UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Curso de Enfermagem Darley de Oliveira Luciano José de Toledo AUDITORIA EM ENFERMAGEM E QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE: UMA REVISÃO DE LITERATURA Bragança Paulista 2015 Darley de Oliveira RA: 001201100285 Luciano José de Toledo RA: 001201100288 AUDITORIA EM ENFERMAGEM E QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE: UMA REVISÃO DE LITERATURA Monografia apresentada ao Curso de Enfermagem da Universidade São Francisco, como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Enfermagem. Orientador: Profa. Ms. Elaine Reda Bragança Paulista 2015 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente a Deus por estar junto comigo em todos os momentos me dando força e a minha família, aos meus irmãos, amigos e especialmente a minha orientadora Professora Ms .Elaine Reda. (Darley de Oliveira) Dedico este trabalho primeiramente a Deus por estar junto comigo em todos os momentos, aos meus pais Benedito José de Toledo(in memória)e a minha mãe Tereza de Toledo e Fernando José de Toledo (in memória), a Aparecida Lúcia Pereira de Toledo, aos meus irmãos, amigos e a minha orientadora Professora Ms. Elaine Reda. (Luciano José de Toledo) AGRADECIMENTOS Agradecemos a Deus por ter me concedido saúde е força pаrа superar as dificuldades durante essa longa jornada. A universidade São Francisco, ao Hospital Universitário São Francisco e Santa Casa de Bragança Paulista que proporcionaram um ambiente satisfatório e agradável, contribuindo para nosso conhecimento. Agradecemos а todos os professores pela paciência durante esses anos, colaborando para nosso conhecimento profissional, ético e moral. А palavra mestre nunca será esquecida. Mestres o nosso eterno agradecimento. Obrigado aos nossos familiares que nоs momentos ausência dedicados ао estudo, sеmprе fizeram entender qυе о futuro é feito а partir dа constante dedicação nо trabalho. Nossos agradecimentos аos amigos, verdadeiros irmãos confidentes e companheiros, nestes anos vocês foram um alicerce em nossas vidas, essenciais em nossa formação e vão continuar presentes na nossa vida sempre. “A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!’ Florence Nightingale AUDITORIA EM ENFERMAGEM E QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE: UMA REVISÃO DE LITERATURA RESUMO A fim de garantir a qualidade dos serviços prestados aos clientes, nos dias atuais, grandes empresas têm-se preocupado em utilizar a auditoria, de forma contínua em suas organizações, visto que os clientes estão cada vez mais convictos de seus direitos. Logo, este estudo teve como objetivo conhecer a prática da auditoria em enfermagem e sua relação com a qualidade da assistência prestada. Tratou-se de um estudo bibliográfico, realizado através do sistema de informações dos sistemas de Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), Scielo, por busca de artigos publicados e pesquisas on-line, utilizando-se de palavras chaves como Auditoria de Enfermagem; Gestão de Qualidade; Qualidade da Assistência à Saúde; Cuidados de Enfermagem. Também foi efetuado um levantamento manual de periódicos e livros. Após o levantamento bibliográfico e a leitura exploratória, o material bibliográfico foi agrupado de acordo com as suas características e assuntos abordados sendo representado em forma de gráficos e quadros. Assim, das 48 publicações levantadas, apenas 34 foram ao encontro dos objetivos propostos. Através da análise do material bibliográfico, constatou-se que: tratou-se de uma literatura recente, sendo que 14 (41%) foram publicados no período de 2005 a 2009; 09 (26%) no período de 2000 a 2004 e 08 (24%) no período de 2010 a 2014, com destaque para artigos científicos 20 (59%); em relação ao enfoque, 16 (47%) abordaram a atuação do enfermeiro auditor; 11 (32%) abordaram as finalidades/objetivos da auditoria em enfermagem e 07 (21%) abordaram sobre a importância dos registros no processo de auditoria; quanto à atuação do enfermeiro auditor, foram encontradas 20 considerações, visto que alguns artigos abordaram mais de uma consideração, sendo que as mais citadas foram: controle de custos, redução de gastos 06 (30%); controle de custos e avaliar a qualidade da assistência 04 (20%), coleta de dados no prontuário (anamnese, exame físico, exames complementares, diagnósticos e tratamentos efetuados) 04 (20%); quanto às finalidades/objetivos da auditoria em enfermagem também foram encontradas 20 considerações, visto que alguns artigos abordaram mais de uma consideração, sendo que as mais citadas foram: qualificar a assistência em enfermagem 04 (20%); avaliar aspectos qualitativos e contábeis da assistência 03 (15%); contabilizar custos 03 (15%); em relação à importância dos registros de enfermagem no processo de auditoria foram encontradas 17 considerações, visto que alguns artigos abordaram mais de uma consideração, sendo que as mais citadas foram: avaliar os cuidados de enfermagem / avaliar a qualidade da assistência / indicador de qualidade 06 (32,29%); garantir respaldo legal 02 (11,76%); evitar glosas em contas hospitalares 02 (11,76%); permitir atualização do pessoal de enfermagem ao observar deficiências nos registros / educação continuada 02 (11,76%); validar e registrar os cuidados prestados ao paciente 02 (11,76%). Logo, conclui-se que a escolha do método a ser utilizado para a realização da auditoria de enfermagem deverá estar pautada no objetivo da avaliação a que se destina e, nessa perspectiva a função do enfermeiro auditor poderá ser enriquecida e guiada não somente pelas necessidades financeiras da instituição, mas, principalmente, pelas necessidades de saúde dos clientes. Palavras-chave: Auditoria de Enfermagem; Gestão de Qualidade; Qualidade da Assistência à Saúde; Cuidados de Enfermagem. NURSING AUDIT AND QUALITY OF HEALTH CARE: LITERATURE A REVISION OF ABSTRACT In order to ensure the quality of services provided to customers, nowadays, large companies have been keen to use the audit, continuously in their organizations, as customers are increasingly convinced of their rights. Therefore, this study aimed at knowing the practice of auditing in nursing and its relationship to quality of care. This was a literature study, conducted through the information system of the Regional Library of Medicine systems (BIREME), Scielo, in search of published articles and research online, using key words such as Audit Nursing; Quality Management; Quality of Health Care; Nursing care. It was also performed a manual lifting periodicals and books. After the literature review and exploratory reading, bibliographic material was grouped according to their characteristics and issues discussed being represented in the form of graphs and charts. Thus, the 48 raised publications, only 34 went to meet the proposed objectives. Through analysis of bibliographical material, it was found that: treated is a recent literature, and 14 (41%) were published in the 2005-2009 period; 09 (26%) from 2000 to 2004 and 08 (24%) in the period 2010-2014, with emphasis on scientific articles 20 (59%); in relation to the focus, 16 (47%) addressed the role of the auditor nurse; 11 (32%) addressed the aims / objectives of the audit in nursing and 07 (21%) addressed the importance of records in the audit process; about the role of the auditor nurse, 20 considerations were found, as some articles have addressed more than one account, and the most cited were cost control, cost reduction 06 (30%); cost control and evaluate the quality of care 04 (20%), data collection in medical records (medical history, physical examination, laboratory tests, made diagnoses and treatments) 04 (20%); as the aims / objectives of the audit were also found in nursing 20 considerations, as some articles have addressed more than one account, and the most cited were: qualify the nursing assistance in 04 (20%); assess qualitative and financial aspects of care 03 (15%); accounting costs 03 (15%); about the importance of nursing records in the audit process found 17 considerations, as some articles have addressed more than one account, and the most cited were: to evaluate the nursing care / evaluate the quality of care / quality indicator 06 (32.29%); ensure legal support 02 (11.76%); avoid glosses in hospital bills 02 (11.76%); allow update of the nursing staff to observe deficiencies in the records / continuing education 02 (11.76%); validate and record the patient care 02 (11.76%). Therefore, it is concluded that the choice of method to be used for the completion of the nursing audit should be guided in evaluating the purpose it is intended and, in this perspective the role of the auditor nurse can be enriched and guided not only by financial needs the institution, but mainly by customers' health needs. Keywords: Nursing audit; Quality management; Quality of health care; Nursing care. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Características dos materiais bibliográficos segundo ano de publicação. Bragança Paulista, 2015............................................................................. 24 Gráfico 2 – Características dos materiais bibliográficos segundo tipo de publicação. Bragança Paulista, 2015............................................................................. 24 Gráfico 3 – Características dos materiais bibliográficos segundo enfoque. Bragança Paulista, 2015.............................................................................................. 25 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Atuação do enfermeiro auditor. Bragança Paulista, 2015................................ 25 Quadro 2 – Finalidades/objetivos da auditoria em enfermagem. Bragança Paulista, 2015.................................................................................................................. 26 Quadro 3 – Importância dos registros da equipe de enfermagem no processo de auditoria. Bragança Paulista, 2015.................................................................. 26 SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT LISTA DE GRÁFICOS LISTA DE QUADROS 1.0 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11 1.1 História da auditoria ................................................................................................... 12 1.2 Sistematização da Assistência de Enfermagem e auditoria ....................................... 14 1.3 Considerações sobre os aspectos conceituais da auditoria de enfermagem .............. 16 1.4 Classificações da auditoria......................................................................................... 17 1.5 Qualidade da assistência de enfermemagem e auditoria ........................................... 18 2.0 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 21 3.0 OBJETIVOS .................................................................................................................. 22 3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 22 3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 22 4.0 MATERIAL E MÉTODO ................................................................................................ 23 5.0 RESULTADOS .............................................................................................................. 24 6.0 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS................................................................................ 27 6.1 A atuação do enfermeiro auditor ................................................................................ 28 6.2 As finalidades/objetivos da auditoria em enfermagem ............................................... 35 6.3 A importância dos registros da equipe de enfermagem no processo de auditoria ...... 37 7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 41 8.0 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 43 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 44 11 1.0 INTRODUÇÃO A saúde é um dos principais fatores que influenciam a qualidade de vida das pessoas. Quando a saúde está debilitada, as pessoas procuram os profissionais da área da saúde buscando o melhor atendimento. Atualmente a exigência em qualidade de atendimento tanto do ponto de vista do paciente quanto do ponto de vista da instituição que presta seus serviços, exige uma atenção especial por parte das organizações e profissionais que prestam este tipo de serviço. Do ponto de vista da instituição devem-se observar as formas que podem melhorar o atendimento, no que concerne à prestação de serviços em si, à redução dos custos envolvidos, mantendo a qualidade de serviços através da eliminação ou redução das eventuais perdas ocorridas durante o processo, melhoria no tempo de atendimento, eliminando as falhas e o retrabalho. Do ponto de vista do paciente, há necessidade de que o mesmo receba o serviço de qualidade exigido (OLIVEIRA; LEGRAMANTI; HORITA, 2011). Além disso, as inovações tecnológicas têm provocado importantes mudanças na área de saúde, constituindo-se um desafio para o enfermeiro, haja vista a necessidade de redefinição de sua função na busca de assegurar seu papel e seu compromisso com a sociedade que, nesse momento, deseja maior qualidade na prestação da assistência à saúde (SIMÕES; FÁVERO, 2000). Nesse contexto de mudanças globalizadas se visualizam novas perspectivas para a atuação do enfermeiro, que deve estar pautada em um saber e um fazer crítico reflexivo, fundamental ao seu desenvolvimento. Nesse sentido esse profissional precisa ser capaz de enfrentar os desafios da profissão, especificamente no setor gerencial, buscando novas abordagens tais como a gerência participativa e os programas de qualidade, os quais são foco central do trabalho em auditoria (SILVA et al, 2012). Assim, verifica-se que o principal objetivo dos serviços de atenção à saúde é o de atender com a melhor qualidade possível, ou seja, com efetividade, eficiência, equidade, aceitabilidade, acessibilidade e adequabilidade (BERTI; ALMEIDA, 2005) e a enfermagem encontra-se em local privilegiado dentro das instituições para atuar neste contexto, fato comprovado por Cunha et al, (2003), que afirma que, entre os trabalhadores da área da saúde envolvidos nos cuidados e tratamento, a enfermagem é a única categoria que permanece 24 horas assistindo o cliente. 12 A fim de garantir a qualidade dos serviços prestados aos clientes, nos dias atuais, grandes empresas têm-se preocupado em utilizar a auditoria, de forma contínua em suas organizações, visto que os clientes estão cada vez mais convictos de seus direitos. A auditoria é uma ferramenta gerencial utilizada pelos enfermeiros para avaliar a qualidade da assistência de enfermagem e os custos gerados pela prestação desta atividade, cujo foco principal é sua dimensão contábil. Identificam-se, na atualidade, maior participação do enfermeiro nas equipes de auditoria. Esse profissional, quando no exercício de suas funções, deve ter visão holística, como qualidade de gestão, qualidade de assistência e quântico-econômico-financeiro, tendo sempre em vista o bem-estar do ser humano enquanto paciente/cliente (COFEN, 2011). Dentro deste cenário, os profissionais de enfermagem ocupam um papel fundamental para que os pacientes recebam um atendimento de excelência, e que a instituição que presta este tipo de serviço tenha o retorno esperado. Diante do exposto, verifica-se que os enfermeiros auditores assumem um importante papel neste contexto, razão pela qual este trabalho busca conhecer a prática da auditoria em enfermagem e sua relação com a qualidade da assistência prestada. 1.1 História da auditoria Historicamente, não foi constatado um registro específico dos primeiros procedimentos de auditoria pelos povos antigos. Somente no Egito se observam dados que era costume dessa população registrar as atividades realizadas em grandes construções assim como análise de registros em arrecadações de impostos (BOYNTON, 2002). A auditoria surge na área contábil com dados registrados desde 2600 a.C., tendo reconhecimento como auditoria de fato a partir do século XII na Inglaterra devido às necessidades da avaliação dos registros contábeis da taxação de impostos de renda e embarcações, uma vez que a Inglaterra dominava os mares tendo o controle do comércio mundial na época. Porém, foi no século XVIII, ainda na Inglaterra com a Revolução Industrial, que a auditoria teve um engate e papel fundamental mediante o surgimento de sete grandes empresas, além da expansão do capitalismo, fazendo assim a necessidade de utilização constante e aprimorada de suas atividades contábeis (KURCGANT, 2006). 13 A auditoria no Brasil assim como no mundo, não tem uma data específica de seu primeiro trabalho, porém pode-se constatar sua primeira evidência concreta no Decreto Nº 2.935, de 16 de junho de 1862, o qual aprovara reorganização da Cia. de Navegação por Vapor (Bahiana – Anonyma) e estipulava que auditores deveriam ser convocados anualmente em assembléia ordinária, para realizar análise de contas da empresa (MOTTA, 2010). Para Riolino; kliukas (2003), o início da auditoria no Brasil se deu devido às instalações de filiais das empresas estrangeiras, as quais seguiam o modelo de controle interno de suas operações. A partir desse modelo, os dirigentes nacionais redirecionaram hábitos gerenciais e adotaram a nova técnica, aperfeiçoando-a e atingindo assim o estabelecimento da Lei 4.728/65, a qual obriga a prática de auditoria governamental do Brasil. A auditoria foi efetivamente oficializada em 1968, pelo Banco Central do Brasil estabelecendo as normas gerais de auditoria em 1972. Alguns estudiosos afirmam que sua consolidação no Brasil ocorreu, principalmente, na década de 70, enquanto também seus conceitos eram expandidos para outras áreas (NIYAMA, 2006). Já a auditoria, na área da saúde, teve início quando o enfoque deixou de ser apenas na área contábil e passou também a ter um enfoque administrativo com o objetivo de avaliar a qualidade dos serviços prestados bem como sua efetividade (ROCHA; SILVEIRA; SANTANA, 2002). Kurcgant (2006) relata que o surgimento da auditoria em saúde se deu por um estudo realizado pelo médico George Gray Ward, nos Estados Unidos em 1918, o qual foi observado a qualidade de assistência médica prestada ao paciente por meio de registros em prontuário. Sendo assim a avaliação da qualidade assistencial médica passou a ser norma de conduta para a auditoria na área da saúde, sendo o princípio para a prática de profissionais desta área. Segundo Mendes (2009) a auditoria surge na área da saúde na década de 70 com a criação do Ministério da Previdência e assistência Social, objetivando-se na auditoria médica e administrativa/contábil, de contas a serem prestadas por usuários do Instituto Nacional de Previdência Social – INPS. Assim, na década de 80, a auditoria médica foi nomeada como atividade imprescindível em todos os ramos da assistência. Para Motta (2010), a auditoria em saúde foi instituída em 1984 por meio da Resolução 45 de 12 de julho de 1984, pelo instinto Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), o qual define como um sistema de ações administrativas, técnicas e observacionais, que visam a qualidade assistencial e 14 efetividade alcançada, realizados pelos integrantes de todos os níveis de execução, em especial aos associados diretamente às unidades médico-assistenciais próprias, contratadas, em regime de cogestão ou conveniadas. As primeiras publicações sobre auditoria em enfermagem são da década de 50, quando uma enfermeira e professora da Wayne State University de Detroit desenvolveu uma ferramenta de auditoria , o Phaneuf’s Nursing Audit. O modelo de auditoria de enfermagem por Phaneuf era aplicado de forma retrospectiva aos registros dos prontuários, possibilitando que as enfermeiras avaliassem a qualidade do cuidado de enfermagem através da obtenção e análise de dados quantitativos sobre a assistência prestada (SPAROW; ROBINSON, 1992 apud PINTO, 2005). Em 2001 as atividades desenvolvidas pela enfermeira auditora foram aprovadas pelo Conselho Federal de Enfermagem através da Resolução n. 266/01 (COFEN, 2001). Atualmente, é na área privada onde se observa um número maior de enfermeiras auditoras, cujo conhecimento e experiência profissional são particularmente são utilizados para a racionalização dos custos envolvidos na prática assistencial, atuando em instituições hospitalares ou em operadoras de planos de saúde (MOTTA, 2010). 1.2 Sistematização da assistência de enfermagem e auditoria A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma prática exclusiva do enfermeiro o qual direciona as atividades de toda a equipe de enfermagem, uma vez que os técnicos e auxiliares assumem suas funções a partir da prescrição do enfermeiro (BRASIL, 2005). A SAE é baseada na administração da assistência ao paciente, é uma organização e execução do Processo de Enfermagem (PE) desempenhada pelo enfermeiro. Está relacionada ao exercício da função administrativa concentrada na assistência prestada ao usuário (BERTI; ALMEIDA, 2005). É o fundamento da prática da Enfermagem, instrumento e critério da profissão, e a partir dessa, possibilita ao enfermeiro tomar decisões, prever e avaliar consequências. Melhora o aperfeiçoamento da capacidade de solucionar problemas, adequando soluções, com o intuito de ampliar oportunidades e recursos para formação de pensamentos científicos (CUNHA et al, 2003). O principal foco da SAE é guiar as ações de enfermagem, com o propósito de atender às necessidades do paciente, família e comunidade. Tem como proposta aos 15 profissionais, instituição de saúde, setor, pacientes entre outros, o uso do conhecimento técnico-científico e prática de maneira organizada, orientada e sistematizada (FALK, 2001). Segundo Kluthcovsky (2009), a SAE ou PE é formado por cinco etapas: Histórico de Enfermagem (HE), Diagnóstico de Enfermagem (DE), Planejamento de Enfermagem (PE), Implementação de Enfermagem (IE), e Avaliação ou Evolução de Enfermagem (EE). A implementação da SAE contribui para a comunicação do enfermeiro com a equipe multidisciplinar compreendida nos processos da assistência, sendo imprescindível no fornecimento do cuidado de forma holística e de qualidade. Está associado ao processo da assistência de enfermagem e assegura ao profissional a continuidade da autonomia do cuidar. A implementação da SAE subsidia a segurança ao paciente, qualidade da assistência, além do aumento de autonomia dos profissionais de enfermagem (SETZ; D’INNOCENZO, 2009). Sabe-se que hoje, a auditoria, é importante para subsidiar os planejamentos das ações de saúde, sua execução, gerenciamento e avaliação qualitativa dos resultados. Assim, busca a auditoria da qualidade da assistência, com redução de custos, agregando, os valores financeiros aos valores qualitativos (RIOLINO; KLIUKAS, 2003). O enfermeiro como gestor da assistência de enfermagem, em sua prática diária, requer preparo adequado ao momento atual (CUNHA; FRANCISCO NETO, 2006). A auditoria de enfermagem avalia a qualidade da assistência prestada ao paciente. A Sistematização da assistência de enfermagem (SAE) visa ser instrumento que de forma concreta, contribui com o enfermeiro auditor, na coleta de dados, pois seu trabalho apresenta-se como um ramo em ascensão, com vertentes de enfoque diversos, como: auditor de contas e de pesquisa da qualidade da assistência (PAULINO, 2008). A auditoria está envolvida em todo o processo da SAE, relacionando tanto nos procedimentos prestados de acordo com o planejamento (efetividade ligada também aos custos) quanto na evolução ou relatório final, qual é avaliado de fato toda a assistência prestada ao paciente assim como a qualidade dos serviços. A SAE é utilizada como instrumento para se ter uma auditoria de qualidade com melhora à assistência prestada ao usuário, além de utilizar baixo custo para a instituição (BRASIL, 2011). 16 1.3 Considerações sobre os aspectos conceituais da auditoria de enfermagem A palavra auditar vem do latim - “Audire", que significa “ouvir. A auditoria é um sistema de revisão e controle, para informar a administração sobre a eficiência e eficácia dos programas em desenvolvimento. Sua função não é somente indicar as falhas e também os problemas nas anotações, mas em apontar as sugestões e soluções, assumindo, portanto, um caráter eminentemente educacional (REBELO, 1994). Segundo Remor (2008) a auditoria é uma especialização da contabilidade que pode ser utilizada por outras profissões e tem por função avaliar a eficiência e a eficácia de serviços, bem como o controle do patrimônio. A auditoria é definida como a avaliação sistemática e formal de uma atividade, por alguém não envolvido diretamente na sua execução, para determinar se essa atividade está sendo levada a efeito de acordo com seus objetivos (KURCGANT, 1991). Pode-se destacar a auditoria também como uma atividade formal, executada por pessoal que não tenha responsabilidade direta na execução do serviço em avaliação e que fornece subsídios para verificação da qualidade da organização (REBELO, 1994). Ambos os autores em muito convergem suas concepções, na qual auditoria está vinculada a qualidade, tratando-se de uma avaliação das ações realizadas. Auditoria pode ser ainda caracterizada como um processo de avaliação de grande importância para o redirecionamento das ações, visto que após análise do serviço e verificação das deficiências podem ser tomadas decisões corretivas e ou preventivas para remodelar essas ações. A auditoria pode nos alertar para novos e antigos problemas ou deficiências e apontar alternativas de correções e/ou prevenções. A auditoria de enfermagem é um processo pelo qual as atividades de enfermagem são examinadas, mensuradas e avaliadas, em confronto com padrões preestabelecidos, por meio de revisões das anotações de enfermagem que constam no Prontuário[...] (HORR, 1989). Numa concepção mais abrangente, a auditoria de enfermagem trata-se de avaliação sistemática da qualidade da assistência de enfermagem prestada ao cliente pela análise dos prontuários, acompanhamento do cliente in loco e verificação da compatibilidade entre o procedimento realizado e os itens que compõem a conta hospitalar cobrados (MOTTA, 2010). 17 A auditoria em enfermagem representa a função de controle do processo administrativo, verificando se os resultados da assistência estão de acordo com os objetivos (SILVA et al, 1990). Segundo Faraco (2004), a auditoria pode ser considerada elemento essencial para mensurar a qualidade da assistência, oferecendo subsídios aos profissionais para (re)orientar suas atividades, estimulando a reflexão individual e coletiva e nortear o processo de educação permanente, podendo ser ainda caracterizada como um processo de avaliação de grande importância para o redirecionamento das ações, visto que após análise do serviço e verificação das deficiências podem ser tomadas decisões corretivas e ou preventivas para remodelar as ações desenvolvidas. 1.4 Classificações da auditoria De forma geral, a classificação da auditoria depende da finalidade a que a mesma se destina. Segundo Horr (1989) a classificação varia de acordo com o tratamento que se dá ao objeto de auditoria. Quanto ao método ou tipo, a auditoria pode ser classificada em: retrospectiva ou operacional. A auditoria retrospectiva é a auditoria feita após a alta do paciente, em que se utiliza o prontuário para a avaliação; portanto, os dados obtidos não reverterão em benefício deste paciente diretamente (KURCGANT, 1991). A auditoria operacional é realizada enquanto o paciente está hospitalizado ou em atendimento ambulatorial (KURCGANT, 1991). Este método envolve a análise e avaliação dos registros de enfermagem (inclusive do processo de enfermagem), entrevista com o cliente e/ou familiares, observação do cliente (in loco), exame físico, e observação do ambiente (HORR, 1989). Quanto à forma de intervenção pode ser: interna, externa ou mista. A auditoria Interna é realizada por elementos da própria instituição, devidamente informados e treinados. Tem como vantagem a maior profundidade nos trabalhos realizados, com a probabilidade de haver sugestões ou soluções mais apropriadas, já que o auditor possui vinculação funcional (KURCGANT, 1991; HORR, 1989). A auditoria externa ou independente é realizada por elemento não-pertencente à instituição, contratado especificamente para a auditoria. Neste, apesar do auditor ter independência administrativa e afetiva, o trabalho desenvolvido pode tornar-se superficial, com a apresentação de soluções inapropriadas para os problemas existentes (KURCGANT, 1991). A auditoria mista é uma classificação decorrente de 18 uma experiência auditorial, no qual a comissão de auditoria era formada por docentes do Departamento de Enfermagem e enfermeiros da Instituição, sendo estes, os elementos internos e os demais os membros externos (KURCGANT, 1991). Quanto ao tempo a auditoria pode ser: contínua ou periódica. A auditoria contínua é realizada em períodos determinados, sem sofrer interrupções, iniciando-se, cada revisão, a partir da anterior. Já a auditoria periódica relaciona-se a certos períodos, não possuindo características de continuidade de revisão. Assim, na auditoria contínua há uma integração entre uma auditoria e outra, observando-se a evolução dos resultados, com soluções mais visíveis e imediatas (KURCGANT, 1991). Quanto à natureza a auditoria pode ser: normal ou específica. A auditoria normal realiza-se em períodos determinado com objetivos regulares de comprovação (HORR, 1989). A auditoria específica ou especial visa um objetivo específico, procurando obter dados sobre fatos particulares, atendendo às necessidades do momento. A auditoria especial é desenvolvida para finalidade específica, por exemplo: supervisionar a lavagem das mãos no ambiente hospitalar (KURCGANT, 1991). Quanto ao limite pode ser: total ou parcial. A auditoria total abrange todos os setores da instituição. Já a auditoria parcial é limitada a alguns serviços da instituição (KURCGANT, 1991). Assim, a auditoria não deve ser entendida como um método de fiscalização, punitivo ou repressivo, e sim deve ser encarada como um processo positivo e educacional. Percebemos que possibilita, também, o crescimento profissional já que pode redimensionar as ações após verificados os potenciais e dificuldades destas. 1.5 Qualidade da assistência de enfermagem e auditoria Com a difusão de informação, os clientes adquirem maiores informações, passando a exigir cada vez mais excelência nos serviços contratados. Algumas empresas, no entanto, não oferecem o suporte necessário a seus clientes, por terem a falsa ideia de que seus produtos são os melhores, não almejando aprimorar a qualidade, necessitando serem lapidadas para que atinjam o máximo de apreciação da sua clientela, Para tanto, torna-se necessário a auditoria em enfermagem (MARAN, 2009). A Auditoria de Enfermagem é o processo pelo qual é feita uma avaliação das atividades de enfermagem, trata-se da análise minuciosa da qualidade da assistência de enfermagem prestada ao paciente. Pode ser realizada por meio de análise dos 19 prontuários, verificação da conciliação entre o procedimento realizado e os itens da conta hospitalar, visitas, entre outros (ARAÚJO, 2001). O processo de auditagem visa o benefício dos pacientes através da melhoria dos serviços prestados. Estas melhorias tornam-se possíveis por meio de obtenção de conhecimento, e de capacitação dos profissionais envolvidos no processo assistencial. Além do paciente, a equipe também apresenta benefícios, sendo estes evidenciados através de reflexão de aspectos positivos e negativos, gerados a partir do desenvolvimento profissional, perante a equipe e/ou a si próprio (KURCGANT, 2005). Assim, o profissional de auditagem tem que estar atento, acima de tudo, à qualidade dos serviços prestados ao paciente pelo hospital. Profissionais mal treinados, sem conhecimento das técnicas básicas de enfermagem quanto aos cuidados rotineiros aos pacientes, geram, além do aumento significativo dos custos, agravos de um atendimento inadequado, como o aumento do tempo de internação, sequelas de cuidados de enfermagem inadequados ou errados e até mesmo óbito (WATANABE; KUBOTA; LIMA , 2009). A auditoria inicia na enfermagem com o intuito de avaliar aspectos técnicos, éticos e administrativos do trabalho da equipe de saúde. O elevado número de trabalhos de auditoria feitos por enfermeiros demonstra um maior envolvimento destes profissionais com a análise da qualidade dos cuidados de enfermagem prestados ao paciente, tendo tal atividade regulamentada pela Lei 7.498/86 que dispõe sobre o Exercício da Enfermagem e posteriormente, a Resolução do COFEN 266/01 que dispõe sobre as atividades do Enfermeiro Auditor (COFEN, 2001). No que diz respeito à qualidade na área da saúde, o Enfermeiro Auditor deve atentar-se ao nível de satisfação do paciente, além de variáveis existentes no ambiente da saúde e os possíveis impactos na credibilidade da instituição. Diante do exposto, os serviços de saúde preocupados com a qualidade da assistência prestada, utilizam a auditoria a fim de minimizar erros, fiscalizar os serviços e/ou procedimentos, auditar contas, em prol da promoção de qualidade à saúde do cliente/paciente (MELO; VAITSMAN, 2008) O Ministério da Saúde define que a qualidade da assistência à saúde deve ter o mínimo de riscos, elevado grau de competência profissional, eficiência em utilização dos recursos, buscando a satisfação do paciente junto a um efeito favorável na promoção da saúde (BRASIL, 2011). A qualidade da assistência à saúde deve maximizar medidas abrangentes para o completo bem estar do cliente, equilibrando ganhos e perdas, inerentes ao processo de atenção médico-hospitalar. Na enfermagem, a qualidade da assistência prestada 20 aos clientes pode ser mensurada através da auditoria, um dos serviços internos que o serviço de enfermagem dispõe para o gerenciamento da qualidade (ADAMI, 2000). A Enfermagem está diretamente envolvida com a qualidade da assistência por ser responsável pelos cuidados, necessitando de profissionais competentes e preparados para lidar com os progressos da área. O que se busca na qualidade da assistência referente à competência é a capacidade de desenvolver funções objetivando em primeiro plano a qualidade do serviço (RIOLINO; KLIUKAS, 2003). Sendo assim, a Auditoria em Enfermagem pode ser considerada um componente essencial para avaliar a qualidade da assistência prestada, pois além de oferecer auxílio aos profissionais para (re) orientar suas atividades, faz uma análise detalhada sobre os procedimentos e custos (VIANA; ORIÁ, 2004). 21 2.0 JUSTIFICATIVA Atualmente a exigência em qualidade de atendimento, tanto do ponto de vista do paciente quanto do ponto de vista da instituição que presta seus serviços, exige uma atenção especial por parte das organizações e profissionais envolvidos com a assistência à saúde. É inquestionável que para desenvolver o cuidado, a enfermagem precisa de conhecimento em diversos campos teóricos, provindos de outras áreas como, por exemplo, fisiologia, biologia, antropologia e sociologia (BRASIL, 2000). Mas também torna-se necessário um conhecimento específico sobre o que é cuidar e quais as ações próprias do enfermeiro e de sua equipe, que implicam na qualidade da assistência e resolutividade, muitas vezes incluindo materiais, equipamentos e pessoal. É senso comum entender que os estabelecimentos de saúde convivem com problemas ou resultados ineficientes, muitas vezes sem controle e que geram reclamações e insatisfações dos enfermos e de seus familiares (RODRIGUES, 2004). Porém, essas questões podem ser identificadas pela Auditoria de Enfermagem. Portanto, o tema tem grande valor social, pois possibilita ao Gestor Hospitalar identificar meios de favorecer a qualificação do serviço sem agregar custos ao atendimento, contribuindo consideravelmente para que entendam a verdadeira importância da auditoria para a qualidade do serviço, como também, respondendo às exigências cada vez maiores dos pacientes, pois a cada dia estão mais esclarecidos e conscientes de seus direitos. Dentro deste cenário os profissionais de enfermagem ocupam um papel fundamental para que os pacientes recebam um atendimento de excelência, e que a instituição que presta este tipo de serviço tenha o retorno esperado, razão pela qual esta pesquisa busca conhecer a prática da auditoria em enfermagem e sua relação com a qualidade da assistência prestada. 22 3.0 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Conhecer a prática da auditoria em enfermagem e sua relação com a qualidade da assistência prestada. 3.2 Objetivos específicos Identificar a atuação do enfermeiro auditor; Identificar as finalidades/objetivos da auditoria em enfermagem; Identificar a importância dos registros da equipe de enfermagem no processo de auditoria. 23 4.0 MATERIAL E MÉTODO Tratou-se de um estudo bibliográfico cuja trajetória apoiou-se nas leituras metodológicas exploratórias e seletivas do material de pesquisa, bem como na revisão integrativa, contribuindo para o processo de síntese e análise dos resultados obtidos de vários estudos criando assim, um corpo de literatura compreensível. O levantamento bibliográfico, propriamente dito, realizou-se através do sistema de informações dos sistemas de Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), Scielo, por busca de artigos publicados e pesquisas on-line relacionados ao tema já proposto, utilizando-se as seguintes palavras-chave: Auditoria de Enfermagem; Gestão de Qualidade; Qualidade da Assistência à Saúde; Cuidados de Enfermagem. O levantamento abrangeu desde o período inicial de publicação de cada periódico até os dias atuais. A compreensão das concepções sobre “Auditoria de enfermagem e qualidade da assistência.” enriqueceu-se a partir da aproximação às pesquisas em distintos períodos, possibilitando que a temática se configurasse, adquirindo forma e concretude em diferentes contextos. Na busca inicial foram considerados o título e o resumo do artigo para a seleção dos possíveis trabalhos de interesse. Após o levantamento bibliográfico, realizou-se a leitura exploratória do material encontrado. Com essa leitura, foi possível obter uma visão global do material, considerando-o de interesse ou não à pesquisa. Em seguida, efetuamos a leitura seletiva, determinando o material bibliográfico de interesse real da pesquisa. Finalmente delimitamos os textos a serem interpretados que abordavam o assunto proposto. Em seguida os textos foram colocados em ordem cronológica, sendo realizado o reconhecimento a partir dos seguintes aspectos que compuseram uma ‘ficha bibliográfica’ contendo: Características do material bibliográfico: ano de publicação e tipo de estudo. Análise do material bibliográfico: apreensão das concepções acerca do tema. Síntese integrativa: integrando os textos lidos, em suas diferenças e semelhanças ‘conceituais’. Assim, pudemos agrupar o material bibliográfico de acordo com as suas características e assuntos abordados representando-o em forma de gráficos e quadros. 24 5.0 RESULTADOS Gráfico 1 – Características dos materiais bibliográficos segundo ano de publicação. Bragança Paulista, 2015. Gráfico 2 – Características dos materiais bibliográficos segundo tipo de publicação. Bragança Paulista, 2015. 25 Gráfico 3 – Características dos materiais bibliográficos segundo enfoque. Bragança Paulista, 2015. Quadro 1 – Atuação do enfermeiro auditor. Bragança Paulista, 2015. ATUAÇÃO Nº % Controle de custos, redução de gastos; Controle de custos e avaliar a qualidade da assistência; Coleta de dados no prontuário (anamnese, exame físico, exames complementares, diagnósticos e tratamentos efetuados; Coleta de dados no prontuário, análise e realização de relatórios, visando à qualidade da assistência de enfermagem; Avaliar a qualidade da assistência; Atuar no processo de educação continuada; Identificar pontos fracos dos serviços, garantindo o direito do paciente em receber cuidado digno, além de não perder a visão econômica dos serviços prestados; Possibilidade de desenvolvimento de indicadores de assistência; Fornecer relatórios gerenciais informando a eficiência e a efetividade do uso dos recursos disponíveis, em relação à assistência prestada. TOTAL 06 04 04 30,00 20,00 20,00 01 05,00 01 01 01 05,00 05,00 05,00 01 05,00 01 05,00 20* 100 *Alguns artigos abordaram mais de consideração sobre a atuação do enfermeiro auditor. 26 Quadro 2 – Finalidades/objetivos da auditoria em enfermagem. Bragança Paulista, 2015. FINALIDADES/OBJETIVOS Nº % Qualificar a assistência em enfermagem; Avaliar aspectos qualitativos e contábeis da assistência; Contabilizar custos; Promover educação continuada; Permitir confiabilidade dos serviços; Normatizar, orientar, identificar, racionalizar e identificar deficiências nos registros hospitalares; Controle administrativo; Minimizar desperdícios de medicamentos, equipamentos e recursos humanos; Suporte para planos de saúde; Apontar inadequação na assistência de enfermagem; Verificar se os resultados estão em conformidades com as disposições planejadas e com a legislação vigente. TOTAL 04 03 03 02 02 01 20,00 15,00 15,00 10,00 10,00 05,00 01 01 05,00 05,00 01 01 01 05,00 05,00 05,00 20* 100 *Alguns artigos abordaram mais de consideração sobre finalidades/objetivos da auditoria em enfermagem. Quadro 3 – Importância dos registros da equipe de enfermagem no processo de auditoria. Bragança Paulista, 2015. IMPORTÂCIA DOS REGISTROS NO PROCESSO DE AUDITORIA Avaliar os cuidados de enfermagem; / Avaliar a qualidade da assistência; / Indicador de qualidade; Garantir respaldo legal; Evitar glosas em contas hospitalares; Permitir atualização do pessoal de enfermagem ao observar deficiências nos registros; / Educação continuada; Validar e registrar os cuidados prestados ao paciente; Valioso para o ensino e a pesquisa; Importante meio de comunicação; Identificar áreas de deficiências em relação a assistência prestada. TOTAL Nº % 06 32,29 02 02 02 11,76 11,76 11,76 02 01 01 01 11,76 05,89 05,89 05,89 17* 100 *Alguns artigos abordaram mais de consideração sobre a importância dos registros no processo de auditoria. 27 6.0 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A partir da revisão de literatura para busca da produção científica sobre auditoria em enfermagem e qualidade da assistência à saúde foram encontradas 48 publicações, porém apenas 34 foram ao encontro dos objetivos deste estudo. Assim, através da análise do material bibliográfico, levantado para esta pesquisa, constatou-se que quanto ao período de publicação a maioria era recente, sendo que 14 (41%) foram publicados no período de 2005 a 2009; 09 (26%) no período de 2000 a 2004 e 08 (24%) no período de 2010 a 2014 (Gráfico 1), com destaque para artigos científicos 20 (59%) (Gráfico 2). Porém, para melhor compreensão, os resultados foram discutidos de acordo com os enfoques abordados na revisão bibliográfica (Gráfico 3), os quais mostram que 16 (47%) abordaram a atuação do enfermeiro auditor; 11 (32%) abordaram as finalidades/objetivos da auditoria em enfermagem e 07 (21%) abordaram sobre a importância dos registros no processo de auditoria. Em relação à atuação do enfermeiro auditor (Quadro 1) foram encontradas 20 considerações sobre esse assunto, visto que alguns artigos abordaram mais de uma consideração, sendo que as mais citadas foram: controle de custos, redução de gastos 06 (30%); controle de custos e avaliar a qualidade da assistência 04 (20%) e coleta de dados no prontuário (anamnese, exame físico, exames complementares, diagnósticos e tratamentos efetuados 04 (20%). Quanto às finalidades/objetivos da auditoria em enfermagem (Quadro 2) também foram encontradas 20 considerações, visto que alguns artigos abordaram mais de uma consideração, sendo que as mais citadas foram: qualificar a assistência em enfermagem 04 (20%); avaliar aspectos qualitativos e contábeis da assistência 03 (15%); contabilizar custos 03 (15%). Já em relação à importância dos registros de enfermagem no processo de auditoria (Quadro 3) foram encontradas 17 considerações, visto que alguns artigos abordaram mais de uma consideração, sendo que as mais citadas foram: avaliar os cuidados de enfermagem; / avaliar a qualidade da assistência; / indicador de qualidade 06 (32,29%); garantir respaldo legal 02 (11,76%); evitar glosas em contas hospitalares 02 (11,76%); permitir atualização do pessoal de enfermagem ao observar deficiências nos registros; / educação continuada 02 (11,76%); validar e registrar os cuidados prestados ao paciente 02 (11,76%). 28 6.1 A atuação do enfermeiro auditor A auditoria de enfermagem avalia a qualidade da assistência prestada ao paciente. A Sistematização da assistência de enfermagem (SAE) visa ser instrumento que de forma concreta, contribui com o enfermeiro auditor, na coleta de dados, pois seu trabalho apresenta-se como um ramo em ascensão, com vertentes de enfoque diversos, como: auditor de contas e de pesquisa da qualidade da assistência (PAULINO, 2008). Segundo as leis de diretrizes profissionais, Lei n° 7948/ 86, art. 11, inciso I, alínea h, e Decreto n° 94406/87, que regulamenta a lei, cabe ao enfermeiro privativamente a consultoria, a auditoria e a emissão de parecer sobre matéria de enfermagem. Conforme consta na resolução 266 de 05 de outubro de 2001, do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), este profissional, enquanto auditor no exercício de suas atividades deve organizar dirigir, planejar, coordenar e avaliar, prestar consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre os serviços de enfermagem; devendo ainda ter uma visão holística, como qualidade de gestão, qualidade de assistência e quântico – econômico – financeiro, visando sempre o bem estar do ser humano (COFEN, 2001). Para percorrer o caminho mais eficaz, que leve a qualidade da assistência, é preciso, primeiramente, treinar os membros da organização, bem como transmitir conceitos da utilização da auditoria em administração, promover recursos e disponibilizar tempo para o trabalho em equipe, papel do enfermeiro auditor, que deve transmitir para equipe o objetivo do trabalho em parceria, fazendo a equipe trabalhar com ele e não para ele, por meio do reconhecimento do trabalho (MENEZES; BUCCHI, 2011). A auditoria em enfermagem pode ser realizada de dois tipos: retrospectiva (após a alta), operacional ou concorrente (durante internação), interna ou externa, continua ou periódica, total ou parcial; e avalia itens indispensáveis no prontuário como: identificação do paciente, anamnese, exame físico, exames complementares com seus resultados, hipóteses diagnósticas, diagnostico definitivo, tratamento efetuado (MARTINHO, 2002). Em qualquer um dos tipos, o procedimento básico consta em realizar a coleta de informações que em seguida serão analisados frente a um padrão pré-estabelecido e, por fim, é elaborado o relatório que apresenta parecer de natureza técnica sobre o que foi auditado e sugestões que visam o aperfeiçoamento ou mesmo correção de problemas na assistência de enfermagem prestada (KURCGANT, 1991). 29 Paulino (2008) ao realizar um estudo que teve como objetivo verificar o nível de conhecimento dos enfermeiros acerca da auditoria hospitalar, constatou que 3 (três) dos 6 (seis) entrevistados, ou seja, 50%, têm conhecimento que a auditoria em enfermagem representa “o controle dos custos do paciente”, em contra partida, 34% da amostra, ou seja, 2 enfermeiros, afirmaram que a auditoria em enfermagem “representa apenas a revisão final do prontuário” e, 16% dos entrevistados, 1 (um) profissional de enfermagem, descreveu que auditoria em enfermagem “é o processo de controle de custos e da assistência ao paciente”. Conclui-se a partir desses dados que os entrevistados possuem uma visão limitada sobre o que é auditoria em enfermagem, pois conforme declara Passos (2002) a auditoria de enfermagem é o exame oficial dos registros de enfermagem com o objetivo de avaliar, verificar e melhorar a assistência de enfermagem. Neste mesmo estudo, Paulino (2008) verificou que 3 (três) dos 6 (seis) entrevistados, ou seja, 50%, afirmaram que a importância da enfermagem no processo de auditoria está no controle dos custos, para 2 (dois) dos entrevistados, ou seja, (34%) a importância do enfermeiro no processo de auditoria está relacionada com o controle da assistência prestada ao paciente e 1 (um) entrevistado, 16%, não soube descrever a importância do enfermeiro no processo de auditoria. Logo, percebe-se, que os enfermeiros ainda não possuem uma visão concreta acerca da sua importância no processo de auditoria, limitando-se a descrever que a sua atuação está voltada para o controle apenas de custos e não para o controle da qualidade da assistência prestada. A profissão de enfermagem tem na auditoria a possibilidade de desenvolvimento de indicadores de assistência, estabelecimento de critérios de avaliação e consequente geração de novos conhecimentos – o que é conseguido através da análise que permite um levantamento dos problemas de enfermagem, as diversas condutas adotadas para cada um deles, e o grau de resolutividade destas (KURCGANT,1991). Paes; Maia (2005) descrevem as atribuições do enfermeiro auditor no convênio e no hospital, conforme segue abaixo: No Convênio: Avaliar a assistência de enfermagem prestada ao cliente através do prontuário médico; Verificar a observância dos procedimentos frente aos padrões e protocolos estabelecidos; Adequar o custo por procedimento; 30 Elaborar relatórios/planilhas através das quais se define o perfil do prestador: custo por dia, custo por procedimento, comparativos entre prestadores por especialidade; Participar de visitas hospitalares; Avaliar, controlar (com emissão de parecer) as empresas prestadoras de serviços, fornecendo dados para a manutenção/continuidade do convênio (assessoria ao credenciado); Elo entre as partes = parceria. No Hospital: Análise do Prontuário Médico, verificando se está completa e corretamente preenchido nos seus diversos campos tanto médico como de enfermagem, como por exemplo: história clínica, registro diário da prescrição e evolução médica e de enfermagem, checagem dos serviços, relatórios de anestesia e cirurgia; Avaliar e analisar a conta hospitalar, se condiz com o evento realizado; Fornecer subsídios e participar de treinamentos do pessoal de enfermagem; Analisar contas e glosas, além de estudar e sugerir reestruturação das tabelas utilizadas, quando necessário; Fazer relatórios pertinentes: glosas negociadas, aceitas ou não, atendimentos feitos, dificuldades encontradas e áreas suscetíveis de falhas e sugestões; Manter-se atualizado com as técnicas de enfermagem, com os serviços e recursos oferecidos pelo hospital, colocando-se a par (inclusive) de preços, gastos e custos alcançados; Utilizar, quando possível, os dados coletados para otimizar o Serviço de Auditoria: saber apontar custos de cada setor, locais onde pode ser feita a redução nos gastos, perfil dos profissionais envolvidos e dados estatísticos. Pinto; Melo (2010) realizaram um trabalho que teve como objetivo conhecer a prática da enfermeira em auditoria em saúde, sendo que a análise foi desenvolvida em três lócus: auditoria interna, auditoria externa e o sistema de auditoria do âmbito estadual do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, verificou-se neste estudo, que as responsabilidades da enfermeira auditora interna, em um determinado hospital privado, estavam determinadas em um documento composto por quinze itens, que atribui a estas profissionais ações de conferência dos registros em prontuários e dos itens cobrados nas contas dos usuários; a correção das distorções detectadas; a análise da composição do prontuário e a manutenção de um processo educativo que oriente os profissionais da 31 equipe de saúde quanto às cobranças e equipamentos reembolsáveis. Logo, as atividades evidenciam que o direcionamento das ações da enfermeira auditora é para o controle sobre as cobranças hospitalares. Identificou-se, ainda, uma preocupação na prática da auditagem em evitar desperdícios, reduzir custos e garantir que todos os procedimentos e equipamentos utilizados sejam efetivamente cobrados. Portanto, conclui-se as enfermeiras auditoras internas, neste hospital, desempenham um papel controlador e mantenedor dos interesses econômico-financeiros da empresa, o que revela que o propósito da sua prática é corrigir as contas hospitalares. Quanto à empresa de auditoria externa estudada por Pinto; Melo (2010), não foram encontrados documentos formais que determinassem as atividades de cada profissional. Assim, foi identificada uma divisão técnica do trabalho, com os profissionais médicos assumindo as visitas aos usuários internados, e as enfermeiras ficando responsáveis pela análise contábil, através da conferência dos registros nos prontuários e das cobranças nas contas hospitalares. As entrevistadas demonstraram que o propósito de sua prática é exercer um papel fiscalizador sobre as cobranças realizadas pelos prestadores de serviços de saúde, a fim de identificar excessos e reduzir os valores finais a serem pagos. Os discursos das enfermeiras revelaram as dificuldades que elas têm em expressar objetivamente esta finalidade de sua prática, mas quando o fazem tentam justificar a importância da análise contábil-financeira, dado que são altos os custos dos serviços de saúde. Na descrição das atividades das enfermeiras não foram encontrados qualquer elemento que indicasse uma preocupação com as necessidades específicas dos usuários. Essa ausência é relevante e reforça a interpretação de que o foco desta prática é a análise de contas, desenvolvida para garantir o cumprimento dos acordos e contratos estabelecidos entre hospitais e operadoras de planos de saúde. Por fim, quanto ao sistema de auditoria do âmbito estadual do Sistema Único de Saúde (SUS), verificou-se que as ações são implementadas através da Diretoria de Auditoria, que é coordenada por um profissional médico e é composta por médicos, odontólogos, contadores e enfermeiras. Para tanto, o trabalho de auditoria está baseado em três modelos: auditoria de serviços de saúde; apuração de denúncias e auditoria de gestão dos sistemas municipais de saúde. Quanto à prática das enfermeiras auditoras, as mesmas, afirmaram que trabalham com o objetivo de verificar a eficácia e a eficiência de serviços e a gestão dos recursos do sistema público de saúde. Assim entende-se que a prática exercida na auditoria do SUS aproxima-se mais das características de controle do que da detecção de erros e fraudes. Também, pode-se considerar, que o ato de verificar a 32 aplicação de recursos contribui para o melhor planejamento das ações em saúde pública e para a progressiva melhoria da qualidade destes serviços. Segundo Pinto; Melo (2010), as entrevistadas confirmaram que esta prática consiste numa auditoria em saúde pública, que não é específica da enfermeira. Isto significa que as enfermeiras realizam todas as atividades, desde que respeitados os limites técnico-jurídicos do seu exercício profissional. Informam, entretanto, que na distribuição das tarefas, são escolhidos os profissionais da equipe que detém conhecimento ou afinidade com a área ou unidade a ser auditada. Dada a complexidade das ações que desenvolvem é necessário que as atividades de auditoria sejam assumidas por uma equipe multiprofissional. As enfermeiras revelam que o seu trabalho é dinâmico e diversificado e que atuam nos três tipos de auditoria desenvolvidos: Na auditoria de gestão de sistemas municipais de saúde desenvolvem a análise da gestão em saúde, da atenção básica aos procedimentos de alta complexidade. Consideram que esta é a atividade mais complexa e que requer um maior tempo de execução. Na auditoria para apuração de denúncias, as enfermeiras analisam documentos e colhem os depoimentos do denunciante e do denunciado para que possam chegar a uma conclusão de procedência ou não do caso. Na auditoria de serviços de saúde verificam as unidades prestadoras de serviços, sejam elas unidades públicas, filantrópicas ou privadas conveniadas com o SUS. A análise é direcionada à verificação do cumprimento das normas inerentes à organização e o funcionamento destes serviços. Para Fontinele (2002) apud Silva; Santo (2013) a auditoria de enfermagem, em resumo, possui as seguintes atividades: análise da conta hospitalar; verificação da qualidade da assistência de enfermagem; emissão de relatórios de divergências e sugestões para a melhoria da assistência de enfermagem; participação na elaboração, no planejamento, na execução e na avaliação dos programas nas empresas de saúde e nos hospitais; participação em negociações de contratos. Assim como, os enfermeiros, os médicos auditores fazem a mesma função só que direcionados aos termos técnicos médicos. Segundo Junqueira (2001) em síntese, as atuais funções em auditoria são: fiscalizar se um serviço está sendo realizado corretamente; verificar o que é para ser feito, o que está sendo feito e a qualidade dessas ações; 33 analisar sistematicamente documentos, objeto de informação, observando e registrando as falhas que possam levar a uma compreensão errônea aos leitores do registro; verificar se as normas institucionais e/ou legais estão sendo seguidas; levantar fatos ou evidências objetivas que permitam avaliar o estado de conformidade e adequação do sistema da qualidade da informação escrita com procedimentos, instruções, códigos e normas estabelecidas e outros requisitos contratuais, e para monitorar a efetividade da implementação dessas informações. Com essas considerações enfatiza-se que em Enfermagem, a auditoria passou da análise de registros, como instrumento administrativo para a avaliação do cuidado, por comparação entre a assistência prestada e as normas institucionais, para aquela de identificar pontos fracos dos serviços, garantindo o direito do paciente em receber cuidado digno, além de não perder a visão econômica dos serviços prestados (SOUZA; FONSECA, 2005). Segundo kobus; Dias (2004) o enfermeiro auditor vem assumindo importante papel frente aos negócios de uma empresa hospitalar. Tem por atribuição fornecer relatórios gerenciais informando, a eficiência e a efetividade do uso dos recursos disponíveis, em relação à assistência prestada, se os resultados estão em conformidades com as disposições planejadas, com a legislação vigente, por meio de um exame analítico e de uma verificação operacional. Cabe ressaltar com base nos aspectos da lei Resolução- COFEN Nº 266/2001 que o enfermeiro auditor deverá dominar a legislação vigente, atuar com concordância, agindo dentro dos princípios éticos e legais, conhecendo os contratos entre operadoras e prestadoras de serviço e mantendo-se atualizado com o conteúdo da conta hospitalar (BREVIDELLI; DOMENICO, 2006). Porém, com as transformações mundiais, mudanças de paradigmas, exigências profissionais, principalmente, com relação à aspectos éticos e atitudinais, novos contextos permeiam a agenda dos gestores, determinando tendências às quais espera-se que os profissionais atendam (CUNHA; FRANCISCO NETO, 2006). A tendência da função do enfermeiro auditor, em torno de uma concepção mesclada de controle de custo e de melhoria da qualidade, pode resultar de um panorama de reestruturação da produção em saúde demarcada por uma nova lógica de gestão das organizações, denominada Atenção Gerenciada (SCARPARO et al, 2010). 34 O modelo de Atenção Gerenciada constitui-se em uma prática de gestão que evidencia a necessidade de gerenciar os cuidados de saúde, possibilitando um equacionamento entre racionalização dos custos de produção das intervenções e qualidade dos serviços prestados, tendo como objetivo criar uma capacidade competitiva (MERHY, 2000). Observa-se que nos hospitais não há consenso quanto à ênfase na assistência focada nas necessidades humanas, em detrimento dos custos. Em alguns momentos, prevalece a assistência independente dos custos e, em outros a realização da assistência com o mínimo de recursos. O auditor em enfermagem, em um processo de educação continuada e articulação com a equipe assistencial e administrativa, pode intermediar a discussão desses paradigmas na instituição. Scarparo et al (2010), realizaram um trabalho que teve como objetivo identificar tendências atuais e futuras (próximos cinco anos) da função do enfermeiro auditor no mercado de trabalho tendo com resultados os seguintes dados: Quanto ao método para realização da auditoria de enfermagem, de acordo com a opinião dos participantes, observou-se que está sendo aplicado na atualidade da seguinte forma: contemplando as etapas de coleta de dados e de análise dos pagamentos das contas hospitalares, relativos à sub área de enfermagem, a fim de impor glosas ou diminuí-las; coletando os dados dos prontuários dos pacientes, registros de enfermagem, manuais de procedimentos, e rotinas e manuais de padrões da assistência; coletando os dados também do prontuário do paciente e documentos relativos à conta hospitalar. Por outro lado, os participantes da pesquisa consideraram que o método da auditoria de enfermagem, no futuro (próximos cinco anos), será da seguinte forma: de maneira retrospectiva, utilizando as informações do prontuário do paciente e do sistema gerencial da assistência de enfermagem e também de maneira concorrente, com acompanhamento dos processos da assistência de enfermagem no local da internação; envolverá as etapas: definição de objetivos, coleta de dados acerca dos processos da assistência de enfermagem, da admissão até a alta do paciente e análise dos dados com elaboração do relatório técnico; contemplará as etapas: análise da estrutura, do processo e do resultado da assistência de enfermagem, considerando visão integrada e ampliada; 35 contemplará as etapas: de coleta dos dados e análise dos pagamentos das contas hospitalares relativas à sub área de enfermagem, a fim de impor glosas ou diminuí-las; coleta dos dados procedentes dos prontuários dos pacientes, em especial, dos registros de enfermagem, dos manuais de procedimentos e rotinas e de padrões da assistência de enfermagem e coleta dos dados coletados procedentes do prontuário do paciente e de documentos relativos à conta hospitalar. 6.2 As finalidades/objetivos da auditoria em enfermagem Segundo Scarparo et al (2009) a auditoria de enfermagem incorporou-se às rotinas das instituições de saúde com o intuito de avaliar os aspectos qualitativos da assistência requerida pelo paciente, os processos internos e as contas hospitalares. Está inserida na auditoria em saúde possibilitando a análise das questões específicas e relativas à enfermagem. Dessa forma vem sendo concebida como o exame oficial dos registros de enfermagem com o objetivo de avaliar, verificar e melhorar a assistência, podendo-se concentrar-se nos registros e anotações de enfermagem (LOPES, 1998). De acordo com Silva et al (1990) a auditoria de enfermagem representa a função de controle do processo administrativo verificando se os resultados da assistência estão de acordo com os objetivos. A auditoria em enfermagem tem como finalidade normatizar, orientar, disciplinar, racionalizar e identificar as deficiências existentes nos registros hospitalares, intervindo diretamente nos gastos e glosas desnecessários principalmente nos setores mais críticos como unidade de terapia intensiva, semiintensiva e centro cirúrgico. É realizada por meio de um conjunto de medidas com o envolvimento de pessoas diretamente ligadas à execução de atividades operacionais nos diferentes setores do hospital, avaliando a sistemática vigente e a qualidade do serviço prestado (CHINAGLIA, 2008). Segundo Dorne; Hungare (2013) a auditoria tem como objetivos: garantir a qualidade da assistência prestada ao usuário; viabilizar economicamente a Instituição; conferir a correta utilização, cobrança dos recursos técnicos disponíveis; educar os prestadores de serviços; proporcionar um ambiente de diálogo permanente entre prestadores e a empresa; aos usuários proporcionar confiabilidade na relação Prestador x Instituição x Usuário. 36 Fonseca et al (2005) afirmam que o objetivo da auditoria de enfermagem é a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem que o hospital se propõe a oferecer ao cliente, sendo importante o vínculo entre o setor administrativo da instituição e a enfermagem, no aspecto estrutural e funcional. A auditoria em enfermagem, na atualidade, é exercida e difundida nas instituições públicas e privadas, objetivando minimizar desperdício de materiais, medicamentos, equipamentos e recursos humanos. No entanto, apesar de ser utilizada principalmente para fins contábeis, traduz-se em benefício não só para a instituição de saúde, uma vez que atinge tanto os pacientes e clientes, como para a própria equipe de enfermagem (SILVA et al, 2012). Dentre as finalidades do trabalho de auditoria em enfermagem relacionadas por Possari (2008) estão: garantir a qualidade dos registros da assistência de enfermagem; fornecer informações para a melhoria da qualidade do atendimento;o planejamento para remanejamento e aumento de pessoal com base nos dados analisados; atentar às necessidades de assistência prestada pela equipe de enfermagem no tocante ao atendimento psicoespiritual; detectar necessidades de formar programas de treinamento e desenvolvimento da equipe de enfermagem; dar suporte à elaboração de programas assistenciais. Conforme relaciona Motta (2010) o trabalho de auditoria em enfermagem pode ser realizado voltado para a educação continuada ou para fornecer informações necessárias para o controle do serviço de faturamento. A auditoria pode, também, dar suporte para as operadoras de planos de saúde como: serviços de credenciamento através de vistoria técnica; analisar compatibilidade dos procedimentos adotados, autorizando a execução destes procedimentos solicitados e efetuar auditoria em contas médicas propriamente ditos. No trabalho de Scarparo et al (2010), observou-se que a finalidade da auditoria de enfermagem na atualidade, segundo as opiniões dos participantes da pesquisa, está restrita à comprovação de pagamento de contas hospitalares relativa à assistência de enfermagem, questionando e revendo glosas apontadas, realizando negociações entre os representantes do hospital e do convênio. Porém, nos próximos cinco anos, os participantes consideraram que a finalidade da auditoria de enfermagem será apontar inadequações na assistência de enfermagem, reformulando suas práticas, indicando processos de educação em serviço, delineando ações corretivas pela gerência do serviço de enfermagem e direção do hospital. Consideram também como finalidade a comprovação de pagamentos de contas relativas à 37 assistência de enfermagem, questionando e revendo glosas apontadas pelos representantes do hospital e do convênio de saúde. Embora os resultados da pesquisa apontem o foco na atualidade apenas voltado a área contábil e financeira, já nota-se na prática, um movimento voltado para a qualidade, inclusive por parte das operadoras de saúde, as quais, por meio da realização de auditorias, avaliam a qualidade da assistência prestada nas instituições por elas contratadas para revalidar contratos, adequar tabelas de preços e avaliar se o nível da assistência está de acordo com seus princípios. Desse modo, verifica-se que no futuro há uma perspectiva de mudança de paradigma, com preocupações acerca da qualidade do serviço prestado. Iniciativas no sentido de garantir a assistência de qualidade estão cada vez mais emergentes no cenário atual, seja por movimento governamental, ou por entidades independentes, seja por pressão social ou pelos clientes corporativos que financiam o seguro saúde, que almejam retornos concretos em face ao investimento no serviço (ESCRIVÃO JUNIOR; KOYAMA, 2007). Logo, constata-se que quando a assistência ao paciente é de má qualidade, os custos da internação aumentam, portanto, cria-se a necessidade de habilitação do enfermeiro auditor para realizar a auditoria agregando a vertente contábil e de qualidade. Essa é uma forte tendência a ser implementada nos próximos anos, segundo a opinião dos participantes, na pesquisa de Scarparo et al (2010), uma vez que, segundo Goto (2001), instituições de saúde com custos otimizados, passam a ter subsídios financeiros para investimentos em sua estrutura (recursos humanos, tecnológicos e físicos), oferecendo, assim, suporte para as ações de melhoria da qualidade. 6.3 A importância dos registros da equipe de enfermagem no processo de auditoria Na enfermagem, a auditoria avalia a qualidade da assistência oferecida ao paciente através da avaliação dos registros de enfermagem do prontuário e a partir dos resultados obtidos identifica áreas de deficiência em relação à assistência prestada e ao preenchimento do prontuário para então sugerir ações no sentido de melhorar os registros, a qualidade do cuidado e promover atualização do pessoal de enfermagem. Os cuidados de enfermagem podem ser avaliados através de registros contidos nas anotações de enfermagem onde deve conter dados claros, concisos, checagem 38 de medicações e procedimentos realizados com identificação do executor com nome e número do registro no COREN (BUZATTI, CHIANCA, 2005). Através da anotação pode-se avaliar a qualidade da assistência e garantir respaldo legal ao profissional em questão (KOBUS; DIAS, 2004) Segundo Labbadia; Adami (2006) os registros de enfermagem completos consistem em um dos mais importantes indicadores de qualidade, sendo o enfermeiro agente determinante, levando a equipe multidisciplinar a constituir alicerces para a qualidade nas anotações de enfermagem. Estudos internacionais demonstram que os registros como parte do processo de enfermagem, tem função prioritária junto ao cuidado do paciente e atua como indicador a qualidade do cuidado de enfermagem no contexto da saúde (RIOLINO; KLIUKAS, 2003; RODRIGUES; PERROCA; JERICÓ, 2004). A auditoria de cuidados avalia a qualidade da assistência de enfermagem, utilizando as anotações no prontuário do cliente ou de suas próprias condições, além de mensurar o grau de satisfação (BUZATTI, CHIANCA, 2005). Godoi et al (2008) realizaram um trabalho cujo objetivo foi identificar os indicadores responsáveis pelo maior número de glosas relacionadas às anotações de enfermagem, logo, constataram que as anotações de enfermagem apresentaram dados inconcisos e incompletos, destacando um alto índice de falta de orientação ao paciente e à família quanto a terapêutica e alta hospitalar. Observou-se que a grafia estava ilegível na maior parte dos prontuários, e os dados além de incompletos não continham a identificação do executor da atividade. No que se refere aos indicadores de glosas, os dados sobre identificação de checagem, identificação de evolução e identificação do executor da atividade, foram os indicadores de maior índice de divergência. Os prontuários avaliados através de análise de coleta de dados identificaram os profissionais da enfermagem como a categoria de maior índice de divergência na instituição hospitalar. Concluindo, portanto, que o papel do enfermeiro auditor é fundamental para uma educação efetiva e integral junto à equipe multidisciplinar. Luz; Martins; Dynewicz (2007) desenvolveram uma pesquisa que teve como objetivo identificar a qualidade dos registros de enfermagem em contas hospitalares. Assim, os principais problemas encontrados foram: as anotações são realizadas por turno e não por horário; há rasuras nas escritas; espaços em branco ao longo do impresso; falta de carimbo e de assinatura. Há prontuários em que a checagem de prescrições não ocorre ou é realizada de forma incorreta; há, também, anotação incompleta de sinais vitais. De um modo geral as anotações são compreensíveis, 39 embora a letra seja pouco legível; utilizam-se siglas padronizadas e termos técnicos. A partir dos problemas identificados sugere-se mais intensificação de educação continuada sobre registros de enfermagem e novos estudos que identifiquem os valores econômicos perdidos, por glosas em contas hospitalares. De acordo com o trabalho desenvolvido por Paulino (2008), 100% dos entrevistados, 6 (seis) enfermeiros, consideram importante o preenchimento do prontuário pelos profissionais de enfermagem pelo fato de afirmarem que "valida e registra os cuidados prestados ao paciente”. Para Erdmann; Lentz (2006), o prontuário é um documento valioso para o paciente, para a equipe de saúde (médico, enfermeiro, dentista, entre outros) que o assiste e para as instituições de saúde, bem como para o ensino, a pesquisa e os serviços públicos de saúde, além de instrumento de defesa legal. A anotação de enfermagem é o meio utilizado pela enfermagem para informar sobre a assistência prestada, e como consequência, uma fonte disponível para avaliação da eficiência e eficácia dessa assistência. Assim, demandam clareza em relação a sua forma e conteúdo, a fim de garantir a compreensão e a legibilidade da informação. De acordo com Erdmann; Lentz (2006) todos os dados devem ser registrados imediatamente após o fato ocorrido, evitando assim, o déficit do cuidado por falha na comunicação. As anotações de enfermagem devem observar os seguintes critérios: Exatidão: os fatos devem ser anotados com precisão e veracidade. A omissão de dados ou o registro errado demonstram inexatidão. As observações devem ser específicas e exatas. Brevidade: todo registro deve ser conciso, objetivo e completo. Legibilidade: a anotação deve ser feita de forma nítida, legível e à tinta. Identificação: logo após a anotação, o profissional deve assinar seu nome seguido do número do COREN. Sendo aluno, colocar seu nome e instituição de ensino. No estudo de Paulino (2008) ficou evidente a limitação dos enfermeiros acerca do tema “auditoria”, pois os resultados encontrados confirmam que os enfermeiros têm conhecimentos que é importante o preenchimento do prontuário, mas desconhecem a relação das anotações com a auditoria de enfermagem, apresentam conhecimentos vagos acerca da auditoria em enfermagem e não compreendem o processo de auditoria nem sua importância para realização desse processo. Assim, o enfermeiro deve ter conhecimento de que os registros de enfermagem existentes no prontuário do paciente refletem a qualidade da assistência prestada, 40 portanto a auditoria de enfermagem deve atuar como agente facilitador no desenvolvimento e aprimoramento da equipe multiprofissional. 41 7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os hospitais têm vivenciado na atualidade uma redefinição de seus papéis, com vistas a atender às demandas dos usuários, a crescente incorporação tecnológica, a gerência em uma lógica ética, humanística e competitiva. Para se manterem no mercado, os profissionais e instituição devem se apropriar de uma nova filosofia de trabalho norteada no atendimento de qualidade dentro de padrões financeiros aceitáveis, neste contexto a auditoria de enfermagem/saúde constitui-se em importante ferramenta gerencial (SCARPARO et al, 2009). Segundo Menezes; Bucchi (2011) a prestação da assistência de enfermagem aliada à auditoria demanda constante análise dos indicadores assistenciais, em busca de melhorias na gestão do serviço de enfermagem e, consequentemente, contribui com a organização na busca da excelência na gestão hospitalar, diminuindo a propensão a erros da equipe não só da enfermagem como, também, para a equipe multidisciplinar. De acordo com Scarparo et al (2009) pode-se observar as diversas aplicabilidades da auditoria na área da enfermagem/saúde, tendo em vista os benefícios que produz para instituições (onde é possível verificar se seus objetivos estão sendo atingidos); para a equipe de enfermagem (na qual pode nortear o planejamento da assistência com base nos resultados obtidos, desenvolver indicadores assistenciais e gerar novos conhecimentos) e, finalmente para os usuários (que se beneficiam com a assistência de enfermagem com qualidade). Ou seja, é notável que esta é uma atividade em franca expansão e tende a aperfeiçoar-se, de modo a atender as necessidades com base na sua área de saber. Entende-se que o enfermeiro auditor traz importante contribuição às instituições hospitalares e é um elemento primordial na operacionalização da auditoria. Logo, faz-se o presente desafio de consolidar e ampliar a atuação dos enfermeiros na perspectiva do fio condutor da profissão que é o cuidado de enfermagem prestado ao usuário dentro de padrões de qualidade a um custo adequado (SCARPARO et al, 2009). Por outro lado, verifica-se que os enfermeiros precisam avaliar como estão os registros de sua equipe, fazendo um planejamento das atividades, visando à educação continuada, realizando treinamento sistematizado, capacitando sua equipe para a valorização das anotações, sendo esta um indicador de qualidade dos cuidados prestados ao cliente e de uma gestão eficaz. É indispensável neste processo o pleno conhecimento da equipe, a padronização do processo de trabalho com protocolos, a 42 capacitação contínua e sistematizada, reflexão sobre o conteúdo das informações e dos impressos para anotação (D’INNOCENZO et al, 2006). Além disso, à medida que a auditoria de enfermagem incorporar à sua prática a avaliação da qualidade da assistência prestada ao paciente, conforme tendência apontada para os próximos cinco anos, os métodos para sua realização se modificarão, agregando diferentes maneiras para sustentar a nova realidade. Ressalta-se que a escolha do método a ser utilizado para a realização da auditoria de enfermagem deverá estar pautada no objetivo da avaliação a que se destina e, nessa perspectiva a função do enfermeiro auditor poderá ser enriquecida e guiada não somente pelas necessidades financeiras da instituição mas, principalmente, pelas necessidades de saúde dos clientes (SCARPARO et al, 2010). Diante do exposto, esperamos que este estudo possa contribuir para que os profissionais de enfermagem desenvolvam um olhar crítico sobre a assistência prestada e quanto à importância dos registros em prontuário, procurando aprofundar seus conhecimentos em busca da essência da auditoria relacionada à qualidade da assistência. 43 8.0 CONCLUSÃO Através da análise das 34 publicações levantadas para esta pesquisa, constatou-se que: Quanto ao período de publicação tratou-se de uma literatura recente, sendo que 14 (41%) foram publicados no período de 2005 a 2009; 09 (26%) no período de 2000 a 2004 e 08 (24%) no período de 2010 a 2014; Quanto ao tipo de publicação houve destaque para artigos científicos 20 (59%); Em relação ao enfoque, 16 (47%) abordaram a atuação do enfermeiro auditor; 11 (32%) abordaram as finalidades/objetivos da auditoria em enfermagem e 07 (21%) abordaram sobre a importância dos registros no processo de auditoria; Em relação à atuação do enfermeiro auditor foram encontradas 20 considerações sobre esse assunto, visto que alguns artigos abordaram mais de uma consideração, sendo que as mais citadas foram: controle de custos, redução de gastos 06 (30%); controle de custos e avaliar a qualidade da assistência 04 (20%) e coleta de dados no prontuário (anamnese, exame físico, exames complementares, diagnósticos e tratamentos efetuados 04 (20%). Quanto às finalidades/objetivos da auditoria em enfermagem também foram encontradas 20 considerações, visto que alguns artigos abordaram mais de uma consideração, sendo que as mais citadas foram: qualificar a assistência em enfermagem 04 (20%); avaliar aspectos qualitativos e contábeis da assistência 03 (15%); contabilizar custos 03 (15%). Já em relação à importância dos registros de enfermagem no processo de auditoria foram encontradas 17 considerações, visto que alguns artigos abordaram mais de uma consideração, sendo que as mais citadas foram: avaliar os cuidados de enfermagem; / avaliar a qualidade da assistência; / indicador de qualidade 06 (32,29%); garantir respaldo legal 02 (11,76%); evitar glosas em contas hospitalares 02 (11,76%); permitir atualização do pessoal de enfermagem ao observar deficiências nos registros; / educação continuada 02 (11,76%); validar e registrar os cuidados prestados ao paciente 02 (11,76%). 44 REFERÊNCIAS ADAMI, N.P. a melhoria da qualidade nos serviços de enfermagem. Acta Paul Enferm, São Paulo, v.13. n.esp., p.190-96, 2000. ARAÚJO, I. Introdução à auditoria operacional. 2.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2001. BRASIL. Ministério da Saúde. Orientações técnicas sobre auditoria na assistência ambulatorial e hospitalar no SUS. Brasília: DENASUS, 2005. Cad. 3. (Série A. 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