ABERTURA E SESSÕES PLENÁRIAS Desafios da comunicação lusófona na globalização1 Antonio Teixeira de Barros2 “A língua sempre foi a companheira do império” (Antonio de Nebrija, A Conquista da América) Introdução A lusofonia exerceu um papel importante na globalização, desde os grandes empreendimentos náuticos que resultaram na colonização do Brasil e da África. Mais de 500 anos depois, o tema continua relevante, com novos desafios para a reflexão acadêmica, a começar pela própria noção de lusofonia. Pode-se conceituar lusofonia como um “sistema de comunicação lingüístico e cultural na língua portuguesa e suas variedades lingüísticas, geográficas e sociais, pertencentes a vários povos de que dela é instrumento de expressão materna ou oficial.” (Cristóvão, 1999, p.10). Oficialmente, fazem parte desse sistema sete países: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, GuinéBissau e São Tomé e Príncipe. Há, ainda, alguns dos antigos territórios portugueses da Índia, da China e da Malásia que não falam o Português oficialmente, mas usam a língua. São eles: Macau, Timor e Goa. No total, são mais de 200 milhões de falantes da língua portuguesa. A institucionalização da comunidade de língua lusófona deu-se em Maio de 1986 com o Acordo Ortográfico, assinado pelos representantes dos setes países lusófonos, reunidos na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. Com a necessidade da criação de suportes necessários para o fortalecimento da identidade lusófona, o estabelecimento do diálogo interno e a reivindicação internacional, surgem duas organizações, voltadas para o intercâmbio e a união de esforços: o Instituto Internacional da Língua Portuguesa e a Comunidade dos Povos da Língua Portuguesa, conhecida como CPLP. O Instituto foi criado em novembro de 1989 pelos chefes de Estado dos países lusófonos reunidos na cidade de São Luís, estado do Maranhão, no final do Governo Sarney. A CPLP teve na sua última fase a participação enfática do embaixador brasileiro em Lisboa, José Aparecido de Oliveira. Após sua criação, multiplicaram-se nos últimos anos as diligências diplomáticas, com vistas à cooperação técnica, política e cultural e a dinamização econômico-social dos países lusófonos. A cultura lusófona é o resultado da mescla cultural ocorrida ao longo de séculos dos povos que ocuparam o centro-oeste da Península Ibérica, região dominada pelos romanos (séc. II a.C), que recebeu o nome de Lusitânia, em homenagem a Lusus, filho de Liber, antigo deus do vinho dos povos itálicos. O habitante da Lusitânia era então chamado de lusitânus (em latim), isto é lusitano/a, ou simplesmente luso/a. A expressão Lusíada/s foi criada por Luís de Camões (século XVI), ao descrever a viagem de Vasco da Gama às Índias, associando-o a Ulisses, o herói grego e sua obra Os Lusíadas à Ilíada de Homero. Luso, o herói mitológico fundador da Lusitânia, seria o filho de Baco, o deus grego do vinho, correspondente a Liber na mitologia itálica. Em 1139, o pequeno Condado de Portus Cales ou Porto de Cale, devido à vitória de Afonso Henriques contra os califados árabes, que por séculos haviam dominado o sul da Península Ibérica, não só expandiu seu território como se tornou independente do Reino de Castela, tornando-se o Reino de Portugal. Como o novo Estado se constituiu no antigo território da Lusitânia, português é sinônimo de lusitano e quem fala português é lusófono. Mas a cultura lusófona não se esgota na geocultura portuguesa, mas se desdobra em várias outras geoculturas lusófonas. Hoje, na chamada sociedade global ou globalizada, a lusofonia enfrenta diversos 59 60 ACTAS DO III SOPCOM, VI LUSOCOM e II IBÉRICO – Volume I desafios. Neste paper, não trataremos de todo o sistema de cultura lusófono, mas de uma aspecto específico: a configuração do campo acadêmico da Comunicação e do sistema de mídia. O campo da comunicação na comunidade lusófona A expansão das tecnologias de informação e suas influências nas práticas midiáticas gestou um novo desafio epistemológico para as Ciências da Comunicação, a partir do estudo da mídia globalizada. Até então, os estudos midiáticos tinham como referência básica as sociedades nacionais e seu sistema de indústria cultural. Tal fenômeno constitui herança direta do campo das Ciências Sociais, o qual talvez tenha exercido a maior influência na lógica, no arcabouço teórico e na metodologia nas pesquisas comunicacionais. Em muitos casos, os próprios cientistas sociais foram protagonistas das pesquisas. Tal influência, apesar de suas contribuições, também acarretou muitos equívocos. Em primeiro lugar, pode-se destacar a transferência direta de conceitos e a transposição quase literal das práticas de pesquisa daquele campo. Neste sentido, houve uma avalanche de estudos que podem ser caracterizados como leituras sobre a Comunicação e não estudos de Comunicação propriamente ditos. Em segundo lugar, o sistema nacional de indústria cultural é estudado nos limites conceituais e metodológicos do próprio campo das Ciências Sociais, o que acarretou, na maioria das vezes, pesquisas sobre os efeitos e impactos da mídia em comunidades localizadas. Finalmente, cabe destacar a generalização resultante das duas tendências anteriores. O termo “indústria cultural” ou “mídia” tornou-se uma denominação aplicável a qualquer forma de comunicação mediada, ignorando as epecificidades de cada modalidade de comunicação, com suas linguagens específicas e características peculiares. Contraditoriamente, o quadro de referência de análise que tinha por base as sociedades nacionais, o que pode sugerir particularização, gerou modelos de análise globalizantes. A mudança causada pelo de- safio epistemológico imposto às Ciências da Comunicação pela chamada globalização das tecnologias de informação é que proporcionou uma ruptura com tais modelos globalizantes. Significa dizer, portanto, que a lógica do global é que gerou a necessidade de estudos particularizantes. O global impulsionou o local. Um exemplo são as pesquisas de campo, os estudos de casos e as análises mais específicas e contextualizadas, ao contrário das análises teóricas no estilo frankfurtiano, ou seja, demaisadamente abrangentes, sem base empírica. Sociedade global e a comunicação lusófona A globalização é vista sob diversos prismas. Para alguns a solução mágica para os problemas de comunicação do mundo, inclusive dos países da CPLP. Para outros, ao mesmo tempo que a sociedade globalizada traz benefícios para os indivíduos e as instituições sociais, também impõe problemas de difícil solução. Um desses problemas é a globalização de alguns idiomas e sua consequente supervalorização, em detrimento de outros, a exemplo do que ocorre com o inglês e o português. Essa questão não é recente. Como diz Antonio de Nebrija (1983, p.120), “a língua sempre foi a companheira do império”. A história nos fornece vários exemplos, passando por Napoleão III, que controlou rigorosomente o telégrafo e a imprensa nacional, Salazar, em Portugal, Mussolini na Itália, Hitler, na Alemanha e Getúlio Vargas no Brasil. A propósito, os países da CPLP, ainda hoje, constituem exemplos emblemáticos de tal controle, como Angola, Moçambique, Nova Guiné e Timor Leste. Ademais, a experiência democrática parece ser comum apenas entre Portugal e Brasil, embora, de ambos os lados, seja recente. Hoje, a mídia é a instituição que personifica o poder de controlar o idioma e colocálo a serviço do poder. Como analisa Octávio Ianni (1997), sobretudo a mídia eletrônica assume multifacetados papéis. Dependendo do ponto de vista, ela pode ser identificada como um “singular e insólito intelectual orgânico”, ao articular “as organizações e empresas transnacionais predominantes nas relações, nos processos e nas estruturas de ABERTURA E SESSÕES PLENÁRIAS dominação política e apropriação econômica que tecem o mundo, em conformidade com a ‘nova ordem econômica mundial’, ou as novas geopolíticas regionais e mundiais” (Ianni, 1997, p.95). Mas, pode ser identificada como o “novo príncipe”, no contexto da modernidade-mundo. Se o príncipe de Maquiavel era tido como um indivíduo excepcional, dotado de virtu (talento moral e político) e de fortuna (capacidade de aproveitar as condições e possibilidades emergentes na vida política de um reino), hoje, como diz o próprio autor, “ o moderno príncipe, o mito-príncipe” não pode ser uma pessoa real, um indivíduo concreto; só pode ser “um organismo; um elemento complexo da sociedade no qual tenha se iniciado a concretização de uma vontade coletiva reconhecida e fundamentada parcialmente na ação...” Nesta ordem de idéias, cabe ressaltar que, atualmente, a “língua do príncipe” é o inglês, cuja valorização teve início ainda no século XIX, como “a língua do império britânico”. Tal processo foi acentuado com as duas guerras mundiais, tornando-o idioma do império norte-americano e “vulgata da globalização”, “jargão universal” e “língua oficial da aldeia global”, como ressalta Octávio Ianni. É oportuno destacar ainda que o inglês é referência para a informática e a eletrônica, elementos essenciais à mundialização da cultura. A troca de informações e idéias, bem como a formação de símbolos e a construção de imagens passa pelo crivo da língua inglesa, monopolizando todas as formas de trocas simbólicas, desde as mercadorias às idéias, das moedas às religiões, sem contar com a filosofia, a ciência, a tecnologia, o cinema, a música, as artes e praticamente todas as formas de comunicação e informação. Mesmo o conhecimento ou as informações produzidas em outros países ou regiões passam pela tradução para o inglês e, por meio deste idioma é que atingem os demais públicos. Isto ocorre, inclusive, nos países de língua lusófona. Como exemplos temos o ensino quase obrigatório de inglês, quando se trata da aprendizagem de uma segunda língua e a bibliografia básica dos cursos de graduação e de pós-graduação, seja em termos de tradução ou da indicação de textos originais (sobretudo no caso dos cursos de pós-graduação). Essa idéia remete ao papel dos intelectuais, como “operários da língua”. No contexto da chamada “aldeia global”, como chama a atenção Octávio Ianni, dentre todos os elementos que se mobilizam na organização da aldeia global, logo sobressai a categoria dos intelectuais, pois “são eles que pensam os meios e modos de operação de todo e de suas partes, colaborando para que se articulem dinamicamente, de modo a constituir a aldeia como um sistema global. São esses intelectuais que promovem a tradução da organização e dinâmica das forças sociais, econômicas, políticas e culturais que operam em âmbito mundial, transpondo fronteiras, regimes políticos, idiomas, religiões, culturas e civilizações. Para isso operam as tecnologias da inteligência, cada vez mais indispensáveis, quando se trata de desenhar, tecer, colorir, sonorizar e movimentar a aldeia global, traduzindo as configurações e os movimentos da sociedade mundial” (1997, p.101). A comunicação lusófona e as relações Brasil – Portugal Segundo o professor José Marques de Melo, em seu texto “Lusofonia midiática: a cooperação Brasil-Portugal”3, as relações de cooperação entre Brasil e Portugal, no campo da Comunicação Social, foram desencadeadas no âmbito profissional, mais especificamente entre os profissionais de jornalismo, há pouco mais de cem anos. Tal processo teve início com o interesse dos comunicadores de língua portuguesa em discutir a tese de que “o exercício profissional da comunicação já não podia continuar sob a égide do amadorismo” (p.1). Evidenciava-se, portanto, a “necessidade de formação sistemática dos produtores das informações de atualidade difundidas pela imprensa, tendo em vista a transformação do jornalismo em atividade industrial” (Id., Ibidem). 61 62 ACTAS DO III SOPCOM, VI LUSOCOM e II IBÉRICO – Volume I Essa tese, conforme Marques de Melo, no mesmo texto citado, foi exposta publicamente em Lisboa, em 1898, durante o V Congresso Internacional da Imprensa. Entretanto, o Brasil só viria a institucionalizar tal iniciativa quase meio século depois, mais precisamente em 1947, com a criação do curso de jornalismo da Universidade Cásper Líbero, em convênio com a PUC-SP. Em Portugal, a primeira Licenciatura em Comunicação Social seria criada trinta e dois anos depois, em 1979, na Universidade Nova de Lisboa e em 1985 a Escola Superior de Jornalismo do Porto. Portanto, enfatiza Marques de Melo, a cooperação Brasil-Portugal, no campo das Ciências da Comunicação, é muito recente. Segundo ele, a cooperação “deslancha tão somente quando Portugal inicia os primeiros programas de ensino e pesquisa na área, tanto em Lisboa quanto na cidade do Porto” (idem). Antes disso, porém, “houve intercâmbio isolado de experiências entre pesquisadores e profissionais. A literatura brasileira sobre comunicação social circulou fartamente em Portugal, durante os anos 70”. Entre os autores, destaca-se o próprio Marques de Melo, cujos textos foram publicados em espanhol na revista Informação, Comunicação, Turismo. Conforme descreve o autor, no texto supracitado, após a Revolução dos Cravos, quando o governo português começou a analisar a possibilidade de criar programas universitários para formar jornalistas, convidou o Prof. Fernando Perrone, brasileiro exilado na Europa, que havia sido parceiro de Mário Soares num empreendimento editorial. Os contactos diretos entre os dois países foram conduzidos por iniciativa do próprio José Marques de Melo, a partir da fundação da INTERCOM (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação), em 1977 e mais ainda com a criação do PORTCOM - Centro de Documentação da Comunicação nos Países de Língua Portuguesa -, quando a INTERCOM, por meio de seu presidente, José Marques de Melo, procura articular-se com o Centro de Documentação sobre Meios de Comunicação mantido pela Presidência da Republica Portuguesa, no Palácio da Foz, em Lisboa. Amanaria Fadul, durante sua gestão na presidência da INTERCOM, faz uma via- gem a Lisboa para visitar as instituições que então se dedicavam à pesquisa, documentação e ao ensino da comunicação social, demonstrando o interesse brasileiro na cooperação lusófona. Os laços se estreitariam na década de 1980, quando a diretoria da INTERCOM convida o Prof. Adriano Duarte Rodrigues, fundador do Departamento de Comunicação da Universidade Nova de Lisboa para participar do V Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, realizado em Bertioga, no estado de São Paulo. Em 1986, os professores portugueses Sebastião José Dinis e Salvato Trigo participam de um colóquio em São Paulo, o qual visava ao estabelecimento de bases para a construção de um Thesaurus da Comunicação para uso nos países de língua portuguesa. Entretanto, como registra Marques de Melo, do lado português, não houve o mesmo interesse no intercâmbio acadêmico. Apenas a Escola Superior de Jornalismo, da cidade do Porto, convidou alguns professores brasileiros - entre eles Mário Erbolato, Erasmo Nuzzi e Antonio Costela - para ministrar cursos naquela cidade. Congressos e colóquios acadêmicos No âmbito dos congressos e colóquios acadêmicos, cabe destacar a realização dos dois Encontros Afro-Luso-Brasileiro de Jornalismo e Literatura realizados em São Paulo (1983) e na cidade do Porto (1986). Anos depois, em 1992, seria realizado um seminário sobre História e Jornalismo, por iniciativa de Celia Freire, com a presença de um grupo de pesquisadores portugueses. No mesmo ano, foi realizado, no Porto, o I Congresso da Imprensa de Expressão Portuguesa, coordenado por Fernando de Sousa. O evento contou com a presença de uma delegação expressiva de brasileiros: José Marques de Melo, Fernando Perrone, Ana Arruda Callado, Celia Freire, João Alves das Neves e Ciro Marcondes Filho. Em 1994, foi realizado no Rio de Janeiro, o II Congresso Internacional de Jornalismo de Língua Portuguesa, sob a coordenação acadêmica de José Marques de Melo. Nessa ocasião, a Revista da INTERCOM dedicou uma edição especial à cooperação ABERTURA E SESSÕES PLENÁRIAS luso-brasileira, acolhendo artigos de vários cientistas lusófonos. Mas, o marco decisivo para institucionalizar a cooperação luso-brasileira no campo das Ciências da Comunicação, segundo Marques de Melo, foi a proposta da INTERCOM para a realização de um Colóquio Luso-Brasileiro de Ciências da Comunicação, como evento prévio ao III Congresso Internacional de Jornalismo de Língua Portuguesa, organizado pelo Observatório da Imprensa de Lisboa, sob a direção de Joaquim Vieira, Rui Paulo da Cruz e Tereza Moutinho. O colóquio, idealizado pelo Prof. Pedro Jorge Brauman, liderado por Bragança de Miranda e coordenado por Isabel Ferrin, foi realizado em 1997 e contribuiu para promover o primeiro diálogo sistemático entre 40 pesquisadores brasileiros e 60 portugueses. Desse encontro nasceu a SOPCOM (Sociedade Portuguesa dos Investigadores da Comunicação) e a LUSOCOM (Federação Lusófona das Ciências da Comunicação). O Encontro Lusófono de Ciências da Comunicação tornar-se-ia o evento oficial da comunicação lusófona, a partir do final da década de 1990. Instituições Cabe destacar o papel de três instituições importantes, agentes do intercâmbio acadêmico no campo da Comunicação Lusófona: a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM), a Sociedade Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM) e a Federação Lusófona de Ciências da Comunicação (LUSOCOM). Criada em 1977, a INTERCOM passou a integrar os pesquisadores brasileiros da área de Comunicação e a promover o intercâmbio com pesquisadores e instituições estrangeiras. Nesse processo de intercâmbio atenção especial foi destinada aos países latinoamericanos e ibéricos, destacando-se Portugal. Disso resultou a divulgação da obra de autores portugueses. A própria LUSOCOM é resultado desse processo. A SOPCOM, criada em 1997, sob o incentivo da INTERCOM, passou a congregar os pesquisadores portugueses, com o intuito de conferir maior visibilidade ao campo acadêmico da comunicação lusófona. A LUSOCOM, criada em 1998, resulta de iniciativa das duas instituições supracitadas. Tem como objetivo principal promover o desenvolvimento de estudos das ciências e políticas de comunicação no espaço lusófono. Segundo Marques de Melo, em seu texto já citado, sobre lusofonia midiática, “Se os historiadores e outros estudiosos do campo das humanidades já vinham se preparando para resgatar o significado político-cultural da efeméride, em boa hora a INTERCOM e a SOPCOM se unem para dar dimensão midiática ao feito de Cabral. Sem duvida nenhuma, a chegada das naves lusitanas, ao litoral baiano, em abril de 1500, contribuiu para o florescimento da idade moderna. Tanto Cabral quanto Colombo são protagonistas de um movimento histórico que constitui o embrião daquilo hoje rotulado de “globalização”. Sua essência é, nada mais, nada menos, que a europeização do mundo”. Do lado brasileiro, cabe destacar a participação pioneira do Professor Catedrático José Marques de Melo, um acadêmico entusiasta do intercâmbio científico, desde sua atuação na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo até seu trabalho como titular da Cátedra Unesco de Comunicação para o Desenvolvimento Regional, em parceria com a Universidade Metodista de São Paulo, bem sua atuação na ALAIC (Associação Latino-Americana de Investigadores de la Comunicación) e na Rede de Pesquisa em Folkcomunicação, que promoverá neste ano de 2004 a sua VII Conferência. Anualmente, em todas as Conferências promovidas pela Rede (FOLKCOM), desde o ano de 1998, tem sido privilegiada a relação com pesquisadores de países ibéricos e lusófonos (em especial Portugal) e latinos. No caso da participação nas conferências Rede Folkcom, podemos destacar as contribuições dos seguintes pesquisadores portugueses: Carlos Nogueira, Jorge Pedro Souza e Luis Humberto Marcos. 63 64 ACTAS DO III SOPCOM, VI LUSOCOM e II IBÉRICO – Volume I Bibliografia Barthes, Roland. Mitologias. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1993. Cristovão, Fernando. A Língua Portuguesa, a União Européia, a Lusofonia e a Interfonia. Lusofonia. Revista da Faculdade de Letras, n. 21/22, 5ª série, Lisboa: Universidade de Lisboa. 1996-97, p.7-14. Ianni, Octavio. Teorias da Globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997. Melo, José Marques de. Lusofonia midiática: a cooperação Brasil-Portugal. Disponibilizado no sítio: www.ubista.pt/~comum/melo-marques-lusofonia-midiatica.html. Nebrija, Antonio de. A Conquista da América. Lisboa: Gradiva, 1983. Sousa, Jorge Pedro. Imagens actuais do Brasil na imprensa portuguesa de grande circulação. Disponibilizado no sítio: www.bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-pedro-imagens-brasil.html. _______________________________ 1 Conferência proferida na Sessão Plenária de Síntese do VI Lusocom, em 22 de Abril de 2004, subordinada ao tema “Lusofonia e Globalização”. 2 Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB). 3 Texto disponível no site: www.ubista.ubi.pt - sem data. Para a redação deste tópico, utilizamos, basicamente, as informações contidas no texto do Prof. José Marques de Melo - Lusofonia midiática: as relações de cooperação entre Brasil e Portugal.