Secretária de Estado da Ciência, Leonor Parreira preside à cerimónia
A mais antiga distinção na investigação portuguesa:
Prémios Pfizer entregues hoje
Projetos premiados apresentam:
 Avanços significativos no conhecimento sobre a vida e descrição de um novo ponto
de controlo na divisão celular.
 Uma nova solução para a expansão e transplantação das células estaminais da
medula óssea.
 Resultados promissores para futura terapêutica alternativa para o tratamento de
leucemia bastante frequente em crianças.
Lisboa, 10 de dezembro de 2014 – João Taborda Barata e Henrique Veiga-Fernandes, ambos do
Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina de Lisboa e Hélder Maiato, do
Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) são os cientistas vencedores da 58ª edição dos
Prémios Pfizer. A cerimónia da entrega dos prémios - no valor de €20 mil para cada categoria de
investigação (básica e clínica) - realizar-se-á hoje, pelas 18h00, na Sala dos Atos da Faculdade de
Ciências Médicas de Lisboa (FCML) e será presidida pela Secretária de Estado da Ciência,
Leonor Parreira. Contará ainda com a presença do Presidente da Sociedade das Ciências Médicas
de Lisboa, José Caldas de Almeida, do Sub-Director da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa,
António Jacinto, bem como da Diretora Geral Executiva dos Laboratórios Pfizer, Ana Torres.
Os cientistas distinguidos entre 72 trabalhos apresentados este ano a concurso são autores de
três projetos de investigação, dois de investigação básica (prémio partilhado pelos investigadores
Henrique Veiga-Fernandes e Hélder Maiato) e um de investigação clínica (do investigador João T.
Barata).
Resumo dos trabalhos vencedores
A investigação clínica: um novo futuro para a leucemia
Na categoria de investigação clínica, foi vencedor o projeto liderado pela de João Taborda Barata
do IMM, intitulado “CHK1 overexpression in T-cell acute lymphoblastic leukemia is essential for
PRÉMIOS PFIZER, A MAIS ANTIGA DISTINÇÃO NA INVESTIGAÇÃO BIOMÉDICA EM PORTUGAL
proliferation and survival by preventing excessive replication stress”, este trabalho de
investigação obteve resultados bastante promissores no que respeita ao potencial
desenvolvimento de uma terapêutica alternativa para tratamento da leucemia linfoblástica aguda
de células T (LLA-T), um tipo de leucemia bastante frequente em crianças. A investigação,
publicada na revista científica Oncogene, estudou o papel de uma proteína (CHK1) em doentes e
concluiu que a mesma se encontra sobre expressa e hiperativada, permitindo assim a viabilidade
das células tumorais e proliferação da doença.
“Demonstrámos que a expressão do gene CHK1 está aumentada neste tipo de leucemia. O
curioso é que o CHK1 serve como uma espécie de travão para a multiplicação celular, mas acaba
por ajudar as células leucémicas porque as mantém sob algum controlo. Se inibirmos o CHK1 as
células tumorais ficam tão “nervosas” – o que chamamos de ‘stresse replicativo’ – que acabam
por morrer. O CHK1 constitui, por isso, um novo alvo molecular para potencial intervenção
terapêutica em leucemia pediátrica”, afirma João Barata.
A equipa de investigadores utilizou um composto farmacológico (PF-004777736) para inibir o
gene CHK1 e verificou que o composto induzia a morte de células de LLA-T sem afetar as células T
normais. A investigação conseguiu observar que a utilização daquele composto farmacológico é
capaz de interferir na proliferação das células afetadas e de interromper o seu ciclo de vida,
diminuindo o desenvolvimento da doença.
Apesar de este tipo de leucemia ser um cancro que apresenta grande sucesso terapêutico nas
crianças, os efeitos secundários resultantes das terapias atuais são bastante consideráveis. O
trabalho de investigação liderado por esta equipa do IMM poderá vir a permitir aumentar a
eficácia na luta contra este tipo de patologia.
A investigação básica: travões do “cronómetro” da célula
Quanto aos dois projetos distinguidos na categoria de investigação básica, um deles, da autoria da
equipa do investigador Hélder Maiato do IBMC, intitula-se “Feedback control of chromosome
separation by a midzone Aurora B gradient”, publicado na conceituada revista Science. O modelo
apresentado neste estudo promete revolucionar o nosso conhecimento sobre a vida e como ela
se transmite e descreve um novo ponto de controlo na divisão das células.
Os autores demonstraram que a região central das células em divisão é capaz de medir a posição
dos cromossomas, estabelecendo assim um novo paradigma no controlo da divisão celular. O
mecanismo agora revelado funciona como uma “régua” que atrasa um dos últimos passos da
divisão celular – a reformação dos novos núcleos – para garantir que os cromossomas se
distribuem corretamente entre as células filhas.
Todos os passos da divisão celular são sequenciais e só se inicia um novo passo se o passo anterior
se desenrolar com sucesso. Estas transições são reguladas pelos denominados pontos de controlo,
uma espécie de posto fronteiriço. Como explica Irina Matos, uma das autoras do trabalho, “os
pontos de controlo servem, precisamente, para fazer a verificação de que a etapa anterior foi
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cumprida na plenitude e sem erros”. São conhecidos inúmeros mecanismos que permitem evitar
erros, parando a divisão em determinados momentos, fazendo revisões, retificando erros e, caso
isto seja impossível, conduzindo as células para autodestruição.
O modelo sugerido por esta equipa representa uma nova visão dos pontos de controlo que,
segundo os autores, não podem ser olhados apenas como travões do “cronómetro” da célula,
mas devem também ser olhados como “réguas” que controlam espacialmente uma determinada
transição. Esta “régua” define-se através de um “gradiente químico que deteta atrasos no
afastamento dos cromossomas e retarda o processo até que todos tenham atingido uma distancia
mínima de segurança” defende Olga Afonso também autora do trabalho.
A investigação
transplantação
básica:
Nova
molécula
descoberta,
essencial
na
“The neurotrophic factor receptor RET drives haematopoietic stem cell survival and function” é
o título do terceiro projeto vencedor, liderado pelo investigador Henrique Veiga-Fernandes do
IMM. O estudo revela uma nova solução para a expansão e transplantação das células estaminais
da medula óssea.
As células estaminais hematopoiéticas (HSC) dão origem a todas as células do sangue. A
transplantação destas células tem sido utilizada extensivamente no tratamento de várias doenças,
sendo as fontes principais a medula óssea, o sangue do cordão umbilical e as células progenitoras
no sangue periférico.
Contudo, os protocolos de transplantação ainda enfrentam sérios obstáculos, nomeadamente a
baixa eficiência dos enxertos devido ao número limitado de HSC disponíveis. Desta forma, a
identificação de novos alvos biológicos que melhorem a sobrevivência das células estaminais é um
aspeto crítico para melhorar a eficiência da transplantação de medula e qualidade de vida dos
doentes.
Neste estudo foi identificada uma nova molécula, RET, que é expressa pelas células estaminais
hematopoiéticas, mas que desempenha também um papel importante no sistema nervoso. Este
trabalho demonstra que RET é essencial para a sobrevivência e função das células estaminais,
tendo uma particular importância na transplantação de medula óssea. RET atua assim como um
“interruptor” nas células estaminais hematopoiéticas. Quando “ligado”, RET controla
seletivamente a sobrevivência das HSC através da regulação dos genes da família BCL2.
Finalmente determinou-se que a ativação deste “interruptor” molecular em células estaminais do
sangue do cordão umbilical humano aumenta a eficiência destas células em transplantes abrindo
assim portas para uma futura utilização deste sistema na clínica. Este trabalho demonstra ainda
que fatores utilizados pelo sistema nervoso são parte integrante dos locais onde se encontram as
HSC na medula, revelando assim que as células estaminais hematopoiéticas e os neurónios
podem ser regulados por mecanismos semelhantes.
PRÉMIOS PFIZER, A MAIS ANTIGA DISTINÇÃO NA INVESTIGAÇÃO BIOMÉDICA EM PORTUGAL
Sobre os Prémios Pfizer
Reconhecida como a mais antiga distinção na investigação biomédica em Portugal, os Prémios Pfizer
resultam de uma parceria entre os Laboratórios Pfizer e a Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa e
visam estimular e desenvolver a investigação científica, cobrindo todos os ramos da medicina
humana. Os Prémios Pfizer datam de 1956 e, ao longo de décadas de existência, já premiaram mais
de 500 investigadores.
Desde o início, os Prémios Pfizer têm marcado de forma positiva a investigação que se faz em
Portugal e afirmam-se como um incentivo aos jovens investigadores, abrindo a porta para uma
carreira científica. No passado, já receberam esta distinção reputados cientistas portugueses como
João Lobo Antunes (1960 e 1969), António Damásio (1974), Alexandre Castro Caldas (1974, 1976 e
1999), Miguel Castelo Branco (2005 e 2006), Miguel Soares (2009), Bruno da Silva Santos (2009),
Moisés Mallo (2004,02005 e 2010), entre tantos outros.
Pfizer – A Trabalhar em conjunto para um Mundo mais SaudávelTM
Na Pfizer, aplicamos a ciência e os nossos recursos globais para melhorar a saúde e o bem-estar das
pessoas em todas as fases da vida. A cada dia, trabalhamos nos países desenvolvidos e em
desenvolvimento para conseguir a prevenção e o tratamento das doenças mais temidas do nosso
tempo e responder de forma mais eficaz às necessidades médicas não atendidas. O nosso
diversificado portfólio inclui medicamentos de uso humano, biológicos, pequenas moléculas e
vacinas, e muitos dos produtos de consumo mais conhecidos a nível mundial. Colaboramos com
profissionais e autoridades de saúde por forma a garantir o acesso aos nossos medicamentos,
procurando assumir uma voz ativa no desenvolvimento e na prestação de cuidados de saúde de
qualidade e acessíveis a todos. Na Pfizer, trabalhamos há mais de 150 anos para fazer a diferença na
vida de todos os que confiam em nós. Para saber mais visite www.pfizer.pt .
Para informação adicional, contactar:
LPM Comunicação - Joana Rodrigues | [email protected] | 926 780 666
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