LUSO
Le journal bilingue des Portugais de Belgique
P.5:
10 de Junho
Duas festas do 10 de
Junho, uma no dia 12 em
St. Gilles e outra no dia
19 na Esplanade du
Cinquantenaire.
P.7:
Pão Biológico
João Martins, patrão de
“Le Bon Pain” é especialista
do pão biológico na
Bélgica.
P.11:
APEB
GRATUIT
N°1 - le 19 juin 2005
Portugueses têm de ter
mais participação cívica
O Embaixador de
Portugal na Bélgica,
Diogo Nunes Barata
presta homenagem
aos Portugueses mas
pede mais participação na sociedade
belga.
António Afonso conta a
história da APEB.
P.12:
Futebol
LusoJornal - Carlos Pereira
Federação de futebol
português na Bélgica,
luta contra a violência.
2 Editorial
Et par :
Portugalnet Consulting
Rue du Champion, 5
1070 Anderlecht Bruxelles
Belgique
Directeurs:
Paulo Carvalho
Sérgio Amaro
Comité éditorial:
Francisco Barradas
Isaac Dias
Paulo Carvalho
Sérgio Amaro
Carlos Pereira
Contacts:
[email protected]
LusoJornal est un concept de
Carlos Pereira, Clara Teixeira, Nelson
Rocha et José Lopes
Impression:
Sjongers
Rue Van Arteveldestraat, 85
1000 Bruxelles
Tél: 02 511 50 89
10.000 exemplaires
LusoJornal est gratuit
Foi neste contexto que decidimos
lançar mãos à obra,e criámos o LusoJornal Bélgica que agora tem entre as
mãos.
Juntámos as nossas competências: a
Aniki Communications que já publica a edição francesa do LusoJornal, a Portugalnet Consulting que
anima o site portugalnet.be e conhece bem a realidade local, e o Conselheiro das Comunidades Portuguesas, Francisco Barradas, que teve a feliz ideia de nos pôr em contacto.
O LusoJornal Bélgica é um jornal
mensal e só falará dos Portugueses
residentes na Bélgica: das nossas actividades, dos nossos problemas, das
nossas riquezas. Queremos ser um
jornal de informação, mas de informação concreta, concentrada. Não
trataremos o que não for essencial!
Vamos fazer um jornal bilingue.
Passaremos aleatoriamente de uma
língua para a outra, sem qualquer
problema, como fazemos no nosso
dia-a-dia, porque cada um de nós é
bilingue. Somos um jornal especializado na Comunidade portuguesa da
Bélgica e por conseguinte queremos
identificarmo-nos aos nossos leitores.
Apesar do nosso militantismo, este é
um projecto comercial. É um jornal
Carlos Pereira
Directeur de publication:
Carlos Pereira
Existem cerca de 38.000 portugueses inscritos nos serviços consulares
portugueses na Bélgica. Depois, há
aqueles que não estão inscritos porque nunca recorreram ao consulado
e aqueles que trabalham nas instituições europeias. Devemos ser cerca
de 50.000. Também residem na Bélgica milhares de Brasileiros, Caboverdianos,Angolanos e outros lusofalantes. E não temos uma publicação
mensal, regular.
Sérgio Amaro
Edité par
Aniki Communications
47 bd Stalingrad
94400 Vitry
France
479 050 726 RCS Créteil
O jornal que fazia falta!
Paulo Carvalho
LusoJornal Bélgica
Mensagem do
Secretário de Estado
Editorial
Francisco Barradas
Fiche technique
gratuito,mas que vive da publicidade
dos nossos anunciantes que, como
podem constatar, são já bastantes a
terem confiança no nosso projecto.
Mas queremos evoluir e para isso,
aguardamos os vossos comentários,
as vossas críticas, as vossas sugestões
e propostas. De forma construtiva,
claro, mas saberemos aproveitar
todas as ideias que nos chegarem.
Estamos conscientes que a aventura
é difícil, mas também estamos conscientes que este projecto será bem
aceite pela Comunidade portuguesa.
Calha bem, porque é para vós que o
LusoJornal é feito.
■ Francisco Barradas, Paulo Carvalho,
Sérgio Amaro, Carlos Pereira
Felicito a iniciativa do LusoJornal
em estender a sua acção informativa junto da Comunidade portuguesa residente na Bélgica.
Uma das missões deste projecto é a
de descobrir e divulgar valores que
emergem no seio das comunidades, muitos deles desconhecidos
do grande público, mas que reflectem algo de determinante para as
políticas a aplicar nos tempos de
hoje e que implicam uma nova
abordagem à temática das comunidades. Há conceitos que devem ser
repensados – e serão – de modo a
valorizarmos o que temos de melhor no seio das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e
a melhorar as relações entre elas e
Portugal, hoje um país de oportunidades, ao qual nenhum cidadão
português está isento de ser chamado a contribuir para o seu
desenvolvimento. Estão aí novos
desafios, que vamos vencer, como
o Luso Jornal que hoje é lançado
em Bruxelas.
Parabéns.
■ António Braga
Secretário de Estado das
Comunidades Portuguesas
Destaque 3
João Diogo Nunes Barata, Embaixador de Portugal
O Embaixador de Portugal na
Bélgica, João Diogo Nunes Barata,
considera que «há pouca participação cívica dos Portugueses» na
sociedade belga. «As pessoas aqui
dão-se muito uns com os outros,
mas integram-se pouco na sociedade. Há pouca participação cívica,
não exercem os direitos de cidadãos, com grande dasagrado até
das autoridades belgas» começou
por explicar ao LusoJornal. Por
outro lado, «vou escrever a todos
os Portugueses que estão inscritos
no Consulado, para lhes pedir também que se inscrevam nas listas
eleitorais dos Consulados».
Em entrevista ao LusoJornal, o
Embaixador de Portugal considera
que «os Portugueses da Bélgica
deviam aprender a falar melhor
francês e ter um funcionamento
menos comunitário», mesmo se
considera importante o facto de se
preservarem na Bélgica os valores
culturais portugueses.
Reconhecendo que «os mais
novos, esses, até já falam menos
bem português», Nunes Barata
considera que não se deve forçar
os filhos a aprender a falar português porque «as pessoas aprendem
a falar uma língua se ela lhes
trouxer vantagens e acho que se
deve ensinar o quanto é importante falar uma segunda língua e toda
a abertura a um mercado de trabalho nomeadamente com a
América Latina e com a África. A
imposição pode ser contraproducente».
LusoJornal - Carlos Pereira
Portugueses têm de ser mais participativos
■ Embaixador Nunes Barata
Compreendendo que há carências
no ensino da língua portuguesa,
quando as aulas «são em horários
que correspondem a sobrecarga
fora das horas escolares e compreendo que as crianças considerem estes cursos como um peso».
João Diogo Nunes Barata tomou
posse em 27 de Novembro do ano
passado. «Os Portugueses que aqui
residem, vieram procurar melhores condições de vida na Bélgica e
aqui se foram fixando. Já me
encontrei com alguns Portugueses
que vieram para cá trabalhar nas
minas, que entretanto fecharam,
mas eles continuam por cá, com
filhos e netos».
Também vivem na Bélgica muitos
funcionários das Instituições europeias. «Esses têm os seus próprios
circuitos. Não os vejo.A comunidade portuguesa são os mais necessitados, aqueles que necessitam de
protecção, de apoio consular». São
desses que chegam as queixas
habituais e «por vezes porque vêm
tratar dos documentos à última da
hora e querem-nos imediatamente». Há muitos anos que não há
recrutamentos de funcionários na
Embaixada. «No próximo ano deve
reformar-se uma funcionária que
tem uma larga experiência, e vai
ser mais difícil ainda gerir tanto
trabalho com tão poucos funcionários». Para além do mais, a
Coordenadora do Ensino trabalha
ao mesmo tempo na Bélgica e na
Holanda, o Delegado do ICEP está
em posto em Bruxelas e no
Luxemburgo, assim como o
Conselheiro Cultural que está no
Luxemburgo e que se deve ocupar
também da Bélgica. «Assim, é
muito difícil trabalhar e este é certamente o posto mais difícil que já
tive» confessa ao LusoJornal o
Embaixador de Portugal.
Carlos Pereira
Um belo percurso
diplomático
O pai era da Lousã e a mãe era de
Lisboa. João Diogo Nunes Barata
nasceu em Angola em 1941 e
entrou para o Ministério dos
Negócios Estrangeiros com apenas 23 anos depois de se ter licenciado em Direito,«sou certamente
o diplomata mais antigo da casa».
Começou a sua carreira no exterior em posto em Ankara, passando
depois
por
Londres,
Estrasburgo e Maputo. Durante o
serviço militar que fez na GuinéBissau, foi Chefe de Gabinete do
General António de Spínola, que o
convidou depois para o assessorar
na Junta de Salvação Nacional,
depois do 25 de Abril.
Colega de faculdade de Freitas do
Amaral, actual Ministro dos
Negócios Estrangeiros, de Jorge
Miranda e de Odete Santos, foi
assessor diplomático de Mário
Soares, quando este foi Primeiro
Ministro e depois foi seu Chefe de
Gabinete, durante quase 8 anos,
quando foi Presidente da
República.
Nunes Barata foi Embaixador de
Portugal em Marrocos, Itália,
Alemanha, Rússia (diz-se que o
Ministro Martins da Cruz o «queria ver longe e congelado») e
agora na Bélgica, «onde quero acabar a carreira, reformando-me no
próximo ano» diz ao LusoJornal.
Amante de pintura, «a minha passagem por Moscovo permitiu-me
de comprar vários quadros de
pintores russos», é amigo pessoal
de José Saramago que aliás, muito
recentemente, acolheu em sua
casa.
Há apenas quatro Cônsules
Honorários em Antuérpia, Liège,
Gand e Bruges, mas Nunes Barata
contenta-se com o facto de «criar
um Centro de Língua Portuguesa
na Universidade de Antuérpia, em
conjunto com o Instituto
Camões».
No dia 10 de Junho,o Embaixador
ofereceu uma recepção para celebrar o Dia de Portugal. «Sei que
não era um hábito nesta casa, mas
considero que esta data deve ser
comemorada. Para tal, convidei o
corpo diplomático, os dirigentes
associativos e demais representantes da comunidade portuguesa».
Felicitando a criação do
LusoJornal
na
Bélgica, o
Embaixador considera que «este é
um projecto importante e espero
muito sinceramente que se afirme
e que contribua para a circulação
da informação no seio da comunidade».
4 Administração
Directiva europeia obriga a revelar dados a outros Estados
Attention impôts
Juros portugueses comunicados ao fisco belga
Jusqu'au 30 juin 2005,vous pouvez
remplir en ligne votre déclaration
exercice d'imposition 2005, revenus de 2004 (partie 1 et 2) et la
transmettre par Internet.Attention!
Pour accéder à la TaxBox, vous (et
votre partenaire, dans le cas où
vous déposez une déclaration commune) devez disposer de vos
codes d’accès (token).
Ministère des Finances:
http://ccff02.minfin.fgov.be
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en ligne ou effectuer des simulations et découvrir la formule la plus
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revenus de 2003 et souhaitez procéder à une vérification,LusoJornal
vous conseille le site de l’assureur
AP: http://www.lap.be/taxweb/
LusoJornal - Sérgio Amaro
Simulations
■ Advogado Rui Cunha
No próximo dia 1 de Julho entra
em vigor uma Directiva europeia
que obriga os bancos do espaço
europeu a comunicarem às finanças do Estado de residência do
contribuinte, os rendimentos de
poupança sob a forma de juros,
auferidos por emigrantes. Esta medida visa combater a evação fiscal.
Por exemplo, um emigrante na
Bélgica que tenha depósitos em
Portugal, deve declarar os juros na
Bélgica. Porque os bancos portugueses estão agora obrigados a comunicar os montantes dos juros
às Finanças belgas.
A Associação dos Empresários
Portugueses da Bélgica, organizou
recentemente um debate sobre
este tema, no qual interviram os
Bolsas de estudo
na Bélgica
Quem sabe se os seus filhos têm
direito a uma Bolsa de Estudo na
Bélgica. Se necessitar de mais informações, consulte o site internet:
http://www.cfwb.be/allocationsetudes/
Revenus des
personnes âgées
La garantie des revenus aux personnes âgées s'élève depuis octobre 2004, à 5.259,48 euros par personne cohabitante, et à 7.889,28
euros pour les personnes habitant
seules.
Si vous bénéficiez d'une pension et
vous exercez une activité professionnelle et si vos revenus professionnels pour une année civile
dépassent le montant autorisé de
15% ou plus, le paiement de votre
pension est entièrement suspendu
pour toute cette année. Vous devrez rembourser les montants de
pension perçus indûment.
Reune-se na Assembleia da República, em Lisboa
Plenário do Conselho das Comunidades
LusoJornal - Carlos Pereira
Vacances jeunes
Depuis 2001, une nouvelle réglementation est d'application en vue
de l'octroi de congé et d'un pécule de vacances aux jeunes travailleurs qui ont été engagés au
cours de l'année pendant laquelle
ils ont terminé leurs études.
Un jeune travailleur qui a été engagé dans les quatre mois à dater de
la fin de ses études, recevait du
congé et un pécule de vacances
payé calculé en proportion du
nombre de mois de l'exercice de
vacances pendant lequel le travailleur a été en service.
advogados Rui Cunha e Carlos
Mourato, assim como Paulo Garnel, responsável pelo escritório de
representação da Caixa Geral de
Depósitos em Bruxelas.
Em geral os bancos estão a informar os seus clientes não residentes sobre a transposição local da
Directiva Europeia da Poupança,
explicando o seu conteúdo e oferecendo soluções de poupança e
investimento, na Bélgica, em Portugal ou noutros países. Caberá
então ao cliente contactado ponderar, com o apoio do seu interlocutor habitual, a melhor solução
de investimento para o seu próprio caso.
Desde sempre que os contribuintes tinham de declarar na Bélgica
as contas que têm em Portugal,
mas o que é certo é que pouca
gente o fazia. Com a aplicação desta Directiva, são as instituições
Portuguesas que transmitem automaticamente os montantes dos
juros.
“Portugal não transmite ao fisco
belga os montantes das vossas
contas” explica o advogado Rui
Cunha, “só envia o nome do contribuinte e os juros que aufere”.
Quem não cumprir com a lei, e
segundo os advogados presentes,
podem ver aumentados os seus
impostos de 10 a 200%, podem ter
multas entre 50 e 1.250 euros e
podem ter penas de prisão de 8
dias a 2 anos. No entanto, todos se
esforçam por dizer que “não há
razões para alarmes”.
Questionados sobre uma possibilidade de pagarem impostos em
Portugal e na Bélgica, Rui Cunha
explicou que “a Directiva prevê
que não haja dupla tributação”.
No entanto, estes montantes agora comunicados ao fisco belga podem fazer passar ao escalão superior e por conseguinte aumentar
os impostos.
Os bancos anunciam que vão
cumprir as obrigações legais, mas
há quem diga que “agora já não
vale a pena ter o dinheiro em
Portugal”. Há mesmo quem se
preocupe com a economia do país
se os Portugueses que residem no
estrangeiro deixassem de enviar
para Portugal, os milhões de euros
que enviam anualmente.
■ Conselheiro Francisco Barradas
O Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), órgão de consulta do
Governo português para as questões relacionadas com a emigração,
reúne o seu Plenário mundial, na Assembleia da República, em Lisboa, nos
próximos dias 29 e 30 de Junho e 1 de Julho.
Francisco Barradas, Conselheiro eleito na Bélgica, por sufrágio universal,
em Março de 2003, membro deste Conselho, vai participar na reunião
magna de Lisboa que vai analisar as principais problemáticas relacionadas com as Comunidades portuguesas e fazer propostas ao actual
Governo.
«O Conselho prepara-se para aprovar um Manifesto das Comunidades
Portuguesas, onde estarão mencionadas as principais exigências da emigração em matéria de ensino da língua e promoção da cultura portuguesa, junto dos Portugueses que escolheram o estrangeiro para residir»
disse ao LusoJornal, o Conselheio Francisco Barradas.
Para além de Conselheiro eleito na Bélgica, Francisco Barradas é também
membro do Secretariado do CCP da Europa. Recentemente, o Conselheiro organizou, na Associação APEB, uma reunião pública com a presença do Presidente do CCP, António de Almeida e Silva, residente no
Brasil. Participaram nesta reunião cerca de 50 Portugueses.
A reunião de Lisboa conta com a presença dos 96 Conselheiros eleitos
em todo o mundo, 40 dos quais eleitos no continente europeu.
Festas 5
LusoJornal - Sérgio Amaro
Comemorações oficiais do Dia de Portugal
■ Aspecto geral da Festa do ano passado
A Festa Popular do Dia de Portugal
na Esplanade du Cinquantenaire é
sem dúvida a principal concentração de Portugueses na Bélgica. Coordenada pela Embaixada de Portugal, na pessoa do seu Conselheiro Social, António Araújo, as comemorações oficiais do 10 de Junho
começaram nos dias 4 e 5 de Junho, com a organização de um Torneio de futebol, no Complexe
Sportif de Siperberg, que deu vitória ao FC Portugal.
No dia 11 de Junho, uma noite de
fados juntou no Fan Club os cantores Augusto Ramos,Manuel Alcobia e
João Espírito Santo,acompanhados à
guitarra portuguesa por Alfredo Barros e à viola por Ilídio Armando.
No domingo 12, foi organizada a
Festa Portuguesa, na Place Van
Meenen, em Saint Gilles organizada pela Associação dos Comerciantes Portugueses da Commune
de Saint Gilles. «No ano passado a
nossa festa realizou-se no mesmo
dia que a Festa do Cinquantenaire,
mas conseguimos juntar cerca de
10.000 pessoas» explica ao LusoJornal Duarte Ribeiro do Café Restaurante Chez-Nous, um dos principais impulsionadores da festa.
«Mas não fazia sentido haver duas
festas no mesmo dia e por isso foi
importante termos combinado
para que as duas existam e sejam
fortes, integrando o mesmo programa oficial» completa Adriano
Grande variété de produits portugais
Vinhas do Bar Taberna Penafidelis,
também organizador do evento.
«Com tantos comerciantes nesta
zona de Bruxelas, era importante
para nós fazermos esta festa. A
municipalidade abriu-nos as portas
e deu-nos apoio total» dizem os
organizadores, sabendo que fazem
esta festa mais por valores «sentimentais» do que por razões financeiras, mesmo se a festa é motivo
de promoção para os principais estabelecimentos comerciais da zona (restaurantes, cafés, produtos
alimentares, vestuário,…). Nuno
Resende, Mamano, Top Dance e
Bino & Zé Musical foram as principais atracções da Festa.
Um recital de piano, canto e poesia
foi organizado ontem, 18 de Junho,
na Maison Communale de Saint
Gilles. Participaram os músicos
Steve Mai e Nadine Delseaux e a
poesia foi interpretada por Thérèse Etienne e pela actriz do grupo
de teatro A Barraca, Maria José
Guerra.
No dia 19, a Festa quer-se popular,
com a participação de grupos de
folclore, marchas populares, bombos, com o conjunto musical Top
Dance, o cantor Mamano com o
grupo Maracaibo e as suas bailarinas, assim como muita música ligeira, para animar os participantes,
nomeadamente com o grupo Stat of
Sin. Os já tradicionais stands com
especialidades portuguesas e com
representação de empresas são também um ponto de encontro importante neste dia dedicado a Portugal.
Festa de S. João
LusoJornal - Paulo Carvalho
St. Gilles e Cinquantenaire acolheram portugueses
A quarta edição da Festa de S. João
na Place Flagey realizou-se nos dias
4 e 5 de Junho. Mesmo com ameaças de chuva no primeiro dia,a participação foi bastante grande. Sábado à tarde e domingo, houve festa
rija, com mais de 2.000 pessoas de
todas as nacionalidades.
Estão de parabéns os organizadores da festa, Sr. António, do Café
Pessoa e Sr. João, do Régua. «É com
alguma tristeza que verifico que
esta festa ainda não foi inserida no
cartaz das Festas populares portuguesas que se realizam todos os
anos, em Junho», diz ao LusoJornal
o Sr.António. «No entanto, acredito
que no próximo ano isso estará
resolvido». A rua foi fechada ao
trânsito durante dois dias e os
organizadores querem que no
próximo ano a festa passe a três
dias.O Sr.João do Régua,em nome
da organização, «agradece a todas
as pessoas da Junta de Freguesia de
Ixelles,que estão sempre prontas a
apoiar este evento, sobretudo a
nível do encerramento da rua com
toda a segurança, policiamento».
Como sempre a festa foi animada
pela banda Alfredo Dany e seus
músicos.Teve também a presença
das Marchas Populares da APEB.
■ Paulo Carvalho
6 Europa
O Movimento de Acção e Reflexão
(MAR) publica regularmente as
fichas «Belgavida» com informações úteis para a Comunidade portuguesa residente na Bélgica.
A primeira destas fichas informa os
portuguesas das opções que lhes
são oferecidas para o ensino da língua e cultura portuguesas e contém um conjunto alargado de informações úteis e práticas (endereços de escolas, horários de funcionamento,contactos dos responsáveis oficiais, etc.)
A segunda ficha integra-se na campanha mais vasta de constante mobilização dos portugueses para a
vivência da cidadania, na dupla
condição de cidadãos portugueses
e de cidadãos europeus.
A terceira ficha,publicada agora,dá
a conhecer os serviços prestados
pelos Consulados portugueses na
Bélgica e as formalidades necessárias à obtenção e execução de
actos e documentos. O MAR espera assim contribuir, de forma positiva, para facilitar a vida a todos os
compatriotas e aproximar os serviços oficiais dos cidadãos.
Pretende ainda unir e dinamizar a
Comunidade à volta de temas
importantes para a vida colectiva.
Eurodeputado Paulo Casaca
«O alheamento político preocupa-me»
LusoJornal - Sérgio Amaro
Belgavida
■ Eurodeputado Paulo Casaca em entrevista ao LusoJornal
Apesar de ser Eurodeputado e de
passar uma parte importante do
seu tempo em Bruxelas, Paulo
Casaca não convive com a Comunidade portuguesa da Bélgica.
«Passo muito tempo nos aviões,
porque partilho a minha vida
entre os Açores, Bruxelas e por
vezes outros países. E tenho pena
de não poder conhecer mais os
Portugueses que escolheram viver neste país. Acabo por não ter
vida social nenhuma cá. É nas
horas livres que se fazem amizades e eu acabo por não ter tempos livros aqui em Bruxelas».
Para além do mais, Paulo Casaca
considera que é importante aproveitar o facto de ser Deputado
Europeu para «ir ao encontro de
outras culturas, de outros povos.
Regularmente me encontro com
gentes de outros países e isso é
muito enriquecedor». Convive
pois com colegas dos restantes
países membros da União Europeia. A Europa deve servir também para facilitar este intercâmbio cultural.
«Entre 1996 e 1999 estive a viver
em Bruxelas, por estar em funções na Reper, a Representação
portuguesa junto da União Europeia. Nessa altura convivi mais
com a emigração, comprava alimentos portugueses, jornais, etc.
Agora que não tenho cá casa, é
mais raro e não passo aqui os
fins-de-semana. Mas tenho também família no Norte da França
com que convivo de vez em
quando».
O alheamento dos emigrantes
para a «coisa» política preocupa
Paulo Casaca. «Não podemos ficar
impassíveis frente a esta situação.
Temos de motivar a participação
cívica. É muito importante». No
quadro da cidadania europeia, os
Portugueses residentes na Bélgica podem votar para as eleições
autárquicas «mas não votam e isso até pode prejudicar as relações com o país de acolhimento».
Também não votam para o Parlamento Europeu, «enquanto que
estão aqui ao lado do coração da
Europa».
Paulo Casaca costuma passar os
fins-de-semana nos Açores «costumo ir às escolas falar com alunos,
falar da Europa». Falar da Europa,
intervir no Dia da Criança, no Dia
do Ambiente, eis o quotidiano do
Eurodeputado. Trabalhar em Bruxelas e em Estrasburgo, voar para
uma conferência da Nato na
Estónia ou para uma reunião
sobre o bem estar dos animais,
em Milão, são algumas das actividades de Paulo Casaca durante
este mês de Junho.
Empresas 7
João Martins empresário biológico
DR
■
João Martins desenvolveu a empresa familiar
Com 8 anos de idade ajudava os
pais a fazer pão para o restaurante
macrobiótico da família. Hoje, com
34 anos, João Martins é especialista
da fabricação de pão biológico e
dirige a empresa «Eco-Vida sprl – Le
Bon Pain», com 11 empregados e
um crescimento médio anual de
cerca de 28%. «Enquanto que a
padaria dos meus pais fazia cerca
de 150 pães por dia,três dias por semana, eu fabrico uma média de
2.500 pães por dia, com pontas que
podem chegar aos 4.500 pães» disse ao LusoJornal.
Quando retomou a actividade dos
pais, em 1996, João Martins, até então estudante em arquitectura, publicidade e marketing, aumentou o
leque de clientes,principalmente nas
regiões de Bruxelas,Wavre, Charleroi
e Louvain e aderiu às normas de qualidade.
«O sucesso da nossa empresa está na
escolha de produtos de qualidade,de
alta gama, inteiramente biológicos e
certificados».A empresa tem um sistema de traçabilidade dos mais avançados.«Tudo está escrito,tudo é notado,desde a temperatura da água até à
origem dos produtos utilizados».
Na nova fábrica que está actualmente a construir em Haeren, com cerca
de 2.500 m2,João Martins quer puxar
ao extremo a sua concepção do biológico: «as madeiras utilizadas na
construção são biológicas, sem produtos químicos de protecção, os
cimentos são preparados de forma
especial, temos uma estação de tratamento de água,painéis de energia solar e tive pena de não ter podido instalar uma torre para energia eólica».
Visivelmente orientado para o futuro, porque «o desenvolvimento só
pode ser eficaz se pensarmos no futuro», João Martins achava que o
mercado do biológico estava demasiado fechado e com uma imagem
parada no tempo.Quis então desenvolver a sua empresa, entrando nas
redes de grande distribuição, mesmo se «escolhemos os clientes com
quem queremos trabalhar e a qualidade está acima de tudo».
Distribuído numa centena de padarias e lojas de produtos naturais em
todo o país, «Le Bon Pain / ‘t Goe
Brood» é comercializado, desde
2001, na grande distribuição, nomeadamente nos supermercados
Delhaize Le Lion e na rede GB
Express.
Como o mercado interno belga «é
demasiado pequeno», João Martins
desenvolve actualmente as exportações para os países vizinhos, nomeadamente para a Alemanha e para a França.
Assumidamente português, João
Martins começa também, agora, a
trabalhar com Portugal.
■ Le Bon Pain
Panoramalaan, 36/b4
3012 Wilsele
Tel.: 016 23 23 51
www.lebonpain.be
LusoJornal - Sérgio Amaro
Empresários
Português é rei do pão biológico
A Associação dos Independentes,
Comerciantes e Empresários Portugueses na Bélgica asbl, retomou
as suas actividades e organizou recentemente um jantar no Restaurante O Marquês de Pombal em
Waterloo, com a participação de
cerca de 60 empresários.
Sob a presidência de Geraldo
Bessa de Oliveira, também participou a este jantar o Conselheiro
das Comunidades Portuguesas,
Francisco Barradas e o Presidente
do Clube Atlântico (Clube dos Empresários Portugueses de França).
O tema de debate neste jantar foi a
nova directiva europeia que obriga
os Estados da União Europeia a
comunicar às autoridades belgas
os juros das contas dos estrangeiros. Paulo Garnel, representante da
Caixa Geral de Depósitos, e os
advogados Rui Faria da Cunha e
Carlos Mourato, explicaram aos
presentes qual o quadro de intervenção da Directiva e responderam às muitas perguntas que lhes
foram comunicadas.
Os muitos empresários presentes
representavam os sectores dos vinhos, produtos alimentares, molduras, electricidade, construção civil, limpeza, seguros, publicidade,
restauração, entre outros.
8 Cultura
Desde 1987 que Manuel Taveira coanima o programa de rádio «Voz de
Portugal», em língua portuguesa
para «divulgar a cultura e a língua
portuguesa, os seus usos e costumes, as suas tradições, através da
música, passatempos, entrevistas e
divulgação das actividades».
Natural de Fontes (Santa Marta),
Manuel Taveira passou a sua infância em Lisboa. Viveu no Porto, em
Cabinda (Angola) e emigrou para a
Bélgica em 1976. Trabalhou como
doméstico, motorista particular e
em 1979 integrou os quadros da
Embaixada de Portugal como motorista onde hoje é assistente administrativo.
Fazem ainda parte do programa o
seu filho Cipriano Taveira (32 anos,
técnico de som), Casimiro Pinho
(26 anos, cozinheiro, originário da
Régua) e Gina Gonçalves (24 anos,
cabeleireira, originária da Campeã).
«Temos um compromisso com os
nossos ouvintes e estamos lá em
todos os programas» disse ao LusoJornal Manuel Taveira. «Fazemos o
programa sempre em directo, com
música, entrevistas e com a participação dos ouvintes», mas a equipa
queixa-se da falta de colaboradores
e de desinteresse dos organismos
oficiais. «Recentemente solicitámos
um apoio à Embaixada de Portugal,
para manter vivo este programa e
para dar informações sociais e jurídicas, mas foi-nos recusado. Temos
pois de pagar,nós mesmos,o tempo
de antena» diz o radialista.
O programa «Voz de Portugal»
emite todos os domingos, das 9 às
11h00,em 87,7 FM,às segundas-feiras,das 19 às 20h00,em 101,9 FM e
aos sábados, das 12 às 13h00, também em 101,9 FM.
Nuno Resende representou a Bélgica no Festival da Canção
Críticas da Eurovisão foram positivas
Quando em 1985 chegou a
Bruxelas, com apenas 12 anos de
idade, Nuno Resende não imaginava que, 20 anos mais tarde,
representaria a Bélgica no Festival Eurovisão da Canção.
«Comecei a tocar guitarra quando
tinha uns 16 anos» e depois foi
uma procura que o levou de
grupo em grupo, até ao hard rock
«que parei por ter dado cabo da
voz» diz ao LusoJornal. «Depois,
foi nos karaoke que fui identificado por um produtor. Aliás gravei
um disco, em inglês, que acabou
por nunca sair».
Depois de ter passado pela escola europeia, licenciou-se em educação física «mas nunca dei aulas,
salvo durante o estágio, claro».
Preferiu enveredar por pequenos
trabalhos como o de andar de
bicicleta a distribuir correio expresso pela cidade. «Fazia cerca
de 2.000 km por mês de bicicleta, entre os carros, pelos passeios,
com uma maleta às costas. Era
como se fizesse uma viagem por
mês para Portugal».
Em 1999 integrou a comédia
musical «La Belle et la Bête» de
Sylvain Meyniac, ao mesmo tempo que criava o seu grupo «La
Teuf» e gravava o álbum «Envie de
faire la teuf». Também particiou
em «Romeo & Juliette» e em 2003
interpretou o papel de Etienne
no filme de Jacques Demy «Les
Demoiselles de Rochefort».
«Sempre vivi num mundo muito
belga» confessa Nuno Resende,
mas gosta de Rui Veloso, Xutos e
Pontapés e GNR. Também ouve
Dulce Pontes, Mafalda Arnault e
Mariza. «No fundo sinto-me entre
estas duas culturas. Não passo um
verão sem ir de férias a Portugal.
Por vezes ainda tenho a tentação
de ir para outros destinos, mas
Portugal chama-me e eu cedo.
Nunca saí da Europa porque não
consigo deixar de ir a Portugal»
diz ao LusoJornal.
DR
LusoJornal - Sérgio Amado
Voz de Portugal
■ Nuno Resende
«A experiência da Eurovisão foi
muito boa. Mesmo se não fui apurado para a final, é impressionante saber que estava a cantar para
100 milhões de pessoas». Mas o
que mais comoveu Nuno foi o
facto de Portugal lhe ter dado 12
pontos. «Tudo quanto me interessava era defender bem a canção e
as críticas no final foram positivas, mesmo se não fui apurado
para a final do concurso».
Em preparação está o lançamento de um novo álbum, o seu primeiro a solo, e mais tarde «gostava de poder ir cantar a Portugal,
seria para mim uma grande
honra».
O próximo concerto de Nuno Resende terá lugar no dia 2 de
Julho, no Albert Hall, em Bruxelas, com a participação de Philippe d’Avilla de «Romeu & Juliette», de Virginie Duez de «Autant en emporte le vent» e de «La
Belle et la Bête», de Gaëlle, do
grupo «La Teuf», assim como de
Lamia, uma cantora marroquina.
«É um espectáculo para festejar
os meus anos».
Então, Feliz Aniversário Nuno.
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Cultura 9
Mamano, la voix du Cap Vert
ciens brésiliens. Mais, chanter au
Cap Vert, lors du Festival Baía das
Gatas, a été un des moments les
plus inoubliables de sa carrière. Il y
avait plus de 30.000 personnes
pour l’applaudir.
«Je cherche toujours ma chance,
depuis le départ, il y a plus de 20
ans. Je cherche toujours quelqu’un
qui me donne une opportunité,
une chance de montrer ce que je
sais faire» dit Mamano. «J’aime la
musique, c’est ma vie, c’est ma passion, et je crois en cette forme
d’expression qui est en moi».
Mais la peinture reste aussi une
passion puisque Mamano a signé, il
y a peu, une série de portraits de
Jacques Brel, dévoilés au public
lors d’un grand concours à
Etterbeek.
Artiste invité de la Fête du 10 juin
de l’année dernière «les Portugais
ont beaucoup aimé et m’ont invité
à nouveau cette année» dit avec
émotion. Il a été programmé pour
les deux fêtes du 12 (à Saint Gilles)
et du 19 juin (au Cinquantenaire).
«Depuis longtemps que je voulais
être connu des Portugais».
Mamano participe régulièrement à
des galas au profit des enfants
défavosisés, notamment pour
“Child Focus” et pour des enfants
défavorisés du Portugal.
DN
Né sur l’île de Boavista, au Cap
Vert, Mamano est venu en Belgique
en 1975 pour étudier les BeauxArts. «Cela fait 30 ans que je suis ici
et j’ai même pas vu le temps passer» dit-il au LusoJornal.
La passion pour la chanson le
pousse à rester en Belgique. Il
débute en 1982 dans un groupe
nivellois «Le Cercle des XIII» et
deux ans plus tard, il tient le micro
dans une autre formation «Dolce
Vita». En 1986 il forme son propre
groupe «Tropic» et y porte une
double casquette, celle de chanteur et de compositeur.
On dit de lui qu’il est “la bonne
humeur du Cap vert”. Artiste «pluridisciplinaire», Mamano (de son
vrai nom Germano Brito) chante,
compose, écrit, dessine «et sait parfaitement s’y prendre pour chauffer une salle».
En 1990, Mamano enregistre son
premier disque (un 45 tours) en
créole et en portugais, «Oh! Luar»,
où il chante l’espoir de revoir un
jour son pays. Actuellement, il
considère la Belgique comme son
deuxième pays. «Je vais de temps
en temps au Cap Vert, mais juste
pour les vacances. Je pense que je
n’aimerais pas y vivre définitivement».
En 1991, Mamano participe au
concours télévisé «Tête d’Affiche»
et en sort deuxième sur dix candidats retenus. Les spectacles se succèdent. Il s’est retrouvé à deux
reprises au Casino de Spa avec
Sandra Kim, le Grand Jojo et Benny
■ Mamano, chanteur capverdien
B. Plus tard il a fait la première partie de C. Jérôme et il a chanté avec
Jorge Ben, un des plus grands musi-
En attendant, Mamano se produit
avec son groupe «Maracaïbo» dans
tout le Benelux (Amsterdam,
Charleroi, Bruxelles,Anvers, la côte
belge, le nord de la France,…).
Exposição de
Joana Rego no PE
LusoJornal - Sérgio Amaro
De Boavista à Bruxelles, de la peinture à la musique
O Parlamento Europeu é para
muitos um lugar cinzento de
burocratas que passam os dias
nos corredores a fazer não se sabe
bem o quê. Homens e mulheres
de fato e semblante formal que
parecem viver fora da esfera
social. Mas na realidade o
Parlamento Europeu é um espaço
aberto à luz e à cultura.Tal como
aconteceu recentemente.
Jamila Madeira, Eurodeputada do
grupo socialista, trouxe até
Bruxelas uma mostra de pintura
de Joana Rego,artista plástica,pintora e professora do ensino superior da cidade do Porto.
A exposição intitulada Do it
Yourself (Faça você mesmo), uma
espécie de ironia ao facto de tantas vezes os artistas serem
confrontados com a ideia popular
de que “isto até eu fazia”, quadros
que já estiveram em exibição em
Lisboa e no Porto.
A mostra esteve patente no
«Espaço Rés-do-chão Corredor»
durante a última semana de Maio,
e embora o Parlamento Europeu
seja um espaço de acesso muitíssimo restrito, teve visitantes ilustres de todas as nacionalidades que
não se fizeram rogados e puderam
apreciar o trabalho desta jovem
artista portuguesa.
Joana é uma emigrante especial,
vive com um pé no Porto onde
lecciona e outro na Corunha
onde está a terminar o seu doutoramento, mas o seu pensamento
volta muitas vezes a San Francisco. Cidade americana onde fez
o seus estudos do mestrado em
Pintura, no San Francisco Art
Institute.
Esta exposição foi sem dúvida
uma excelente iniciativa de Jamila
Madeira para divulgar ao mais alto
nível o que se faz de bom no panorama cultural português.
■ Sérgio Amaro
10 Saúde
Carlos Rocha, médico generalista
Carte Européenne
d'Assurance
Maladie
LusoJornal - Sérgio Amaro
La CEAM (Carte européenne d'assurance maladie) a vu le jour le 1er
juin 2004. Disponible sur simple
demande à la Caisse d'assurance
maladie, elle permet de bénéficier
de la prise en charge immédiate des
soins médicaux, lors d'un séjour en
Europe (tourisme, études, recherche d'emploi, transports routiers).
Elle remplace ainsi les formulaires
(E 111, E 128 E119, E 110). L'autre
solution étant de payer et de garder
les factures pour se faire rembourser au retour.
En cas de déplacement dans un
autre Etat Membre de l'Espace Economique Européen (notamment le
Portugal) et en Suisse, il y a lieu de
vous adresser avant le départ à votre Mutualité en vue de l'établissement de votre Carte européenne
d'assurance maladie.
Elle donne le droit de recevoir les
prestations de santé qui s'avèrent
médicalement nécessaires pour
pouvoir continuer le séjour dans
des conditions médicalement sûres.
Cette carte ne couvre en aucun cas
les soins programmés.
Comme auparavant, avec le formulaire E.111, les prestations de santé
et leur remboursement s'effectuent
selon la législation du pays dans
lequel vous vous trouvez. Si vous
êtes assurés dans le régime des travailleurs indépendants, votre Carte
ne couvre que la prise en charge
des frais d'hospitalisation.
Os portugueses portam-se bem de saúde
■ Doutor Carlos Rocha
Chamam-lhe «o médico dos Portugueses»,mesmo se ele diz que não é
completamente verdade, mas Carlos Rocha assume que «sou certamente o médico que vê mais portugueses».
Veio para a Bélgica logo após o 25
de Abril. «Estava na Faculdade de
Medecina e esta fechou naquela
altura. Decidi então vir para Bruxelas onde me formei e acabei por
casar». Nasceu em Aveiro, filho de
um oficial do exército e por isso viveu em Coimbra, Guarda, Lisboa e
até em Angola. Já depois de estar na
Bélgica ainda fez uma tentativa de
residência no Canadá «mas estava
demasiado longe de Portugal e não
gostei», diz ao LusoJornal.
Conhece bem a Comunidade por-
tuguesa «porque há mais de 30 anos
que aqui resido». «Há uns anos os
portugueses de Algustrel, Elvas,
Campo Maior estavam todos na zona de Ixelles enquanto que os do
Norte, da região de Santa Marta,
estavam à volta da Gare du Midi.
Hoje, a mobilidade é muito maior,
mas os centros de interesse ainda
continuam a ser nestas duas zonas
da cidade. Os cafés, os restaurantes,
as igrejas, estão ainda concentradas
aqui». E é em Ixelles que está o consultório de Carlos Rocha.
A Comunidade portuguesa da Bélgica não tem mais problemas do que
os demais habitantes deste país,
pelo menos na opinião de Carlos
Rocha. «Há alguns anos, os homens
estavam mais reticentes em consul-
tar e não olhavam a problemas como o colesterol, por exemplo. Mas
hoje é muito diferentes e também
eles sabem o quanto é importante
estar atento à saúde». Tendo em
conta que a população portuguesa
é mais jovem do que a média nacional, «é natural que nesta fase tenho
mais casos de pediatria e de ginecologia do que de gerontologia, mas
como a Comunidade envelhece,
pode ser que esta tendência se venha a inverter».
Casado com uma cidadã belga,
amigo da leitura, não passa sem uma
visita à Livraria Orféu todos os sábados à tarde. Amante de leitura e de
história,vê os jogos da Selecção «e os
do meu Benfica». De vez em quando
lá vai a uma festa popular, mas gosta
sobretudo de ver televisão em casa.
«Tenho de ver uma hora de telejornal
português para ter 15 minutos de
informação,mas gosto muito do programa ‘Pós e Contras’».
Para Carlos Rocha, «Portugal fez
muito pouco para que os Portugueses participem na vida activa e
havia de fazer mais. Quanto à Bélgica, é pena que aqui em Ixelles,
onde residem cerca de 6.000 Portugueses, apenas cerca de 80 estejam inscritos nas listas eleitorais
municipais».
Este Verão lá vai até Aveiro, «porque
vou sempre duas vezes por ano a
Portugal, no Natal e no Verão». Até
lá, promete acompanhar de perto o
lançamento do LusoJornal.
■ Carlos Pereira
Associações 11
Arquivo pessoal de Francisco Barradas
1ra Associação portuguesa na Bélgica
■ António Afonso (ao centro atrás), José Casanova (óculos) e Francisco Barradas (direita)
Chegavam à Bélgica às dezenas, às
centenas. Fugiam à tropa, não queriam ir para o Ultramar.Alguns eram
refractários, outros eram refugiados
políticos,outros ainda vinham para a
Bélgica à procura de melhores dias.
Era a emigração económica. «Faltava
carvão em Portugal e mão de obra
na Bélgica». Não foi difícil chegar a
um acordo… Foi neste contexto
que foi criada,em 1967,a Associação
dos Portugueses Emigrados na Bélgica (APEB), depois de existir desde
1966, uma comissão para ajudar os
recém-chegados. A primeira direcção era presidida por Armindo Francisco e contava ainda com António
Afonso, José Soares, António Palma
Brito e Rita.
«Lembro-me das primeiras reuniões
que tinhamos, numa casa a cair, na
Place des Héros, um local sindical,
da FGTB, onde estava o Carlos
Branquinho» lembra com emoção
António Afonso, um dos fundadores
da APEB. «Depois alugámos uma
casa ao lado, de um alfaiate que faliu
naquela altura».
Desde então, o percurso da associação foi bastante conturbado.«Durante um tempo tivemos todo o material numa garagem do Armindo Francisco, e ele tinha de deixar o carro
na rua. Também estivemos na Rue
du Trône e na Rue de la Cuve antes
de chegar às actuais instalações»
conta ao LusoJornal António Afonso.
Logo no início, a Direcção da associação foi infiltrada pela PIDE «um
tal Fonseca entrou mesmo na Direcção e um Julinho, que era informador». A APEB esteve quase a acabar, mas voltou a ganhar fôlego.
«Ajudámos muitos refugiados e estu-
dantes. Arranjávamos sítio para dormir, encontrávamos trabalho, íamos
com eles à Polícia. Éramos um sítio
de convívio para quem vinha de Portugal desorganizado. A própria Embaixada enviava as pessoas para a
APEB» conta António Afonso. «Nós já
sabíamos o que a polícia perguntava
e por isso, preparávamos as respostas que cada um tinha de dar para
obter estatuto na Bélgica». Nesta situação encontraram-se muitos portugueses, «alguns deles bastante conhecidos» como é o caso, por exemplo, do jornalista Carlos Fino ou de
José Casanova, actual Director do
jornal Avante e que foi Presidente da
APEB. «O Manuel Tomé, por exemplo, teve um papel importante na
associação. Quando tinha tempo, ia
levar as pessoas às empresas, levavaos aos Sindicatos, ao Ministério. Tínhamos uma rede montada segundo
as competências de cada um».Agostinho Neto e Álvaro Cunhal, por
exemplo, passaram pela APEB.
A associação começou por criar um
grupo de folclore, um grupo de teatro «animado pelo Beca, da Nazaré»,
uma equipa de futebol, depois um
grupo coral, uma escola de música
«criada pelo Rasquinho, um professor de música de Aljustrel», cursos
de português e de francês, uma secção de cinema «com filmes projectados pelo José Martelo»,… «A associação hoje não é o que era, porque,
depois do 25 de Abril, muita gente
foi para Portugal. Antes havia muita
gente que não ia à APEB porque dizia que era uma associação comunista. Havia comunistas, é verdade,
ainda hoje deve haver, mas o importante era a união que tínhamos. Havia muito convívio, mais do que agora.Agora, toda a gente pode aderir à
associação, acabou o medo que havia antigamente, e ainda bem» diz
António Afonso.
Natural de Aljustrel, António Afonso
continua a ser «com muita honra»
Presidente do Conselho Fiscal da
APEB, mesmo se hoje, a associação é
mais «cozinha e balcão».
APEB vai encerrar
para obras
LusoJornal - Paulo Carvalho
Associação dos Portugueses Emigrados na Bélgica (APEB)
«A sede da APEB, no 120 rue de
Belgrad, vai encerrar durante
mais de um ano, para obras de
restauração» anunciou ao LusoJornal António Tomé, actual Presidente da Associação. «A municipalidade vai propôr um espaço provisório, mas ainda não está completamente determinado
onde vamos ficar». O LusoJornal
sabe que a actual Direcção já
visitou alguns espaços municipais e tem as garantias que a
autarquia cede salas para a realização dos principais eventos
que tradicionalmente são organizados pela APEB, como por
exemplo o 25 de Abril e o Carnaval.
«Este edifício pertence à municipalidade e eles vão fazer as
obras necessárias para que se
obedeçam às regras de segurança. Vão refazer o telhado, vão
montar um elevador entre o résdo-chão e o primeiro andar, para
facilitar o acesso a pessoas deficientes, vão ser criadas saídas de
socorro, enfim, todas as regras
de segurança serão aplicadas a
este local que acolhe muita gente durante o ano» explica António Tomé.
O Presidente da APEB garantiu
que as actividades da associação
vão ser reduzidas durante o
tempo das obras, «mas depois
teremos melhores condições
para desempenhar as nossas funções».
12 DESPORTO
Radical Monkey’s é um grupo de
portugueses residentes em Antuérpia, que através da formação
de um clube de motas Monkey’s/
Gorila’s, «vai tentar levar o nome
de Portugal o mais longe possível», até porque, afirmam, parafraseando o poeta, que «o sonho comanda a vida, mas a força de vontade para sonhar, pode dar uma
grande ajuda».
Tudo começou há sete anos
quando o Mário e o Bruno compraram uma mini-mota. «Inicialmente começaram a gozar connosco, mas depois, pouco a pouco outras pessoas também compraram destas motas». Há cerca
de três meses constituíram-se
numa associação sem fins lucrativos e «mais tarde é também nossa intenção formar uma equipa
de competição».
Para já, «participamos em concentrações aqui na nossa zona,
organizamos saídas, acampamentos e procuramos um local onde
possamos fazer as nossas próprias festas, concentrações e outros eventos. Já fomos à Holanda,
temos andado por várias outras
cidades». Por enquanto são 12
membros.
No Dia de Portugal e das Comunidades foram ao Luxemburgo, «a
fim de festejarmos o nosso dia,
na companhia dos nossos conterrâneos que ali labutam». Mas o
grande sonho é mesmo o de ir a
Portugal. Vão de Antuérpia à
concentração de Góis (2.250
km), em Junho/Agosto próximos. «Quem sabe até entramos
no livro dos recordes, com o
maior número de Monkey’s na
mais longa distância já percorrida?» diz ao LusoJornal Bruno, um
dos dirigentes da associação.
Saem de Antuérpia no dia 27 de
Julho e têm data prevista para
chegar a Góis no dia 15 de Agosto. «Só podemos dar cerca de 50
km/hora, mas para nós é um passeio».
Para melhor conhecer estes
«motards», visite o site:
www.radicalmonkeys.be
Federação Portuguesa de Futebol na Bélgica
Federação quer ética desportiva
Criada em Abril de 2004, a Federação Portuguesa de Futebol na Bélgica completou recentemente o
seu primeiro ano de actividade,
com 12 equipas federadas, tendo
todas elas participado no 2° Torneio das Comunidades organizado
nos dias 4 e 5 de Junho último.
«Na Bélgica faltam projectos federativos, como existem nos outros
países. Por isso, resolvemos criar
esta Federação, para dinamizar as
equipas e para estreitar laços de
amizade no movimento associativo» disse ao LusoJornal, José Matos, que com João e Saúl Teixeira,
lançou a ideia da criação da estrutura e é actualmente membro da
Direcção interina. «Esta Direcção
foi apenas constituída para criar a
Federação, mas vamos ter de fazer
a Assembleia Geral que vai eleger
os primeiros dirigentes eleitos» explica José Matos.
Com uma forte componente disciplinar, «queremos antes de mais
que os jogadores e as equipas se
respeitem e queremos, todos juntos, combater a violência nos terrenos», José Matos quer que as
equipas portuguesas respeitem a
«ética desportiva» e que «os jogadores respeitem também as suas
direcções».
A coordenação e enquadramento
dos torneios inter-equipas foi um
dos primeiros passos da Federação. «Estabelecemos um regulamento que todas se comprometem a aplicar e desta forma, são
LusoJornal - Carlos Pereira
Radical Monkey’s
■ José Matos, dirigente da Federação Portuguesa de Futebol na Bélgica
aplicados aos torneios de cada
equipa, as mesmas regras do campeonato oficial». Aliás, a assinatura
de acordos de parceria e protocolos com as Federações Belgas,
estão nos objectivos da Federação
Portuguesa.
«Temos de aprender a falar uns
com os outros. Se conseguirmos
isso, tudo o resto é possível» afirma com convicção José Matos.
«Agora vamos criar uma equipa
‘Selecção Portuguesa’ para participar e representar a Federação nos
mais variados torneios belgas e até
além fronteiras».
Para mais tarde, a Federação quer
também criar uma equipa de atletismo, para participação na meia
maratona de Bruxelas, criar um
grupo de cicloturismo, virado para
jovens e menos jovens e a realização de jogos florais e uma festa
anual para convívio e confraternização entre equipas. «São coisas
simples mas necessárias para estreitar laços de amizade». Para já,
apenas uma equipa tem o estatuto
de observadora e outra decidiu
não aderir à Federação.
■ Federação
Portuguesa
de Futebol na Bélgica
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Desporto 13
Karting: Duarte Ferreira, 13 ans
LusoJornal - Paulo Carvalho
Du haut de ses 13 ans, Duarte Ferreira, est un des pilotes de karting
dont on parle le plus. Apprenti à
Liège Kart Shop (LKS), performant
et plein de capacités, dont l’avenir
est déjà très prometteur, du point
de vue sportif, Duarte apprend à
contrôler ses impulsions ainsi qu’à
maîtriser l’art du pilotage.
Considéré comme très gentil, fougueux et courageux, pour devenir
un grand pilote, «il faudra tout d’abord que le désir de rouler en Kart
dépasse le plaisir et devienne une
réelle passion» explique Carlos
Branco, président de LKS.
En 1998, Duarte débute à Lin
Vilvoorde et dans son palmarès
nous comptons des nombreuses
épreuves qu’il a emportées. En
2004, la saison s’est annoncée plutôt bonne: avec sa 1ère participation au Championnat National
Cadet CIK-FIA, il est premier à Spa
Francorchamps, 2ème à IP-ASAF, à
Lomerange, en France.
«En vérité, j’aimerais faire une carrière scientifique, être ingénieur
civil mécanicien. Mais pour l’instant, j’aimerais être champion de
Belgique, et à plus long terme devenir pilote professionnel. Sinon,
J’aime aussi la natation, le vélo, le
foot et le sport automobile en général» dit au LusoJornal. Puis, il rajoute «j’aime beaucoup Ayrton Senna, il reste mon modèle, par contre
je déteste les mauvais perdants et
les jaloux».
Depuis plusieurs années, LKS fait
Torneio de futebol
LusoJornal - Paulo Carvalho
«Je veux être champion de Belgique»
■ Duarte Ferreira avec le Conseiller de l’Ambassade et son principal sponsor
partie des meilleurs préparateurs
de Kart tant au niveau national
qu’international. Dernièrement, les
pilotes ont souvent été primés et
comptent parmi les meilleurs de la
future élite du sport automobile.
Quatre des jeunes pilotes ont été
finalistes, lauréats et même vainqueurs de la RACB Renault Academy. Bien épaulé du point de vue
managérial et technique, avec du
travail Duarte Ferreira se construit.
Selon les professionnels, «les dons
naturels ne sont toujours pas suffisants pour réussir surtout au
milieu de jeunes loups. Seul le
sérieux, la persévérance et un travail continu permettront à Duarte
de progresser rapidement dans la
hiérarchie du sport automobile».
Malgré le talent le jeune garçon
doit apprendre à gérer son stress et
tout l’environnement lié au sport.
«Mon principal objectif est de le
faire progresser, de l’aider à exploiter son talent en corrigeant toutes
les déviations propres à son jeune
âge», précise Carlos Branco. Dans le
calendrier 2005, les prochaines
dates à retenir, sont les 23 et 24
juillet pour le Championnat National de Belgique.
Aidé par ses parents et parainé par
Delta Cafés, Duarte Ferreira a crée
un Fan Club qui ouvre ses portes
au public tous les week-end, les
vendredi, samedi et dimanche.
■ Clara Teixeira
Fan Club
Rue Saint-Denis nº 341-343
1190 Forest Bruxelles
Tel.: 0474 36 69 08
Disputou-se nos dias 4 e 5 de
Junho, no Complexo Desportivo
Sipelberg/Molenbeek, o Torneio
de Futebol da Comunidade Portuguesa, organizado pela Federação
Portuguesa de Futebol na Bélgica
(FPFB), integrado nas comemoração oficiais do 10 de Junho e no
qual participaram 12 equipas portuguesas:ALMA-Portugal,APEB, CF
Os Belenenses, Boavista FC.,
CADxl O Elvas, SC Campomaiorense, Os Lusitanos, FC Porto, RC
Sezurense, SC Vila Real, FC Portugal e FC Vimieirense. O FC Portugal sagrou-se campeão ao vencer,
por penaltis, o SC Vila Real. Boavista FC e FC Vimieirense ficaram em
3° e 4° lugares. Este ano o torneio
teve menos assistência. «O tempo
não ajudou», comentou Victor Ramos, Presidente dos Lusitanos,
equipa escolhida este ano para a
exploração do bar. «Não foi só o
mau tempo mas também foi num
campo praticamente desconhecido da Comunidade». Por outro
lado,Victor Ramos chamou a atenção para o facto de haver apenas
um terreno. «Acredito que para o
ano, com mais organização do torneio tudo vai correr muito melhor» conclui.
■ Paulo Carvalho
14 Infantil
Apprenez un tour
de magie
Pièce et carte
Conto infantil
O Coelhinho da Anita
Le jeu
Photo 1
Une carte à jouer est posée sur
l’index avec une pièce de monnaie dessus (photo 1). Le jeu
consiste à retirer la carte à jouer
sous la pièce de monnaie sans
toucher la pièce de monnaie,
sans saisir la carte à jouer avec
l’autre main et sans faire tomber
la pièce qui doit rester posée sur
l’index.
La solution
Photo 2
Il faut donner une chiquenaude à
l’aide de l’index droit sur la tranche de la carte (photo 2). Avec
l’impact, la carte sera projetée et
la pièce restera en équilibre sur
l’index (photo 3). Faîtes un essai,
c’est très joli visuellement!
Photo 3
Une rubrique de
David Rego, magicien portugais
Tél. (00.33) 06 81 52 58 90
France
No dia em que a Anita fez cinco
anos, seus avós oferecerem-lhe o
presente com que ela sonhava
tanto: um coelhinho!
Um coelhinho muito fofinho e todo branquinho como uma nuvem. Era tal e qual como ela o tinha desejado. «Vou chamá-lo Bolinha»! exclamou a Anita «e vai viver sempre comigo! Vamos brincar e dormir juntos. Vamos partilhar todas as refeições! Queres
provar o meu bolo de anos? pergunta ela ao coelhinho, é de chocolate e fui eu que o fiz com a minha mamã!». Mas o Bolinha rejeita
a oferta da Anita virando a cabeça.
«Não faz mal, diz ela, é porque não
deves ter fome.Vamos então brincar para o meu quarto!».A menina
mostra ao seu novo amigo todos
os seus brinquedos, espalhandoos no chão. O coelho cheira cada
um deles, mas afasta-se sempre
como se nada lhe agradasse. «Não
queres brincar? Nem mesmo com
a minha boneca nova que canta e
dança?». Mas o Bolinha foge esconder-se por baixo da cama da
Anita. «Ah! Já entendi! Estás cansado da viagem! Vamos então descansar juntos na minha cami-
nha!». A Anita pega no seu coelhinho e estende-o por baixo da
coberta.
Mas o coelho não pára de se
mexer e vai-se perder no fundo
da cama todo aflito procurando
sair. Quando a Anita o descobre,
ele salta da cama para baixo e sai
do quarto aos pulos. Desesperada, e não sabendo como o contentar, a Anita fica a chorar na sua
cama.Aparece então sua mãe com
o Bolinha nos braços. «Ele não
gosta de mim mãe, diz a menina
chorando. Ele não quer provar do
meu bolo, não quer brincar comigo, não quer ficar na minha cama…!!!».
«Filha, tens de entender que o
Bolinha é um coelho, e é assim
que tu tens de o tratar. Ele não é
nem um pelucho nem uma amiguinha. E os coelhos não comem
bolo de chocolate, mas cenouras
ou alface».A Anita corre então até
à cozinha e vem de lá com uma
cenoura na mão. O Bolinha pula
para os braços da sua nova amiga
e rói a cenoura.Toda feliz, a Anita
faz-lhe um grande carinho e diz:
«Ah! Assim já gostas de mim!».
■ Isabel Santos Carvalho
Última 15
Receberam medalha da Ordem do Infante D. Henrique
Apesar de ter sido publicado no
Diário da República de Junho do
ano passado, sob ordens do Presidente da República, só agora
foram condecorados os Portugueses Mário Campolargo, Isabel
Pastor e Joaquim Silva, numa cerimónia bastante discreta presidida
pelo Embaixador Diogo Nunes
Barata.
Mário Campolargo, dirigente do
Movimento de Acção e Reflexão
(MAR), foi condecorado como
Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Com um vasto
curriculum na promoção da cultura nacional e activo no movimento associativo, Mário Campolargo foi igualmente membro
do Conselho da Comunidade Portuguesa (CCP) entre 92 e 96.
Isabel Pastor, conselheira jurídica
da Embaixada de Portugal na Bélgica nos últimos 13 anos, foi agraciada como Oficial da Ordem do
Infante D. Henrique.
Joaquim Silva, proprietário da livraria Orféu na capital belga, tornou-se igualmente Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
O reconhecimento público foi finalmente feito a estas três personalidades da nossa comunidade.
Todos os anos, o Estado português distingue personalidades
dos mais diferentes quadrantes
da vida nacional, agraciando-os
com um título de uma das três
Ordens Honoríficas. «As Ordens
Todo o tipo
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(carros,
mobiliário,
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LusoJornal - Sérgio Amaro
Condecoração de Portugueses da Bélgica
■ Mário Campolargo foi um dos três condecorados
honoríficas portuguesas radicam
numa tradição secular, praticamente desde os alvores da nacionalidade.Ao longo do tempo têm
servido, essencialmente, para traduzir o reconhecimento da
Nação e do Estado para com os
cidadãos que se distinguem pela
sua acção em benefício da comunidade nacional ou mesmo da
Humanidade». O Presidente da
República é o Grão-Mestre de
todas as ordens honoríficas portuguesas e nessa qualidade
concede todos os graus e superintende na sua organização,
orientação e disciplina, com a co-
Transportes Barbosa
laboração dos chanceleres e dos
Conselhos das Ordens.
A Ordem do Infante D. Henrique,
dada aos três Portugueses residentes na Bélgica é a mais alta
distinção civil do estado português e visa distinguir os que houveram prestado serviços relevantes a Portugal, no País e no estrangeiro e serviços na expansão da
cultura portuguesa, sua história e
seus valores.
Os graus da Ordem são, por
ordem ascendente: cavaleiro ou
dama, oficial, comendador, grande-oficial e grã-cruz.
■ Sérgio Amaro
Médicos
portugueses
na Bélgica
Nina Graça, Teresa Dekoster e
Carlos Rocha participaram numa
«Conversa de café» que teve lugar
na Livraria Orféu, em Bruxelas,
no passado dia 11 de Junho.
«Quem são estes médicos, como
chegaram aqui, qual a relação
com a comunidade portuguesa, e
com o país de acolhimento?»
foram algumas de perguntas aos
quais os médicos responderam.
Foi uma oportunidade de conhecer melhor a nossa comunidade,
por certo diversa e multifacetada,
e também «uma atitude de empenhamento cívico e cultural de
aproximação/compreensão para
com o país em que vivemos e para toda a diferença cultural e social e nunca o fechamento em
nós próprios».
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Portugueses têm de ter mais participação cívica