DINÂMICA FR m.a ou FR = m.a ( em módulo) Estuda os movimentos relacionando suas causas e seus efeitos I – CONCEITOS FUNDAMENTAIS 1. Noção de Força - agente físico que aparece nas interações entre partículas, capaz de deformá-las e/ou acelerá-las. É uma grandeza vetorial. 2. Noção de partícula ou ponto material: corpo de dimensões desprezíveis em relação ao estudo que se faz do mesmo. 3. Força resultante - força imaginária que produz sozinha um efeito equivalente ao de todas as forças aplicadas a uma partícula. 4. Ponto material mecanicamente isolado - quando a resultante das forças sobre ele é nula ( FR o ) ou quando não age nele nenhuma força (Partícula em Equilíbrio). 5. Sistemas Inerciais - são todos os sistemas que não tenham aceleração, ou seja, isolados de forças; devem estar em repouso ou em Movimento Retilíneo Uniforme (MRU). II - LEIS DE NEWTON DA MECÂNICA CLÁSSICA OU NEWTONIANA Todo o estudo da Dinâmica baseia-se em três princípios, estabelecidos por Newton; cuja base prevaleceu inalterada até o século XX. Onde: FR: Força resultante (em Newton, N); m: Massa do corpo (em quilograma, kg), a: aceleração do corpo ( em m/s2 ). Unidades de Força: No SI: O Newton (N) No CGS: dina (dyn) No MKgfS: Quilograma –força (Kgf) 1 N = 1 Kg.m/s2 Relações: 1 N = 10 5 dyn, 1 Kgf = 9,8 N = 9,8 . 10 5 dyn 1 utm = 9,8 Kg 3°. Princípio da Ação e Reação (3ª Lei de Newton) Enunciado Quando um corpo exerce uma força sobre outro, este reage com uma força de mesma intensidade, mesma direção e sentidos contrários. A F1 B F2 F1 = - F2 (Ação e Reação) Importante A toda ação corresponde uma reação de igual valor e em sentidos contrários. 1°. Princípio da Inércia de Galileu (1ª L. de Newton) As forças de ação e reação atuam em corpos diferentes, portanto nunca se anulam. Se a resultante das forças que agem sobre um corpo é nula, então esse corpo permanecerá em repouso ou em MRU. III – CLASSIFICAÇÃO DAS FORÇAS FR o V cte Observações: a) Inércia Propriedade geral da matéria de resistir a qualquer variação de sua velocidade em módulo, direção e sentido; isto é, um corpo em repouso tende a ficar,por inércia, em repouso e um corpo em movimento tende a continuar em movimento se a resultante das forças sobre ele é nula(FR = 0). A massa de uma partícula é uma medida de sua inércia. b) Aplicações da Lei da Inércia Um carro, ao fazer uma curva, tende a sair pela tangente e manter a direção da velocidade; Quando um carro sai do repouso, pessoas em pé dentro dele, sentem-se atirados para trás em relação ao carro, devido à inércia das pessoas, que tendem a se manter em repouso; Ao se frear um automóvel em MRU seus ocupantes sentem-se atirados para frente em relação ao automóvel, pois eles têm a tendência de continuar em MRU em relação à Terra. 2°. Princípio Fundamental da Dinâmica – PFD. (2ª Lei de Newton) Estabelece uma relação entre força e variação de velocidade. Enunciado: A resultante das forças que agem em um corpo é diretamente proporcional à aceleração que ele adquire, na mesma direção e sentido da força. a) De Campo: atua sem que haja necessidade de um contato entre a terra e a partícula. Exemplo: Forças gravitacional, elétrica e magnética. b) De Contato: quando existe uma ligação material entre os corpos. Exemplos: Força Normal e força de Tração. Força Peso ( P ): Força com que um corpo é atraído pela Terra ou outro corpo Celeste; tem natureza de campo gravitacional, de direção sempre vertical, orientada para o centro da Terra ou do planeta e cuja intensidade é variável com o local (depende da aceleração da gravidade local). P m.g g P Solo Onde: m: massa do corpo - tem valor invariável, não dependendo do local é medida através de balanças. g: aceleração da gravidade local. Força de Reação Normal ( N ): Nome que se dá à força de contato entre um corpo e a superfície sobre a qual ele se apóia; sua característica é de ser sempre perpendicular à superfície de contato entre o corpo e o plano. intensidade das forças normais ( N ) ás superfícies de contato. Seja um corpo em repouso numa superfície horizontal N A intensidade das forças de atrito é proporcional à Fat = μ.N (Reação do piso) μ: coeficiente de atrito, número adimensional (sem unidade), que depende da natureza das superfícies em contato e do seu estado de polimento. Fases N Ação do Corpo. P Na análise do comportamento da força de atrito, consideramos três fases: Ação da Terra 1ª) Repouso: fase em que atua a força de atrito estático de TERRA -P módulo igual ao da força solicitante (aplicada) F . (Reação do corpo) Formam pares (Ação e Reação - 3ª Lei de Newton) as forças: P 2ª) Iminência de Movimento: quando o corpo se prepara para iniciar o movimento, a força de atrito será máxima (de destaque) e seu módulo é dado por: Fat E = μE . N e P , N e N porque não se anulam e atuam em copos diferentes. Contudo, as forças N e P não formam par e se anulam (equilibram-se, N = P) quando o corpo está apoiado em superfícies horizontal Força de Tração ( T ): Força típica de fios, pois estes só reagem quando submetidos a esforços que tentem a tracioná-los. T 3ª) Movimento: o corpo em movimento passa a atuar a força de atrito dinâmico ou cinético, de intensidade constante e igual a: FatD = μD.N Onde: μD: Coeficiente de atrito dinâmico ou cinético T Como: μD ≤ μE FatD ≤ FatE e , em geral μD ≤ 1; em alguns casos μE > 1. P Exemplos de coeficientes de atrito Dinamômetros (ou balança de força): São aparelhos de medida destinados a nos fornecer a intensidade de forças. Seu princípio de funcionamento baseia-se na proporcionalidade existente entre a força que atua sobre um corpo (geralmente uma mola) e o valor da deformação por ele sofrida: F = k.x Onde: μE: Coeficiente de atrito estático N: força de reação normal (lei de Hooke) Aço com aço Gelo com gelo Madeira com madeira Borracha sobre outros sólidos μD 0,57 0,03 0,34 μE 0,74 0,10 0,54 1 4 Gráfico Fat x Faplicada Observação: a indicação do dinamômetro será o valor da força a lê aplicada; assim, se inserido num fio, nos fornece o valor da tração. IV - FORÇA DE ATRITO Atrito é a resistência dos corpos em contato ao movimento. Força de atrito é uma força de contato, cuja direção é tangente à superfície de contato entre os corpos que interagem. Só aparece quando os corpos estão em movimentos relativos ou tendendo ao movimento; tem valor variável, começando de zero e crescendo proporcionalmente à força aplicada até atingir valor máximo. N F FAT P Leis do atrito Não depende da área da superfície de contato. Independe, dentro de certos limites, da velocidade de um corpo em relação ao outro. Resumo Enquanto o atrito é estático, a intensidade da força de atrito á igual à da força motriz (aplicada). A força de atrito estático varia de zero até um valor máximo, de destaque. A força de atrito dinâmico é menor que a força de atrito estático. O atrito independe da área de contato entre o corpo e a superfície. V – PLANO INCLINADO Para analisarmos o deslocamento de um corpo ao longo de um plano inclinado (ângulo ө), projetamos as forças que atuam sobre o mesmo em duas direções perpendiculares entre si; uma delas será paralela ao plano e outra perpendicular ao mesmo. Projetando-se o peso do corpo ( P ), por exemplo, obtemos as seguintes componentes: Seja uma mola de massa desprezível presa em uma de suas extremidades. N Pn N Componentes: Pt = P.sen ө Pn = P.cosө Aceleração: a = g. sen Pt ө P N≠P Aplicando uma força F a mola deforma x, 2F 2x 3F 3x e assim, sucessivamente. O cientista inglês Robert Hooke concluiu que: VI – FORÇAS EM MOVIMENTOS DE TRAJETÓRIAS CIRCULARES Seja o movimento curvilíneo variado de um corpo de massa m Ft Normal m a cp “Em regime de deformação elástica, a intensidade da força aplicada é proporcional à deformação provocada”. F = k.x Tangente at Fcp F = F = k.x el Fel : Força elástica (Restauradora) FR a k: constante elástica da mola; depende do material da mola e de suas dimensões, etc. x: deformação (alongamento ou encurtamento) sofrida pela mola. Centro Gráfico F(aplicada)x deformação(X) Para um melhor entendimento das situações a serem analisadas, decompomos a força resultante FR em duas componentes: Ft e FCP , sendo: FR = Ft + FCP e Ft ┴ FCP . O que se conclui: FR FCP 2 Ft 2 Ft : Resultante Tangencial: Temos: Produz aceleração tangencial, responsável pela variação do módulo da velocidade vetorial v ; direção tangente à trajetória e sentido igual ao de a t . Módulo: Tgα F 2F x 2x N Tgα k Associação de Molas F = m.a t t FCP : Resultante Centrípeta: resultante das forças que obriga o a) Associação em Série Sendo kc a constante elástica da mola equivalente, temos: corpo a descrever trajetória curvilínea, responsável pela variação da direção da velocidade vetorial v , sem alterar seu módulo. Características: Sentido: para o centro Direção: perpendicular ao movimento ( FCP ┴ v ) Módulo: Fcp = m. acp FCP m. V2 R Sendo: m: massa do corpo; V: módulo da velocidade; R: raio da trajetória. VII - LEI DAS DEFORMAÇÕES ELÁSTICAS. (Lei de Hooke) 1 1 1 Para duas molas kC k1 k 2 1 1 1 1 Para três molas kC k1 k 2 k3 b) Associação em paralelo Consideramos n molas idênticas, mesmo comprimento natural e mesmas constantes elásticas ( k1 =k2 = ... = k), em paralelo: Observação: O trabalho da força é nulo (ՇF = 0 ) quando: = 90° Força perpendicular ao deslocamento (F d) d=0 Não existe deslocamento F=0 Não existe força. KC = n.K Cálculo do Trabalho pelo Método Gráfico. Propriedade: IX – TRABALHO MECÂNICO ( Շ ) Grandeza física, escalar, que relaciona uma força e o deslocamento de um corpo ou sistema. No gráfico da componente tangencial da força em função do deslocamento, o valor da área entre a curva e o eixo dos deslocamentos é numericamente igual ao trabalho realizado pela força, seja ela constante ou não. F F Trabalho de uma força constante ( F ) F F F d θ S1 B ө S2 Área( A) O trabalho realizado por uma força constante F num dado deslocamento AB é calculado por: | F | . | d | .COS A1 A A Շ= F = Variável F = Constante N d A2 d Área A1 : Շ > 0 Շ Área A2 : Շ < 0 Trabalho da força peso ( P ) ( SI ) : Unidade (Շ) : N.m = Joule ( J ) Para um corpo de massa m que se desloca de um ponto A para um ponto B, o trabalho realizado pela força Outras unidades (Շ): (CGS): erg = dyn.cm (MkgfS): Quilogrâmetro (kgm = kgf.m) peso P não depende da trajetória executada pelo corpo de A para B, podendo ir pela trajetória (1), (2) ou (3), o trabalho é o mesmo, e seu valor é dado por: B 7 Conversão: 1J = 10 erg 1 kgm = 9,8 J Se a força estiver na direção do deslocamento ( =0°, cos 0°=1), temos: F h (2) P A B d Շ= (1) (3) | F | . |d | Se a força F tem o mesmo sentido do deslocamento, o trabalho é motor; se sentido contrário, o trabalho é resistente. Quando a força F é perpendicular ao deslocamento ( = 90°) esta não realiza trabalho. Observe que: Se a força favorece o deslocamento ( 0° ≤ < 90° ) Շ > 0 (+): Trabalho Motor Se a força contraria o deslocamento (90° < ≤ 180° ) Շ < 0 (-): Trabalho Resistente Se a força é perpendicular ao deslocamento ( = 90° ) Շ = 0: Trabalho nulo. Trabalho da força de atrito: ՇFat = - Fat . d P Nível de Referência A ՇAB = - P.h ՇP = - m.g.h Trabalho resistente na subida ՇBA = + P.h ՇP = + m.g.h Trabalho motor na descida Observação: a) O trabalho do peso ( ՇP ): ► É nulo em deslocamento Horizontal. ► Só depende do próprio peso e do desnível entre as posições final e inicial (h). ►Não depende da forma da trajetória. b) Forças conservativas: são aquelas cujos trabalhos entre dois pontos independe da forma da trajetória. Exemplos: Focas peso, elétrica e elástica. Cavalo – vapor: 1CV = 735 W Horse – power; 1HP 746 W c) Forças dissipativas: são aquelas cujos trabalhos dependem da forma da trajetória, como as forças de atrito e de resistência dor ar. Propriedade do gráfico potência x tempo Trabalho da força elástica (ՇFel) Pot Consideremos uma mola ideal sujeita à ação de uma força, indicada na figura abaixo, e seja x a deformação sofrida pela mola. Sendo uma força de módulo variável, seu trabalho é calculado pela área do gráfico indicado a seguir: Fel P ÁREA ÁREA( Շ ) ) Շ t t Fel N Observação: A Fel ՇFel N área ՇFel x Tendo-se uma queda - d’ água de altura h ( m ), vazão v ( m³/s ) e considerando água de densidade d ( kg/m³ ), num local onde a aceleração da gravidade é g ( m/s² ); a potência teórica de uma usina hidrelétrica construída nessa queda - d’ água, em watt, pode ser obtida por: Pot = d.v.g.h K.X 2 2 XI - RENDIMENTO ( η ) K = constante elástica da mola( N/m) X = deformação da mola(m) Շ < 0 : Quando se alonga ou comprime a mola, Fel e x em sentidos opostos. Շ > 0 : Quando a mola é solta, Fel e x no mesmo sentido Se um sistema (motores, alavancas, bombas de água, geradores, turbinas, lâmpadas etc) recebe um trabalho ՇTotal ( trabalho motor ou total ) e aproveita uma parcela ՇÚtil (trabalho útil ) desse trabalho total, dissipa em virtude do atrito e de outras forças dissipativas ՇDissip; o rendimento do sistema é dado por: Շmotor X – POTÊNCIA DE UMA FORÇA ( P ) Շdissip Entende-se como sendo a rapidez na realização de um trabalho, ou, uma medida da rapidez com que a energia é transferida ou transformada. É definida como sendo o quociente entre o trabalho realizado por esta força e o intervalo de tempo necessário para isto. Pot τ trabalho t tempo Potência média) : trabalho ( J ) t : intervalo de tempo ( s ) Também pode ser obtida pelo produto da força F , em módulo, pela velocidade escalar do corpo num dado instante: Pot = F.V ( potência instantânea ) ( para F e V com mesma direção e sentido) Unidade: No SI, a unidade de potência é o watt ( W ), Sendo 1 W = 1 J/1s. 1 kW = 1000 W 6 1 MW = 10 W Outras unidades de potência: Շútil Máquinas η τ Útil τ Total ou η PÚtil PTotal % Onde η é o rendimento, número adimensional (sem unidade) que pode ser expresso em percentagem ( % ). Sendo 0 ≤ η < 1. O rendimento ( η ) de uma máquina ,também, pode ser o quociente entre a potência útil ( PÚtil ) e a potência total ou motora ( PTotal ) ; sendo a potência útil a diferença entre a potência total e a potência dissipada( Pdissip ) PÚtil = PTotal - PDissip