CENÁRIO DA ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA NORDESTINA
ENCONTRADO NOS PERIÓDICOS ESPECIALIZADOS.
COSTA, CAROLINA. (1); TINEM, NELCI. (2)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU/ UFRN
Centro de Tecnologia
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Campus Universitário Lagoa Nova
Caixa Postal 1524
CEP 59078-970 – Natal/ RN – BRASIL
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RESUMO
O presente artigo constitui parte de uma pesquisa de mestrado que se propôs a investigar projetos de
arquitetura situados na região Nordeste, datados entre os anos de 1985 e 2000, de acordo com a
divulgação em periódicos especializados, mais precisamente, as revistas AU e Projeto, fonte-base de
toda a informação, inclusive gráfica. O acervo encontrado foi composto por 205 projetos, que
possibilitaram a construção de um panorama sobre a arquitetura nordestina difundida pelas revistas, o
que nos permitiu tecer observações de naturezas quantitativa e qualitativa sobre essa produção que
teve visibilidade para o restante do país. O artigo é composto do registro e da análise dessa produção
difundida pelas revistas: a representatividade da região e de cada Estado que a compõe, a citação de
arquitetos e escritórios de arquitetura, a ênfase e a recorrência na divulgação de projetos e, por fim,
uma visão geral acerca das características projetuais desse acervo, identificando referências às
diferentes posturas arquitetônicas (nacionais e internacionais) adotadas na época.
Palavras-chave: Arquitetura Contemporânea; Nordeste; Revistas; Moderno; Pós-moderno.
A intenção da pesquisa foi verificar as influências da arquitetura internacional, resultante das
discussões e propostas críticas ao Movimento Moderno, na arquitetura produzida no Nordeste
no final do séc. XX. Partimos da hipótese inicial de uma cadeia de influências, quem tem suas
raízes em paradigmas extradisciplinares e se baseia em modelos, expressa através de
posturas arquitetônicas e decisões projetuais, perceptíveis nas edificações através de suas
informações gráficas e características icônicas.
Em se tratando dos recortes espacial e temporal da pesquisa, julgamos coerente observar as
publicações que datam a partir de 1985, por dois motivos:
1) a década de 1980 consta como época de formação das primeiras turmas de faculdades de
arquitetura e urbanismo em vários estados do nordeste (com exceção das faculdades do
Recife, de Salvador e Fortaleza, preexistentes);
2) na década de 1980, a divulgação da produção arquitetônica brasileira ganha espaço
através de revistas nacionais especializadas, como Pampulha (de vida curta), Módulo e
Projeto, difundidas desde a abertura política e econômica. Em 1985, a Revista AU foi
lançada e, juntas, AU e Projeto passaram a concentrar a literatura específica, sendo
ambas até hoje comercializadas e encontradas em grande quantidade nas bibliotecas,
servindo como referência em se tratando de periódicos nacionais na área e incluem, em
seu acervo, a produção do nordeste.
Tivemos como princípio fundamental o de que o projeto de arquitetura consiste em arquitetura
em potencial, portanto suficiente para os fins desta pesquisa, pois, as informações gráficas do
projeto permitem a análise pretendida. Assim, o objeto de estudo foi definido como o projeto
de arquitetura. Do acervo de exemplares pesquisados, o número total de projetos citados no
Nordeste dentro do intervalo de tempo estabelecido foi de 205 projetos. Finalizado o
levantamento dos periódicos, o material coletado reunido, possibilitou a construção de um
panorama da produção arquitetônica nordestina difundida pelas revistas.
Tanto na Revista AU quanto na Projeto (atual Projeto/Design), o foco principal é a produção
arquitetônica – o que torna natural que o conteúdo seja em maior parte composto pela
exposição de exemplares. Os projetos de arquitetura estão sempre presentes, independente
de já terem sido executados, mas a maioria dos exemplares expostos consiste de edificações
já construídas, em matérias que intercalam informações gráficas e textuais. De acordo com o
próprio escopo da pesquisa, as informações obtidas oferecem um recorte – espacial e
temporal – que nos proporciona um olhar direcionado sobre a produção publicada e diante de
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todo o conjunto de informações que foram levantadas, foi possível traçar algumas
observações que se aplicam ao conjunto de projetos.
Localização dos projetos
Em todos os exemplares pesquisados, consta espaço destinado à produção internacional,
embora a maior parcela de informação trate de exemplares nacionais – não foi observada
uma regra normativa, mas observou-se que aproximadamente 80% do conteúdo permeie
questões nacionais, dentre exemplares e discussões temáticas. Destes exemplares
nacionais, por sua vez, é pequena a parcela dedicada à região Nordeste do país. É fato que as
revistas tem na região sudeste a sua origem, mas parece-nos sensato afirmar que a
concentração maior de divulgação de projetos nessa localidade se deve ao desenvolvimento
mais intenso da região sudeste, que naturalmente termina por concentrar maiores demandas
na construção civil (além das tradicionais escolas de arquitetura situadas na região). Nos
primeiros exemplares pesquisados de ambas as revistas, inclusive, não foi encontrada
menção a qualquer projeto situado no nordeste. O maior número de projetos publicados
concentravam-se nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, com eventuais aparições de
exemplares de Brasília, Minas, Paraná e Rio Grande do Sul.
Para a revista AU, a abordagem de projetos no Nordeste não tarda muito e se inicia através de
edições temáticas. A revista AU n. 06, de junho de 1986, traz em matéria de capa (“A grande
festa”) a arquitetura baiana. Essa edição inicia um processo que se repete eventualmente, em
que a revista se propõe a homenagear produções de Estados específicos (como, por
exemplo: Pernambuco, na edição n. 21; Paraíba, nas edições de n. 79 e n. 89; e Alagoas, na
edição n. 85). Dentre os exemplares pesquisados da revista Projeto, foi a partir da edição n.
114 que se efetivou uma proximidade com a produção nordestina. Neste exemplar, são
divulgados vários projetos de diversos Estados do Nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará,
Pernambuco e Piauí.
Quantitativo
De princípio, para compreender melhor o acervo de 205 projetos, fez-se necessário fazer
observações objetivas acerca dos projetos e das representações proporcionais que compõem
o todo. Estes dados nos mostraram informações parciais (proporcionais e percentuais) que
suscitaram questionamentos, como: a) o número de projetos situados em cada estado da
região e como se apresenta essa distribuição (quais os estados mais citados e qual a
proporção projetos/estado); b) a concentração de autoria dos 205 projetos (quais os arquitetos
e/ou escritórios mais citados); c) por fim, a partir do agrupamento por semelhança e
identificação das características mais marcantes dos projetos com as três correntes
internacionais definidas anteriormente, um quantitativo relativo ao número de projetos
enquadrados em cada uma dessas correntes.
De início, observa-se que todas as Unidades Federativas que compõem a região Nordeste
são contempladas – entretanto, a distribuição dessa contemplação entre os Estados
presentes não é homogênea. Como podemos ver na tabela a seguir, os números mais
expressivos de edificações citadas provém dos Estados de Pernambuco, Bahia e Ceará – não
por coincidência, os Estados mais populosos e mais desenvolvidos da região e cujas
faculdades de arquitetura estão há mais tempo em atividade. Depois destes, há saltos
quantitativos sobre as produções na Paraíba, seguido das produções em Alagoas, e, por fim,
as no Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Tabela 01: Número de projetos por Estado.
UF
Pernambuco
Bahia
Ceará
Paraíba
Alagoas
Maranhão
Piauí
Rio Grande do Norte
Sergipe
TOTAL
nº de projetos
49
46
42
25
15
12
08
06
02
205
Fonte: Carolina Costa, 2011.
Naturalmente, também não é homogênea a citação de arquitetos e/ou escritórios em cada
Estado: há os que se destacam, sendo citados várias vezes (por projetos distintos publicados
ou por desenvolverem um projeto que tenha sido alvo de matéria em mais de uma revista ou
em edições diferentes do mesmo periódico). A autoria dos 205 projetos do conjunto
corresponde a um total de 86 arquitetos e/ou escritórios diferentes – sendo assim, espera-se
consequentemente a recorrência de autoria. Desse número de 86 autorias, 44 deve-se a
citação de apenas um projeto que desenvolveram, e 42 tiveram dois ou mais projetos seus
publicados. Ao compararmos o quantitativo de autorias recorrentes com o número total de
projetos encontrados, podemos confirmar que a atuação de um grupo seleto concentra parte
considerável dos projetos publicados: 42 escritórios são responsáveis por 161 dos projetos
mencionados, o que equivale a 78,5% dos projetos citados no Nordeste.
A partir desta informação, seria possível estipular uma média de 04 projetos por cada um
destes escritórios. Entretanto, a observação da autoria nos permite chegar a uma outra
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constatação: consideradas as devidas proporções, concentra-se em um número ainda menor
de autores um maior número de projetos divulgados. Dos 42 autores recorrentes, um grupo
seleto de 10 arquitetos/escritórios teve 05 ou mais projetos seus publicados, num somatório
total de 88 projetos – o que significa que: do grupo de 42 arquitetos com citação recorrente
(responsáveis por 161 projetos publicados), esses 10 são responsáveis por 55% dessa
produção; do total de 205 projetos, 43% estão concentrados nas mãos desses 10 autores.
Abaixo, pode-se ver a relação dos arquitetos e/ou escritórios com mais de 05 projetos
constantes no acervo:
Tabela 02: Arquitetos / Escritórios com citação recorrente (>=5).
ESCRITÓRIO
Fernando Peixoto
Luiz Fiúza
CO-AUTORIA
projetos
UF
-
15
01
07
04
01
02
01
01
08
05
01
02
01
02
01
01
01
BA
SE
CE
CE
MA
PE
PE
CE
PE
BA
CE
MA
CE
06
01
01
07
03
03
05
02
03
PE
PI
RN
CE
AL
8
PB
BA
5
5
Ione Fiúza (Ione Felício)
Jerônimo da Cunha Lima
Carlos Fernando Pontual
Jerônimo & Pontual
-
João Filgueiras Lima
(Lelé)
-
Jayme Leitão
Fabian
Salles
Jean
Togleate
Borsói Arquitetos
Associados
Nasser Hissa Arquitetos
Mário Aloísio Mello
Expedito de Arruda
Neilton Dórea
Augusto
Alves
Sulier
Farias
-
Ovídio P. Maestre (03)
Luiz Humberto e equipe
nº
total
16
12
11
10
9
9
8
7
6
Fonte: Carolina Costa, 2011.
Outro fato que a distribuição de projetos por autoria nos permite observar é que: ao mesmo
tempo em que encontramos escritórios como o de Jayme Leitão e Nasser Hissa (ambos no
CE), de Mário Aloísio (AL), Expedito de Arruda (PB) e Neilton Dórea (BA) concentrados nos
Estados de origem, concomitantemente, vemos atuações de abrangência regional: o arquiteto
Gerson Castelo Branco, por exemplo, teve um número de 04 projetos citados, sendo um em
cada Estado do Nordeste; na tabela acima, vemos que João Filgueiras Lima até tem a maior
parte de seus projetos concentrados na Bahia, mas além de ter um projeto no Ceará e outro
no Maranhão, um dos seus projetos é voltado para a construção em quaisquer dos Estados
nordestinos (trata-se do CIAC: Centro Integrado de Apoio à Criança). É importante notificar
que, na maioria dos casos (e é o caso dos escritórios com maior número de projetos
publicados), a citação de projetos em outro Estado além do de origem apresenta-se com
caráter eventual (apenas 01 projeto fora do local de atuação).
As tendências encontradas
Dentre 205 projetos já era previsto que nos deparássemos com uma pluralidade de características
arquitetônicas e referências projetuais, que implicaram numa organização por similaridade,
cuja análise qualitativa será abordada mais adiante. Não obstante, para compreender como
essa diversidade se apresenta, a etapa subsequente da pesquisa consistiu basicamente no
estudo e na comparação dos projetos de arquitetura, que precisou de determinações
preliminares. O conjunto de procedimentos que seguimos foi denominado como escopo do
estudo: foram identificadas correntes teóricas e exemplos práticos reconhecidos pela crítica
internacional como expressivos e representantes de propostas ideológicas, depois
identificamos as propostas arquitetônicas regionais selecionadas através dos periódicos e
comparamos semelhanças e diferenças entre as duas produções levantadas. Para tal, foram
necessários critérios de seleção e triagem.
O primeiro critério de seleção decorre das informações sobre cada projeto: as informações
gráficas dos projetos deveriam ser suficientes, nos fornecendo subsídios para realizar o
estudo. Definimos como informações gráficas relevantes para análise, no mínimo, a
representação de plantas-baixas do edifício (se possível acompanhada de fachadas e cortes)
e imagens – sejam croquis, perspectiva ou imagens geradas a partir de maquete e/ou fotos da
edificação já construída. Este critério nos pareceu objetivo e definitivo para o desenvolvimento
do trabalho, por atender a uma necessidade de ordem prática e diretamente relacionada à
fonte-base adotada para pesquisa.
Considerando todo o material extraído dos periódicos, somado ao que foi obtido através dos
sites das revistas na Internet, o acervo total resultou em 1.225 arquivos, que constituem o
material gráfico referente aos projetos levantados. Embora verifiquemos a existência de uma
quantidade considerável de imagens, há projetos cuja informação gráfica consiste apenas de
fotos, assim como outros não dispõem de qualquer referência gráfica, o que não é
considerado suficiente para análise. Dos 205 projetos, 46 não possuem imagens – ou porque
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não havia imagem na matéria, ou porque o exemplar não foi encontrado novamente no
processo de captura das informações gráficas. Resumindo, o primeiro critério de seleção
reduz o acervo a ser estudado para 159 projetos.
Em seguida, foi definido um segundo critério de seleção, que emana do processo de
observação, à medida que nos deparamos com as informações e imagens. A associação ou
referência por semelhança (seja na organização espacial, seja nas características plásticas,
seja nas técnicas construtivas) são inevitáveis – e a organização de acordo com as
características associadas (ou até a falta delas) ocorre. Este critério, entretanto, é de natureza
essencialmente subjetiva – ao menos no instante inicial.
Ao passo que observamos as imagens, foram identificadas características marcantes de cada
projeto e estes foram agrupados por semelhança. Como impressão geral e análise preliminar,
percebemos a existência de três grupos de projetos: 1) de influência claramente moderna, 2)
projetos que resultam de interpretações diferenciadas do Movimento Moderno e 3) de
influência claramente pós-moderna. Sendo assim, o acervo de 159 projetos está organizado
da seguinte maneira:
Tabela 03: Grupos de organização dos projetos.
REFERÊNCIA
nº de projetos
(%)
Moderna
31
19,5
Interpretações
31,5
Continuidade
21
High-tech
15
Regionalismo
14
Pós-Moderna
49
31
Total
130
82
P.S.: 29 projetos (18%) ficaram sem definição
Fonte: Carolina Costa, 2011.
Faz-se necessário observar que, desde o início, procuramos identificar projetos e edificações
cuja arquitetura tenha apresentado impacto frente à produção da época e/ou cuja presença
tenha se mostrado expressiva, adquirindo importância na transformação da paisagem urbana
das cidades em que foram implantadas. Para tal, definiu-se como terceiro critério de seleção o
que vislumbramos como comprovação de reconhecimento do projeto: para objetos de análise
e estudo aprofundado, dedicamos maior atenção aos projetos publicados com maior
recorrência e/ou ênfase (número de citações nas publicações e/ou destaque com que eles
são apresentados nos periódicos). Essa recorrência ocorre quando as publicações reforçam a
relevância do projeto como exemplo arquitetônico, em publicações temáticas que se propõem
a expor trabalhos representativos de uma época, de um Estado ou de um arquiteto e/ou
escritório.
Qualitativo
Como já explicitado anteriormente, o cenário configurado não consiste de um conjunto único –
mas tampouco é plural a ponto de não poder ser dividido em grupos com características
similares. Através das imagens dos projetos (representações e fotos), foi possível identificar
diferentes posturas arquitetônicas, que variam entre os escritórios e também dentro da
produção de um mesmo escritório, independente do Estado em que se situam – e esse fato
pode ser observado tanto ao contemplarmos o acervo como um todo, quanto se nos
concentrarmos no grupo formado pelos 10 escritórios com mais citações, pois, a produção
destes arquitetos e/ou escritórios reflete a variedade encontrada.
Os temas
Devido ao tema abordado pela pesquisa, há uma observação inevitável que envolve o caráter
dos projetos apresentados: à primeira vista, a maioria dos projetos encontrados parecem
seguir ainda os ensinamentos e os preceitos modernistas – seja porque se tratam de projetos
sumariamente modernistas ou porque apresentam singularidades que não os afastam da
essência do projeto moderno. A temática pós-moderna foi ocupando espaço aos poucos,
através de debates e depoimentos de profissionais, que questionavam algumas
consequências do planejamento urbano e a adequação de alguns elementos formais e
construtivos de exemplares modernos. A revista AU n.02 traz uma entrevista com Lúcio
Costa1em que são expostos questionamentos acerca da má interpretação dos princípios e
dos objetivos modernistas devido ao entusiasmo com o novo modo de ver e produzir a
arquitetura. Na edição seguinte, são reunidos diversos atores sociais, estudiosos e
profissionais relacionados à administração das cidades para debater os problemas
enfrentados pelo urbanismo na época e apresentar alternativas.
Essa revisão pode suscitar questionamentos porque a autorreflexão e o debate em si são
inerentes à condição humana e à sua atuação na vida em sociedade, mas a intenção de expor
esses questionamentos neste momento é a de mostrar que os rumos do Movimento Moderno
já não eram vistos em condição isenta de questionamentos. Deixando à parte todas as
condições sociais e políticas que envolvem a abertura do país ao panorama cultural
internacional, esse posicionamento diante do modernismo abriu espaço para uma absorção
tardia dos debates pós-modernos – e as revistas apenas expõem a situação. Isso pode ser
confirmado na edição seguinte da AU: exemplar n. 04 traz como tema principal a arquitetura
1
Matéria chamada “O sonho foi menor: entrevista especial com Lucio Costa”, Revista AU n.02 – abril/1985.
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desenvolvida no Estado de Minas Gerais, destacando a produção que segue as propostas
pós-modernas internacionais, em matéria intitulada “Pós-Minas: resgatar, questionar,
avançar”.
Já na revista Projeto, não foi observado um destaque de natureza semelhante, embora, aos
poucos, a arquitetura produzida que se diferenciava dos ensinamentos modernos passou a
ocupar espaço – abordada como novidade, com um enfoque que se dirigia mais às questões
tecnológicas do que à aparência ou ao conteúdo conceitual – como a edição n. 78, de agosto
de 1985, que trouxe na capa o edifício Citicorp Center, em São Paulo (que se torna
emblemático para profissionais da época ao desencadear intensas discussões arquitetônicas
e reaparece na edição n. 97, em março de 1987).
O acervo em si
Dentro do acervo, reconhecemos projetos que carregam características típicas da arquitetura
moderna brasileira, provenientes das escolas carioca e paulista ou influenciadas pela
produção relacionada à experiência de Brasília. A maior parte de exemplares aqui
enquadrados se constitui de edifícios institucionais ou edificações verticais (comerciais ou
residenciais). São projetos com plantas racionalizadas, que tiram partido de preocupações
construtivas e com plástica inspirada em geometria pura.
Um dos programas constantes é o das edificações residenciais multifamiliares, em que a
necessidade de racionalização dos elementos compositivos se impõe (inclusive pelo próprio
mercado da construção civil). O escritório de Borsói, por exemplo, tem presença marcante e
ilustra o grupo de projetos com essa característica. Embora a maioria dos seus projetos
citados consista em edifícios multifamiliares, a configuração formal resultante de uma solução
construtiva também se verifica nos croquis publicados do projeto para o Centro de Vendas de
Animais, em Teresina. Também em Teresina, Acácio Gil Borsói remete à Brasilia no edifício
para a Assembléia Legislativa do Piauí, em que tira partidos do concreto e da forma da
abóbada. Um outro exemplo em concreto é o edifício para a Sede Regional do Banespa, em
Recife, projeto de Abrahão Sanovicz.
A preocupação estrutural também pode ser vista como característica marcante em vários
projetos do escritório (também) pernambucano Jerônimo & Pontual, cujas plantas refletem
preocupação sobretudo funcional e nos projetos com maior arrojo estrutural, como o do
Tribunal Regional Federal (da Justiça), em Recife, há anotações e estudos referentes aos
aspectos construtivos e relacionados ao aproveitamento de iluminação e ventilação naturais.
Neste, é evidente a coerência entre configuração plástica e as decisões anteriores (funcional
e estrutural): o escritório toma partido da decisão construtiva.
Seguindo outras propostas, mas todas igualmente modernas, temos o projeto do Atelier
Integrado de Arquitetura para a Casa da Indústria, no CE, e, em PE, do Mar Hotel, de José
Goiana Leal, e do CESEC Banco do Brasil, de Maurício Roberto. Em todos estes escritórios
apresentados, há a identificação com a postura moderna e isso se reflete na produção. Talvez
por influência dos ensinamentos do próprio Borsói como formador de boa parte dos
profissionais atuantes em Pernambuco, mas o Estado possui, proporcionalmente a
quantidade de produção publicada, pouquíssimos exemplares pós-modernos.
Imagem 01: Assembléia Legislativa (PI), Tribunal Regional Federal (PE), Casa da Indústria (CE), Mar
Hotel e CESEC-BB (PE).
Fontes: Projeto n. 114; Projeto n. 182, AU n. 33 e 70; Projeto n. 95; Projeto n. 114 e 117; Projeto n. 107.
Muitos arquitetos/escritórios cuja produção é essencialmente modernista também explora
outras possibilidades quando o apelo comercial intrínseco é evidente. Não se vê uma
definição de estilo; não há uma mudança evidente que denote a adoção de uma postura –
mas junto a plantas com solução modernista, apresentam-se detalhes sutis em sua
configuração plástica, numa liberdade quase que lúdica para a exploração da plástica da
edificação, consistindo em projetos cuja essência é modernista mas permitem uma maior
liberdade formal no tratamento das fachadas, numa atitude que parece ser menos severa e
rígida em relação à configuração plástica, como consequência natural da relação com o lugar,
através da inclusão de elementos que prestam referências externas ao programa ou à solução
tecnológica construtiva.
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A maior parcela de projetos constantes no acervo apresentam estas características, como
numa espécie de evolução do Movimento Moderno, reflexo da busca pela utilização de
recursos tecnológicos construtivos mais recentes e de posicionamentos críticos acerca da
aplicação dos princípios modernos em diferentes condições (culturais, climáticas e
tecnológicas). Há projetos de características essencialmente modernas mas que apresentam
uma maior liberdade formal e na utilização de revestimentos (que não deixam de ter função
relevante no clima quente-úmido nordestino). Em alguns casos, é possível afirmar que isso
seja resultado da aplicação das premissas modernas ao lugar, do processo de adequação,
numa apropriação regional – mas essa é uma impressão primária, carente de maiores
aprofundamentos.
O que compreendemos como primeira interpretação diferenciada tem como exemplo vários
edifícios multifamiliares nos quais a ousadia se vê em gestos plásticos sutis, como uma curva
sinuosa de propósito essencialmente formal, ou como uma diferenciação de cor num trabalho
de revestimento de fachada, ressaltando formas – como podemos ver no edifício Resid. Wind
Place, de Gustavo de Almeida, no Piauí, e, em Pernambuco, nos edifícios Hyde Park e Casa
Alta, de Jerônimo & Pontual, no Ed. Resid. das Ubaias, de Rangel Moreira Arquitetos, e no
Resid. Filipe Camarão, de Borsói. Isso também ocorre nos edifícios comerciais, como o Ed.
Dunas (PB), de Régis Cavalcanti, a Pousada-Flat Cabo Branco Residence (PB), de Antônio
Cláudio e Ernani Henrique, e o Empresarial C. Rolim (CE), de Nasser Hissa Arquitetos.
Neste grupo aparecem as residências, que diferenciam os elementos de composição através
do uso de cores e materiais, assim como misturam tecnologias construtivas – seguindo um
comportamento moderno, mas com maior liberdade plástica. O exemplo mais ilustrativo é a
Residência em Ipojuca (PE), do grupo CIA da Arquitetura.
Imagem 02: Ed. Casa Alta e Resid. das Ubaias (PE), Pousada-Flat Cabo Branco Residence (PB),
Residência em Ipojuca (PE).
Fontes: Projeto nos. 114 e 182; AU n. 93; Projeto/Design n. 232.
Dentre as interpretações distintas do movimento moderno também podemos identificar
projetos que essencialmente exploram a tecnologia construtiva como partido, que se efetua
através de estruturas ousadas; no caso, a tecnologia se trata da estrutura metálica
pré-fabricada, utilizada em projetos para o cumprimento dos mais diversos programas.
Aparece como treliça espacial ou plana em soluções com tirantes, dialogando com uma
estrutura também em concreto.
O exemplo mais antigo e emblemático é o edifício da Casa do Comércio (BA), de Oton Gomes
e Fernando Frank. É imediata a associação com produções conhecidas como de arquitetos
metabolistas e a arquitetura high-tech – que podem também ser compreendidos como uma
interpretação do Movimento Moderno na arquitetura, justamente pela atitude de procurar o
aprimoramento tecnológico e utiliza-lo como premissa projetual. A efetuação dessa
interpretação no nordeste é passível de discussões, mas é fato a estrutura metálica ser a
tecnologia mais recente e desenvolvida na época e, por isso, ressalvadas as devidas
proporções e considerando as limitações circunstanciais, as intenções se aproximam.
Há exemplares que ilustram esse grupo em seis dos nove Estados da região (ficam de fora
apenas Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe). Há experiências pontuais, como o Clube dos
Funcionários da Petrobrás (CE), de Mário Guerra Roque & Jayme Leitão, o prédio da FUNAD,
de Expedito de Arruda, e o da antiga Concessionária Peugeot, de Gilberto Guedes (ambos na
PB), e o Espaço de Apresentações (CE), de Décio Tozzi.
Imagem 03: Casa do Comércio (BA), Cl. Func. Petrobrás e Espaço de Apresentações (CE), FUNAD e
Conc. Peugeot (PB), Sede da Prefeitura (BA) e CIAC (abrangência regional).
Fontes: AU n. 6, Projeto n. 114; Projeto n. 114 e AU n. 20; Projeto n.165; AU 64; AA n. 251; AU n. 37.
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De todos exemplos que podem ilustrar esse grupo, o mais expressivo é a produção de João
Filgueiras Lima, reconhecido por adotar essa postura e estes elementos construtivos como
característica projetual própria, atuante não só no Nordeste como em vários Estados do país e
responsável por exemplares no Maranhão, Ceará e Bahia (além do projeto do CIAC, a ser
efetuado em toda a região). Foi o único, inclusive, a ter projeto situado no nordeste citado
numa revista internacional, a L’Architecture d’Aujourd’hui (AA), em junho de 1987.
Uma terceira e última interpretação abrange projetos que se utilizam de referências
características do lugar, remetendo a construções locais e utilizando de materiais e
tecnologias construtivas próprios do local onde estão implantados. Não pretendemos entrar
no mérito da questão, mas tanto nos livros sobre a produção brasileira recente quanto nas
próprias revistas em que estão publicadas, muitas dessas soluções foram apresentadas como
uma faceta do que se divulgou como Regionalismo. Independente da associação, o fato é que
estes são projetos que se apropriam da linguagem associada à cultura do lugar, numa
tentativa de adequação às condições naturais próprias do lugar, de uso do conhecimento
material e tecnológico construtivo específicos e, no fim, de inserção – obtida através do uso de
elementos familiares à população ou já associados à cultura da região.
Essa atitude projetual aparece em vários projetos de residências, pousadas e hotéis
localizados próximos ao mar e se efetua com a menção à vegetação de coqueiros (e os
telhados de palha trançada), com o telhado em telha canal com cumeeira alta e beiral que se
prolonga e se projeta por sobre a face da edificação conformando varandas e o uso de
madeira. Podemos ver essas características no projeto de residência de autoria de Daniel
Colina, em Salvador, e no Hotel Mamelucos, de Antônio Caramelo, em Lauro de Freitas,
ambos na Bahia. Também na residência em Ipojuca (PE) projetada por Carmen Mayrink e
Vera Pires e no Hotel Vila do Mar (RN) de Gerson Castelo Branco.
Imagem 04: Residência e Hotel Mamelucos (BA), Residência (PE) e Hotel Vila do Mar (RN).
Fontes: Projeto n. 115 e 108; Projeto n. 125 e 128.
Finalmente, como última postura identificada, temos os projetos que se assemelham às
tendências pós-modernas internacionais dos anos 1960 e 1970, que verificamos se expressar
através de vertentes variadas e reconhecidas na literatura especializada pelas ideias e obras
de arquitetos que as representaram. Essa mesma variedade foi encontrada na amostra dos
projetos nordestinos.
Dentre as referências mais expressivas ao pós-moderno, os edifícios do escritório de
Fernando Peixoto em Salvador (BA) chamam a atenção por suas fachadas, compostas com
um trabalho de grafismo que parecem remeter ao trabalho de impressão em xilogravura. As
plantas mostram uma organização extremamente funcional, mas o diferencial se encontra no
tratamento da fachada como envoltória, em concordância com a tendência representada por
Robert Venturi. A produção de Fernando Peixoto vai de acordo com a busca pelo
reconhecimento de novos significados através da influência do pop art, da apropriação de
imagens e do uso de simulacros e na utilização de recursos de marketing e publicidade, na
busca de uma estética popular. Esta solução sintetiza as necessidades de construção e
mercado e beneficia as empresas associadas ao empreendimento e a ele próprio, com o
reforço de uma linguagem identificável.
Imagem 05: Villa do Iguatemi, Centro Odontológico, Centro Empresarial PREVINOR, Conj. de Edifícios
em Cidadella e Ed. Portal das Caravelas (todos na BA).
Fontes: AU n. 35, Projeto nos. 179 e 136.
Há também referências à primeira manifestação pós-moderna na Europa, que tem como
representantes as propostas de Aldo Rossi e Giorgio Grassi e pretendia uma espécie de
continuidade às propostas arquitetônicas dos anos 1920, com evocações teóricas à memória
e à subjetividade, chamando atenção para o lugar, a cidade ou a história. Seguindo estes
parâmetros, se destacaram dois projetos em particular: o projeto para uma residência na
cidade de Maciel (PB) e o Centro Cultural Dragão do Mar (CE).
Estes projetos agregam várias características adotadas por Rossi, como a volumetria obtida
por derivações do quadrado, do círculo e do triângulo, e a predominância dos volumes
maciços (nos quais os vazios consistem em simples subtrações). No caso da casa de campo,
a edificação presta referências ao contexto em todos os seus elementos arquitetônicos. O
conteúdo simbólico deste projeto se fundamenta em justificativas históricas e estéticas, em
concordância com o discurso de Rossi. O edifício possui propriedades funcionais e formais
3º SEMINÁRIO IBERO-AMERICANO ARQUITETURA E DOCUMENTAÇÃO
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análogos à cultura nordestina em relação à vivência do programa, que alimentam a
construção de um significado a medida que essa vivência se realiza.
Já o projeto do Centro Cultural apresenta relação com essa vertente por similaridade com o
projeto de Aldo Rossi para a Prefeitura de Scandicci, feito 25 anos antes. Em ambos os
projetos, há um programa extenso que é composto pela conexão entre volumetrias distintas,
cada uma com uma função em particular. A conexão é feita pela passarela, elemento
destoante devido ao material metálico que contrasta com os revestimentos das demais
edificações, através da qual pode-se percorrer o programa. Apesar da variedade de
edificações, a compreensão do conjunto se dá pelo partido formal, pelo tratamento de
superfície adotado e pela relação que estabelece com o contexto: a composição dos projetos
são regidas pelo encadeamento dos elementos, cujos sentidos são justificados pelo uso
atribuído a cada elemento, numa relação hierárquica, em que os espaços/volumes se
agrupam e, ao mesmo tempo, são intercalados com os empraçamentos.
Imagem 06: Res. em Maciel (PB), Centro Cultural Dragão do Mar (CE) e Prefeitura de Scandicci (Itália).
Fontes: AU n. 83; Projeto/Design n. 233 e MONEO, 2008. p. 108.
Dentre os exemplares levantados também foi comum encontrar referências às obras
desconstrutivistas de Peter Eisenman – como podemos ver, por exemplo, no Ed. Pasqual I, no
Hotel Praia das Alagoas e no Maceió Mar Hotel, todos projetos de Mário Aloísio em Maceió.
Os edifícios que fazem referência a esta tendência apresentam volumetria derivada do cubo,
que é seccionado, e apresentam uma malha, que percebemos demarcar uma espécie de
ritmo ou modulação nas fachadas, como uma grade ou uma grelha. À primeira vista,
remete-se à imagem da malha em que Eisenman se baseia para realizar as operações sobre
o plano cartesiano. Entretanto, enquanto que no trabalho de Eisenman, a malha tem sentido e
função definidos (o fragmento, apesar de ser fragmento, é dotado de sentido para emanar a
ausência de uma parte), nos projetos nordestinos ele acompanha a modulação estrutural,
mas não é e nem faz parte da estrutura da edificação, com intenção simplesmente figurativa.
Imagem 07: AL - Ed. Pasqual I, Hotel Praia das Alagoas e Maceió Mar Hotel.
Fontes: Projeto n. 111, 117 e 128.
A utilização de elementos arquitetônicos sem o resguardo necessário da função que lhe é
própria, distorcendo seu significado e transformando-o em artifício gráfico de fachada, é
recorrente e parece ter sido adotado como recurso mercadológico na construção de
associações para o senso comum – como é o caso do que denominamos clássico fingido
(ilustrado pelos Fóruns de Maceió e de Recife, que apenas parecem releituras do programa
greco-romano) e high-tech fingido que podemos ver na Torre Santos Dumont e no Hotel Meliá
Confort, ambos no Ceará, em que a presença da tecnologia se efetua apenas no
revestimento.
Imagem 08: Fóruns de Maceió (AL) e do Recife (PE), Torre Santos Dumont e Hotel Meliá Confort (CE).
Fontes: Projeto/Design n. 231; Projeto/Design n. 219 e 263;
AU n. 77 e Projeto/Design n. 306; Projeto/Design n. 247.
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Considerações finais
Assim que foi definido o acervo de projetos levantado, nos deparamos com um volume muito
grande de projetos a serem observados e surgiu a dificuldade primeira de determinar quais
seriam abordados, pois, alguns edifícios incorporam de maneira mais completa alguns
conceitos (modernos ou pós-modernos) enquanto outros o fazem apenas superficialmente ou
se diferenciam um pouco. Embora a pesquisa tenha partido do pressuposto de que, durante
um determinado período, a produção pós-moderna internacional influenciou a produção
arquitetônica do Nordeste, ela obedeceu a um propósito maior – que é o de contribuir para a
compreensão da produção arquitetônica deste período mais recente. É certo que não há
espaço suficiente para a contemplação de todo o acervo, entretanto, espera-se que a
observação deste conteúdo aqui exposto suscite outras questões e/ou hipóteses – o que seria
a maior contribuição deste registro.
O ato de agrupar os projetos por semelhança vislumbrou a otimização da análise, mesmo que
esse agrupamento tenha sido revisado e alterado inúmeras vezes ao longo do estudo. A maior
contribuição deste agrupamento foi o de servir como o ponto de partida necessário. Sabemos
que esse agrupamento que realizamos neste trabalho pode (e deve) ser revisto e questionado
– até porque nada é consagrado e inalterável; ao longo do tempo, surgem interpretações
distintas e com o distanciamento necessário o conhecimento amadurece. Se este trabalho de
pesquisa servir como fonte e contribuir, de alguma maneira, para o amadurecimento do
estudo da arquitetura (seja no nordeste, seja no país), ele cumpriu o seu papel.
Referências Bibliográficas
COSTA, Carolina. O pós-moderno na arquitetura nordestina (1985-2000). Dissertação de
Mestrado. Natal: PPGAU/UFRN, 2012.
COSTA, Carolina; TINEM, Nelci. Arquitetura Contemporânea Nordestina (1985-2000). In:
Anais do 2º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação. Belo Horizonte: UFMG,
2011.
Exemplares das revistas AU e Projeto, publicados a partir de 1985, através dos acervos das
Bibliotecas das Universidades Federais do Rio Grande do Norte e da Paraíba e dos
endereços eletrônicos das respectivas editoras.
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Cenário da arquitetura contemporânea nordestina