! ! ! PAULO HENRIQUE ARRUDA FERNANDES ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE UMA USINA DE RECICLAGEM DE PAPELÃO NO DISTRITO FEDERAL ! ! ! ! ! ! ! ! ! Artigo apresentado ao curso de graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção de Título de Bacharel em Engenharia Ambiental. ! Orientador: Prof. Dr. Douglas José da Silva ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! Brasília 2013 ! ! ! Artigo de autoria de Paulo Henrique Arruda Fernandes, intitulado “ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE UMA USINA DE RECICLAGEM DE PAPELÃO NO DISTRITO FEDERAL”, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Brasília, em 29 de novembro de 2013, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada: ! ! ! ! ! __________________________________________________ Prof. Dr. Douglas José da Silva Orientador Curso de Engenharia Ambiental – UCB ! ! ! ! ! ! __________________________________________________ Prof. MSc. Willen Barbosa Examinador Curso de Engenharia Ambiental – UCB ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !3 ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE UMA USINA DE RECICLAGEM DE PAPELÃO NO DISTRITO FEDERAL RESUMO ! ! PAULO HENRIQUE ARRUDA FERNANDES ! ! ! A população do Distrito Federal gera um expressivo volume de resíduos sólidos, assim como outros grandes centros urbanos do Brasil. A destinação final do resíduo gerado é um problema devido à falta de centros de disposição final de resíduos que são adequados às normas sanitárias. Felizmente o papelão ondulado possui uma alta taxa de reciclagem no Brasil: cerca de 73% do papelão produzido retorna para a cadeia de reciclagem. O presente estudo analisou as condicionantes técnicas e econômicas para a implantação de uma usina de reciclagem de papelão no Distrito Federal, com a premissa quantitativa e qualitativa de que existe ganho ambiental para a sociedade. O estudo contemplou análises de custos da operação e manutenção de uma usina de reciclagem de papelão ondulado. Os resultados se mostraram positivos nos dois cenários simulados, sendo que o primeiro cenário conta com a venda de todo o produto gerado pela reciclagem e com retorno do investimento em 3 meses e rentabilidade de 478%. O segundo cenário conta com a venda de apenas 50% da produção de reciclado, e tem o retorno do investimento em 7 meses e rentabilidade de 159%. Em ambos os cenários a implantação da usina se mostra viável. ! Palavra chave: Papelão ondulado. Viabilidade técnica e econômica; Reciclagem. ! 1 INTRODUÇÄO ! O Brasil vem vivendo um forte aumento no segmento das indústrias de reciclagem devido ao constante crescimento da conscientização ambiental da população, falta de recursos naturais e alto preço da matéria prima virgem, que começa a exigir produtos de origens menos agressivas ao meio ambiente. O presente estudo abordará e avaliará as diretrizes técnicas e econômicas de uma usina de reciclagem de papelão, também conhecido como corrugado, que pode ser usado basicamente em embalagens para transporte de produtos para fábricas, depósitos, escritórios e residências. As caixas feitas em papelão são facilmente recicláveis, consumidas principalmente pelas industrias de embalagens, responsáveis pela utilização de 64,5% das aparas recicladas no Brasil. [...] o processo de produção do papelão é o que mais utiliza material reciclado no país, de acordo com o Compromisso Empresarial Para Reciclagem (CEMPRE). O presente trabalho tem como objetivo geral caracterizar e avaliar as condicionantes técnicas e econômicas da implantação e operação de uma usina de reciclagem de papel ondulado no Distrito Federal. O estudo tem como objetivos específicos identificar os pontos fortes e fracos do projeto afim de fortalecer os pontos fortes e neutralizar os pontos que podem afetar o sucesso do empreendimento, reunir informações sobre a legislação aplicada ao empreendimento, interpretar dados referentes ao processo de reciclagem e verificar a viabilidade da implantação da usina. !4 A revolução industrial, iniciada no século 18, expandiu-se com intenso vigor no século 19, com invenções que mudariam para sempre a história do desenvolvimento da humanidade: locomotivas a vapor, lâmpada elétrica, automóvel, telefone, máquina de escrever, fotografia, cinema, entre outras. Na indústria, foi inventado o conceito de linha de montagem, sistema que acelerou a produção de bens de consumo em larga escala. Neste século tão rico em transformações que surgiu o papelão ondulado, inicialmente projetado como proteção interna de chapéus, na Inglaterra de 1856. As características de proteção e a facilidade de trabalho deste versátil material foram logo adaptadas para o uso em embalagens. Em 1871, o americano Albert L. Jones patenteou embalagens produzidas em papelão ondulado para envolver produtos frágeis, como garrafas de vidro. No século 20, o papelão ondulado continuaria sendo a matéria-prima mais utilizada no mundo para proteger, transportar e expor mercadorias, permeando a cadeia de produção de produtos de consumo. Hoje, a tecnologia do papelão ondulado oferece diversas gramaturas em composições de capa e miolo que permitem uma variedade de estruturas rígidas e, ao mesmo tempo, leves, para as mais diversas aplicações. Com inovações em design e sistemas construtivos, impressão e acabamento de alta qualidade, as embalagens de papelão ondulado expandem suas fronteiras e passam a ser notadas nos pontos de venda mundiais, como embalagens primárias sustentáveis. A tecnologia da produção da embalagem de papelão ondulado evolui sempre, e suas qualidades essenciais, cada vez mais valorizadas, permanecem intactas: matéria-prima 100% reciclável, 100% biodegradável e 100% proveniente de fontes renováveis (ABPO, 2013). No ano de 2011, cerca de 73,3% do volume total de papelão consumido foi reciclado, esse valor corresponde a cerca de 3.393.000 toneladas, conforme o CEMPRE. Apesar do índice de reciclagem relativamente alto, ainda há muito a se explorar e expandir na reciclagem de papelão no Brasil. As grandes usinas de reciclagem estão concentradas nos grandes polos industriais, fazendo com que a área de alcance de coleta e reciclagem do papelão não seja uniforme em todo território brasileiro, ou seja, ainda há regiões do Brasil em que a taxa de reciclagem do papelão é baixa. O Brasil é um grande reciclados de papeis. Esse título pode ser dado ao Brasil pelo volume expressivo de recuperação de papeis recicláveis que, após o descarte, são convertidos em novos produtos que retornam para a cadeia de consumo. O esclarecimento da população sobre a preservação do meio ambiente e campanhas que incentivam o descarte adequado e a coleta seletiva têm colaborado fortemente para que a indústria de reciclagem se desenvolva e cresça cada vez mais no País. Apesar do incentivo às maiores taxas de reciclagem do papel, a legislação nacional é rigorosa a respeito da utilização de papelão reciclado que contenham contaminações, o que é comum devido a forma que o papel é descartado, coletado e manuseado, para embalagem e transporte de alguns tipos de alimentos. Por essa razão, há casos onde a exigência do mercado é pelas fibras virgens, limpas e menos contaminadas pelo manuseio. A região Centro Oeste, região de interesse no presente estudo, ainda possui uma baixa participação na reciclagem do papelão ondulado, cerca de 6,63%, na frente apenas da região Norte que tem participação de 3% no mercado de reciclagem de papelão. As regiões com maior participação na reciclagem de papelão ondulado são as regiões Sudeste e Sul, com índice de reciclagem de 52% e 29%, respectivamente. de acordo com a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). Esses dados mostram que ainda há um grande e potencial mercado de reciclagem de papelão a ser explorado na região Centro Oeste. !5 Segundo Foekel (2011), o papelão ondulado é um produto do setor de base florestal que é produzido com pastas celulósicas de fibras longas, oriundas tanto de fibras virgens como de fibras recicladas, sua principal matéria-prima. As principais fibras usadas no hemisfério sul para a produção desses papéis são aquelas individualizadas (e posteriormente recicladas) a partir das madeiras de Pinus. O papelão ondulado também é comumente chamado de corrugado. A razão para ambas as denominações é o fato de o miolo ter camadas de papel em ondas corrugadas. O papelão ondulado possui simples constituição, alta versatilidade e a grande vantagem de possuir uma alta reciclabilidade e sustentabilidade, é o produto mais utilizado para a fabricação de embalagens no mundo atual. Devido as suas inúmeras vantagens, a embalagem de papelão ondulado é extremamente competitiva para a função de proteção de produtos sensíveis, tais como os alimentos. Uma das vantagens da utilização do papelão ondulado em embalagens é a sua resistência oferecida para a proteção interna, manuseio, estocarem e todos os tipos de situações que um produto embalado pode enfrentar desde a sua origem até o destino final. A disposição das camadas de papel é o grande fator que agrega tantas vantagens ao papelão ondulado. O papelão ondulado é formado basicamente por uma placa composta por duas chapas de papel lisas, denominadas forros ou liners. Por dentro, entre as chapas, há um meio interno ondulado (o miolo do papelão), que pode ser constituído com uma ou mais camadas de papel ondulado colados aos forros externos ou mesmo a forros internos, no caso do papelão multicamadas. Geralmente o miolo tem uma coloração mais escura devido a sua composição por fibras não branqueadas de celulose. Ele garante a presença de ar na parte interna da placa, o que confere menores variações de temperatura, maior resistência a choques, e evita problemas com compressões. Quando o forro é fabricado com grande proporção de fibras virgens, denomina-se kraftliner. Se a fabricação do forro for em sua maioria com fibras recicladas, chama-se testliner. Mesmo com o grande uso de aparas de papel como fonte de fibra para a produção de papelão ondulado, é necessário o acréscimo de uma certa quantidade de fibras virgens, para agregar qualidade ao produto final. Estas fibras entram no processo de produção do kraftliner. Já no processo do papel testliner, é utilizado quase exclusivamente fibras recicladas, mas que passam por um processo de limpeza e purificação, podem até mesmo serem fracionadas, para conferirem melhor qualidade aos forros. Tanto no testliner como no kraftliner, a predominância é para longas fibras de Pinus, mas admite-se percentagens significativas de fibras curtas de eucalipto. O papel miolo, conhecido como fluting, com o qual se produz a onda, é, em sua grande maioria, fabricado exclusivamente com aparas de papel, podendo conter fibras custas e longas misturadas, podendo também ser produzido com pasta mecânica. Há também o white top liner, que é o papel branqueado fabricado com grande participação de fibras virgens. Atualmente, existem variadas e diferentes gramaturas para esses três tipos de papéis. Podendo variar entre 70 e 150 g/m² para o papel miolo e entre 100 e 250g/m² para os papéis tipo forro. Porém, em embalagens especiais, essas especificações podem ser substancialmente maiores. Existem papéis de forro com gramatura acima de 300g/m², mas existem constantes pressões por parte dos compradores para que haja redução dos pesos de embalagens. Graças a essas pressões o processo de produção do papelão ondulado tem sofrido diversas inovações para que as caixas possam ser fabricadas com papeis forro e miolo de menores gramaturas mantendo qualidade e resistência compatíveis com a demanda. !6 O principal equipamento para a produção do papelão ondulado é a onduladeira, que consiste em um conjunto de máquinas em linha que fabrica o papelão ondulado através de processo contínuo. Existem várias configurações para a onduladeira, tudo depende de qual o tipo de papelão ondulado que se quer produzir. A complexidade da onduladeira varia de acordo com a quantidade de faces e paredes, quanto maior a quantidade mais complexa é a onduladeira, acarretando no aumento de espaço e tecnologia, também para evitar desperdícios e não conformidades. As onduladeira também podem produzir ondas de tamanho variado, as quais são classificadas conforme normalização. De acordo com a terminologia da NBR 5985 utilizada pela Associação Brasileira de Papelão Ondulado, os papéis ondulados são classificados como: Face simples: estrutura formada por um elemento ondulado (miolo) colado a um elemento plano (forro). Parede simples: estrutura formada por um elemento ondulado (miolo) colado, em ambos os lados, a elementos planos (forros). Parede dupla: estrutura formada por três elementos planos (forros) colados a dois elementos ondulados (miolos) intercaladamente. Parede tripla: estrutura formada por quatro elementos planos (forros) colados em três elementos ondulados (miolos) intercaladamente. Parede múltipla: estrutura formada por cinco ou mais elementos planos (forros) colados a quatro ou mais elementos ondulados (miolos) intercaladamente. Apesar disso, o número de ondas, ondulações, largura e espessura dessas ondas são padronizadas e podem variar de acordo com o tipo de produto que se deseja proteger. Os forros, em sua maioria, possuem coloração marrom mas existem forros mosqueados em branco na parte externa ou totalmente brancos, podendo ser pintados ou então com uma camada de celulose mais clara, chegando a ter até 100% de fibras recicladas em sua composição. Existem, também, o papelão micro ondulado, neste tipo de papelão a onda do miolo fica com uma espessura diminuta, o que lhe permite receber impressões flexográficas mais sofisticadas. Atualmente, as ondas menores estão em 0,3mm de altura, e tem a sua aplicação em embalagens do segmento, alimentício, perfumarias, fruticultura, produtos farmacêuticos, higiene e limpeza, brinquedos, entre outros. Em oposição ao papelão micro ondulado, estão as embalagens formadas com miolo de ondas altas, variando entre quatro e sete milímetros de altura. Essas ondas são mais usadas em papelão de paredes duplas e triplas e são destinadas a embalagens de tamanho extra grande, destinadas a transportar volumes em toneladas. A embalagem que possui papelão ondulado pode ser pintada, tornando-a mais atrativa aos olhos do consumidor final. A maioria das colas, tintas e materiais auxiliares de empacotamento são atóxicos, o que permite uma reciclagem mais saudável, e agrega mais um fator positivo para o papelão. Não são todos os tipos de papelão que podem passar pelo processo de reciclagem. Primeiramente, existem dois tipos de papelão. O papelão ondulado - utilizado em sua grande maioria em embalagens para transporte e proteção de produtos, é identificado pela camada interna de miolo, tornando-se uma espécie de “pilha” de papelão, normalmente possuindo entre 2 e 5 camadas de papelão podendo variar de acordo com o uso desejado. Papelão plano é composto por uma única camada de papelão e normalmente é utilizado em embalagens de cereais, caixas de sapato e outros pacotes. !7 Primeiramento o material a ser reciclado deve ser classificado de acordo com o grau de limpeza das aparas e o material que se deseja produzir. Depois da classificação, inicia-se o processo de reciclagem propriamente dito. Geralmente essas classificações são feitas no momento de se adquirir a matéria prima. Depois de classificado, o papelão vai para o hidrapulper onde é batido com água para que as fibras se desagreguem, formando-se uma massa de celulose. Quando o papelão ondulado é reciclado necessita-se separar os demais materiais para que não haja contaminação, por isso a massa de celulose é encaminhada para o processo de centrifugação para retirada de impurezas (areia, prego, grampos, etc.). Saindo da centrifugação a massa de celulose segue para a caixa de entrada da onduladeira, que em sua primeira etapa, passa pela mesa formadora que retira o excesso de umidade. Logo em seguido a massa de celulose é prensada em uma prensa onde é feito a folha de papelão de acordo com a gramatura desejada, formando o testliner ou a chapa que será corrugada para ser utilizada como miolo. Para a fabricação da chapa do papelão ondulado utilizada camadas de testliner e miolo, de acordo com o produto final desejável, portanto deve se alternar a produção para que se tenha a quantidade necessária de material para a fabricação do papelão ondulado. Caso o produto desejado seja o miolo, após o acerto de gramatura a chapa de papelão segue para a onduladeira, onde a chapa é ondulada com o tamanho de onda pré estabelecido de acordo com a utilização que será dada ao produto final. Caso o produto desejado seja o testliner, a chapa seguirá para o processo de colagem, que consiste na colagem da chapa de testliner com chapa de miolo. Por fim, temos o papelão ondulado, que é enrolado em bobinas e está pronto para a comercialização. Teremos uma análise que contemplará questões sobre mercado de reciclagem, a situação dos resíduos no Distrito Federal, aquisição de matéria prima disponibilidade de matéria prima, possíveis clientes e concorrentes. De acordo com a Associação Brasileira de Celulose a Papel (BRACELPA, 2011), o consumo aparente de papel foi de 9,6 milhões de toneladas e a recuperação de aparas foi de 4,5 milhões de toneladas, o que resulta em uma taxa de recuperação de 45,7%. Para efeito de comparação, o Brasil é o décimo segundo pais no ranking de recuperação de papéis recicláveis, o ranking é liderado pelo Coréia do Sul que possui uma taxa de 91,6% de recuperação de papéis recicláveis, seguida por Alemanha, Japão e Reino Unido, com 84,8%, 79,3%, 78,7 respectivamente. O consumo aparente per capita de papel no Brasil, gira em torno de 48,6kg, sendo que 78% desse montante é de papelão ondulado. O consumo per capita no Brasil está abaixo da média do consumo mundial, que é de 57kg (BRACELPA, 2013). O Brasil, é, de fato um grande reciclador de papelão ondulado, nos últimos anos vem mantendo a taxa de reciclagem na casa dos 70%, o que é um valor bastante expressivo quando comparados a países desenvolvidos. A indústria de papel ondulado é composta por segmentos que apresentam complexas relações verticais e horizontais entre si (SAES, 2005). Tal complexidade se da principalmente pela estrutura bastante diversa dos fornecedores de sua matéria prima, que pode ser caracterizada por uma mistura de fibra reciclada e virgem. No setor do papelão ondulado, existe um número reduzido de empresas que integram em seu processo produtivo desde a floreste até as embalagens de papelão ondulado. Esse fato deve-se à presença de grandes !8 barreiras à entrada, que são causadas pela especificidade do ativo “floresta”, além da alta escala com que essa indústrias operam, levando à necessidade de grandes investimentos iniciais. No brasil, o kraftliner é produzido por três principais empresas, que são a Klabin, Grupo Orsa e a Rigesa. O mercado de material reciclado contrasta com a estrutura descrita. O reciclável é adquirida de aparistas, que por sua vez têm uma estrutura horizontal informal muito bem estruturada. A estrutura inicia-se nos acordos informais entre funcionários de limpeza de residências e/ou de escritórios com catadores de papel. Depois, passa por pequenas empresas, em sua maioria informais, chamadas de “sucateiras”, que adquirem o produto e o encaminham para os aparistas, os quais têm contato com as empresas de papel ondulado. Além das grandes empresas integradas verticalmente, existem também médias e pequenas empresas que adquirem no mercado o kraftliner, que, juntamente com o reciclado, fabricam o ondulado. A onduladeira é o principal equipamento da fábrica: ondula a folha de papel e cola-a com duas outras folhas planas. Segundo a ABPO, em 2010, 149 onduladeiras estão em funcionamento no Brasil, porém a ABPO não informa qual o número de empresas que possuem onduladeiras. Vale observar que essas empresas, além de compradoras do kraftliner das empresas integradas, podem também se tornar suas concorrentes em determinados mercados. Esse é um segmento com um grande número de empresas, que, apesar de necessitar de investimentos maiores do que o das empresas de cartonagens, requer investimentos bem menores do que o de outros tipos de papel, como os de imprimir e escrever ou mesmo de kraftliner. De acordo com a Associação Nacional de Aparistas de Papel (ANAP), a aquisição de matéria prima poderia ser realizada conforme apresentada na Figura 01: Figura 01: Fluxograma do processo de comercialização de aparas. Fonte: Associação Nacional dos Aparistas de Papel (ANAP). !9 ! As empresas de cartonagem também participam dessa indústria - empresas que adquirem chapas de papel ondulado para a fabricação de caixas de papelão ondulado. Essas empresas tem a entrada facilitada no segmento devido ao baixa investimento inicial, quando comparado as demais fabricantes de embalagens, é por essas empresas se especializarem em segmentos do mercado de pequeno porte, que na maioria das vezes não são de interessas de grandes empresas, devido a sua fabricação em larga escala. Portanto, as empresas de cartonagens dificilmente serão concorrentes das grande empresas, mas ser das médias. Atualmente o Distrito Federal conta com cinco locais de disposição final dos seus resíduos: o aterro controlado próximo ao Jockey Club de Brasília, a usina de incineração de resíduo especial, a usina central de tratamento de resíduo, ambas localizadas na Ceilândia, a usina de triagem e compostagem localizada na Avenida das Nações e a usina de compostagem e reciclagem de Brazlândia. De acordo com a empresa que está operando o Centro de Destinação Final de Resíduos Sólidos do Distrito Federal, a Valor Ambiental, o aterro controlado recebe cerca de 1.500 toneladas de resíduos por dia e mais 300 toneladas de resíduo de construção e demolição em geral. O aterro controlado ocupa uma área de aproximadamente 200 hectares. Presentemente contempla ao seu redor uma favela que alimenta a profissão de “catadores de lixo”. A invasão ganhou o nome de Cidade Estrutural e tem hoje uma população estimada em 28 mil habitantes. A usina denominada Usina de Incineração de Lixo Especial – UILE é uma das Unidades Operacionais do Sistema de Limpeza do Distrito Federal, instalada no DF no ano de 1985. Funciona junto à Usina Central de Tratamento de Lixo – UCTL, localizada na Área Especial do Setor P-Sul da Ceilândia, às margens da via P-5 Sul. A Usina possui um regime de funcionamento de 24 horas e interrompe a operação apenas aos sábados, domingos e segundas para manutenção do sistema.Tem como objetivo principal a incineração de todo o resíduo especial gerado no DF. Nesse contexto enquadram-se como resíduo especial os resíduos de serviços de saúde, documentos sigilosos, alimentos com prazos de validade vencidos, fitas cassetes e CD’s apreendidos, drogas entorpecentes e pequenos animais mortos. A Usina de Triagem e Compostagem da Asa Sul (UTL), utilizando tecnologia dano (dinamarquesa), com quatro linhas de processamento, situada no SCES/SLU, Avenida das Nações sentido Sul, envolvendo as atividades de triagem e classificação de materiais recicláveis, processamento e compostagem de matéria orgânica. Entre as atividades desenvolvidas inclui-se também a ordenação e organização dos Catadores na Usina, a partir de seu cadastramento e identificação por equipe própria de assistentes sociais, sob a coordenação do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), para apoio à consolidação de projetos e programas correlatos desenvolvidos pelo GDF, no sentido de incentivar a organização dos catadores e implementando iniciativas que possibilitem a melhoria da renda, bem como sua inclusão social (SLU, 2009). Inaugurada em 1992, a Usina de Compostagem e Reciclagem de Brazlândia foi construída com o objetivo de tratar os resíduos coletados na coleta seletiva provindos da mesma cidade, atualmente processa cerca de oitenta toneladas por dia (DUARTE, 2002). O preço do papelão ondulado no Distrito Federal varia de acordo com o fornecedor e o processo de fornecimento. Segundo o CEMPRE (2013) o preço da tonelada do papelão limpo e prensado vendido através da associação de catadores e usina de tratamento de resíduo é da ordem de R$180,00 a R$250,00 reais. !10 No Centro de Destinação Final de Resíduos Sólidos do Distrito Federal o preço do papelão ondulado, quando comprado diretamente com os catadores, é um pouco mais baixo em relação ao preço pago pelas associações, esse preço normalmente não passa de R$130,00 reais por tonelada. O papelão do aterro controlado é de pior qualidade que o comercializado por associações e usinas de tratamento, e o material não é limpo. Segundo o CEMPRE (2013) os preços da tonelada do papelão ondulado, vendido pelas associações e cooperativas, podem variar de acordo com a região geoeconômica, oferta e procura como demonstrado na Tabela 1. ! Tabela 1: Preço do papelão ondulado no Brasil. Preço do material reciclável Papelão (R$/t) Amazonas Manaus 150,00 Prensado 200,00 Não informado 300,00 Prensado 300,00 Não informado 320,00 Prensado; Limpo 300,00 Não informado Cordeirópolis 340,00 Prensado Guarulhos 370,00 Não informado Ribeirão Pires 400,00 Prensado Rio Claro 300,00 Não informado 150,00 Não informado Distrito Federal Brasília Goiás Goiânia Paraná Campo Limpo Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio Grande do Sul Porto Alegre São Paulo Rio Grande do Norte Natal ! ! Fonte: CEMPRE (2013) !11 A aquisição de matéria prima é um fator limitante para esse estudo, uma vez que sem o material a indústria não entra em operação. Essa matéria prima depende principalmente do consumo de papelão ondulado por atividades comerciais e consumo per capta de papelão ondulado. Algumas premissas básicas devem ser levadas em conta para que não sejam superestimadas e o negócio seja bem sucedido desde o início. Apesar de todas as vantagens, a reciclagem precisa ser encarada como um negócio que vai gerar resultado financeiro, justificando a sua prática além do aspecto educativo e ambiental. Seguem as premissas. A logística é fundamental para o sucesso do programa. Mensurar a captação de cada ponto e determinar a frequência de coleta viabiliza a sua continuidade. O fluxo de material reciclável deve ser fácil, fluente e permanente, assim como a estrutura de coleta, transporte e armazenamento. A comunicação é vital para o início e manutenção do programa, estimulando a comunidade local a participar ativamente da separação seletiva dos resíduos. ë fundamental ter conhecimento do mercado com antecedência e garantir a compra dos resíduos a preços que justifiquem a operação. A captação deverá ser planejada, respeitando a legislação pertinente quanto a mobiliário urbano e facilidade de acesso. A viabilidade econômica é definida pela adequação de três fatores: Beneficiamento, volume e distância. Sendo um país de proporções continentais, a distancia máxima aceitável a percorrer dependerá da quantidade de vidro captado e das condições de negociação de preços de venda e de custo de frete. É preciso considerar a distância dos pontos de captação até as usinas de beneficiamento e respectivas fábricas de papelão. Deverão ser computados gastos com combustível, mão de obra de motorista, além da manutenção do veículo e sua depreciação. Segundo Kraychete (1997) é importante fazer uma projeção do capital necessário para abrir o negócio, pois serão necessários investimentos para instalação e funcionamento inicial do negócio: Investimentos fixos (veículos, móveis, equipamentos e instalações, utensílios e outros), capital de giro; capital de giro; custos de produção (gastos com materiais, mão de obra e gastos gerais de produção); despesas administrativas e comerciais; custos fixos (aluguel do imóvel, energia elétrica, água, telefone e outros). A correta análise financeira permitirá o cálculo exato do custo do produto por unidade (tonelada), que acrescentado aos custos de coleta e transporte, permitirá obter a lucratividade da operação quando comparado o preço de venda. Na implantação de uma usina de reciclagem de papelão deve ser considerado como fator preponderante para a sua implantação o licenciamento ambiental. Tal licenciamento é concedido pelo Instituto Brasília Ambiental (IBRAM), e é constituído de três fazes, segundo regulamento o órgão ambiental: Licença Prévia (L.P.) - Documento que aprova a localização e concepção do empreendimento. É concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade. Esta licença não autoriza o inicio de qualquer obra ou serviço no local do empreendimento. Licença de Instalação (L.I.) - Documento que autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes nos projetos, planos e programas aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes. Embora esta Licença autorize o início da obra, não autoriza seu funcionamento. Licença de Operação (L.O.) - Autoriza o funcionamento da atividade ou empreendimento, após a verificação do cumprimento das exigências que constam nas licenças !12 anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. Em caso de instalação de atividade ou obra de porte elevado o órgão responsável pela emissão das licenças pode requerir o estudo de impacto ambiental, que deverá ser elaborado por uma equipe multidisciplinar. 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 DESCRIÇÃO GERAL ! Para avaliação da viabilidade da implantação da usina de reciclagem de papelão no Distrito Federal, foram feitas análises descritas a seguir. O levantamento de dados tecnológicos foi realizado mediante consulta à empresas fabricantes e fornecedoras de equipamentos utilizados na reciclagem do papel ondulado. Foram, também, analisados custos da construção, a eficiência econômica do seu funcionamento, os índices de descarte e reciclagem do papel ondulado no Distrito Federal, condições e restrições de implantação segundo a legislação local. A análise de mercado foi realizada junto a empresas e cooperativas vinculadas à ABPO e análise de dados fornecidos pelo CEMPRE, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), pesquisas junto a clientes em potencial, fornecedores de matéria prima, bolsa de resíduos. Para o levantamento de custos, foi necessário um projeto financeiro para a implantação de uma usina de reciclagem de papelão no Distrito Federal, pois serão necessários investimentos para a instalação e funcionamento inicial do empreendimento: capital de giro, investimentos fixos (equipamentos e instalações, veículos, móveis, utensílios, e outros), custos diretos de produção: gastos com materiais, mão de obra e gastos gerais de produção, despesas administrativas e comerciais, custos fixos: aluguel ou compra do imóvel, energia elétrica, água, telefone e outros. ! 2.2 VALORAÇÃO DO PAPELÃO ! A classificação de preços para compra de papelão para reciclagem no Distrito Federal, de acordo com a ABPO. Segue a mesma nomenclatura no restante do Brasil, que é dividido nas seguintes variáveis. Variável A - Preço da tonelada de papelão limpo e prensado praticado por cooperativas de catadores e programas de coleta seletiva. Essa variável é determinada por aparas de caixas de papelão (marrom) com capas kraft, sem contaminação de qualquer tipo de resíduos de outros papeis. Variável B - Preço da tonelada de papelão limpo e prensado praticado por cooperativas de catadores e programas de coleta seletiva. Essa variável é determinada por aparas de caixas de papelão, chapas ou refugos de papelão ondulado marrom ou de varias cores. Variável C - Preço da tonelada de papelão prensado prensado praticado por cooperativas de catadores e programas de coleta seletiva. Nesta variável o papelão não é totalmente limpo. As equações utilizadas no estudo são de autoria do SEBRAE. !13 2.3 INTERESSE DE COMPRA ! Para efeito de cálculo estimou-se a aquisição de volume suficiente para suprir a capacidade de processamento dos equipamentos, e para operar oito horas diárias durante vinte e dois dias por mês e doze meses por ano. ! ! IC = CH x HD x DM x MA Equação 1: Interesse de compra. Na equação 1, IC é o interesse de compra; CH é a capacidade por hora; HD representa as horas por dia; DM são os dias por mês e MA os meses por ano. !! 2.4 APURAÇÃO DOS VALORES DE COMPRA ! Com os dados da quantificação do papelão descartado no Distrito Federal, do interesse de compra e do preço do material, elaborou-se a equação 02: ! ! D = IC x PC Equação 2: Desembolso. Na equação 2, D representa o desembolso; IC o interesse de compra e PC o preço de compra. Com a utilização da equação 02 é possível projetar gastos diários tanto quanto gastos mensais e anuais. ! 2.5 APURAÇÃO DA TECNOLOGIA ! Afim de se obter o sistema com melhor custo benefício disponível no mercado brasileiro, foi feito um levantamento tecnológico e de preços em vários fornecedores e fabricantes do equipamentos necessários para o processo de reciclagem do papelão. A pesquisa foi feita por meio de telefonemas, emails e visita técnica a empresa Capital Recicláveis. ! 2.6 INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS AO EMPREENDIMENTO ! O investimento total necessário para a implantação da usina corresponde a somatória dos valores de compra ou aluguel dos seguintes itens: equipamentos (Esteira de alimentação, hidrapulper, centrífuga de secagem separação de rejeito, onduladeira e rebobinadeira.); Máquinas (Empilhadeira); instalação de equipamentos; instalação hidráulica e elétrica; móveis e utensílios de escritório e o capital de giro. ! 2.7 CUSTO DE OPERAÇÃO DA INDÚSTRIA ! 2.7.1 Custo de água Para a mensuração dos custos com o consumo de água foi considerada a política tarifária adotada pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB) para uso industrial, que define as seguintes faixas vinculadas ao consumo mensal do !14 empreendimento: Faixa 1 com volume até 10m³ é valor igual a R$ 5,25 por metro cúbico; e Faixa 2 acima de 10m³ com valor igual a R$ 7,91 por metro cúbico. Para calcular o consumo de água do empreendimento considerou-se a informação do fabricante de que o equipamento demanda meio litro por quilograma de material a reciclar, aplicando-se a seguinte equação: ! ! CE = (QMP x 0,0005m³) x QDU ! ! CP = NE x 0,05m³ x QDU Equação 3: Consumo de água pelo equipamento. Na equação 3 temos, CE representando o consumo de água pelo equipamento; QMP é a quantidade de matéria prima e QDU a quantidade de dias úteis. Com o valor de consumo de água pelo equipamento adiciona-se o consumo de água para uso pessoal, fixado em 0,05m³ por pessoa por dia. (CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES DE FLORIANÓPOLIS, 2000) Equação 4: Consumo pessoal de água. Na equação 4 temos, CP sendo o consumo pessoal e QDU a quantidade de dias úteis. Portanto, o consumo total de água pelo empreendimento pode ser calculado somando os resultados das equações 3 e 4. ! TC = SE Equação 5: Total consumido em m³. Na equação 5, TC é o total consumido e SE o somatórios das equações 3 e 4. Tendo em vista as duas faixas tarifárias, os primeiros 10m³ serão tarifados na Faixa 1 e o restante na Faixa 2, de acordo com a equação 6. ! ! CCA = (RE05 - 10) x TF2 + (10 x TF1) Equação 6: Estimativa do custo da água consumida. Na equação 6 temos o custo de consumo de água representado por CCA; RE05 é o resultado da equação; TF2 é a tarifa Faixa 2 e TF1 é a tarifa Faixa 1. ! 2.7.2 Custo de energia elétrica ! O consumo de energia elétrica foi calculado de acordo com a energia requerida pelos equipamentos instalados e conforme a capacidade de produção da usina. O empreendimento enquadra-se no ramo industrial, que por sua vez enquadra-se na Tarifa B3, que define os valores vigentes para o exercício de 2013 nos valores de R$ 0,3006682 para até 200kWh, R$ 0,3193897 de 201 até 1000 kWh e R$ 0,3361336 acima de 1001 kWh (CEB, 2013). Ao valor de consumo apurado foi adicionado o consumo de energia elétrica estimado para unidade administrativa e projetado o consumo mensal de vinte e dois úteis por mês, com funcionamento diário de oito horas. ! CMEE = CM x TV ! Equação 7: Custo mensal de energia. Na equação 7, CMEE é o custo mensal de energia elétrica em kWh e TV é a tarifa vigente. !15 2.7.3 Custo de depreciação ! As taxas de depreciação utilizadas guardaram coerência com as orientações emanadas da legislação do Imposto de Renda, a aplicadas ao seguintes bens: ! a) Linha de reciclagem; b) Empilhadeira; c) Materiais de escritório. ! ! ! Para os itens “a”, “b” e “c” foram depreciados a taxas de 120 meses. VPM = VB / TDM Equação 8: Valor da depreciação dos bens. Na equação 8, VPM representa o valor da depreciação mensal; VB é o valor do bem e TDM é a taxa de depreciação em meses. ! 2.7.4 Custo de mão de obra, encargo e benefício. ! Para a apuração do salário mensal consideraram-se múltiplos do salário mínimo na seguinte proporção: Operador de Empilhadeira 2 salários mínimos; Operador de Onduladeira 4 salários mínimos, Ajudante Geral 1,5 salário mínimo. Para a apuração dos encargos sociais foram considerados os seguintes itens: 13° salário; férias; INSS; FGTS; FGTS / rescisão; previdência sobre o 13° e férias; benefícios de vale transporte e vale alimentação. ! 2.8 DESPESAS ADMINISTRATIVAS E OPERACIONAIS ! ! Afim de reduzir o investimento inicial, optou-se pelo aluguel da área para a instalação do empreendimento contendo galpão de aproximadamente 1000m² e área do terreno de 3000m² com os respectivos encargos, pesquisado junto a imobiliárias no Distrito Federal. No local será instalada uma linha de telefonia fixa, Considerou-se ainda um custo mensal de serviço de contabilidade a preços cobrados no mercado do Distrito Federal. ! 2.8.2 Despesas operacionais ! As despesas operacionais consistem basicamente em: combustível; manutenção da empilhadeira e manutenção dos equipamentos da linha de reciclagem. ! 2.9 PREVISÃO DOS DEMONSTRATIVOS DE RESULTADOS ! 2.9.1 Produção e faturamento A produção foi calculada por meio da capacidade nominal do equipamento multiplicada pela perda esperada de produção (que está ligada diretamente à qualidade do papelão reciclado) e multiplicada pelo número de dias úteis por ano, representada pela equação 9: !16 ! ! PA = CE x PO x DU ! ! FA = PA x PV Equação 9: Produção anual. Na equação 9, PA é a produção anual; CE a capacidade do equipamento x PO a perda operacional e DU os dias úteis. O faturamento anual foi apurado considerando o valor médio de revenda do papelão apurado em pesquisas com futuros compradores multiplicado pela produção anual, conforme equação 10. Equação 10: Faturamento Anual. Na equação 10, FA é o faturamento anual; PA a produção anual e PV o preço de venda. 2.9.2 Impostos - ICMS e Lucro Presumido ! O empreendimento se enquadra, do pondo de vista tributário, no Lucro Presumido, para os impostos federais, com alíquota de 8% e do ICMS Distrital com alíquota de 17%, aplicados sobre o faturamento anual da empresa, representada pelas seguintes equações: ! ! ! ! ILP = (PA x 8) / 100 Equação 11: Cálculo dos Impostos Federais (Lucro Presumido). Na equação 11, ILP é imposto Lucro Presumido e PA a produção anual. ICMS = (PA x 17) / 100 Equação 12: Cálculo do ICMS Distrital. Na equação 12, ICMS é o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e serviços e PA é a produção anual. ! 2.9.3 Receita líquida, lucro operacional e lucro líquido ! O cálculo da receita líquida foi obtido pela subtração dos impostos pagos sobre as vendas efetuadas e que é representado pelo faturamento da empresa. O lucro operacional é obtido pela subtração do custo total da receita líquida e o lucro líquido é obtido pela subtração das despesas do lucro operacional. ! ! ! ! RL = IP - F Equação 13: Cálculo da receita líquida. Na equação 13, RL é a receita líquida; IP os impostos pagos e F o faturamento. LO = CT - RL Equação 14: Cálculo do lucro operacional. Na equação 14, temos o lucro operacional representado por LO; CT é o custo total e RL a receita líquida. ! ! LL = D x LO Equação 15: Cálculo do lucro líquido. !17 Na equação 15, LL é o lucro líquido; D representa as despesas e LO o lucro operacional. ! 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ! 3.1 MATÉRIA PRIMA ! A aquisição da matéria prima representa um fator crítico para o empreendimento uma vez que a matéria prima é determinada pela quantidade de papelão descartada pela população e pela indústria. O interesse de compra foi considerado a aquisição de volume suficiente para suprir a capacidade de processamento dos equipamentos, sendo 2500 kg/h para operar oito horas por dia durante vinte e dois dias por mês e doze meses ao ano. Para a apuração do preço da matéria prima, consideram-se os valores prestados pelo Sistema Integrado de Bolsa de Resíduos (SIBR), onde o preço da matéria prima varia de R$ 70,00 a R$ 250,00, dependendo do tipo e limpeza do material, por tonelada de papelão. Para a obtenção dos valores em reais a serem adquiridos em matéria prima utilizou-se a equação 2 descrita no item 2.4. Com os resultados demonstrados na Tabela 2. ! Tabela 2: Matéria Prima Matéria Prima - DF t/dia Resíduo Sólido Descartado no DF t/mês t/ano 2.900 87.000 1.044.000 Papelão Descartado 150 4.500 54.000 Interesse de Compra 20 440 5.280 Valor de aquisição da matéria prima Preço médio de compra Valor da Matéria Prima ! R$200,00 R$4.000 R$88.000 R$1.056.000 A matéria prima necessária para o pleno funcionamento da usina corresponde a baixos percentuais do total gerado por dia, mês e ano. Cerca de 13%, 10% e 10%, respectivamente. Sendo um resultado positivo para o empreendimento, pois a aquisição de baixos volumes se torna mais fácil devido a possibilidade de aquisição da matéria prima com apenas um único fornecedor. ! ! ! ! ! ! !18 ! 3.2 VIABILIDADE TÉCNICA ! Entre os fabricantes consultados destacaram-se a ONDULADEIRA&CIA, localizada em Piraquara/PR, empresa especializada em equipamentos para reciclagem de papelão e produção a partir da matéria prima virgem (kraftliner, tesliner e miolo), fornecedora do conjunto completo para a reciclagem do papelão. Outra empresa que se apresentou uma boa relação custo beneficio foi a Máquinas D’Andrea - Indústria de Máquinas LTDA, localizada em Limeira/SP, e que fornece toda a linha de equipamentos de reciclagem de papelão. Dentre os orçamentos consultados, o da ONDULADEIRA&CIA apresentou a melhor relação custo beneficio, portanto, foi o escolhido para a realização do presente estudo. 3.3 INVESTIMENTOS DO EMPREENDIMENTO ! Os investimentos do empreendimento foram calculados conforme a metodologia apresentada no item 2.6 do presente estudo, apresentados na Tabela 3: ! Tabela 3: Investimentos do empreendimento INVESTIMENTOS DISCRIMINAÇÃO DETALHAMENTO Equipamentos usados Linha de reciclagem Onduladeira Swift 1.60m Instalada 750.000 Empilhadeira usada Clark CFY50 - Capacidade 2,5t 29.000 Móveis e utensílios 1 computador, 1 impressora multifuncional, mesas, cadeiras 7.000 Instalações de comunicações Telefone, internet, modem 1.000 Registros Abertura de empresa, CNPJ, alvarás 8.000 Capital de giro Reserva para operação por três meses TOTAL ! VALOR (R$) 322.987,12 1.117.987,12 A indústria a ser instalada será de pequeno porte e os investimentos necessários serão feitos com recursos próprios de investidor privado. Existem meios de financiamento, mas esse estudo não examinou as possibilidades. Sobre essa questão, o empreendimento é passível de !19 financiamento pelas linhas de longo prazo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). Os investimentos previstos estão dimensionados para a oferta de matéria prima existente no Distrito Federal e com a atual situação de demanda do mercado consumidor. Após a entrada em funcionamento da indústria, e com base nos resultados econômicos e financeiros esperados, a empresa poderá incorporar novos equipamentos para a fabricação de produtos com maior valor agregado, tais como: embalagens prontas e papelão de várias camadas. ! 3.4 CUSTOS DE OPERAÇÃO DA INDÚSTRIA ! Para a qualificação e quantificação do número de empregados necessários para o funcionamento do empreendimento foram consultados as empresas fornecedoras dos equipamentos que serão utilizados. e ao seguinte contingente: 1 Operador de Empilhadeira; 1 Operador de Onduladeira; 3 Ajudante Geral. Recomenda-se o estudo para implantação de sistema de energia fotovoltaica e sistema de captação e aproveitamento de água da água, afim de diminuir custos com água e energia. Tratando-se de usina de reciclagem tais sistemas fariam com que o empreendimento se torne mais sustentável. Os custos de operação da indústria foram calculados seguindo informações da bibliografia consultada e aplicados de acordo com os dados apresentados no item 2.7 na seção de materiais e métodos conforme Tabela 4. ! Tabela 4: Custos CUSTOS DISCRIMINAÇÃO DETALHAMENTO VALOR (R$) Matéria Prima Papelão – kg Energia Elétrica Consumo de 52.800 kw/mês Água Consumo de 980,1 m³/mês 93.031,10 Depreciação Máquinas e equipamentos 77.600,00 Mão de obra com encargos Operador de empilhadeira, Operador de máquina, Ajudante Geral (3) 80.302,32 Benefícios Trabalhistas Vale Transporte - Vale Alimentação 20.157,00 TOTAL ! 1.056.000,00 212.974,24 1.540.064,66 Para a transformação da matéria prima é estimado um custo anual de R$1.540.064,66. A maior parte do custo advém da aquisição de matéria prima, representando 68,5% do custo !20 total. Outro item de despesas é o custo da energia elétrica, que deverá exigir da empresa atenção especial. O dimensionamento da mão de obra levou em consideração a utilização ótima dos equipamentos e a distribuição das atividades de modo que o investidor privado pudesse assegurar um resultado econômico financeiro compatível com o empreendimento. ! 3.5 DESPESAS ADMINISTRATIVAS E OPERACIONAIS ! As despesas do empreendimento foram aferidas com base bibliográfica consultado e aplicadas de acordo com o apresentado no item 2.8 na seção de material e métodos. E são apresentados conforme Tabela 5 e Tabela 6. ! Tabela 5: Despesas administrativas DESPESAS ADMINISTRATIVAS DISCRIMINAÇÃO DETALHAMENTO VALOR (R$) Pró-labore - diretor Pró-labore – acionista Aluguel Galpão de 1000 m² e escritórios + encargos Telefone Usa de linhas telefônicas 4.500,00 Contabilidade Serviços de contabilidade 4.000,00 TOTAL 60.000,00 144.000,00 212.500,00 ! Tabela 6: Despesas operacionais DESPESAS OPERACIONAIS DISCRIMINAÇÃO DETALHAMENTO Manutenção dos equipamentos Reparos e componentes da Linha de Reciclagem Combustível Consumo estimado de 120 m³ de GLP (R$3,63 por m³ ) TOTAL ! VALOR (R$) 24.250,00 5.227,20 29.477,20 ! As despesas montam a R$241.977,20 para a elaboração do estudo, optou-se para a instalação da indústria em imóvel alugado a fim de reduzir os investimentos iniciais e acelerar o prazo de implantação. Essa opaco estratégica garante um baixo investimento imobilizado. Por ser um indústria que oferece várias opções de produto final, os equipamentos possuem mais tecnologia, o que acaba encarecendo o custo de implantação. Afinal trata-se de !21 um processo de reciclagem completo, desde o papelão usado e reciclável até a chapa de papelão nova. ! 3.6 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS ! A finalidade do demonstrativo de resultados é apresentar o possível lucro ou prejuízo de uma empresa em determinado período. Para elaboração do demonstrativo é necessário terse uma previsão de vendas que por consequência estabelecerá os custos e as despesas previstas para a realização das vendas. A usina de reciclagem necessitará de uma parcela razoável do papelão descartado no Distrito Federal conforme apresentado no item 3.1. Com base nessa matéria prima e em um índice de utilização dos equipamentos de 90% a empresa deverá gerar vendas de 4.752.000 kg auferindo uma receita bruta de R$ 9.504.000. Essa receita levou em consideração a média de preços consultados nos fornecedores atuais. Aplicando os impostos conforme o item 2.9.2 a empresa obterá uma receita líquida de R$ 7.128.000. Para o nível de produção estabelecido o custo dos produtos vendidos representará R$ 1.540.064,66 e permitirá a geração de um lucro operacional de R$ 5.587.935,34. Com a dedução das despesas no montante de R$ 241.977,20 a empresa obterá um lucro líquido de R $ 5.345.958,14. Conforme demonstrado na Tabela 7. ! Tabela 7: Demonstrativo dos resultados do primeiro ano. DEMONSTRATIVO DOS RESULTADOS DISCRIMINAÇÃO DETALHAMENTO ANUAL (R$) Faturamento Produção anual de 4.752.000 kg x R$ 2,00 Lucro Presumido 8% ICMS 17% 1.615.680,00 Receita Líquida Cálculado pela equação 13 7.128.000,00 Custo Total Custo variável 1.540.064,66 Lucro Operacional Cálculado pela equação 14 5.587.935,34 Despesas Custo fixo Lucro Líquido Cálculado pela equação 15 ! ! ! 9.504.000,00 760.320,00 241.977,20 5.345.958,14 !22 Com base nesses dados é possível calcular o ponto de equilíbrio, o retorno sobre o investimento e a rentabilidade, conforme apresentado a seguir. O ponto de equilíbrio deste empreendimento será o faturamento anual de R$ 291.538,80, ou seja, produção de 145.000kg de papelão ondulado. A margem líquida, que é a relação entre o lucro liquido e as vendas totais é de, 56,2%. Quanto maior for a margem líquida melhor para o resultado econômico da empresa. O retorno sobre o investimento ocorrerá em 3 meses de funcionamento da empresa. A rentabilidade do investimento, tomando-se por base o lucro auferido e o investimento realizado, será de 478%. Simulando um cenário com a venda de somente 50% de material que foi produzido na usina. Nesta condição os outros 50% produzidos restantes ficam acondicionados no próprio galpão à espera de comercialização. Não existirão gastos com transporte, acondicionamento ou disposição final. Obteremos os resultados demonstrados na Tabela 8. ! Tabela 8: Demonstrativo de resultado do primeiro ano. DEMONSTRATIVO DOS RESULTADOS DISCRIMINAÇÃO DETALHAMENTO ANUAL (R$) Faturamento Produção anual de 2.376.000 kg x R$ 2,00 Lucro Presumido 8% 380.160,00 ICMS 17% 807.840,00 Receita Líquida Calculado pela equação 13 3.564.000,00 Custo Total Custo variável 1.540.064,66 Lucro Operacional Calculado pela equação 14 2.023.935,34 Despesas Custo fixo Lucro Líquido Calculado pela equação 15 ! 4.752.000,00 241.977,20 1.781.958,14 ! O retorno do investimento ocorrerá em 7 meses de funcionamento da empresa. A rentabilidade do investimento, tomando-se por base o lucro auferido e o investimento realizado, será de 159%. A margem líquida, que é a relação entre o lucro líquido e as vendas totais é de, 37,4%. ! ! ! ! ! ! ! !23 4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ! A análise de viabilidade de implantação de uma usina de reciclagem de papelão no Distrito Federal obtiveram-se resultados que permitem apresentar as seguintes conclusões. Quanto a avaliação da eficiência técnica e econômica, conclui-se que é viável a implantação de usina de reciclagem de papelão ondulado no Distrito Federal. Os estudos efetuados indicam uma rentabilidade em relação ao custo de investimento e operação. No primeiro cenário taxa interna de retorno dos investimento é bastante elevada, três meses. O valor do lucro líquido é extremamente atrativo em relação aos investimentos, chegando a R$5.345.958,14 e as futuras entradas. Com uma taxa de reciclagem de 5.280 toneladas de papelão ondulado por ano, a usina ajudará a aumentar a vida útil do Centro de Destinação Final de Resíduos Sólidos do Distrito Federal. No segundo cenário, mesmo com as vendas do material reciclado em 50%, os números da usina se mostram bem atrativos. Com uma lucro líquido de R$1.781.958,14, com retorno após 7 meses de funcionamento da usina. Em ambos os cenários o estudo de implantação de mostra viável. Quanto à quantificação das embalagens de papelão ondulado consumidas no Distrito Federal, confirma-se que é da ordem de 150.000 kilogramas por dia. Aferindo que existe uma tendência do aumento dessa quantidade tendo em vista a maior utilização do papelão em embalagens utilizadas no cotidiano e também o aumento significativo da quantidade de resíduos sólidos gerados dos próximos 10 anos. O consumo do papelão está em constante aumento, se expandindo em várias categorias do setor de embalagens. A demanda por produtos recicláveis está cada vez maior. Tal fato deve-se ao custo elevado e baixa disponibilidade da matéria prima virgem, fazendo com que o papelão reciclado seja valorizado cada vez mais, aumentando a sua fatia de mercado. Recomenda-se o investimento na elaboração de um plano de negócios e demais sistemas que possam ajudar no sucesso no empreendimento, tais como marketing, recursos humanos, vendas, para que a instalação da indústria ocorra adotando-se melhores técnicas de administração de empresas. ! ABSTRACT ! The population of the Federal District produces a significant volume of solid waste, as well as other great urban centers of Brazil. The final destination of that waste is a problem, due to the lack of landfills which are suitable to sanitary standards. Fortunately, the corrugated cardboard has a high recycling rate in Brazil: about 73% of the cardboard produced returns to the recycling chain. This research will analyze technical and economic factors to implement a cardboard recycling plant in the Federal District, with the quantitative and qualitative assumption that there are environmental benefits for society. It also includes analysis of operation and maintenance costs to this kind of plant. The results were positive in both simulated scenarios. The first one relies on the sale of all products made by recycling and has the return of investment in three months, and profitability of 478%. The second scenario relies on the sale of only 50% of the recycling products and has the return on investment in seven months, and profitability of 159%. In both cases the implementation of the plant is validated. Keyword: Corrugated cardboard. Technical and economic feasibility. Recycling. !24 ! REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CELULOSE E PAPEL. Relatório Estatístico 2011/2012. Disponível em: <http://www.bracelpa.org.br/bra2/sites/default/files/estatisticas/rel2011.pdf>. Acesso em: 28 out. 2013. ! ______. Dados do Setor: Setembro 2013. Disponível em: <http://www.bracelpa.org.br/bra2/ sites/default/files/estatisticas/booklet.pdf>. Acesso em: 28 out. 2013. ! ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (Brasil). Abnt. ABNT NBR 5985:2008. 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