3 DOMINGO 23, SETEMBRO, 2012 ElizabethMarinheiro Linha direta com a coluna: [email protected] Vinte-e-quatro de setembro é data do meu amanhã. De todo meu existir. Não o esqueço um segundo. Frequentemente, sinto-o perto de mim que nem um anjo. Confortando-me, aconselhando-me e, sobretudo, compreendendo-me. Filho amado: não tenho mais tua alegria. Não tenho mais tuas advertências. Não tenho mais o calor dos teus abraços. Não tenho mais tua luz. Não tenho mais tua companhia. Conforta-me a lembrança dos felizes momentos. A praia. Teus colegas. Os assustados. Os programas no Rio: garotas, compras, sorvetes, cinema/pipoca. Não consigo fixar o olhar na HELP, tua balada preferida. Não, não sou um barco à deriva. Mas, há ruídos em minha sintonia. Carrego aquele caldeirão onde dialogam o agônico e o esperante; o risco e o transe; a causalidade e o destino. São meus olhos súplices diante do caldeirão... Com tua indiscutível simplicidade deste-me – sem o desejar – algumas lições. Que as pessoas são felizes quando são iguais. Que o homem só não se completa. Que é salutar fazer poucos planos. Que é melhor o prazer de jogar que o dever de ganhar. Nunca quiseste ser o primeiro da fila ... Marinheirinho amado: recuso o total absurdo de Ionesco e te dedico esta canção: “ Mamá. Yo quiero ser de plata. TESSITURAS Hijo, Tendrás mucho frio. Mamá. Yo quiero ser de agua. Hijo, Tendrás mucho frio. Mamá. Bórdame em tu almohada. ¡Eso sí ! ¡Ahora mismo!” FEDERICO GARCIA LORCA. Serás, meu filho, mais que um bordado. És carinhoso emblema plenificando todos os meus dias com a beleza – física e ética – que me deixaste como legado essencial. Graças a Deus. MEMÓRIA. O Clube PENSAMENTO/ESTUDO/NACIONALIDADE – 1ª Seccional PEN da Paraíba realizou, com êxito, suas atividades do segundo semestre/2012. A primeira parte da reunião foi aberta pelo FACMA-DRIGAL que ressuscitou sob a coordenação da Profa. Mercês Pinheiro e novos (as) integrantes visivelmente entusiasmados (as). Foi lindo! Mais uma vez O contista da família Ramos Nova edição de 'Circuito Fechado' marca 40 anos da obra e 20 da morte de seu autor, Ricardo Ramos, filho de Graciliano Se, como acreditava Freud, é na primeira infância que se determina a personalidade de um indivíduo, Ricardo Ramos teve a sua forjada em um ambiente que não poderia empurrá-lo para outro ofício além daquele exercido pelo pai: Graciliano Ramos. Nascido em 1929 na Palmeira dos Índios onde o autor de Vidas Secas (1938) era então prefeito, Ricardo Ramos frequentou um ambiente privilegiado de escritores que orbitaram em torno da figura do pai, como José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Aurélio Buarque de Holanda e Valdemar Cavalcanti. Circuito Fechado (1972), um dos seus nove títulos voltados ao conto, acaba de receber novo tratamento pela Editora Globo através do selo Biblioteca Azul (152 páginas, R$ 34,90). É a segunda obra do escritor que merece reedição pela Globo. Graciliano: Retratos Fragmentados (272 páginas, R$ 39,90), compilado das memórias acerca do pai que coletara desde os 15 anos, quando retomaram um contato que se perdeu na época em que Graciliano foi refém da Ditadura, teve relançamento no ano passado. Cativo da narrativa breve, Ricardo Ramos emplacou em pouco mais de uma década nada menos que três Prêmios Jabutis (1960, 1962 e 1971). CURTO-CIRCUITO. Ricardo Ramos dedicou-se às narrativas breves: recebeu três Jabutis por elas Um dos contos da série que batiza o volume, construído apenas com base em substantivos, é um de seus textos mais populares e carimbou seu ingresso na antologia O Conto Brasileiro Contemporâneo (1975), de Alfredo Bosi. Segundo Bosi, "a matéria dos textos curtos e substantivos" reflete “a sociedade de consumo que se reinventa pelo miúdo no elenco de objetos e hábitos compulsivos”. A apresentação de Circuito Fechado foi feita por Alcides Vilaça e Lygia Fagundes Telles, que assina o prefácio, corrobora: "Ricardo Ramos foi o autor perfeito diante da fragilidade do leitor que busca encontrar no livro uma chama de esperança para aliviar o homem neste mundo tão difícil". Escritora CLÁSSICO 'Dom Quixote' italiano ganha tradução direta F Tiago Germano D Tiago Germano justifico a ausência do maestro Alexandre em virtude do falecimento de seu irmão. Minha solidariedade ao Alexandre. E muito bonito o novo figurino inaugurado pelos (as) coralistas. Bravo! Na sequência, a pauta burocrática conduzida pela Doutoranda Divanira Arcoverde (Secretária-Titular) e pela escritora Conceição Araújo (Sócia Efetiva). O segundo Ato foi solene. Marcou-se a 33ª etapa do Projeto MEMÓRIA DE CAMPINA GRANDE evocando a memória de um homem múltiplo: Médico SEVERINO CRUZ. Após o Hino Nacional Brasileiro, ocuparam a tribuna o Dr. Fábio Cruz e a Profa. Ana Lígia Cruz Barbosa Araújo que, em estilo inovador, memorializaram Dr. Cruz com indiscutível competência. Auxiliados por audiovisual, os Comunicadores elaboraram um link apoiado no gênero dialógico-alternado. E o resultado foi o aplauso forte de um auditório seleto. O presidente José Mário, com seu talento, facultou a palavra, possibilitando importantes depoimentos em torno do mestre Dr. Cruz. Finalizando os Atos, surge a Dra. Célia Téjo que, com seu elegantíssimo professor, encantou o público presente. Em figurino esvoaçante, Célia dançou qual sílfide na Ilha dos Amores (Camões). Célia-enlêvo. Célia-leveza. Célia-arte! ABRAÇOS. Desta cidade desmaravilhada, meus abreijos de estima para Terezinha/Evaldo Gonçalves, Marcelo A. Ramos, Euri/Paulinho Agra, Felipe Pinheiro, Mércia Gouveia, Estelita Cardoso e Veruska/ Verônica Figueiredo. Ao meu leitor todo meu amor. A revisão da bibliografia dá-se 40 anos após a primeira edição de Circuito Fechado e 20 anos após a morte do ficcionista, que além das nove coletâneas de contos e um volume biográfico, deixou dois romances, três novelas e dois ensaios. Ricardo Ramos morreu em 1992, em São Paulo, onde se mudou para dedicar-se à publicidade, uma das influência do caráter de sua prosa. Na capital paulista, presidiu a União Brasileira de Escritores e foi o primeiro diretor do Museu da Literatura Paulista. Até este ano, quem quisesse conhecer Os Noivos (1840), romance que inaugurou a tradição do romance moderno na Itália, tinha uma alternativa pouco tentadora: brigar com os ácaros dos sebos pela tradução de Marina Guaspari para a sua edição mais popular no Brasil, publicada em uma daquelas coleções de clássicos da Abril em meados do século passado. Os prospectos para os leitores eram os piores possíveis: Luígi Castagnola, da Universidade Federal do Paraná, narrando o seu contato com esta tradução para um estudo sobre publicações do autor Alessandro Manzoni no Brasil, descreve-a, citando Giovanni Papini, como "um espetáculo tal de arrancar lágrimas de um olho de porcelana". A agonia finalmente acabou: a Nova Alexandria, que está se especializando na edição de clássicos dentro do calendário do Momento Itália-Brasil 2011/2012, acaba de lançar a tradução integral do texto de Manzoni, diretamente do italiano, por Francisco Degani, mestre em Letras e Literatura Italiana pela Universidade de São Paulo. Como delicioso sobejo, o pequeno tijolo rubro traz ainda a tradução de A História da Coluna Infame, publicada em 1832. A aguardada tradução põe termo a uma história antiga, que remonta o período do Ministro Jarbas Passarinho como Ministro da Educação :R  ̄D EDIÇÃO AGUARDADA. 'Os Noivos', de Alessandro Manzoni, sai pela Nova Alexandria (à época, Educação e Cultura). Assinada em 5 de outubro de 1972, uma portaria manifestava o apreço de Passarinho pela literatura de Manzoni e oficializava, no primeiro centenário da morte do romancista, a criação de uma comissão encarregada de produzir uma edição bilíngue do livro e um volume de ensaios. Os ensaios chegaram às estantes, o livro, entretanto, nunca foi levado a cabo. Segundo Castagnola, até Dom Pedro II foi um eventual tradutor de Manzoni, nacionalizando a famosa ode 'Il Cinque Maggio' ('Cinco de Maio'), do também poeta milanês. Os Noivos se passa no norte da Itália entre os anos de 1628 e 1630, quando a região estava sob o jugo espanhol e sofria as agruras da peste bubônica. Pela temática, aproxima-se de outro romance de igual repercussão histórica: o Decamerão (1348-1353), de Boccaccio. Alessandro Manzoni, que após a publicação da obra foi nomeado senador e presidiu a Comissão para a Unificação da Língua Italiana, é considerado o segundo reformista do idioma, precedido por Dante Aliguieri que oficializou o dialeto toscano como língua padrão com a sua Divina Comédia (século 14). A atual capa reproduz parte da original, curada pelo próprio autor, e as belas ilustrações do miolo são do pintor italiano Francesco Gonin. Uma obra que vai demorar a se esgotar por sua inegável importância histórica. 24 DE SETEMBRO - Em 1896 nascia o escritor norte-americano F. Scott Fitzgerald, considerado um dos maiores do século 20. Foi um dos escritores da chamada 'geração perdida' da literatura estadunidense. Suas histórias, reunidas sob o título Contos da Era do Jazz, refletiam o estado de espírito da época. Na França, concluiu o terceiro e o mais célebre de seus romances: O Grande Gatsby (1925). 25 DE SETEMBRO - Há 60 anos nascia o ator norte-americano Christopher Reeve, mais conhecido por encarnar o ícone pop dos quadrinhos Super-Homem nos cinemas em quatro filmes. Destaca-se na sua filmografia longas como Em Algum Lugar no Passado (1980) e Vestígios do Dia (1993). Em 1995, uma queda de cavalo o deixou tetraplégico. Morreu em 6 de março de 2006, aos 52, vítima de câncer pulmonar. 26 DE SETEMBRO - Há um ano morria, aos 78 anos, o italiano Sergio Bonelli. Tornou-se famoso como editor do caubói Tex e criador de Zagor e Mister No. Filho de Gian Luigi Bonelli (1908-2001), o 'pai' do Tex, colaborava não-oficialmente com ele nos roteiros do personagem por anos. Foi também editor responsável por títulos de grande sucesso nos quadrinhos como Martin Mystère, Dylan Dog e Nathan Never. 27 DE SETEMBRO - Há 60 anos morria, devido a um acidente automobilístico, aos 54 anos, o cantor carioca Francisco Alves. Um dos intérpretes mais populares de sua época, era conhecido como 'O rei da voz'. Seu primeiro sucesso foi a marcha carnavalesca 'O pé de anjo', do compositor Sinhô. Compôs com Orestes Barbosa obras como 'Meu companheiro', 'A mulher que ficou na taça' e 'Por teu amor'. 28 DE SETEMBRO - Há 70 anos nascia o cantor e compositor carioca Tim Maia, responsável pela introdução do estilo soul na música popular brasileira. Entre seus sucessos estão músicas como 'Não quero dinheiro', 'Gostava tanto de você', 'Descobridor dos sete mares' e 'Me dê motivo'. Morreu no dia 15 de março de 1998, aos 55 anos, após duas paradas cardiorrespiratórias. 29 DE SETEMBRO - Centenário de nascimento do diretor italiano Michelangelo Antonioni. O seu primeiro sucesso foi A Aventura (1960), primeiro longa de uma trilogia formada por A Noite (1961) e O Eclipse (1962). Na sua filmografia, destacam-se clássicos como Blowup - Depois Daquele Beijo (1966) e Profissão: Repórter (1975). Morreu em 30 de julho de 2007, aos 94, mesmo dia em que Ingmar Bergman deixava o mundo.