CARTA REGIONAL
DE COMPETITIVIDADE
MINHO-LIMA
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1. TERRITÓRIO
A sub-região Minho Lima é uma NUT III da região Norte que corresponde integralmente ao distrito
de Viana do Castelo e que se encontra delimitada, grosso modo, entre o rio Minho (com foz em
Caminha) e o rio Lima (com foz em Viana do Castelo). Limita a Norte e a Leste com a Espanha, a
Sul com o Cávado e a Oeste com o Atlântico.
A localização geográfica do Minho Lima posiciona a sub-região entre o Grande Porto e a Galiza,
sendo que a ligação entre estas duas regiões constitui uma euro-região (Norte litoral de Portugal
e Galiza), desde Aveiro até à Corunha-Ferol e constituída, do lado português, por Aveiro, Grande
Porto, Vales do Ave e do Cávado e Minho Lima, e do Iado galego, por Vigo-Pontevedra, Santiago
e Corunha-Ferol.
FIGURA 1 - SUB-REGIÃO MINHO LIMA
A paisagem natural assume no Minho-Lima uma importância significativa, salientando-se o facto
de englobar grande parte do território do Parque Nacional da Peneda-Gerês, mas também por
existir uma rede complementar de áreas naturais (quer da Rede de Áreas Protegidas de Interesse
Nacional, quer da Rede Natura 2000).
O Minho Lima é a sub-região portuguesa que apresenta um padrão de povoamento mais disperso.
Esta dispersão, tem, por um lado, causas históricas (particularmente, o favorecimento, desde a
antiguidade da fragmentação sucessiva da propriedade e a introdução do milho que induziu o
estreitamento da ligação à terra), por outro lado, causas económicas (economia rural baseada
sobretudo na policultura intensiva e na auto-subsistência familiar) e ainda razões de ordem
geográfica - o relevo acidentado, a fertilidade dos vales e o isolamento das aldeias, sobretudo as
de montanha.
O sistema urbano da sub-região Minho-Lima é constituído por inúmeros pequenos aglomerados,
correspondentes a freguesias, vilas e cidades que se distribuem pelo território. É ao longo dos vales
do Lima e Minho e da faixa litoral que se localizam os aglomerados de maior dimensão.
De acordo com o PNPOT, o Minho-Lima é um espaço intermédio entre a região urbanometropolitana do Noroeste e a Galiza, que se caracteriza por ser uma região de transição entre
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as áreas metropolitanas de Porto e Vigo, na qual a cidade de Viana do Castelo se assume como
o indiscutível centro regional, sem prejuízo da sua articulação num sistema com centros urbanos
estruturantes de nível inferior.
Como a sub-região se encontra no limiar das áreas de maior densidade populacional e na esfera
de polarização da Grande Área Metropolitana do Porto (GAMP), uma parte significativa é definida
como “área intermédia” de densidade populacional, ficando uma outra parte definida como “área
crítica” (correspondendo ao território do Parque Nacional da Peneda-Gerês).
O sistema urbano do Minho-Lima é polarizado por Viana do Castelo, estendendo-se por dois eixos
com alguma densidade de urbanização – Viana do Castelo/Ponte de Lima e Viana do Castelo/
Caminha/ Vila Nova de Cerveira/ Valença, embora se reconheça que os municípios do Minho-Lima
interior registam uma forte polarização da cidade de Braga, dada a sua proximidade.
O PNPOT considera ainda existirem centralidades potenciais em Valença e Ponte de Lima,
se for considerado o actual e principal eixo de ligação rodoviário entre o Norte de Portugal e a
Galiza e a futura implantação de uma linha ferroviária mista para passageiros e mercadorias de
alta velocidade neste mesmo corredor e com uma nova estação em Valença e uma plataforma
logística transfronteiriça adjacente, com possibilidades de articulação com a Plataforma Logística
de Salvaterra-As Neves (PLISAN), como se verá adiante.
Verifica-se um relativo encravamento do centro urbano de Paredes de Coura, estando ainda
relativamente afastado dos corredores de alta capacidade, que será ultrapassado com a construção
do acesso ao nó da auto-estrada e seu prolongamento na direcção dos Arcos de Valdevez, através
da “via diagonal do Minho-Lima”.
De realçar a existência de uma relação de proximidade efectiva do Minho-Lima (principalmente dos
centros urbanos e freguesias limítrofes do rio Minho) com todo o território Sul da Galiza, fruto da
continuada aposta nas travessias rodoviárias transfronteiriças, fazendo deste território um espaço
transfronteiriço, progressivamente mais integrado em termos de fluxos de pessoas, bens e serviços,
funcionais (emprego, residência, comercial e de lazer) e sócio-culturais.
FIGURA 2 - MODELOS DE OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO NO MINHO LIMA
Fonte: PROT Norte/Quaternaire Portugal.
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FIGURA 3 - PRINCIPAIS CENTROS URBANOS E REDE VIÁRIA NO MINHO LIMA
Fonte: Quaternaire Portugal.
As vias rodoviárias de acesso principal no eixo Norte/Sul são a auto-estrada A28, que faz a ligação
entre a GAMP e Caminha, atravessando a região mais a litoral, e a A3, entre Porto-Braga-Valença,
que atravessa a região pelos municípios de Ponte de Lima, Paredes de Coura e Valença e faz a
ligação à Galiza, tendo continuidade do outro lado da fronteira e ligando a cidades como Vigo,
Pontevedra e Ourense.
Estas duas vias são complementadas pela estrada N101 que atravessa a região pelo interior, ligando
Ponte da Barca a Monção e fazendo a ligação a Espanha, pelo município de Salvaterra do Minho.
No eixo Litoral/Interior a região é atravessada pela A27 (IP9) que faz ligação entre Viana do Castelo
e Ponte de Lima, sendo prolongada pelo IC28 até Ponte da Barca. Em alternativa, existe a N203
que se sobrepõe a este percurso fazendo a ligação à Galiza por Nascente.
O extremo Norte da região é servido pela N13 que estabelece a ligação entre a A28 e a A3, junto à
fronteira, ligando ainda Caminha a Valença; e pela N202, que serve de via de ligação entre Valença,
Monção e Melgaço, também junto à fronteira com Espanha.
A sub-região é servida pela Linha do Minho que estabelece a ligação entre o Porto e Valença, com
estações em Viana do Castelo, Caminha e Vila Nova de Cerveira. Esta linha faz ligação internacional
com Espanha, sendo que, do lado espanhol, a ligação à Linha do Minho prolonga-se até à Corunha,
passando por cidades como Vigo, Pontevedra e Santiago de Compostela.
Em termos de infra-estruturas marítimo-portuárias, destaque para o Porto de Viana do Castelo
com capacidade para receber mais de 900 mil toneladas de carga ao ano, envolvendo navios com
calado até 8 metros e comprimento até 180 metros. Trata-se de um porto moderno, bem equipado,
movimentando granéis sólidos (cimento, caulino, fertilizantes e estilha de madeira), granéis líquidos
(asfalto) e carga geral fraccionada (madeira em toros e paletes, alumínio, papel kraft, aço, granito, etc.
...) e carga Roll-On/Roll-Off (ro-ro). Este porto é servido pela rede nacional de estradas, encontrandose em fase final o projecto de ligação do porto à rede de auto-estradas e à Linha do Minho.
No que respeita às infra-estruturas aeroportuárias, na sub-região localiza-se o aeródromo de Cerval,
a cerca de 4 km entre Vila Nova de Cerveira e Valença.
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2. DEMOGRAFIA
Em 2009 residiam na sub-região Minho Lima cerca de 250 mil indivíduos, o equivalente a 6.7% da
população da região Norte e a 2.4% da população portuguesa. A densidade populacional da subregião (113 hab/Km2) é similar ao valor médio nacional, mas posiciona-se muito aquém dos 176
hab/Km2 da região Norte, próximo do valor médio nacional (115.4 hab/Km2) e de cerca de ¼ do valor
observado no Arco Metropolitano do Noroeste (430 hab/Km2).
De notar que há várias décadas que a evolução populacional do Minho Lima é marcada por perda
de população residente, situação decorrente de processos como a forte emigração (sobretudo
das décadas 60 e 70 do século XX), a diminuição da natalidade, a periferização do processo de
desenvolvimento das áreas de maior interioridade e o movimento de abandono dos territórios mais
frágeis do ponto de vista sócio-económico para as proximidades das sedes concelhias. Saliente-se
que, durante a década de 60, principal período de emigração para os países industrializados da
Europa, o Minho Lima perdeu cerca de um décimo dos seus efectivos populacionais, apesar do
elevado saldo fisiológico. De referir que, em 2009, a taxa de crescimento efectivo da população
residente no Minho Lima foi de -0.22%.
O Minho Lima enfrenta um grave problema de envelhecimento demográfico, apresentando um valor
muito elevado quando comparado com os valores médios do país (160 idosos por cada 100 jovens,
contra 113 em Portugal e 96 na região Norte). No contexto da região Norte, apenas a sub-região
Alto Trás-os-Montes ultrapassa o Minho Lima em termos de envelhecimento demográfico.
Este fenómeno demográfico é particularmente grave nos municípios Melgaço (índice de 376.9),
Monção (258.8), Arcos de Valdevez (254.9) e Paredes de Coura (217.8). O valor mais baixo registase em Ponte de Lima (116.7).
FIGURA 4 - POPULAÇÃO RESIDENTE - 2009
Fonte: INE.
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FIGURA 5 - TAXA DE CRESCIMENTO EFECTIVO DA POPULAÇÃO - 2009
Fonte: INE.
3. ACTIVIDADES ECONÓMICAS, POLOS INDUSTRIAIS
E CLUSTERS
Em 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) da sub-região Minho Lima, a preços correntes, rondava os
2.5 mil milhões de euros (o equivalente a 1.6% do total nacional e a 5.4% do total da região Norte).
Em termos de Valor Acrescentado Bruto (VAB), a relevância nacional da sub-região rondava os 1.5%
(rondando igualmente os 5% do total da região Norte). As actividades industriais representavam
18% do total do VAB do Minho Lima (correspondendo a apenas 1.7% do VAB industrial do país).
O contributo dos produtos industriais para o valor acrescentado é mais acentuado na região Norte
(24%) do que no Minho Lima, o que evidencia que a indústria assume nesta sub-região uma
importância económica mais reduzida, desenvolvendo-se uma estrutura produtiva essencialmente
terciarizada.
Em 2009, o PIB per capita da sub-região, a preços correntes, era de 10.3 milhares de euros (valor
abaixo da média nacional, de 15.8 milhares de euros, e da média da região Norte, de 12.7 milhares
de euros). O índice de disparidade do PIB per capita da sub-região em relação à média nacional
permite aferir que o Minho Lima apresenta um PIB per capita cerca de 35% abaixo do valor médio
nacional.
A sub-região representava, em 2010, apenas cerca de 2.8% dos fluxos do comércio internacional
em Portugal. Em 2009, a taxa de cobertura das entradas pelas saídas na sub-região foi de 102%
(abaixo da média regional de 114%, mas acima da média nacional de 62%).
Numa aferição à intensidade exportadora do Minho Lima, conclui-se que as exportações representam
cerca de 37% do PIB da sub-região.
Em 2009, cerca de 58 mil indivíduos desenvolviam a sua actividade económica nas empresas do
Minho Lima, o equivalente a 1.6% do total do país.
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Quando considerados individualmente cada um dos sectores, conclui-se que a actividade económica
mais representativa no Minho Lima em termos de emprego é a agricultura e produção animal (cerca
de 18% do emprego total), seguindo-se a construção civil (14%) e o comércio por grosso e a retalho
(12%).
No seu conjunto, as actividades industriais representavam, naquele ano, cerca de 19% do emprego
total do Minho Lima, contando com um total de cerca de 21 mil indivíduos. Destaque para a
indústria têxtil (30% do emprego industrial), seguindo-se, a longa distância, a indústria alimentar
e de bebidas (13%), a fabricação de equipamento eléctrico e de óptica (12%), a fabricação de
material de transporte (9%) e a indústria de madeira e cortiça (8%).Por seu turno, as actividades
terciárias representam cerca de 60% do emprego total da sub-região.
A forte terciarização do Minho Lima é também comprovada pela repartição sectorial das empresas
com sede na sub-região: cerca de 70% das empresas aqui sediadas desenvolvem actividade no
sector dos serviços. Em particular, cerca de metade destas empresas dedicam-se a actividades
comerciais, de alojamento e restauração, gerando mais de metade do volume de negócios total.
Em 2009, cerca de 22 mil empresas tinham sede nos municípios do Minho Lima, 40% das quais
no município Viana do castelo, seguindo-se os municípios de Ponte de Lima (15%), Caminha (9%),
Monção (8%) e Arcos de Valdevez e Valença (ambos com 8%). Em 2009, a sub-região contava com
243 empresas exportadoras, localizadas sobretudo nos municípios de Viana do Castelo, Ponte de
Lima e Valença.
Os sectores de actividade económica mais representativos em termos empresariais são, por ordem
decrescente de importância, o comércio por grosso e a retalho (28% do total de empresas sediadas
na sub-região), a construção civil (19%) e as actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados
às empresas (13%).
As actividades industriais representam cerca de 9% do total de empresas sediadas no Minho
Lima, com destaque para os sectores indústria têxtil, indústria da madeira e cortiça e indústrias
metalúrgicas de base e produtos metálicos (cada um representando cerca de 20% do total das
empresas industriais com sede na sub-região) e indústrias alimentares, das bebidas e tabaco
(11%).
Em 2008, a taxa de natalidade de empresas posicionou-se abaixo da média nacional (12.0% contra
14.2%).
Por seu turno, a taxa de mortalidade de empresas foi de 13.6%, em 2007 (inferior ao registado a
nível nacional – 16.3%).
No que respeita à estrutura dimensional das empresas, dominam no Minho Lima as empresas de
pequena e média dimensão, com uma média de 6.2 pessoas ao serviço, valor abaixo da média
nacional, do Norte e do Arco Metropolitano do Noroeste. Em 2008, cerca de 30% dos Trabalhadores
por Conta de Outrem (TCO) desenvolvem a sua actividade em empresas com menos de 10
trabalhadores, enquanto que apenas 22% dos TOC pertencem a empresas com mais de 250
trabalhadores.
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FIGURA 6 - TAXA DE TCO EM EMPRESAS COM MENOS DE 10 TRABALHADORES - 2008
FIGURA 7 - TAXA DE TCO EM EMPRESAS COM MAIS DE 250 TRABALHADORES - 2008
Fonte: INE.
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Em 2009, as empresas do Minho Lima atingiram um volume de negócios de 4.5 mil milhões de
euros. Os sectores mais representativos em termos de volumes de negócio foram, por ordem
decrescente de importância: o comércio a retalho (17% do volume de negócios total); fabricação de
equipamento eléctrico (15%); comércio por grosso, excepto de veículos automóveis e motociclos
(12%); fabricação de veículos automóveis, reboques, semi-reboques e componentes para veículos
automóveis (9%); promoção imobiliária (desenvolvimento de projectos de edifícios) e construção
de edifícios (5%).
Especialização da base produtiva
Em termos qualitativos e na perspectiva empresarial, o Minho Lima caracteriza-se por:
•
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Ser um território dotado de uma base empresarial ainda relativamente débil, muito assente
em empresas de pequena dimensão associadas às actividades de comércio, alojamento
e restauração, mas em que as actividades industriais e de construção têm vindo a
ganhar importância, sobretudo enquanto actividades geradoras de emprego e volume de
negócios.
Em termos intra-regionais, Viana do Castelo assume-se claramente como o principal pólo
de actividade económica, destacando-se depois Ponte de Lima, no Vale do Lima, e Valença
e Vila Nova de Cerveira, no Vale do Minho, como pólos de segundo nível com alguma
expressão. Salienta-se ainda o município de Arcos de Valdevez, que nos últimos anos tem
vindo a emergir como pólo de atracção de actividades industriais.
A base económica da sub-região assenta na indústria de equipamentos eléctricos e
electrónicos, do papel e cartão, alimentar e do têxtil e vestuário. Distingue-se ainda pelo
papel de destaque da indústria fornecedora para o sector dos transportes, nomeadamente
pela sua acção simbiótica com a indústria automóvel e o sector de construção naval, na
vertente comercial e de recreio.
Algumas actividades económicas podem ser potenciadas pela sua localização geográfica
privilegiada, assumindo-se como vantagem competitiva a ligação entre o Grande Porto e
a região espanhola da Galiza. É o caso da indústria automóvel, com o aproveitamento do
cluster existente na Galiza, apesar da crise internacional que afecta o sector; é também
o caso do cluster do mar, em particular da indústria de construção e reparação naval,
com a presença dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e das competências
existentes em torno do porto de Vigo.
Assim, em termos de clusters há a destacar no Minho Lima a importância de:
•
•
Cluster Madeira/Papel, em virtude da presença da PORTUCEL VIANA, empresa controlada
pelo grupo espanhol Europac, do qual também faz parte a Gescartão.
Cluster Automóvel, que beneficiou do desenvolvimento deste sector na Galiza e da
deslocalização de empresas desta região espanhola para o Minho Lima. De referir a
presença de uma grande unidade de cablagens. a VALEO VIANA que integrou a LEONI,
de duas unidades de produção de airbags da DALPHI-METAL (a Safebag - Indústria de
Componentes para Segurança Automóvel, detida pela Dalphimetal Espana através da SafeLife, empresa portuguesa vocacionada para a produção de sacos de airbag); empresas
como a Borgwarner Emission System Portugal e unidades de componentes pertencentes
ao cluster automóvel da Galiza, como a GESTAMP Portugal – Gestão e Indústria de
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•
Estampagens Metálicas e a COINDU. De notar que o sector da fabricação de componentes
automóveis do Minho Lima tem sido muito afectado por despedimentos e suspensão da
área produtiva.
Cluster Têxtil, com destaque para empresas de confecções como a TEXGLO – Fábrica de
Confecções ou a MARTINEZ & BERNARDEZ – Confecções.
Para além destes clusters refira-se a presença do sector de construção e reparação naval, no qual
se destacam os ENVC, mas existem também outras unidades de especializadas na construção de
embarcações de recreio que merecem referência: um conjunto de estaleiros em Viana do Castelo
(como a Vianadeconaval - Construção Naval, Civil e Industrial), em Vila Nova de Cerveira (como a
galega Starfisher - Estaleiros do Atlântico ou a Brunswick Marine). Algumas destas empresas têm
atravessado períodos de quebras de produção e de destruição de emprego, o que conduziu a uma
crise na actividade de construção e reparação naval na sub-região.
Além destas actividades, que se estruturam em clusters de relevância para a sub-região e a
economia da região Norte e do país, existem no Minho Lima algumas empresas isoladas que
também merecem referência: a BROWNING VIANA – Fábrica de Armas e Artigos de desporto; a
VALINCA – Fabricação de Componentes Electrónicos; a IBICO, fabricante de equipamento para
escritório; a SUNTEK Mycrosystems – Equipamento Informático, filial de um grupo empresarial de
Taiwan fabricante de computadores; e a ESSEX NEXANS Portugal.
As indústrias metalúrgicas e metalomecânicas da sub-região centram-se na produção de
caixilharias, produtos de serralharia e produtos metálicos, bem como produção de maquinaria para
a indústria têxtil e agrícola. Os seus principais clientes são a construção civil, a agricultura e ainda
as indústrias de componentes automóveis e têxtil. De referir empresas como a METALOCAMINHA
– Metalomecânica, a METALO REP - Construção Reparação Metalomecânica, a MANUEL
CARVALHOSA, ou empresas especializadas na indústria de construção e reparação naval como
a FUNDILUSA - Fundição Portuguesa e a ILHAPOR –Linhas de Transmissão e Propulsão ou
na indústria automóvel, como o Grupo ANTOLIN LUSITANIA - Componentes Automóvel ,a
SARRELIBER e a MORAPortugal .
De referir ainda a presença no Minho Lima de indústrias florestais, com destaque para a especialização
em aglomerados de revestimento de alta qualidade, além da tradicional produção de rolhas. São
exemplos a TIMBERMADE – Indústria de Madeira ou a FTM - Fábrica Transformadora de Madeiras
(do grupo italiano FTM).
As indústrias agro-alimentares baseiam-se nos recursos da sub-região, nomeadamente os lacticínios
e sobretudo o vinho verde .( vd Adegas Cooperativas de Ponte de Lima e Monção)
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CAIXA 1 – ESTALEIROS NAVAIS DE VIANA DO CASTELO
Os ENVC são o maior estaleiro de construção naval do país, especializados na construção de navios oceânicos de médio porte
(até 30.000 tdw). Dispõem de instalações (docas e unidades fabris específicas) e de um centro de projecto de engenharia naval,
contando com cerca de 950 efectivos.
Foram fundados em Junho de 1944 no âmbito do programa do Governo para a modernização da frota de pesca do largo, na forma
de uma sociedade por cotas de responsabilidade limitada. Os três primeiros navios construídos pelos ENVC foram arrastões para
a pesca do bacalhau. Em Maio de 1949, os ENVC foram constituídos em Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada.
Em 1950, a empresa H. PARRY & SON, LDA tornou-se a principal accionista dos ENVC. Posteriormente, em 1957, juntavase às instalações existentes, também em regime de concessão, a Doca Eng. Duarte Pacheco, construída na área da Doca
Comercial.
Em 1971, o Grupo CUF (dono da LISNAVE) assumiu uma posição maioritária no capital da empresa, mas em 1975 a empresa
foi nacionalizada. Durante o resto dos anos 70 e na década seguinte os ENVC sobreviveram com encomendas da URSS;
posteriormente seguiram-se anos de intensa actividade para armadores da Alemanha. Em 1991, os ENVC foram transformados
em Sociedade Anónima de Capitais Maioritariamente Públicos e, mais recentemente, integraram o Grupo Empordef, holding
estatal para o sector da defesa. A partir do ano 2000, os ENVC regressaram à construção militar com a encomenda de navios
de patrulha oceânica e de navios de combate à poluição e de lanchas de fiscalização costeira. Em Março de 2009, a marinha
portuguesa assinou contratos para construção, nos próximos cinco anos, de cinco lanchas de fiscalização costeira (com
possibilidade de opção por mais três), seis navios de patrulha oceânica e dois navios de combate à poluição, contrato esse
que integra os navios já em fase de construção e permite reprogramação temporal das entregas, dados os atrasos verificados.
Também em 2009, os ENVC passaram a ter um novo parceiro estratégico - os holandeses da DAMEN -, rede mundial de
30 estaleiros, inovadores, com um processo de construção modular e especializados em navios de médio porte, tal como
tradicionalmente o são os construídos nos ENVC.
Entre as 200 unidades entregues desde a fundação dos ENVC, contam-se batelões, rebocadores, ferry-boats, navios de pesca,
de carga a granel e porta-contentores, navios tanques, transportadores de produtos químicos, LPG’s, cimenteiros e vasos de
guerra.Embora a actividade principal dos ENVC consista na construção naval, ao longo de toda a sua evolução a empresa
dedicou-se sempre à conversão e reparação naval. Nos anos mais recentes, a percentagem do total de mão-de-obra aplicada
em encomendas deste tipo foi de cerca de 20%. Destaque para os seguintes exemplos:
• Conversão do “VOS Westwind” para a Vroon BV, chamado inicialmente de ”Gulf Pride”. Este navio estava ao serviço com
funções de pesquisa/apoio tendo sido convertido para operar como um navio de apoio com capacidade para socorrer
a situações de emergência e salvamento em plataformas petrolíferas, de acordo com as orientações da NOGEPA e da
UKOOA. Este navio tem agora a capacidade de resgatar e transportar até 300 pessoas.
• -Após vencer em concurso internacional, os ENVC procederam à ampliação e transformação do RRS (Royal Research
Ship) Discovery, navio oceanográfico do N.E.R.C. (Natural Environment Research Council), do Reino Unido. O “novo” RRS
Discovery, depois desta complexa transformação, passou a ter um comprimento de 90 metros (tendo o seu casco aumentado
cerca de 11 metros). Deste modo, a área destinada às actividades científicas passou de 240 para 600 m2, tendo o número
de cientistas a bordo passado de 20 para 28.
Com a entrada na Empordef, os ENVC passaram a ser o centro nevrálgico da holding para o sector da construção e reparação
naval e reforçaram a sua importância como integradores de sistemas, além de construtores de plataforma. Os objectivos
estabelecidos para os ENVC são os seguintes:
- Aumento das competências de projecto e de construção de navios militares não combatentes (SAR e auxiliares);
- Ascensão na cadeia de valor em parceria com as empresas do núcleo tecnológico, visando uma progressiva maior intervenção
como integrador de sistemas.
O grupo holandês DAMEN, especializado em construções militares, foi o parceiro internacional escolhido pelo Governo português
para colaborar com os ENVC na construção do Navio Polivalente Logístico (LPD), que terá capacidade de projecção de forças da
Marinha, Exército ou Força Aérea, possibilitando também a realização de operações humanitárias. Este navio pode transportar,
em alternativa, seis helicópteros Lynx e 22 viaturas ligeiras ou 12 viaturas blindadas de rodas anfíbias - deslocando 10.5 mil
toneladas e com um comprimento de 162 metros, o navio terá uma autonomia de 6.000 milhas e uma tripulação de 150 homens,
tendo capacidade para embarcar mais de 650 homens.
Os ENCV irão entregar à Marinha Portuguesa os Navios de Patrulha Oceânica (NPO), que irão substituir as corvetas da classe
João Coutinho, já com 40 anos de existência. A Marinha encomendou também aos ENVC cinco lanchas de fiscalização costeira,
para substituir os barcos patrulhas da classe “Cacine”, datados de 1970.
De referir que os ENVC integram o Cluster do Mar, Estratégia de Eficiência Colectiva (EEC) reconhecida formalmente em Julho
de 2009. No âmbito deste Cluster, estão envolvidos em projectos relacionados com a construção de mega-iates, sofisticadas
embarcações de luxo. Saliente-se que, em Maio de 2008, os ENVC assinaram com o armador monegasco SCS LIVERAS ET CIE
um contrato para a construção de dois mega-iates de luxo, com capacidade para 40 passageiros e prazos de entrega previstos
para 2011.
Fontes: ENVC; Imprensa.
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CAIXA 2 – PORTUCEL VIANA
A empresa foi criada em 1966 e iniciou as suas operações em 1974, produzindo 136 mil toneladas por ano de papel. Foi
nacionalizada em 1976 e integrada com outras empresas da área de celulose e papel numa macro empresa estatal – a Portucel.
Em 1980 a sua capacidade foi expandida para 176 mil toneladas/ano, fruto da solução de problemas de estrangulamento e,
em 1987, teve novo projecto de expansão para 220 mil toneladas/ano. Em 1993, fruto de uma reestruturação, a Portucel foi
transformada de empresa em grupo económico, de onde ressurgiu a Portucel Viana, com identidade jurídica própria, mas
pertencente ao conglomerado Portucel, ainda estatal.
Para o seu tipo de produto, a Portucel Viana é o maior produtor português e o segundo maior da União Europeia. Responde,
respectivamente, por 10% e 8% da produção e consumo da UE. Actualmente, pertence ao Grupo EUROPAC - Papeles y Cartones
da Europa, que teve a sua génese num negócio da família Rincón.
Responsável por 300 empregos directos e 2 mil indirectos, a Portucel Viana produziu, em 2008, 308 mil toneladas de papel,
sendo que 37% deste valor tiveram origem em papel reciclado. Por dia entraram na fábrica 406 toneladas de papéis velhos,
posteriormente tratados na unidade de reciclagem de papel da fábrica. Instalada em 1987, esta unidade de reciclagem é
responsável pelos aumentos de produção da fábrica, sendo que a capacidade de produção de papel a partir de pasta virgem é de
cerca de 200 mil toneladas por ano.A Portucel Viana lançou no mercado, em Outubro de 2009, o segundo tipo de produto próprio
na área do papel canelado para embalagem, para além do papel kraftliner – o vianaliner. Enquanto o kraftliner é destinado ao
mercado da embalagem de produtos alimentares, o vianaliner tem a indústria como destino principal, mantendo características
como a impermeabilidade e resistência do anterior.
De referir que a Portucel Viana integra o Pólo de Competitividade e Tecnologia (PCT) Indústrias de Base Florestal, reconhecido
formalmente como Estratégia de Eficiência Colectiva (EEC) em Julho de 2009.
Fontes: Grupo Europac; Imprensa.
CAIXA 3 – DALPHI-METAL
A Dalphi Metal, multinacional espanhola fundada em 1974 e que integra o grupo norte-americano TRW Automotive, é o maior
grupo europeu de fabrico de volantes, que possui unidades produtivas em Espanha, Portugal, França, Tunísia e Turquia e tem
vindo a evoluir para o fabrico de componentes ligadas à segurança automóvel, detendo actualmente uma quota de 7% do
mercado europeu de airbags. Com dois pólos no Minho Lima (em Vila Nova de Cerveira e em Ponte de Lima), a Dalphi Metal
emprega cerca de 500 pessoas. Na instalação industrial de Vila Nova de Cerveira fabrica injecções para volantes de automóveis
e clock-springs, uma peça circular que roda e que contém um cabo que liga os sensores de choque do automóvel ao airbag. Em
Ponte de Lima localiza-se a unidade fabril da Safebag, especializada na produção de componentes de segurança para a indústria
automóvel, designadamente módulos de airbag.
A empresa tornou-se o maior produtor mundial de volantes para automóvel, com mais de 10 milhões de unidades vendidas
anualmente em todo o mundo. As mais importantes empresas do sector automóvel confiaram-lhe a produção dos seus sistemas
de segurança passiva (Volvo, Citroën, Nissan, Opel, Fiat, Ford, Honda, General Motors, Land Rover, Pininfarina, entre outras).
Fontes: Dalphi Metal; Imprensa.
CAIXA 4 – BROWNING VIANA
A Browning Viana está instalada na Zona Industrial de Neiva, em Viana do Castelo, desde 1973. Fazendo parte da multinacional
belga FN-Herstal, e contando com mais de 400 colaboradores, a empresa é especialista na produção e comercialização de gamas
completas de armas e acessórios para a caça e o tiro desportivo, sendo uma marca reconhecida pela elevada performance e
qualidade dos seus produto, com destaque para as marcas Browning e Winchester.
Em 2008, o seu volume de facturação foi de 43 milhões de euros. Cerca de 99% da sua produção destina-se aos mercados de
exportação, com especial relevo para os EUA, destino de quase 75% dos produtos fabricados.
Fontes: AIMinho; Imprensa.
CAIXA 5 – FUNDILUSA – FUNDIÇÃO PORTUGUESA
Localizada em Vila Nova de Cerveira, a Fundilusa é uma empresa luso-espanhola dedicada à propulsão marinha, que detém
grande prestígio internacional como fabricante de hélices, palas e outros componentes de propulsão hidráulica. Entre os seus
produtos destacam-se as hélices de passo fixo, hélices de manobra e passo controlável, rotores de passo fixo e pás de turbina
de passo regulável, bem como peças ou partes variadas fundidas nas diferentes classes de bronze.
Utiliza braços de medição FARO (da FARO Technologies, que permitem realizar inspecções 3D em peças ou conjuntos de peças
directamente no local de trabalho) na actividade de medição de hélices e palas para a propulsão de barcos de todo o tipo, desde
embarcações de recreio a grandes transatlânticos.
Fontes: AIMinho; Imprensa.
14
4.RECURSOS HUMANOS - EDUCAÇÃO BÁSICA E SECUNDÁRIA
O Minho Lima apresenta níveis de escolaridade dos recursos humanos inferiores aos da região
Norte e do país, sendo de salientar, por um lado, o maior peso de população analfabeta e, por
outro, a menor expressão dos níveis de escolaridade mais elevados, apesar da evolução positiva
registada nos últimos anos. A taxa de analfabetismo da população ainda ronda os 10%, com maior
incidência nos municípios mais rurais, designadamente em Arcos de Valdevez, Paredes de Coura
e Ponte da Barca.
Todavia, em 2008/2009, a taxa bruta de escolarização do ensino secundário era de 157.1%, valor
superior aos registados na região Norte (140.5%) e no País (146.7%). O município Caminha
destacava-se com o valor mais elevado deste indicador (277.7%), contrastando com o valor mais
baixo registado em Ponte da Barca (95.2%). A taxa de retenção e desistência no ensino básico foi,
naquele ano lectivo, de 4.5%, valor inferior à média regional (6.4%) e nacional (7.8%).
No mesmo ano lectivo, cerca de 8.3 mil estudantes da sub-região frequentavam o ensino secundário.
Cerca de 26% dos alunos deste nível de ensino estavam inscritos em cursos profissionais de Nível
3 (o equivalente a cerca de 3 mil alunos). Entre os estabelecimentos de ensino profissional do
Minho Lima, destacam-se: a EPRAMI - Escola Profissional do Alto Minho Interior (Melgaço, Monção
e Paredes de Coura); a COOPETAPE - Cooperativa de Ensino (Valença, Vila Nova de Cerveira,
Vila Praia Âncora, Viana do Castelo, Caminha); a EPRALIMA - Escola Profissional do Alto Lima
(em Arcos de Valdevez); e a CENFIM – Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica
e Metalomecânica (núcleo de Arcos de Valdevez).
No que se refere ao ensino tecnológico, no ano lectivo 2008/2009 cerca de 200 alunos frequentavam
cursos tecnológicos (o equivalente a 4% dos alunos inscritos no ensino secundário). Destacaram-se
os cursos tecnológicos na área da administração, da informática, da acção social, da electrotecnia
e electrónica e da construção civil.
FIGURA 8 - ALUNOS INSCRITOS EM CURSOS TECNOLÓGICOS POR ÁREA CIENTÍFICA –
MINHO LIMA (% TOTAL INSCRITOS NESTE TIPO DE CURSOS)
ANO LECTIVO 2008/2009
Desporto
5%
Const. Civil
7%
Acção Social
18%
Electrot./Electrón.
8%
Informática
25%
Administração
27%
Marketing
6%
Fonte: Ministério da Educação.
15
Design
4%
QUADRO 1 - CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA NO MINHO LIMA
– ANO LECTIVO 2009/2010
Instituição Prom otora
Estabelecim ento
Instituto Politécnico de Viana do Castelo
Escola Superior Agrária de Ponte de Lima
Instituto Politécnico de Viana do Castelo
Escola Superior de Tecnologia e Gestão de
Viana do Castelo
Designação do CET
Cuidados Veterinários
Culturas Regadas
Gestão da Qualidade e Sistemas Ambientais
Gestão de Animação Turística em Espaço Rural
Instalação e Manutenção de Espaços Verdes
Segurança e Higiene Alimentar
Sistemas de Informação Geográfica
Aplicações Informáticas de Gestão
Cerâmica
Construção Civil e Obras Públicas
Desenvolvimento de Produtos Multimédia
Energias Renováveis
Qualidade Alimentar
Técnicas e Gestão Hoteleira
Tecnologia Alimentar
Tecnologias e Programação de Sistemas de Informação
Instituto Politécnico de Viana do Castelo
Escola Superior de Ciências Empresariais de
Valença
Contabilidade e Gestão
Fonte: Direcção Geral do Ensino Superior.
5. RECURSOS HUMANOS - ENSINO SUPERIOR
E INVESTIGAÇÃO
No ano lectivo 2009/2010, a taxa de escolarização do ensino superior foi de 14.6% no Minho Lima,
valor muito abaixo do registado na região Norte (27.1%) e no País (30.6%). Viana do Castelo
destaca-se, no contexto da sub-região, com o mais elevado valor deste indicador de escolaridade
da população residente (29.9%).
O ensino superior no Minho Lima conta com a presença do Instituto Politécnico de Viana do Castelo
(IPVC), entidade deste nível de ensino da sub-região que dispõe de maior oferta formativa. O
IPVC é constituído por 5 Escolas: Escola Superior de Educação (em Viana do Castelo); Escola
Superior Agrária (Ponte de Lima); Escola Superior de Tecnologia e Gestão (Viana do Castelo);
Escola Superior de Enfermagem (Viana do Castelo); Escola Superior de Ciências Empresariais
(Valença).
Quanto ao ensino privado, a sub-região conta com uma extensão da Faculdade de Teologia da
Universidade Católica, em Viana do Castelo; com um pólo da Escola Superior Fernando Pessoa,
em Ponte de Lima (com estudos nas áreas das ciências empresariais e das ciências da saúde); e
com a Escola Superior Gallaecia, em Vila Nova de Cerveira, com estudos superiores nos domínios
da arquitectura, urbanismo, design, paisagismo, artes plásticas e multimédia.
5.1. Diplomados do ensino superior
No ano lectivo 2008/2009 diplomaram-se nas instituições de ensino superior do Minho Lima cerca
de 800 indivíduos, 80% dos quais no IPVC (com destaque para a Escola Superior de Tecnologia
e Gestão, com cerca de 400 diplomados). Numa análise por área científica, destacam-se os
diplomados na área da saúde – cuidados pessoais (44% do total de diplomados), da economia e
gestão (13%), das ciências de engenharia (8%) e das ciências da vida (8%).
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FIGURA 9 - DIPLOMADOS POR ÁREA CIENTÍFICA (% TOTAL)
ANO LECTIVO 2008/2009
Economia Gestão
13%
Saúde - Cuidados
Pessoais
44%
Ciências Exactas e
Computação
Recursos Naturais e
2%
Ambiente
3%
Educação
15%
Artes
7%
Ciências Engenharia
8%
Ciências Vida
8%
Fonte: Direcção-Geral do Ensino Superior.
5.2. Investigação
Em 2008, cerca de quatro centenas de indivíduos desenvolviam actividades de investigação, sobretudo
em empresas e em instituições do ensino superior. As despesas em I&D atingiam os 17 mil milhares
de euros (11 mil milhares de euros em empresas e 5 mil milhares de euros no ensino superior).
As actividades de investigação desenvolvidas no Minho Lima, no contexto do ensino superior,
encontram-se concentradas em torno das competências existentes no IPVC. Esta entidade é
acreditada pelo Sistema Científico e Tecnológico Nacional para a prestação de serviços de investigação
e desenvolvimento tecnológico a PME na área da qualidade e segurança alimentar (Sistema de
Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico nas Empresa - Vale I&DT).
Através da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, o IPVC integra o Pólo de Competitividade e
Tecnologia Alimentos, Saúde e Sustentabilidade, liderado pela Associação Integralar e reconhecido
como Estratégia de Eficiência Colectiva (EEC) em Julho de 2009. De salientar que no IPVC está sediado
o Centro Europeu de Dieta Atlântica, cujos objectivos principais são: investigar produtos alimentares
da orla atlântica no que diz respeito ao seu valor nutritivo; desenvolver estudos complementares na
área da gastronomia, enquadrados numa perspectiva de saúde e bem-estar; promover a cooperação
científica entre as diferentes regiões do Arco Atlântico; recolher, catalogar, interpretar e publicar
documentação de índole científica relacionada com a dieta atlântica.
Por outro lado, o IPVC integra uma outra EEC - o Cluster da Economia e Conhecimento do Mar -,
tendo sido uma das entidades promotoras do Centro de Estudos de Recursos e Animação do Mar e
dos Rios (CEAMAR), criado em 2003, e do qual fazem parte diversas instituições de investigação.
O CEAMAR é uma estrutura interdisciplinar e multifuncional dedicada aos estudos e investigação
sobre pesca, aquacultura, recursos hídricos e ambiente, e ainda à animação e ao turismo científicocultural. Nesta última vertente, pretende-se que os investigadores possam desenvolver os seus
estudos em regime residencial, sendo ainda intenção do IPVC e restantes promotores do projecto
atrair investigadores em formação (mestrandos ou doutorandos) para a realização das suas teses
sobre os recursos do Minho Lima.
Para além da componente de investigação marinha, aquele Centro pretende contemplar o turismo de
investigação nas áreas marinhas, hidrogeológicas e hidrodinâmica e a investigação ligada à dinâmica
costeira e estuários, associada aos peixes migradores e/ou à qualidade da água em meio fluvial.
17
6. A INOVAÇÃO EMPRESARIAL NA REGIÃO
Não existem no Minho Lima muitas instituições de apoio à inovação empresarial da sub-região e do
País. Mais uma vez, o IPVC assume um papel central, apoiando a inovação empresarial através da
Oficina de Transferência de Tecnologia, Inovação e Conhecimento (OTIC), criada em 2006, e que
presta os seguintes serviços: apoio à elaboração e gestão de projectos I&D+Inovação; prestação
de serviços à comunidade nas áreas de conhecimento do IPVC; apoio à criação de empresas;
apoio à propriedade intelectual; elaboração de diagnósticos de inovação.
São vários os projectos desenvolvidos por esta oficina, nacionais e internacionais, muitos dos quais
coordenados pelo IPVC. Destacam-se projectos internacionais nas áreas do e-learning, fibra óptica
ou de inovação para o comércio tradicional, bem como projectos nacionais nas áreas dos sistemas
de informação geográfica, tecnologias de informação e comunicação e materiais cerâmicos, entre
outros.
De referir que em áreas como as redes de fibra óptica ou sistemas de informação geográfica, o
IPVC tem assumido um papel de liderança tecnológica, conseguindo, por exemplo, criar a primeira
rede de fibra óptica numa cidade portuguesa para fins não comerciais e um potente sistema
transfronteiriço de informação geográfica.
O IPVC está também envolvido em projectos de inovação empresarial no domínio do agro-alimentar,
salientando-se o projecto REAL – Rede de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, projecto cofinanciado pela União Europeia através do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça
Espanha-Portugal 2007-2013, que mobiliza a cooperação entre importantes centros de investigação
do sector agro-alimentar da região Norte (como a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro,
a Universidade do Minho, o IPVC e a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica
Portuguesa) e da Galiza (a Universidade de Vigo, a Universidade de Santiago de Compostela,
o Centro Tecnológico da Carne y da Calidade Alimentaria de Galiza e o Centro Tecnológico de
Conservación de Produtos de la Pesca).
Este projecto tem como principais objectivos a constituição de uma base tecnológica de apoio à
rede, assente nas novas tecnologias; a constituição formal de uma rede de cooperação ao nível da
inovação; a difusão de informação, investigação e transferência tecnológica.
De referir ainda a presença no Minho Lima de uma outra instituição de apoio à inovação empresarial
e de acolhimento de empresas de base tecnológica – a Associação para o Centro de Incubação de
Base Tecnológica do Minho (ACIBTM). Esta Associação pretende fomentar o empreendedorismo
de base tecnológica na sub-região e operar como broker e agente facilitador no desenvolvimento
de soluções de I&D para as empresas localizadas neste território.
As Caixas seguintes apresentam alguns exemplos de empresas inovadoras localizadas no Minho
Lima, começando pela ENERCON, empresa alemã que instalou o núcleo central do cluster eólico
em Viana do Castelo.
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CAIXA 6 - A ENEOP, A ENERCON E O CLUSTER EÓLICO
A ENEOP – Eólicas de Portugal, S.A. é uma empresa constituída na sequência do Concurso Público para Energia Eólica de
2005-2006, para instalar em Portugal o primeiro pólo industrial para produção de aerogeradores de última geração e desenvolver
novos projectos de parques eólicos a partir da produção destas unidades industriais. A ENEOP ganhou a primeira e maior fase
deste concurso, conseguindo os direitos para a instalação de 1200 MW de novos parques eólicos até 2013. A ENEOP contou
como accionistas com a EDP, a GENERG/ELECTRABEL, a FINERGE/ENDESA e a parceria SONAE/ENDESA na Electricidade,
além da ENERCON, o fabricante alemão de equipamento para energia eólica que foi responsável pela instalação do núcleo
central do cluster eólico em Portugal localizado em Viana do Castelo onde estão ou vão ser implantadas 5 fábricas do grupo
ENERCON para a produção integral em Portugal do novo modelo de aerogeradores E-82 e de componentes para outros
modelos. Serão as unidades industriais mais avançadas do Grupo Enercon, desenhadas para serem adaptadas em contínuo
para produção de aerogeradores de futuras gerações. Inclui 2 Fábricas de Geradores Síncrono; Fábrica Mecatrónica (módulos
eléctricos e nacelle); e Fábrica de Torres de Betão. Inclui também um centro de logística & transporte e um centro de serviço e
manutenção para aerogeradores. Além de um centro de Formação Profissional em Viana do Castelo e de um centro de I&D que
dinamizará parcerias com universidades nacionais.
O cluster eólico em Portugal engloba mais 29 empresas distribuídas pelo país, sendo que uma delas se instalará igualmente em
Viana do Castelo - a fábrica de Fibra de Vidro da Saetex.
Fontes: ENEOP.
CAIXA 7 – Ownersmark Poligh
A empresa OwnerSmark Poligh dedica-se à produção de compósito e produtos finais com base em towpreg, como postes
para a iluminação pública, média tensão, baixa tensão e torres para energia eólica. A tecnologia towpreg foi patenteada pelas
Universidades do Minho e do Porto e pelo INEGI e cedida a esta empresa, vencedora do prémio BES Inovação 2008 e que se irá
instalar no Parque Empresarial de Lanheses (associando-se ao desenvolvimento do cluster eólico de Viana do Castelo).
A missão da OwnerSmark Poligh é a de produzir postes com um peso cerca de 10 vezes inferior ao betão e com uma resistência
superior em cerca de 10 vezes à do aço. Visa ainda a produção de apoios montáveis por troços de 12 metros, facilitando a sua
implementação no terreno bem como o seu transporte, assim como a produção de apoios pigmentados a qualquer cor e com
uma fiabilidade superior aos actuais em betão e metal. O custo destes apoios será similar aos concorrentes de betão e metal,
sendo que os postes Polight são recicláveis.
Fontes: Imprensa.
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CAIXA 8 – PA Residel - Optimização Energética de Resíduos
A empresa PA Residel está localizada em Viana do Castelo e pertence ao grupo Painhas, que paraalém dói sector imobiliário,
telecomunicações e electriciddea está presente na área das enrgias renováveis com destaque para o biogás ( e a biomassa
(com uma unidade industrial capaz de produzir 50 mil toneladas de pellets produzida a partir da mistura de lamas e serrim por
ano.
Refira-se que a Residel tem já em funcionamento duas centrais de valorização energética em Coimbra e Aveiro. Em fase
de arranque está a construção de outra central, na Lipor, em Ermesinde, bem como a exploração do sistema de valorização
energética do aterro sanitário de Mirandela, no âmbito de uma parceria público-privada com a empresa Resíduos do Nordeste.
Fontes: Imprensa.
CAIXA 9 – MPV - Mecânica de Precisão do Vez
Criada em 2001, a empresa MPV – Mecânica de Precisão do Vez localiza-se em Arcos de Valdevez e é uma filial da empresa
francesa AGB. Tem como actividade a fabricação de instrumentos e aparelhos de medida, verificação e navegação, principalmente
em alumínio (mas também em titânio, fundição, matérias plásticas, etc.). A MPV conta com um parque de máquinas, com centros
UGV verticais e horizontais de 3 e 4 eixos, orientados maioritariamente na fresagem.
A empresa trabalha para os sectores defesa, aeronáutica, espacial, medicina, máquinas especializadas e telecomunicações e
tem como clientes empresas como a Sagem, a ABX, a TYCO, a OGMA e a Fischer.
Fontes: AGB; Imprensa.
CAIXA 10 – Acosiber
Localizada em Arcos de Valdevez, a Acosiber pertence ao grupo francês PIB que, através de um conjunto de cerca de 25 sucursais,
concebe, desenvolve, produz e assegura a manutenção de componentes mecânicos e electrónicos de elevada complexidade,
destinados aos sectores da defesa, aeronáutico, espacial, caminhos-de-ferro, nuclear e construção naval entre outros.
A empresa dedica-se à decapagem, tratamento de superfícies, pintura industrial e aeronáutica.
Fontes: Imprensa.
7. OS NOVOS PROJECTOS
– INFRAESTRUTURAS E ACTIVIDADES
No que respeita aos projectos de infra-estruturas previstas para o Minho Lima destacam-se
algumas iniciativas no domínio da melhoria das acessibilidades da sub-região e do reforço das suas
potencialidades em termos de logística (no quadro dos projectos previstos no Portugal Logístico).
Destaque para os seguintes projectos alguns dos quais têm tido o seu horizonte de concretização
alterado:
Ligação Porto Vigo em alta velocidade: no contexto do desenvolvimento da rede ferroviária
de alta velocidade projectada para Portugal, o corredor Porto-Vigo surge integrado no
projecto prioritário “Eixo Ferroviário de Alta Velocidade do Sudoeste da Europa” da Rede
Transeuropeia de Transportes (RTE-T). A linha Porto-Vigo do comboio de alta velocidade
terá uma extensão de 125 quilómetros, dos quais 100 quilómetros em território português,
atravessando diversos municípios do Distrito de Viana do Castelo, e permitirá a ligação entre
as duas cidades em apenas 1 hora. Este projecto é muito importante para a atractividade
económica do Minho Lima, ao melhorar a integração da sub-região na dinâmica do
eixo GAMP-Galiza, ao potenciar a fixação de actividades económicas (nomeadamente
espanholas), de população e fluxos de mercado de trabalho entre os principais centos
urbanos (Viana do Castelo e Vigo) e ao apoiar a concretização de outros projectos como a
modernização da Linha do Minho ou a construção da Plataforma Logística de Valença.
Renovação da Rede Ferroviária Convencional- incluindo a renovação e electrificação
20
da Linha do Minho entre Nine e Viana do Castelo; a construção do nó rodo-ferroviário do
porto de Viana do Castelo e expansão interna, potenciando a multimodalidade nesse porto,
tendo em vista a sua integração vocacional no sistema logístico regional e num quadro de
complementaridades com o Porto de Leixões.
Portos -Desenvolvimento do porto de Viana do Castelo através de três projectos: 1)
expansão e ordenamento do porto (a 1ª fase inclui um terrapleno com construção de um
novo cais e relocalização do equipamento de roll-on/roll-off; a 2ª fase prevê uma área de
expansão para Nascente, assim como uma área de reserva); 2) a referida ligação rodoferroviária ao porto (o projecto de ligação rodoviária do porto comercial à rede de autoestradas está já concluído, aguardando-se a abertura do concurso para a realização da
obra; a ligação ferroviária à linha do Minho, encontra-se ainda em estudo); 3) marina
oceânica (a transformação da antiga doca comercial em marina de recreio náutico constitui
uma aposta para Viana do Castelo em matéria de navegação de recreio).
Logística - em que se destaca a Plataforma Logística de Valença, uma plataforma multimodal
(rodo e ferroviária) de apoio à região Norte e ao sul da Galiza – neste âmbito é fundamental
potenciar o desenvolvimento da logística regional em parceria (complementaridade) com
a política de plataformas em Espanha nos espaços fronteiriços, designadamente com a
Plataforma Logística Salvaterra-As Neves (PLISAN), que se vai assumir como a segunda
maior plataforma logística da região transfronteiriça e como um dos principais pontos de
conexão da Península Ibérica com as redes internacionais de transporte intermodal (o
projecto PLISAN surgiu com o intuito de dar resposta à necessidade de superfície na zona
portuária de Vigo, de forma a absorver o tráfico de contentores que tem observado um
crescimento permanente). O desenvolvimento da plataforma logística de Valença e a sua
articulação com a plataforma galega Salvaterra-As Neves (e mesmo com a plataforma
logística e portuária de Ferrol) permitem o incremento da importância do Minho Lima como
nó logístico no Norte de Portugal e na cooperação com a Galiza (sendo também importante
referir a articulação com a plataforma transfronteiriça de Chaves).
Expansão e Modernização da Rede Rodoviária - inclui um conjunto deprojectos dos
quais se destacam: Construção de um IC Porto-Braga-Monção que integra a EN101 até
Monção; Prolongamento do IC1 até Valença e futuro prolongamento para Monção com
ligação à A52 na Galiza, servindo a Plataforma Logística de Valença e a futura estação de
alta velocidade;
Os referidos projectos para o porto de Viana do Castelo e o reforço da intermodalidade induzem
esta especialização sub-regional no domínio das actividades logístico-portuárias, integrada na
própria ligação em alta velocidade Porto-Vigo. Os próprios projectos previstos para o porto de Vigo
poderão apoiar o desenvolvimento das actividades logísticas no Minho Lima – a ambição de Vigo é
a projecção supra-regional, como placa giratória de toda a euro-região Galiza/Norte de Portugal, e
internacional, como interface portuário para a América Latina, nomeadamente Caraíbas e Mercosul.
O Minho Lima poderá assim vir a reforçar o seu papel no âmbito das dinâmicas económicas dos
principais pólos urbanos da Galiza, do Minho e de Trás-os-Montes.
Em termos de actividades emergentes, o Minho Lima apresenta potencialidades para o
desenvolvimento competitivo de algumas actividades económicas que beneficiam ou da presença
de importantes actores empresariais, que servem de alavancas para a ascensão na cadeia de
valor e para o surgimento de novas áreas de negócio, ou do aproveitamento de recursos naturais
endógenos de procura muito dinâmica. Entre estas actividades emergentes destacam-se:
21
Cluster das Energias Renováveis: relevam neste cluster os investimentos na energia
eólica em curso no Pólo Industrial Viana do Castelo-Lanheses, considerados de interesse
nacional (PIN). O cluster eólico de Viana do Castelo é dinamizado pelo Consórcio Eólicas
de Portugal, que conta com a presença como parceiro tecnológico da Enerconpor (do
Grupo ENERCON) e de um grupo de promotores responsáveis pela gestão da produção
do projecto, com uma vasta experiência na construção e exploração de parques eólicos - a
NeoEnergia e Enernova, do Grupo EDP; a Finerge, do Grupo Endesa, a Generg SGPS
(Fundação Gulbenkian/Fundação Luso Americana/Grupo Electrabel/Fundo Novenergia
2010); a TP (Grupo Sonae/Grupo Endesa). O cluster eólico é um dos principais investimentos
privados realizados no Minho Lima e tem sido âncora para a instalação de outras empresas
que fornecem serviços e matéria-prima para a Enercon.
Para além da energia eólica, que constituirá sem dúvida o cerne do cluster das energias
renováveis da sub-região, a exploração de outras Fontess de energia alternativa também
apresenta potencialidades de desenvolvimento - é o caso da biomassa (veja-se o referido
exemplo da presença na sub-região da empresa PA Residel – Optimização Energética de
Resíduos) ou da energia das ondas (que poderá ser impulsionada através da investigação
e inovação do potencial cluster do mar).
Cluster do Mar: os ENVC assumem-se como um dos actores de referência no Minho Lima
no domínio das actividades de construção e reparação naval, a que se juntam algumas
empresas de pequena ou média dimensão especializadas no fabrico de embarcações de
pequeno porte para a pesca e náutica desportiva. As actividades ligadas ao mar apresentam
fortes possibilidades de desenvolvimento no quadro do reconhecimento formal, em Julho
de 2009, da Estratégia de Eficiência Colectiva Cluster da Economia e Conhecimento do
Mar, da qual os ENVC são membros efectivos, juntando-se a diversas entidades das
regiões Norte e Centro. O futuro do cluster do mar no Minho Lima depende da capacidade
de aproveitamento das sinergias com a Galiza, na medida em que o mar surge como um
domínio estratégico em todo o plano de cooperação entre o Norte de Portugal e a Galiza.
O colmatar da crise vivida pelo sector da construção e reparação naval e o reforço de
actividades mais dinâmicas assumem relevância neste contexto de cooperação com
a Galiza, através por exemplo da articulação dos ENVC com o cluster galego no qual
pontifica o grupo IZAR Construcciones Navales, resultante da fusão entre Bazan e Astilleros
Españoles, com grande expressão em Ferrol.
A aposta prioritária deverá ser a valorização da competitividade do tecido produtivo através
do conhecimento e da inovação, centrada nas vertentes tecnológica, científica, cultural,
económica e ambiental: a qualidade do meio marinho e recursos marinhos, o sector
alimentar, a biotecnologia e novos produtos, os estaleiros navais e a náutica de recreio,
bem como as questões da cultura e do turismo.
De referir que a Comunidade Urbana VALIMAR (VALIMAR COMURB)1 está envolvida na criação
do Centro de Mar, que visa contribuir para o desenvolvimento económico e social do Minho Lima,
através do aproveitamento das valências estratégicas do mar, rio e serra, tendo como objectivo
último a criação da “Cidade Náutica do Atlântico”. Com um prazo de execução estimado de 5 a 15
anos, o projecto do Centro de Mar engloba a criação de um edifício farol, a situar-se em Viana do
Castelo; um centro de desportos náuticos de nível europeu; o centro de remo de Touvedo, em Ponte
da Barca; uma marina atlântica de dimensão internacional (mil a dois mil postos de amarração) e
1
A Comunidade Urbana Valimar (Valimar ComUrb) foi constituída a 11 de Março de 2004 pelos municípios de Arcos de Valdevez, Caminha, Esposende,
Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo. Tem como objecto a prossecução de interesses comuns aos municípios que a integram, nomeadamente na articulação dos investimentos de interesse supramunicipal e na coordenação de actuações entre os municípios e os serviços da Administração
Central nas áreas das infra-estruturas de saneamento básico e abastecimento público, saúde, educação, ambiente e preservação da natureza e recursos naturais, segurança e protecção civil, acessibilidades e transportes, equipamentos de utilização colectiva, turismo e cultura, desporto e juventude e
planeamento e gestão estratégica, económica e social, assim como a gestão territorial dos municípios integrantes.
22
serviços de apoio à náutica; um centro de talassoterapia; um museu marítimo com quatro pólos
dispersos pelo território da Valimar; um museu da fruição da água em Arcos de Valdevez e um
centro de investigação do mar e dos rios, num investimento global de 39 milhões de euros.
caixa 11 - O cluster do mar na galiza
A Galiza dispõe de um forte e diversificado Cluster de Actividades Marítimas – o maior da Espanha - organizado em torno de
três actividades principais: Pesca e Aqualcultura; Shipping e Portos; e Construção Naval e Equipamentos. Apresentam-se de
seguida cada uma destas componentes do hypercluster do mar na Galiza:
• Pesca e aquacultura: no seu conjunto, a Espanha está entre os dez maiores produtores mundiais de produtos da pesca e
derivados, sendo o sétimo exportador mundial. A Galiza é a mais importante Comunidade Autonómica no sector (seguida
da Andaluzia, País Basco e Canárias). Uma moderna frota construída e equipada, com tecnologia própria, nos estaleiros
galegos, é a base fundamental das capturas em todos os mares e Fontes de aprovisionamento de uma potente indústria
conserveira muito internacionalizada, tanto no que respeita às capturas como aos países onde se elaboram os seus produtos.
O marisco, a aquicultura e maricultura, impulsionados por centros de investigação pesqueira, contribuem para uma importante
base económica adicional a este sector. O sector apoia-se quer na construção naval da Galiza (para conceber e construir
navios de tecnologia moderna para a pesca) quer em múltiplos fornecedores de máquinas e equipamentos para as indústrias
conserveiras e da aquacultura; e num conjunto de Institutos de Investigação e Inovação tecnológica tendo como “rectaguardas”
as Universidades. A PESCANOVA destaca-se como o grupo de grande dimensão visto que a multinacional pesqueira galega
se consolida como segunda maior empresa europeia e sétima mundial.
• Shipping: a Galiza conta com o maior armador espanhol - a EL CANO pertencente ao grupo REMOLCANOSA e com forte
presença no transporte de produtos químicos e petrolíferos - e outros armadores de menor dimensão (NAVIGASA). Se
considerássemos também as Astúrias, adicionar-se-ia outro grande armador – a SUARDIAZ, fundada em Gijón mas operando
a partir de Vigo (e com terminais próprios em Bilbau, Valência, Tarragona, Barcelona, Tenerife e Las Palmas e em PortugalSetúbal - e Itália - Salerno ) – especializado no transporte de automóveis e de carga em reboque (ro-ro) de que é o maior
armador de Espanha e um líder mundial com forte presença na Europa e no Transporte Marítimo de Curta Distância, mas
também operando fornecendo serviços a entidades militares.
• Portos: a Galiza possui 122 portos e instalações portuárias, além dos cinco portos de interesse geral (Vigo, Corunha, Ferrol,
Vila Garcia e Marin), distribuídos ao longo dos 1.700 quilómetros de litoral. Nos portos em que se desenvolvem actividades
pesqueiras, comerciais e náutico- desportivas, está-se a actuar com o objectivo de potenciar a sua eficácia e a criação de novas
infra-estruturas. O porto de Vigo é o mais importante da Europa em termos de pesca fresca e um dos mais importantes de
congelados, o que reforça a necessidade de ampliar o porto para manter a sua forte actividade pesqueira. Mas tem ambições
no transporte marítimo, desde já no tráfego RO – RO mas também na movimentação de contentores.
• Construção naval: a construção naval galega constitui uma indiscutível referência internacional, sendo necessário distinguir
a construção naval militar com longa tradição em Ferrol onde se localiza um dos três estaleiros da ex-IZAR, hoje NAVANTIA,
a empresa de capitais públicos que herdou a componente militar da IZAR e que é considerada hoje um dos líderes mundiais
em navios militares (incluindo fragatas, destroyers, corvetas, navios de protecção estratégica, porta aviões, navios anfíbios,
submarinos, incluindo submarinos com propulsão a fuel cells cujo desenho foi já vendido à Índia); os estaleiros de Ferrol
dispõem também de capacidades na área da artilharia naval; a construção naval civil com dezenas de estaleiros dos quais se
destacam em Vigo a HIJO BARRERAS e a VULCANO, tendo este último saído de quase falência para um período de forte
expansão aproveitando a fase alta do ciclo mundial e que adquiriu os estaleiros da IZAR de Gijón nas Astúrias (Astilleros
Juliana). Os estaleiros galegos encontram-se capacitados para todo o tipo de construções: navios de pesca, navios graneleiros,
navios ro- ro, navios porta-contentores, navios para transporte de gás natural liquefeito, ferries, rebocadores, navios para
prospecção de petróleo e para investigação científica, plataformas offshore, navios de guerra e barcos de recreio. Este sector
exporta cerca de 70% da produção. Por iniciativa da Consellería de Industria y Comercio da Xunta de Galicia foi criado o Cluster
do Sector Naval Galego (ACLUNAGA) com o objectivo de agregar todos os agentes da Indústria Naval e Marítima galega.
• Novas áreas – a biotecnologia: na Galiza existe um importante desenvolvimento de indústrias relacionadas com a área
da saúde, que têm feito importantes investigações em tratamentos contra doenças como o cancro, derivadas de estudos de
espécies marinhas e seu potencial terapêutico. Neste sector existe na Galiza mão-de-obra altamente qualificada e elevado
nível tecnológico, o que tem despertado o interesse dos investidores do exterior. Conta com as instalações da ASTRA
ZENECA, GENENTECH, GLAXO-SMITH-KLINE e a empresa local ZELTIA (fármacos de origem marinha) pertencente ao
grupo empresarial da PESCANOVA
Fontes: SAER (2009) - “O Hypercluster da Economia do Mar”.
Mobilidade inteligente: a crise vivida pelas actividades mais tradicionais da indústria
automóvel (fabrico de componentes e montagem automóvel) obriga à necessidade de
aposta na renovação do cluster automóvel, centrada no desenvolvimento de novos
segmentos de actividade, como a mobilidade inteligente ou sustentável, a prototipagem, os
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novos materiais, etc. De referir que o município de Viana do Castelo integra a Rede Piloto
para a Mobilidade Eléctrica, juntamente com outros 23 municípios e a INTELI – Inteligência
e Inovação. Esta rede tem como intuito criar o primeiro living lab para a mobilidade eléctrica
na Europa, que tem como objectivos a implementação das infra-estruturas e sistemas de
suporte necessários ao carregamento de veículos eléctricos e a implementação do modelo
para a Mobilidade Eléctrica (MOBI.E), cujas áreas de intervenção implicam a utilização
de veículos eléctricos mas também sistemas de mobilidade/intermodalidade, modelos
energéticos, ordenamento do território e planeamento urbano, entre outros. Por outro
lado, a recuperação e competitividade de algumas das empresas da indústria automóvel
localizadas no Minho Lima passa pela integração na sub-região no cluster nacional da
mobilidade (Estratégia de Eficiência Colectiva, reconhecida em Julho de 2009 e liderada
pelo CEIIA - Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel) e pelo reforço
da complementaridade entre este e o cluster automóvel galego, liderado pelo CEAGA Cluster de Empresas de Automoción de Galicia/CETAG - Centro de Automoción de Galicia,
apostando em novos segmentos de actividade.
Agro-alimentar: como se fez referência, o IPVC tem acumulado competências no domínio
da agro-indústria, ao ter nele sediado o Centro Europeu de Dieta Atlântica e ao integrar
o Pólo de Competitividade e Tecnologia Alimentos, Saúde e Sustentabilidade. Assim, o
desenvolvimento de actividades de investigação sobre alimentação, dieta atlântica, saúde,
produtos regionais e novos produtos alimentares poderá concorrer para a expansão de um
cluster agro-industrial no Minho Lima.
Turismo: o Minho Lima localiza-se entre duas regiões com uma procura turística muito
interessante centrada em produtos turísticos de forte procura (o Grande Porto, com
a atracção da “marca Porto” e do Douro; a Galiza, com a atracção do turismo religioso
de Santiago de Compostela). Por outro lado, a sub-região apresenta activos naturais e
culturais únicos que concorrem para a sua afirmação como destino turístico, de entre os
quais se destacam os solares; a gastronomia; o vinho verde; o Caminho de Santiago;
os centros históricos medievais; a paisagem (o Parque Nacional da Peneda Gerês e as
excelentes combinações mar-rio-vale-serra-montanha); a náutica de recreio, entre outros.
No âmbito do Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos (PROVERE)
foram aprovados projectos que poderão contribuir para a valorização da actividade turística
no Minho Lima (ver Caixa).
CAIXA 12 - MINHO IN: UMA INICIATIVA PROVERE LOCALIZADA NO MINHO
O PROVERE (Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos) é uma tipologia de Estratégias de Eficiência
Colectiva (EEC), previstas pelo QREN, destinada a estimular as iniciativas dos agentes económicos orientados para a melhoria
da competitividade territorial das áreas de baixa densidade, com o objectivo de acrescentar valor económico aos recursos
endógenos. Os projectos integrados em EEC beneficiam de majorações previstas nos diversos sistemas de incentivo e outros
programas de apoio ao investimento no âmbito do QREN.
Entre Outubro de 2008 e Julho de 2009 realizou-se o processo de reconhecimento de candidaturas apresentadas no primeiro
concurso de reconhecimento formal de EEC-PROVERE. Uma das candidaturas aprovadas (num total de 30 candidaturas
apresentadas e de 25 candidaturas aprovadas) tem incidência no território do Minho Lima, além do Ave e do Cávado.
Este consórcio junta as comunidades intermunicipais do Minho-Lima, do Ave e do Cávado (num total de 24 municípios), as
associações de desenvolvimento local destas sub-regiões e a Entidade Regional de Turismo Porto - Norte de Portugal, além de
vários investidores privados.
O investimento é centrado em 7 tipologias: golfe e turismo residencial; turismo na natureza; solares e aldeias/património edificado
de relevante interesse cultural; enoturismo/gastronomia e vinho verde; produtos da terra; náutica; e novos negócios.
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8. DESAFIOS, RISCOS E OPORTUNIDADES NO MÉDIO PRAZO
A sub-região Minho Lima apresenta uma localização central no território do Noroeste Peninsular,
beneficiando da proximidade a três aglomerações urbano-metropolitanas com forte potencial de
desenvolvimento - Porto, Vigo e Braga-Guimarães -, o que lhe garante condições privilegiadas
de mercado para o desenvolvimento de novas actividades, incluindo as actividades de lazer e de
localização empresarial. A cidade de Viana do Castelo, em particular, encontra-se muito próxima dos
dois centros populacionais mais importantes do Norte do país (Porto e Braga), tendo beneficiado de
forma considerável da melhoria das acessibilidades a estes dois centros urbanos.
De facto, uma consequência directa da localização geográfica do Minho Lima foi a melhoria no
domínio das infra-estruturas de conectividade e mobilidade, existentes ou em vias de concretização,
que favorecem a sub-região na sua inserção nos diferentes eixos de relacionamento transfronteiriço
e que também concorrem para o reforço das condições de competitividade da sub-região. Por outro
lado, esta melhoria das acessibilidades favorece a consolidação dos sistemas urbanos polinucleados
do Vale do Minho, até Valença, e do Vale do Lima, até Ponte de Lima/Ponte da Barca.
Um dos principais desafios do Minho Lima reside portanto no seu posicionamento geográfico, ao
ser a única sub-região fronteiriça que encontra do outro lado da fronteira uma elevada densidade
populacional e económica, condições que lhe oferecem inegáveis oportunidades para o incremento
da atractividade territorial e competitividade económica.
Todavia, é imprescindível que a sub-região consiga afirmar-se no contexto do Noroeste peninsular
como “nó de intermediação” na euro-região Norte-Galiza, beneficiando das potencialidades de um
importante mercado de cerca de 7 milhões de consumidores e minimizando o risco (realmente
existente) de perder todas as potencialidades de desenvolvimento para os dois territórios mais
desenvolvidos e povoados – o Grande Porto e a Galiza – e de se configurar como um mero “território
de charneira” ou de “ligação”, sem efectivas melhorias em termos de competitividade e centralidade
económicas.
Este risco reside no facto de existir um desequilíbrio notório entre a dinâmica do sistema urbano do
Minho Lima e o dos restantes territórios, em particular o Grande Porto e a região urbana de VigoPontevedra, o que coloca problemas nas dinâmicas de integração do Minho Lima na euro-região. O
desequilíbrio inter-regional (Minho Lima, Grande Porto e Galiza) é também evidente no domínio da
dinâmica demográfica e da presença de instituições de I&D, universidades, centros de transferência
de tecnologia e outros agentes de interface que constituem elementos fundamentais no apoio à
inovação empresarial e à diversificação da base económica regional. No Minho Lima, à tendência
para o decréscimo populacional e para o envelhecimento demográfico, junta-se a praticamente
inexistência daquele tipo de entidades, elementos inibidores da competitividade da sub-região.
O Minho Lima apresenta-se como um território muito heterogéneo do ponto de vista das
potencialidades de desenvolvimento, decorrentes dos vários projectos previstos para a sub-região
e das novas dinâmicas económicas, funcionais e demográficas:
• Como se fez referência, Viana do Castelo afirma-se como pólo relevante do eixo urbano
do litoral Norte/Galiza, através da sua oferta turística e de lazer e da vocação produtiva
tradicional ou emergente, destacando-se depois Ponte de Lima, no Vale do Lima, e Valença
e Vila Nova de Cerveira, no Vale do Minho, como pólos de segundo nível com alguma
expressão. Salienta-se ainda o município de Arcos de Valdevez, que tem emergido como
pólo de atracção de actividades industriais. A proximidade do maior pólo industrial da Galiza
(Vigo) e a entrada em funcionamento da PLISAN (Plataforma Logística de Salvaterra-As
Neves) funcionam como oportunidades de captação/atracção de empresas “satélite” de
empresas-âncora de Vigo e Salvaterra.
• O corredor transfronteiriço do Vale do Minho (Caminha-Vila Nova de Cerveira-ValençaMonção-Melgaço) destaca-se no potencial do turismo/ambiente e da complementaridade de
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ofertas urbanas. O desenvolvimento de novas funções económicas associadas à logística
(reforçando a articulação com a referida plataforma logística galega) permitirá reforçar o
papel de Valença e de Monção (a PLISAN apresenta uma situação de quase-contiguidade
com o município de Monção, sendo de salientar que praticamente todo o território do Minho
Lima está a menos de uma hora de distância por via rodoviária desta infra-estrutura).
• Ponte de Lima e Arcos de Valdevez/Ponte da Barca evidenciam uma capacidade de
polarização capaz de “amarrar” e qualificar o espaço rural de baixa densidade do interior
do Vale do Lima. Por outro lado, este eixo poderá, a partir de uma maior concertação intermunicipal de infra-estruturas, equipamentos e funções urbanas, desenvolver uma polaridade
estruturante para qualificar o espaço do interior do Minho Lima, consolidar especializações
funcionais e para ganhar escala e massa crítica no reforço do relacionamento transfronteiriço
com o interior da Galiza.
• Os eixos Vila Nova de Cerveira/Paredes de Coura/Arcos de Valdevez e Monção/Arco de
Valdevez/Ponte da Barca podem reforçar a coesão interna da sub-região e a articulação
com outros subsistemas da região Norte (designadamente com a Aglomeração Regional
de Braga).
Os desafios de afirmação do Minho Lima conduzem à capacidade de desenvolvimento de
estratégias e acções que explorem a localização privilegiada da sub-região no eixo Porto-VigoLa Coruña. Destacam-se, em particular, o reforço da capacidade de atracção de novas funções
para os centros urbanos de fronteira e o aproveitamento do carácter estratégico da cooperação
transfronteiriça, dando-lhe tradução no modelo de organização do território e nas redes de infraestruturas e equipamentos, numa lógica de euro-região que encerra amplas oportunidades em
domínios tão diferentes como a logística, o mar, a agro-indústria, a energia ou o turismo.
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FICHA TÉCNICA
Coordenação Científica
Professor Doutor José Veiga Simão
José Félix Ribeiro
Execução: Dr. José Félix Ribeiro
e Mestre Joana Chorincas
NOTA: As Cartas Regionais de Competitividade que agora se apresentam foram elaboradas
durante os anos 2008 e 2009, tendo a informação estatística sido actualizadas em 2011. A
informação sobre Empresas e Centros de Investigação deverá ser periodicamente actualizada
dada a dinâmica do mundo empresarial e a evolução das actividades de I&D no País.
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