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UFRGS
FACULDADE
DE
UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO GRANDE DO SUL
AGRONOMIA
UNIVERSII)ADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
AGR 99003 - ESTÁGIO CURRlCULAR OBRIGATÓRIO
SUPERVISIONADO
Diego Marcon Klóss
Cartão UFRGS: 00112281
Cooperativa
Vitivinícola Aliança
Ltda.
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Porto
AGR
REL
2006-016
--<I
Alegre,
maio
de 2006
-,
~
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
AGR 99003
-
ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
Diego Marcon Klóss
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR
OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
Titulação e Nome do Orientador do Estágio: Engenheiro Agrônomo Jocemar Dai
Corno
COMISSÃO DE ESTÁGIOS:
Prof(a) - Maria Jane Cruz de Meio Sereno - (Coordenadora)
Prof(a) - Andréa Machado L. Ribeiro
Prof - Lair Ângelo B. Ferreira
Prof - Elemar Antonino Casso I
Prof - Josué Sant'Ana
Prof - Lúcia Brandão Franke
:!
Porto Alegre, maio de 2006
2
--I
r---
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais Milto e Vera Klóss, aos meus irmãos
Gustavo e Carolina, minha avó Geny, minha namorada Juliana e a minha tia
Engenheira Agrônoma Rosinha Mesquita que foram pessoas fundamentais na
minha caminhada durante o Curso de Agronomia.
Queria agradecer de forma especial a todos meus amigos e colegas, que,
de certa forma, contribuíram para a minha formação profissional.
~
3
-- ---
-I
~
AGRADECIMENTOS
Ao Engenheiro Agrônomo da Cooperativa Aliança Jocemar Dai Corno, ao
Enólogo responsável Valdir Cristófoli, ao Diretor-Presidente Alceu Dalle Molle e a
todos os funcionários e associados da cooperativa com quem tive convívio.
Agradeço também a colaboração do Engenheiro Agrônomo e professor
tutor Paulo Vítor de Souza na realização deste trabalho.
:t
4
~--
-I
~
APRESENTAÇÃO
Neste relatório constam informações referentes à realização do estágio
obrigatório supervisionado da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul. Os temas abordados serão referentes aos aspectos que
caracterizam a região onde foi realizado o estágio, descrição da instituição bem
como as atividades que foram realizadas durante todo o período de estágio.
A instituição escolhida para o estágio foi a Cooperativa Vitivinícola Aliança,
que possui mais de 70 anos de tradição na fabricação de vinhos e sucos na Serra
Gaúcha. A sede da cooperativa localiza-se no centro de Caxias do Sul. Além
deste município, a vinícola ainda possui associados nos municípios de Flores da
Cunha, Bento Gonçalves, Cotiporã e Farroupilha.
O município de Caxias do Sul, além de ser conhecido como um grande pólo
metal mecânico, também caracteriza-se por ser um dos maiores produtores de
uvas do Brasil. O fato da tradição do município, aliado com a seriedade e tradição
da cooperativa escolhida e ao grande interesse pela cultura da uva foram
decisivos para a escolha do local de estágio.
Este relatório é o resultado do acompanhamento feito aos associados da
cooperativa, assim como as discussões e conclusões chegadas a respeito dos
diversos problemas que foram encontrados nas visitas.
:t
5
,
-I
~
SUMÁRIO
Página
Título do Item
Item
1.
Introdução
... ... ... ... ... ... ...
2.
Descrição do meio físico e sócio-econômico do município de
Caxias do Sul
2.1.
2.2.
2.3.
3.
4.
4.1.
4.2.
4.2.1
4.2.2
4.2.3
4.2.4
4.2.5
4.2.6
4.2.7
4.2.8
4.3
4.4
4.5
5
6
7
... ... ... ...
... ... ... ...
...
... ...
... ... ...
.....
....
8
10
Caracterização da Vegetação e Relevo ..................................
Caracterização dos principais Solos da região
,...........
12
Características do Clima da Região .......................................
Cooperativa Viti-vinícola Aliança ...........................................
Atividades Realizadas no Estágio .........................................
...........
Laboratório
Acompanhamento a visitas realizadas aos cooperados ........
Observação de problemas gerais............................................
Sistemas de condução
..................
Principais doenças e pragas ..................................................
14
Adubação ...
A .
Uva organlca
13
16
18
18
18
18
21
27
...
... ... .....
34
... ... ...
... ...
... ... .....
35
...
... ...
.....
35
Aplicação de produtos ..
.........
......
...... ..........
Medição do grau brix .............................................................
Reuniões de planejamento estratégico .................................
36
Dia de ca mpo
40
Poda
... ...
... ... ... ...
... ... ...
... ... ... ... ...
...
... ... ... ... ... ... ...
...
... ... ... ... ... ... ...
... ...
... ... .....
38
39
Ficha de Avaliação da uva na recepção .................................
41
Conclusão
... ...
...
... ...
Análise crítica
... ... ... ... ...
Referências Bibliográficas
... ... ... .,..
...
...
... ...
...
... ...
...........
43
... ...
... ...
... ....
... ........
44
45
"
6
~
LISTA DE FIGURAS
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Pg.
Título da Figura
N°
Localização do município de Caxias do Sul.....................................
11
Problema de falha na soldadura dos feixes vasculares do enxerto.
20
Visita de parreira I de "tannat" mostrando sintomas de déficit
21
hídrico e excesso de produção........................................................
Sistema de espaldeira em variedade Cabernet Sauvignon .............
23
Sistema de lira em variedade tannat ..............................................
24
Sistema latada em variedade isabel ...............................................
25
Sistema de "yn em variedade de uva de mesa Itália ......................
.
.,
- com p Ias, t ICOem
P ro t eçao
nlagara ..................................................
Detalhe da proteção com plástico ..................................................
26
26
10.
Detalhe de míldio em folha de Chardonnay ....................................
27
11.
Detalhe de míldio na parte abaxial da folha ...................................
27
12.
Detalhe de cercosporiose em variedade bordô ..............................
29
13.
Detalhe do fungo Glomerella singulata em niágara branca ...........
30
14.
Dano causado por Maecolaspis gemminata em variedade tannat
15.
Dano
causado
por
abelha
em
Moscato
Giallo
26
.
32
.................................
33
7
-~
--.I
..........-
1. INTRODUÇÃO
A vitivinicuJtura brasileira,
embora
recente, tem avançado
tanto
nos
produtos elaborados como na produção de uvas para consumo "in natura". Em
2004, foram produzidas 1.283.203 toneladas de uvas (IBGE, 2004). Em 2005, a
produção de uvas foi 2,89% inferior ao ano anterior, sendo produzidas 1.246.071
toneladas. Considerando
particularidades,
que a uva para processamento .apresenta algumas
a redução da quantidade produzida em 2005 não representa
redução do agronegócio,
pois a qualidade da safra gaúcha foi excepcional,
resultando na produção de vinhos de alta qualidade.
O Rio Grande do Sul, principal produtor, possui área de 42.449 hectares, o
que representa 57,46% da área total do país. Em 2005, houve aumento de 5,20%
na área cultivada com videiras. No Estado, mais de 90% da produção destina-se à
agroindústria, para produção de vinhos, suco e outros derivados. Os últimos anos
caracterizam-se por grandes investimentos na viticultura, notadamente em regiões
não-tradicionais do país, dada a característica da cultura, geradora de empregos e
renda, especialmente para a pequena propriedade.
Dentro desse contexto nota-se a importância da região da Serra Gaúcha na
produção vitivinícola do Estado. O município de Caxias do Sul está ligado
diretamente à produção uva, tendo uma produção bastante representativa no total
da produção do Estado.
A cooperativa Aliança também é parte deste contexto, pois está a 70 anos
contribuindo para aumentar a quantidade e a quaiidade da uva produzida no
Estado através da assistência aos cooperados e na comercialização dos produtos
elaborados a partir do cultivo da videira.
O estágio realizado na Cooperativa Vitivinícola Aliança foi realizado no
período de 22 de janeiro de 2005 até 24 de fevereiro de 2005 e 03 de janeiro até
03 de março de 2006, constado de 44 horas semanais e totalizando 630 horas. O
~
,
estágio foi direcionado ao acompanhamento aos produtores, tendo a assistência
do Engenheiro Agrônomo e do Enólogo da cooperativa.
O objetivo deste estágio foi adquirir conhecimentos sobre todo o processo
de produção
da cultura
da videira,
assim como
colocar
em prática
os
8
--
~
conhecimentos
acompanhou-se
adquiridos durante todo o Curso de Agronomia.
o Engenheiro
Agrônomo
da cooperativa
Além disso
nas visitas
aos
associados visando verificar os problemas mais freqüentes encontrados pelos
produtores, discutí-Ios e, quando possível, solucioná-Ios.
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9
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~
2. DESCRiÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA E FíSICA DO MUNiCíPIO DE
CAXIAS DO SUL
No dia 20 de junho de 1890 foi criado o município de Caxias do Sul, e a 24
de agosto do mesmo ano, foi efetivada a sua instalação. Vários ciclos econômicos
marcaram a evolução do município ao longo deste século. O primeiro deles está
ligado ao traço mais forte da sua identidade: O Cultivo da Videira e a Produção de
Vinho. Num primeiro momento, para consumo próprio, e, mais adiante, para
comercialização.
A partir de 1950, Caxias do Sul passou a receber uma grande quantidade
de migrantes de outras cidades do Estado, principalmente da região dos Campos
de
Cima da
desenvolvimento
Serra.
Essa
população
serviu
como
mão-de-obra
para
o
da indústria da cidade, que então se tornou uma das mais
dinâmicas do país.
O censo realizado no ano de 2000 mostrou que a cidade possuía 360.400
habitantes, sendo 333.391 da zona urbana e 27.000 da zona rural. A densidade é
de 205 habitantes por Km2.
O PIB do município em 2004 foi de R$ 5,088 bilhões. A economia divide-se
em 60,7% de indústrias, 35,2% são referentes ao comércio e outros serviços e
4,1% de agropecuária. A renda per capita anual é de R$ 13.859. (IBGE, 2004)
Situada abaixo do Trópico de Capricórnio na latitude de 26°59'26" S e
longitude de 48°38'05" O, a cidade está localizada na Encosta Superior do
Nordeste do Estado, uma parte na microrregião vitivinícola e parte no Planalto dos
Campos de Cima da Serra. Com uma área que abrange 1.530 Km2,a 130 Km da
capital Porto Alegre, Caxias do Sul é a segunda cidade mais importante do
Estado. As vias de acesso são a RS 122 a norte e a oeste, e a BR 116 a sul e a
norte.
"
Além de contar com um elevado número de vinícolas, a cidade é o maior
pólo metal-mecânico do Estado com a presença de empresas de grande porte,
fazendo com que seu PIB corresponda a aproximadamente 6,1% do PIB do RS.
10
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o
nos
comércio passa por uma mudança de perfil, com pesados investimentos
segmentos
modernos
("shoppings",
hiper-mercados...).
Os
serviços
constituem o setor mais dinâmico da economia, com destaque para o crescimento
nos últimos anos daqueles
(informática,
comunicações...),
segmentos
intensivos
em capital
e tecnologia
além do potencial ainda pouco explorado do
turismo de negócios. Pela característica industrial da região, há potencial na área
de prestação de serviços industriais.
A taxa de analfabetismo é de 3,65%, a esperança de vida é 75 anos e o
índice de Desenvolvimento Humano da cidade é de 0,857 que coloca como a 12a
no país, segundo levantamento feito em 2004 pelo IBGE.
Os limites da cidade são, conforme a Figura 1, ao norte: São Marcos,
Campestre da Serra e Monte Alegre dos Campos; ao sul: Nova Petrópolis,
Gramado e Canela; a leste: São Francisco de Paula e a oeste: Flores da Cunha e
Farroupilha.
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Figura 1. Localização do município de Caxias do Sul
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2.1 VEGETAÇÃO
o relevo
E RELEVO
é muito montanhoso.
que formam vales estreitos.
A região é recortada
profundamente
por rios
As altitudes variam de 300 a 600 metros nos vales,
até 800 metros nos limites com o planalto. A vegetação
desta região se mostra
transitória entre florestas latifoliadas e pinhais.
As latifoliadas
passando
encostas
ocupam
para florestas
as
partes
inferiores,
mistas e com pinhais
sendo
nas partes
bem
exuberantes,
'mais elevadas,
nas
mais suaves e em vales largos.
As áreas do Planalto de Vacaria, onde se encontra
do município
de Caxias,
apresenta
a Floresta
a configuração
Subcaducifólia
espacial
Subtropical
com
Araucária e com os campos naturais ou campos sujos.
A floresta apresenta associações vegetais que a caracterizam como floresta
heterogênea, que apresenta no extrato superior o pinheiro brasileiro (Araucária
angustifólia). No extrato inferior composição variada, destacando-se
madeiras
nobres como cedro, camboatá, angico, louro. No extrato arbustivo, o xaxim e a
bracatinga.
Outra característica
apresentada
na região é a floresta descontínua,
entremeada por áreas de campo natural, característica atribuída à morfologia do
relevo e ao clima. Quanto mais plano, mais campo, quanto mais dissecado o
terreno, mais contínuas e densas as matas. A floresta de araucárias
encontra-se
totalmente
devastada.
Alguns
remanescentes
hoje
são encontrados
dispersos pelo município.
Os campos sujos cobrem os terrenos ondulados e entremeados com as
florestas e ao longo dos rios apresenta-se a vegetação denominada mata de
galeria ou ciliares.
O território
do município de Caxias do Sul está inserido na região
fitogeográfica Floresta do Planalto com presença de Araucária, caracterizada pela
ocorrência de floresta com pinheiro (Araucaria angustifolia), pela presença de
pinhais em contato com os campos de cima da serra, bem como pela mistura dos
pinheiros com elementos da floresta do Alto Uruguai.
12
---
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no resto do estado. Na parte nordeste, a partir de Vacaria, há com freqüência
nevoeiros, sendo mais intensos nas proximidades das bordas da Serra.
Os invernos são mais rigorosos quanto mais próximos a Serra, no leste do
planalto. O mês mais quente do ano é janeiro e o mais frio julho. As temperaturas
médias mais baixas ocorrem na Serra do Nordeste com 13,0° C.
15
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4. ATIVIDADES
DESENVOLVIDAS
DURANTE O ESTÁGIO
4.1 Laboratório
o
estágio
na cooperativa
começou
no laboratório
do departamento
enológico. Foram observadas algumas noções básicas de processamento
da
matéria-prima (uva), em produtos derivados, como vinho, suco de uva, cooler e
espumante.
Foram observados
pontos importantes
durante o processo
de
fabricação do vinho, citando como exemplo, a densidade, a destilação, o 802 total,
a acidez total, a acidez volátil e, por fim, o teor de açúcar.
A uva está madura, isto é, pronta para fazer vinho quando a graduação
alcoólica está entre 11% e 13%, podendo ter uma variação maior, ou seja, de 9
até 15%.
O álcool do vinho surge da fermentação dos açúcares (glicose e frutose)
feita pelas leveduras (uma gota de mosto pode ter 5 milhões de leveduras em
fermentação). Os açúcares provêm da fotossíntese foliar e das reservas existentes
da madeira da própria cepa.
Vários fatores podem contribuir para uma maior ou menor graduação:
latitude,
altitude,
exposição
solar maior ou menor, condução
do vinhedo,
condições climáticas, porta-enxertos, podas e fertilidade.
A data de maturação da uva é dada pelo acúmulo de graus-dia e não pode
ser antecipada pela retirada da uva.
4.2 Acompanhamento
em visitas aos cooperados
"
4.2.1 Observação de problemas gerais:
A primeira visita a um cooperado aconteceu no dia 26 de janeiro de 2005. O
parreiral estava mal cuidado, com a observação
de diversos problemas de
manejo.
Foi constatado que o parreiral de uva bordô visitado estava com o
espaçamento entre plantas errado, uva vez que existia plantas que possuíam
18
-11
É de fundamental importância para um produtor que faz enxertia saber a
procedência das mudas, se caso forem compradas, sempre adquirindo mudas
sadias e de boa qualidade e realizando a enxertia corretamente a fim de evitar os
problemas de soldadura dos feixes. O "cavalo" dará suporte para a planta e será
encarregado da formação do sistema radicular e, portanto, extrai água e nutrientes
do solo para nutrir o "garfo" (enxerto). Após a brotação, deverá ser feito o
desafrancamento
para retirada de raízes que o garfo irá emitir. Paralelamente
deverá ser feita a desbrota. Três meses após a enxertia, deve-se cortar o
amarrilho da enxertia.
Os sintomas de avermelhamento
das folhas também podem ser atribuídos
a outras causas. As prováveis causas deste sintoma podem ser oriundas de algum
tipo de virose; má incompatibilidade
do enxerto ou deficiência
de fósforo em solos
ácidos, tendo este último problema como solução a correção do pH.
Os produtores
principalmente
de variedades
porque
desenvolvimento
é
parreiral e a dificuldade
presentes
forma
da cooperativa
de
prevenção
inicial das plantas e maior produção
vigor e maior produtividade.
com a fertilidade
uma
viníferas
utilizam a enxertia
da
filoxera;
nos primeiros
maior
anos; maior
Tem como pontos negativos a menor longevidade
de produção das mudas. A escolha do porta-enxerto
do solo e com a suscetibilidade
deste a doenças
na região de plantio do vinhedo. Os mais utilizados
do
varia
e pragas
na região da serra
são o 1103 paulsen e o 804.
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Figura 2. problema
de falha na soldadura
dos feixes vasulares do enxerto
20
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No caso da enxertia, é mais comum que o produtor plante o "cavalo" no
inverno e no inverno do ano seguinte faça a enxertia. A outra possibilidade é
plantar o "cavalo" em junho e a enxertia em setembro, mas aplicando uma boa
dose de uréia e adubo foliar.
Foi visitado um produtor da variedade "tannat" que tinha como principal
problema o excesso de uva na parreira. A produtividade deste associado foi muito
alta, ocasionando assim, problemas como queda de folhas,' cachos com grãos
murchos e queda acentuada do grau babo ficando este em 14° (Fig. 3). Como o
ano de 2005 foi um ano de escassez de chuvas na região da serra gaúcha, os
efeitos desta seca agravaram ainda mais o problema do produtor.
A seca foi um problema encontrado em quase todas as propriedades
visitadas durante o estágio, causando em diversos casos a morte das plantas.
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Figura 3. Visita de parreiral de Tannat mostrando sintomas de détlcit hídrico e excesso de produção
Além da seca, o ano de 2005 foi um ano em que na época de floração
"
choveu em excesso, fazendo com que o período de floração alongasse demais e
causando o atraso na maturação e a desuniformidade das uvas na safra de 2006.
4.2.2 Sistemas de condução:
Como indicadores do sistema de condução tem-se o potencial do solo, o
clima e a topografia da área. Ainda, deve-se analisar com profundidade as
21
--
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características do sistema de condução escolhido e suas influências durante todo
o manejo da cultura, assim como as características da variedade implantada para
que esta possa exprimir suas características agronômicas em sua plenitude.
Os principa~s sistemas utilizados pelos produtores da cooperativa eram a
latada, a espaldeira e a lira.
O sistema de espaldeira é mais indicado para solos com baixa fertilidade e
para regiões de chuvas não excessivas. Proporciona boas produções e uvas de
alta qualidade em vinhedos bem equilibrados. Apresenta algumas dificuldades em
solos férteis e em clima quente e úmido por atribuir a planta um vigor excessivo,
sombreamento, queda da fertilidade e produção e alta incidência de doenças.
Permite comprimento de broto de 1 - 1,5 cm e alta produção de área foliar, e, se
bem conduzido, pode-se formar 16 a 20 brotos por metro linear, a poda verde é
antecipada, a desfolha ocorre no período do fechamento do cacho e a desponta
ocorre no comprimento certo. Ainda facilita o controle de doenças por proporcionar
maior arejamento da copa, maior insolação e mais fácil é a penetração de
fungicidas com esse sistema.
Neste tipo de cultivo as folhas têm exposição solar nos dois lados. As folhas
ficam na parte de cima e os cachos são trabalhados na parte de baixo, facilitando
assim a aplicação de produtos químicos dirigidos somente para as folhas ou
somente para os cachos. É um sistema recomendado para as cultivares viníferas
mais plantadas no Estado, como é o caso da IICabernet sauvignon" (Fig. 4),
IICabernet franc", IITannat", IIMerlot" e IIChardonnay".
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Figura 4. Sistema de espaldeira em variedade Cabemet Sauvignon
Alguns produtores utilizam sete arames de sustentação da planta ao invés
dos cinco arames convencionais.
Isto facilita o manejo dos galhos entre os
arames, diminuindo a mão-de-obra.
Foi visitado um produtor que cultivava a variedade Cabernet sauvignon em
sistema de espaldeira. O problema encontrado foi que ele cortou os ramos muito
próximos ao arame e isso teve como conseqüências a baixa quantidade de uva na
parreira além da desuniformidade.
O sistema em lira (Fig. 5), ainda pouco difundido, é indicado em situações
onde se deseja extrair alta qualidade do produto em solos de fertilidade alta e com
boa umidade. Em alguns casos pode produzir de 20 a 50% a mais de produção
em relação à espaldeira.
O principal objetivo deste tipo de sistema é permitir uma maior e melhor
distribuição da insolação no dossel vegetativo. Se por acaso não for realizado um
correto posicionamento
da brotação, a vegetação fechará o interior da lira,
"
perdendo assim sua principal vantagem. As vantagens deste sistema de produção
são uvas com melhor composição e sanidade. As desvantagens são: elevada
mão-de-obra especializada; alto custo de implantação; dificuldade de operações
mecanizadas e manejo da vegetação.
23
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--Figura 5. Sistema de lira em variedade Tannat
Foi realizada uma visita a um cooperado que possuía a variedade Tannat
em sistema de lira. A uva estava bastante avariada por causa da seca forte que
aconteceu nos meses de dezembro e janeiro de 2005. A uva estava bastante seca
a algumas parreiras chegaram a morrer em virtude da escassez de água. Com
relação ao sistema de condução do vinhedo o principal problema enfrentado é a
dificuldade de roçada próxima ao tronco, porque a planta está muito baixa e muito
aberta. Este produtor também encontra problemas no manejo dos ramos a na
aplicação de produtos químicos na parte interna da parreira. Além destes
problemas citados, outro seria a carga excessiva de cachos nas plantas, problema
agravado ainda mais com a seca violenta nesta área. O ideal seria a retirada de
alguns cachos para que o efeito da seca não ficasse. tão evidente e diminuindo a
desuniformidade no vinhedo.
Já o sistema latada (Fig. 6), que foi adaptado das pérgolas da Itália, é mais
indicado para regiões de clima seco e de solos" com alta potencialidade. Deve ter
fileiras largas para acomodar o crescimento horizontal da brotação. Esse sistema
é indicado principalmente para as variedades de uvas comuns como é o caso de
"Isabel", "Bordô", "Couderc", "Niágara branca e rosada" e "Jacquez", que são as
mais plantadas na região da serra gaúcha e que são utilizadas na fabricação de
suco de uva e vinho de mesa comum. Nem sempre o sistema de espaldeira
possui uma produtividade mais baixa do que a latada. Pode-se expandir mais a
24
-
-1
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planta no sistema latada, no entanto, a área solar poderá ser menor porque
afetará o espaço da outra planta. supondo que o espaçamento seja igual para os
dois sistemas de cultivo.
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Figura 6. Sistema latada em variedade Isabel
As visitas feitas aos cooperados mostraram muito bem como é o cultivo da
uva na região da Serra Gaúcha. Todos os produtores que possuíam variedades de
uvas comuns cultivavam em sistema latada. Já os produtores que possuíam
variedades viníferas, preferiam o cultivo em sistema de espaldeira. Apenas dois
produtores cultivavam uva em sistema de lira. os dois possuíam uvas viníferas das
variedades Merlot e Tannat.
Outro sistema de produção utilizado por alguns produtores é o "Y". Nesse
sistema, as folhas estão localizadas na parte superior do "Y" fazendo com que
haja uma grande insolação das mesmas. Se bem manejado e um método que
produz bem e com uma qualidade boa, principalmente com variedades viníferas.
Não é um sistema recomendado para solos com alta declividade, pois apresenta
muitas dificuldades com o maquinário. As uvas de mesa eram cultivadas nesse
sistema (Fig. 7).
25
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- --Figura 7. Sistema de "Y" em variedade de uva de mesa Itália
Outro sistema
de
produção
utilizado por alguns
cooperados,
é a
plasticultura juntamente com o sistema latada. Foi observada a grande diferença
entre as variedades
que ficam protegidas
pelo plástico, das que não são
protegidas. O plástico serve não apenas para proteger a videira das intempéries,
como chuva de pedra, mas também previne algumas doenças, não deixando que
acumule certa quantidade de água na folha, reduzindo a ocorrência de doenças
(Figuras 8 e 9).
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Figura 8. Proteção com plástico em Niágara
Figura 9. Detalhe da proteção com plástico
Além da definição do sistema de cultivo, um outro aspecto que deve ser
levado em consideração no cultivo da videira é o local de plantio. Em uma visita
feita a um cooperado verificou-se que o vinhedo encontrava-se localizado em uma
26
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área que antes era um banhado. Esses locais são impróprios para o cultivo da uva
uma vez que a área, se mal drenada, acumula grande quantidade de água
ocorrendo, assim, o aparecimento mais freqüente de doenças, principalmente
podridões. Outro problema destas áreas é a ocorrência de geadas freqüentes,
necessitando a planta de algum tipo de proteção ou algo que escoe a água que
fica retida no local. Apenas cultivares mais tardias escapam da geada. Geralmente
estes solos de baixada possuem
aumentando
um teor mais alto de matéria orgânica
assim o vigor da parreira, tornando
excessivo,
diminuindo
a
quantidade e a qualidade da uva.
4.2.3 Principais doenças e pragas
As propriedades
problemas
com
visitadas
doenças
que
durante
atacam
o estágio
a uva.
freqüentemente
Dentre
as doenças
tinham
mais
problemáticas estão: míldio; oídio; cercosporiose; fungos da madeira; podridão da
uva madura e o mofo cinzento.
O míldio (Figuras 10 e 11) é causado pelo fungo Plasmopara viticola e é a
doença mais prejudicial no sul do Brasil. A doença pode ocorrer no período de préfloração até início da frutificação, com a precipitação ótima ficando em torno de
1000mm a 1200mm e a temperatura na faixa de 16 a 22 graus C. O controle é
feito por fungicidas
e é muito complicado.
Existem fungicidas
de contato
(preventivos), os de penetração não sistêmicos (pen~tra nos locais pulverizados,
mas não e veiculado para as partes não atingidas da planta) e os sistêmicos
(chega até as partes que não foram atingidas pelo fungicida).
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Figura 10. Detalhe de míldio em folha de Chardonnay
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Figura 11. Oetalhe de míldio na parte abaxial da folha
Pelas conversas com os produtores, o melhor controle desta doença na
cultivar Isabel se dá com a aplicação de cymoxanil e mancozeb misturados,
ambos recomendados para a cultura da videira. A duração de eficácia geralmente
e de 7 a 10 dias, caso chova mais de 10mm, a aplicação devera ser repetida. O
usual é a aplicação até o estágio de grão ervilha. Segundo os produtores a
informação é que o custo de cada aplicação de fungicida para o controle dessa
doença é de R$26,OO/ha. Geralmente os produtos mais baratos utilizados para
essa doença têm seus períodos de carência maiores do que os mais caros. Isto é
um dado importante porque essa doença é de final de ciclo e geralmente nessa
época o produtor não dispõe de muito tempo antes da maturação ideal da uva.
O ano de 2005 foi um ano de bastante seca na região da serra, e com a
diminuição da precipitação, o míldio não foi uma doença que trouxe muito dano na
safra.
A cercosporiose é uma doença causada pelo fungo E/sinoe ampelina. Ataca
as folhas, causando
manchas
necróticas (Fig. 12), de contorno irregular, de
coloração avermelhada ou preta e causam o desfolhamento precoce. Em uma
visita feita a um cooperado notou-se que havia muitos sinais da doença em seu
parreiral de uva "Bordô". O produtor nos disse que aplicou o fungicida apenas uma
vez durante todo o ciclo da planta. Essa doença é de final de ciclo, atacando
geralmente depois da colheita, mas no ano de 2005 a seca aconteceu
antecipadamente
(a seca favorece a doença) e a doença apareceucedo.
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aplicações
semanalmente
dose recomendada
alternando
com fungicidas
de outros grupos químicos. A
é de 240g/ha.
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13. detalhe do fungo Glomerella
singulata
em niágara branca
O mofo cinzento (Botrytis cinerea) foi uma doença que causou sérios danos
nos vinhedos. Foi visitado um produtor que produzia a variedade Cabernet
sauvignon com esse problema. A parreira estava com forte raleio dos cachos. O
problema com esse fungo agravou-se no ano de 2006, porque em outubro de
2005, na época da floração, a precipitação foi em excesso e com temperaturas
bastante baixas, fazendo com que a doença se agravasse. Geralmente os
produtores fazem quatro tratamentos
para o controle deste fungo, sendo o
primeiro na época da floração, o segundo no enchimento do cacho, o terceiro com
o cacho mudando de cor e o quarto 15 dias antes da colheita. Para um melhor
controle, seriam necessárias mais de quatro aplicações de fungicidas durante o
ciclo da cultura.
Nas visitas às propriedades dos associados foi constada à presença de
diversas pragas que atacam tanto o cacho quanto folhas, ramos e raizes das
plantas.
Foi
observado
problema
sério
de
pérola-de-terra
(Eurhizococcus
brasiliensis). A pérola-da-terra é uma cochonilha subterrânea que infesta às raízes
das plantas, tanto cultivadas como silvestres.
30
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utilizar mudas de boa procedência e livres de viroses. A ausência de viroses
auxilia no desenvolvimento das plantas, resultando em maior tolerância ao ataque
da praga; controlar as plantas hospedeiras do inseto presentes na área.
Existem trabalhos em pesquisa, ainda em andamento, sobre um produto a
base de molibdato de potássio que em tese aumentaria a indução de resistência
das plantas à pérola-da-terra.
Outra praga que foi observada nas visitas e que causou grande dano na
produção
é
o
besouro
desfolhador
(Maecolaspis
geminata)
(Coleóptera:
chrysomelidae) (Fig. 14). Em diversas propriedades visitadas esse inseto foi um
dos principais
problemas
pela queda na produção.
O inseto ataca mais
severamente as folhas, principalmente de variedades viníferas como o Cabernet
sauvignon, fazendo com que estas percam área fotossintética diminuindo, assim,
a produtividade. Segundo os produtores, a época de ataque mais intenso é em
dezembro.
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14. Dano causado por Maecolaspis
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em variedade Tannat
A traça-do-cacho (Cryptoblades gnidiella) (Lepidóptera, Pyralidae) também
foi um problema encontrado nas visitas feitas aos associados. Os danos da traçados-cachos se verificam em cachos de uva ainda verdes ou já maduros. As
lagartas raspam a casca do engaço provocando murchamento e queda das bagas.
32
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Outro problema de grande importância é o ataque de abelhas (Fig. 15).
Esses
insetos
atacam
a parreira
principalmente
quando
o grão já está
desenvolvido e com a maturação quase completa. As abelhas ao perfurarem o
grão para alimentar-se da polpa açucarada, fazem com que, além da perda de
produção causada pelo próprio dano no grão, ainda abrem ferimentos que são por
sua vez a porta de entrada de diversos patógenos causadores de doenças.
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Figura 15. Dano causado por abelha em Moscato Giallo
Em algumas propriedades foi identificado o ataque de mosca-das-frutas
(Anastrepha
fraterculus)
(Díptera,
Tephritidae).
O
ideal
seria
fazer
um
acompanhamento da ação das moscas com iscas armadilhas. O produtor quando
constata o problema faz a aplicação de LEBAICID. Foi visitado um produtor da
variedade Moscato giallo que sofreu ataque severo desta praga em seu parreira!.
Para o controle ele utilizou o inseticida LEB~ICID na dose de 100ml para um
tanque de 100 L de água. É recomendado fazer um monitoramento com iscas
tóxicas do nível de dano da praga no parreira!. A partir da constatação do inseto,
fazer aplicação
semanalmente,
de isca tóxica em 25% da área do parreiral e repeti-Ia,
ou logo após cada chuva. A isca é formulada com proteína
hidrolisada ou melaço a 7%, adicionando-se um inseticida na dosagem 1,5 vezes
superior a empregada comercialmente. Quando o número médio de insetos atingir
mais de um adulto por armadilha/semana,
realizar aplicação de inseticida em
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cobertura total. Após a pulverização da área, a isca tóxica deve continuar sendo
empregada, bem como o monitoramento da praga. O controle deve ser repetido
somente quando a população (detectada através das armadilhas) voltar a atingir o
nível de controle, respeitando-se
um intervalo mínimo de 15 dias entre as
aplicações de inseticidas em cobertura total.
A preocupação dos produtores é maior devido ao fato de que são poucos
os produtos inseticidas que são registrados para a cultura da uva no Brasil. Outro
problema reside no fato de que o período de carência destes produtos é muito
grande e os insetos geralmente atacam com maior intensidade e freqüência a
baga já formada e perto da colheita dificultando ainda mais o trabalho do produtor.
4.2.4 Adubação
O pH ideal para o cultivo da uva é 6,0. A aplicação de calcário deve ser feita
no mínimo seis meses antes do plantio das mudas. A análise de solo deve ser
feita a cada 5 a 6 anos. O Engenheiro Agrônomo da cooperativa
realiza
amostragens de dojs em 2 anos de todos os cooperados. A adubação corretiva
visa fornecer
fósforo
e potássio.
Quando
houver
deficiência
de boro, a
recomendação é a aplicação de 50 a 70 Kglha de BÓRAX. OS adubos fosfatados
e potássicos
podem ser aplicados
apos à colheita para que possam ser
absorvidos ainda antes do inverno (folhas devem estar com bom estado sanitário).
Videiras
débeis
(menos vigorosas)
adubação, que foram supernutridas
e vide,iras que receberam
(mais vigorosas) apresentarão
muita
safras de
menor quantidade e qualidade. A videira pode ficar mais vigorosa por diversos
fatores, como por exemplo, quando há um excesso de água e nutrientes ou
quando foi feita uma poda que deixou poucos brotos. Os produtores não fazem
análise foliar da parreira.
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4) Práticas culturais: a realização da poda verde (equilíbrio entre vegetação
e órgãos de produção) e fundamental para obtenção de alto grau.
Para a fabricação de espumantes o principal indicador de qualidade e a
acidez e não o grau brix. Por exemplo, uma uva "Chardonnay" precisa ter de 1O a
10,5 g/L de teor de açúcar para que o espumante fique com graduação alcoólica
de 10 a 12% que é o ideal no caso de um espumante Moscate!. Para a fabricação
de espumante
moscatel, a cooperativa
utiliza uvas da variedade
Moscato,
Riesiling e Gewüstraminer.
4.3 Reuniões de planejamento
estratégico
Outra atividade desenvolvida durante o estágio foi o acompanhamento das
reuniões de planejamento. Estas reuniões tinham a participação do presidente da
cooperativa, dos diretores da parte técnica e financeira, além dos gerentes de
produção, financeiro, de enologia e agronomia e da participação dos chefes de
núcleos dos associados.
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Nestas reuniões ficava decidido que rumo à cooperativa iria tomar em
relação a todos os aspectos que envolviam desde o produtor ate o produto final.
Na parte técnica, que envolvia as questões agronômicas, muitos pontos
importantes foram abordados, como ajudar o produtor em todos os problemas,
como, por exemplo, no espaçamento correto, na compra de insumos e mudas,
porta-enxertos, recomendações de produtos e análises de solo. Nestas reuniões
foram decididas as variedades de uva que a cooperativa mais precisava e se
possível fazer com que o associado fizesse a troca de parreiras velhas por essas
variedades de melhor qualidade. Um exemplo' e o caso da variedade "Jacquez"
que é plantada por diversos cooperados, mas que não é muito útil para a vinícola,
pois esta variedade tem uma acidez muito elevada, tornando difícil e caro o
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processo de produção de vinho e suco. A variedade que a cooperativa propõe é a
Bordô, que possui baixa acidez, boa coloração e grau mediano, aumentando,
assim, a qualidade dos sucos e vinhos.
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Nas reuniões de planejamento
também ficava decidido qual sena a
produtividade máxima por hectare que a cooperativa iria tolerar por produtor. No
ano de 2005 e 2006 o limite foi de 27 ton/ha. Caso o associado produzisse acima
desse valor estipulado a cooperativa pagaria pelo excesso um valor muito abaixo
do mercado por quilo de uva entregue. Esse limite de produção é feito por dois
motivos principais: aumentar a qualidade da uva recebida na cantina e diminuir a
produção da maioria que produz 40 ton/ha e aumentar a prod~tividade da minoria
para chegar a 27 ton/ha equilibrando, assim, a produção entre os associados.
Além disso, era também decidido nestas reuniões como seria feita a divisão
dos produtos que a cooperativa vende. Por exemplo, ficou decidido em 2006,
através de pesquisas de mercado, que a cooperativa iria produzir uma quantidade
maior de suco de uva, aumento na fabricação de vinhos finos, manutenção da
produção de vinhos de mesa, manutenção
da produção de espumantes
e
diminuição da produção de cooler, em relação ao ano de 2005.
4.4 D ia de cam po
Durante o estágio foi realizado um dia de campo sobre produção e
qualidade de uvas de mesa sem semente com a participação do estagiário, de
técnicos da Embrapa Uva e Vinho, de Engenheiros Agrônomos e de produtores.
O dia de campo foi feito em Bento Gonçalves em uma propriedade modelo,
em produção de uva de mesa sem semente. Foram observados aspectos técnicos
sobre as variedades
disponíveis
no Estado para o cultivo, o espaçamento
recomendado, a apUcação de produtos, qualidade das uvas e porta-enxertos
recomendados.
As variedades disponíveis no Estado para este cultivo são: BRS Clara; BRS
Linda e BRS Morena. Sobre estas variedades foi discutido que a BRS Clara e a
*
BRS
Linda
recomendados
apresentam
crescimento
espaçamentos
bastante
inferiores a 2,5m
vigoroso;
assim,
não
por 2,Om por planta
são
(2000
plantas/ha) .
40
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De acordo com resultados de pesquisa e experimentos
realizados em
propriedades da serra gaúcha, as cultivares BRS clara e BRS morena são as que
melhor se adaptaram as condições climáticas e de solos desta região.
Um assunte- que foi abordado durante o dia de campo foi a questão da
aplicação de acido giberélico. Este produto tem por finalidade aumentar o tamanho
do grão. A aplicação segue a recomendação
para cada tipo de cultivar. A
aplicação deve ser feita quando o grão estiver na fase de grão chumbinho.
e porta-enxerto que apresentou melhores resultados foi o 1103 Paulsen. Já
parreiras enxertadas com o porta-enxerto 420-A apresentaram problemas de
avermelhamento das folhas.
4.5 Ficha de avaliação da uva na recepção
Durante o estagio foi desenvolvida pelo agrônomo e o estagiário uma ficha
de avaliação da uva que é recebida na recepção. Tal ficha constava os dados do
produtor, a variedade que seria recebida, a data, o grau babo e a avaliação
técnica dos problemas que a uva poderia eventualmente ter.
e grau babo é o índice glucométrico, que mede a graduação do açúcar.
Cada grau Babo corresponde a 1% de açúcar. Portanto, quando dizemos que o
suco tem 10 graus Babo, isso significa que seu teor de açúcar é de 10%, ou 100
gramas de açúcar por litro de suco da fruta.
A avaliação era feita por um enólogo e pelo estagiário. A ficha tinha duas
finalidades principais: identificação dos problemas que ocorreram durante a safra
que o agrônomo e o produtor não perceberam durante as visitas e no caso das
uvas viníferas, a ficha servia tanto para identificação de problemas quanto para o
pagamento da uva.
No caso das uvas comuns a ficha não tinha o propósito de redução de
pagamento ao produtor caso fosse constatado algum problema na carga. Nas
uvas viníferas, quando era constatado algum problema, tanto brancas quanto
tintas, o produtor receberia menos por quilo de uva entregue. De acordo com a
ficha, a uva fina era identificada por classes, sendo a classe
"B" o valor de
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mercado pago pela cooperativa. À medida que os problemas eram identificados na
recepção
a uva
desclassificada.
recebia
uma
classificação
reduzida,
chegando
até
ser
PQr exemplo, uma carga de uva que foi entregue sem nenhum
problema recebia uma nota mais elevada chegando até a classe "M" recebendo
40% a mais no valor de mercado. A classificação era realizada por notas: com
"M" ,o produtor recebe 40% a mais do valor de mercado da variedade; "A",20% a
mais; "8", correspondia
o valor de mercado; "C", 20% a menos do valor de
mercado; "O", 40% a menos e "OS" (desclassificada),
recebia 60% a menos. A
variedade vinífera que recebia notas "O" e "OS" eram utilizadas para elaboração
de suco ou para corte em vinho de mesa comum.
Os itens analisados na ficha eram problemas de doenças, de maturação e
desuniformidade,
além de problemas
externos,
como presença
de matérias
estranhas (folhas, resíduos de praguicidas, poeira) junto com a uva. Os problemas
de doenças eram analisados
com maior rigor pela cantina uma vez que estes
afetam de forma mais intensa as qualidades
do vinho que será produzido
posteriormente.
Dentre as doenças
mais comuns
encontradas
nas cargas
cita-se a
presença de cachos com G/omerel/a cingulata, Botrytis cinerea e fermentação
acética. A podridão da uva madura e o botrytis podem ser causadas pelo
rompimento do grão, este, ocasionado por insetos, bem como pelo rompimento da
casca causada por uma chuva, por exemplo, e escaldamento causado pela
exposição excessiva ao sol.
A fermentação acética geralmente é causada.por problemas relacionados
com o transporte, como por exemplo, esmagamento das uvas causado pelo
enchimento excessivo das caixas ainda aliado a este fator está a exposição solar
da carga.
Os problemas menos sérios como a entrada de uva imatura e desuniforme
geralmente são causados por: ciclo incompleto da cultura; falha na fecundação;
período de floração prolongado (por exemplo, outubro de 2005); déficit nutricional
e brotação desuniforme.
42
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6. ANÁLISE
CRíTICA
o estagiário foi, desde o primeiro dia, muito bem tratado por todos na
cooperativa, mostrando a seriedade no trabalho, além de ser uma motivação a
mais para a realização do estágio.
A oportunidade de convívio com os produtores é um fato que merece
grande destaque.
Foram muitas as visitas feitas aos cooperados
tendo o
estagiário a oportunidade de encontrar os mais variados problemas que os
produtores enfrentam durante a safra.
A confiança da cooperativa que foi depositada no estagiário também foi um
ponto importante, pois em certas ocasiões em que o agrônomo não podia visitar
algum associado, o estagiário visitou o produtor. Esse é um fato que enriquece a
vida tanto pessoal quanto profissional do estagiário.
Um ponto importante que merece algum questionamento
é a questão
ambienta!. O agrônomo da cooperativa demonstrou preocupação com isto e
procurou alertar o~ produtores a respeito dos perigos causados pelos produtos
químicos através de palestras e conversas freqüentes, principalmente com os
produtores que abusam da utilização de produtos a base de cobre.
Além das questões técnicas do cultivo da videira, o estagiário ainda pôde
acompanhar os passos da fabricação de sucos e vinhos, conhecimento que não é
visto durante o curso de agronomia.
O estágio não foi somente técnico, em algumas ocasiões o estagiário
participou de carregamentos e descarregamentos de 'caixas, fato este que nada
acrescentou na vida profissional do estagiário.
Outro ponto importante foi a remuneração
paga pela cooperativa
ao
estagiário no segundo ano de estágio.
~
44
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ideiras Cultivadas no Rio
le Bento Gonçalves, 1984.
45
Download

Relatório de estágio curricular obrigatório supervisionado