r^
E
UMAPUBUCAÇÃODOGRUPOCULTURALAFROREGGAE ANOIIINPITAQCySET/IQgS
NO JÔ ONZE E MEIA
GABRIEL
O PENSADOR
NELSON
Á
l
...OIM
MOVING
O MITO QUE NÃO
PÁRA DE CRESCER
AFROREGGAE-WMT-AGCySErigK
RIAL
OREI
Foto José Renato
Já se passaram 14 anos
que Bob Marley nos deixou, mas
por todos os cantos do mundo
crescem os exércitos de Jovens
que p cultuam. Basta dar uma
olhada em todos os shows de
reggae e eventos da cultura afrobrasileira em geral, e constatar
a legião de Jovens que aproveitam a ocasião para vestir camisas com as cores da unidade
africana e o rosto de Marley. A
união deste exército vem da força deste líder que através de
suas mensagens atravessou
fronteiras, rompeu barreiras e
venceu preconceitos para falar
da paz. Como uma espécie de
Mahatma Gandhi, ele canta os
seus mantras sulngados, disseminando a conscientização pelo
Lideres em popularidade no rap,
mundo.
E o trabalho do GCAR não para cada um no seu estilo, Gabriel, O
de crescer. Um ano depois de ini- Pensador e MC Calo, da favela da
Rocinha, serão algumas das
ciadas as oficinas do Núcleo Co- atrações
que devem estar presentes
munitário de Cultura de Vigário
nos eventos do CCAR.
Geral, a grande imprensa começa a reconhecer a importância
deste empreendimento. Depois do Caetano Veloso e Regina Case ter
batizado da Banda AfroReggae por sido noticiado pelos grandes Jor-
&%*$
c^l>
Estou com o coração
cheio de orgulho ! Acabo de
ler a edição de maio do ARN,
está lindo I Prlcipalmente a
matéria com o Marmo, é
vallosissima.
Adriana Baptista
-Maricá/RJ
Sou professor de biologia
aqui em Sampa e estudo percussão popular e erudita há
10 anos. Gostaria de receber
alguns jornais, se possível
para distribuir para os meus
alunos. Estou montando um
grupo de percussão na escola
que eu trabalho, vamos estudar ritmos. Queria saber mais
sobre a tal dieta rasta e também sobre o trabalho comunitário de vocês em Vigário
Geral.
Valter Augusto Júnior
- Jardim Boa Vista/SP
Sobre a dieta rasta nós
te aconselhamos a escrever
para o Fã Club Bob Marley
(vêrnapág. 16). Com
relação ao trabalho que o
GCAR desenvolve emVigário
você pode acompanhar
através ao ARN e esporadicamente na grande mídia.
nais, chegou a vez de sermos convidados para uma entrevista no
talk show mais inteligente da televisão brasileira, o Jõ Soares
Onze e Meia. Nesta edição publicamos os bastidores da viagem a São Paulo e da gravação
do programa, além de vários
contatos que recebemos de diversas instituições e pessoas.
E fiquem atentos porque vem
por ai uma série de eventos a serem produzidos pelo GCAR em
conjunto com gravadoras, empresas privadas e produtores
culturais. Seguindo uma receita de juntar estrelas consagradas da música com artistas novos que ainda não tiveram a
chance do sucesso, mas que vem
desenvolvendo um trabalho consistente no underground do circuito cultural, deveremos anunciar shows ainda neste segundo
semestre. Vários eventos serão
realizados dentro de comunidades aonde o GCAR já tem penetração. A idéia é promover encontros de estilos de diferentes
expressões culturais que quando se juntam conseguem dar um
recado de maior ressonância.
colocação pessoal sua e como
você não deve ter lido, a
matéria era sobre Rap (Movimento Hip Hop) e o público
presente era de sambistas,
pagodeiros, reggueiros e
Yoppeiros * en&e outros.
H
Gostaria de me tomar um
distribuidor do ARN em
Quem leu o ARN l& edição, ficou perplexo em constatar que um órgão como o
ARN não publicou nada sobre o falecimento de Bob
Marley no dia 11 de maio. Em
29 lugar, como vocês sabem o
FUNK Carioca é Inútil em todos os sentidos, não agrada
ser destaque na capa. Empobrece o jornal no seu aspecto
formal e filosófico. Não quero que me analisem como um
perseguidor, pois admiro este
veiculo e amo o reggae.
Elpídlo Alves Filho Duque de Caxias/RJ
Não publicamos pois estávamos aguardando o lançamento do álbum Natural
Mistíc-LegendlIonUve.
Nós não sabíamos que o
Funk é inutü. Isto é uma
T O
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Estamos montando uma
casa de reggae em Sana (região Serrana). O camplng
reggae já é um sucesso, gostaríamos de receber o ARN.
Beco da Jamaica
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Peço que me envie a discografia do JIMMY CLÍFF. Pois
gosto de ouvi-lo cantar e
acompanhar sua carreira.
Valdemlr Soares
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Escreuerpora o Fâ Club
Bob Marley (ver napág. 16)
H
Sou proprietário do
Klngston Studio, o primeiro
em reggae, em Pernambuco.
Gostaria de ser assinante do
ARN, um veículo de grande
utilidade informativa para
mim e meus clientes.
Douglas Donato
- Bairro Novo - Olinda/PE
Não temos assinatura, o
ARN é distribuído gratuitamente. A partir desta edição
o seu endereço é um dos
pontos de distribuição do
ARN. Obrigado pelos elogios.
H
Ldo atentamente o ARN desde que comecei a trabalhar em
Vigário Geral. Sua discussão
cultural
é
atual
e
contextuaUzada com a cultura
popular, entretanto santo falta
de um espaço mais político que
discuta a história de um povo
venddo e excluído. Coloco-me
a disposição do GCAR para colaborar nesse sentido, indicando como temática o debate das
minorias no Brasfl.
Marcelo Garcia (Médico»
Sem rrontelraa) - Hlterói/HJ
CENTRO
DE ESTUDOS
E ASSESSORAMENTO
DE EMPREENDEDORES
É UM ÓRGÃO DO IPDH
Av. Mem de Sá n" 39
Lapa - RJ
(021)221-9313
N.O.T.I.CM*A.S
ANO III - N* 17 - AGO/SET 1995
UMA PUBLICAÇÃO DO
d~* é~* A "■> Grupo Cultural
EXPEDIENTE
Coordenador Executivo: José Júnior
Tesoureiro: Plácido Pascoal
Diretor Cultural: Luiz Lopes (Teko Rasteíari)
Secretário de Comunicaçlo: José
Renato
Diretor de Artkulaçio: Rafael dos Santos
Diretor Comunitirío: Arcélio Faria
Diretor Social: Waly Salomão
Diretor de Planejamento: José Marmo
Conselho Consultivo:
Caio Ferraz, Eduardo de Oliveira, Lorenzo
Zanetti, Luis Cláudio de Oliveira e Victor
Valia.
Consultoria Administrativa:
Romário dos Santos
Editor: José Renato Mtb. 17663
Repórter: Ana Paula Macedo e Mdnica
Cavalcanti
Conselho Editorial: Frei David, Ivanir
dos Santos, Jorge Barros, JoSo Batista e
Lúcia Xavier.
Sucursais
Salvador: Ari Lima
Bdo Horizonte: Leo Vidigal - (0 31) 222.9888
Jurídico: Jorge Omir
Distribuição: Altair Martins e Moisés Portela.
Núcleo Comunitário de Cultura
(Vigário Geral): Angelise Rushiga, Carlos
Eduardo (Tafaraogi), Gláucío Maciel, Kênya
Dias, Léa Damião, Mareia Florèncio, Paulo
Sérgio e Sérgio Henrique.
Colaboradores
Albino Apolinário(BA), Cláudio Silva,
Dirléia Mathias (PR); Fábio Conceição,
Flávio Gomes Filho, Geraldo Carvalho,
Jânio de Carvalho (BA), Liko Turle,
Marcelo (Technomusic), Magalli Pazello,
Márcia Scnna, Mariano Ramalho, Meagan
Mylan, Peter Fry, Vandcrlei Berzó, Zé
Maria e Zé Virgílio (BA).
Agradecimentos
ASHOKA (Cinthia Paes Carvalho e Maria
Néo), ATCON (Edwiges), Caixa Econômica
Federal (Manoel Ribeiro), Casa da Paz,
CEAP, CESE (KANAU), CEM João Goulart
(Tânia Novo), Cindy Albertal Lessa, DRPM
Consultoria e Serviços, FASE (Saap - Cléa
Silveira), IBISS (Nanko G. Van Buuren),
Instituto Civitas, Kabeça, Somebody
Love,UERJ (Sub-reitoria Para Assuntos
Comunitários), Projeto Excola (Carlos
Bezerra)
Projeto Gráfico: Ré
Publicidadc-José Renato
EdHoraçio Eletrônica: 3 Comunicação
Av. Pres. Vargas, 633-Gr. 2118-Centro-RJ
impressão: Gráfica do Jornal dos Sports
Tiragem: 12 mil exemplares
Sede: Rua General Roca, 818/301, Tijuca
- RJ; cep 20 521-070
Teb: (021) 22S 54S7 - Fax: (021) 220 8109
O JORNAL AFRO REGGAE NOTÍCIAS é
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AFRO REGGAE (GCAR) e não se responsabiliza pelas alterações de última hora nos
horários e endereços fornecidos pelos
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citadas. As matérias assinadas são de total
responsabilidade de seus autores.
Para qnem cativar interessado e_
contribuir fiBaaceiramente com o
GCAR, conta ■* «2727-5, Baaco do
Brasil, agíacia KSS-?, Tijuca/ RJ.
AFROREGGAE-NMy-AGQ/SErinS
3
Sweet honey
in the rock
Mistério
do samba
No dia 2 de julho . a Sala Cecília Meirelles
recebeu um coral composto por cinco mulheres
afro-amerlcanas, que cantaram o melhor da
música gospel. Auditório totalmente lotado e o
público vibrando com o sensacional Sweet
Honey in The Rock. O evento foi promovido pelo
Consulado dos E.U.A., em comemoração ao
Tricentenário de Zumbi dos Palmares.
Onmmilá legal
A dlndlnha Regina Case invadiu o terrelrão do
Bloco Afro Orunmllá para gravar o seu programa
- BRASIL LEGAL. Desta vez o tema eram os
estrangeiros no Brasil e a gravação foi sobre uma
turma de angolanos, sua cultura, e o encontro com
negros brasileiros. O bloco afio Oju Obá também
participou com o seu corpo de dança.
Depois de ter sido o primeiro
intelectual a penetrar no mundo do
Funk, Hermano Vlanna agora se volta
para o samba. Voltando até
a década de 20, ele mostra
a importância do encontro entre
intelectuais como Gilberto Freyre e
Sérgio Buarque de Hollanda com
sambistas como Pbdnguinha e Donga,
para explicar como o samba se
transformou em símbolo da identidade
nacional brasileira. A história está no
livro O Mistério do Samba,
tese de doutorado em antropologia de
Hermano. que acaba
de ser lançado.
é Renato
Parabéns
Onmmilá
As meninas da Banda AJroReggaeforcunuin espetáculo àjxirte
no aniversário do OnmmÜá
No dia 7 de julho, a concha
acústica da UERJ bailou
com o Bloco Afro Orúnmilá.
que comemorou seis anos de
luta e cultura com uma
grande festa, que contou
com participação de vários
grupos. Destaque para os
grupos Black Brother.
Realidade Social. Banda
AfroReggae (do GCAR) e. é
claro, oanfítrião
aniversariante da noite.
Banda
AfroReggae
arrebentou no arraia
A Banda AfroReggae abalou as estruturas
da Escola Municipal Jorge Gouveia, no dia 7 de
julho. E, no dia 8, foi a vez da Escola Municipal
República do Líbano. Ambas as escolas ficam
localizadas na comunidade de Vigário Geral, e a
Banda foi convidada pelas suas Diretoras para
animar suas festas Juninas. O resultado não
poderia ter sido melhor.
C
Na vanguarda
da Cultura
Negro-brasileira
E.A P
Centro d^ éhWculação
de
populaçod^ marginalizadas
e^
^0
Capa do livro de Hermano Vianna
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AFROREGGAE-l^17-AGaSET1995
d.aé
k12 começo. • •
O mpper carioca aborda,
sem cerimônia, os problemas sociais
e políticos do Brasil e parte em agosto
^^ ^^^ segunda tumé em Portugal.
k ^
Wk
^Ê ^^^^
Mdnica Cavalcanti
MOnica
No primeiro disco, Gabriel, O Pensador
pretendia atingir um público genérico
através de sua arte critica, irônica e
agressiva (sem ser violenta). O resultado dessa
façanha acabou bem, com 250 mil cópias vendidas e muita esculhambação em torno de
mauricinhos e patriclnhas que não tiveram outra alternativa, a não ser se render a sucessos
como Retrato de um playboy e Lona Burra. Era o
rap saindo do gueto e conquistando a Juventude
bronzeada da zona sul. E tanto êxito, logo na primeira tacada, lhe deu o direito de ficar cinco meses no estúdio preparando seu segundo álbum,
Ainda é só o começo..., que conta com a produção
de Fábio Fonseca.
Nele, o rapper carioca apresenta claramente
uma evolução do rap, fazendo o vocal mais trabalhado e fugindo do tom monocórdio do primeiro
disco. A base rítmica também evoluiu, tanto nos
arranjos quanto nas inserções de samples.
- Apesar de continuar mantendo a linguagem
coloquial, tentei não soar repetitivo. Trabalhamos
multo em cima de cada som - explica.
t^
Assim, O Pensador vai mostrando suas influências musicais, muito amplas por sinal, ao citar
frases de canções de Rita Lee, Milton Nascimento, Gilberto Gfl e Legião Urbana, entre outros. Bob
Marley e Tom Tom Club também estão presentes,
além do ótimo sampler do Azimuth na faixa Vôo
sobre o horizonte. E o melhor é que todas essas
colagens surpreendem pela criatividade.
Em Ainda é só o começo..., que está sendo lançado simultaneamente no Brasil e Portugal.
Gabriel convidou vários "brothers" para participar fazendo segunda voz, como o DJ Leandro, do
Grupo Contexto, e Def luri, do Ryo Radlkal Repz.
Seu pai e o irmão Tiago Mocotó também marcam
presença. No rap/ragga Estudo Errado, a primeira música de trabalho, o rapper cal de pau no
sistema de ensino brasileiro, mas sempre com a
preocupação de valorizar o estudo.
- Nela eu mostro que não sou contra o estudo, até porque sei que essa música vai influenciar as crianças. Estou adorando saber que tenho fãs mirins e não quero ser mal Interpretado. Inclusive falo da condição das crianças bra-
sileiras em Mentiras do Brasil
Essa. preocupação em ser claro, objetivo e direto fica ainda mais evidente no ótimo videoclip
de Estudo Errado, que acontece basicamente dentro de lima sala de aula repleta de alunos insatisfeitos com o tipo de ensino que lhes é passado, ao
serem bombardeados de informações inúteis por
uma professora rabugenta. Produzido por Odorico
Mendes, o vídeo conta ainda com uma bem
humorada animação de computador e vários personagens hilários.
Na autobiográfica Como um vício, que tem o
sampler do Azymuth, Gabriel faz uma declaração de amor ao hip hop e fala abertamente que
não sabe cantar.
- Não fiz aulas de canto e sei que a minha voz
não é lá grandes coisa. Em outubro do ano passado fui tocar em Salvador, o lugar estava lotado, e
me empolguei. Tentei cantar Woman Nó Cry e foi
um desastre total. Desafinei o tempo todo. Ainda
bem que lá tudo é festa- comenta aliviado.
Em Fflho da Pátria iludido, O Pensador diz "Que
vergonha, que vexame, que tragédia, que fiasco:
Promoção Planet Hemp
CONTEMPLADOS COM CDs
1 Alexandre Machado
11 Marcelo Garcia
Centro/RJ
Niterói/RJ
2 Carlos Bezerra
12 Mirreli Simões
Copacabana/RJ
Marechal Hermes/RJ
3 Cristlane de Andrade
13MonizadaSilva
StaTereza/RJ
Tijuca/RJ
4 Evandro Gomes
14 Mona Natasha
Jacarepaguá/RJ
Glória/RJ
5 Humberto Baliarini
lõMoara Paiva
Copacabana/RJ
Tijuca/RJ
6 Jaceiay de Oliveira
16 Moisés Portela
Centro/RJ
Copacabana/RJ
7 Kènia Garcia
17 Tayná Garcia
Centro/RJ
Glóría/RJ
8 Lícia Vieira
18 Rita de Cássia
Catumbi/RJ
Meier/RJ
9 Luciana da Silva
19 Romário Raimundo
Vigário Geral/RJ
Tijuca/RJ
10 Manoel Ribeiro
20 Elaine Aparecida
Lagoa/RJ
Vista Alegre/RJ
JORNAL AFROREGGAE / SONY MUSIC
TEKO RASTAFARI
Agora no Point Afro Reggae hrpoaáor
Todoe 06 finais de semana
EXPOSIÇÃO BARRACA DO TEKO
*íéida em €&Uça jtytatfappae
CONTATOS PELO TEL.: 292-4499 - MOBI 82353
"■—li ■ i «■
I
AFR0REQGAE-NB17-AGaSET1995
Divulga<ão
o enforcado desfilando com a bandeira do carrasco", e aponta sua metralhadora giratória para os
jovens "colonizados". A faixa não salva a pele de
quem veste a camisa dos Estados Unidos e o próprio Gabriel admite que ela é mesmo exagerada.
- Escrevi essa música quando ainda estava
no estúdio gravando o primeiro disco, e nela eu
tento esclarecer, criticando a postura dos alienados. Há muita ironia também.
Definitivamente, sutileza não é a praia do Pensador. Ele prefere ser compreendido da forma mais
direta possível. E ai meu irmão, salve-se quem
puder. Em agosto ele parte para sua segunda
tumê por Portugal, que se estenderá até a França. A terrinha" se rendeu ao rap de Gabriel no
ano passado, quando ele fez sete shows em além
mar, com casa cheia.
"JVõo sou contra
o estudo"
Gabriel vem novcmriente com a lígua afiada em seu novo CD
TERREDRÃO ORUNMILÂ
Afro - Sawba - Reg^ae
Noite òa Deusa òo íbano
07 òe OMtwtro m Portetão
Ensaios
técnicos,
lodosas
quintas, na
Febari.
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- Realmente não esperava tanto retomo. Foi
uma grande surpresa. Quando fui para Portugal,
estava com problemas nos ligamentos do joelho e
tive que cantar numa cadeira de rodas porque
estava com a perna engessada. Só que resolvi ficar em pé quando vi cerca de 4.500 pessoas cantando a minha música. O resultado dessa façanha é que acabei me desiquilibrando e caí do
palco. Mas tudo acabou bem.
Enquanto isso, no Brasil, O Pensador foi abrindo caminho, deixando seu rastro de destruição dos
padrões estabelecidos pela cultura nacional. E o
seu rap, inpirado no hip hop americano mas com
temas e cara tipicamente brasileira, se firmou definitivamente. Muito mais do que isso, teve qualidade suficiente para que atrás dele muitos outros
chegassem.
- É uma pena que grupos do nível do Ryo
Radikal Repz, por exemplo, ainda não tenham conseguido espaço em grandes gravadoras. Nessa
abertura entrou o funk e os MCs estão tomando
esse espaço - analisa.
De música marginal, o rap, aos poucos, passa a ser o modelo jovem de comportamento. Mas
O Pensador não pára por aí. Até porque, ainda
é só o começo...
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AFROFEGGAE-N»17-AG(ySET1995
6
^úcleo Comunitário de
U LT U RA
CȆP0 CULTURAL
AFROREGGAE
vai «o programa do Jô Soares
e seus tambores sâo
escutados por todo o Brasil.
^^
Quando o avião, que levaria o GCAR
para Sào Paulo, correu na pista do Aeroporto Santos Dumont para levantar vôo,
os sonhos das crianças que querem fazer da música a sua profissão ganharam
asas. Pela primeira vez elas estavam viajando para São Paulo, o lugar mais distante que Já foram. Pela primeira vez estavam voando, epelaprimeira vez tinham
as nuvens a seus pés. Rumo ao programa do Jô Soares, onde o GCAR seria entrevistado, as crianças da Banda
AfroReggae podiam, de fato, vislumbrar
para si um futuro melhor e acreditar
que, da favela de Vigário Geral, seus
tambores podem conquistar o Brasil.
Já em terra, fomos direto para os estúdios do SBT.À medida que o tempo passava, a tensão ia tomando conta dos mais
velhos-a diretoria, os instrutores de dança
e percussão e as bailarinas da Banda.enquanto os mais novos viviam tudo CCHTI
ak@1ae naturalidade, como se aquela fosse apenas uma das muitas entrevistas que
podem vir pelo futuro.
Passado o ritual de troca de roupa,
maquiagem e multa espera, era a vez da
Banda gravar o fechamento musical do
programa, para depois de uma nova espera vir a entrevista afinal.
Na primeira passagem, a banda ainda estava se acostumando com a nova
situação. Multas càmeras e luzes, além
de uma platéia lotada pareciam estar
dispersando a atenção das crianças. A
ausência de Jô Soares também dava a
Impressão a elas de que tudo não passava de um ensaio. Não sabiam que com
os truques de edição, eles Iriam ao ar a
.W. Barroso Silk Screen Ltda
Rio: R. Alvarenga Peixoto, 80 •
Vigário Geral • RJ • CEP 21240-690
Tel.: (021) 372-4955 • Fax: (021) 371-7110
Telex: (021) 35358
S. Paulo: Av. Brigadeiro Faria Lima,
830 Conj. 64 • Pinheiros • SP
CEP 01452-000 Tel.: (011) 210-6122
Fax:(011)212-2759
DANDO VIDA A SUA IMAGEM
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'ÁFltóf*(3GÃÈ'-W»Í7-ÃfiCyâerl995
noite depois que o Jõ os tivesse convidado a tocar.
Da platéia, José Júnior, TekoRastafarl
e Kenia Dias, instrutora de dança, pediam entusiasmo aos percussionistas, mas
eles pareciam não ver nada. Na segunda
passagem, já não era mais ensaio e o aviso de Eduardo Oliveira, instrutor de percussão, de que era tudo ou nada surtiu
efeita Sob o seu comando. Nino e Bblnha.
tocando de chupeta, Paulo Negueba, Mestre Altalr Golfinho, Xota, João Jesus e
Cleber Sena tocavam e dançavam com
todo entusiasmo. Após a gravação, as
meninas da dança, Mlchelle Costa e Lea
de Oliveira, tremiam e estavam com o
corpo gelado, mas sabiam que tinham feito bem os seus papéis.
Depois de duas entrevistas chegara
a nossa vez. Missão difícil foi a de José
Júnior, Coordenador da instituição, que
teve apenas nove minutos para explicar o que é o GCAR, nossa maneira de
funcionamento e objetivos, e ainda ter
que matar a curiosidade do Jõ e contar
como fazemos para realizar um trabalho
social numa favela marcada pela violência policial e pela presença ostensiva de
traficantes.
Quando Jõ Soares deu a dica de que
a entrevista estava encerrada, foi uma
ducha de água fria no grupo. Não tinha
dado nem tempo para José Júnior chamar os outros Integrantes do GCAR (Teko,
Kênla, Eduardo e eu) para participar da
entrevista, junto com ele ea Banda.
À noite, fomos para o Hotel Hilton,
um 5 estrelas no centro de São Paulo,
reservado para nós pela produção. Ninguém dormiu enquanto o programa não
foi ao ar. Vendo pela televisão, já livres
da tensão, a impressão unânime de que
o tempo tinha sido curto diminuíra. Na
entrevista tinha dado tempo de falar sobre os programas que o GCAR desenvolve, a importância das parcerias com
outras ONGs como IBISS, FASE, CERIS
e também empresas como M.W. Barroso
SÜkScreene Caixa Econômica Federal,
além de oferecer uma camisa de presente ao Jõ, como convém aos entrevistados, e um livro da ASHOKA, instituição que oferece bolsas a empreendedores sociais por todo o mundo, inclusive
ao nosso Coordenador. Só ficou faltando mesmo aquela esbarradinha no microfone.
De volta para o futuro, temos recebido ligações e cartas de todo o país
nos saudando pelo trabalho realizado e
Interessado em mais informações. Aqui
do Rio de Janeiro, um grupo de
capoeiristas do Morro do Andaraí, além
de várias outras comunidades que nos
contactaram. chegou a nos convidar
para montarmos lá um Núcleo Comunitário de Cultura. ONGs como ABIA.
Médicos Sem Fronteiras e CESE. de Salvador, perceberam a seriedade com que
a instituição é conduzida e estão interessadas em desenvolver projetos em
conjunto conosco.
Fotos José Renato
O Coordenador do GCAR, José Júnior, durante a entrevista com Jô Soares
Reportagens fotográficas e
cobertura de eventos
(021) 551-5882
8/9
AFROREGGAE - Na 17- AGO/SET 1995
positivas
mensagem que nunca
vai se apagar,
• • •
Ana Paula Macedo
Em fevereiro, se estivesse vivo, Wallers Band. Ele velo para o lançaBob Marley completaria 50 mento do seu disco Suruiuaí e para a
anos. Lá se vão 14 anos sem inauguração do selo Ariola, uma filiele e parece que ainda está entre nòst al brasileira da gravadora Island
Músicos, gravadoras. Jornais e revis- Records, á qual pertencia.
Os fãs nessa época não eram muitas, fás de cartelrlnha e público de
útllma hora não deixam que o nome tos, uma vez que a divulgação do trado astro do reggae cala no esqueci- balho de Marley no Brasil começou
em meados de 78, apesar de sua exmento.
De norte a sul do Brasil o reggae plosão internacional em 73. Na opivive um boom Inegável, em que o mo- nião de Jal Mahall, que há oito anos
comanda um prodelo é Bob Marley.
CC
grama de reggae
A prova disso é a
variedade de disO reggae é uma música em São Paulo,
houve um boicote
cos de reggae senque está sempre no
à divulgação da
do lançados e a
tempo certo e todos nós música
de Marley
quantidade de
precisamos dela.
por causa de suas
pessoas usando
letras contundenGeraldo Carvalho
roupas com o rostes. Além do mais,
to do ídolo estam5)
divulgar Bob
pado, adereços
com as cores da Jamaica e o famoso Marley significava também divulgar
cabelo rastafarl - dreadlocks. Parece todos os artistas de reggae da Island
que Marley adivinhou quando disse Records. Fazia parte dp contrato.
que "o reggae cobriria a Terra, assim Bom para nós e ruim para eles.
Com a morte de Bob Marley o
como a água cobre os oceanos".
Tudo isso aqui no Brasil, país em reggae estava fadado a morrer. Mas,
que Bob Marley nunca fez um show. talvez o sentimento da perda tenha
Apesar de não ter se apresentado, feito com que o movimento reggae
Marley esteve no país em março de ganhasse mais força, O Jornalista e
1980, acompanhado de Jacob Miller atual diretor do Fã Clube Bob Marley,
e Júnior Marvin - atual vocalista da Carlos Alberto Teixeira, Caca, acha
que o movimento se tomou maior ainda por causa da mensagem que ele
deixou. E não adianta dizer que é
moda. O reggae está ai há quase 20
anos e o catálogo de Marley vende
tanto quanto os Beatles. O Brasil é
um pais fã do reggae. Para Geraldo
Carvalho, produtor de shows em
Curitiba e responsável pela vinda ao
Brasil de grupos como Culture, é uma
música que está sempre no tempo
certo e todos nós precisamos dela.
Grupos como Steel Pulse, Alpha
Blondy, Luke Dube, Cidade Negra,
Medusas Dreads e tantos outros no
mundo inteiro, são declaradamente
influenciados pelo reggae "roots" de
Marley. Há ainda os grupos que através da base "roots" modernizaram
seus sons acrescentando elementos
da sua cultura, criando outros gêneros que se abrigam sob o nome
reggae. É o caso do "dancehaU",
"raggamuffln" e "dub", feitos por
Shabba Ranks e Buju Banton,
por exemplo. Muita gente discorda, dizendo que isso não é reggae.
_ O ponto básico do ragga e do
dancehall pode ser o reggae, mas
é outro estilo. Alguns chamam de
evolução e dizem que é reggae só
porque existem artistas fortes.
São coisas completamente diferentes - contesta Caca.
Jal Mahall acha que
reggae hoje não é só o raiz,
até porque estamos vivendo
em outra era tecnológica.
Mas ele confessa que os,
mais respeitados continuam sendo os artistas que
fazem o "roots" reggae. E se
é para discordar, o termo
"roots" - raiz em inglês também causa polêmica.
Para Carlos Albuquerque, Jornalista de O
Globo e DJ, raiz é aquilo que ele come.
Fernando Costa, produtor musical dos programas Sunday Cidade e School
Reggae, da Rádio Cidade, lamenta o
sectarismo.
_ Já existiram programas legais de
reggae nas rádios, mas o lado religioso castrou as novas tendências, vertentes do reggae, que têm qualidade
e mensagem. - avalia.
Discussóes à parte, há espaço
para todo mundo, mesmo que Bob
Marley com seu reggae "roots" seja
unanimidade quando se fala na música de Jah.
O Publico
No Brasil o público que curte o som
de Marley é diversificado e não está
associado a movimentos humanitários, sociais e ecológicos, como nos Estados Unidos, Canadá e alguns países da Europa. Aliás, Carlos
Albuquerque acha que o único movimento que se conhece aqui é o dos
morros. Para Mariano. ex-presidente
do Fã Clube Bob Marley, aconteceu
com o reggae o mesmo que houve com
o soul e o funk.
Tandi Gebara, vocalista do
Medusas Dreads, e Rejane Freitas,
ambos de 22 anos, adotaram estilo
reggae como muitos de suageração,
tendo como seu ídolo maior Boh Marley
_ O Jovem da classe média foi atingido. No Rio o pessoal da Barra da
Tijuca é quem mais consome reggae
e Marley. - diz ele.
No final da década de 80 a Barra da Tijuca viu o reggae estourar
na extinta casa noturna Bali Bar.
Comandada pelo então DJ
Fernando Costa, o bar reunia aos
domingos mil Jovens em média, surfistas em sua maioria. Para quem
acha que reggae não faz parte da
cultura musical dos deuses do mar,
Teko Rastafarl, DJah e Diretor Cultural do Grupo Cultural Afio Reggae,
conta que o rasta Zlggy Marley é o
símbolo dos surfistas, influenciando até no penteado. Essa onda veio
da Indonésia desde que o reggae tomou conta do lugar.
Até os funkelros se renderam
ao som de Jah. Na favela de Vigário Geral o espaço onde reinavam
Raul Seixas e as melodias
dos MCs está mudado,
como revelou o DJah
Teko. Bonés e camisetas
rasta colorem a paisagem da comunidade que
dança, durante seus bailes funk, seqüências e
mais seqüências do puro
reggae. Esta influência é,
em parte, resultado do trabalho desenvolvido pelo
GCAR na comunidade. Teko
tem ainda uma cliente ilustre, para quem Já está criando uma camiseta especial: é
Benedita, filha da atriz Regina Case. fã incondicional de
Bob Marley.
Variando na faixa dos 12 aos
40 anos. parte do público não
conhece a fundo a vida e a filosofia de Bob Marley, apesar dele
ser o ponto de referência para os
amantes do reggae. Mas há quem
se interesse em pesquisar.
A Casa de Cultura Rastafarl ou
Fã Clube Bob Marley, atualmente
dirigida por Caca, Virgílio e Dino, é
um desses lugares para quem busca mais informações. Por lá passam
estudantes universitários interessados em pesquisar movimentos
religiosos ou movimentos políticos,
aos quais o reggae e o rastafarl estão ligados.
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1 o
Geraldo Carvalho acredita que
apesar da quantidade de Informações a respeito de Marley, elas são
contraditórias.
_ Uma visão mais abrangente
nós só teremos quando vier ao Brasil Roger Steffens, conferenclsta,
editor e maior "autoridade" sobre
a vida e a obra do mito Jamalcano
ao redor do mundo. - opina Geraldo.
Pesquisar a vida e a obra de
Marley, fazer dele um mito e negar
as novas tendências do reggae
pode chegar a ser encarado como
fanatismo por uns. Mas o título é
recusado pelos experts no assunto.
Jal Mahall vê em Bob Marley um
mito com talento impar e que foi
escolhido a dedo para disseminar
o reggae.
_ Marley é um Messias e deve
ser respeitado. - afirma.
Bob Marley foi um gênio, mas
não deve ser tratado como um
Deus. Esta também ê a
opinião do Carlos
Albuquerque, ao
lem-
tiar
que
Marley
era garoto de
ruae pobre na
Jamaica,
com todos
os defeitos
de uma pessoa comum.
_ Ele foi o primeiro super star
do terceiro mundo, mas deve ser
encarado como um
ser humano normal,
-diz.
Na lista de preferências de quase todos os
iniciados em Bob Marley
desponta o álbum Exodus,
no qual o misticismo de
Marley está aflorado. Ou
AÍ=HOFÉGGÁE-Níiy-AtíÒfeÈ:f;Í9g5
tros como Buming e Kaya também
são sempre lembrados. No programa de rádio comandado por Mahall
as músicas mais pedidas normalmente são Redemption Song, One
Love e Woiting tn Vain, todas incluídas no disco Legend - The best of
Bob Marley and the Wailers. Em meados de 77 Geraldo Carvalho foi
pego pelo reggae ao ouvir Coích a
Fíre, na época em que os Wailers
ainda eram formados por Marley,
Peter Tosh e Bunny Waller.
_ Eu nunca tinha ouvido nada
parecido antes. Daí em diante queria saber mais. - lembra Geraldo.
Ele passou a ouvir, em seguida.
Legalize It de Peter Tosh, In the Dark
de Toots & The Maytals, Dreadinna
Babylon de U-Roy, além de livros e
vídeos.
Em um ponto todos são unânimes: ouvir Bob Marley é estar sempre fazendo descobertas e aguçando a vontade de
conhecer mais.
É uma
doença. resume
Carlos
A 1 b u querque.
Para ver
e ouvir
Se você é um
desses que está
seco por mais
iitformajções aqui
vão alguma clicas.
▲ O Fã Clube Bob
Marley realiza todo final de semana atividades como mostra de
vídeos, shows e palestras. Quem quiser
participar basta escrever para que a galera
entre em contato. O
endereço está na página 16.
CRY I:RERDOM PRODUCTION.S
PRhSliNT.S
Distant Drums
A Fernando Costa
mostra novidades e relembra sons históricos
na Rádio Cidade FM
nos seguintes dias: sábado das 17h ás 18h,
no programa School Reggae; e domingo das I8h às 20h, no
programa Sunday Cidade.
▲ Nos finais de semana em que a
orla marítima vira palco de grandes shows Teko Rastafari está lá
com sua barraca onde podem
ser compradas roupas, discos,
vídeos e saber tudo que acontece no mundo reggae pelo
Brasil.
do para promover a unificação dos
colecionadores, divulgadores e fãs
dos Wailers (leia Marley, esposa, filhos e o trio Wailers) por todo o
mundo. Para entrar em contato direto com o zlne é só escrever para
Distant Drums POBOX 23,
Wolverhampton, West Mldlands,
WV6 OYU. England.
A Para quem estiver em
São Paulo o quente é ouvir o programa Reggae e
Raiz do Jal Mahall, toda
terça e quinta-feira, pela
Rádio Brasil 2000.
A Carlos Albuquerque está aos
domingos no jornal e na Rádio
Globo FM apresentando Rio
Fanzlne. No rádio o som rola das
22h ás OOh. E toda primeira quinta-feira do mês Calbuque está no
Public & Co. com sua noite de
Reggae e Charm.
A Os poliglotas podem ler notíciBob Marley é, as fresqulnhas no fanzlne Inglês
ainda hoje, o ponto de Distaní Drums. O "rootzlne" conreferência para quem curte e ta com o apoio de Roger Steffens
toca reggae e, segundo seu editor, foi concebl-
Vale conferir todas as dicas e ver
como Bob Marley fez e continua fazendo a cabeça da galera nesses
50 anos de trabalho. Jah,
Rastafari!
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11
AFR0REQGAE-N>17-AQOSETigg6
Abalando cor
sem cansar d
Léo Vidigai
Como ele conseguiu esse impacto que até hoje ecoa com
tanta intensidade? Uma explicação não muito original seria
que a música e as letras de Bob
Marley tocam o sentimento mais
profundo de cada um ao expressar
o que atormenta a sua alma e a
alma de seu povo. A arte que dele
emanava nunca era calculada para
obter algum efeito sobre a platéia,
ela só poderia acontecer daquela
maneira e as pessoas sentiam isso.
Sua popularidade foi crescendo
pouco a pouco, com cada vez mais
gente conhecendo e apreciando o
deu dom volumoso, quase concreto, de uma inventividade absurda
para uma música aparentemente
tão simples. O palco parecia ser a
sua casa e era lá que ele ganhava
em definitivo os corações e mentes
de quem o assistia, com seu estilo
expressivo de quem sentia na alma
cada palavra cantada, ao mesmo
tempo que controlava o público da
maneira como havia aprendido em
anos e anos de batalha na Jamaica.
Depois que ele nos deixou essa
popularidade foi amplificada de uma
forma nunca vista. Tentou-se criar
uma. Imagem que o colocava acima
das fraquezas humanas, numa espécie de culto que procurava amortecer o impacto das suas mensagens. A reação a tudo Isso extrapolou
os limites da credibilidade com os livros e reportagens feitos recentemente. Depoimentos confiáveis fo-
ram somados sem critério a declarações infundadas e o máximo que se conseguiu provar foi
a constatação obvia de que ele
era um ser humano normal, com
suas virtudes e defeitos, ainda
que dono de um talento único.
O certo é que toda a promoção em tomo de Bob Marley foi
criada a partir de uma base: a
sua arte. E esta ninguém pode
mudar. O que Bob Marley queria era abalar os alicerces da
sociedade, fazer com que os
oprimidos não apenas tomassem consciência de sua condição, mas também agissem para
mudar a situação. E essa mensagem é passada não de um
modo panfletário, mas de uma
maneira positiva que envolve as
pessoas com muito mais força
do que qualquer manifesto político.
Para quem sente a música
de Bob Marley bater com toda
a sua força sem causar dor.
qualquer homenagem parece
pequena. Nos 50 anos de seu
nascimento, só podemos agradecer pelas suas obras, que
continuam a nos inspirar e a
nos fortalecer, figurando para
sempre como um dos grandes
legados deste século.
♦ Léo Vidigai é editor do
Fanzlne Massive Reggae
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Os Amantes do Rio - Romeu e Julieta - está em cartaz no
Teatro Delfim, de 5B a domingo. O espetáculo de dança é
uma adaptação do clássico de Shakespeare para o cotidiano carioca. Ao invés do ódio entre as famílias, a peça mostra
a relação de um casal que tem que vencer o preconceito racial e a diferença de classes sociais.
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Jornal na bilheteria.
A peça é de quinta a sábado às 21h e aos domingos às
20h, Teatro Delfim - Humaltá - Tel.: 286-1497.
AFROREGGAE-hP17.AGC>SEri995
1 2
toc^flâgô
# A ABIA (Associação Brasileira Interdisciplinar de Alds) e o
Grupo Cultural Aíiro Reggae lançarão a barraca "Gozando de Felicidade". O ponto servirá para
distribuir preservativos, jornal
Afro Reggae e informativos de prevenção a DST-AIDS. O lançamento será no dia 22/09 com a abertura da Banda AFROREGGAE e
logo e batizado com os padrinhos
Waly Salomão e Mãe Beata e também shows dos blocos afros Lemi
Ayó. Orunmilá e Tafaraogi.
A barrca estará aberta todas as
6as. feiras a partir das 19 horas
ao lado da FEBARJ.
ma versão para Stiríí Up, sucesso
de Bob Marley que entrou na trilha sonora de Jamaica Abaixo de
Zero ( a trilha de reggae de maior
venda na história) e acabou se
transformando no carro-chefe do
álbum homônimo. Com este
single, ela ultrapassou as fronteiras Jamaicanas e começou a conquistar as paradas de vários paí-
ses, indo excussionar com artistas do porte de Jimmy Cliff e Carla
Marshal. Agora, Diana King lança seu álbum de estréia, Thougher
Than Lave, com dez faixas que
Divulgação
# De Baile em Baile é o nome do
primeiro álbum dos irmãos MC
Júnior flc Leonardo, que acaba de
ser lançado pela Sony Music e conta com três faixas Já estouradas
nas rádios: Rap do Centenário, Endereço dos Bailes e Rap das Armas.
No Rio de Janeiro, os shows da dupla carioca são sucesso absoluto
entre o público Jovem, composto
pelas mais diversas classes sociais, que canta de cor as suas letras. E os MCs querem isso mesmo: passar o seu recado com muito alto astral e botar todo mundo
pra dançar.
# Com apenas 20 anos de idade, Diana King Já excursionou
com Shabba Ranks e fez uma ótl-
F-IVI REGGAE
ESCOREGGAE (SP) - Nov« FM - «9,7 - sexto e
domingo, de 21b às 22h - produção: Donny D. e
Herve Tano
REGGAE RAIZ (SP) - Rádio Brasil 2000 - 107,3
- terça e quinto, de 20h ás 22h - produção: Jai
Mahal e China Kane
REGGAE A COMPANHIA (ES) - Rádio
Universitária - domingo, de 17h ás 18h - produção:
Saul Castelo Filho
SVNSPLASH RADIO REGGAE (PA) - Rádio
Cultura - 93,7 - sábado, de 17:30h ás lS:30h produção: Toni Soares
LIBERAL RÁDIO REGGAE ÇTK)- Rádio Marabá
Liberal - 93,9 - sábado, de 20fa ás 21h - produção:
Heríberto Dutra
REGGAE POINT (MA) - Rádio Mirante - 96,1 -
MC's Júnior e Leonanlo levantam a galera por onde passcun
segunda á sábado, de 17h ás 18h - produção: Fauzy
Beydoun
DOUTOR RAP (SP) - Rádio Rádio Metrô FM,
de 2* á 6* ás 12b. Apresentador Paulo Brown.
.FIVK Varieitote.
ARGONA UTAS (SP) - Eldorado FM - 92,7 - sexto às
12h e reprise sábado ás 20h- produção: Matias
VIBRAÇÕES POSITIVAS (RJ) - Rádio Imprensa 102,1 - domingo, de 14h às ISh - produção: Ana
Paula Macedo.
CHARME CASSINO DISCO CLVBE (Kl) - Rádio
Imprensa - 102,1 - sábado, de ISh às 16h produção: Zezinho.
TRIBUNA WORLD MUSIC (Petrópolit) Rádio Tribuna FM - 88,5 - quinto, de 22h às 23h
FIVI FUNK
BIG MIX (RJ) - Rádio RPC - 100,5 - segunda a
sábado, de 17h às 19h - produção: DJ Malboro
i'e/5£ D/4 A^-f (RJ)-Rádio RPC-100,5-segunda
a sexto, de 18h às 20h - produção: DJ Corello
ÁGUIA DISCO e A COVA (RJ) - Rádio Imprensa
- 102,1 - segunda a sexta, de 12h ás 13h produção: Wandir e Português
O MELHOR DA CASH BOX (RJ)-Rádio Imprensa
- 102,1 - segunda a sexta, de 13h às 15h produção: Marcão e Mingau
FURACÃO 2009 (RJ) - Rádio Imprensa -102,1 segunda a sexto, de 17h às 19h - produção: Rafael
SOM NA CAIXA (RJ) - Rádio Imprensa - 102,1 segunda a sexto, de 13h às I Sh - produção: Zézinho
ZZCLC/J (RJ)-RádioImprensa-102,1-segundaa
sexto, de ISh às 17h - produção: DJ Malboro
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Pro«r«ni«» de Uabaada e Candomblé
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MAGIA E MISTÉRIOS - quinto, de 24h às 2h
- produção: Gina de Yansã e Ruy de Ogum
UMBANDA RELIGIÃO REGE UMA NAÇÃO terça, de 23h às 24b - produtor Nelson de Azanssum
PROGRAMA CUL TURAL AFRO BRASILEIRO
- domingo, de 22h às 24h - produção: José Beniste
RÁDIO METROPOLITANA
POR DENTRO DO CANDOMBLÉ
LÉ-i
- sábado, de
21 h às 23 h - produtor: Guilherme de Ogum
RAPI9WS<?ÇAEÍMA>
Rádio Ribamar -1.180-segunda a sexto, de 16hàs
17h - produtor: Fauzi Beydoun
TV
FURACÃO 2000 (RJ) - CNT - Canal 9 - sábado,
de 12h às 14h - apresentoção: Rômulo Costa e
Verônica Costa
Salão Ilê da Anastácia
Direção: Janir S. José da SHva
Rua Padre Januiário, 209 Lojas A e B / 348 Fundos
Inhaúma - Rio de Janeiro - TeL: ftôtt
13
AFROREQGAE-MMy-AGCySETigQB
combinam a enei^gia do hip hop e
dancehall com o dinamismo emocional do R&B. Formidávell Fique
ligado nesse nome.
# O também Jamaicano Shabba
Ranks, considerado um dos nomes mais importantes do reggae
moderno, lançou o seu terceiro
álbum de estúdio. A Mi Shabba.
Com 13 faixas, o CD conta com
participações especiais da cantora Patra na faixa Ice Cream Love e
Chuck Berry em Go Shabba Go, e
mostra que o cantor/compositor
está aberto a novos sons e ritmos.
A Mi Shabba é um álbum que
agradará não só aos admiradores
do dancehall, e da música pop.
# A CASA DA PAZ em parceria
com a FUNLAR está recrutando
profissionais para compor sua
equipe Interdlsciplinar no Projeto de Reabilitação de Portadores
de Deficiências das Comunidades
de Vigário Geral e Parada de
Lucas.
Necessita
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fonoaudiólogos. 2 fisioterapeutas,
1 neurologista, 2 terapeutas
ocupacionais, 1 assistente social e 1 psicólogo.
Encaminhar currículos para
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falar com Caio ou Claudia.
#
Programa
Raça
e
Btnicidade convida para o Seminário o desafio da Raça: Novas
Perspectiva sobre a diferença
com os pesquisadoresrOlívla Gomes falando sobre cor, violência
e juventude em duas comunidades no Rio de Janeiro, Livio
Sanson e comparando a construção da identidade negra em uma
construção da identidade negra
em uma comunicade baiana e
outra carioca, Vereja Stolcke falando sobre os arquivos do Projeto da Unesco e Vincent
Crapanzano apresentando sua
pesquisa sobre a África do Sul.
# Todas as sextas-feiras, o Bloco Afiro Lemi Ay 6 apresenta o seu
terreirào, na FEBARJ (Corredor
Cultural da Lapa). E a Casa Tá na
Rua apresenta suas atividades
culturais às sextas, sábados e domingos.
Por que a FEBARJ faz folga aos
sábados e domingos?
Por que não abrir durante os
outros dias da semana e dar espaço a outros grupos afros?
E Também as sextas o Bloco
Afiro Agbara Dado apresenta seu
terreirào a partir das 23 horas no
Bar do Nozinho. Rua Clara Nunes,
170 - Madureira (R do Portelão).
E aos domingos pagodão. com o
Grupo Quilombo do Samba, às 18
horas. Entrada franca.
# Durante anos reduto do
rock'n roll, a indústria fonográfica
australiana se rendeu à nova batida dançante da banda Kulcha.
Inspirado em nomes famosos do
soul e do hip hop americanos, o
grupo mistura de soul, r&b, swing
e reggae com o Inusitado canto
pollnéslo. O Kulcha já esteve presente no Top 10 da Austrália e
Nova Zelândia com o slngle Shoka
Jam, pontapé inicial para lançar
agora seu primeiro álbum pela
Warner/Continental.
# Uma das vozes mais gostosas
do soul está de volta ao Brasil! O
maestro Bany White inicia sua
tumê brasileira em Belém, onde
ele se apresenta no mês de setembro. Em seguida é a vez do Rio e
São Paulo conferirem o show.
Aproveitando a vinda, a gravadora Top Tape lança duas coletâneas com o melhor do selo
gold Unlimited Inc. Bany White
in BrazÜ'contém os bits Rio de
Janeiro. Beware e Love ain't
easy. disponíveis pela primeira
vez em CD por aqui. O disco Love
Unlimited - The Definitive
Collection apresenta clássicos
como Fm so glad that J'm
a luomart, Do ií to the
music... please e Anna
Lisa. Essas compilações
servem como aperitivo
para futura edição do catálogo com 11 títulos da
carreira do maestro.
Charm. a partir das 22h. O Public
& Co fica na R. Pacheco Leão, 780
- Horto.
# UM LUAL PARA ZUMBI - Noite de Áfrican-Reggae na Praia de
Piratinlnga. Show de reggae com
Paulinho Ganaé e a Banda Naja
como parte das celebrações pelos
300 anos da imortalidade de Zumbi
dos Palmares. Dia 9 de setembro,
ã 22:30 horas. Promoção Mulheres Q Fazem.
# Por falar em Top Tape,
a gravadora anuncia sua
primeira contratação nacional, o cantor Ras
Bernardo. Depois de se
desligar do grupo Cidade
Negra para seguir carreira solo. ele dedicou-se ao
repertório de seu novo disco: Atitude Pátria, em fase
final de mixagem. O resultado será ouvido em outubro, quando chega às lojas o disco produzido por
Nelson Meirelles (produtor
dos dois primeiros trabalhos do Cidade) e Alexandre Agra. com participação
de Marcos Suzano e Marcelo D2. do Planet Hemp.
# Toda primeira quinta-feira do mês o DJ
Carlos Albuquerque invade o Public ft Co. com
a sua noite Reggae e
Paulinho Gonoé
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unissex do Recife
* Cortes Usos e Pixains •
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1 4
•
Ana Paula IMI«c«do
O Jornalista e produtor musical Nelson Motta tem por hábito transformar
em ouro a carreira de artistas que caem
em suas mãos. Foi assim com Lulu
Santos. Marisa Monte e Patrícia Marx.
Agora é a vez do grupo gospel americano Mount Moriah vender no mundo
inteiro. Até o final deste ano ele promete novidades.
Vivendo na ponte aérea entre Brasil
e Estados Unidos, Nelson Motta esteve
no Rio de Janeiro em julho último para
divulgar o novo trabalho do seu selo
Lux Music, lançado pela WEA/Continental: o álbum gospel Harlem
Sunday, com o grupo Mount Moriah.
As cidades de Brasília, Curitiba. São
Paulo. Salvador e Rio de Janeiro tiveram um encontro com o verdadeiro
canto. O Mount Moriah levou a platéia
ao êxtase, transformando teatros em
templos religiosos, durante a prévia do
5Ç Festival Internacional de Artes Cênicas.
O grupo mostrou um pouco do que
costuma fazer todos os domingos na
Igreja Batista Mount Moriah do
Harlem, em Nova Iorque. No repertório
estão incluídas 10 músicas, escolhidas
ã dedo pelos produtores Nelson Motta
e Tuta Aquino.
Nelson Motta conheceu a Igreja durante uma excursão que fazia pelo
bairro negro do Harlem. A excursão foi
embora, mas ele não. De lá para cá virou freqüentador assíduo e levou junto muita gente boa como Elba Ramalho.
Sandra de Sá. Paulo Coelho e Lulu
Santos que chorou na porta da
Igreja e deu US$100 na bandeja.
Hoje Nelson é chamado de brother
pelos membros da Igreja e já não é
um dos poucos brancos a freqüentar o local, como no início.
Nos Estados Unidos a importância do Gospel vem de longa data.
Possui categoria própria no
Grammy (prêmio anual para os melhores da indústria fonográfica). revistas especializadas e já foi grava-
do por feras como Aretha
Franklin, Steve Wonder. U2 e
Madonna. Nelson diz que o gênero
é tão tradicional e impõe tanto respeito quanto o samba na cultura
brasileira.
_ Gospel é a mãe de toda música negra americana: jazz. blues,
funk, soul. rhythm and blues. rap
e influencia desde o rock ã country
music. - avalia.
Não vale dizer que foi o Nelson
Motta quem apresentou o gênero
Permanente Afro • Corte • Relaxante etc^
TtL (02V 254-9647
APUQÜiSWOXMATWAL-TRATáMeím HASTA
Pça. Saens Pcfia R. Conde Bonfim, 346 Lj. 303 -Shopping Vitrine da Tijuca - RI
CABELEIREIROS
15
AmOREGGAE-MM7-AGC>SET1995
ao Brasil. Mas nunca se viu tamanha badalação em tomo de
outros grupos com álbuns no
mercado ou que tenham passado pelo país.
A idéia de gravar o coral
gospel veio do Reverendo Dr.
Edward. Sua intenção era que
Nelson produzisse umas fitas
para serem vendidas na porta da
Igreja.
_ Ah não. Nós vamos é vender
CD no mundo inteiro. Reverendo! - respondeu Nelson, diante
da chance que ele esperava para
unificar fé e lazer.
Em se tratando de Nelson
Moita, nada que leve sua marca
é pequeno.
O disco foi gravado ao vivo na
Igreja e finalizado nos estúdios
Soundtrack, um dos melhores
dos EUA. Tuta Aquino e Nelson
Motta não economizaram dinheiro e esforços. Durante dois
meses tiveram muito trabalho nenhum dos 40 cantores tinham
experiência de estúdio - nas gravações diárias que se estendiam
até três horas da madrugada,
deixando artistas, produtores e
técnicos derrubados.
Harlem Sunday traz uma
grata surpresa. Ao can
to sagrado da
música The
Lord
i s
M y
Ught
Nels o n
Motta
integrou os
tambores
baianos
do grupo
O 1 od u m
que, apesar de
pertencerem a uma outra vertente afro, soaram familiares para os
cantores.
O disco apresenta ainda duas
revelações de peso: os cantores
Duane Jackson e Kelly Ross. Encantado com a potencialidade vocal de Duane, Nelson já pensa em
uma carreira solo e afirma que ele
será muito famoso. Enquanto
isso, os dois tem participação garantida em produções do mestre
que estão indo para o forno.
Duane Jackson foi escalado
para gravar uma faixa em dueto
com a cantora Patrícia Marx a
quem Nelson considera absoluta na sua geração.
_ Eu já trabalhei com Gal Costa, Elis Regina, Leila Pinheiro e
raríssimas vezes vi uma cantora
de 19 anos cantar o que ela cantava, quando gravamos seu primeiro disco solo. Além disso, ela
se apresenta muito bem - afirma.
O disco começa a ser gravado em
agosto e é o segundo trabalho de
Patrícia a sair pelo selo Lux Music
Nelson foi o responsável pelo novo
estilo da cantora - claramente influenciado pela soul music - e não
nega ter sido um
problema a "deformação"
musical recebida por ela,
gravando
músicas
impostas
pela gravadora, na
época
e m
que
Capado
disco Harlem Sunday,
com o grupo Mount Moriah
& dt a C é v d
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SDS - Sd. e**** S^. S36
7d.: (061) 3&-39Z2 - V?
ainda participava do grupo infantil Trem da Alegria.
No més de setembro Nelson
Motta entra no mundo reggae
produzindo o grupo Nega Rosa.
À frente estará a cantora Rosa
Emília, uma baiana que mora há
seis anos em Milão, na Itália. Segundo Nelson, não tem esse papo
de cantora eclética. A praia dela
é o reggae, abrindo espaço apenas para as SUEIS variações.
_ Este será um reggae meio sofisticado com influência européia
e baiana. O disco vai ser gravado
em Nova Iorque com metais
jamaicanos, vocais de Duane
Jackson e Kelly Ross e mais duas
backing vocais americanas negras, que já gravaram com a Patrícia Marx. - adianta ele.
Trabalhar com backing brasileiras nem passa pela cabeça do
Nelson Motta.
_ É uma coisa que não tem no
Brasil. - diz categórico - Aqui é
só plástica.
Para ele falta no país uma escola de canto popular como as
Igrejas americanas que formam
os melhores intérpretes dos mais
diversos estilos e gerações, ensinando a disciplina para trabalhar
em grupo.
O fato de ter dado o pontapé
inicial na carreira de grandes artistas faz com que há 20 anos
candidatos ao estrelato enviem fitas para Nelson Motta. Mas ele
não ouve nenhuma. Caso contrário não faria outra coisa na vida.
Sua intenção é fazer dois a três
discos por ano, de maneira
artesanal, sem a angústia de uma
grande gravadora que precisa
produzir a qualquer custo.
_ Eu não estou correndo atrás
de talento. - sentencia - Isso vem
a mim por acaso. Foi o caso da
Igreja, do Lulu Santos que tocava
no show da Marilia Pera, minha
ex-esposa, e da Marísa Monte, filha de uma amiga da minha irmã.
E assim será com a carreira de
Duane, Rosa Emlliae tantos outros
com quem Nelson Motta esbarrar e
achar que vale á pena investir.
CLAUDIUS
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de dentro
Sem atuar diretamente
com o movimento hip hop,
Nelson Motta observa a atual
polêmica entre gravadoras e
cantores de gangsta rap nos
Estados Unidos. A apologia à
violência que vêm sendo acusados se origina nas contradições da sociedade americana, a nação mais rica e poderosa do mundo, e a que
mais desperdiça, e abusa das
situações de violência, convertendo-as em entretenimento.
_ O rap é contra isso e por
sua vez Incita à violência. Sou
radicalmente contra qualquer
tipo de censura. Cada um diz
o que quiser, desde que depois agüente as conseqüências. - analisa Nelson.
Ele destaca que o grande
público de rap é formado por
adolescentes classe média. Se
dependesse só da população
dos guetos ninguém venderia
4 milhões de cópias como
aconteceu com o Dr. Ore, um
dos preferidos do produtor, ao
lado do Snoopy Dog Doggy.
No Brasil Nelson Motta
não acompanha o movimento hip hop, mas adora Gabriel
O Pensador, a quem conhece
desde criança, e considera a
maior revelação desde o
surgimento de Ed Motta.
Mesmo de longe ele intui
que o estilo tem muitas possibilidades de crescimento na
medida em que as pessoas
unam aos ritmos brasileiros o
background rap, tornando-o
um rico instrumento de luta.
V
.
PROGRAMA VIBRAÇÕES POSITIVAS
Rádio Imprensa FM 102,1
Todos os Domingos
Produção Musical:
14h às 15h
Teko Rastafari
Apresentação:
Ana Paula Macedo
Fábio Conceição
Quadro da Mulher:
Joselina da Silva
DIREÇÃO: Jorge Damião
Vibrando Positivamente e Balançando Sem Perder o Base
1 6
AFR0REGGAE-MM7 AGQSEri995
Elistribuiçâo
zfiH&mzu
ASCA - R. Alberto de Cunpos,
12 (CIEP) - Ipanema
Dait Poiat - R. Francisco
Otaviano, 67, Ij 17 - Arpoador
11FRJ - ECO - Praia Vermelha,
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FACHA - R. Muniz Barreto, ISt
- Botafogo
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Livraria FraaciK* Alves - R. Farme
de Amoedo, 57 - Ipanema
Modera Soud - R. Barata Ribeiro,
502, D - Copacabana
Nativo Art - R.' Francisco
Otaviano, 67, Ij 49 - Arpoador
Rip Carl - R. Visconde de Pirajá,
S80, Ij 112 - Arpoador
Qaiesqae do Gaicho - Av. Antônio
Carlos Jobim, Ql 01 - Arpoador
QaiosqBe Nlteréi - Av. Antônio
Carlos Jobim, 250 ' praia de
Ipanema
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ViuaFmoCCaskSakodeflaM^»Praia do Flamengo, 151
Afoajá - Av. Princesa Isabel, 254
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Ataulfo de Paiva, 1292 - Lj. C
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Hermenegildo de Barres, 161 S" Tereza
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Vasceacellos (Maria Olivia de Castro - Dr. Educacional) - R. Armando dos Santos, 255 • Jd. Maria
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Adiboa (Pawer Daace) - R. José Benedito Cursino, 18
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Carangola, 44 - Santo Antônio
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Baluarte Negro - R. Emile Zola, 191
DJ's Clab - Pça. General Osório,
333 - Galeria do Comércio, lj 09
Caaciie Ras • R. Guilherme Alves,
1176 - Partenon
Asses, de Cimaaira;8a Nepa-Av Joio
Goulart 551 (usina do gasômetro)
Bazafra - Higs 709, BI M, casa 30
(061) 243-6091
Bahia Bar - Largo do Pero Vaz Liberdade, Banda Furacão
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FaraMadt iieCamaafcaçfartJFBa-R.Basflio da Gama - Campus/Canela
Bar e Reslaaraate Abdia - R. Marquês
de Leão, 173 Barra
AkierAmareiaScte(Ha«diyia«mho)R. Alfredo de Brito, 20 - Pelourinho
Kaya CD'j ■ Beco Maria da Paz, Ed.
Bandeirantes - lj. 1 - Centro
Braziliaa Soaad - R. Francisco Moniz
Barreto, 18/20 - Pelourinho
litoralNorte-RCregór»de Mattos,38Pelourinho
Caaa da Bcaia - R. Pe. Agostinho
Gomes, 17 - Pelourinho
FuadatiotasadeJotíeAinade-Largpdo
Pelourinho
Diaha do Acarajé - R. Vise. de Cachoeira, s/n - Rio Vermelho
Masca Afro Brasileiro - Pça. Terreiro
de Jesus, 17 - Centro
Jiaie de Carvalha - R. Professor Si
Nunes, 53 - Cidade Nova
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Gerhard Meyer, s/n" - Centro
powoseouto/BA
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AcadoniadeCapodraGeraBPortoSegBro - Arraial D'Ajuda
Beca das Cores - Est. Mucugê, s/n° -
Boite Baraca Loto - Praia do
Mucugê, s/n" - Arraial D'Ajuda
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Centro de Catara Negra - R. dos
Guaranis, s/n" - Bares - João
Pessoa
UNIÃO DOS PAiMAKS/At
Rídio Popalar - R. Antônio Gomes da Silva - B. Roberto C. de
Araújo
Ccdcapa - R. dos Timbiras, passagem Paulo VI, 244
W^JcApA/rA
Casa da Catara de Marabi-Folha
31, Qaadra Especial - Nova
Marabi
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Balogaas - R. do Hospício, 194
• Boa Vista, Ed Olimpia, si
704
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Tento Aguiar, 56 - Madalena
Centro Laís Freire (Cristiano) R. 27 de janeiro, 181 - Carmo
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Grupo Zala - Ed. Espenelio, apt°
202, 6* etapa - Coqueiral de
Itaparica - Vila Velha
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Uaiv. Papalardo MS (Naelson da
Silva Freire) - R. Barão do Rio,
488 conj. S/01
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Gracoa - R. Nogueira Accioly,
2025 - Piedade-
Foto Joaé Renato
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