharelado e licenciatura com duas propostas distintas. Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena, assim como estabelece orientações específicas para a licenciatura plena em Educação Física, nos termos definidos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica. Art. 4º O curso de graduação em Educação Física deverá assegurar uma formação generalista, humanista e crítica, qualificadora da intervenção acadêmicoprofissional, fundamentada no rigor científico, na reflexão filosófica e na conduta ética. § 1º O graduado em Educação Física deverá estar qualificado para analisar criticamente a realidade social, para nela intervir acadêmica e profissionalmente por meio das diferentes manifestações e expressões do movimento humano, visando a formação, a ampliação e o enriquecimento cultural das pessoas, para aumentar as possibilidades de adoção de um estilo de vida fisicamente ativo e saudável. § 2º O Professor da Educação Básica, licenciatura plena em Educação Física, deverá estar qualificado para a docência deste componente curricular na educação básica, tendo como referência a legislação própria do Conselho Nacional de Educação, bem como as orientações específicas para esta formação tratadas nesta Resolução. (BRASIL, 2004a). Neste sentido o bacharel fica qualificado para analisar criticamente a realidade social, para nela intervir por meio das diferentes manifestações da atividade física e esportiva, tendo por finalidade aumentar as possibilidades de adoção de um estilo de vida fisicamente ativo e saudável, estando impedido de atuar na educação básica. (BRASIL, 2004a). A Resolução CNE/CES n. 7/2007 altera o artigo 10 da Resolução CNE/CES n. 7, de 31 de março de 2004, definindo as atividades complementares dos cursos de bacharelado, conforme o parágrafo 3o: § 3o As atividades complementares possibilitam o aproveitamento, por avaliação, de atividades, habilidades, conhecimentos e competências do aluno, incluindo astudos e práticas independentes, realizadas sob formas distintas como monitorias, programas de iniciação científica, programas de extensão, estudos complementares, congressos, seminários e cursos. I – As atividades complementares podem ser desenvolvodas no ambiente acadêmico ou fora deste, especialmete em meios científicos e profissionais e no mundo do trabalho. II – As atividades complementares não se confundem com o estágio curricular obrigatório. III – os mecanismos e critérios para a avaliação e aproveitamento das atividades complementares devem estar definidos em regulamento próprio da instituição. (BRASIL, 2007). A Resolução n. 4, de abril de 2009, estabelece a carga horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos cursos de graduação voltados para a saúde com titulação de bacharel, entre eles a Educação Física, onde em seu primeiro artigo 29 determina a carga horária mínima para o curso de bacharel em Educação Física (BRASIL, 2009). Com o advento da Resolução CNE n. 4/2009, foi legalmente definido que o curso de graduação em Educação Física deve observar o tempo mínimo de duração de quatro anos e uma carga horária de 3200 horas, sendo que o estágio e as atividades complementares não deverão exceder a 20% da carga horária total do curso. Essas determinações deverão ser cumpridas a partir do próximo Ciclo Avaliativo do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES, no ano de 2010. .(CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, 2009). Para atender o artigo primeiro, o segundo artigo relata sobre os tempos mínimos e máximos que as IES têm para a integralização curricular por curso, bem como a sua duração, no qual mostra que a carga horária pode ser ofertada por sistema de créditos, sob regime seriado ou por módulos acadêmicos, atendidos os tempos letivos fixados na Lei n. 9.394/96, deverá ser dimensionada em, no mínimo, 200 dias de trabalho acadêmico efetivo, cuja duração dos cursos deve ser estabelecida por carga horária total curricular, contabilizada em horas (60 minutos), passando a constar do respectivo Projeto Pedagógico, e os limites de integralização dos cursos devem ser fixados com base na carga horária total, computada nos respectivos Projetos Pedagógicos do curso, no caso da Educação Física em 4 anos, pois a carga horária mínima para o curso é de 3200 horas (BRASIL, 2009). 30 2.3 ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO À OFERTA, ESTRUTURA E RECONHECIMENTO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE SANTA CATARINA No estado de Santa Catarina, três órgãos servem de apoio, estrutura e reconhecimento, para os cursos de Educação Física, a saber, Conselho Estadual de Educação (CEE), Conselho Regional de Educação Física (CREF/SC), e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). O Conselho Estadual de Educação do Estado de Santa Catarina por meio da Resolução n. 170, fixa normas para o funcionamento da educação superior no Sistema Estadual de Educação de Santa Catarina e estabelece outras providências. (SANTA CATARINA, 2007). O artigo segundo dispõe sobre a classificação das IES, dividindo-as em: I - Universidades; II - Centros Universitários; III - Faculdades Integradas ou Centros de Educação Superior; IV - Faculdades, Institutos Superiores de Educação ou Escolas Superiores. (SANTA CATARINA, 2007). O artigo terceiro da Resolução, dispõe ainda sobre a caracterização e aponta que pelo menos um terço do corpo docente deve possuir a titulação acadêmica de mestrado ou doutorado. No parágrafo segundo e terceiro, informam sobre a organização das Universidades na forma de multicampi, sendo que a sede deverá apresentar condições e estrutura física de desenvolvimento do ensino, da pesquisa, da extensão. (SANTA CATARINA, 2007). O artigo quarto discorre o seguinte: Art. 4° Poderão ser credenciadas como Centros Universitários as Instituições de Educação Superior que, abrangendo uma ou mais áreas de conhecimento, se caracterizem pela excelência nas atividades de ensino, comprovada pela qualificação do corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade escolar, com grau de autonomia definido no ato do credenciamento, sendo-lhes asseguradas, no mínimo, as seguintes possibilidades: oferecer, fora da sede, seus cursos de graduação reconhecidos, criando vagas em número nunca superior ao do curso reconhecido, salvo para atender situações emergenciais mediante convênio com o poder público; criar novas habilitações na área dos seus cursos reconhecidos promovendo a necessária expansão do número de vagas; aumentar o número de vagas de cursos reconhecidos para oferecê-los em novos turnos ou permitir até 02 (dois) ingressos anuais. § 1º As novas habilitações previstas no inciso II deverão submeter-se a processo de reconhecimento. § 2° Os Centros Universitários poderão organizar-se na forma de multicampi. 31 § 3° Os campi do Centro Universitário serão especificados no ato de credenciamento e passarão a ter condição de sede desde que apresentem condições e estrutura física de desenvolvimento do ensino e do atendimento administrativo e da docência iguais ou assemelhados ao da sede e com funcionamento permanente. (SANTA CATARINA, 2007). De acordo com o artigo 11, o credenciamento consiste no ato administrativo pelo qual o poder público estadual ratifica ou altera a habilitação da Instituição de Ensino a atuar na educação superior e altera ou suspende a modalidade da tipologia acadêmico-institucional em que se enquadra, sendo que o reconhecimento de cursos de educação superior, será renovado periodicamente, conforme o parecer aprovado pelo Plenário do Conselho Estadual de Educação, após processo regular de avaliação. (SANTA CATARINA, 2007). A estrutura e a organização dos currículos ficam a critério da IES, desde que estejam de acordo com a legislação própria, Diretrizes Curriculares Nacionais, carga horária mínima e projeto pedagógico do curso com o perfil do profissional a ser formado. Tal constatação se justifica também pelo artigo 5º do Parecer n. 58/04, que permite a cada universidade e/ou curso autonomia na construção de seus objetivos, ou seja, conforme as características de cada curso especificamente direcionado à localização da Universidade, bem como do corpo docente. (SANTA CATARINA, 2007; BRASIL, 2004b). Para a avaliação das IES, serão utilizados os parâmetros e instrumentos do SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior), que se constituem nas seguintes modalidades: I - avaliação institucional: auto-avaliação e avaliação externa in loco; II - avaliação de cursos; III - avaliação do desempenho dos estudantes. O artigo 30 da Resolução n. 170 do CEE descreve que: Art. 30. A coordenação do processo de avaliação das Instituições, bem como de cursos será responsabilidade do Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina e a realização da avaliação do desempenho dos estudantes será responsabilidade do INEP. (SANTA CATARINA, 2007). A avaliação institucional resultará na formação de um conceito, ordenados em uma escala de 5 níveis, sendo os níveis 4 e 5 indicativos de pontos fortes, e os níveis 1 e 2 indicativos de pontos fracos, e o número 3 indicativo mínimo aceitável para credenciar e renovar o credenciamento de Instituições. (SANTA CATARINA, 2007). 32 O artigo 36 dispõe sobre a autonomia das Universidades e Centros Universitários em organizar, autorizar e criar cursos de educação superior, devendo comunicar o ato autorizatório ao Conselho Estadual de Educação. Consta também 2 parágrafos: § 1º As Universidades e os Centros Universitários poderão criar cursos, fora de sua sede, devendo comunicar, no prazo de 60 (sessenta) dias, o ato de criação ao Conselho Estadual de Educação. § 2º Os cursos criados fora de sua sede deverão encaminhar processos de reconhecimento nos termos dos artigos 47 e 48 desta Resolução, podendo, a critério da IES, serem reconhecidos juntamente com os da sede, com verificação in loco. (SANTA CATARINA, 2007). Na seção I, Da Autorização, destacam-se as informações que deverão conter nos projetos que visam à autorização de cursos de graduação ou de novas habilitações em Faculdades Integradas ou Centro de Educação Superior, Faculdades, Institutos Superiores de Educação ou Escolas Superiores, através dos incisos: I-justificativa da necessidade social; II-organização curricular, regime e duração do curso, habilitação(ões) oferecida(s), III-ementário e bibliografia das disciplinas; IV-qualificação e regime de trabalho do corpo docente; V-número de vagas e divisão de turmas e turnos; VI descrição das instalações físicas disponíveis; VII-descrição das condições de laboratórios e equipamentos didáticos; VIII-descrição das condições de biblioteca; IX-planejamento econômico-financeiro no qual fiquem evidenciadas as condições de manutenção do curso; X-descrição de como será efetuado, supervisionado e avaliado o estágio; XI-demonstração da regularidade fiscal e parafiscal da Instituição mantenedora; parecer do Órgão Colegiado competente sobre a aprovação do projeto do curso. Parágrafo único. O projeto deverá ser acompanhado do Regimento Interno da Instituição de Educação Superior com as adaptações necessárias para o novo curso ou habilitação, quando for o caso. (SANTA CATARINA, 2007). Já os cursos de graduação ofertados na modalidade à distância, terão regulamentação específica. (SANTA CATARINA, 2007). A Lei 9696/98 dispõe sobre a regulamentação da profissão de Educação Física e cria os respectivos Conselho Federal e Conselhos Regionais de Educação Física. (BRASIL, 1998a). Com a regulamentação da profissão de Educação Física efetivada, ampliou-se a visibilidade social e acadêmica da profissão, consagrou-se as suas diferentes áreas de intervenção profissional e delegou-se exclusivamente aos profissionais de Educação Física a prerrogativa de ministrar/orientar atividades físicas e esportivas. (CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, 2009). 33 O Sistema CONFEF/CREFs, é responsável pela habilitação profissional, reconhecendo e atendendo à questão legal definida pelas Diretrizes Curriculares do Ministério da Educação, estabelece para a concessão de habilitação para o exercício profissional na área da Educação Física a aplicação e utilização das mesmas em função dos conhecimentos, habilidades e direitos adquiridos, quando da conclusão dos cursos de formação (STEINHILBER, 2006). A Lei (n. 9.696/98), indica em seu artigo 3 o as competências do profissional: coordenar, planejar, programar, supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos, bem como prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas e do desporto (BRASIL, 1998a). Quanto ao campo e atividade profissional, o artigo 9º do estatuto do CONFEF, trata indistintamente o profissional de Educação Física como um “(...) especialista em atividades físicas, nas suas diversas manifestações (...)”, “(...) sendo da sua competência prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento da educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e/ou restabelecimento de níveis adequados de desempenho e condicionamento fisiocorporal dos beneficiários, visando à consecução do bem-estar e da qualidade de vida, da consciência, da expressão e estética do movimento, da prevenção de doenças, de acidentes, de problemas posturais, da compensação de distúrbios funcionais, contribuindo ainda para a consecução da autonomia, da auto-estima, da cooperação, da solidariedade, da integração, da cidadania, das relações sociais e para a preservação do meio ambiente, observados os preceitos de responsabilidade, segurança, qualidade técnica e ética na atendimento individual e coletivo (...)” (BRASIL, 2008b). De acordo com a Lei 9696 de 1998, serão inscritos nos quadros dos Conselhos Regionais de Educação Física os seguintes profissionais: I - os possuidores de diploma obtido em curso de Educação Física, oficialmente autorizado ou reconhecido; II - os possuidores de diploma em Educação Física expedido pôr Instituição de Ensino Superior estrangeira, revalidado na forma da legislação em vigor; III - os que, até a data do início da vigência desta lei, tenham comprovadamente exercido atividades próprias dos Profissionais de Educação Física, nos termos a serem estabelecidos pelo Conselho Federal de Educação Física. 34 O CONFEF é composto por uma Comissão de Ensino Superior e Preparação Profissional, conforme se observam suas competências no artigo 51 da Resolução do CONFEF n. 156/2008, sendo elas: I - acompanhar, analisar e emitir parecer sobre políticas, processos, projetos oriundos de órgãos públicos e de entidades privadas, que incidam sobre a formação profissional inicial e continuada em Educação Física; II - analisar e emitir parecer sobre questões pertinentes à adequação da preparação profissional ao registro no Sistema CONFEF/CREFs; III - estabelecer diretrizes para o aprimoramento dos Profissionais de Educação Física; IV - propor normas e instrumentos para exame de suficiência profissional e especialização em Educação Física; V – propor o reconhecimento dos Cursos de Especialização nos diferentes campos da Educação Física definidos pelo CONFEF; VI - desenvolver mecanismos visando à avaliação do processo de atuação profissional no ensino formal; VII - estudar e propor programas e demais procedimentos para o registro dos indivíduos sem graduação em Educação Física, cujos direitos assegurados foram instituídos pela Lei n° 9.696, de 01 de setembro de 1998; VIII - constituir-se numa rede de discussão de troca de informações entre os Cursos Superiores de Educação Física; IX - propor, analisar e ajudar a construir um sistema de avaliação dos Cursos Superiores de Educação Física; X - desenvolver e apoiar estudos sobre questões ligadas à formação profissional e ao mercado de trabalho na área da Educação Física; XI - analisar, discutir e participar do processo de autorização, avaliação e reconhecimento dos Cursos de Graduação em Educação Física; XII - examinar, debater e definir a questão da cientifização da Educação Física, de suas várias vertentes e denominações e de seu campo de atuação profissional. (BRASIL, 2008b). Por sua vez, os CREFs também possuem Comissões de Ensino Superior e Preparação Profissional com competências equivalentes à comissão do CONFEF, conforme o artigo 83 da mesma Resolução (BRASIL, 2008b). A Resolução CONFEF n. 46/2002 (BRASIL, 2002c) considera, ainda, as exigências de qualidade e de ética profissional nas intervenções, devendo o Profissional de Educação Física estar capacitado profissionalmente para: 1 - Compreender, analisar, estudar, pesquisar (profissional e academicamente), esclarecer, transmitir e aplicar os conhecimentos biopsicossociais e pedagógicos da atividade física e desportiva nas suas diversas manifestações, levando em conta o contexto histórico cultural; 2 - Atuar em todas as dimensões de seu campo profissional, o que supõe pleno domínio da natureza do conhecimento da Educação Física e das práticas essenciais de sua produção, difusão, socialização e de competências técnico-instrumentais a partir de uma atitude crítico-reflexiva e ética; 3 - Disseminar e aplicar conhecimentos práticos e teóricos sobre a Educação Física (Atividade Física/Motricidade Humana/Movimento Humano), analisando-os na relação dinâmica entre o ser humano e o meio ambiente; 35 4 - Promover uma educação efetiva e permanente para a saúde e a ocupação do tempo livre e de lazer, como meio eficaz para a conquista de um estilo de vida ativo e compatível com as necessidades de cada etapa e condições da vida do ser humano; 5 - Contribuir para a formação integral de crianças, jovens, adultos e idosos, no sentido de que sejam cidadãos autônomos e conscientes; 6 - Estimular e fomentar o direito de todas as pessoas à atividade física, por vias formais e/ou não formais; 7- Promover estilos de vida saudáveis, conciliando as necessidades de indivíduos e grupos, atuando como agente de transformação social; 8- Conhecer e utilizar os recursos tecnológicos, inerentes à aplicação profissional. (BRASIL, 2002c). 2.4 CENÁRIO DA GESTÃO DO ESPORTE Administração é uma palavra de origem latina, assim como manejo (que corresponde ao inglês management) e gestão (que corresponde ao espanhol gestión e ao francês gestion). Todas têm o mesmo significado: um processo dinâmico de tomar decisões sobre a utilização de recursos, para possibilitar a realização de objetivos. (MAXIMIANO, 2008, p.11). Adota-se, então, aqui, o entendimento de que a gestão existe em todas as partes, na fábrica, na escola, no hospital, no governo, no clube, na academia, no hotel e em todas as situações em que os seres humanos se agrupam em equipe para conseguir objetivos comuns. (SOUCIE, 2002). À administração esportiva (denominação histórica da área de conhecimento no Brasil) ou Gestão do Esporte (nome mais apropriado para o setor) concerne a organização e a direção racional e sistemática de atividades esportivas e físicas em geral e/ou de entidades e grupos que fazem acontecer estas atividades, quer orientadas para competições de alto nível, quer para a participação popular ocasional ou regular e práticas de lazer e de saúde. (COSTA, 2005). As definições desta área de conhecimento variam de acordo com países e continentes. Assim, por exemplo, a North American Society for Sport Management (Sociedade Norte-Americana para Gerência do Esporte) (NASSM) define a gestão esportiva como um corpo de conhecimentos interdisciplinares que se relaciona com a direção, a liderança e a organização do esporte, incluindo dimensões comportamentais, éticas, marketing, comunicação, finanças, economia, negócios em contextos sociais, legislação e preparação profissional. Na prática, a administração esportiva é uma atividade de apoio ao esporte e à Educação Física desde o século XIX na Europa (operação de clubes, por exemplo) 36 e nos EUA (organização do esporte escolar e comunitário, por destaque). (NORTH AMERICAN SOCIETY FOR SPORT MANAGEMENT, 2011). Em síntese, a gestão consiste, portanto, em dirigir e coordenar eficazmente os recursos humanos, materiais, financeiros dentro do grupo, de modo que se alcancem os objetivos da organização e dos membros que a compõem. Em outras palavras, entende-se que os sujeitos que são responsáveis pelo trabalho de direção e coordenação no âmbito da atividade física e do esporte estão desempenhando tarefas de gestão e são considerados gestores do esporte. (NORTH AMERICAN SOCIETY FOR SPORT MANAGEMENT, 2011). Sancho (1997) aborda o tema planejamento esportivo e conceitua como um processo pelo qual se estudam as características e os objetivos de uma determinada atividade, organizam-se, de forma antecipada, racional e flexível, os recursos, meios e instrumentos disponíveis para a tomada de decisões, em que a margem de erro deve ser mínima. Posteriormente, Sancho e Sanches (1999) tratam em “La gestion de deporte municipal” como um fenômeno popular e abordam as facetas educativas da escola, o esporte de alto rendimento, as federações e o esporte de participação, inseridos em uma sociedade que necessita cada vez mais de exercícios físicos e práticas esportivas como serviços a serem prestados pelos municípios, que devem prezar pela qualidade de vida individual e social. Este entendimento é corroborado por Soucie (2002), quando trata da “Administración, Organización y Gestão Deportiva” com uma compreensão diferente das encontradas anteriormente e quando trata da gestão como uma área de conhecimento fundamental para o desenvolvimento das atividades físicas e esportivas: (...) no campo das atividades físicas e esportivas, como em tantos outros, cada vez mais se solicitam pessoas que ocupem postos de administradores. Na maioria dos casos, ocupados por pessoas sem nenhum tipo de formação e desconhecimento sobre os meios para orientar-se e aplicar os recursos colocados ao seu alcance. (SOUCIE, 2002). Os conceitos de gestão esportiva perpassam o entendimento da administração, do gerenciamento, da organização, da direção e do controle, segundo Soucie (2002). Clubes esportivos, ligas e torneios são as três estruturas mais prevalentes, hoje, na gestão esportiva norte-americana. Sistemas de gestão, ligas amadoras e estudantis empregam algumas variações destas estruturas para produzirem eventos esportivos, mas a Gestão do Esporte contemporânea é muito mais complexa do que os seus antecedentes apontam. (MASTERALEXIS et al., 2009). 37 Nesta mesma obra, Crosset e Hums (apud MASTERALEXIS et al., 2009) apresentam uma linha do tempo que demonstra, sucintamente, a história da Gestão do Esporte nos Estados Unidos e que constituiu o primeiro livro que trata do assunto, o qual intitula um capítulo chamado de “História da Gestão do Esporte”. A despeito dos Jogos Olímpicos ocorridos 776 a.C. e 393 d.C., os primeiros registros da História da Gestão do Esporte elegem as atividades desenvolvidas no Jockey Club de Newmarket desde 1750 como modelo de Gestão do Esporte praticado na Inglaterra. Outras modalidades esportivas, tais como o cricket e o boxing adotaram a forma de gestão e a estrutura organizacional das corridas de cavalo. O cricket passou por ampla revisão das suas regras em 1788 e tornou-se um modelo internacional de governança para todos os esportes. Em 1814, o pugilismo ganhou destaque em termos organizacionais e, posteriormente, as associações de futebol e rugby adotaram uma estrutura organizacional. (CROSSET & HUMS, 2009). No Brasil, o Atlas do Esporte, apresenta apontamentos históricos da Gestão do Esporte no Brasil. No Brasil, a administração do esporte ou de entidades esportivas teve suas primeiras abordagens no início do século XX em âmbito da Associação Cristã de Moços (ACM), e depois mais amplamente no final da década de 1920 e durante a década de 1930 nos meios militares – sobretudo na Escola de Educação Física do Exército formadora de instrutores e monitores militares e civis – que neste período ligaram o tema em exame à organização de competições e à gestão de instalações esportivas. (NOLASCO et al., 2006) No ano de 1906 foi feita a primeira convenção nacional de ACMs, com os gestores dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Esses gerentes reuniam-se para trocar experiências em gestão com especialistas dos Estados Unidos. Nos anos de 1920 os gestores passaram a ser formados no Uruguai e mais tarde em São Paulo. No mesmo ano a ACM criou o Instituto Continental, nas cidades do Rio de Janeiro, Buenos Aires e Montevidéu, em que eram formados técnicos em Educação Física e administração. (NOLASCO et al., 2006). Em 1922, a ACM associou-se ao Comitê Olímpico Internacional, para trabalhar na parte administrativa do evento, devido à carência de profissionais envolvidos com a administração esportiva no país. (NOLASCO et al., 2006). Nas décadas de 1930 e 1940, são publicados os manuais sobre a “organização de competições” do autor Jair Jordão Ramos. Estes livretos foram publicados com poucas alterações até a década de 1970. Ainda nos anos de 1940 circulou no Exército outro livro de 38 Jordão, com o título “Dêem Estádios ao Exército”, onde aborda a manutenção das instalações esportivas como uma função administrativa básica. (NOLASCO et al., 2006). Em 1941, o Decreto Lei n. 3.199, torna o esporte profissional e coloca a organização e a prática do esporte sob a tutela da CND, orgão disciplinador. Neste caso o entendimento de “organização” referia-se à estrutura hierárquica das entidades esportivas. Este conceito passou a ser chamado na década de 1960 de “Sistema Desportivo Nacional”, mas a expressão “organização” foi incluida na disciplina administração esportiva, as condições de funcionamento do “Sistema”, até hoje mantidas nas suas disposições gerais. (NOLASCO et al., 2006). No ano de 1940, é publicada a primeira obra de administração esportiva no Brasil, o livro com o título “Organização de Educação Física e Desportos, da autoria de Maria Lenk. Este livro tem o enfoque jurídico, estrutura das entidades esportivas, organização de jogos do Exército brasileiro e procedimentos de gestão utilizados no exterior. O livro ainda finaliza mostrando um estudo de gestão de instalações esportivas. Tal abordagem criou a tradição no país e até os dias de hoje encontra-se essa nomenclatura “organização” nos currículos de graduação em Educação Física. (LENK, 1942; NOLASCO et al., 2006). É criada a partir de 1990, a Secretaria de Desportos da Presidência da República, e em 1992 é vinculada ao Ministério da Educação, até 1995, quando é criado o Ministério de Estado Extraordinário do Esporte, e no mesmo ano é re-denominada como Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto (INDESP), Subordinado ao Ministério Extraordinário do Esporte. Em 2003 o esporte passa a ser administrado a nível nacional por um Ministério próprio. (NOLASCO et al., 2006). No período de 1942 a 1967, se faz muito presente o contexto militar na administração do esporte no país, com funções operacionais civis exercidas por militares em clubes, federações, entidades de governo entre outras, identificando-se manuais, livros e artigos na mesma condição. No final dos anos 1960, Renato Brito Cunha, lança um livreto mais focado ao meio civil. Essa obra teve várias publicações e diferentes versões em vários estados e IES até a década de 1980. (NOLASCO et al., 2006). Na década de 1970, foram iniciados cursos de lato sensu e de especialização em administração esportiva na UGF do Rio de Janeiro, e a UNICAMP de São Paulo, porém as disciplinas abordavam mais aspectos operacionais. (NOLASCO et al., 2006). Em 1971, publica-se o Diagnóstico da Educação Física e Desportos no Brasil, obra de Lamartine Pereira da Costa, em que demonstra a deficiência da gestão esportiva no país. Oito anos depois a SEED publica o caderno técnico de Lamartine chamado “Noções de 39 Administração para Professores de Educação Física e dos Desportos”, voltado para conceitos modernos de gestão e marketing esportivo, estabelecendo a partir de então uma nova fase da disciplina estruturada anteriormente por Maria Lenk. (NOLASCO et al., 2006). Na década de 1980, publicou-se um livro sobre a administração de academias de ginástica, escrito por Maurício Capinussu e Lamartine da Costa. A disciplina de administração esportiva teve seu desenvolvimento na UGF e na UNICAMP. Com o passar dos anos o marketing esportivo se fortaleceu, acontecendo então a separação desta disciplina. Já no final da década de 1980, surgem as primeiras manifestações de marketing esportivo. O COI promove em 1989, um curso de Gestão do Esporte, em que foi registrado 20 participantes. (NOLASCO et al., 2006). É verificada na década de 1990, que a gestão esportiva é composta por vários campos de atuação, como por exemplo: clube-empresa, clube social esportivo, confederações, federações, associações, ligas, órgãos governamentais e não governamentais, complexos esportivos, indústria de esporte e lazer, consultorias, universidades e empresas privadas. (NOLASCO et al., 2006). Em 1994, a UFMG, estabelece em sua estrutura a linha de pesquisa em administração e marketing esportivo. (NOLASCO et al., 2006). No ano de 1998, é publicada a Lei Pelé (n. 9.615), que passa a profissionalizar a administração de clubes, tornando-os clubes-empresa. Com essa Lei fica ressaltada a necessidade de profissionalizar os clubes e conseqüentemente a demanda por cursos de administração esportiva. (NOLASCO et al., 2006). Entre 1997 e 1998, Lamartine fez uma pesquisa em que se identificou nas IES de Educação Física as disciplinas da graduação. Neste levantamento, a disciplina de administração esportiva, posicionou-se em 5º lugar entre 82 outras, na freqüência de escolha por parte das IES. Tal resultado demonstra que a disciplina estava consolidada, embora em nível de mestrado tanto na UGF quanto na UNICAMP foram desativadas, simultaneamente aparecem cursos de MBA em Gestão do Esporte em vários pontos do país, destacando-se entre eles o curso de MBA da FGV do Rio de Janeiro, que influenciou vários profissionais no tema. (NOLASCO et al., 2006). No final dos anos 1990 e início de 2000, o Ministério do Esporte, implanta o projeto “Gestão Esportiva”, objetivando capacitar através de palestras e cursos de qualificação profissional e recursos humanos, visando a melhoria gerencial de esporte brasileiro, tendo como público-alvo, servidores, técnicos do esporte, dirigentes esportivos, professores de Educação Física, atletas e ex-atletas. Este projeto capacitou em 1999, com 10 cursos 40 ministrados, 450 pessoas e em 2000 atingiu um total de 1800 (30 cursos ministrados). (NOLASCO et al., 2006). Em 2003, surge o Estatuto da Defesa do Torcedor (Lei n. 10.761 de 2003). Este estatuto estabelece o conceito legal de torcedor sendo: toda pessoa que aprecie, apóie ou se associe a qualquer entidade de prática desportiva do país e acompanhe a prática de determinada modalidade desportiva. Tornando a entidade responsável pela organização da competição e também a entidade de prática esportiva detentora do mando de jogo, fornecedores, para todos os efeitos legais, definido pelo Código do Consumidor. Essa atitude valoriza a gestão esportiva como técnica e responsabilidade social no Brasil. (NOLASCO et al.. 2006). A parceria entre clubes e empresas com o emprego do marketing esportivo está tornando-se cada vez maior: os clubes que não possuem patrocinadores em relação aos que possuem enfrentam problemas e dificuldades para conseguirem se manter. O Brasil já tem uma tradição esportiva, mas faltam profissionais especializados para promover negócios na grande área do esporte. (NOLASCO, 2006). 41 3 MÉTODO 3.1 TIPO DE PESQUISA Essa pesquisa caracteriza-se quanto à natureza, como uma pesquisa básica, pois objetiva gerar novos conhecimentos. (MARCONI, LAKATOS, 1990). Destacam-se aqui os caminhos metodológicos desta investigação científica, cuja opção foi pela pesquisa descritiva do tipo documental, que se encontra em diversos tipos de comunicação escrita, consistindo na coleta, classificação, seleção difusa e utilização de toda espécie de informações, compreendendo também as técnicas e métodos que facilitam sua busca e identificação (FACHIN, 2001). Justifica-se a utilização das abordagens qualitativa e quantitativa combinadas, uma vez que, para Minayo e Sanches (1993), trabalhando com ambas as abordagens, o projeto final tende a ser mais completo. Portanto, a abordagem qualitativa e a abordagem quantitativa são necessárias, devendo ser utilizadas em complementaridade sempre que o projeto de pesquisa permitir. 3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA A população deste estudo é representada por todas as IES de Santa Catarina (33 segundo site do CREF/SC(2011)) que possuem pelo menos um curso de Educação Física, licenciatura ou bacharelado. 3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA Para a coleta de dados, foi utilizado como instrumento um questionário contendo questões fechadas e abertas, elaboradas de acordo com os objetivos específicos desta pesquisa. 42 O software foi desenvolvido com tecnologia da Webile Desenvolvimento Ltda, após aplicação do teste de clareza e validade. O questionário é composto por questões abertas/ e fechadas com possibilidade de inserir observações pelas IES. 3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Sul de Santa Catarina (CEP - UNISUL), e definidas as Instituições que participaram do diagnóstico, foi enviada uma carta de apresentação aos reitores, para que tomassem conhecimento e providências junto aos coordenadores dos cursos de Educação Física das respectivas Instituições, o preenchimento do questionário. Após essa etapa foi enviado um e-mail de apresentação contendo os objetivos gerais e específicos sobre a pesquisa, juntamente com um link de acesso ao questionário aos coordenadores de curso. O monitoramento dos questionários respondidos foi efetuado via e-mail e/ou telefone nos meses de outubro e novembro de 2011. 3.5 ANÁLISE DOS DADOS Os resultados estão apresentados através de abordagens quantitativas e qualitativas, levando-se em conta os seguintes itens: perfil das IES, localização; habilitação (licenciatura/bacharelado), carga horária, número de disciplinas relacionadas à área da Gestão do Esporte, carga horária de disciplinas direcionadas a Gestão do Esporte e disciplinas voltadas à Gestão do Esporte. 43 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Neste tópico, foram analisados, teórica e estatisticamente, os dados da pesquisa realizada, para possibilitar o diagnóstico da organização curricular sobre a Gestão do Esporte dos cursos superiores de Educação Física em Santa Catarina, como propõe o objetivo geral deste trabalho. A apresentação dos resultados da pesquisa seguirá a mesma seqüência proposta pelos objetivos específicos. 4.1 NÚMERO E LOCALIZAÇÃO DOS CURSOS SUPERIORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA Considerando que as IES catarinenses apresentam distintas especificidades, este tópico propõe caracterizá-las quanto à localização geográfica e número. A partir da tabulação de dados encontrados no site do CREF/SC (2011), foram localizadas 33 IES, porém responderam o questionário 14 IES, como observado no quadro 3. Existentes Respondentes IES 33 14 Cursos * 26 * Dado não obtido Quadro 3 – Relação entre cursos existentes e respondentes da pesquisa. Fonte: Elaboração do autor, 2011. Analisando a questão 1 do instrumento de coleta de dados, foi encontrado um total de 26 cursos, habilitando tanto bacharéis quanto licenciados. Com relação ao posicionamento geográfico das IES catarinenses, são atendidas todas as regiões do estado. Assim, a localização geográfica das IES catarinenses que ofertam o curso de Educação Física pode ser observada no gráfico a baixo: 44 12 Leste 10 Norte Vale 8 Sul 6 10 4 2 7 4 5 Planalto Oeste 4 3 0 Leste Norte Vale Sul Planalto Oeste Gráfico 2 - Localização geográfica. Fonte: Elaboração do autor, 2011. A área correspondente às meso regiões do estado estão ilustradas na figura a seguir: Figura 1 – Meso regiões de Santa Catarina. Fonte: Wikipédia 2011, com modificações. 45 4.2 CURSOS QUE POSSUEM DISCIPLINAS RELACIONADAS À GESTÃO DO ESPORTE Nas 33 IES pesquisadas, ao todo são ofertados 26 cursos de Educação Física em Santa Catarina, tanto habilitando bacharéis quanto licenciados. A seguir é apresentado em forma de gráfico, os cursos de Educação Física das 14 IES respondentes da pesquisa. 1 1 Bacharelado Licenciatura 12 Ambos Gráfico 3 – Número de cursos de bacharelado e/ou licenciatura em Educação Física no estado de Santa Catarina das IES que participaram da pesquisa. Fonte: Elaboração do autor, 2011. Das 33 IES que possuem cadastro no CREF/SC, 14 coordenadores de curso responderam ao questionário, onde se observou que 12 dessas ofertam os dois cursos de Educação Física, tanto a licenciatura como o bacharelado. 1 respondeu que possui licenciatura e 1 respondeu que oferta somente o curso de bacharelado. O gráfico a seguir ilustra a quantidade de cursos de bacharelado e licenciatura, e quantos possuem disciplinas voltadas para Gestão do Esporte. 46 14 12 Quantidade 10 8 6 8 IES que oferecem Gestão do Esporte 5 IES que não oferecem disciplinas que contemplam a Gestão do Esporte 13 4 2 0 Bacharelado Licenciatura Habilitação Gráfico 4 - Distribuição das habilitações de bacharelado e licenciatura com disciplinas da Gestão do Esporte. Fonte: Elaboração do autor, 2011. Nos cursos de bacharelado todos oferecem disciplinas que contemplam conteúdos sobre a Gestão do Esporte, nos cursos de licenciatura 8 IES abordam Gestão do Esporte no currículo, portanto 21 cursos oferecem disciplinas voltadas para a Gestão do Esporte. 4.3 CARGA HORÁRIA DOS CONTEÚDOS DE GESTÃO DO ESPORTE A partir do levantamento da carga horária total dos cursos de Educação Física pode-se identificar a carga horária que é dedicada a Gestão do Esporte. CH Total IES A B C CH Gestão do Esporte Habilitação CH % CH % Bacharelado 3840 100% 306 8% Licenciatura 3552 100% 144 4% Bacharelado 3200 100% 216 6% Licenciatura 2800 100% 72 3% Bacharelado 3690 100% 72 2% 47 CH Total IES D E F G H I J K L M N CH Gestão do Esporte Habilitação CH % CH % Licenciatura 2934 100% 0 0% Bacharelado 3200 100% * * Licenciatura 2800 100% 0 0% Bacharelado 3200 100% 80 3% Licenciatura 2800 100% 0 0% Bacharelado 3210 100% 60 2% Licenciatura 2820 100% 60 2% Bacharelado 3210 100% 60 2% Licenciatura 2820 100% 60 2% Bacharelado 3270 100% 300 9% Bacharelado 3200 100% 30 1% Licenciatura 2880 100% 30 1% Bacharelado 3240 100% 180 6% Licenciatura 2880 100% 60 2% Bacharelado 3852 100% 90 2% Licenciatura * 100% * * Licenciatura 3280 100% 0 0% Bacharelado 3504 100% 72 2% Licenciatura 2992 100% 0 0% Bacharelado 3400 100% 320 9% Licenciatura 3180 100% 80 2% Legenda: * Dado não obtido Quadro 4 – Relação das Instituições e suas cargas horárias. Fonte: Elaboração do autor, 2011. Os dois gráficos a seguir representam a relação entre a carga horária total do curso e a carga horária voltada aos conteúdos direcionados à Gestão do Esporte, tanto no bacharelado (gráfico 5) quanto na licenciatura (gráfico 6). Em vermelho está representada a carga horária correspondente às disciplinas gerais e em verde, às disciplinas de Gestão do Esporte. Carga Horária 48 4500 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 3840 3690 3200 A B C 3852 3270 3200 3200 3200 3240 3210 3210 * D E F G H I J K 3504 3400 M N IES * Dado não obtido Disciplinas que enfocam a formação geral Disciplinas que enfocam a Gestão do Esporte Gráfico 5 - Distribuição da carga horária total com relação às disciplinas que contemplam conteúdos de Gestão do Esporte nos cursos de bacharelado das IES de Santa Catarina. Fonte: Elaboração do autor, 2011. Podemos perceber a variabilidade da carga horária total do curso de bacharelado, onde todas possuem carga horária total igual ou superior à sugerida pela Resolução n. 4/2009. As IES A, C, F, G, H, J, K, M e N possuem cargas horárias maiores do que 3200 horas; as IES B, D, E e I atingem exatamente as 3200 horas mínimas para o curso de bacharelado em Educação Física. Porém chama a atenção o fato de que a IES A, C e K ultrapassam em mais de 400 horas o valor mínimo sugerido pela Resolução n. 4/2009. Nota-se que a maior carga horária total nos cursos de bacharelado, é a da IES K, com 3852 horas, sendo encontradas diferenças de até 652 horas. 49 4000 3500 3552 3000 Carga Horária 3280 2820 2800 2934 2800 2800 2820 2880 2880 2992 3180 2500 2000 1500 1000 500 * 0 A B C D E F G I J K L M N IES * Dado não obtido Disciplinas que enfocam a formação geral Disciplinas que enfocam a Gestão do Esporte Gráfico 6 - Distribuição da carga horária total com relação às disciplinas que contemplam conteúdos de Gestão do Esporte nos cursos de licenciatura das IES do estado de Santa Catarina. Fonte: Elaboração do autor, 2011. Pode-se perceber a carga horária total entre as IES, onde todas possuem carga horária total igual ou superior à sugerida pelo Parecer n. 2/02. As IES A, C, F, I, J, L, M e N, possuem mais que 2800 horas, e as IES, B, D e E atingem o limite mínimo sugerido pelo Parecer, que estabelece a carga horária mínima para os cursos de licenciatura em Educação Física. Nessa questão chama a atenção o fato dos cursos de licenciatura das IES A e L, passam tanto a carga horária mínima para licenciatura quanto do bacharelado. Os dados da IES K, não foram obtidos para essa questão. A carga horária total destinada às disciplinas de Gestão do Esporte, bacharelado (gráfico 7) e licenciatura (gráfico 8), das IES, está representada nos dois próximos gráficos. 50 350 306 320 300 Carga Horária 300 250 216 180 200 150 100 80 72 90 60 60 72 30 50 * 0 A B C D * Dado não obtido E F G IES H I J K M N Gráfico 7 - Carga horária das disciplinas de Gestão do Esporte das IES catarinenses, nos cursos de bacharelado. Fonte: Elaboração do autor, 2011. Os cursos de bacharelado com maior número de horas em Gestão do Esporte são das IES A, H e N, e as menores das IES I, F e G. Já o curso de bacharel da IES D, não forneceu o dado necessário. Observando-se a carga horária de disciplinas de gestão esportiva, são encontradas diferenças de até 290 horas, certamente conseqüência da liberdade e flexibilidade permitida pela Lei para a construção curricular. 51 160 144 140 Carga Horária 120 100 80 72 80 60 60 60 60 40 30 20 0 0 0 C D E * 0 0 K L M 0 A B * Dado não obtido F G IES I J N Gráfico 8 - Carga horária das disciplinas de Gestão do Esporte das IES catarinenses, nos cursos de licenciatura. Fonte: Elaboração do autor, 2011. Verifica-se que a menor carga horária para as disciplinas de Gestão do Esporte nos cursos de licenciatura, é a da IES I, com 30 horas, e a maior carga horária total pertence a IES A, com 180 horas, sendo encontradas diferenças de até 114 horas. Essas variações aconteceram conseqüentemente, pelas características regionais e/ou até mesmo ideológicas dos colegiados que a construíram. Os cursos de licenciatura das IES: C, D, E e M não têm disciplinas com carga horária em Gestão do Esporte, e no curso da IES K, não foi obtido o dado. Verificou-se que não há uma padronização tanto na carga horária total quanto na carga horária de Gestão do Esporte por parte das IES do estado de Santa Catarina. 4.4 DISCIPLINAS VOLTADAS À GESTÃO DO ESPORTE As disciplinas que abordam Gestão do Esporte em suas ementas são listadas no quadro a seguir, levando em conta a nomenclatura exata utilizada pela IES, bem como o número de IES que as cita em resposta ao questionário. 52 Nome da Disciplina Número de IES que adota esta nomenclatura Planejamento e Organização de Eventos 1 Organização do Trabalho Escolar 1 Gestão Esportiva 2 Estágio Supervisionado em Treinamento e Gestão Esportiva 1 Administração de Eventos Esportivos Educacionais 1 Organização e Gestão em Educação Física 1 Organização e Administração em Educação Física e do Desporto 1 Marketing Esportivo 2 Marketing Desportivo 1 Legislação Esportiva 1 Organização e Administração Esportiva 2 Empreendedorismo e Gestão no Esporte 1 Empreendedorismo e Gestão Esportiva 1 Administração, Planejamento e Gestão em Educação Física 1 Administração, Gestão e Planejamento em Educação Física 1 Planejamento e Organização de Eventos da Educação Física 1 Planejamento e Organização de Eventos em Educação Física 1 Gestão de Eventos Esportivos 1 Gestão de Eventos 1 Gestão e Empreendedorismo no Esporte 1 Gestão de Pessoas e Carreiras no Esporte 1 Comunicação e Marketing Esportivo 1 53 Nome da Disciplina Número de IES que adota esta nomenclatura Gestão de Projetos e Instalações Esportivas 1 Gestão em Educação Física 1 Elaboração e Organização Esportiva 1 Planejamento Desportivo 1 Políticas Públicas da Educação do Esporte e do Lazer 1 Gestão de Negócios e Empreendedorismo na Educação Física 1 Quadro5– Nomenclatura adotada pelas Instituições de Ensino Superior para as disciplinas que contemplam conteúdos sobre a Gestão do Esporte. Fonte: Elaboração do autor, 2011. Foi possível constatar 28 disciplinas com nomenclaturas distintas, sendo que algumas delas têm praticamente os mesmos nomes, só se diferem por detalhes, como o caso das disciplinas “marketing esportivo” e “marketing desportivo”, e outras se diferem pela ordem de escrita como, por exemplo, as disciplinas “administração, planejamento e gestão em educação física” e “administração, gestão e planejamento em educação física”. No máximo duas IES utilizam a mesma nomenclatura para as disciplinas de “gestão esportiva”, “marketing esportivo” e “organização e administração esportiva”. 54 5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES Após visualizar e discutir os dados pode-se realizar um diagnóstico da organização curricular sobre a Gestão do Esporte dos cursos superiores de Educação Física de Santa Catarina. Somam-se 33 IES que oferecem cursos de Educação Física no estado, tendo sua localização geográfica espalhada por todo o território com destaque para o oeste catarinense, que possui 10 das IES que oferecem curso de Educação Física. Das 33 IES que possuem curso de Educação Física, 14 coordenadores responderam à pesquisa, sendo que 12 oferecem ambos os cursos, tanto o bacharelado quanto a licenciatura, 1 oferece apenas bacharelado e 1 somente licenciatura. Portanto totalizando 26 cursos, sendo 13 bacharelado e 13 licenciatura. Todos os cursos de bacharelado oferecem alguma carga horária destinada à Gestão do Esporte. Já nos cursos de licenciatura, 8 IES abordam Gestão do Esporte no currículo. Portanto, 21 cursos oferecem disciplinas voltadas à Gestão do Esporte. É perceptível a variabilidade da carga horária total do curso de bacharelado, sendo encontradas diferenças de até 652 horas, porém todas as IES possuem carga horária total igual ou superior à sugerida pela Resolução n. 4/2009. Porém chama a atenção o fato de que alguns cursos ultrapassam em mais de 400 horas o valor mínimo sugerido. Quando se trata das cargas horárias totais dos cursos de licenciatura, é verificado que todas atingem ou passam o mínimo exigido pelo Parecer n.2/02. No entanto, é verificado que há cursos de licenciatura que além de passarem o mínimo exigido de 2800 horas também passam o mínimo exigido para o cursos de bacharelado, atingido cargas horárias superiores a 3200 horas. Com relação à carga horária destinada à Gestão do Esporte, todos os cursos de bacharelado relatam oferecer Gestão do Esporte em seus currículos. O maior número de horas em Gestão do Esporte foi encontrado no curso de bacharelado da IES N, com 320 horas de conteúdos e a menor carga horária foi da IES I, com 30 horas, levando em conta que o curso da IES D, relatou oferecer gestão em seu currículo, porém não divulgou exatamente quantas horas para estas disciplinas. Diante desses dados são encontradas diferenças de até 290 horas entre os cursos. Dos cursos de licenciatura respondentes da pesquisa verificou-se que a menor carga horária para as disciplinas de Gestão do Esporte, é a da IES I, com 30 horas, e a maior 55 carga horária total pertence a IES A, com 144 horas, sendo encontradas diferenças de até 114 horas. Os cursos de licenciatura das IES: C, D, E e M não têm disciplinas com carga horária em Gestão do Esporte, e o curso da IES K, não foi obtido o dado. No que trata das disciplinas que abordam temáticas de Gestão Esportiva, são encontradas 28 disciplinas com nomenclaturas distintas, sendo que algumas delas têm praticamente os mesmos nomes, diferenciando-se apenas por detalhes de escrita, e outras se diferem pela ordem das palavras. A mesma nomenclatura foi encontrada no máximo em duas IES, nas disciplinas de “gestão esportiva”, “marketing esportivo” e “organização e administração esportiva”. Devido ao pouco volume de obras que abordam o tema no Brasil, sugere-se, mais pesquisas na área, em grandes vertentes temáticas: administração de clubes e associações esportivas; formação do profissional de administração esportiva; economia e marketing esportivo; administração, políticas públicas de esporte e terceiro setor. Especificamente para a área pública, estudos direcionados ao desenvolvimento de diagnósticos e avaliações das ações, em busca da construção de um corpo de conhecimentos que contribua para a formação mais realista para o país. Outra necessidade refere-se ao aprimoramento da formação do profissional para atuar na área, que deve ser com mais ênfase nos conhecimentos multidisciplinares. Este aprimoramento poderá ser dado com base na fundamentação teórica para o estabelecimento de disciplinas específicas, nos cursos de formação de profissionais (graduação e pósgraduação), com programas cada vez mais adequados à realidade e às perspectivas da área no país. A multiplicação de esforços em vários pontos do país, resultará na consolidação da Gestão do Esporte em nosso meio. Essa ação acontece pelo incentivo aos novos grupos de estudo, pesquisas e a conseqüente produção de literatura, além de eventos científicos específicos que possibilitem o intercâmbio entre estudos e relatos de experiências. Sugere-se a aplicação desta metodologia em todo o território nacional, possibilitando resultados em todo o Brasil. 56 REFERÊNCIAS AZEVEDO, Â. C. B.; MALINA, A. Memória do currículo de formação profissional em educação física no Brasil. Revista Brasileira de Ciência do Esporte, Campinas, v. 25, n. 2, p. 129-142, jan. 2004. Disponível em: http://www.rbceonline.org.br/revista/index.php/RBCE/article/viewFile/231/233.>. Acesso em: 15 out 2011. BRASIL. Resolução CNE n. 4, de 6 de agosto de 2008a. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Meteorologia, bacharelado, e dá outras providências. 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Altera o § 3º do art. 10 da Resolução CNE/CES n. 7/2004, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena. Diário Oficial União, Brasília, DF, 5 out. 2007. ______. Resolução CNE/CES n. 4 de 6 de abril de 2009. Dispõe sobre carga horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos cursos de graduação em Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Terapia Ocupacional, bacharelados, na modalidade presencial. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rces004_09.pdf>. Acesso em: 26 out. 2011. ______. Câmara de Educação Superior. Parecer CES/CNE n. 58, de 18 de fevereiro de 2004b. Diretrizes curriculares para o curso de graduação em Educação Física. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 4 mar. 2004b. ______. Resolução CFE n. 3, de 16 de junho de 1987. Fixa os mínimos de conteúdos e duração a serem observados nos cursos de graduação em Educação Física. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 jun. 1987. ______. Resolução CONFEF n. 46/2002c. Dispõe sobre a Intervenção do Profissional de Educação Física e respectivas competências e define os seus campos de atuação profissional. Disponível em: <http://www.confef.org.br/extra/resolucoes/conteudo.asp?cd_resol=82>. Acesso em: 12 out. 2011. ______, Resolução CONFEF n.156/2008b. Estatuto do CONFEF. Rio de Janeiro, 8 de maio de 2008b. Disponível em: <http://www.confef.org.br/extra/resolucoes/conteudo.asp?cd_resol=213> . Acesso em: 12 out. 2011. BRUGNEROTTO, F. A. Caracterização dos currículos de formação Profissional em educação física: um enfoque sobre saúde. 2008. 118f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, 2008. CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI. UNIASSELVI. 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Acesso em 3 dez. 2011. 62 APÊNDICES 63 APÊNDICE A – Instrumento de pesquisa 1 - Quais os cursos de Educação Física são ofertados pela Instituição? Observação: 2 - Qual o ano de implantação e número de egressos (até julho de 2011)? Resposta: 6 - Qual a carga horária total e a duração mínima (anos) do curso? Resposta: 8- O curso de Bacharelado possui disciplinas com enfoque na Gestão do Esporte? □a) Sim □b) Não Observação: 64 9 - O curso de Licenciatura possui disciplinas com enfoque na Gestão do Esporte? □a) Sim □b) Não Observação: 10 - Quais disciplinas ministram conteúdos sobre a Gestão do Esporte? Resposta: 11 - Qual a carga horária (horas) de conteúdos direcionados para a Gestão do Esporte ? Resposta: * Para o desenvolvimento deste Trabalho de Conclusão de Curso foram utilizadas somente as questões que respondiam aos objetivos determinados, motivo pelo qual, o instrumento em anexo apresenta questões não contempladas neste apêndice. 65 APÊNDICE B – Desenvolvimento da prática de estágio Objetivo Observar a infra-estrutura do Complexo aquático CH 16h Semana 15/08 à 18/08 Conhecer as Competências do Profissional de Educação Física 16h Semana 22/08 à 25/08 Semana 29/08 à 01/09 Participar como Auxiliar 16h Executar procedimentos préestruturados 16h Semana 05/09 à 08/09 Observar o relacionamento profissional 12h Semana 12/09 à 15/09 Praticar intervenção a 16h Semana 19/09 à 29/09 Executar procedimentos de iniciativa própria 32h Executar procedimentos pré-estruturados e de iniciativa própria que permitam a realização dos objetivos sob supervisão do profissional orientador. Semana 03/10 à 11/10 Participar no planejamento 28h Participar profissionalmente da interação do profissional orientador com o cliente, executando procedimentos de iniciativa própria que permitam a participação no planejamento e intervenção profissional para o atendimento dos objetivos do cliente. Semana 08/08 à 11/08 Relato A atividade foi desenvolvida na secretaria do complexo aquático, onde é possível contar com o auxílio de computador, telefone, ar condicionado, arquivo de alunos e fichas de freqüência. Atuam na secretaria 2 profissionais graduados em educação física, e 5 estagiários que se revezam entre manhã, tarde e noite. Os gestores têm um compromisso com o crescimento da organização, e a maneira de transplantar a estrutura do gerenciamento para a criatividade do gestor se dá por meio de uma combinação de técnicas gerenciais e flexibilidade empresarial. O conhecimento sobre sua área de atuação; habilidade de negociar; planejamento para antecipar e organizar as ações pretendidas; poder de decisão; aprender a lidar com críticas e sugestões; ter conhecimento da área legal e jurídica e ter habilidade para captar recursos, são as principais competências do gestor do esporte. São atendidos os acadêmicos dos diversos cursos da UNISUL, e comunidade em geral. Realizando inscrições, pagamentos e contatos telefônicos. São realizados procedimentos em relação as inscrições, matrículas, auxilio nas dúvidas mais freqüentes, pagamentos e visitas as dependências do complexo. O profissional deve possuir algumas características fundamentais, criar um carisma e algo que diferencie seu atendimento. Estar ciente do que ocorre em outros horários para que o atendimento esteja de acordo com os outros turnos. Alguns clientes exigem um diferencial no seu atendimento, por muitas vezes não terem um bom dia, para isso o profissional precisa dar uma atenção especial. Após todo o conhecimento adquirido deu-se inicio a intervenção no dia-a-dia da instituição. 66 APÊNDICE C – Caracterização da organização pesquisada O Complexo Aquático da UNISUL está situado em Palhoça, cerca de 15 km de Florianópolis. Palhoça é considerada pela Florenzano Marketing (Jornal Gazeta Mercantil, 2009) como a cidade mais dinâmica do país, em virtude de apresentar um índice 64% acima da média em crescimento econômico e social comparado aos outros municípios do Brasil. O Complexo Aquático fica dentro do campus universitário Pedra Branca, próximo a escolas, agências bancárias, shoppings, farmácias e uma infinidade de outros serviços indispensáveis ao cotidiano da comunidade. O bairro é projetado para receber 30 mil habitantes, voltado para uma clientela de alto poder aquisitivo e formação profissional elevada que procuram qualidade de vida, novas oportunidades de trabalho e estudo. Com a presença do ministro Orlando Silva, foi inaugurado no dia 4 de setembro de 2007, sediando o Troféu José Finkel, o complexo recebeu atletas como: César Cielo Filho, Thiago Pereira, Eduardo Deboni e Rebeca Gusmão. Para o empreendimento de maior destaque da universidade foram investidos R$ 12 milhões de reais, em parceria com o Governo Federal, com recursos da União, Ministério do Esporte, UNISUL, e o Governo do Estado de Santa Catarina. O Complexo Aquático já recebeu eventos como: Sulbrasileiro de Clubes Infanto Juvenil, Festival Estadual Mirim e Petiz, Campeonato Brasileiro Máster, Campeonato Estadual, Troféu José Finkel, Festival CBDA/Correios Sul Brasileiro de Clubes Mirim e Petiz, Torneio Sul Sudeste de Nado Sincronizado, Taça Brasil de Saltos Ornamentais e a Copa de Salto Ornamental, além de ser palco de cursos de formação de árbitros de natação e bombeiros A UNISUL é candidata a sediar os treinos dos Jogos Olímpicos de 2016. O Seminário de Orientação para representantes das cidades e instalações pré-selecionadas para a aclimatação e treinamentos das Olimpíadas de 2016 aconteceu dia 23 de maio, no Rio de Janeiro. A UNISUL concorre a uma vaga através da piscina olímpica do Complexo Aquático. Durante o seminário foi repassado aos presentes a importância dos jogos olímpicos para um país: a projeção internacional gerada pelas notícias de diversos meios de comunicação, o legado deixado para as sedes, que ganham melhores espaços para treinamento, entre outros benefícios. Para participar do processo seletivo foram enviados documentos sobre a infraestrutura da cidade, condições climáticas e informações sobre a locação na qual podem 67 ocorrer os treinos. Em Florianópolis, além da UNISUL, foram pré-selecionados: Avaí FC, Base Aérea, Clube Náutico Martinelli, Costão Golf Club, Federação Catarinense de Tênis de Campo, Figueirense FC, Fundação Municipal de Esportes e UFSC. O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 divulga as instituições selecionadas em 16 de janeiro de 2012. O local atende os alunos de todos os cursos da UNISUL, priorizando educação física, fisioterapia e naturologia, que fazem parte da UNA da Saúde. Além dos atletas e da comunidade em geral, que participam de projetos desenvolvidos na universidade. Com destaque para o desporto aquático que possui a seu dispor piscina olímpica, de saltos ornamentais e de hidroterapia, todas climatizadas, sendo o único no Brasil com a configuração de arena coberta e aquecida. Dentre os projetos que a UNISUL apóia que são desenvolvidos no Complexo Aquático, está o Programa Mais Educação, criado pela Portaria Interministerial nº 17/2007, é uma parceria entre o Governo Federal e as Prefeituras de todo o País, a Secretaria de Educação de São José saiu na frente implantando o programa em 13 escolas com altos índices de vulnerabilidade social. A UNISUL firmou um convênio em que 5 destas escolas são atendidas com diversas atividades. Em função disso, mais de 650 crianças da rede municipal são atendidas com atividades motoras aquáticas e terrestres, além da inclusão digital. Para os acadêmicos o programa representa o âmbito de ensino, pesquisa e extensão, além do Núcleo de Pesquisa e Gestão do Esporte que desenvolve projetos de pesquisa, os acadêmicos aplicam na prática a teoria da sala de aula. Por atender às normas do Comitê Olímpico Internacional - COI, e da FINA Federação Internacional de Natação, o Complexo Aquático pode realizar campeonatos internacionais e em todos os níveis. Para tal, conta com o apoio da Fundesporte, do Governo do Estado de Santa Catarina e da Federação Aquática de Santa Catarina, dando condições e apoio de forma integral a todos os participantes. O Complexo Aquático da UNISUL disponibiliza vagas para natação, dança, ginástica, pilates e lutas para toda comunidade, acadêmicos, funcionários e demais conveniados, atendendo o público de segunda à sexta-feira das 7 às 22 horas. Há modalidades voltadas para todas as idades, e antes de se inscrever, há a possibilidade de fazer uma aula experimental. Na grade de horários é possível encontrar vagas para as seguintes modalidades: jazz, judô, dança de salão, forró, ritmos, jump, hidroginástica, hidropower e natação, dentro destas categorias ainda há a opção para iniciantes ou iniciados. 68 O Complexo Aquático oferece desconto para acadêmicos, colaboradores, policiais militares, parceiros da AMO (Associação de Moradores da Pedra Branca) e bombeiros. Ainda há a possibilidade de fechar o pacote família, ou pagar aulas avulsas. Para quem pretende nadar ou dançar os cinco dias da semana pode pagar o pacote VIP, com o valor de cem reais O Complexo Aquático da UNISUL possui três piscinas cobertas e aquecidas. Uma olímpica e outra de saltos, dentro dos padrões para eventos internacionais, que permitem a prática e o desenvolvimento da natação, pólo-aquático, saltos ornamentais, nados sincronizados e outras práticas voltadas para a atividade física e saúde. O edifício tem 12.225m2, com espaço para 2.152 pessoas nas arquibancadas, tem uma estrutura mista de concreto armado e estrutura metálica. A piscina olímpica, é coberta e aquecida, têm 50 metros de comprimento por 25 metros de largura, com 2 metros de profundidade, e duas raias laterais, A e B, nos extremos, que funcionam como prainha, são antimarola e utilizadas apenas nos treinos. O ambiente é arejado, bem ventilado. A piscina é considerada rápida em função da sua profundidade, módulo de partida e as duas raias laterais. A piscina de saltos tem 25 metros de comprimento por 15 metros de largura, com 5 metros de profundidade. A plataforma para saltos conta com alturas padronizadas de: 1 metro, 3 metros, 5 metros, 7,5 metros e 10 metros. A piscina terapêutica possui 12 metros de comprimento por 6 metros de largura, a profundidade varia entre 0,41 metros, 1,05 metros, até 1,50 metros, que auxilia na reabilitação dos pacientes do curso de fisioterapia, naturologia e educação física. O complexo aquático está nos moldes olímpicos também para a prática de saltos ornamentais, com trampolim e plataforma de 1 metro, 3 metros, de 5 metros, de 7,5 metros e de 10 metros. Além de permitir que a piscina seja utilizada pra a modalidade de póloaquático. Amplos vestiários, salas de aula, laboratório de naturologia e fisioterapia, sanitários, sala de controle, espaço para a imprensa, centro médico, enfermaria, sala antidoping completam o local 69 Reitor Diretor do Campos Gestor Complexo Aquático Supervisor Administrativo do Complexo Estagiário Natação Ginástica Lutas Professor Professor Professor Estagiário Estagiário Estagiário 70 ANEXOS 71 ANEXO A –– Parecer do Comitê de Ética 72 73 74 75 – Parecer do Comitê de ética P1 PARARCER P2 PARECER P3 ANEXO B – Ficha de freqüência das sessões de orientação 76 77 ANEXO C – Formulário de identificação do estágio supervisionado em educação física FORMULÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL Campus Grande Florianópolis Unidade Pedra Branca Disciplina: Estágio Supervisionado em Educação Física Formulário de identificação do Estágio Supervisionado ( )I ( X ) II Ano/Semestre: 2011/2__________ Nome do Estagiário:Maristela Lopes de Oliveira Contatos Telefônicos: (48)9914-5492/3236-1182 Nome do Supervisor de Campo:Juliana Carla Freddi Contatos Telefônicos : (47) 9978-7934 Atividade desenvolvida no estágio: Auxiliar o profissional de educação física nos serviços de gestão esportiva do complexo aquático da UNISUL, bem como organização de horários e atendimento aos acadêmicos e comunidade em geral Local do estágio: Complexo Aquático - UNISUL Período de Realização do Estágio: 08/08/2011 à 13/10/2011 Atribuições do Estagiário: ▪ Observação da infra-estrutura do Complexo aquático ▪ Conhecimento das Competências do Profissional de Educação Física ▪ Realizar inscrições, pagamentos e contatos telefônicos. ▪ Realizar procedimentos em relação a inscrições, matrículas, auxiliar nas dúvidas mais freqüentes, pagamentos e mostrar as dependências do complexo. 78 ANEXO D – Controle de freqüência do estagiário 79 80 ANEXO E – Ficha de avaliação de campo 81 82 ANEXO F – Termo de realização de estágio 83