www.oje.pt QUINTA-FEIRA 27 de Outubro de 2011 PMEnews SOFID financia investimento em mercados de elevado potencial XI Leadership Business Group acelera com GSI Carlos Oliveira, managing partner da Leadership Business Consulting, explica como se promove a competitividade e a internacionalização da economia e das empresas portuguesas através da inovação e do empreendedorismo O que é o GSI? O GSI – Global Strategic Innovation – é um programa com várias vertentes que aposta em promover uma maior competitividade e internacionalização da economia portuguesa e das empresas portuguesas através da inovação e do empreendedorismo. Tem uma vertente para indivíduos que é o GSI Executive Program e uma vertente para empresas que é o GSI Accelerators. Toda a informação detalhada e vídeos sobre este programa está no site www.globalstrategicinnovation.com Em que medida contribui para a internacionalização das empresas portuguesas? Através do GSI Executive Program, os CEO, administradores e directores das empresas são expostos a modelos de competitividade baseados na inovação apresentados pelo MIT e Stanford, entre outros, a um network de contactos internacionais de alto nível e ao qual não Diogo Gomes de Araújo, Presidente Executivo Que actividades desenvolve a SOFID? Como apoia a internacionalização das empresas portuguesas? A SOFID é a instituição financeira de desenvolvimento responsável pelo financiamento e apoio à internacionalização de empresas portuguesas que desejem investir de forma sustentável em países emergentes e em vias de desenvolvimento. Criada da necessidade de haver um instrumento específico para as empresas portuguesas marcarem uma maior presença em países parceiros, somos detidos pelo Estado, com 60%, e pelos quatro principais bancos portugueses (Banco BPI, BES, CGD e Millennium bcp), com 10% cada. Enquanto os nossos bancos accionistas operam numa multiplicidade de áreas de negócio, a SOFID é totalmente especializada no financiamento do investimento real de empresas nacionais em mercados com elevado potencial de crescimento. Dado que só participamos em operações quando acrescentamos valor, seja pela partilha de risco com um banco, seja para financiar um projecto que, de outra forma, não obteria financiamento no mercado, não entramos em concorrência com a banca tradicional. Tipicamente, intervimos de forma adicional quando, em condições de difícil acesso ao crédito de médio e longo prazo, tratamos com empresas sem histórico num determinado mercado, ou em sectores como a agricultura ou as energias renováveis, que envolvem um risco superior àquele que os bancos normalmente estão dispostos a assumir, pelo menos sozinhos. Desde Maio de 2010 já nos reunimos pessoalmente com mais de 400 empresários, tendo identificado mais de meia centena de projectos de investimento passíveis de virem a ser financiados pela SOFID. Neste momento temos 11 projectos aprovados, com perspectiva de duplicar este número a breve trecho. Que instrumentos tem disponíveis para as empresas? Como um banco, podemos conceder empréstimos, emitir garantias e participar no capital de empresas portuguesas ou mistas, desde que sejam, no mínimo, 20% detidas por portugueses, e que operem em economias em transição, fora de Portugal. Trabalhamos com PME, grandes empresas e empresas públicas, desde que estas sejam geridas de forma comercial. Além disso, temos a gestão do InvestimoZ – Fundo Português de Apoio ao Investimento em Moçambique, um fundo de 94 milhões de euros para apoiar empresas portuguesas e seus parceiros moçambicanos, e que arrancou este ano. Estamos também mandatados pelo Estado como co-financiadores de dois fundos europeus: o ITF – Fundo UE-África para as Infra-estruturas transfronteiriças ou regionais na África Subsariana e a NIF – Facilidade de Investimento para a Vizinhança da União Europeia, com particular destaque para os países do Magrebe. Além destes produtos financeiros, podemos mobilizar recursos adicionais provenientes da nossa vasta rede de instituições congéneres, sendo que os nossos serviços de aconselhamento são particularmente apreciados pelo empresariado português que pretende investir em economias emergentes mas que não têm a experiência que os quadros da SOFID adquiriram ao longo das suas carreiras. Quais são os mercados alvo de actuação da SOFID? Porque foram escolhidos? A actividade da SOFID é essencialmente determinada pela procura das nossas empresas. Iremos para onde forem os nossos clientes, movendo-nos a capacidade dos empresários portugueses de investirem de forma sólida em mercados emergentes. Estrategicamente, e depois de termos analisado com atenção o histórico e a tendência do Investimento Directo Português no Exterior e de termos tomado em consideração as estratégias de Portugal para a internacionalização da economia, o desenvolvimento e a cooperação, o Conselho Estratégico da SOFID, do qual fazem parte a AICEP, IAPMEI e IPAD, emitiu parecer favorável para que a Sociedade concentrasse os seus esforços em países da CPLP, do Magrebe, países onde haja uma diáspora portuguesa significativa, como é o caso da África do Sul, e grandes economias emergentes, como a Índia e a China. Muitos destes países têm igualmente a vantagem de terem bancos detidos pelos BI da Sofid nossos accionistas a operar dentro das suas fronConstituição: Dezembro 2007 teiras, sendo que as soluções financeiras que apresen- Empregos: 13 tamos aos nossos clientes passam, muitas vezes, pelo Vol. crédito carteira: 12 milhões euros co-financiamento com bancos nossos parceiros. Carlos Oliveira, Managing partner da Leadership Business Consulting teriam acesso de outra forma (incluindo políticos luso-descendentes) e visitam empresas de referência com quem têm oportunidade para interagir. Através do GSI Accelerators, as empresas podem melhorar os seus modelos de negócio, acederem a financiamento e a um network de especialistas e decisores para melhor competirem à escala global, com o apoio da mais reputada aceleradora de negócios dos EUA, o Plug and Play Tech Center, onde temos a incubadora “Innovative Portugal”. Quando foi lançado e que resultados apresenta na dupla perspectiva de internacionalização das nossas empresas/captação de investimento estrangeiro? O GSI Executive Program destina-se a um grupo de 25 participantes e ocorre uma vez por ano, durante 10 dias, em Março, tendo tido lugar em 2010 e em 2011, com 33 e com 55 participantes, respectivamente. Os resultados foram acima das nossas expectativas pelo impacto que teve nos participantes e nas suas empresas, cujos testemunhos filmados estão no site. O GSI Accelerators começou em Abril deste ano, contando já com sete empresas, estando mais 12 em análise. Como potencia o desenvolvimento das PME e contribui para o aumento da competitividade da economia portuguesa? O GSI oferece todos os apoios que uma empresa possa precisar para definir e implementar um modelo de negócios forte a nível internacional. Quanto mais ligados e próximos da economia portuguesa as empresas portuguesas e os decisores portugueses estiverem dos hyperclusters de inovação e empreendedorismo que geram as ondas de crescimento mundial mais irão crescer e lucrar. No caso português, as PME encontram um ecossistema de inovação e empreendedorismo muito pequeno, atrofiado e bloqueado por um conjunto de factores. Para terem um sucesso internacional sólido e significativo precisam de se ligar a outros ecossistemas económicos. Isto sai muito caro e demora tempo. Através do GSI tornamos este processo barato, curto e com muito mais eficácia. XII x QUINTA-FEIRA 27 de Outubro de 2011 PMEnews SEMANA GLOBAL SETE DIAS A PROMOVER O EMPREENDEDORISMO D urante a sessão de abertura da GEW, na qual participam o Reitor da Universidade Nova de Lisboa, António Rendas, e os presidentes das entidades organizadoras Luís Campos e Cunha, da SEDES, e João Trigo da Roza, da APB, será apresentado pelo antigo ministro da Indústria, Mira Amaral, o estudo do Global Entrepreneurship Monitor Portugal. Terça-feira (15 de Novembro), a Se- PUB mana prossegue no Porto, com o seminário “Novas Oportunidades: Empreendedorismo em Portugal”. A iniciativa desenrola-se ao longo do dia na EGP - UPBS Escola de Gestão do Porto - University of Porto Business School e compreende cinco painéis. A saber: “Portugal e o desenvolvimento do Empreendedorismo”, que conta com as intervenções de Daniel Bessa (Cotec Portugal), Rui Moreira (Associação Comercial do Porto), www.oje.pt Sensibilizar a sociedade para a necessidade de assumir riscos, aprender com os fracassos e ter uma atitude empreendedora é o objectivo da Global Entrepreneurship Week (GEW), cuja sessão de abertura se realiza dia 14 de Novembro, na Universidade Nova de Lisboa Francisco Maria Balsemão (ANJE) e José Manuel Mendonça (FEUPINESCP9); “Como passar da ideia à concretização”, que será moderado por Pedro Couto (FEP e núcleo da SEDES do Porto); “Como financiar o Empreendedorismo”, levará à EGP entre outros Artur Santos Silva (BPI); e “Como desenvolver o Empreendedorismo em Portugal?”, que terá como principal animador Belmiro de Azevedo. O dia encerra com o jantar-debate “JEEP - os Empreendedores como factor de Desenvolvimento”, promovido pelo Espaço Atlântico - Formação Financeira e pelo IESF - Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais, que, entre outros oradores, contará com o antigo ministro das Finanças, Miguel Cadilhe. O ponto alto da Semana dia 16 de Novembro, quarta-feira, é o seminário “Empreender em Portugal – Que desafios e oportunidades”, que terá lugar no ISCSP, em Lisboa. João Bilhim, presidente do Instituto, João Trigo da Roza e Luís Campos e Cunha abrem o debate que tem como orador principal Alexandre Soares dos Santos (grupo Jerónimo Martins). Seguem-se os painéis – “O Empreendedorismo em Portugal: Catalisador da inovação e do desenvolvimento”, “Financiar o empreendedorismo: atracção de recursos e geração de valor”, “O contexto empreendedor: adversidades e constrangimentos” e “Capacitar para o Empreendedorismo”, que levarão ao ISCSP, entre outros, os empresários Belmiro de Azevedo, Henrique Neto, Amândio da Fonseca e os professores José Tribolet, Filipe Castro Soeiro e Dana Redford. Dias 17 e 18, a Semana Global do Empreendedorismo entra na iniciativa Silicon Valley comes to Lisbon, promovida pela Beta-i, Associação para a Promoção da Inovação e Empreendedorismo, presidida por Pedro Rocha Vieira. Esta iniciativa trará ao nosso País centenas de jovens empreendedores e empreendedores consagrados a nível mundial. Philip Rosendale, co-fundador da Second Life, Sean Ammirati, CEO mSpoke, John Harthorne, fundador e CEO da Mass Challenge e Patrick Vlaskovits, co-autor de “The Entrepreneur's Guide to Customer Development” estarão entre eles. No primeiro dia (17 de Novembro) do Silicon Valley comes to Lisbon decorrerão sessões de mentoring e aulas preparadas pelos oradores convidados para estudantes e empreendedores seleccionados com o objectivo de promover a troca de ideias, aprendizagem e networking. O segundo dia será preenchido por uma conferência que decorrerá na Faculdade de Ciências, Pavilhão C3, em três salas diferentes, com painéis de oradores em simultâneo a debater temas relacionados com o empreendedorismo, tecnologia e negócios e facilitar master classes e workshops, dedicados a temas variados como empreender na indústria biotécnica, aceleração de ideias, financiamento de start-ups, centros de inovação, o impacto da diáspora portuguesa no empreendedorismo nacional, internacionalização e spin-off de empresas. Iniciativa mundial, a Semana Global do Empreendedorismo, resulta em Portugal de uma parceria entre a Fundação Kauffman, a SEDES – Associação para o Desenvolvimento EcoJoão Trigo da Roza Luís Campos e Cunha nómico e Social e a APBA – Associação Portuguesa de Business Angels. Oficialmente, termina a 18 de Novembro, mas em Portugal, na semana seguinte, realizar-se-ão ainda duas importantes iniciativas: o seminário Empreender nos países de língua oficial portuguesa na Sociedade de Geografia, em Lisboa, dia 22, e uma Conferência promovida pelo Núcelo da SEDES Beira Baixa, na Universidade da Beira Interior, dia 23, centrada na redes de incubação e clusters de empresas na Beira Interior. Em 2008, por iniciativa da Kauffman Foundation, EUA e da Enterprise UK, Reino Unido, deu-se início a um movimento mundial tendo como objectivo inspirar as sociedades a abraçar a inovação, o empreendedorismo, a imaginação e a criatividade, como motor de desenvolvimento e crescimento mundial, através da realização anual da SGE - Semana Global do Empreendedorismo. A edição da SGE de 2010, em Portugal, contou com 80 parceiros, 100 actividades, 5000 participantes e, a nível mundial, estiveram envolvidas mais de vinte milhões de pessoas, que promoveram mais de 60 000 actividades, envolvendo 32 000 parceiros. Em Portugal, o desenvolvimento do conceito de empreendedorismo, começa nos anos 80 e a sua promoção e divulgação deve-se a personalidades como Almor Viegas que, com o programa de imersão JEEP - Jovens Empresários de Elevado Potencial, por si liderado desde a sua fundação em 1985 e, com o apoio do BPA - Banco Português do Atlântico, permitiu a centenas de jovens licenciados de elevado potencial, desenvolverem os seus projectos de empresa e tornarem-se empresários.