Eva-Maria von Kemnitz
(Coordenadora)
ESTUDOS ORIENTAIS
Volume comemorativo do primeiro decénio
do Instituto de Estudos Orientais (2002-2012)
Lisboa Universidade Católica Editora 2012
Índice
Prefácio
7
Manuel Braga da Cruz
Apresentação
9
Eva­‑Maria von Kemnitz
Textos introdutórios
Estudos Árabo­‑ Islâmicos e Orientais em Portugal
13
Luís Filipe F. R. Thomaz
O Mestrado em Estudos Orientais do IEO
33
Luís Filipe F. R. Thomaz
Estudos
O Japão em Portugal – Estudos e Iniciativas
47
Ana Fernandes Pinto
José Daniel Colaço (1831­‑1907).
Um Orientalista português esquecido
55
Eva­‑Maria von Kemnitz
The Introduction of Islam in the Maluku Islands
(Eastern Indonesia): Early Iberian Evidence and Oral Traditions
65
Manuel Lobato
A Crise Económico­‑Financeira de 2008 e o Retorno da Ásia: a Vingança do Estado?
Luís Mah
75
Evolução da língua persa e excepcionalidade da poesia de Rudaki
83
Halima Naimova
«Estos enemigos ladrones que tenemos contra nuestra voluntad».
Notas e observações acerca dos Sangleys de Manila
93
Paulo Jorge de Sousa Pinto
Um Sultão Malaio sob Protectorado – o caso de
Abdallah de Kampar (c. 1495­‑1515)
105
Jorge Santos Alves
Um bispo árabo­‑ caldeu entre a união com Roma e a tentativa de assistência aos cristaõs malabares da Índia portuguesa de setecentos (Mā r Simão Kiriakos, m. 1720)
115
Adel Y. Sidarus
Dares & Tomares no Orientalismo Português
135
João Teles e Cunha
As proximidades “afastadas” da língua árabe com a Europa. Um olhar português
Margared Wardian
165
Prefácio
Manuel Braga da Cruz
O Instituto de Estudos Orientais iniciou as suas actividades há precisa‑
mente dez anos, sob a direcção do Prof. Luis Filipe Thomaz.
Foram dez anos de intensa actividade, não apenas docente mas de inves‑
tigação, e de outras actividades académicas, que o prestigiaram no âmbito
nacional e internacional, e muito contribuíram para o enriquecimento da
Universidade Católica Portuguesa.
A intenção que presidiu à sua criação era a de promover em Portugal e
na Universidade Católica Portuguesa, o interesse pela cultura, civilização e
línguas dos vários países orientais, precisamente poucos anos volvidos sobre a
transição da administração de Macau para a China. A cessação da soberania
portuguesa em Macau não significava, nem o abandono e perda de interesse
pelo Oriente por parte de Portugal, nem o fim da importância de Macau e
do Oriente para a cultura portuguesa e para todo o espaço lusófono.
Era importante assegurar, simultaneamente, a presença universitária
portuguesa em Macau e a presença do Oriente, da sua cultura, da sua his‑
tória e das suas línguas na universidade portuguesa. Por isso a Universidade
Católica Portuguesa criou em 1995 a que viria a ser a Universidade de
S. José em Macau e o Instituto de Estudos Orientais em Lisboa, pouco depois.
Tínhamos consciência que a saída da administração portuguesa de
Macau iria fazer diminuir o interesse imediato pela formação em Estudos
Orientais, apesar da crescente importância da China na cena e na economia
internacionais. Contudo, estrategicamente, compreendíamos a importância
actual e futura da oferta dessa formação, que não podia deixar de partir do
conhecimento do papel histórico de Portugal no estreitamento de laços
civilizacionais da Europa e do ocidente com todo o oriente.
O Prof. Luis Filipe Thomaz, pelo seu brilhante curriculum universitário,
pelo seu reconhecido prestígio académico, era a pessoa ideal para assumir esta
tarefa. Durante dez anos desempenhou magistralmente as funções de Director
fundador do Instituto de Estudos Orientais, liderando uma notável equipa de
especialistas que, esforçadamente, conseguiu edificar com ele uma unidade
de que se orgulha legitimamente a Universidade e os que nele colaboram.
8
Manuel Braga da Cruz
Os trabalhos científicos que aqui se reúnem atestam bem o que foi o
labor científico e académico do Instituto e dos que com ele colaboraram, e
o nível conseguido pelo trabalho comunitário coordenado pelo Prof. Luis
Filipe Thomaz, e dão bem a entender a ideia que orientou o percurso feito.
Portugal continua a ser porta do Oriente na Europa e porta europeia para
o Oriente. Daí a necessidade de dar a conhecer o Oriente na universidade
europeia e de dar a conhecer a Europa no Oriente.
Falamos de todo o Oriente, desde o próximo até ao extremo, e por isso
os estudos aqui reunidos cobrem este imenso arco geográfico que vai desde
as civilizações e culturas árabes até às do índico e do pacífico.
Agradeço em nome da Universidade a todos os que contribuíram para
a afirmação do Instituto de Estudos Orientais mas sobretudo ao Prof. Luis
Filipe Thomaz o ter marcado tão decisivamente desde os primórdios o nível
de excelência que a instituição pretende guardar para o futuro.
Manuel Braga da Cruz
Reitor
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