EVOLUÇÃO POLÍTICA DO BRASIL A COLÔNIA - A REVOLUÇÃO - O IMPÉRIO A COLÔNIA A colonização do Brasil constituiu para Portugal um problema por causa da pouca quantidade de habitantes que tinham, além de outras conquistas ultramarinas da África e da Ásia. O tráfico das Índias era a meta principal de todos os esforços lusitanos, e seus navegantes se sucedem na busca da rota que para lá conduziria os mercadores de Portugual. Afora as concessões para exploração do Pau-Brasil, única riqueza aproveitável encontrada, nada mais fez a Coroa Portuguesa com relação à nova colônia nos primeiros trinta anos posteriores à descoberta. Cogitou-se então da única forma de defesa: a colonização. Resolveu-se o problema com a criação das capitanias hereditárias, repetindo-se em larga escala o processo adotado anos antes na colonização dos Açores e da Madeira. O regime das capitanias foi em princípio caracteristicamente feudal. Não gozavam os donatários de nenhum direito sobre a terra, vedando-lhes mesmo expressamente os forais a posse de mais de dez léguas de terra. O caráter mais profundo da colonização reside na forma pela qual se distribuiu a terra. A superfície do solo e seus recursos naturais constituíam , a única riqueza da colônia. Os forais dos donatários determinavam que as terras fossem distribuídas em sesmarias aos moradores. Ficava, portanto, a apropriação da terra vazada em determinada forma jurídica , pois a designação sesmarias não era doação, pelo contrário subordinava-se especificamente a certos caracteres jurídicos. O que caracterizava as sesmarias é a obrigação do seu aproveitamento por parte do beneficiário dentro de um certo prazo. A economia agrária colonial sempre teve por tipo a grande exploração rural. No entanto, a pequena propriedade não encontrou terreno favorável para se desenvolver na economia da colônia. No Brasil Colônia a instalação, por exemplo, de um engenho de açúcar, exigia grandes recursos e o seu funcionamento precisava de 150 à 200 trabalhadores. Ou seja, nessas condições não era possível à pequena propriedade no Brasil. Impelidos pelas circunstâncias se vão os pequenos proprietários aos poucos se desfazendo de suas posses em benefício dos grandes domínios. Depois de tal processo de eliminação da pequena propriedade, vai-se afinal fundar toda a economia agrária da colônia unicamente no grande domínio rural. Compreende-se a importância destes grandes agricultores em meio de uma população miserável de índios, mestiços e negros escravos. E desde o início da colonização é destes que se constitui a massa popular. É de fato numa base essencialmente escravista, ninguém o ignora, que assenta a economia colonial brasileira. Sem escravos não era possível aos colonos abasteceram-se da mão-de-obra de que necessitavam. A migração branca era escassa, e tornava-se assim indispensável o emprego do braço escravo de outras raças. Os grandes proprietários eram o poder político da colônia. A relativa simplicidade da estrutura social brasileira no primeiro século e meio do descobrimento se complica na segunda metade do séc. XVII, com o aumento da riqueza e desenvolvimento econômico do país, pela intromissão de novas formas econômicas e sociais. Ao lado da economia agrícola que até então dominara, se desenvolve a mobiliária: o comércio e o crédito. E com ela surge uma rica burguesia de negociantes , que, por seus haveres rapidamente acumulados, começa a por em xeque a nobreza dos proprietários rurais, até então a única classe abastada e, portanto, de prestígio da colônia. Com o decorrer dos anos alinham-se assim, frente a frente, diferenciadas pela evolução econômica e social da colônia, interesses opostos: de um lado os dos brasileiros, especialmente dos proprietários rurais, a aristocracia fundiária nacional, que mais diretamente sofria o ônus da opressão colonial, de outro os da metrópole, e a eles ligados, os dos mercadores portugueses, a burguesia colonial. Assim, os grandes proprietários rurais vão perdendo poder para a burguesia comercial, perdendo seu monopólio exclusivo e ocorrendo então a transformação da política da colônia. A REVOLUÇÃO A transferência da Corte portuguesa para o Brasil em 1808 veio dar à nossa emancipação política em caráter que a singulariza no conjunto do processo histórico da independência das colônias americanas. A questão em vista era a liberdade do comércio das colônias portuguesas, especialmente do Brasil. Os comerciantes Portugueses viram-se prejudicados pela supressão das inúmeras restrições que oneravam a economia brasileira. Com o declínio do regime colonial sentiam-se decair dos passados privilégios e vantagens. Senhores exclusivos, até então, do comércio da colônia, são agora dele excluídos por concorrentes de outras nações, que depois da vinda de D. João não encontram mais abertas as portas do Brasil. Era natural, portanto, que os antigos monopolistas do nosso comércio se constituíssem em adversários do novo sistema, e se aliassem por isso à revolução de que esperavam um retorno ao passado. A emancipação política do Brasil resultou do desenvolvimento econômico do país, incompatível com o regime de colônia que o peava, e eu por conseguinte, sob sua pressão, tinha de ceder. A estrutura política do Brasil Colônia que já não correspondendo ao estado das forças produtivas e à infra-estrutura econômica do país, se rompe, para dar lugar a outras formas mais adequadas, às novas condições econômicas e capazes de conter a sua revolução. A independência se fez por uma simples transferência pacífica de poderes da metrópole para o novo governo brasileiro. E na falta de movimentos populares, na falta de participação direta das massas neste processo, o poder é todo absorvido pelas classes superiores da ex-colônia, naturalmente as únicas em contato direto com o Regente e sua política. Fez-se a Independência praticamente à revelia do povo e se isto lhe poupou sacrifícios, também afastou por completo sua participação na nova ordem política. A Independência brasileira é fruto mais de uma classe que da nação tomada em conjunto. Com a abolição de D. Pedro I chega a revolução da Independência ao termo natural de sua evolução: a consolidação do “estado nacional”. O primeiro reinado não passar de um período de transição em que a reação portuguesa, apoiada no absolutismo precário do soberano, se conservava no poder. Nesse tempo aconteceu a revolta dos cabanos no Pará e a regência de Feijó; no Rio Grande do Sul a Guerra dos Farrapos e a revolta dos balaios e a agitação praieira, entre outras. De 1837 a 1849 percorre a política brasileira a mais caracterizada trajetória reacionária de sua história. E assim entramos na segunda metade do século passado. As massas populares, mantidas numa sujeição completa por leis e instituições opressivas, passam para um segundo plano, substituindo pela passividade sua intensa vida política dos anos anteriores. Será a luta das tendências opostas de grupos burgueses que constituirá a história política da segunda metade do século passado. O período anterior fora de hesitações, de reagrupamento de forças dispersas pela abertura do novo ciclo histórico que assinala a abdicação do primeiro imperador: a consolidação definitiva da independência nacional. Depois disto, parece que a reação toma consciência de seu papel e, abandonando as hesitações do passado, entra definitivamente no rumo natural de sua evolução. O IMPÉRIO O ponto de partida de toda nossa evolução posterior: é a abolição do tráfico de escravos em 1850. Nenhum outro acontecimento de nossa história teve talvez repercussão tão profunda O Brasil, que com a abertura dos portos em 1808 e o desaparecimento dos entraves que ao seu desenvolvimento opunha o regime de colônia, entrava num período de notável surto econômico, não podia dispensar o tráfico de escravos que era ainda a principal fonte de abastecimento de mão-de-obra nacional. Daí o reconhecimento da sua absoluta necessidade; o tráfico ainda correspondia ao estado das nossas forças produtivas. O efeito imediato desta supressão do tráfico foi liberar subitamente capitais consideráveis invertidos. Esta intensa atividade se manifesta nos primeiros grandes empreendimentos materiais do país, todos posteriores a 1850. em 1854 começa a trafegar a primeira estrada de ferro brasileira, do porto de Mauá a Fragoso. No ano seguinte inicia-se a construção da Estrada de Ferro Pedro II (Central do Brasil). O Telégrafo é inaugurado em 1852, e fazem-se na mesma época as primeiras concessões para as linhas de navegação. • Assinala-se, portanto este período que se inaugura com a segunda metade do século passado pelos primeiros passos no sentido da “modernização” do país. Desenvolve-se uma parte “progressista” da burguesia nacional ávida de reformas e cujos interesses estreitamente se vinculavam à transformação econômica do país. • A exploração agrícola que possuímos e a degradando o trabalho em geral, afugentava o braço livre de que carecíamos. Assim, a favor da escravidão estavam tão somente os proprietários de escravos, e contra todas as demais forças políticas e sociais do país. A supressão do tráfico teve por efeito encarecer de forma considerável a mão-deobra servil, estancando como estancou a principal fonte de abastecimento. Nestas condições, apenas podiam suportar o elevado custos dos escravos, determinadas culturas altamente lucrativas, como o café, que, localizado nas províncias do Sul (Rio e São Paulo), atravessava uma fase de considerável expansão. O Império se definia francamente pelo passado. O império se mostrava incapaz de resolver os problemas nacionais, a começar pela emancipação dos escravos, de cuja solução dependia o progresso do país. E por isso sua estabilidade estava definitivamente comprometida. • A abolição, afinal decretada em 1888, em nada contribuiu para reforçar as instituições vacilantes: serviu a abolição apenas para alienar do trono as últimas simpatias com que ainda contava. Quando Ouro Preto pensou galvanizar o Império moribundo com seu imenso programa de reformas, era tarde: ele já agonizava. Pergunta? A formação Política e Econômica do Brasil contribuiu para a desigual concentração de renda no país e conseqüentemente o processo de desenvolvimento do mesmo. Partindo para a história mais recente o que mudou? Estamos optando por caminhos diferentes? Qual é a tendência que prevalece? REFERÊNCIAS • • • • • • • • • • • • • • • ANTUNES, Paulo Bessa. Direito Ambiental. 2ed. Amplamente Reformulado. 14ª ed., Rio de Janeiro: Atlas, 2012. Amaral, Diogo Freitas, Ciência Política, vol I ,Coimbra,1990 AQUINO, Rubim Santos Leão de . et al. História das Sociedades Americanas. 7 ed. Rio de Janeiro: Record, 2000. ARANHA, Maria Lúcia. Filosofando: Introdução á Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993. ARRUDA, José Jobson de A. e PILETTI, Nelson. Toda a História. 4 ed. São Paulo: Ática, 1996. ASCENSÃO, José de Oliveira. 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Freitas – Advogado – OAB-BA Nº 30.553 • Professor de Direito do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA – campus de Vitória da Conquista • Diretor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA – campus de Brumado. • Bacharel em Teologia • Especialista em Direito Educacional - FTC • Especialista em Educação Profissional e de Jovens e Adultos - IFBA • Mestrando em Filosofia - UFSC Email: [email protected] Facebook: Ney Maximus