Estado condenado a devolver baldios aos Compartes de Vilarinho Relação confirma sentença já antes proferida pelo Tribunal Judicial da Lousa, colocando fim a um litígio que já se arrastava desde a década de 90 8 O Tribunal da Relação de Coimbra atribuiu aos Compartes dos Baldios de Vilarinho a administração plena dos terrenos que, por unanimidade, dar poderes ao Conselho Directivo dos Baldios para pôr termo ao deliberou, regime de associação» com o desde 1976, eram geridos em par- Estado. Regime esse que já vigo- ceria com o Ministério rava desde cultura, condenando da Agrio Estado a reconhecer imediatamente tinção dessa associação, mo a devolver a ex- bem co- todas as receitas recebidas na venda de material 1976, e que, O acórdão, datado de 29 de Fevereiro, vem assim confirmar legal, primeiro com a antiga DiFlo- que a denúncia efectuada em 2006 «é válida, eficaz e intempes- «as poucas contra- partidas» ainda existentes. que os compartes anos, «o mesmo não tem vindo a praticar as suas atribuições, sendo os órgãos dos baldios quem administra» os terrenos. O litígio já se arrasta desde a década de 90, tendo assumido outras proporções em Março de 2006, altura em que «a Assembleia de Compartes dos Baldios instauraram, de condena- - Ministério da Desenvolvimento Agricultura, Rural e das Pescas». «Desde 1976 até 1985 o Estado foi fazendo alguma coisa nos Baldios, algumas plantações, mas pouco. De 1985 para cá nada tem feito, aliás, tem retirado é algumas das contrapartidas da existiam», que ain- explica Luís Trota, do Conselho dos Bal- presidente dios ao Diário de Coimbra, recção-Geral dos Recursos restais e, mais recentemente, ainda no final de 2006, uma ção ao Estado em causa, uma vez que durante "Nunca tivemos no terreno, uma vez que o Estado foi retirando da Lousa Compartes os terrenos baldios» Tri- bunal da Relação, a luta pela total administração dos terrenos coganha novo fôlego, uma vez que o colectivo de juizes determinou do Tribunal consequentemente, a entregar imediatamente à Assembleia de do pinheiro. por parte do Estado». Agora, com o acórdão do lectivos por parte dos Compartes «acção declarativa e, como o nemátodo financeiro «Já desde 1996/1998 que temos tentado chegar a acordo pela via instância, conhecer a extinção desse regime e pragas fitossanitárias técnico ou apoio do Estado" a decisão em primeira que, já em Maio do ano passado, tinha condenado o «Estado a re- florestais mos apoio jurídico, com a Assembleia de Compartes, desde 1985 que já não se aplicava E foi com base nessa decisão lenhoso, desde 2006. Judicial de acordo bem como a reflorestação necessária e a luta contra as invasoras sali- a Autoridade Florestal com Nacional, tiva», pelo que condenam o Estado a reconhecer que a adminis- para que nos dessem em plenitude a administração dos Baldios. Não conseguimos, tivemos de tração dos terrenos «compete avançar para a via jurídica», explica o dirigente, esclarecendo que «todos os actos praticados pelo réu [Estado], após essa denúncias que, embora o Estado não inter- são nulos, ou, pelo menos inefica- viesse na gestão dos terrenos, continuava, desde 1976, a receber parte das receitas provenientes do material lenhoso. Em contrapartida, explica, «a única coisa que recebemos foi por termos concorrido a uma exclusivamente aos compartes». No acórdão pode ainda ler-se zes em relação ao autor [Compartes dos Baldios} devendo o réu ser condenado a reconhece-lo», bem como «a entregar todas as receitas por si recebidas, no valor de 37.629 mil euros respeitantes à venda de material lenhoso». equipa de sapadores florestais, o que qualquer comissão de baldi- Os compartes aguardam agora que a decisão do Tribunal da entando que desde então tem sido a Comissão de Compartes a os pode fazer, e o Estado paga Relação transite em julgado, para uma determinada administrar que os sapadores por fim, definitivamente, a um regime que só vigora "no papel" totalmente os terre- verba para prestem 122 nos colectivos, dias de serviço público aos baldi- bilidades os», garante Luís Trota, salien- com as responsaque isso obriga no que respeita a manutenção e limpeza, tando que, de resto, «nunca tive- desde, pcb menos, 2006. 1