LUSO Le journal bilingue des Portugais de Belgique P.5: 10 de Junho Duas festas do 10 de Junho, uma no dia 12 em St. Gilles e outra no dia 19 na Esplanade du Cinquantenaire. P.7: Pão Biológico João Martins, patrão de “Le Bon Pain” é especialista do pão biológico na Bélgica. P.11: APEB GRATUIT N°1 - le 19 juin 2005 Portugueses têm de ter mais participação cívica O Embaixador de Portugal na Bélgica, Diogo Nunes Barata presta homenagem aos Portugueses mas pede mais participação na sociedade belga. António Afonso conta a história da APEB. P.12: Futebol LusoJornal - Carlos Pereira Federação de futebol português na Bélgica, luta contra a violência. 2 Editorial Et par : Portugalnet Consulting Rue du Champion, 5 1070 Anderlecht Bruxelles Belgique Directeurs: Paulo Carvalho Sérgio Amaro Comité éditorial: Francisco Barradas Isaac Dias Paulo Carvalho Sérgio Amaro Carlos Pereira Contacts: [email protected] LusoJornal est un concept de Carlos Pereira, Clara Teixeira, Nelson Rocha et José Lopes Impression: Sjongers Rue Van Arteveldestraat, 85 1000 Bruxelles Tél: 02 511 50 89 10.000 exemplaires LusoJornal est gratuit Foi neste contexto que decidimos lançar mãos à obra,e criámos o LusoJornal Bélgica que agora tem entre as mãos. Juntámos as nossas competências: a Aniki Communications que já publica a edição francesa do LusoJornal, a Portugalnet Consulting que anima o site portugalnet.be e conhece bem a realidade local, e o Conselheiro das Comunidades Portuguesas, Francisco Barradas, que teve a feliz ideia de nos pôr em contacto. O LusoJornal Bélgica é um jornal mensal e só falará dos Portugueses residentes na Bélgica: das nossas actividades, dos nossos problemas, das nossas riquezas. Queremos ser um jornal de informação, mas de informação concreta, concentrada. Não trataremos o que não for essencial! Vamos fazer um jornal bilingue. Passaremos aleatoriamente de uma língua para a outra, sem qualquer problema, como fazemos no nosso dia-a-dia, porque cada um de nós é bilingue. Somos um jornal especializado na Comunidade portuguesa da Bélgica e por conseguinte queremos identificarmo-nos aos nossos leitores. Apesar do nosso militantismo, este é um projecto comercial. É um jornal Carlos Pereira Directeur de publication: Carlos Pereira Existem cerca de 38.000 portugueses inscritos nos serviços consulares portugueses na Bélgica. Depois, há aqueles que não estão inscritos porque nunca recorreram ao consulado e aqueles que trabalham nas instituições europeias. Devemos ser cerca de 50.000. Também residem na Bélgica milhares de Brasileiros, Caboverdianos,Angolanos e outros lusofalantes. E não temos uma publicação mensal, regular. Sérgio Amaro Edité par Aniki Communications 47 bd Stalingrad 94400 Vitry France 479 050 726 RCS Créteil O jornal que fazia falta! Paulo Carvalho LusoJornal Bélgica Mensagem do Secretário de Estado Editorial Francisco Barradas Fiche technique gratuito,mas que vive da publicidade dos nossos anunciantes que, como podem constatar, são já bastantes a terem confiança no nosso projecto. Mas queremos evoluir e para isso, aguardamos os vossos comentários, as vossas críticas, as vossas sugestões e propostas. De forma construtiva, claro, mas saberemos aproveitar todas as ideias que nos chegarem. Estamos conscientes que a aventura é difícil, mas também estamos conscientes que este projecto será bem aceite pela Comunidade portuguesa. Calha bem, porque é para vós que o LusoJornal é feito. ■ Francisco Barradas, Paulo Carvalho, Sérgio Amaro, Carlos Pereira Felicito a iniciativa do LusoJornal em estender a sua acção informativa junto da Comunidade portuguesa residente na Bélgica. Uma das missões deste projecto é a de descobrir e divulgar valores que emergem no seio das comunidades, muitos deles desconhecidos do grande público, mas que reflectem algo de determinante para as políticas a aplicar nos tempos de hoje e que implicam uma nova abordagem à temática das comunidades. Há conceitos que devem ser repensados – e serão – de modo a valorizarmos o que temos de melhor no seio das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e a melhorar as relações entre elas e Portugal, hoje um país de oportunidades, ao qual nenhum cidadão português está isento de ser chamado a contribuir para o seu desenvolvimento. Estão aí novos desafios, que vamos vencer, como o Luso Jornal que hoje é lançado em Bruxelas. Parabéns. ■ António Braga Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas Destaque 3 João Diogo Nunes Barata, Embaixador de Portugal O Embaixador de Portugal na Bélgica, João Diogo Nunes Barata, considera que «há pouca participação cívica dos Portugueses» na sociedade belga. «As pessoas aqui dão-se muito uns com os outros, mas integram-se pouco na sociedade. Há pouca participação cívica, não exercem os direitos de cidadãos, com grande dasagrado até das autoridades belgas» começou por explicar ao LusoJornal. Por outro lado, «vou escrever a todos os Portugueses que estão inscritos no Consulado, para lhes pedir também que se inscrevam nas listas eleitorais dos Consulados». Em entrevista ao LusoJornal, o Embaixador de Portugal considera que «os Portugueses da Bélgica deviam aprender a falar melhor francês e ter um funcionamento menos comunitário», mesmo se considera importante o facto de se preservarem na Bélgica os valores culturais portugueses. Reconhecendo que «os mais novos, esses, até já falam menos bem português», Nunes Barata considera que não se deve forçar os filhos a aprender a falar português porque «as pessoas aprendem a falar uma língua se ela lhes trouxer vantagens e acho que se deve ensinar o quanto é importante falar uma segunda língua e toda a abertura a um mercado de trabalho nomeadamente com a América Latina e com a África. A imposição pode ser contraproducente». LusoJornal - Carlos Pereira Portugueses têm de ser mais participativos ■ Embaixador Nunes Barata Compreendendo que há carências no ensino da língua portuguesa, quando as aulas «são em horários que correspondem a sobrecarga fora das horas escolares e compreendo que as crianças considerem estes cursos como um peso». João Diogo Nunes Barata tomou posse em 27 de Novembro do ano passado. «Os Portugueses que aqui residem, vieram procurar melhores condições de vida na Bélgica e aqui se foram fixando. Já me encontrei com alguns Portugueses que vieram para cá trabalhar nas minas, que entretanto fecharam, mas eles continuam por cá, com filhos e netos». Também vivem na Bélgica muitos funcionários das Instituições europeias. «Esses têm os seus próprios circuitos. Não os vejo.A comunidade portuguesa são os mais necessitados, aqueles que necessitam de protecção, de apoio consular». São desses que chegam as queixas habituais e «por vezes porque vêm tratar dos documentos à última da hora e querem-nos imediatamente». Há muitos anos que não há recrutamentos de funcionários na Embaixada. «No próximo ano deve reformar-se uma funcionária que tem uma larga experiência, e vai ser mais difícil ainda gerir tanto trabalho com tão poucos funcionários». Para além do mais, a Coordenadora do Ensino trabalha ao mesmo tempo na Bélgica e na Holanda, o Delegado do ICEP está em posto em Bruxelas e no Luxemburgo, assim como o Conselheiro Cultural que está no Luxemburgo e que se deve ocupar também da Bélgica. «Assim, é muito difícil trabalhar e este é certamente o posto mais difícil que já tive» confessa ao LusoJornal o Embaixador de Portugal. Carlos Pereira Um belo percurso diplomático O pai era da Lousã e a mãe era de Lisboa. João Diogo Nunes Barata nasceu em Angola em 1941 e entrou para o Ministério dos Negócios Estrangeiros com apenas 23 anos depois de se ter licenciado em Direito,«sou certamente o diplomata mais antigo da casa». Começou a sua carreira no exterior em posto em Ankara, passando depois por Londres, Estrasburgo e Maputo. Durante o serviço militar que fez na GuinéBissau, foi Chefe de Gabinete do General António de Spínola, que o convidou depois para o assessorar na Junta de Salvação Nacional, depois do 25 de Abril. Colega de faculdade de Freitas do Amaral, actual Ministro dos Negócios Estrangeiros, de Jorge Miranda e de Odete Santos, foi assessor diplomático de Mário Soares, quando este foi Primeiro Ministro e depois foi seu Chefe de Gabinete, durante quase 8 anos, quando foi Presidente da República. Nunes Barata foi Embaixador de Portugal em Marrocos, Itália, Alemanha, Rússia (diz-se que o Ministro Martins da Cruz o «queria ver longe e congelado») e agora na Bélgica, «onde quero acabar a carreira, reformando-me no próximo ano» diz ao LusoJornal. Amante de pintura, «a minha passagem por Moscovo permitiu-me de comprar vários quadros de pintores russos», é amigo pessoal de José Saramago que aliás, muito recentemente, acolheu em sua casa. Há apenas quatro Cônsules Honorários em Antuérpia, Liège, Gand e Bruges, mas Nunes Barata contenta-se com o facto de «criar um Centro de Língua Portuguesa na Universidade de Antuérpia, em conjunto com o Instituto Camões». No dia 10 de Junho,o Embaixador ofereceu uma recepção para celebrar o Dia de Portugal. «Sei que não era um hábito nesta casa, mas considero que esta data deve ser comemorada. Para tal, convidei o corpo diplomático, os dirigentes associativos e demais representantes da comunidade portuguesa». Felicitando a criação do LusoJornal na Bélgica, o Embaixador considera que «este é um projecto importante e espero muito sinceramente que se afirme e que contribua para a circulação da informação no seio da comunidade». 4 Administração Directiva europeia obriga a revelar dados a outros Estados Attention impôts Juros portugueses comunicados ao fisco belga Jusqu'au 30 juin 2005,vous pouvez remplir en ligne votre déclaration exercice d'imposition 2005, revenus de 2004 (partie 1 et 2) et la transmettre par Internet.Attention! Pour accéder à la TaxBox, vous (et votre partenaire, dans le cas où vous déposez une déclaration commune) devez disposer de vos codes d’accès (token). Ministère des Finances: http://ccff02.minfin.fgov.be Si vous désirez calculer vos impôts en ligne ou effectuer des simulations et découvrir la formule la plus avantageuse, si vous avez reçu votre feuille d'imposition pour les revenus de 2003 et souhaitez procéder à une vérification,LusoJornal vous conseille le site de l’assureur AP: http://www.lap.be/taxweb/ LusoJornal - Sérgio Amaro Simulations ■ Advogado Rui Cunha No próximo dia 1 de Julho entra em vigor uma Directiva europeia que obriga os bancos do espaço europeu a comunicarem às finanças do Estado de residência do contribuinte, os rendimentos de poupança sob a forma de juros, auferidos por emigrantes. Esta medida visa combater a evação fiscal. Por exemplo, um emigrante na Bélgica que tenha depósitos em Portugal, deve declarar os juros na Bélgica. Porque os bancos portugueses estão agora obrigados a comunicar os montantes dos juros às Finanças belgas. A Associação dos Empresários Portugueses da Bélgica, organizou recentemente um debate sobre este tema, no qual interviram os Bolsas de estudo na Bélgica Quem sabe se os seus filhos têm direito a uma Bolsa de Estudo na Bélgica. Se necessitar de mais informações, consulte o site internet: http://www.cfwb.be/allocationsetudes/ Revenus des personnes âgées La garantie des revenus aux personnes âgées s'élève depuis octobre 2004, à 5.259,48 euros par personne cohabitante, et à 7.889,28 euros pour les personnes habitant seules. Si vous bénéficiez d'une pension et vous exercez une activité professionnelle et si vos revenus professionnels pour une année civile dépassent le montant autorisé de 15% ou plus, le paiement de votre pension est entièrement suspendu pour toute cette année. Vous devrez rembourser les montants de pension perçus indûment. Reune-se na Assembleia da República, em Lisboa Plenário do Conselho das Comunidades LusoJornal - Carlos Pereira Vacances jeunes Depuis 2001, une nouvelle réglementation est d'application en vue de l'octroi de congé et d'un pécule de vacances aux jeunes travailleurs qui ont été engagés au cours de l'année pendant laquelle ils ont terminé leurs études. Un jeune travailleur qui a été engagé dans les quatre mois à dater de la fin de ses études, recevait du congé et un pécule de vacances payé calculé en proportion du nombre de mois de l'exercice de vacances pendant lequel le travailleur a été en service. advogados Rui Cunha e Carlos Mourato, assim como Paulo Garnel, responsável pelo escritório de representação da Caixa Geral de Depósitos em Bruxelas. Em geral os bancos estão a informar os seus clientes não residentes sobre a transposição local da Directiva Europeia da Poupança, explicando o seu conteúdo e oferecendo soluções de poupança e investimento, na Bélgica, em Portugal ou noutros países. Caberá então ao cliente contactado ponderar, com o apoio do seu interlocutor habitual, a melhor solução de investimento para o seu próprio caso. Desde sempre que os contribuintes tinham de declarar na Bélgica as contas que têm em Portugal, mas o que é certo é que pouca gente o fazia. Com a aplicação desta Directiva, são as instituições Portuguesas que transmitem automaticamente os montantes dos juros. “Portugal não transmite ao fisco belga os montantes das vossas contas” explica o advogado Rui Cunha, “só envia o nome do contribuinte e os juros que aufere”. Quem não cumprir com a lei, e segundo os advogados presentes, podem ver aumentados os seus impostos de 10 a 200%, podem ter multas entre 50 e 1.250 euros e podem ter penas de prisão de 8 dias a 2 anos. No entanto, todos se esforçam por dizer que “não há razões para alarmes”. Questionados sobre uma possibilidade de pagarem impostos em Portugal e na Bélgica, Rui Cunha explicou que “a Directiva prevê que não haja dupla tributação”. No entanto, estes montantes agora comunicados ao fisco belga podem fazer passar ao escalão superior e por conseguinte aumentar os impostos. Os bancos anunciam que vão cumprir as obrigações legais, mas há quem diga que “agora já não vale a pena ter o dinheiro em Portugal”. Há mesmo quem se preocupe com a economia do país se os Portugueses que residem no estrangeiro deixassem de enviar para Portugal, os milhões de euros que enviam anualmente. ■ Conselheiro Francisco Barradas O Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), órgão de consulta do Governo português para as questões relacionadas com a emigração, reúne o seu Plenário mundial, na Assembleia da República, em Lisboa, nos próximos dias 29 e 30 de Junho e 1 de Julho. Francisco Barradas, Conselheiro eleito na Bélgica, por sufrágio universal, em Março de 2003, membro deste Conselho, vai participar na reunião magna de Lisboa que vai analisar as principais problemáticas relacionadas com as Comunidades portuguesas e fazer propostas ao actual Governo. «O Conselho prepara-se para aprovar um Manifesto das Comunidades Portuguesas, onde estarão mencionadas as principais exigências da emigração em matéria de ensino da língua e promoção da cultura portuguesa, junto dos Portugueses que escolheram o estrangeiro para residir» disse ao LusoJornal, o Conselheio Francisco Barradas. Para além de Conselheiro eleito na Bélgica, Francisco Barradas é também membro do Secretariado do CCP da Europa. Recentemente, o Conselheiro organizou, na Associação APEB, uma reunião pública com a presença do Presidente do CCP, António de Almeida e Silva, residente no Brasil. Participaram nesta reunião cerca de 50 Portugueses. A reunião de Lisboa conta com a presença dos 96 Conselheiros eleitos em todo o mundo, 40 dos quais eleitos no continente europeu. Festas 5 LusoJornal - Sérgio Amaro Comemorações oficiais do Dia de Portugal ■ Aspecto geral da Festa do ano passado A Festa Popular do Dia de Portugal na Esplanade du Cinquantenaire é sem dúvida a principal concentração de Portugueses na Bélgica. Coordenada pela Embaixada de Portugal, na pessoa do seu Conselheiro Social, António Araújo, as comemorações oficiais do 10 de Junho começaram nos dias 4 e 5 de Junho, com a organização de um Torneio de futebol, no Complexe Sportif de Siperberg, que deu vitória ao FC Portugal. No dia 11 de Junho, uma noite de fados juntou no Fan Club os cantores Augusto Ramos,Manuel Alcobia e João Espírito Santo,acompanhados à guitarra portuguesa por Alfredo Barros e à viola por Ilídio Armando. No domingo 12, foi organizada a Festa Portuguesa, na Place Van Meenen, em Saint Gilles organizada pela Associação dos Comerciantes Portugueses da Commune de Saint Gilles. «No ano passado a nossa festa realizou-se no mesmo dia que a Festa do Cinquantenaire, mas conseguimos juntar cerca de 10.000 pessoas» explica ao LusoJornal Duarte Ribeiro do Café Restaurante Chez-Nous, um dos principais impulsionadores da festa. «Mas não fazia sentido haver duas festas no mesmo dia e por isso foi importante termos combinado para que as duas existam e sejam fortes, integrando o mesmo programa oficial» completa Adriano Grande variété de produits portugais Vinhas do Bar Taberna Penafidelis, também organizador do evento. «Com tantos comerciantes nesta zona de Bruxelas, era importante para nós fazermos esta festa. A municipalidade abriu-nos as portas e deu-nos apoio total» dizem os organizadores, sabendo que fazem esta festa mais por valores «sentimentais» do que por razões financeiras, mesmo se a festa é motivo de promoção para os principais estabelecimentos comerciais da zona (restaurantes, cafés, produtos alimentares, vestuário,…). Nuno Resende, Mamano, Top Dance e Bino & Zé Musical foram as principais atracções da Festa. Um recital de piano, canto e poesia foi organizado ontem, 18 de Junho, na Maison Communale de Saint Gilles. Participaram os músicos Steve Mai e Nadine Delseaux e a poesia foi interpretada por Thérèse Etienne e pela actriz do grupo de teatro A Barraca, Maria José Guerra. No dia 19, a Festa quer-se popular, com a participação de grupos de folclore, marchas populares, bombos, com o conjunto musical Top Dance, o cantor Mamano com o grupo Maracaibo e as suas bailarinas, assim como muita música ligeira, para animar os participantes, nomeadamente com o grupo Stat of Sin. Os já tradicionais stands com especialidades portuguesas e com representação de empresas são também um ponto de encontro importante neste dia dedicado a Portugal. Festa de S. João LusoJornal - Paulo Carvalho St. Gilles e Cinquantenaire acolheram portugueses A quarta edição da Festa de S. João na Place Flagey realizou-se nos dias 4 e 5 de Junho. Mesmo com ameaças de chuva no primeiro dia,a participação foi bastante grande. Sábado à tarde e domingo, houve festa rija, com mais de 2.000 pessoas de todas as nacionalidades. Estão de parabéns os organizadores da festa, Sr. António, do Café Pessoa e Sr. João, do Régua. «É com alguma tristeza que verifico que esta festa ainda não foi inserida no cartaz das Festas populares portuguesas que se realizam todos os anos, em Junho», diz ao LusoJornal o Sr.António. «No entanto, acredito que no próximo ano isso estará resolvido». A rua foi fechada ao trânsito durante dois dias e os organizadores querem que no próximo ano a festa passe a três dias.O Sr.João do Régua,em nome da organização, «agradece a todas as pessoas da Junta de Freguesia de Ixelles,que estão sempre prontas a apoiar este evento, sobretudo a nível do encerramento da rua com toda a segurança, policiamento». Como sempre a festa foi animada pela banda Alfredo Dany e seus músicos.Teve também a presença das Marchas Populares da APEB. ■ Paulo Carvalho 6 Europa O Movimento de Acção e Reflexão (MAR) publica regularmente as fichas «Belgavida» com informações úteis para a Comunidade portuguesa residente na Bélgica. A primeira destas fichas informa os portuguesas das opções que lhes são oferecidas para o ensino da língua e cultura portuguesas e contém um conjunto alargado de informações úteis e práticas (endereços de escolas, horários de funcionamento,contactos dos responsáveis oficiais, etc.) A segunda ficha integra-se na campanha mais vasta de constante mobilização dos portugueses para a vivência da cidadania, na dupla condição de cidadãos portugueses e de cidadãos europeus. A terceira ficha,publicada agora,dá a conhecer os serviços prestados pelos Consulados portugueses na Bélgica e as formalidades necessárias à obtenção e execução de actos e documentos. O MAR espera assim contribuir, de forma positiva, para facilitar a vida a todos os compatriotas e aproximar os serviços oficiais dos cidadãos. Pretende ainda unir e dinamizar a Comunidade à volta de temas importantes para a vida colectiva. Eurodeputado Paulo Casaca «O alheamento político preocupa-me» LusoJornal - Sérgio Amaro Belgavida ■ Eurodeputado Paulo Casaca em entrevista ao LusoJornal Apesar de ser Eurodeputado e de passar uma parte importante do seu tempo em Bruxelas, Paulo Casaca não convive com a Comunidade portuguesa da Bélgica. «Passo muito tempo nos aviões, porque partilho a minha vida entre os Açores, Bruxelas e por vezes outros países. E tenho pena de não poder conhecer mais os Portugueses que escolheram viver neste país. Acabo por não ter vida social nenhuma cá. É nas horas livres que se fazem amizades e eu acabo por não ter tempos livros aqui em Bruxelas». Para além do mais, Paulo Casaca considera que é importante aproveitar o facto de ser Deputado Europeu para «ir ao encontro de outras culturas, de outros povos. Regularmente me encontro com gentes de outros países e isso é muito enriquecedor». Convive pois com colegas dos restantes países membros da União Europeia. A Europa deve servir também para facilitar este intercâmbio cultural. «Entre 1996 e 1999 estive a viver em Bruxelas, por estar em funções na Reper, a Representação portuguesa junto da União Europeia. Nessa altura convivi mais com a emigração, comprava alimentos portugueses, jornais, etc. Agora que não tenho cá casa, é mais raro e não passo aqui os fins-de-semana. Mas tenho também família no Norte da França com que convivo de vez em quando». O alheamento dos emigrantes para a «coisa» política preocupa Paulo Casaca. «Não podemos ficar impassíveis frente a esta situação. Temos de motivar a participação cívica. É muito importante». No quadro da cidadania europeia, os Portugueses residentes na Bélgica podem votar para as eleições autárquicas «mas não votam e isso até pode prejudicar as relações com o país de acolhimento». Também não votam para o Parlamento Europeu, «enquanto que estão aqui ao lado do coração da Europa». Paulo Casaca costuma passar os fins-de-semana nos Açores «costumo ir às escolas falar com alunos, falar da Europa». Falar da Europa, intervir no Dia da Criança, no Dia do Ambiente, eis o quotidiano do Eurodeputado. Trabalhar em Bruxelas e em Estrasburgo, voar para uma conferência da Nato na Estónia ou para uma reunião sobre o bem estar dos animais, em Milão, são algumas das actividades de Paulo Casaca durante este mês de Junho. Empresas 7 João Martins empresário biológico DR ■ João Martins desenvolveu a empresa familiar Com 8 anos de idade ajudava os pais a fazer pão para o restaurante macrobiótico da família. Hoje, com 34 anos, João Martins é especialista da fabricação de pão biológico e dirige a empresa «Eco-Vida sprl – Le Bon Pain», com 11 empregados e um crescimento médio anual de cerca de 28%. «Enquanto que a padaria dos meus pais fazia cerca de 150 pães por dia,três dias por semana, eu fabrico uma média de 2.500 pães por dia, com pontas que podem chegar aos 4.500 pães» disse ao LusoJornal. Quando retomou a actividade dos pais, em 1996, João Martins, até então estudante em arquitectura, publicidade e marketing, aumentou o leque de clientes,principalmente nas regiões de Bruxelas,Wavre, Charleroi e Louvain e aderiu às normas de qualidade. «O sucesso da nossa empresa está na escolha de produtos de qualidade,de alta gama, inteiramente biológicos e certificados».A empresa tem um sistema de traçabilidade dos mais avançados.«Tudo está escrito,tudo é notado,desde a temperatura da água até à origem dos produtos utilizados». Na nova fábrica que está actualmente a construir em Haeren, com cerca de 2.500 m2,João Martins quer puxar ao extremo a sua concepção do biológico: «as madeiras utilizadas na construção são biológicas, sem produtos químicos de protecção, os cimentos são preparados de forma especial, temos uma estação de tratamento de água,painéis de energia solar e tive pena de não ter podido instalar uma torre para energia eólica». Visivelmente orientado para o futuro, porque «o desenvolvimento só pode ser eficaz se pensarmos no futuro», João Martins achava que o mercado do biológico estava demasiado fechado e com uma imagem parada no tempo.Quis então desenvolver a sua empresa, entrando nas redes de grande distribuição, mesmo se «escolhemos os clientes com quem queremos trabalhar e a qualidade está acima de tudo». Distribuído numa centena de padarias e lojas de produtos naturais em todo o país, «Le Bon Pain / ‘t Goe Brood» é comercializado, desde 2001, na grande distribuição, nomeadamente nos supermercados Delhaize Le Lion e na rede GB Express. Como o mercado interno belga «é demasiado pequeno», João Martins desenvolve actualmente as exportações para os países vizinhos, nomeadamente para a Alemanha e para a França. Assumidamente português, João Martins começa também, agora, a trabalhar com Portugal. ■ Le Bon Pain Panoramalaan, 36/b4 3012 Wilsele Tel.: 016 23 23 51 www.lebonpain.be LusoJornal - Sérgio Amaro Empresários Português é rei do pão biológico A Associação dos Independentes, Comerciantes e Empresários Portugueses na Bélgica asbl, retomou as suas actividades e organizou recentemente um jantar no Restaurante O Marquês de Pombal em Waterloo, com a participação de cerca de 60 empresários. Sob a presidência de Geraldo Bessa de Oliveira, também participou a este jantar o Conselheiro das Comunidades Portuguesas, Francisco Barradas e o Presidente do Clube Atlântico (Clube dos Empresários Portugueses de França). O tema de debate neste jantar foi a nova directiva europeia que obriga os Estados da União Europeia a comunicar às autoridades belgas os juros das contas dos estrangeiros. Paulo Garnel, representante da Caixa Geral de Depósitos, e os advogados Rui Faria da Cunha e Carlos Mourato, explicaram aos presentes qual o quadro de intervenção da Directiva e responderam às muitas perguntas que lhes foram comunicadas. Os muitos empresários presentes representavam os sectores dos vinhos, produtos alimentares, molduras, electricidade, construção civil, limpeza, seguros, publicidade, restauração, entre outros. 8 Cultura Desde 1987 que Manuel Taveira coanima o programa de rádio «Voz de Portugal», em língua portuguesa para «divulgar a cultura e a língua portuguesa, os seus usos e costumes, as suas tradições, através da música, passatempos, entrevistas e divulgação das actividades». Natural de Fontes (Santa Marta), Manuel Taveira passou a sua infância em Lisboa. Viveu no Porto, em Cabinda (Angola) e emigrou para a Bélgica em 1976. Trabalhou como doméstico, motorista particular e em 1979 integrou os quadros da Embaixada de Portugal como motorista onde hoje é assistente administrativo. Fazem ainda parte do programa o seu filho Cipriano Taveira (32 anos, técnico de som), Casimiro Pinho (26 anos, cozinheiro, originário da Régua) e Gina Gonçalves (24 anos, cabeleireira, originária da Campeã). «Temos um compromisso com os nossos ouvintes e estamos lá em todos os programas» disse ao LusoJornal Manuel Taveira. «Fazemos o programa sempre em directo, com música, entrevistas e com a participação dos ouvintes», mas a equipa queixa-se da falta de colaboradores e de desinteresse dos organismos oficiais. «Recentemente solicitámos um apoio à Embaixada de Portugal, para manter vivo este programa e para dar informações sociais e jurídicas, mas foi-nos recusado. Temos pois de pagar,nós mesmos,o tempo de antena» diz o radialista. O programa «Voz de Portugal» emite todos os domingos, das 9 às 11h00,em 87,7 FM,às segundas-feiras,das 19 às 20h00,em 101,9 FM e aos sábados, das 12 às 13h00, também em 101,9 FM. Nuno Resende representou a Bélgica no Festival da Canção Críticas da Eurovisão foram positivas Quando em 1985 chegou a Bruxelas, com apenas 12 anos de idade, Nuno Resende não imaginava que, 20 anos mais tarde, representaria a Bélgica no Festival Eurovisão da Canção. «Comecei a tocar guitarra quando tinha uns 16 anos» e depois foi uma procura que o levou de grupo em grupo, até ao hard rock «que parei por ter dado cabo da voz» diz ao LusoJornal. «Depois, foi nos karaoke que fui identificado por um produtor. Aliás gravei um disco, em inglês, que acabou por nunca sair». Depois de ter passado pela escola europeia, licenciou-se em educação física «mas nunca dei aulas, salvo durante o estágio, claro». Preferiu enveredar por pequenos trabalhos como o de andar de bicicleta a distribuir correio expresso pela cidade. «Fazia cerca de 2.000 km por mês de bicicleta, entre os carros, pelos passeios, com uma maleta às costas. Era como se fizesse uma viagem por mês para Portugal». Em 1999 integrou a comédia musical «La Belle et la Bête» de Sylvain Meyniac, ao mesmo tempo que criava o seu grupo «La Teuf» e gravava o álbum «Envie de faire la teuf». Também particiou em «Romeo & Juliette» e em 2003 interpretou o papel de Etienne no filme de Jacques Demy «Les Demoiselles de Rochefort». «Sempre vivi num mundo muito belga» confessa Nuno Resende, mas gosta de Rui Veloso, Xutos e Pontapés e GNR. Também ouve Dulce Pontes, Mafalda Arnault e Mariza. «No fundo sinto-me entre estas duas culturas. Não passo um verão sem ir de férias a Portugal. Por vezes ainda tenho a tentação de ir para outros destinos, mas Portugal chama-me e eu cedo. Nunca saí da Europa porque não consigo deixar de ir a Portugal» diz ao LusoJornal. DR LusoJornal - Sérgio Amado Voz de Portugal ■ Nuno Resende «A experiência da Eurovisão foi muito boa. Mesmo se não fui apurado para a final, é impressionante saber que estava a cantar para 100 milhões de pessoas». Mas o que mais comoveu Nuno foi o facto de Portugal lhe ter dado 12 pontos. «Tudo quanto me interessava era defender bem a canção e as críticas no final foram positivas, mesmo se não fui apurado para a final do concurso». Em preparação está o lançamento de um novo álbum, o seu primeiro a solo, e mais tarde «gostava de poder ir cantar a Portugal, seria para mim uma grande honra». O próximo concerto de Nuno Resende terá lugar no dia 2 de Julho, no Albert Hall, em Bruxelas, com a participação de Philippe d’Avilla de «Romeu & Juliette», de Virginie Duez de «Autant en emporte le vent» e de «La Belle et la Bête», de Gaëlle, do grupo «La Teuf», assim como de Lamia, uma cantora marroquina. «É um espectáculo para festejar os meus anos». Então, Feliz Aniversário Nuno. Assurances Assureurs Conseils représentant quasi l'intégralité des compagnies d'assurances. En un clin d'œil faites le tour du marché de l'assurance. Spécialisés en PME et particuliers, vos intérêts sont les nôtres. 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Je cherche toujours quelqu’un qui me donne une opportunité, une chance de montrer ce que je sais faire» dit Mamano. «J’aime la musique, c’est ma vie, c’est ma passion, et je crois en cette forme d’expression qui est en moi». Mais la peinture reste aussi une passion puisque Mamano a signé, il y a peu, une série de portraits de Jacques Brel, dévoilés au public lors d’un grand concours à Etterbeek. Artiste invité de la Fête du 10 juin de l’année dernière «les Portugais ont beaucoup aimé et m’ont invité à nouveau cette année» dit avec émotion. Il a été programmé pour les deux fêtes du 12 (à Saint Gilles) et du 19 juin (au Cinquantenaire). «Depuis longtemps que je voulais être connu des Portugais». Mamano participe régulièrement à des galas au profit des enfants défavosisés, notamment pour “Child Focus” et pour des enfants défavorisés du Portugal. DN Né sur l’île de Boavista, au Cap Vert, Mamano est venu en Belgique en 1975 pour étudier les BeauxArts. «Cela fait 30 ans que je suis ici et j’ai même pas vu le temps passer» dit-il au LusoJornal. La passion pour la chanson le pousse à rester en Belgique. Il débute en 1982 dans un groupe nivellois «Le Cercle des XIII» et deux ans plus tard, il tient le micro dans une autre formation «Dolce Vita». En 1986 il forme son propre groupe «Tropic» et y porte une double casquette, celle de chanteur et de compositeur. On dit de lui qu’il est “la bonne humeur du Cap vert”. Artiste «pluridisciplinaire», Mamano (de son vrai nom Germano Brito) chante, compose, écrit, dessine «et sait parfaitement s’y prendre pour chauffer une salle». En 1990, Mamano enregistre son premier disque (un 45 tours) en créole et en portugais, «Oh! Luar», où il chante l’espoir de revoir un jour son pays. Actuellement, il considère la Belgique comme son deuxième pays. «Je vais de temps en temps au Cap Vert, mais juste pour les vacances. Je pense que je n’aimerais pas y vivre définitivement». En 1991, Mamano participe au concours télévisé «Tête d’Affiche» et en sort deuxième sur dix candidats retenus. Les spectacles se succèdent. Il s’est retrouvé à deux reprises au Casino de Spa avec Sandra Kim, le Grand Jojo et Benny ■ Mamano, chanteur capverdien B. Plus tard il a fait la première partie de C. Jérôme et il a chanté avec Jorge Ben, un des plus grands musi- En attendant, Mamano se produit avec son groupe «Maracaïbo» dans tout le Benelux (Amsterdam, Charleroi, Bruxelles,Anvers, la côte belge, le nord de la France,…). Exposição de Joana Rego no PE LusoJornal - Sérgio Amaro De Boavista à Bruxelles, de la peinture à la musique O Parlamento Europeu é para muitos um lugar cinzento de burocratas que passam os dias nos corredores a fazer não se sabe bem o quê. Homens e mulheres de fato e semblante formal que parecem viver fora da esfera social. Mas na realidade o Parlamento Europeu é um espaço aberto à luz e à cultura.Tal como aconteceu recentemente. Jamila Madeira, Eurodeputada do grupo socialista, trouxe até Bruxelas uma mostra de pintura de Joana Rego,artista plástica,pintora e professora do ensino superior da cidade do Porto. A exposição intitulada Do it Yourself (Faça você mesmo), uma espécie de ironia ao facto de tantas vezes os artistas serem confrontados com a ideia popular de que “isto até eu fazia”, quadros que já estiveram em exibição em Lisboa e no Porto. A mostra esteve patente no «Espaço Rés-do-chão Corredor» durante a última semana de Maio, e embora o Parlamento Europeu seja um espaço de acesso muitíssimo restrito, teve visitantes ilustres de todas as nacionalidades que não se fizeram rogados e puderam apreciar o trabalho desta jovem artista portuguesa. Joana é uma emigrante especial, vive com um pé no Porto onde lecciona e outro na Corunha onde está a terminar o seu doutoramento, mas o seu pensamento volta muitas vezes a San Francisco. Cidade americana onde fez o seus estudos do mestrado em Pintura, no San Francisco Art Institute. Esta exposição foi sem dúvida uma excelente iniciativa de Jamila Madeira para divulgar ao mais alto nível o que se faz de bom no panorama cultural português. ■ Sérgio Amaro 10 Saúde Carlos Rocha, médico generalista Carte Européenne d'Assurance Maladie LusoJornal - Sérgio Amaro La CEAM (Carte européenne d'assurance maladie) a vu le jour le 1er juin 2004. Disponible sur simple demande à la Caisse d'assurance maladie, elle permet de bénéficier de la prise en charge immédiate des soins médicaux, lors d'un séjour en Europe (tourisme, études, recherche d'emploi, transports routiers). Elle remplace ainsi les formulaires (E 111, E 128 E119, E 110). L'autre solution étant de payer et de garder les factures pour se faire rembourser au retour. En cas de déplacement dans un autre Etat Membre de l'Espace Economique Européen (notamment le Portugal) et en Suisse, il y a lieu de vous adresser avant le départ à votre Mutualité en vue de l'établissement de votre Carte européenne d'assurance maladie. Elle donne le droit de recevoir les prestations de santé qui s'avèrent médicalement nécessaires pour pouvoir continuer le séjour dans des conditions médicalement sûres. Cette carte ne couvre en aucun cas les soins programmés. Comme auparavant, avec le formulaire E.111, les prestations de santé et leur remboursement s'effectuent selon la législation du pays dans lequel vous vous trouvez. Si vous êtes assurés dans le régime des travailleurs indépendants, votre Carte ne couvre que la prise en charge des frais d'hospitalisation. Os portugueses portam-se bem de saúde ■ Doutor Carlos Rocha Chamam-lhe «o médico dos Portugueses»,mesmo se ele diz que não é completamente verdade, mas Carlos Rocha assume que «sou certamente o médico que vê mais portugueses». Veio para a Bélgica logo após o 25 de Abril. «Estava na Faculdade de Medecina e esta fechou naquela altura. Decidi então vir para Bruxelas onde me formei e acabei por casar». Nasceu em Aveiro, filho de um oficial do exército e por isso viveu em Coimbra, Guarda, Lisboa e até em Angola. Já depois de estar na Bélgica ainda fez uma tentativa de residência no Canadá «mas estava demasiado longe de Portugal e não gostei», diz ao LusoJornal. Conhece bem a Comunidade por- tuguesa «porque há mais de 30 anos que aqui resido». «Há uns anos os portugueses de Algustrel, Elvas, Campo Maior estavam todos na zona de Ixelles enquanto que os do Norte, da região de Santa Marta, estavam à volta da Gare du Midi. Hoje, a mobilidade é muito maior, mas os centros de interesse ainda continuam a ser nestas duas zonas da cidade. Os cafés, os restaurantes, as igrejas, estão ainda concentradas aqui». E é em Ixelles que está o consultório de Carlos Rocha. A Comunidade portuguesa da Bélgica não tem mais problemas do que os demais habitantes deste país, pelo menos na opinião de Carlos Rocha. «Há alguns anos, os homens estavam mais reticentes em consul- tar e não olhavam a problemas como o colesterol, por exemplo. Mas hoje é muito diferentes e também eles sabem o quanto é importante estar atento à saúde». Tendo em conta que a população portuguesa é mais jovem do que a média nacional, «é natural que nesta fase tenho mais casos de pediatria e de ginecologia do que de gerontologia, mas como a Comunidade envelhece, pode ser que esta tendência se venha a inverter». Casado com uma cidadã belga, amigo da leitura, não passa sem uma visita à Livraria Orféu todos os sábados à tarde. Amante de leitura e de história,vê os jogos da Selecção «e os do meu Benfica». De vez em quando lá vai a uma festa popular, mas gosta sobretudo de ver televisão em casa. «Tenho de ver uma hora de telejornal português para ter 15 minutos de informação,mas gosto muito do programa ‘Pós e Contras’». Para Carlos Rocha, «Portugal fez muito pouco para que os Portugueses participem na vida activa e havia de fazer mais. Quanto à Bélgica, é pena que aqui em Ixelles, onde residem cerca de 6.000 Portugueses, apenas cerca de 80 estejam inscritos nas listas eleitorais municipais». Este Verão lá vai até Aveiro, «porque vou sempre duas vezes por ano a Portugal, no Natal e no Verão». Até lá, promete acompanhar de perto o lançamento do LusoJornal. ■ Carlos Pereira Associações 11 Arquivo pessoal de Francisco Barradas 1ra Associação portuguesa na Bélgica ■ António Afonso (ao centro atrás), José Casanova (óculos) e Francisco Barradas (direita) Chegavam à Bélgica às dezenas, às centenas. Fugiam à tropa, não queriam ir para o Ultramar.Alguns eram refractários, outros eram refugiados políticos,outros ainda vinham para a Bélgica à procura de melhores dias. Era a emigração económica. «Faltava carvão em Portugal e mão de obra na Bélgica». Não foi difícil chegar a um acordo… Foi neste contexto que foi criada,em 1967,a Associação dos Portugueses Emigrados na Bélgica (APEB), depois de existir desde 1966, uma comissão para ajudar os recém-chegados. A primeira direcção era presidida por Armindo Francisco e contava ainda com António Afonso, José Soares, António Palma Brito e Rita. «Lembro-me das primeiras reuniões que tinhamos, numa casa a cair, na Place des Héros, um local sindical, da FGTB, onde estava o Carlos Branquinho» lembra com emoção António Afonso, um dos fundadores da APEB. «Depois alugámos uma casa ao lado, de um alfaiate que faliu naquela altura». Desde então, o percurso da associação foi bastante conturbado.«Durante um tempo tivemos todo o material numa garagem do Armindo Francisco, e ele tinha de deixar o carro na rua. Também estivemos na Rue du Trône e na Rue de la Cuve antes de chegar às actuais instalações» conta ao LusoJornal António Afonso. Logo no início, a Direcção da associação foi infiltrada pela PIDE «um tal Fonseca entrou mesmo na Direcção e um Julinho, que era informador». A APEB esteve quase a acabar, mas voltou a ganhar fôlego. «Ajudámos muitos refugiados e estu- dantes. Arranjávamos sítio para dormir, encontrávamos trabalho, íamos com eles à Polícia. Éramos um sítio de convívio para quem vinha de Portugal desorganizado. A própria Embaixada enviava as pessoas para a APEB» conta António Afonso. «Nós já sabíamos o que a polícia perguntava e por isso, preparávamos as respostas que cada um tinha de dar para obter estatuto na Bélgica». Nesta situação encontraram-se muitos portugueses, «alguns deles bastante conhecidos» como é o caso, por exemplo, do jornalista Carlos Fino ou de José Casanova, actual Director do jornal Avante e que foi Presidente da APEB. «O Manuel Tomé, por exemplo, teve um papel importante na associação. Quando tinha tempo, ia levar as pessoas às empresas, levavaos aos Sindicatos, ao Ministério. Tínhamos uma rede montada segundo as competências de cada um».Agostinho Neto e Álvaro Cunhal, por exemplo, passaram pela APEB. A associação começou por criar um grupo de folclore, um grupo de teatro «animado pelo Beca, da Nazaré», uma equipa de futebol, depois um grupo coral, uma escola de música «criada pelo Rasquinho, um professor de música de Aljustrel», cursos de português e de francês, uma secção de cinema «com filmes projectados pelo José Martelo»,… «A associação hoje não é o que era, porque, depois do 25 de Abril, muita gente foi para Portugal. Antes havia muita gente que não ia à APEB porque dizia que era uma associação comunista. Havia comunistas, é verdade, ainda hoje deve haver, mas o importante era a união que tínhamos. Havia muito convívio, mais do que agora.Agora, toda a gente pode aderir à associação, acabou o medo que havia antigamente, e ainda bem» diz António Afonso. Natural de Aljustrel, António Afonso continua a ser «com muita honra» Presidente do Conselho Fiscal da APEB, mesmo se hoje, a associação é mais «cozinha e balcão». APEB vai encerrar para obras LusoJornal - Paulo Carvalho Associação dos Portugueses Emigrados na Bélgica (APEB) «A sede da APEB, no 120 rue de Belgrad, vai encerrar durante mais de um ano, para obras de restauração» anunciou ao LusoJornal António Tomé, actual Presidente da Associação. «A municipalidade vai propôr um espaço provisório, mas ainda não está completamente determinado onde vamos ficar». O LusoJornal sabe que a actual Direcção já visitou alguns espaços municipais e tem as garantias que a autarquia cede salas para a realização dos principais eventos que tradicionalmente são organizados pela APEB, como por exemplo o 25 de Abril e o Carnaval. «Este edifício pertence à municipalidade e eles vão fazer as obras necessárias para que se obedeçam às regras de segurança. Vão refazer o telhado, vão montar um elevador entre o résdo-chão e o primeiro andar, para facilitar o acesso a pessoas deficientes, vão ser criadas saídas de socorro, enfim, todas as regras de segurança serão aplicadas a este local que acolhe muita gente durante o ano» explica António Tomé. O Presidente da APEB garantiu que as actividades da associação vão ser reduzidas durante o tempo das obras, «mas depois teremos melhores condições para desempenhar as nossas funções». 12 DESPORTO Radical Monkey’s é um grupo de portugueses residentes em Antuérpia, que através da formação de um clube de motas Monkey’s/ Gorila’s, «vai tentar levar o nome de Portugal o mais longe possível», até porque, afirmam, parafraseando o poeta, que «o sonho comanda a vida, mas a força de vontade para sonhar, pode dar uma grande ajuda». Tudo começou há sete anos quando o Mário e o Bruno compraram uma mini-mota. «Inicialmente começaram a gozar connosco, mas depois, pouco a pouco outras pessoas também compraram destas motas». Há cerca de três meses constituíram-se numa associação sem fins lucrativos e «mais tarde é também nossa intenção formar uma equipa de competição». Para já, «participamos em concentrações aqui na nossa zona, organizamos saídas, acampamentos e procuramos um local onde possamos fazer as nossas próprias festas, concentrações e outros eventos. Já fomos à Holanda, temos andado por várias outras cidades». Por enquanto são 12 membros. No Dia de Portugal e das Comunidades foram ao Luxemburgo, «a fim de festejarmos o nosso dia, na companhia dos nossos conterrâneos que ali labutam». Mas o grande sonho é mesmo o de ir a Portugal. Vão de Antuérpia à concentração de Góis (2.250 km), em Junho/Agosto próximos. «Quem sabe até entramos no livro dos recordes, com o maior número de Monkey’s na mais longa distância já percorrida?» diz ao LusoJornal Bruno, um dos dirigentes da associação. Saem de Antuérpia no dia 27 de Julho e têm data prevista para chegar a Góis no dia 15 de Agosto. «Só podemos dar cerca de 50 km/hora, mas para nós é um passeio». Para melhor conhecer estes «motards», visite o site: www.radicalmonkeys.be Federação Portuguesa de Futebol na Bélgica Federação quer ética desportiva Criada em Abril de 2004, a Federação Portuguesa de Futebol na Bélgica completou recentemente o seu primeiro ano de actividade, com 12 equipas federadas, tendo todas elas participado no 2° Torneio das Comunidades organizado nos dias 4 e 5 de Junho último. «Na Bélgica faltam projectos federativos, como existem nos outros países. Por isso, resolvemos criar esta Federação, para dinamizar as equipas e para estreitar laços de amizade no movimento associativo» disse ao LusoJornal, José Matos, que com João e Saúl Teixeira, lançou a ideia da criação da estrutura e é actualmente membro da Direcção interina. «Esta Direcção foi apenas constituída para criar a Federação, mas vamos ter de fazer a Assembleia Geral que vai eleger os primeiros dirigentes eleitos» explica José Matos. Com uma forte componente disciplinar, «queremos antes de mais que os jogadores e as equipas se respeitem e queremos, todos juntos, combater a violência nos terrenos», José Matos quer que as equipas portuguesas respeitem a «ética desportiva» e que «os jogadores respeitem também as suas direcções». A coordenação e enquadramento dos torneios inter-equipas foi um dos primeiros passos da Federação. «Estabelecemos um regulamento que todas se comprometem a aplicar e desta forma, são LusoJornal - Carlos Pereira Radical Monkey’s ■ José Matos, dirigente da Federação Portuguesa de Futebol na Bélgica aplicados aos torneios de cada equipa, as mesmas regras do campeonato oficial». Aliás, a assinatura de acordos de parceria e protocolos com as Federações Belgas, estão nos objectivos da Federação Portuguesa. «Temos de aprender a falar uns com os outros. Se conseguirmos isso, tudo o resto é possível» afirma com convicção José Matos. «Agora vamos criar uma equipa ‘Selecção Portuguesa’ para participar e representar a Federação nos mais variados torneios belgas e até além fronteiras». Para mais tarde, a Federação quer também criar uma equipa de atletismo, para participação na meia maratona de Bruxelas, criar um grupo de cicloturismo, virado para jovens e menos jovens e a realização de jogos florais e uma festa anual para convívio e confraternização entre equipas. «São coisas simples mas necessárias para estreitar laços de amizade». Para já, apenas uma equipa tem o estatuto de observadora e outra decidiu não aderir à Federação. ■ Federação Portuguesa de Futebol na Bélgica C/o O Elvas 87, rue Wéry 1050 Bruxelas Tel.: 0472 35 29 24 Réparation de toutes marques Toutes compagnies d’assurances Carrosserie certifiée 20% de réduction sous présentation de LusoJornal Domingos Pratas Une équipe de professionnels à votre service CDSERVICES s.a Tél: 02 648 60 18 - Fax: 02 649 90 19 - Gsm: 0475 70 33 38 Rue des Champs, 133B - 1040 Bruxelles - www.cdservices.be Desporto 13 Karting: Duarte Ferreira, 13 ans LusoJornal - Paulo Carvalho Du haut de ses 13 ans, Duarte Ferreira, est un des pilotes de karting dont on parle le plus. Apprenti à Liège Kart Shop (LKS), performant et plein de capacités, dont l’avenir est déjà très prometteur, du point de vue sportif, Duarte apprend à contrôler ses impulsions ainsi qu’à maîtriser l’art du pilotage. Considéré comme très gentil, fougueux et courageux, pour devenir un grand pilote, «il faudra tout d’abord que le désir de rouler en Kart dépasse le plaisir et devienne une réelle passion» explique Carlos Branco, président de LKS. En 1998, Duarte débute à Lin Vilvoorde et dans son palmarès nous comptons des nombreuses épreuves qu’il a emportées. En 2004, la saison s’est annoncée plutôt bonne: avec sa 1ère participation au Championnat National Cadet CIK-FIA, il est premier à Spa Francorchamps, 2ème à IP-ASAF, à Lomerange, en France. «En vérité, j’aimerais faire une carrière scientifique, être ingénieur civil mécanicien. Mais pour l’instant, j’aimerais être champion de Belgique, et à plus long terme devenir pilote professionnel. Sinon, J’aime aussi la natation, le vélo, le foot et le sport automobile en général» dit au LusoJornal. Puis, il rajoute «j’aime beaucoup Ayrton Senna, il reste mon modèle, par contre je déteste les mauvais perdants et les jaloux». Depuis plusieurs années, LKS fait Torneio de futebol LusoJornal - Paulo Carvalho «Je veux être champion de Belgique» ■ Duarte Ferreira avec le Conseiller de l’Ambassade et son principal sponsor partie des meilleurs préparateurs de Kart tant au niveau national qu’international. Dernièrement, les pilotes ont souvent été primés et comptent parmi les meilleurs de la future élite du sport automobile. Quatre des jeunes pilotes ont été finalistes, lauréats et même vainqueurs de la RACB Renault Academy. Bien épaulé du point de vue managérial et technique, avec du travail Duarte Ferreira se construit. Selon les professionnels, «les dons naturels ne sont toujours pas suffisants pour réussir surtout au milieu de jeunes loups. Seul le sérieux, la persévérance et un travail continu permettront à Duarte de progresser rapidement dans la hiérarchie du sport automobile». Malgré le talent le jeune garçon doit apprendre à gérer son stress et tout l’environnement lié au sport. «Mon principal objectif est de le faire progresser, de l’aider à exploiter son talent en corrigeant toutes les déviations propres à son jeune âge», précise Carlos Branco. Dans le calendrier 2005, les prochaines dates à retenir, sont les 23 et 24 juillet pour le Championnat National de Belgique. Aidé par ses parents et parainé par Delta Cafés, Duarte Ferreira a crée un Fan Club qui ouvre ses portes au public tous les week-end, les vendredi, samedi et dimanche. ■ Clara Teixeira Fan Club Rue Saint-Denis nº 341-343 1190 Forest Bruxelles Tel.: 0474 36 69 08 Disputou-se nos dias 4 e 5 de Junho, no Complexo Desportivo Sipelberg/Molenbeek, o Torneio de Futebol da Comunidade Portuguesa, organizado pela Federação Portuguesa de Futebol na Bélgica (FPFB), integrado nas comemoração oficiais do 10 de Junho e no qual participaram 12 equipas portuguesas:ALMA-Portugal,APEB, CF Os Belenenses, Boavista FC., CADxl O Elvas, SC Campomaiorense, Os Lusitanos, FC Porto, RC Sezurense, SC Vila Real, FC Portugal e FC Vimieirense. O FC Portugal sagrou-se campeão ao vencer, por penaltis, o SC Vila Real. Boavista FC e FC Vimieirense ficaram em 3° e 4° lugares. Este ano o torneio teve menos assistência. «O tempo não ajudou», comentou Victor Ramos, Presidente dos Lusitanos, equipa escolhida este ano para a exploração do bar. «Não foi só o mau tempo mas também foi num campo praticamente desconhecido da Comunidade». Por outro lado,Victor Ramos chamou a atenção para o facto de haver apenas um terreno. «Acredito que para o ano, com mais organização do torneio tudo vai correr muito melhor» conclui. ■ Paulo Carvalho 14 Infantil Apprenez un tour de magie Pièce et carte Conto infantil O Coelhinho da Anita Le jeu Photo 1 Une carte à jouer est posée sur l’index avec une pièce de monnaie dessus (photo 1). Le jeu consiste à retirer la carte à jouer sous la pièce de monnaie sans toucher la pièce de monnaie, sans saisir la carte à jouer avec l’autre main et sans faire tomber la pièce qui doit rester posée sur l’index. La solution Photo 2 Il faut donner une chiquenaude à l’aide de l’index droit sur la tranche de la carte (photo 2). Avec l’impact, la carte sera projetée et la pièce restera en équilibre sur l’index (photo 3). Faîtes un essai, c’est très joli visuellement! Photo 3 Une rubrique de David Rego, magicien portugais Tél. (00.33) 06 81 52 58 90 France No dia em que a Anita fez cinco anos, seus avós oferecerem-lhe o presente com que ela sonhava tanto: um coelhinho! Um coelhinho muito fofinho e todo branquinho como uma nuvem. Era tal e qual como ela o tinha desejado. «Vou chamá-lo Bolinha»! exclamou a Anita «e vai viver sempre comigo! Vamos brincar e dormir juntos. Vamos partilhar todas as refeições! Queres provar o meu bolo de anos? pergunta ela ao coelhinho, é de chocolate e fui eu que o fiz com a minha mamã!». Mas o Bolinha rejeita a oferta da Anita virando a cabeça. «Não faz mal, diz ela, é porque não deves ter fome.Vamos então brincar para o meu quarto!».A menina mostra ao seu novo amigo todos os seus brinquedos, espalhandoos no chão. O coelho cheira cada um deles, mas afasta-se sempre como se nada lhe agradasse. «Não queres brincar? Nem mesmo com a minha boneca nova que canta e dança?». Mas o Bolinha foge esconder-se por baixo da cama da Anita. «Ah! Já entendi! Estás cansado da viagem! Vamos então descansar juntos na minha cami- nha!». A Anita pega no seu coelhinho e estende-o por baixo da coberta. Mas o coelho não pára de se mexer e vai-se perder no fundo da cama todo aflito procurando sair. Quando a Anita o descobre, ele salta da cama para baixo e sai do quarto aos pulos. Desesperada, e não sabendo como o contentar, a Anita fica a chorar na sua cama.Aparece então sua mãe com o Bolinha nos braços. «Ele não gosta de mim mãe, diz a menina chorando. Ele não quer provar do meu bolo, não quer brincar comigo, não quer ficar na minha cama…!!!». «Filha, tens de entender que o Bolinha é um coelho, e é assim que tu tens de o tratar. Ele não é nem um pelucho nem uma amiguinha. E os coelhos não comem bolo de chocolate, mas cenouras ou alface».A Anita corre então até à cozinha e vem de lá com uma cenoura na mão. O Bolinha pula para os braços da sua nova amiga e rói a cenoura.Toda feliz, a Anita faz-lhe um grande carinho e diz: «Ah! Assim já gostas de mim!». ■ Isabel Santos Carvalho Última 15 Receberam medalha da Ordem do Infante D. Henrique Apesar de ter sido publicado no Diário da República de Junho do ano passado, sob ordens do Presidente da República, só agora foram condecorados os Portugueses Mário Campolargo, Isabel Pastor e Joaquim Silva, numa cerimónia bastante discreta presidida pelo Embaixador Diogo Nunes Barata. Mário Campolargo, dirigente do Movimento de Acção e Reflexão (MAR), foi condecorado como Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Com um vasto curriculum na promoção da cultura nacional e activo no movimento associativo, Mário Campolargo foi igualmente membro do Conselho da Comunidade Portuguesa (CCP) entre 92 e 96. Isabel Pastor, conselheira jurídica da Embaixada de Portugal na Bélgica nos últimos 13 anos, foi agraciada como Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Joaquim Silva, proprietário da livraria Orféu na capital belga, tornou-se igualmente Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. O reconhecimento público foi finalmente feito a estas três personalidades da nossa comunidade. Todos os anos, o Estado português distingue personalidades dos mais diferentes quadrantes da vida nacional, agraciando-os com um título de uma das três Ordens Honoríficas. «As Ordens Todo o tipo de transporte (carros, mobiliário, cartões,...) LusoJornal - Sérgio Amaro Condecoração de Portugueses da Bélgica ■ Mário Campolargo foi um dos três condecorados honoríficas portuguesas radicam numa tradição secular, praticamente desde os alvores da nacionalidade.Ao longo do tempo têm servido, essencialmente, para traduzir o reconhecimento da Nação e do Estado para com os cidadãos que se distinguem pela sua acção em benefício da comunidade nacional ou mesmo da Humanidade». O Presidente da República é o Grão-Mestre de todas as ordens honoríficas portuguesas e nessa qualidade concede todos os graus e superintende na sua organização, orientação e disciplina, com a co- Transportes Barbosa laboração dos chanceleres e dos Conselhos das Ordens. A Ordem do Infante D. Henrique, dada aos três Portugueses residentes na Bélgica é a mais alta distinção civil do estado português e visa distinguir os que houveram prestado serviços relevantes a Portugal, no País e no estrangeiro e serviços na expansão da cultura portuguesa, sua história e seus valores. Os graus da Ordem são, por ordem ascendente: cavaleiro ou dama, oficial, comendador, grande-oficial e grã-cruz. ■ Sérgio Amaro Médicos portugueses na Bélgica Nina Graça, Teresa Dekoster e Carlos Rocha participaram numa «Conversa de café» que teve lugar na Livraria Orféu, em Bruxelas, no passado dia 11 de Junho. «Quem são estes médicos, como chegaram aqui, qual a relação com a comunidade portuguesa, e com o país de acolhimento?» foram algumas de perguntas aos quais os médicos responderam. Foi uma oportunidade de conhecer melhor a nossa comunidade, por certo diversa e multifacetada, e também «uma atitude de empenhamento cívico e cultural de aproximação/compreensão para com o país em que vivemos e para toda a diferença cultural e social e nunca o fechamento em nós próprios».