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Data : 10/6/2010
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Oferta menor e crise reduzem o consumo de leite longa vida
Conjuntura: Recuo foi de 1%, para 5,26 bilhões de litros; ABLV esperava alta O consumo de leite
longa vida no Brasil em 2009 frustrou as expectativas das indústrias do setor e registrou um recuo
de 0,9% , saindo de 5,308 bilhões de litros para 5,262 bilhões de litros, estima a Associação
Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV). A expectativa da entidade era de um avanço de
ao menos 3% sobre 2008. "O ano que passou foi atípico para o leite de consumo", afirma Nilson
Muniz, diretor-executivo da ABLV, referindo-se ao leite consumido como bebida. Segundo ele, o
recuo na oferta de matéria-prima nos primeiros sete meses de 2009 levou à redução na produção de
longa vida. "Nos estabelecimentos com inspeção [federal] houve uma queda de 4,5% no
recebimento de leite", observa. A razão para a oferta menor foi que os preços baixos da
matéria-prima, no segundo semestre 2008, desestimularam a produção de leite pelos pecuaristas.
Além da produção menor e consequente alta das cotações do longa vida, a crise mundial do
segundo semestre de 2008 também acabou se refletindo na demanda no começo de 2009, de
acordo com Muniz. Ele explica que houve recuperação do recebimento de leite pela indústria a partir
de julho de 2009 - a alta foi de 10% -, mas o volume não foi suficiente para sustentar o crescimento
da produção do longa vida. Nesse segmento, leite produzido é leite consumido. Conforme a
estimativa da ABLV, a produção de leite com inspeção cresceu 1,6% em 2009, alcançando 19,597
bilhões de litros. Esse volume inclui a produção de longa vida, pasteurizado, leite em pó e outros
derivados. O volume total de leite no país (inspecionado e informal) foi de 27,440 bilhões de litros,
queda de 0,5% em relação a 2008. Enquanto o consumo de longa vida recuou, o de leite em pó
subiu no ano passado no país - 12,1%, para o equivalente a 2,6 bilhões de litros -, reflexo da maior
oferta no mercado doméstico por conta da queda das exportações do produto. O retrato para este
ano, diz Muniz, é diferente do ano passado. Há expectativa de um aumento da oferta total de
matéria-prima, na casa dos 5%, após uma melhora nos preços ao produtor a partir do fim de 2009 e
que ainda persiste. De fato, preços mais valorizados estimulam os pecuaristas a elevarem o
investimento na alimentação do gado leiteiro, aumentando assim a produção. Essa "gangorra" na
oferta já é tradicional no setor de leite, mas Muniz espera "maior regularidade" este ano. Para o
consumo de leite longa vida, também há expectativa de recuperação, com elevação de 3% a 5% no
consumo. "A renda está firme em 2010 e temos observado aumento de consumo", argumenta o
diretor da da ABLV. Já o consumo de leite pasteurizado deve continuar com um decréscimo lento
este ano, estima a ABLV, enquanto a tendência para o leite em pó é de "estagnação com viés de
queda". O diretor da associação também chama a atenção para o aumento do consumo da bebida
produzida informalmente em 2009, outro reflexo da crise econômica. No ano passado, foram 1,9
bilhão de litros, alta de 1,1%, estima a ABLV. "Há três, quatro anos, ocorria uma queda do leite
informal, mas aumentou em 2009. Deve voltar a cair", prevê.
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