news informativo informativo news edição especial special edition / 2012 cultivares A proteção de cultivares no Brasil em números plant varieties A few numbers on plant variety protection in Brazil José Marcelo de O. Fernandes Pedro Moreira cultivares A proteção de cultivares no Brasil em números José Marcelo de O. Fernandes Pedro Moreira Cada vez mais novas e melhoradas cultivares têm sido pesquisadas e desenvolvidas pelos players de diversos setores do agronegócio, incluindo aqui melhoristas e obtentores públicos e privados. O conhecimento gerado pode ser objeto de uma variedade de mecanismos de apropriação que se complementam, os quais passam, por exemplo, por redes de distribuição, estratégias de marketing e direitos de Propriedade Intelectual. Dentro da proteção de plantas por direitos de Propriedade Intelectual, destaca-se aqui a proteção de cultivares. A proteção de cultivares no Brasil é possível de acordo com a Lei de Proteção de Cultivares n° 9.456, de 25.04.1997, que incorpora as disposições da Ata de 1978 da UPOV (União Internacional para a Proteção das Obtenções Vegetais), organismo internacional de proteção de cultivares do qual o Brasil é membro desde abril de 1999. Como consequência da adesão à UPOV, estabeleceu-se a reciprocidade automática do Brasil com os demais países membros. A partir desse fato, todos os países que integram a UPOV asseguram a reciprocidade de tratamento quanto à proteção de cultivares brasileiras. Em contrapartida, o Brasil também assegura a reciprocidade de tratamento quanto à proteção de cultivares procedentes desses países, facilitando o intercâmbio de novos materiais gerados pela pesquisa brasileira e estrangeira. A proteção da cultivar abrange o material de reprodução ou multiplicação vegetativa da planta inteira e assegura a seu titular o direito de reprodução comercial no território nacional, ficando vedados a terceiros, durante o prazo de proteção, a produção com fins comerciais, o oferecimento à venda ou a comercialização do material de propagação da cultivar, sem a sua autorização. Contado a partir da concessão do certificado provisório de proteção de cultivar, o termo de proteção de uma cultivar é de 18 anos para as videiras, árvores frutíferas, árvores florestais e árvores ornamentais, inclusive, em cada caso, o seu porta-enxerto, e de 15 anos para as demais variedades vegetais. A competência para concessão de proteção de uma cultivar é do Serviço Nacional de Proteção de Cultivares - SNPC, órgão do Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento. .Ornamentais: alstroemeria, amarílis, antúrio, aster, begônia, bromélia, Calancoe, cimbídio, copo-de-leite, cravo, crisântemo, cróton, curcuma, Doritaenopsis, Estatice, ficus, gérbera, grama bermuda, grama esmeralda, Santo Agostinho, gipsofila, hibisco, hipérico, hortênsia, impatiens, lírio, lírio-da-paz, Neoregelia, Paspalum vaginatum, Phalaenopsis, Poinsetia, rosa, solidago, violeta. O SNPC, até agosto de 2012, concedia proteção a 142 variedades vegetais, conforme a listagem a seguir (algumas espécies contemplam mais de uma variedade): O Quadro 1 permite verificar a crescente demanda por proteção de cultivares no Brasil, conforme também pode ser visto nas Figuras 1 e 2 a seguir. .Agrícolas: algodão, amendoim, arroz, aveia, batata, café, cana-de-açúcar, centeio, cevada, feijão, feijão-caupi, girassol, mamona, mandioca, milho, soja, sorgo, tabaco, trigo, triticale. Entre 2000 e 2010, houve um crescimento de cerca de 199% na quantidade de depósitos de pedidos de proteção de cultivares no SNPC [Figura 3]. .Florestais: eucalipto, seringueira. Dentre os 2.126 pedidos de proteção de cultivares depositados até 2010 no SNPC, cerca de 67,5% estavam deferidos e com seu certificado de proteção concedido e cerca de 32,5% estavam pendentes ou abandonados (incluindo, aqui, os indeferidos) [Figura 4]. .Forrageiras: amendoim forrageiro, azevém, braquiária, bromus, capim colonião, capim dos pomares, capim elefante, capim lanudo, capim pé-de-galinha, ervilhaça comum, ervilhaça peluda, Festuca, guandú, lótus, Macrotyloma, milheto, Poa pratensis L., trevo branco, trevo vermelho. .Frutíferas: abacateiro, abacaxi, ameixeira japonesa, bananeira, caqui, goiabeira serrana, guaraná, kiwi, laranjeira, macieira frutífera, macieira porta-enxerto, mangueira, maracujá, mirtilo, nectarineira, oliveira, pereira européia frutífera, pereira porta-enxerto, pessegueiro, poncirus, prunus porta-enxerto, Tangerina, Videira. . Olerícolas: abóbora, alface, alho, cebola, cenoura, ervilha, estévia, melancia, melão, morango, pimentão e pimentas, quiabo, tomate. Entre 1997 e 2010, foi depositado, no SNPC, o total de 2.126 pedidos de proteção de cultivares, conforme o Quadro 1 abaixo. Em dezembro de 2011, a base de dados do SNPC contava com 1.564 certificados de proteção de cultivares [Figura 5]. Entre 2005 e 2011, houve um crescimento de cerca de 124% na quantidade de cultivares protegidas [Figura 6]. Desse total, destacam-se 504 certificados de soja, 104 de trigo, 103 de cana-de-açúcar e 93 de roseira¹ [Figuras 5 e 6]. Em resumo, os números dos gráficos indicam o sólido aumento no depósito (e subsequente concessão) de pedidos de proteção de cultivares no Brasil, o que demonstra a importância econômica da Propriedade Intelectual relacionada à proteção de plantas, sementes e progênies. Quadro 1 - Número de pedidos de proteção de cultivares depositados no SNPC (ano x grupo de culturas) Chart 1 - Number of PVP applications filed with the SNPC (year x group of cultures) Fonte: SNPC (2011) / Source: Chart translated by the authors, based on SNPC (2011). ¹ Números obtidos pelos autores, a partir dos dados disponíveis no sítio do MAPA: http://extranet.agricultura.gov.br/php/proton/cultivarweb/cultivares_protegidas.php?acao=pesquisar&postado=1; acessado em 30.12.2011. plant varieties A few numbers on plant variety protection in Brazil José Marcelo de O. Fernandes Pedro Moreira Increasingly new and improved plant varieties have been researched and developed by players from several sectors of agribusiness, including public and private breeders. The resulting knowledge may be protected in various mutually complementary ways as, for example, distribution networks, marketing strategies and Intellectual Property (IP) rights. Within the protection of plants by IP rights, we highlightthe plant variety protection (PVP). PVP in Brazil is possible in accordance with PVP Law no. 9,456 of 04.25.1997 that incorporates the provisions of the 1978 Act of the UPOV (International Union for the Protection of New Varieties of Plants), which is an international organism for PVP of which Brazil is a member since April 1999. As a result of accession to the UPOV, an automatic reciprocity was established between Brazil and the other contracting states. From this fact, on the one hand, all countries that are members of the UPOV ensure reciprocal treatment regarding protection of the Brazilian varieties and, on the other hand, Brazil also ensures reciprocal treatment concerning protection of the varieties from these countries, thus facilitating the exchange of new materials that are generated by means of Brazilian and foreign research. . Forager: forager peanut, Italian ryegrass or azevem, brachiaria, bromus, Guinea grass, dactylis, napier grass or Uganda grass, wooly grass or Yorkshire fog or velvet grass, finger millet, common vetch or tare, hairy vetch or winter vetch, Festuca, guandu, lotus, Macrotyloma, millet, Poa pratensis L., white clover, red clover. . Fruit: avocado, pineapple, Japanese damson plum, banana, kaki, guava or pineapple guava, guarana, kiwi, orange, apple, apple graft-holder, mango, passion fruit, blueberry, nectarine, olive, pear, pear graft-holder, peach, poncirus, prunus graft-holder, mandarin, grape. . Oleraceous: pumpkin, lettuce, garlic, onion, carrot, pea, stevia, watermelon, melon, strawberry, red pepper and peppers, okra, tomato. . Ornamental: Peruvian Lily or Lily of the Incas, amaryllis, flamingo flower or boy flower, aster, begonia, bromelia or guzmania, kalanchoe, boat orchids, arum, dianthus, chrysanthemum, garden croton or variegated croton, curcuma, Doritaenopsis, sea lavender or statice or marshrosemary, weeping fig or Benjamin’s fig, gerbera, Bermuda grass, emerald zoysia, Saint Augustine grass, gypsophila or baby’s breath, chinese hibiscus, hypericum, hortensia, impatiens, lily, Neoregelia, Paspalum vaginatum, Phalaenopsis, Poinsetia, rose, solidago, violet. Between 1997 and 2010, 2,126 PVP applications were filed with the SNPC, according to Chart 1. The data of Chart 1 shows the increasing demand for PVP in Brazil, as can be also seen in Figures 1 and 2. Between 2000 and 2010, it was registered a growing of about 199% in the amount of filings of PVP applications with the SNPC [Figure 3]. Among the 2,126 PVP applications that were filed with the SNPC until 2010, about 67,5% had been allowed - and the corresponding certificate had been concomitantly granted - and about 32,5% had been abandoned or were pending (including here the rejected ones) [Figure 4]. On December 2011, the database of the SNPC showed 1,564 PVP certificates [Figure 5]. Between 2005 and 2011, there was a growth of about 124% in the amount of protected varieties [Figure 6]. Among said total, stand out 504 certificates for soybean, 104 for wheat, 103 for sugar-cane and 93 for rose² [Figures 5 and 6]. In brief, the numbers disclosed above indicate a solid increase of filings (and subsequent granting) of PVP applications in Brazil, which demonstrates the economic relevance of Intellectual Property related to the protection of plants, seeds and progenies. Figura 1 - Quantidade de pedidos de proteção de cultivares depositados no SNPC entre 1997 e 2010 (ano x total de pedidos depositados). Figure 1 - Amount of PVP applications filed with the SNPC between 1997 and 2010 (year x total of filed applications). The protection of the variety encompasses the reproductive or vegetative propagating material of the whole plant, and it affords its holder the right to commercial reproduction in the national territory, third parties being prohibited during the term of protection from producing for commercial purposes, offering for sale or marketing propagating material of the plant variety without its authorization. Counted from the grant of the PVP provisional certificate, the term of protection of the variety is 18 years for vines and fruit, forest and ornamental trees, including in each case the rootstock thereof, and 15 years for the remaining species. The competent authority for granting PVP is the National Service of Plant Variety Protection - SNPC, which is within the Ministry of Agriculture. Fonte: Figura preparada pelos autores, a partir dos dados do Quadro 1/Source: Figure prepared by the authors, based on the data of Chart 1 Figura 2 - Quantidade de pedidos de proteção de cultivares depositados no SNPC entre 1997 e 2010 (ano x total de pedidos depositados), conforme grupos de cultura. Figure 2 - Amount of PVP applications filed with the SNPC between 1997 and 2010 (year x total of filed applications), according to groups of cultures. Until August 2012, the SNPC provides protection for 142 plant varieties, according to the following list (some species foresee more than one variety): . Agricultural: Cotton, Peanut, Rice, Oat, Potato, Coffee, Sugar-cane, Rye, Barley, Bean, Caupi bean, Sunflower, Castor plant, Manioc, Maize, Soybean, Sorghum, Tobacco, Wheat, Triticale. . Forest: Eucalyptus, Rubber tree. Fonte: Figura adaptada pelos autores, a partir de SNPC (2012) / Source: Figure adapted and translated by the authors, based on SNPC (2012). ² Numbers obtained by the authors, based on the data available in the electronic site of the Ministry of Agriculture: http://extranet.agricultura.gov.br/php/proton/cultivarweb/cultivares_protegidas.php?acao=pesquisar&postado=1; searched on 12.30.2011. Figura 3 - Porcentual de depósitos de pedidos de proteção de cultivares no SNPC entre 2000 e 2010 (ano x porcentual de pedidos depositados). Figure 3 - Percentage of filings of PVP applications with the SNPC between 2000 and 2010 (year x percentage of filed applications). Assine a versão digital / Subscribe to the digital version: da nne m a nn.co m.b r/DSNews Sugestões e comentários são muito bem-vindos no endereço / Suggestions and comments are welcome at: ds ne ws @da nne mann.c o m.b r da nne m a nn.co m.b r/DSNews Fonte: Figura elaborada pelos autores, a partir dos dados do Quadro 1/ Source: Figure prepared by the authors, based on the data of Chart 1. Figura 4 - Relação entre pedidos de proteção de cultivares pendentes/abandonados e certificados de proteção de cultivares concedidos pelo SNPC, até 2010. Figure 4 - Relationship between the pending/abandoned PVP applications and the PVP certificates granted by the SNPC until 2010. RIO DE JANEIRO Tel. 55 21 2237 8700 Fax 55 21 2237 8922 Rua Marquês de Olinda, 70 22251-040 Rio de Janeiro RJ SÃO PAULO Tel. 55 11 2155 9500 Fax 55 11 5549 2300 Av . Indianópolis, 739 04063-000 São Paulo SP BRASÍLIA Tel. 55 61 3433 6694 Fax 55 61 3433 6695 SCS, Quadra 1, Bloco H, 3º andar 70399-900 Brasília DF Fonte: Figura elaborada pelos autores, a partir dos dados obtidos no Quadro 1 acima e no sítio eletrônico do MAPA (disponível em http:// extranet.agricultura.gov.br/php/proton/cultivarweb/cultivares_protegidas.php?acao=pesquisar&postado=1; acessado em 30.12.2011). Source: Figure prepared by the authors, based on the data of Chart 1 above and the electronic site of the Ministry of Agriculture (available at: http://extranet.agricultura.gov.br/php/proton/cultivarweb/cultivares_protegidas.php?acao=pesquisar&postado=1; searched on 12.30.2011). Figura 5 - Quantidade de certificados provisórios e definitivos de proteção de cultivares publicados pelo SNPC entre 1997 e 2011 (ano x total de certificados publicados). Figure 5 - Amount of PVP provisional and definitive certificates published by the SNPC between 1997 and 2011 (year x total of published certificates). Conselho Editorial / Editorial Board COORDENADOR / CHAIR José Antonio B. L. Faria Correa Attilio Gorini Elisabeth Siemsen do Amaral Henrique Steuer I. de Mello Markus Wolff Rodrigo Borges Carneiro Fonte: Figura elaborada pelos autores, a partir dos dados obtidos em MOREIRA (2005), MOREIRA (2009) e sítio eletrônico do MAPA (disponível em http://extranet.agricultura.gov.br/php/proton/cultivarweb/cultivares_protegidas.php?acao=pesquisar&postado=1; acessado em 30.12.2011). Source: Figure prepared by the authors, based on the data of MOREIRA (2005), MOREIRA (2009) and the electronic site of the Ministry of Agriculture (available at: http://extranet.agricultura.gov.br/php/proton/cultivarweb/cultivares_protegidas.php?acao=pesquisar&postado=1; searched on 12.30.2011). Figura 6 - Porcentual de certificados provisórios e definitivos de proteção de cultivares publicados pelo SNPC entre 2005 e 2011 (ano x porcentual de certificados publicados). Figure 6 - Percentage of PVP provisional and definitive certificates published by the SNPC between 2005 and 2011 (year x percentage of published certificates). Aviso Importante O Informativo Dannemann Siemsen é uma publicação trimestral que tem como objetivo destacar assuntos de interesse na área da Propriedade Intelectual e de vários campos do Direito. Essa publicação não deve ser interpretada como um parecer jurídico/técnico sobre qualquer assunto. Caso necessite de pareceres ou informações, por favor, entre em contato conosco. Disclaimer Dannemann Siemsen News is a quarterly publication intended merely to highlight matters of interest in the field of Intellectual Property and in several areas of Law. This publication should not be interpreted as a legal/technical opinion for a a specific case. Should you require advice or information, please contact us. Fonte: Figura elaborada pelos autores, a partir dos dados apresentados na Figura 4 / Source: Figure prepared by the authors, based on the data presented in Figure 5. ©2003 / 2012 Dannemann Siemsen