SUMÁRIO EXECUTIVO
Benefícios Econômicos da Biotecnologia no Brasil
“O caso da soja RR”
No segundo ano de avaliação dos benefícios sócio-econômicos da
adoção da soja RR no Brasil, observou-se um novo incremento na taxa
de adoção da tecnologia, reforçando a consolidação da percepção
positiva, por parte do sojicultor brasileiro, das vantagens diretas e
indiretas decorrentes da sua adoção. Em meio a uma maior taxa de
utilização desta tecnologia, o contexto econômico e de mercado
vivido pelos produtores brasileiros mudou consideravelmente em
relação ao estudo realizado em 2007. Desta forma, a tecnologia da
soja RR t em conferido ao sojicultor brasileiro, mel hores condições de se
manter competitivo num mercado repleto de incertezas.
Até o ano de 2007, o mundo contabilizou um total de 114,3 milhões de
hectares pl ant ados com l av ouras biotecnológicas. Este cresciment o do
plantio de organismos geneticamente modificados já atinge o 12º ano
consecutivo, apresentando um crescimento substancial de 12% no
últi mo ano. (I SAAA, 2008).
Figura 1. Taxa de crescimento da adoção de biotecnologia no mundo
150,0
114,3
120,0
102,0
90,1
81,4
90,0
67,7
58,7
60,0
39,9
44,2
52,6
27,8
30,0
12,8
2,8
0,0
1996
1997
Fonte: JAMES, 2007
1998
1999
2000
2001
2002
Elaboração: Céleres.
2003
2004
2005
2006
2007
Valores em milhões hectares.
O número de países que adotaram a biotecnologia cresceu para 23,
sendo 12 países emergentes e 11 países desenvolvidos. Em ordem de
maiores áreas, estes países são: Estados Unidos, Argentina, Brasil,
Canadá, Í ndi a, Chi na, Paraguai, África do Sul, Uruguai, Fili pinas,
Austrália, Espanha, México, Colômbia, Chile, França, Honduras,
República Tcheca, Portugal, Alemanha, Eslováquia, Romênia e Polônia.
(I SAAA, 2008).
A cada dia o investimento em tecnologia passa a ser fator decisivo
para a obtenção de bons resultados na atividade agrícola mediante o
momento de mudanças pel o qual a agricultura mundi al atrav essa. A
biotecnologia tem reforçado sua posição de fator chave para o ganho
de produtividade e qualidade da produção das lavouras, e a
liberação de novos eventos, como tem ocorrido, faz com que cada vez
mais agentes tomem a decisão de aderi r à bi otecnologia.
Dessa forma, os anos de 2007 e 2008 representaram grande
expectativa em relação às lavouras que utilizam da biotecnologia,
pois os números atuais demonstram taxas de crescimento de utilização
de culturas transgênicas em patamares muito elevados, nas diferentes
regiões do mundo.
Estados Unidos, Argentina, Brasil, Canadá, Í ndia e China continuaram a
ser os principais adeptos das culturas transgênicas no mundo. A soja
transgênica continua sendo a principal cultura transgênica, ocupando
cerca de 58,6 milhões de hectares (57% da área global ocupada com
transgênicos), seguida pelo milho precoce com 35,2 milhões de
hectares (25% da área total) e a canola com 5,5 milhões de hectares,
aproximadamente
5%
da
área
global
ocupada
com
culturas
transgêni cas. (I SAAA , 2008).
Benefícios Econômicos Biotecnologia no Brasil – O caso da soja RR
Analisando os três maiores produtores de soja do mundo, Estados
Unidos, Brasil e Argentina, podemos perceber diferentes desempenhos
na safra 2007/08 em relação à safra passada. Da mesma forma, os
reflexos advindos da adoção da soja RR naqueles países têm diferentes
impactos nas curvas de produtividade, embora a tecnologia da soja
RR não preveja, em sua essência, ganhos diretos de produtividade.
Dentre os
observado
oleaginosa
tecnologia
principais produtores de soja, o caso mais notório é
na Argentina, onde a produtividade média obtida com a
observou expressivo incremento desde a introdução da
da soja RR, há mais de dez anos.
Figura 2. Produtividade da soja na Argentina e a adoção de soja GM
Produtividade
ex ante GM
ex post GM
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
Fonte: USDA/CÉLERES.
Elaboração: Céleres. Valores em kg/ha.
O Brasil cultivou na safra 2007/08, 13,3 milhões de hectares de soja RR,
se considerado o limite superior da estimativa de adoção, que por sua
vez representa a participação de 62,5% sobre o total semeado nesta
campanha agrícola. Apesar do expressivo crescimento da adoção da
soja RR no Brasil , dadas as características produtiv as, o nível de
adoção ainda está bem abaixo do potencial e do que se espera para
o Brasil. Em condições normais de disponibilidade de variedades mais
bem adaptadas às diferentes regiões produtoras do país, podemos
esperar uma adoção potencial da soja RR próxima de 90% da
superfí cie tot al semeada, número este alinhado com os níveis de
adoção da tecnologia nos principais competidores.
Figura 3. Padrão de adoção da soja RR no Brasil.
25
Área convencional
Área GM
Área total
20
15
10
5
0
Fonte: CONAB/CÉLERES
Elaboração e Estimativas: Céleres
Valores em mil hectares
Uma v ez i dentificado o potenci al da adoção da soja RR no Brasil , cabe
a pesquisa quantificar tal potencial, dentro da visão do produtor de
soja l ocal. Assi m, o presente estudo teve como objetivo pri mordial:
Determinar e detalhar os benefícios econômicos, financeiros e
operacionais obtidos e percebidos pelo produtor, com a
adoção da tecnologia da soja RR;
2
Benefícios Econômicos Biotecnologia no Brasil – O caso da soja RR
Como
objetivo
secundário,
o
presente
estudo
também
contemplou a análise da percepção do usuário da tecnologia
(produtor rural) sobre a tecnologia.
E M B AS AM E N T O T E Ó R I C O
A introdução de uma nova tecnologia no mercado, como é o caso da
biotecnologia, tende a produzir entre outros efeitos, o aumento na
oferta do produto analisado. Vale lembrar que o produtor realiza
decisões de investimento (plantio) a cada início de safra, baseado na
av aliação dos cust os de produção e preços pagos pel o produt o no
mercado consumi dor.
A cerca disso, um conceito importante a ser destacado neste momento
é a elasticidade de preço da oferta de mercado, que mostra a
relação entre variação de oferta do mercado em relação à variação
dos preços calculado pela seguinte expressão:
∆ ⁄
∆ ⁄
, onde:
Eo
: Elasticidade da oferta;
ΔQ
: Variação percentual da quantidade ofertada;
Q
: Quantidade ofertada;
ΔP
: Variação percentual do preço;
P
: Preço.
Referente ainda à elasticidade da oferta do produto deve ser
compreendido o excedente do produtor em curto prazo, que aqui se
refere ao período de cada safra. O excedente do produtor é a soma
para todas as unidades de produto, da diferença entre o preço de
mercado de uma mercadoria e o custo marginal de sua produção (ex.
hectares). O excedente do produtor pode também ser definido como a
diferença entre a receita da empresa e seu custo variável total.
, onde:
EP
: Excedente do produtor;
R
: Receita;
CV
: Custo variável;
A dimensão do excedente do produtor dependerá de seus custos de
produção, em que quanto maiores seus custos diretos, menor o
excedente de cada produtor rural. Somando o excedente de todos os
produtores rurais, é possível determinar o excedente do produtor para
o mercado.
Moschini e Lapan1 desenvolveram um modelo para o estudo de
mudanças benéficas da introdução de novas tecnologias, resultando
em redução de custos de produção e o lucro obtido pelo
desenvolvedor da tecnologia, através do direito de propriedade
intelectual. No estudo de Moschini e Lapan, são considerados outros
agentes no mercado, como consumidores, desenvolvedores da
tecnologia nas sementes, além dos fornecedores de germoplasma, e os
produtores rurais do resto do mundo, que adotam a nova tecnologia.
O modelo propicia excelente fundamentação teórica para este
estudo, podendo ser aplicado à realidade do setor agrícola do Brasil
mediante consideração das diferenças existentes em relação aos
Estados Unidos, país em que foi desenvolvido o modelo, e a
1 Moschini e Lapan; “I ntellectual Property Rights and the Welfare Eff ects on Agricultural R&D,” American
Journal of Agricultural Economics 79:1229-1242, 1997.
3
Benefícios Econômicos Biotecnologia no Brasil – O caso da soja RR
simplificação dos agentes envolvidos na av aliação dos benefí cios.
O deslocamento da curva de oferta de grãos, após a introdução da
biotecnologia promove alterações em toda a cadeia produtiva,
destacando para o produt or rural , a redução de cust os diretos com
defensivos, além do melhor controle de pragas, o que sustenta a
formação do seu excedente.
Este estudo busca estimar a distribuição dos benefícios econômicos da
adoção da biotecnologia para os casos da soja, do algodão e do
milho, cuja magnitude de tais benefícios depende da forma como a
curva de oferta de grãos se move após a introdução da biotecnologia,
podendo responder por v ari áv eis como redução de custos no cont rol e
de pragas e aumento de produtividade. Outros benefícios vêm
tomando grande importância no cenário da biotecnologia, como os
benefícios para o meio ambiente e benefícios para a saúde
principalmente das pessoas envolvidas diretamente com a operação
de cada cultura.
Entretanto, neste estudo daremos foco aos benefícios econômicos
diretamente
ligados
à
operação
de
cada
produtor.
Estão
compreendidos alguns dos principais agentes da cadeia produtiva
naci onal , que são os produtores rurais, os desenvolvedores da
tecnologia (indústria de sementes), e a indústria de defensivos.
O c ál c ulo d o b en é f i co eco n ôm ic o
Para o cálculo do benefício econômico potencial oriundo da adoção
da biotecnologia na soja foi considerada a seguinte metodologia:
10
Benefício = ∑ [(C + I + S ) × Area n ] ,
onde:
1
C
: Redução no custo direto de produção;
I
: Ganho da indústria de defensivo
S
: Ganho da indústria de sementes detentora da tecnologia
Árean
: Área cultivada no ano n
Da fórmula acima, analisou-se o benefício econômico considerando o
limite inferior, superior e potencial da adoção da soja RR no Brasil
entre a safra 1996/97 e 2007/08 e depois, entre 2008/09 e 2017/18,
conforme a estimativa de adoção desta tecnologia. Individualmente,
para cada item e ao longo do interv alo temporal considerado,
consideraram-se os seguintes valores para o cálculo do benefício.
Figura 4. Coeficientes utilizados no cálculo dos benefícios econômicos.
Benefício Produtor
Benefício Ind Def
Benefício Ind Semente
Preço médi o F.O. B da soja
Taxa de câmbio
US$/ha
US$/ t
US$/t
US$/t
R$/US$
35,00
5,78
0,00
289,0
1,078
97/98
35,00
5,19
0,00
259,5
1,160
98/99
35,00
3,69
0,00
184,6
1,816
99/00
35,00
3,74
0,00
186,8
1,831
00/01
35,00
3,61
0,00
180,4
2,349
01/02
02/03
35,00
35,00
3,80
4,43
0,00
4,43
189,9
221,4
2,931
3,080
03/04
35,00
5,56
5,56
278,1
2,925
04/05
35,00
4,65
4,65
232,4
2,416
05/06
35,00
4,54
4,54
231,2
2,176
06/07
29,70
5,00
5,00
326,3
1,953
07/08
24,39
4,94
6,09
486,8
1,694
08/09
24,39
4,78
5,66
452,7
1,609
09/10
25,12
4,82
5,49
439,1
1,529
10/11
25,88
4,88
5,32
426,0
1,575
11/12
25,75
4,85
5,38
430,2
1,622
12/13
25,62
4,83
5,43
434,5
1,671
13/14
25,49
4,85
5,49
438,9
1,721
14/15
25,36
4,85
5,54
443,3
1,772
15/16
25,24
4,85
5,60
447,7
1,826
16/17
25,11
24,98
4,85
4,85
5,65
5,71
452,2
456,7
1,880
1,937
96/97
17/18
Fonte: CÉLERES. Baseado em estimativas próprias junto à indústria e pesquisa de campo.
4
Benefícios Econômicos Biotecnologia no Brasil – O caso da soja RR
Para a área cultivada com a soja ao longo do período considerado,
tomou-se como referência a séri e hist óri ca disponív el nas av aliações
da CONAB e da Céleres. A taxa de adoção da soja RR, considerada na
próxima figura, refere-se às projeções próprias da Céleres, que se
baseiam em pesquisas qualitativas com diversos agentes do setor.
Figura 5. Premissas de adoção de área com soja RR
Área total
Inferior
Superior
96/97
11.903,2
31,0
62,0
1.785,5
97/98
13.710,6
195,0
358,0
4.798,7
98/99
13.260,6
479,7
798,2
8.619,4
99/00
13.749,0
682,8
1.340,9
9.624,3
00/01
14.090,6
1.158,8
1.873,7
10.145,3
01/02
16.477,8
1.627,4
2.663,9
12.028,8
02/03
18.614,3
2.051,7
3.363,6
13.774,6
03/04
21.281,1
3.652,6
4.736,1
15.960,8
04/05
23.482,8
4.594,9
5.709,7
17.847,0
05/06
22.288,7
7.775,4
9.144,6
17.831,0
06/07
07/08
20.685,3
21.284,8
10.198,8
7.992,1
11.763,5
13.292,7
17.996,2
18.730,6
08/09
21.933,0
12.205,0
13.933,9
19.739,7
09/10
24.161,1
16.682,3
18.259,2
21.986,6
10/11
25.904,9
19.636,3
21.326,5
23.573,5
11/12
26.715,1
21.332,7
23.136,2
24.310,8
12/13
28.237,1
23.030,6
24.787,4
25.695,8
13/14
30.089,5
25.041,5
26.784,9
27.381,4
14/15
30.913,7
25.846,8
27.623,5
28.131,5
15/16
31.708,7
26.697,5
28.391,9
28.854,9
16/17
34.038,9
35.143,1
28.658,0
29.641,1
30.533,7
31.588,6
30.975,4
31.980,2
17/18
Fonte: CÉLERES. Baseada em estimativas próprias.
Potencial
Valores em mil hectares
A P E S Q U I S A D E C AM P O
A metodologia deste estudo contemplou a realização de entrevista in
loco com produtores rurais selecionados em regiões produtoras de
soja. Foram amostrados os estados do Mato Grosso, Paraná, Rio
Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia e Minas Gerais,
responsáveis por 90% do total cultivado com soja na safra 2007/08. Em
função da área plantada na safra 2007/08 (21.285 mil hectares), foram
previstas ent revist as com produtores em uma base amostral de uma
entrevista para cada 218 mil hectares de área plantada (com
arredondamento estatístico).
Além da pesquisa direta com os produtores rurais, foi definido junto a
instituições de pesquisa, entrevistas com empresas de assistência
técnica e produtores, o pacote tecnológico definido com o pacote de
referência
para
as
regiões
pesquisadas,
conforme
descrito
posteriormente na etapa I.
Antes de entrar diretamente nas análises é importante destacar a
di fi culdade que é conduzir uma pesquisa desta natureza. Ainda hoje,
uma boa parcela dos produtores rurais carece de ferramentas mais
precisas de apuração de custos e monitoramento do resultado
financeiro. São poucos os que possuem os dados organizados e que,
de fato, levantam o seu custo real. Neste sentido, alguns dados às
vezes ilustram apenas uma idéia de quanto o produtor acredita que
tenha desembolsado em sua cultura. Neste sentido, os dados
comparativos podem em algum momento gerar distorções, ou não
refletir a realidade como um todo. Daí ressalta-se a importância de
também levantar junto ao produtor, os benefícios qualitativos da
adoção de uma determinada tecnologia, no caso a soja RR.
O design da pesquisa previa a realização de 90 entrevistas, porém, do
total previsto, foram realizadas 98 entrevist as.
O s r es u l t ad o s d a e ta p a I
Para melhor estimar os benefícios obtidos, foram traçados cenários
utilizando produtores de médio e al to nível de tecnologi a, av aliando
qual o tipo da tecnologia utilizada nos estados do Paraná e do Mato
Grosso.
Dessa
forma
foram
definidos
os
cenários
possíveis,
considerando a soja convencional e a soja RR.
No caso do Paraná, foram consideradas produtividades iguais, já que
na média das entrevistas realizadas no estado a diferença foi de
apenas 0,7% em desfavor da soja RR. Porém, também se constata que
o nível dos desembolsos, medidos pelos custos diretos, também é
5
Benefícios Econômicos Biotecnologia no Brasil – O caso da soja RR
menor no caso da soja RR, já incluso o pagamento dos royalties.
Neste cenário traçado para o est ado do Paraná o resultado brut o da
operação ficou 9,7% favorável a tecnologia da soja RR. Padrão
semelhante a esse, foi observado em quatro dos sete estados em que
foram feitas entrevistas com os produtores, conforme descrito na Etapa
II. Neste sentido, as principais diferenças entre o cultivo da soja
convencional e da soja RR, no Paraná foram:
Produtividade média igual para a soja RR e a convencional;
Gastos com defensivos 16,8% inferior para a soja RR;
Gastos com sementes/royalties 36,7% superior no caso da soja
RR;
Custos diretos totais 7,7% inferior no caso da soja RR;
Margem operacional bruta 9,7% superior no caso da soja RR.
Figura 6. O benchmark para a produção de soja. Paraná
Valor (R$/hectare)
Convencional
RR
R$
2.100 R$
2.100
R$
2.100 R$
2.100
R$
(46) R$
(46)
R$
2.054 R$
2.054
R$
(1.232) R$
(1.152)
R$
(28) R$
(28)
R$
(136) R$
(128)
R$
(453) R$
(377)
R$
R$
R$
R$
R$
(189) R$
(189)
R$
(138) R$
(63)
R$
(90) R$
(90)
R$
(35) R$
(35)
R$
(327) R$
(315)
R$
(32) R$
(20)
R$
(225) R$
(225)
R$
(70) R$
(70)
R$
(135) R$
(135)
R$
(60) R$
(82)
R$
(60) R$
(60)
R$
R$
(22)
R$
R$
R$
(10) R$
(10)
R$
(83) R$
(78)
R$
822 R$
902
3.000
3.000
Safra 2007/08
A - Receita operacional bruta
Soja em grão
B - Impostos sobre receita
C - Receita operacional líquida
D - Custos diretos
Armazenagem e beneficiamento
Combustível e lubrificantes
Defensivos agrícolas
Acaricidas
Formicidas
Fungicidas
Herbicidas
Inseticidas
Outros produtos químicos
Fertilizantes e corretivos
Corretivos
Fertilizante plantio
Fertilizante cobertura
Mão de obra direta
Sementes e materiais de plantio
Sementes
Royalties/taxas
Outros materiais para plantio
Transporte
Outros custos diretos
E - Margem operacional bruta
F - Produtividade considerada (kg/ha)
Fonte: CÉLERES. Baseada em pesquisa de campo. Valores em R$/ha.
No cenário base elaborado para o estado do Mato Grosso, foram
consideradas produtividades médias de 3.200 kg/ha para a soja
convencional, e 3.100 kg/ha para a soja RR.
A redução de custos para a soja RR se deu na economia com
herbicidas, na ordem de 61%, o que não se refletiu nos demais
defensivos considerados. Apesar da menor produtividade média, o
custo direto menor da soja RR refletiu em margem bruta 3,9% superior
em relação à soja convencional.
Neste caso, as principais diferenças
convencional e o da soja RR foram:
entre
o
cultivo
da
soja
Produtividade média 3,2% superior para a soja convencional;
Gastos com defensivos 19,8% inferior para a soja RR;
Gastos com sementes/royalties 25,9% superior no caso da soja
RR;
Custos diretos totais 5,0% inferior no caso da soja RR;
Margem operacional bruta 3,9% superior no caso da soja RR.
6
Benefícios Econômicos Biotecnologia no Brasil – O caso da soja RR
Figura 7. O benchmark para a produção de soja. Mato Grosso
Valor (R$/hectare)
Convencional
RR
R$
1.707 R$
1.653
R$
1.707 R$
1.653
R$
(38) R$
(36)
R$
1.669 R$
1.617
R$
(1.308) R$
(1.242)
R$
(32) R$
(31)
R$
(152) R$
(144)
R$
(479) R$
(384)
R$
R$
R$
R$
R$
(204) R$
(204)
R$
(156) R$
(61)
R$
(80) R$
(80)
R$
(39) R$
(39)
R$
(387) R$
(387)
R$
(32) R$
(32)
R$
(280) R$
(280)
R$
(75) R$
(75)
R$
(115) R$
(115)
R$
(58) R$
(73)
R$
(58) R$
(58)
R$
R$
(15)
R$
R$
R$
(26) R$
(25)
R$
(60) R$
(83)
R$
361 R$
375
3.200
3.100
Safra 2007/08
A - Receita operacional bruta
Soja em grão
B - Impostos sobre receita
C - Receita operacional líquida
D - Custos diretos
Armazenagem e beneficiamento
Combustível e lubrificantes
Defensivos agrícolas
Acaricidas
Formicidas
Fungicidas
Herbicidas
Inseticidas
Outros produtos químicos
Fertilizantes e corretivos
Corretivos
Fertilizante plantio
Fertilizante cobertura
Mão de obra direta
Sementes e materiais de plantio
Sementes
Royalties/taxas
Outros materiais para plantio
Transporte
Outros custos diretos
E - Margem operacional bruta
F - Produtividade considerada (kg/ha)
Fonte: CÉLERES. Baseada em pesquisa de campo.
Valores em R$/ha.
O s r es u l t ad o s q u a n ti tat i vo s d a e ta p a I I
Na média das 98 entrevistas, as variedades transgênicas produziram
3,6% a menos do que as convenci onais. A produtividade médi a
verificada nas variedades transgênicas foi de 3.180 kg de soja por
hectare, enquanto a média das v ari edades convencionai s foi de 3.300
kg por hectare.
Figura 8. Produtividade média reportada pelos entrevistados. Safra
2007/08.
Plantio Convencional
Produtividade média
Média
4.500 kg/ha
3.600 2.700 1.800 900 0 BA
MT
MS
GO
MG
PR
RS
Plantio Transgênico
Produtividade média
Média
4.500 kg/ha
3.600 2.700 1.800 900 0 BA
MT
MS
GO
MG
PR
RS
Fonte: CÉLERES. Baseada em pesquisa de campo. Valores em quilos por hectare
7
Benefícios Econômicos Biotecnologia no Brasil – O caso da soja RR
Apesar disso, o desvio padrão constatado para as variedades
transgênicas foi de 408 kg/ha, contra 361 kg/ha veri ficado nas
variedades convencionais, o que demonstra que questões como
adaptabilidade e produtividade em cada região ainda precisam ser
melhor avaliadas.
Além da produtividade física em si, a pesquisa de campo também
considerou aspectos relativos às práticas agronômicas na condução
das lavouras convencionais e transgênicas. Na amostra pesquisada, o
número de entradas terrestres de defensivos foi na média 19% menor
na soja RR em relação à soja convencional. As variedades
convencionais apresentaram uma média de 6,3 aplicações, enquanto
as transgênicas apresentaram média de 5,1.
Figura 9. Número de pulverizações reportadas. Safra 2007/08.
Plantio convencional
Entradas
Média
15
12
9
6
3
0
BA
MT
MS
GO
MG
PR
RS
PR
RS
Plantio transgênico
Entradas
Média
15
12
9
6
3
0
BA
MT
MS
GO
MG
Fonte: CÉLERES. Baseada em pesquisa de campo.
Valores em número de entradas
De posse da informação de produtividade e preço médio de venda, a
planilha
eletrônica
aplicada
junto
aos
produtores
result av a
automaticamente na receita operacional bruta (ROB). Com relação à
receita bruta gerada, a soja transgênica apresentou desvantagem de
apenas 0,49% em relação à convencional, que na média nacional
atingiu uma receita de R$2.021,00, contra R$2.031,00.
Figura 10. Dispersão da ROB na produção de soja. Safra 2007/08.
Plantio convencional
Receita operacional bruta
Média
R$ 3.000
R$/ha
R$ 2.400
R$ 1.800
R$ 1.200
R$ 600
R$ 0
BA
MT
MS
GO
MG
PR
RS
8
Benefícios Econômicos Biotecnologia no Brasil – O caso da soja RR
Plantio transgênico
Receita operacional bruta
Média
R$ 3.000
R$/ha
R$ 2.400
R$ 1.800
R$ 1.200
R$ 600
R$ 0
BA
MT
MS
GO
MG
PR
RS
Fonte: CÉLERES. Baseada em pesquisa de campo. Valores em R$/ha.
Os custos diretos envolvidos na cultura da soja revelaram vantagem
para as variedades transgênicas em relação às convencionais. Na
média, as convencionais apresentaram um custo direto 7,0% maior do
que as transgênicas, R$1.076,00 contra R$1.005,00 das variedades da
soja RR.
Figura 11. Dispersão dos custos diretos reportados. Safra 2007/08.
Plantio convencional
Custos diretos
Média
2000
R$/ha
1600
1200
800
400
0
BA
MT
MS
GO
MG
PR
RS
Plantio transgênico
Custos diretos
Média
2000
R$/ha
1600
1200
800
400
0
BA
MT
MS
GO
Fonte: Céleres, baseada em pesquisa de campo
MG
PR
RS
Valores em R$/ha
Apesar da menor produtividade da soja RR, sua margem bruta é 6,8%
superior à observada na soja convencional. O menor custo direto da
soja transgênica proporciona grande vantagem competitiva nesta
relação, com destaque para o menor número de entradas terrestres
para aplicação de defensivos. A margem operacional bruta da soja
convencional fica em R$910,00/ha contra R$976,00/ha da soja
transgênica.
9
Benefícios Econômicos Biotecnologia no Brasil – O caso da soja RR
Figura 12. Dispersão da margem operacional bruta. Safra 2007/08.
Plantio convencional
Margem operacional bruta
Média
2250
R$/ha
1800
1350
900
450
0
BA
MT
MS
GO
MG
PR
RS
Plantio transgênico
Margem operacional bruta
Média
R$ 2.250
R$/ha
R$ 1.800
R$ 1.350
R$ 900
R$ 450
R$ 0
BA
Fonte: CÉLERES.
MT
MS
GO
MG
Baseada em pesquisa de campo.
PR
RS
Valores em R$/ha.
Considerando a médi a naci onal para a margem brut a obtida com a
soja conv encional e a soja transgênica, percebe-se que a soja RR
obteve resultado 4,2% superior em relação à convencional. No
comparativo entre os estados pesquisados, Rio Grande do Sul e Goiás
obtiveram os melhores resultados com a soja RR na comparação com a
soja convencional, em que a diferença alcançou R$ 370,00/ha e R$
75,00/ha respectivamente. Ainda nos estados do Paraná e Minas Gerais
a soja RR apresentou vantagem em aproximadamente R$ 29,00/ha e R$
41,00/ha, respectivamente.
A E S T I M AT I V A D O S B E N E F Í C I O S E C O N Ô M I C O S D A A D O Ç Ã O D A
S O J A RR N O B R AS I L
A análise dos benéficos econômicos da adoção da biotecnologia na
cultura da soja, através da soja RR, mostra que a di mensão dos valores
resultantes é expressiva, tanto na estimativa dos benéficos já
incorridos com a sua adoção quanto na projeção dos benefícios
potenci ai s, possív eis para o setor.
No caso dos produtores rurais, se consi derado o li mite superi or da
estimativ a de adoção da t ecnol ogia, o benefício com a adoção da
soja RR chega a US$ 1,72 bilhão acumulado nos últimos 12 anos.
Embora se trate de um volume expressivo, considerando o potencial de
adoção para o perí odo, princi palmente com o perfil de adoção
observado nos EUA e na Argentina, o benefício com a adoção da soja
RR no Brasil poderia ter chegado a US$ 4,93 bilhões, também ao longo
dos últimos 12 anos.
Em relação aos benefícios econômicos com a adoção da soja RR no
Brasil, percebe-se que desde a aprovação do cultivo transgênico,
safra 1997/98, o benefício cresceu substancialmente, de US$ 12,5
milhões para US$ 319,3 mil hões at uais. O nív el dos benefíci os
econômicos
capturados
pelo
produtor
rural
pode
oscilar
consideravelmente, principalmente se a pesquisa disponibilizar no
mercado de sementes variedades melhor adaptadas às diferentes
regiões brasileiras.
Projetando os benefícios para os próximos 10 anos, admite-se que
possa haver um aumento em aproximadamente 1,5 vezes, alcançando
10
Benefícios Econômicos Biotecnologia no Brasil – O caso da soja RR
o patamar de US$ 789,2 mil hões em benefícios aos produt ores rurais,
consi derando que avanços sejam feitos no sentido de viabilizar
variedades mais eficientes, e um padrão de adoção da soja
transgênica, crescente.
Figura 13. Sumário dos benéficos econômicos com a adoção da soja
RR. Período 1996/97 a 2007/08.
Benefício Econômico ‐ Limite Inferior
8,00
6,00
4,00
2,07
1,36
0,51
0,21
Total
Produtor
Defensivos
Sementes
2,00
0,00
Benefício Econômico ‐ Limite Superior
8,00
6,00
4,00
2,58
1,72
0,62
0,25
Total
Produtor
Defensivos
Sementes
2,00
0,00
Benefício Econômico ‐ Potencial
8,00
7,41
1,76
0,73
6,00
4,93
4,00
2,00
0,00
Total
Produtor
Fonte: Céleres baseada em pesquisa própria
Defensivos
Sementes
Valores em US$ bilhões
Ao estimar os benefícios econômicos da adoção da soja RR no Brasil,
considerou-se também que a indústria de defensivos também se
beneficia, através da venda do produto aplicado à cultura. Neste
caso, com base em estimativas próprias, estimou-se que desde a safra
2002/03, a indústria de defensivos acumulou benefícios que podem ter
chegado a US$ 510 milhões, aqui considerando o li mite superior da
taxa de adoção do período 1996/97 a 2007/08.
Para os próximos 10 anos, os benefícios para a indústria de defensivos
devem aumentar cerca de 289,5 milhões de dólares, alcançando na
safra 2017/18 um montante de US$ 470,8 milhões, comparando com o
benefício atual estimado.
11
Benefícios Econômicos Biotecnologia no Brasil – O caso da soja RR
No entanto, a exemplo do observado no caso dos produtores rurai s, o
benefício que a indústria de defensivos poderia ter contabilizado ao
longo do período considerado ficaria próximo de US$ 3,28 bilhões,
considerando a adoção potencial do período.
Para a indústria de sementes, desde que a cobrança de royalties foi
estabelecida, o benefício acumulado no período chega a US$ 210
milhões. No período, o benefício potencial que o setor de sementes
poderia ter tido enquanto a adoção da soja RR se dava de forma
ilegal com sementes obtidas no mercado negro, poderia ter atingido
US$ 1,27 bilhão.
No horizonte de 10 anos, os benefícios são estimados com um aumento
significativo de 100,6 milhões de dólares, alcançando na safra
2017/2018 um benefício total de US$ 180,3 milhões.
No cômputo geral, ao considerar os benefícios acumulados com a
adoção da soja tolerante a herbicida, temos que entre as campanhas
agrícolas 1996/97 e 2007/08, o benefício total capturado pelos
produtores e detentores da tecnologia situa-se entre US$ 2,07 e US$
2,58 bilhões, se considerados os interv al os das esti mativas de adoção
da soja RR.
A pri ncipal parcela dest e benefíci o foi capturada pelos produtores
rurais (65,7% do total) através da redução dos custos de produção,
mesmo considerando o pagamento dos royalties aos detentores da
tecnologia, com base nos preços praticados no mercado. As indústrias
de defensivos e os produtores de sementes, somados, ficaram com
34,3% do benefício gerado pela adoção da GM, desde 1996/97.
No entanto, a informalidade existente no setor, em particular na
produção e comerci alização de sementes, limita o potenci al de
ganhos econômicos para os detentores da tecnologia diretamente e
indiretamente para os próprios produtores, que deixam de ter acesso a
novas variedades, com melhores atributos de produção.
A partir da experiência, positiva e negativa, adquirida com a adoção
da soja RR no Brasil, os agentes envolvidos com este setor devem
buscar medidas e ações que visem essencialmente maximizar os
benefícios líquidos decorrentes da adoção da biotecnologia no Brasil.
A experiência acumulada no Brasil com a soja RR e nos demais países
com o milho, algodão e outras culturas já permite concluir que o custo
econômico para a Nação em não participar da evolução tecnológica
através da biotecnologia é maior do que a sua adoção.
Para o cenário entre as campanhas agrícolas de 2008/09 e 2017/18, o
benefício total a ser capturado pelos produtores e detentores da
tecnologia deve ficar entre US$ 10,34 e US$ 11,13 bilhões, levando em
conta o padrão estimado de adoção da soja RR.
Assim como no cenári o anterior, a principal parcela dest e benefí cio foi
capturada pelos produtores rurais (56,0% do t ot al ) contabilizando
redução dos cust os de produção, apesar do pagament o dos royalti es
aos detentores da tecnologia, com base nos preços praticados no
mercado. Para os detentores da tecnologia, indúst ri as de defensivos e
produtores de sementes, ficaram com 44,0% do benefício gerado pela
adoção da GM, no período de 2008/09 a 2017/18.
Vale ressaltar que, anali sando os benefí cios para os agent es
considerados neste estudo, o maior grau de benefícios notados fica
com o produtor rural, permitindo inici ativ as de aumento de produção
por meio de aumento de área, e incrementos de produtividade devido
a melhores condições de manejo, conforme citado por grande parte
dos produtores entrevistados nessa pesquisa.
Como toda tecnologia, a adoção da biotecnologia também incorre
em custos, particularmente àqueles associados aos gastos com
rotulagem e certi fi cação dos produtos. Neste caso, o ambiente
regulatório tem que lev ar em consideração medidas que garantam aos
consumi dores o direito de informação, com base em premissas
ci entí fi cas válidas, porém buscando um equilíbri o que preserve os
benefícios gerados.
12
Benefícios Econômicos Biotecnologia no Brasil – O caso da soja RR
Figura 14. Sumário dos benefícios econômicos com a adoção da soja
RR. Período 2008/09 a 2017/18
Benefício Econômico ‐ Limite Inferior
14,00
10,50
10,34
3,28
1,27
Defensivos
Sementes
5,79
7,00
3,50
0,00
Total
Produtor
Benefício Econômico ‐ Limite Superior
14,00
11,13
3,53
10,50
1,36
6,24
7,00
3,50
0,00
Total
Produtor
Defensivos
Sementes
Benefício Econômico ‐ Potencial
14,00
11,86
1,45
3,76
10,50
6,64
7,00
3,50
0,00
Total
Produtor
Fonte: Céleres baseada em pesquisa própria
Defensivos
Sementes
Valores em US$ bilhões
Também atrav és do ambi ente institucional os agentes env olvidos
devem
considerar
ações
que
propiciem
o
crescimento
dos
investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas variedades e
tratamentos, melhor adaptados às diferentes regiões brasileiras. Tais
tratamentos por sua vez, proporcionarão melhores condições para as
boas práticas culturais no plantio da soja e em outras que estão por
ser aprovadas no Brasil. Em conjunto, tais fatores serão peça
fundamental na manutenção da competitividade que o Brasil possui no
setor agrícola, lembrando que a competitividade é um indicador
mutável, que se não for aperfeiçoado se perde ao longo do tempo.
Tomando as considerações acima, é possível mitigar, ou mesmo
minimizar as incertezas que também envolvem a adoção da
biotecnologia.
13
Benefícios Econômicos Biotecnologia no Brasil – O caso da soja RR
C O N S I D E RAÇ Õ E S F I N AI S
A análise dos dados e informações levantadas nesse estudo demonstra
que o produtor brasileiro de soja e a indústria a ele adjacente estão
obtendo benefícios diretos e i ndiretos com a adoção da soja tol erante
ao herbicida glifosato (soja RR), a exemplo do que já foi identificado
no trabalho realizado em 2007 e apresentado no início de 2008.
Conclui-se com as entrevistas junto aos produtores que estes percebem
não só benefícios diretos através da maior margem operacional bruta,
mas também benefícios indiretos que podem ser quanti fi cados,
principalmente através do menor número de entradas para a
aplicação de defensivos, além do manejo da área ser facilitado, e
flexibilização de operações ao l ongo da safra.
No que tange aos benefí cios indiret os, ou qualitativos, observ a-se que
o grau de conforto do produtor com a tecnologia é muito grande e a
maioria absoluta das entrevistas indica o intuito de continuar com o
cultivo da soja RR nos próximos anos. Além disso, grande parte dos
produtores disse que deverão cultivar a soja transgênica em 100% de
suas áreas, e outros produtores indicando que irão aumentar suas
áreas, justamente com soja geneticamente modificada.
Por sua vez, a pesquisa começa a responder, ante a consolidação do
arcabouço legal brasileiro, aumentando de forma expressiv a, ano após
ano, a disponibilidade de variedades de soja RR no mercado brasileiro.
No ano de 2008, 43 variedades de soja foram registradas, número
pouco abaixo das 61 variedades registradas em 2007. Este ritmo de
registro de variedades tende a ser menor, pois os produtores
geralmente utilizam as mesmas variedades, caso estas tenham obtido
sucesso durante a safra. Porém, deve-se intensificar o registro de novas
variedades mais adaptadas à região Centro-Oeste, que tem uma
importância fundamental na produção de soja brasileira.
Neste sentido, o uso da soja RR passa a ser também no Brasil o padrão
tecnológico de produção, a exemplo do que já ocorreu nos principais
competidores internacionais, os Estados Unidos e a Argentina,
permitindo que os produtores locais capturem o mesmo grau de
vantagens, qualitativas e quantitativas, já capturadas por seus
principais concorrentes no mercado internacional.
14
Benefícios Econômicos Biotecnologia no Brasil – O caso da soja RR
Sobre a Céleres
Uma equipe com mais de dez anos de experiência na análise da
agricultura brasileira, acompanhando:
cenário econômico agroindust ri al ;
projetos de investimentos na área agroindustri al;
biotecnologia;
bioenergia;
negociações empresariais.
Atua com foco na análise da cadeia agroindustrial, tendo clientes
desde a indústria de insumos até consumidores finais.
Opera com parceiros e associados nas Américas, na Europa e na Ásia.
Conta com uma equipe diversificada de profissionai s, com inserção
internacional,
voltada
para
uma
visão
holística
do
sistema
agroindustrial.
Sobre o autor
Anderson Galvão é sócio-diretor da Céleres. Engenheiro agrônomo
formado pela Universidade Federal de Uberlândia e pós-graduado em
Administração de Empresas (CEAG) pela Escola de Administração de
Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EASP/FGV),
impl ementou e coordenou o Departamento de Agricultura na FNP
Consultoria & Comércio de São Paulo, onde também desenvolveu e
coordenou diversos estudos e projetos relacionados com a agricultura
brasileira. Atualmente, também é correspondente, para a América do
Sul, da Data Transmition Network (www.dtn.com) de Omaha, Nebraska,
e dirige a Câmara de Comércio e I ndústria Brasil-China (Rio de
Janeiro). Além disso, é membro do conselho do International Service
f o r A c q u i s i t o n o f A g r i - b i o t e c h A p p l i c a t i o n (I S A A A ) e c o n s e l h e i r o d o
Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB). Atua ainda como
consultor associado da GV Consult da EASP/FGV.
Para informações adicionais a respeito deste estudo, contate a Céleres:
[email protected]
R. Eng. Hélvio Felice, 119, Altamira
Uberlândia (MG) – CEP: 38411-414
Tel.: (34) 3229-1313 – Fax: (34) 3229-4949
15
Download

SUMÁRIO EXECUTIVO