UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL ANÁLISE DO USO DE CONVERSOR DE FREQUÊNCIA NA VENTILAÇÃO FORÇADA DE SISTEMAS DE RESFRIAMENTO EVAPORATIVO VISANDO À EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ANDRÉ LUIZ AMORIM DA FONSECA PROF. DR. JOSÉ ANTONIO LAMBERT Cuiabá, MT, Fevereiro de 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL ANÁLISE DO USO DE CONVERSOR DE FREQUÊNCIA NA VENTILAÇÃO FORÇADA DE SISTEMAS DE RESFRIAMENTO EVAPORATIVO VISANDO À EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ANDRÉ LUIZ AMORIM DA FONSECA Dissertação apresentada junto ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito para obtenção do título de Mestre. PROF. DR. JOSÉ ANTONIO LAMBERT Cuiabá, MT, Fevereiro de 2012 DEDICATÓRIA Em primeiro a Deus pela vida e oportunidade de crescer, ao meu querido pai, Jan, também Eng. Eletricista, sendo este a fonte de conhecimento que inspira meus estudos e a minha querida mãe, Dorinha, que sempre me incentivou para dar o meu melhor em tudo o que fiz na vida. Em memória do meu avô materno Virgilio Pinto de Amorim, um exemplo a ser seguido. AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. José Antonio Lambert, pai adotivo dentro da Universidade Federal de Mato Grosso, pela palavra certa no certo momento, pelo seu esforço excessivo em obter o melhor resultado, pela sua amizade sincera e contribuição direta neste trabalho e também como coordenador do programa durante sua gestão. A Prof. Dra. Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira por seu auxilio e disponibilidade para dúvidas, sempre com muito carinho, e disponibilização de equipamentos para a pesquisa. Ao Prof. Dr. Mário Kiyoshi Kawaphara por sua ajuda no esclarecimento das minhas dúvidas, por seus conselhos oportunos e por sua tremenda sabedoria. Aos professores doutores José Antonio Lambert, Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira e Douglas Queiroz Brandão pelo grande empenho dedicado à realização deste curso. Aos bolsistas do Programa de Pesquisa do Departamento de Engenharia Elétrica: Cleverson Sousa Camargo pelo auxilio nas medições, à Luciana Oliveira da Silva pelo auxilio nas simulações e ao Fernando Novelo na elaboração de artigo em laboratório. À Federação Espírita do Estado de Mato Grosso, pelo auxilio quanto a disponibilidade e autorização ao uso do ambiente de pesquisa. Ao amigo, acadêmico de pós-graduação da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Marcus Sollyvan Martins Alves pela ajuda oferecida na elaboração de programas adequados para os gráficos e apoio no aconselhamento e sugestões. Ao colega de mestrado e amigo Luiz Annunciação por ter sido o veterano ao oferecer maior apoio direto tanto nas disciplinas quanto pela oportunidade de contribuição em seu trabalho. À minha querida namorada Priscila, que me ajudou e incentivou em diversos momentos para a elaboração deste trabalho. À CAPES que proporcionou a bolsa de estudos de mestrado, sem a qual a dedicação exclusiva ao desenvolvimento do trabalho não seria possível. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ............................................................................. I LISTA DE TABELAS ........................................................................... V RESUMO ...............................................................................................VI ABSTRACT ......................................................................................... VII 1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 1 1.1 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ................................................................... 3 1.2 ESTADO DA ARTE ......................................................................................... 4 1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA ............................................................................. 7 1.4 CONTRIBUIÇÃO DESTA PESQUISA ........................................................... 7 1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ................................................................ 8 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................... 10 2.1 MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO, COM ROTOR EM GAIOLA DE ESQUILO, ACIONADO POR CONVERSOR DE FREQUÊNCIA .............. 10 2.1.1 Caracteristicas do Motor de Indução Trifásico com Rotor em Gaiola de Esquilo ..................................................................................................... 10 2.1.2 Caracteristicas do Conversor de Frequência ............................................ 13 2.1.3 Conversor de Frequência Acionando o Motor de Indução. ..................... 15 2.2 SISTEMAS DE VENTILAÇÃO E RESFRIAMENTO EVAPORATIVO ..... 20 2.2.1 Sistemas de Ventilação Forçada .............................................................. 20 2.2.2 Sistemas de Resfriamento Evaporativo ................................................... 24 2.2.3 Modelagem Matemática do Sistema Evaporativo Direto de Painel ...... 28 2.2.4 Aplicação de Sistemas de Resfriamento Evaporativo no Brasil e no Mundo ...................................................................................................... 30 2.2.5 Uso de Conversor de Frequência na Ventilação Forçada de Sistemas de Resfriamento Evaporativo ....................................................................... 33 2.3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E CONFORTO TÉRMICO SIMPLIFICADO PARA SISTEMAS DE RESFRIAMENTO EVAPORATIVO ........................ 35 2.3.1 Perfil da Geração de Energia Hidrelétrica e sua Sazonalidade ................ 35 2.3.2 Eficiência Energética em Exaustores, Ventiladores e Sistemas de Ar Condicionado ........................................................................................... 37 2.3.3 Uso de Dispositivos de Automação e Controle em Interface com Conversores de Frequência ...................................................................... 39 2.3.4 Aspectos Simplificados de Conforto Térmico para Sistemas de Resfriamento Evaporativo ....................................................................... 40 2.3.5 O Software Energy Plus ........................................................................... 42 3 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................... 44 3.1 MEDIÇÕES EM CAMPO DO SISTEMA DE RESFRIAMENTO EVAPORATIVO COM VENTILAÇÃO FORÇADA ACIONADA POR CONVERSOR DE FREQUÊNCIA ................................................................. 44 3.1.1 Características do Local de Medição ............................................................... 44 3.1.2 Caracterização do SRE Acionado por Conversor de Frequência..................... 46 3.1.3 Materiais Utilizados na Medição ..................................................................... 50 3.1.4 Metodologia das Medições .............................................................................. 52 3.1.5 Equacionamento Proposto para Análise .......................................................... 60 3.2 3.2.1 3.2.2 3.2.3 3.2.4 4 SIMULAÇÃO COM SOFTWARE ENERGY PLUS ........................................ 62 Comparação entre SRE e Condicionador de Ar.............................................. 63 Adequação do Galpão para Uso de Condicionador de Ar .............................. 65 Galpão Simulado no Software Energy Plus ................................................... 65 Alternativas Comparativas Propostas ........................................................... 66 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............. 69 4.1 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS ........ 69 4.1.1 Comparativo de Potência Elétrica Ativa ......................................................... 69 4.1.2 Desempenho da Envoltória ............................................................................. 71 4.1.3 Análise de Temperatura e Umidade ................................................................ 72 4.1.4 Análise Simplificada de Conforto Térmico .................................................... 79 4.1.5 Consumo de Água do SRE.............................................................................. 85 4.1.6 Velocidade do Ar na Saída do SRE ................................................................ 86 4.1.7 Dados da Medição em Campo do SRE com Ventilação Acionada por Conversor de Frequência............................................................................................ 87 4.1.8 Efetividade do Sistema................................................................................... 90 4.1.9 Eficiência Termo-Higro-Energética e Programação Horária ......................... 93 4.1.10 Carga Térmica do Ambiente e Dimensionamento ....................................... 100 4.1.11 Curva de Temperatura e Umidade Versus Frequência e Automação por Sensores ........................................................................................................ 103 4.1.12 Energia Elétrica dos Sistemas de Climatização ........................................... 109 4.1.13 Comparativo de Estratégias de Uso Misto ................................................... 111 4.1.14 Considerações Finais.................................................................................... 115 5 5.1 6 6.1 6.2 CONCLUSÕES ............................................................................. 116 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................. 117 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................... 119 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CITADAS ..................................... 119 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS .......................... 128 i LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Diagrama simplificado de um conversor de frequência. ....................................... 14 Figura 2 - Potência útil do motor de indução em função da frequência de acionamento. ..... 16 Figura 3 - Rendimento de motor de indução trifásico 75CV para várias frequências de acionamento e diferentes níveis de carga .......................................................... 18 Figura 4 - Rendimento de motor de indução trifásico 15CV para várias frequências de acionamento e diferentes níveis de carga .......................................................... 18 Figura 5 - Principais tipos de ventiladores. ............................................................................ 21 Figura 6 - Variação linear do torque e cúbica da potência. .................................................... 22 Figura 7 - Variação da vazão (Válvula versus Controle de velocidade). ............................... 23 Figura 8 - Carta psicrométrica e vetores de resfriamento evaporativo.. ................................ 25 Figura 9 - Funcionamento e principais componentes de sistemas de resfriamento evaporativo tipo painel ...................................................................................... 26 Figura 10 - Instalação em descarga direta no ambiente. ........................................................ 27 Figura 11 - Esquema de transformador de potência com óleo resfriado evaporativamente.. 31 Figura 12 - Potencial de aplicação do resfriamento evaporativo no Brasil............................ 33 Figura 13 - Variação da Efetividade com aumento de velocidade......................................... 34 Figura 14 - Fontes primárias para geração de energia elétrica no Brasil. .............................. 36 Figura 15 - Consumo de energia elétrica no Brasil por setores.. ........................................... 38 Figura 16 - Consumo de energia elétrica no setor industrial no Brasil. ................................. 39 Figura 17 - Diagrama de conforto térmico humano. .............................................................. 41 Figura 18 - Localização da edificação em estudo.. ................................................................ 45 Figura 19 – Detalhes dos exaustores eólicos.. ....................................................................... 46 Figura 20 - Dimensões do resfriador evaporativo Bb100 Munters. ....................................... 47 Figura 21 – Dimensões dos ventiladores EM30. ................................................................... 49 Figura 22 - Equipamentos utilizados na medição de temperatura, umidade e velocidade do ar ........................................................................................................................ 51 Figura 23 - Equipamentos utilizados na medição de energia elétrica e consumo de água..... 52 ii Figura 24 - Galpão e pontos de instalação de equipamentos..................................................53 Figura 25 - Legenda dos pontos do galpão............. ............................................................... 53 Figura 26 – Detalhes da localização de medidores climáticos............. .................................. 55 Figura 27 - Esquema Elétrico de conexão dos medidores de energia SAGA 3000 no quadro de força e comando do SRE.. ............................................................................ 57 Figura 28 - Detalhes de instalação de medidores de energia elétrica..................................... 58 Figura 29 - Detalhes de instalação do hidrômetro. ................................................................ 59 Figura 30 - Funcionamento do compressor de ar condicionado automatizado. ..................... 64 Figura 31 – Parte interna do galpão: Simulação versus Campo............................................. 66 Figura 32 - Comparativo de alternativas de uso misto ao longo do ano. ............................... 67 Figura 33 - Potência elétrica ativa ao longo de cada dia na mesma frequência de acionamento....................................................................................................... 70 Figura 34 - Redução de potência ativa apenas nos ventiladores e no sistema como um todo em relação ao acionamento direto. ............................................................ 71 Figura 35 - Temperatura externa e interna com o SRE desligado. ........................................ 72 Figura 36 - Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 25Hz. ...................................................................... 73 Figura 37 - Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 30Hz. ...................................................................... 73 Figura 38 - Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 35Hz. ...................................................................... 74 Figura 39 - Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 40Hz. ...................................................................... 74 Figura 40 - Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 45Hz. ...................................................................... 75 Figura 41 - Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 50Hz. ...................................................................... 75 Figura 42 - Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 55Hz. ...................................................................... 76 Figura 43 - Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 60Hz. ...................................................................... 76 iii Figura 44 - Extremos internos e externos de temperatura para cada frequência de acionamento....................................................................................................... 77 Figura 45 - Extremos de umidade relativa externa e de aumento de umidade relativa para cada frequência de acionamento ........................................................................ 77 Figura 46 – Influência mútua de temperatura e umidade relativa. ......................................... 78 Figura 47 - Máximas reduções de temperatura e frequências responsáveis .......................... 79 Figura 48 - Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE desligado. ............. 80 Figura 49 - Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE desligado. .............. 80 Figura 50 - Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 25Hz. ................. 81 Figura 51 - Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 25Hz.. ................. 81 Figura 52 - Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 30Hz. ................. 81 Figura 53 - Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 30Hz. .................. 81 Figura 54 - Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 35Hz. ................. 81 Figura 55 - Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 35Hz. .................. 81 Figura 56 - Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 40Hz .................. 82 Figura 57 - Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 40Hz.. ................. 82 Figura 58 - Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 45Hz. ................. 82 Figura 59 - Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 45Hz. .................. 82 Figura 60 - Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 50Hz. ................. 83 Figura 61 - Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 50Hz. .................. 83 Figura 62 - Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 55Hz. ................. 83 Figura 63 - Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 55Hz. .................. 83 Figura 64 - Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 60Hz.. ................ 83 Figura 65 - Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 60Hz ................... 83 Figura 66 - Consumo de água em um painel evaporativo para cada frequência de acionamento....................................................................................................... 85 Figura 67 – Velocidade média do ar de saída do SRE para cada frequência de acionamento....................................................................................................... 86 Figura 68 - Relação da velocidade do vento com a efetividade do sistema. .......................... 87 iv Figura 69 - Efetividade mínima, média e máxima calculada para cada frequência. .............. 92 Figura 70 - Comportamento da efetividade para cada frequência ao longo de um dia. ......... 93 Figura 71 - Comportamento horário da temperatura interna e os limites de conforto. .......... 95 Figura 72 - Comportamento horário da umidade relativa interna e os limites de conforto. .. 97 Figura 73 - Comportamento horário de eficiência Termo-Higro-Energética. ....................... 99 Figura 74 - Obtenção de temperatura de bulbo seco de saída do painel. ............................. 102 Figura 75 - Ajuste de potência ativa (W) por frequência de acionamento (Hz). ................. 104 Figura 76 - Ajuste de frequência de acionamento por temperatura externa......................... 106 Figura 77 - Ajuste de frequência de acionamento por umidade relativa externa. ................ 108 Figura 78 - Comportamento da potência elétrica ativa com uso misto de sensores............. 109 Figura 79 - Comportamento mensal do consumo de energia elétrica. ................................. 110 Figura 80 - Comportamento mensal da demanda máxima de energia elétrica . .................. 111 Figura 81 - Comparativo de demandas mensais entre estratégias de climatização. ............. 112 Figura 82 - Comparativo de demanda entre estratégias de uso do conversor de frequência no SRE .................................................................................................................... 113 Figura 83 - Economia anual de energia elétrica com uso de sistemas mistos com SRE em relação ao uso do condicionador de ar ao longo de todo o ano ....................... 114 v LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Dados dos resfriadores evaporativos. ................................................................... 47 Tabela 2 - Dados do motor de indução do ventilador. ........................................................... 48 Tabela 3 - Dados do motor de indução da bomba d’água. ..................................................... 48 Tabela 4 - Dados da bomba d’água........................................................................................ 48 Tabela 5 – Ventilador do painel evaporativo ......................................................................... 49 Tabela 6 - Dados do conversor de frequência. ....................................................................... 50 Tabela 7 - Dias de medição (2011). ....................................................................................... 56 Tabela 8 - Dados de temperatura e umidade relativa ............................................................. 88 Tabela 9 - Dados de energia elétrica, água e velocidade do vento......................................... 89 Tabela 10 - Estatística descritiva de temperatura e umidade relativa .................................... 90 Tabela 11 - Garantia de manutenção da temperatura abaixo de 32 °C .................................. 96 Tabela 12 - Garantia de manutenção da umidade relativa (%) acima de 40%....................... 97 Tabela 13 - Constantes da expressão da Eficiência Termo-Higro-Energética ....................... 98 Tabela 14 - Frequências acionadas nos períodos e respectivas potências ativas médias ..... 100 Tabela 15 - Características dos materiais utilizados na simulação de carga térmica ........... 101 Tabela 16 - Valores obtidos a partir da análise de temperatura externa .............................. 105 Tabela 17 - Construção do gráfico para sensor de temperatura ........................................... 105 Tabela 18 - Valores obtidos a partir da análise de umidade relativa externa ....................... 107 Tabela 19 - Construção do gráfico para sensor de umidade relativa ................................... 107 Tabela 20 - Características dos materiais utilizados na simulação de carga térmica ........... 110 vi RESUMO FONSECA, A. L. A. ANÁLISE DO USO DE CONVERSOR DE FREQUÊNCIA NA VENTILAÇÃO FORÇADA DE SISTEMAS DE RESFRIAMENTO EVAPORATIVO VISANDO A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA. 2012. 144fls. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Edificações e Ambiental), Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2012. Esta dissertação tem como objetivo geral analisar o uso de conversores de frequência que acionam a máquina de indução acoplada à ventilação forçada de um sistema de resfriamento evaporativo do tipo direto. Compara o uso do conversor de frequência e do sistema na partida direta, para verificar a eficiência elétrica do sistema. Uma vez que a própria estrutura tarifária no período seco possui influência direta na característica da matriz de geração de energia hidrelétrica e de sua sazonalidade, que diminui seu potencial substancialmente durante este período, o uso de sistemas de resfriamento evaporativo adiabático se torna energeticamente mais eficiente que os condicionadores de ar nesse período, além de poder proporcionar melhoria no conforto térmico. Variando a velocidade de rotação do ventilador com o conversor de frequência, este tipo de sistema tem sua eficiência aumentada. A análise do conjunto é efetuada observando também a influência efetiva na temperatura e umidade relativa do ambiente. Os dados foram coletados em campo, em galpão adequado com 3 sistemas de resfriamento evaporativo. A partir dos resultados obtidos estratégias ou alternativas de automatização do sistema com uso de programador horário e sensores são simuladas e comparadas em conjunto com o condicionador de ar (simulado em Energy Plus) em sistemas sazonais mistos, com o uso do resfriamento evaporativo no período seco e do condicionador de ar no período úmido do ano. Palavras-chave: Variador eletrônico de velocidade, Consumo de Energia, Painéis evaporativos. vii ABSTRACT FONSECA, A. L. A. ANALYSIS OF THE USE OF FREQUENCY CONVERTER FOR FORCED VENTILATION OF EVAPORATIVE COOLING SYSTEM IMPROVING ENERGY EFFICIENCY. 2012. 144p. Dissertation (Master in Building Engineering and Environmental), Faculty of Architecture, Engineering and Technology, Federal University of Mato Grosso, Cuiabá, 2010. This dissertation is meant to examine the use of frequency converters that trigger a induction machine coupled with a forced ventilation system of the direct evaporative cooller. It compares the use of the drive and start directly in the system to verify the electrical efficiency of the system. Once the tariff structure itself during the dry period has a direct influence of the characteristic matrix of hydroelectric power generation and seasonality, which decreases its potential substantially during this period, the use of adiabatic evaporative cooling systems becomes more energy efficient than air conditioners during this period, and can provide improved thermal comfort. By varying the rotation speed of the fan with the drive this type of system has increased its efficiency. The analysis of the set is also made by observing the influence on the effective temperature and relative humidity. Data were collected in the field, shed with 3 adequate evaporative cooling systems. The results obtained from alternative strategies or automation system with the use of programmer time and sensors are simulated and compared together with the air conditioner (simulated in Energy Plus) in seasonal mixed systems, with the use of evaporative cooling in dry and air conditioner in wet period of the year. Keywords: Variable speed device, Energy Consumption, Evaporative panels. 1 1 INTRODUÇÃO Atualmente tanto no setor industrial, comercial e residencial brasileiro a utilização de sistemas de condicionadores de ar tem ocupado um lugar de destaque pela alta amplitude de seu impacto tanto na demanda, quanto no consumo de energia elétrica. No período seco do ano sendo a matriz de energia elétrica nacional proveniente de fonte hidráulica em 76,9 % de acordo com o Balanço Energético Nacional (2010) e apresentar uma baixa na geração neste período, o uso de sistemas de resfriamento evaporativo como alternativo a sistemas de condicionador de ar se torna interessante. Este tipo de sistema, que utiliza a evaporação da água no ar, é mais eficiente no clima quente e seco e, consome pequena parcela da energia elétrica necessária em relação a um sistema de condicionador de ar para proporcionar conforto térmico adequado. Posteriormente à crise energética nacional de 2001, a administração pública vem adotando medidas para aumentar a eficiência energética nos setores de geração, produção e consumo de energia elétrica. Todo este processo envolve desde os fabricantes de equipamentos, que procuram produzir seus produtos com maior eficiência, adquirindo qualificação adequada de órgãos competentes, assim como, os produtores e distribuidores de energia elétrica e até mesmo consumidores finais utilizam diversas medidas para racionalizar o uso da energia elétrica. O poder legislativo também atuou no processo de aumento da eficiência energética através de diversas leis, tais como a 10.295/2001 em que estabelece níveis máximos de consumo de equipamentos de energia elétrica, divididos em grupos específicos, ou através de valores mínimos de eficiência. A Lei 9.991/2000 que trata dos investimentos que devem ser feitos pelas concessionárias em pesquisa e desenvolvimento, assim como, em eficiência energética, também figura neste cenário. No entanto, a eficiência energética é vantagem para as concessionárias, uma vez que tal ação disponibiliza o aumento do número de consumidores sem grandes necessidades de reforma no sistema de distribuição. Estudos em todo o mundo comprovam a maximização da eficiência através do uso de conversores de frequência que reduzem notadamente o consumo de energia elétrica quando se torna necessária a variação da velocidade das máquinas 2 mecânicas acionadas por motores elétricos de indução, que por serem mais robustos e baratos dominam o mercado de máquinas elétricas. No Brasil o setor industrial consome cerca de 43,7% da energia elétrica nacional e destes 49% tratam-se de sistemas motrizes de acordo com o Balanço Energético Nacional (2010). O restante do consumo da energia é distribuído entre os setores residencial, comercial e público e o uso de sistemas de resfriamento evaporativo pode ser aplicado a todos estes setores no período seco do ano e também no setor industrial, sendo com ou sem uso de conversores de frequência na ventilação forçada. No estado de Mato Grosso a atividade econômica predominante possui caráter agropecuário. Na atividade pecuária sistemas de resfriamento evaporativo são utilizados para manutenção de temperatura do ambiente aumentando a produção. Para a atividade agrícola se faz necessário o armazenamento de grãos e para isto se utiliza sistemas de ventilação e exaustão para controle de umidade. O enfoque desta pesquisa é a análise do uso do conversor de frequência na ventilação forçada de sistemas de resfriamento evaporativo e em sua viabilidade em comparação a partida direta e aos condicionadores de ar. O beneficio em utilizar estes sistemas no período seco do ano, onde o mesmo apresenta maior eficiência de resfriamento é analisado, com o uso de condicionadores de ar no restante do ano, no estado de Mato Grosso, mas especificamente na cidade de Cuiabá, em um galpão no bairro Morada do Ouro, onde problemas de alta temperatura e baixa umidade no período seco ocasionam desconforto térmico. A partir da metodologia e equacionamento apresentados sistemas semelhantes poderão ser avaliados em outras edificações existentes. Subsídios para a automação de sistemas de resfriamento evaporativo semelhantes ao utilizado nesta pesquisa são fornecidos, comparando estratégias de automação quanto à eficiência energética. Este estudo leva em conta além da eficiência energética as alterações nas variáveis térmicas do ambiente em estudo, não verificando apenas a vazão e a carga instalada no ventilador, mas também focando principalmente a redução da potência ativa e nas alterações de temperatura e umidade do ambiente interno. 3 1.1 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA O estudo comparativo entre sistemas de resfriamento evaporativo e condicionadores de ar é relativamente novo. Entretanto, as vantagens do uso dos sistemas de resfriamento evaporativo tanto na eficiência energética, quanto no aumento da umidade do ar no período seco foram evidenciados. Espera-se ainda que a eficiência energética possa ser maximizada com o uso de conversores de frequência e dispositivos de automação e controle, tais como, programadores horários e sensores de temperatura e umidade, para controlar a frequência de acionamento na ventilação forçada dos sistemas em estudo. Sabe-se que, a temperatura interna de uma edificação varia ao longo do dia e pode não necessitar de maiores velocidades do ventilador nos períodos de temperatura mais baixa, no inicio do dia e fim de tarde, e aproveitando essas variações entraria o uso da automação no processo. Acionar motores elétricos de indução através conversores de frequência é uma alternativa amplamente usada. No entanto, nesta pesquisa, observam-se também variáveis climáticas como temperatura e umidade, além das variáveis usuais, tais como potência ativa, vazão e pressão. Portanto, o presente trabalho apresenta nova metodologia de análise em uma aplicação especifica deste equipamento eletrônico, mais precisamente em sistemas de resfriamento evaporativo. Assim sendo, percebese que os fabricantes, vendedores e consumidores em geral, têm aplicado no Brasil, conversores de frequência na ventilação forçada desses sistemas, sem que um estudo específico para analisar a viabilidade de seu uso e a análise comportamental das variáveis envolvidas no processo. Os fabricantes melhoram a eficiência desses sistemas através dos materiais utilizados no filtro, com adequada escolha do tipo do rotor do ventilador, assim como do sistema de aspersão de água e por fim, com o intuito de tornar o sistema eficiente e automatizado utilizando o conversor de frequência, graças ao sucesso obtido na eficiência de sistemas de ventilação e exaustão isolados. Esta pesquisa possui o objetivo geral de quantificar a eficiência energética e efetuar a análise de sua maximização em sistemas de resfriamento evaporativo através do uso de conversores de frequência, observando as alterações em variáveis 4 energéticas, assim como, nas variáveis elétricas de demanda e consumo de energia elétrica ativa, sugerindo a utilização deste em substituição ao condicionador de ar durante o período seco do ano em instalações adequadas para alívio da geração no período seco onde a geração de energia de fonte hidráulica sofre queda considerável em seu potencial. 1.2 ESTADO DA ARTE De acordo com Camargo (2009) a busca pelo resfriamento e por condições adequadas de temperatura datam desde a pré-história da humanidade. Os efeitos do resfriamento evaporativo são observados próximos a cachoeiras, onde ocorre o processo de resfriamento do ar pela passagem do vento e evaporação da água. Desde aproximadamente a 2500 A.C. no antigo Egito, onde foram registrados em afrescos desenhos de escravos utilizando jarras de água para resfriar os cômodos da realeza. No mesmo local também foram utilizados métodos de resfriamento evaporativo, como o uso de potes porosos contendo água, piscinas e rampas com lâminas d’água, tudo com o objetivo de tornar a temperatura interna mais agradável. De registro, o primeiro mecanismo de resfriamento evaporativo foi construído por Leonardo da Vinci (1452-1519). Em um sistema compostos por uma roda d’água oca, com uma passagem de ar com a finalidade de guiar o ar resfriado, o efeito da evaporação da água no ar em movimento era obtido com a movimentação da roda. Roberto Boyle (1627-1691) desenvolveu a Lei de Boyle em que se a temperatura do gás seco for constante, então seu volume varia inversamente à pressão exercida nele. No século XVIII Bernoulli, Pitot, Euller, Chezy entre outros, desenvolveram a fluidodinâmica através do uso da física-matemática. Diversos outros cientistas colaboraram para o desenvolvimento da Psicrometria, que constitui a ciência que estuda as características e as propriedades do ar, e culminou com o desenvolvimento das cartas Psicrométricas por William Carrier (1876-1950). A manipulação dos fluídos estudados na ciência trouxeram uma imensa evolução na construção de ventiladores industriais que atualmente vêm sendo instalados com acionamento por conversor de frequência, porém experimentos que comprovam a eficiência energética já vêm sendo feitos há algum tempo. Rozner et al. 5 (1985) demonstram a aplicação de conversores de frequência para ventilação e bombeamento de água calculando um tempo de retorno de investimento de 2,8 anos na substituição do sistema de controle de vazão via válvula por sistema de acionamento de frequência variável naquela época. Um comparativo de métodos de controle de vazão numa torre de resfriamento, cuja ventilação é composta por quatro ventiladores de 200HP cada um, foi executado por Cassidy e Stack (1988). Verificou-se que o controle através do uso de componente eletrônico se mostrou como melhor alternativa em face ao uso do damper obtendo economia anual de 83% em comparação ao consumo dos ventiladores funcionando à plena carga. Encontrava-se, então, o uso do conversor de frequência em um sistema de resfriamento evaporativo, uma vez que as torres de resfriamento fazem uso da evaporação da água no vento para resfriar. Graff e Weiss (1991) mostram a utilização de acionador eletrônico para controlar a velocidade de um ventilador de 8000HP, em Minessota, Estados Unidos, mais especificamente em uma usina geradora de eletricidade. O controle de vazão tradicional através de válvula de estrangulamento tipo damper foi substituído por dispositivo eletrônico devido ao alto nível de ruído na região que trazia incômodos à comunidade. De forma semelhante Oliver et al. (1992) mostram a redução de potência de cada ventilador cujo controle de vazão era obtido via válvula de estrangulamento tipo damper de 3000HP para 250HP estimando uma economia anual superior a 1,5 milhões de dólares. A preocupação com as consequências da variação da velocidade do vento em um sistema de resfriamento evaporativo, com outros parâmetros controláveis e em forma de túnel de vento é apresentado por Liao e Chiu (2001). Neste sistema se faz utilização do conversor de frequência para variar a velocidade do ar. Os resultados demonstram que o aumento da velocidade pode resultar em diminuição da eficiência de redução de temperatura a partir de determinada velocidade e este efeito se torna mais evidente no filtro de espessura fina de esponja de PVC. Resultados semelhantes foram obtidos por Castro e Pimenta (2004) que demonstram modelagem matemática e simulação de sistemas de painéis evaporativos 6 diretos, comparando curvas experimentais fornecidas por fabricantes com as estimativas dadas pelo modelo matemático e obtendo êxito neste aspecto. Massiero (2006) já avança nesses estudos efetuando comparativo entre um sistema de resfriamento evaporativo e um sistema de condicionador de ar tradicional em células teste idênticas levantando as vantagens e desvantagens no uso da primeira alternativa. Em vista do crescente uso de sistemas de resfriamento evaporativo no Brasil, tanto em pesquisas, quanto em aplicações Carossi (2006) desenvolve um estudo do potencial de aplicação destes sistemas em território nacional através de mapas climáticos e modelos matemáticos. Regionaliza cada estado do país e indicando os meses do ano em que o uso de tais sistemas se torna mais atraente por proporcionar condições climáticas dentro de parâmetros adequados de conforto térmico. O controle da velocidade do ar é tratado na dissertação de Moreira (2006) com o uso de conversores de frequência em ventilador industrial com o intuito de obter uso racional de energia elétrica comparando com o uso de válvula damper para efetuar controle de vazão, concluindo que ocorre economia de potência ativa de até 80%. Com esta e outras alternativas e técnicas de controle de pluma incorporadas em torres de resfriamento a fim de maximizar a eficiência energética, Wang e Xu (2008) efetuam simulações em software TNRSYS. Concluem que em alguns dos casos simulados, dentre os propostos, se obteve eficiência energética positiva. Dentre as alternativas de resultados positivos as que obtiveram maior redução de potência ativa foram os que fizeram uso do conversor de frequência. Aplicando o variador eletrônico de velocidade no Brasil, Teruel et al. (2008) utilizam um sistema de interface homem - máquina (IHM) para redução de potência ativa de sistemas de resfriamento evaporativo através do controle da velocidade deste com o intuito de resfriar certa massa de produto obtendo 82% de economia de energia com 56% da rotação nominal do motor. Moreira (2009) repete seu experimento com o ventilador controlado por conversor de frequência novamente, reduzindo a frequência mínima de acionamento para 25Hz e devido a este fato aumentando a potência ativa economizada para cerca de 89% em relação ao uso de válvulas de estrangulamento. 7 1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA O enfoque deste estudo é o acionamento da ventilação forçada do sistema de resfriamento evaporativo, tipo painel, por conversor de frequência observando a influência da variável velocidade do vento no processo de evaporação da água, na variação da temperatura e umidade relativa do ambiente, utilizando um estudo de caso próprio para evidenciar conclusões esperadas no uso da variação de velocidade. A variação da velocidade do vento é obtida através da variação da rotação do motor proveniente da variação da frequência da tensão de alimentação obtida através do conversor de frequência. Constitui proposta desta pesquisa verificar a eficiência energética de possíveis automações posteriores do sistema de resfriamento evaporativo, e para as opções sugeridas foram levadas em consideração as variações da temperatura e da umidade do ambiente. 1.4 CONTRIBUIÇÃO DESTA PESQUISA Esta pesquisa a partir da revisão bibliográfica em conjunto aos experimentos de campo e a simulação em software adequado, pretende-se alcançar os seguintes objetivos específicos: 1) Demonstrar que o uso do conversor de frequência na ventilação forçada de sistemas de resfriamento evaporativo constitui uma técnica adequada para a redução de demanda de potência ativa pelo motor trifásico de indução implicando em uma redução de demanda e economia de energia elétrica ativa no uso das diferentes alternativas de sistemas mistos sazonais que utilizam no período adequado o resfriamento evaporativo acionado de diversas formas e o condicionador de ar no restante do ano; 2) Trazer a tona que, no período adequado do ano, o sistema de resfriamento evaporativo possui alto potencial de aplicação pelo aumento da efetividade com baixa umidade no ar, evidenciando a maximização da eficiência energética através do acionamento do conversor de frequência e demonstrar isto com dados de campo; 3) Evidenciar a característica do sistema de resfriamento evaporativo em perder efetividade com o aumento da velocidade do vento que cruza o 8 mesmo para o caso em estudo e as influências mútuas de variação de vazão e de efetividade do sistema nas variáveis envolvidas no resfriamento evaporativo; 4) Comparar adequadamente o sistema de resfriamento evaporativo com o uso do condicionador de ar quanto à eficiência energética; 5) Criar e executar metodologia que a partir da coleta de dados efetuada os mesmos possam ser utilizados na construção de estratégia de automação para incorporação de inteligência artificial no sistema; Dos resultados provenientes deste trabalho pretende-se fornecer subsidio argumentativo para o uso alternativo de sistemas de resfriamento evaporativo em conjunto com conversor de frequência e em substituição ao condicionador de ar, durante o período seco do ano. Esta solução pode ser aplicada em projeto de eficiência energética adotado por concessionárias de energia elétrica, financiando as adaptações necessárias, adequadas ao uso destes sistemas mistos sazonais propostos. 1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO Dentro da proposta de estudo, além do capítulo 1, a estrutura do restante do trabalho foi desenvolvida em capítulos, conforme segue: O capítulo 2 apresenta o subsidio teórico para o entendimento da pesquisa como um todo, abordando o motor elétrico de indução, o conversor de frequência, relações entre motor, conversor de frequência e carga acionada, acoplamento motor e carga, sistemas de ventilação e exaustão, sistemas de resfriamento evaporativo. Enfatiza também a aplicação de conversores de frequência em sistemas de resfriamento evaporativo, o modelo matemático do painel evaporativo, a eficiência energética e consumo de energia elétrica no Brasil e em Mato Grosso, a automação a favor da eficiência energética, aspectos de conforto térmico e sobre o software Energy Plus. O terceiro capítulo apresenta o descritivo do galpão utilizado nas medições do sistema de resfriamento evaporativo cuja ventilação forçada axial é acionada via fonte de frequência variável. Uma descrição metodológica da experimentação, assim 9 como, de todos os equipamentos envolvidos neste trabalho é efetuada. Uma descrição do modelo simulado em Energy Plus é desenvolvida. No quarto capítulo a apresentação e a análise dos resultados foram efetuadas para 8 frequências de acionamento (entre 25 a 60Hz), temperatura e umidade do ambiente, velocidade do vento, potência elétrica ativa e consumo de água. O desempenho da envoltória é apresentado, e um dos principais enfoques é evidenciar o quanto vantajoso é o uso do conversor de frequência como componente do sistema. Os capítulos finais apresentam as conclusões dos do presente estudo trazendo à tona os resultados da avaliação das alternativas em questão, juntamente com a proposição de trabalhos futuros e sugestões relacionadas com o tema que possam colaborar no uso racional da energia elétrica. 10 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O presente capítulo tem como objeto apresentar a revisão bibliográfica para o tema em estudo envolvendo os principais componentes desta pesquisa e os conhecimentos envolvidos com seu tema. 2.1 MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO, COM ROTOR EM GAIOLA DE ESQUILO, ACIONADO POR CONVERSOR DE FREQUÊNCIA O principal objetivo desta seção é apresentar o motor de indução trifásico com rotor em gaiola de esquilo, que possui este nome devido ao formato de seu rotor contendo barras curto-circuitadas por anéis que o torna parecido com uma gaiola de esquilo. Sua modelagem matemática é demonstrada por Moreira (2006) ressaltando as modificações devido à utilização do conversor de frequência como instrumento para variar a velocidade do mesmo e promover a redução de potência ativa. Posteriormente uma descrição de funcionamento, assim como, uma caracterização do conversor de frequência é efetuada onde seus principais componentes são evidenciados e descritos. O processo de variação de frequência é abordado. 2.1.1 Características do Motor de Indução Trifásico com Rotor em Gaiola de Esquilo Uma máquina elétrica, em geral, pode ser definida como dispositivo que converte energia elétrica em mecânica. Em se tratando especificamente do motor de indução trifásico com rotor em gaiola de esquilo, sabe-se que este é o tipo de motor mais utilizado atualmente em aplicações industriais em contraposição com o motor de corrente contínua. De acordo com Franchi (2010) isso se deve ao seu tempo de vida elevado, seu baixo custo de manutenção, devido a sua robustez, ao seu baixo custo de aquisição, menor tamanho, apresentar maior rendimento, processo de rebobinagem mais simples de se executar, eficaz, acessível e proporcionar ao sistema uma carga equilibrada, outro fator é a disponibilidade de motores de indução de várias potências nominais. 11 Santos et al. (2001) destaca que cerca de 24% da energia elétrica nacional é consumida por motores elétricos industriais, deixando de incluir os setores residencial e comercial onde a aplicação destes motores também é efetuada. De acordo com Del Toro (1990) o motor de indução também pode ser chamado de assíncrono, pois seu rotor pode girar a qualquer velocidade abaixo de sua velocidade síncrona teórica, que é função do número de pólos da máquina em questão e da frequência utilizada em seu acionamento. Os motores de indução possuem a característica básica de necessitarem de excitação única, embora apresentem dois enrolamentos, apenas o enrolamento de campo é conectado a rede de energia elétrica e por indução eletromagnética o enrolamento de armadura é induzido como consequência da Lei de Faraday da Indução Eletromagnética. A interação entre os campos magnéticos provenientes da excitação e da consequente indução, se somados ponto a ponto, resultam em um campo magnético de módulo constante, que gira e proporciona a rotação do rotor. Este campo é denominado Campo Magnético Girante. Existem modelos matemáticos em circuitos elétricos de motores de indução que abrangem vários níveis de complexidade. Incluem ou não, parâmetros adequados de acordo com os estudos em que são utilizados. Para qualquer máquina elétrica a velocidade síncrona é dada pela Eq. 1. (Del Toro, 1994). NS 120 f p Eq. 1 Onde: : Velocidade síncrona do campo girante (rpm); f : Frequência fundamental da tensão de alimentação (Hz); p : Número de pólos do motor; De acordo com a Eq. 1 as variáveis que possibilitam a variação da velocidade de rotação de qualquer máquina síncrona são o número de pólos e a frequência de alimentação da tensão nos terminais da máquina. A variação de frequência é, atualmente, a maneira mais utilizada na variação da rotação do motor de indução até mesmo porque outras formas de variação de velocidade, como a variação do número 12 de pólos implica mudanças construtivas no motor, o que resulta em um encarecimento, tanto na construção quanto na manutenção do mesmo. Entretanto, tratando-se especificamente do motor de indução com rotor em gaiola de esquilo, uma diferença existe entre a velocidade síncrona determinada pela Eq. 1 e a velocidade de rotação do rotor. Esta diferença de velocidade é denominada de escorregamento. A velocidade do rotor, adicionando a influência do escorregamento, será então dada por Eq. 2. (Fitzgerald, 2008) N (1 s ) N s Eq.2 Onde: s : Velocidade do eixo do motor (rpm); : Escorregamento; Uma vez que o escorregamento do motor de indução varia entre 4 a 6%, a velocidade do motor de indução trifásico, de rotor tipo gaiola acaba se tornando diretamente proporcional a velocidade síncrona, que por sua vez, é também proporcional a frequência de alimentação do motor. Assim, variando a frequência de alimentação se alcança por conseqüência a variação da velocidade rotacional do eixo do motor de indução e a Eq. 2 em conjunto a Eq. 1 acabam evidenciando esta relação existente entre frequência de acionamento e velocidade rotacional do eixo do motor. O motor de indução quando acionado via partida direta, solicita, de acordo com Franchi (2009), no instante da partida, um pico de 6 a 8 vezes a corrente nominal do motor. Grande parte dos conversores de frequência já incorpora em seu mecanismo eletrônico que possibilita o acionamento suave do mesmo. O motor de indução trifásico é o mais utilizado no setor industrial por não possuir dispositivos agregados para auxiliar o motor durante a partida do mesmo diferente do motor de indução monofásico que necessita de capacitor para o acionamento. Sendo o motor de indução trifásico de rotor em gaiola o mais robusto, implicando em menor custo de aquisição e manutenção, este motor é o mais utilizado em aplicações industriais e os conversores de frequência são na maioria das vezes projetados para acionar tais tipos de máquina. Outras características básicas do motor de indução estão relacionadas com seu regime de serviço, grau de proteção de seu invólucro quanto à penetração de 13 líquidos e sólidos, categoria de conjugado escolhida de acordo com a carga acoplada ao seu eixo, tensão nominal múltipla, fator de potência, rendimento percentual, fator de serviço, corrente nominal múltipla, potência do motor, frequência nominal, número de fases e rotação nominal. Esses dados são todos obtidos na placa do motor de indução e por este motivo recebem o nome de dados de placa. 2.1.2 Características do Conversor de Frequência Conversor de frequência é um dispositivo que está vinculado à eletrônica de potência, que a partir de uma alimentação de frequência de entrada fornecem tensão PWM de frequência ajustável. A aplicação da fonte de frequência ajustável para motor elétrico de indução vem, com o passar do tempo e com estudos relacionados em eletrônica de potência, evoluindo juntamente com os microprocessadores, que efetuam o controle do conversor de frequência. Usualmente o termo utilizado para o conversor de frequência é inversor de frequência, no entanto este termo não é correto, como justifica Franchi (2010), em seu livro, conforme segue: O termo tecnicamente correto para o dispositivo de variação de velocidade é conversor de frequência, pois a etapa inversora converte CC em CA, sendo o conversor de frequência responsável pela conversão de uma frequência de entrada de aproximadamente 60 Hz em um valor a ser definido pelo usuário. O termo conversor de frequência é empregado por alguns fabricantes, entretanto a denominação inversor de frequência tornou-se muito popular e é largamente utilizada por diversos fabricantes e usuários, sendo este o termo utilizado neste livro. Internamente a fonte de frequência ajustável é composta basicamente em quatro blocos, sendo estes um retificador, um circuito intermediário, um inversor e um circuito de controle, que geralmente é microprocessado. Os componentes do conversor de frequência são ilustrados na Fig. 1, assim como também as relações existentes entre cada componente. 14 Figura 1 – Diagrama simplificado de um conversor de frequência Fonte: Franchi (2010) O retificador é o componente que executa a primeira etapa do processo, transformando o sinal de tensão alternado senoidal em contínuo. O circuito intermediário tem função de regular a tensão contínua de entrada do inversor, pode ser apenas um filtro passivo ou circuitos reguladores de tensão contínua. O inversor através de chaveamentos adequados converte o sinal contínuo em alternado na frequência escolhida pelo usuário, sendo o circuito de controle o responsável por fornecer o disparo que proporciona a frequência ajustada. O circuito de controle constitui a inteligência artificial do dispositivo, obtida graças aos microprocessadores utilizados. Deve monitorar e manter os sinais em níveis adequados de tensão e frequência ajustada. Através deste que o usuário controla a frequência de acionamento, por isso possui duplo sentido para o exterior na Figura 1. O conversor de frequência pode ser classificado de acordo com o número de fases de entrada, número de fases na saída. Sendo assim, pode ser de entrada monofásica e saída trifásica para aplicações rurais onde a rede de alimentação é monofásica, ou pode possuir entrada trifásica e saída trifásica, para aplicações industrias ou onde o sistemas de suprimento de energia é trifásico. O método de controle da tensão mais utilizado é o da modulação por largura de pulso, Pulse Width Modulation, método que consiste na variação da largura dos pulsos dos transistores de potência de modo a obter na saída uma forma de onda de corrente próxima a senoidal. 15 Na modulação por largura de pulso simples a forma de onda da tensão de saída consiste em um único pulso a cada semiciclo de tensão de saída requerida. Para uma determinada frequência, que é inverso do período, a largura do pulso pode variar a fim de controlar a tensão de saída AC (AHMED, 2000). Assim os conversores podem apresentar modulação por largura de pulso simples ou múltipla, onde vários pulsos são utilizados, ou ainda ser senoidal utilizando uma onda senoidal como referência para produzir o sinal de saída. A classificação também pode ser efetuada quanto ao método de controle do conversor de frequência, que pode ser escalar, mantendo a relação constante entre tensão e frequência na saída ou de controle vetorial para processos com maior necessidade de controle dinâmico e precisão. 2.1.3 Conversor de Frequência Acionando o Motor de Indução O conversor de frequência tem função principal de acionar motores de indução fornecendo para o mesmo o ajuste de velocidade e, em consequência a economia de potência ativa quando o uso da velocidade nominal não é necessário. A fonte variável de velocidade acionando o motor de indução altera seu rendimento para várias freqüências. De acordo com a WEG (2010), a potência elétrica útil do motor pode ser calculada de acordo com a frequência de acionamento do conversor. Para isso a potência convertida em trabalho mecânico pelo motor quando acionado em sua frequência nominal (no Brasil é 60Hz) em partida direta e regime permanente é mostrada na equação 3. P60Hz Pútil Eq.3 Sabendo a potência útil pode-se para cada frequência estimar o consumo de energia a partir da equação 4. Pútil f Pf nom. f ac. Eq.4 16 Para se efetuar um gráfico genérico pode-se considerar a potência útil como sendo unitária e o resultado multiplicado por 100, assim obtêm-se a potência demandada até a frequência nominal, que é 60Hz, de acordo com a adaptação sugerida: 100 10 Pf 60 f ac. 6 f ac. Eq.5 Onde: ú . . : Potência percentual demandada na frequência de acionamento (%); : Potência ativa útil demandada pelo motor no acionamento convencional, ou seja, na partida direta (W); : Frequência na qual o motor é alimentado com conversor de frequência (Hz); : Frequência nominal da rede de energia (Hz); Assim um gráfico pode ser construído a partir dos percentuais de potência útil, conforme a frequência acionada, conforme ilustrado na Fig. 2: Figura 2 – Potência útil do motor de indução em função da frequência de acionamento Fonte: adapt. WEG (2010) Depois da frequência de 60Hz o comportamento da potência útil não se torna interessante, e foi suposto constante. Até mesmo porque o objetivo principal deste trabalho é o uso racional da energia elétrica, e utilizar uma velocidade de acionamento acima da nominal não traria este beneficio. Sabendo que as perdas do motor de indução são compostas basicamente de perdas por efeito joule e perdas no núcleo dos enrolamentos do estator e também que 17 a primeira é muito maior que a segunda, pode-se concluir que o rendimento do motor deve cair nas baixas freqüências. Isto se deve ao fato de que, a potência mecânica é diminuída em função da redução da velocidade e embora as perdas no ferro diminuam um pouco, até mesmo por serem função da frequência de acionamento. As perdas por efeito joule se mantêm constante para uma carga de torque constante, de tal forma que as perdas podem ser consideradas constantes. Weg(2010). Com a potência útil diminuindo e as perdas permanecendo praticamente constantes o rendimento percentual cai com a diminuição da frequência de acionamento e pode-se observar isso na equação 6. % Pmec. 100 Pu ( Pjoule Pferro ) Eq.6 Onde: : Rendimento percentual do motor de indução (%); % : Perdas por efeito Joule (W); : Perdas no núcleo de ferro do motor de indução (W); . : Potência mecânica do motor (W); : Potência útil do motor (W); Ensaios também podem demonstrar esta queda de rendimento com a diminuição da frequência de acionamento e isso ocorre para diferentes percentuais de carga mecânica ( Pmec. ) aplicada ao eixo. Para um ensaio de um motor de 75CV, de 6 pólos, tensão de 440V de acionamento e frequência nominal de 50Hz obteve o gráfico disposto na Figura 3: 18 Figura 3 – Rendimento de motor de indução trifásico 75CV para várias frequências de acionamento to e diferentes níveis de carga Fonte: WEG (2010) Para um motor de 15CV, de 4 pólos, tensão de 400V de acionamento e frequência nominal de 50Hz o resultado pode ser observado na Figura 4: 4 Figura 4 – Rendimento de motor de indução trifásico 15CV para várias frequências de acionamento to e diferentes níveis de carga Fonte: WEG (2010) As Fig. 3 e 4 também mostram uma frequência maior que a frequência nominal do motor, afim de evidenciar que acima desta frequência o comportamento do rendimento não é diretamente proporcional a frequência de acionamento como ocorreu com valores de frequên frequência cia de acionamento menores que a frequência nominal. Para Franchi (2010) os motores de indução podem ser modelados como um transformador em que o primário é o estator e o secundário é o rotor. 19 A Eq. 7 fornece o torque na máquina assíncrona, enquanto a equação 8 fornece a tensão aplicada à bobina de um estator, ambas de acordo com Frachi (2010): T m I 2 Eq.7 U1 4, 44 fnom. Ne m Eq.8 Sendo: : Torque ou conjugado do motor de indução (N.m); : Fluxo de magnetização (Wb); : Corrente do rotor (A); : Tensão aplicada a bobina do estator (V); : Número de espiras da bobina do estator (espiras); O fluxo alternado de magnetização m provém da excitação de tensão senoidal U 1 que induz no rotor uma força eletromotriz no rotor U 2 e esta produz um novo fluxo 2 que é diretamente proporcional à tensão U 2 e inversamente proporcional à frequência de acionamento ( f ), de forma demonstrada na proporcionalidade da Eq. 9. 2 U2 f Eq.9 Assim se a relação entre tensão e frequência de acionamento for mantida o torque também o será, pois o fluxo será mantido constante e a corrente do rotor também será mantida constante por ser função do fluxo. Os conversores de frequência de mercado geralmente mantém essa relação por meio de controle da tensão. A tensão nominal do motor acionado por variador eletrônico de velocidade deve então ser observada com o intuito de que a isolação do motor não seja danificada por sobretensão. 20 2.2 SISTEMAS EVAPORATIVO DE VENTILAÇÃO E RESFRIAMENTO Esta seção tem como objeto principal tratar das características do sistema de ventilação utilizado e do sistema de resfriamento evaporativo tipo painel com ventilação forçada, caracterizando-os e tratando de seus princípios e equações que regem o funcionamento. O controle da velocidade do ar em sistemas de ventilação isolados e acoplados ao sistema de resfriamento evaporativo é abordado. Por fim a aplicação do resfriamento evaporativo no mundo e no Brasil com uso do conversor de frequência na ventilação forçada de sistemas destes sistemas são apresentados. 2.2.1 Sistemas de Ventilação Forçada Ventilar para Macintyre (1990) significa deslocar ar, deslocamento este que na prática tem como finalidade a retirada ou fornecimento de ar a um ambiente, ou seja, a sua renovação. Quando a ventilação não é obtida de forma natural, através da própria estrutura edificada se faz necessário a inserção de ventiladores ou exaustores que atuarão na renovação do ar, com objetivo de controlar a poluição do ambiente ou proporcionar melhorias em relação ao conforto térmico aos usuários da edificação. A ventilação forçada em um ambiente pode ser exercida por diversos tipos de ventiladores devido a sua modalidade construtiva, seu nível energético de pressão, as formas das pás do ventilador, o número de entradas de aspiração no rotor e também pelo número de rotores que constituem estágios do ventilador. No Brasil a Norma NBR 10131 da ABNT (1987) classifica os ventiladores de acordo com suas características. Um tipo de classificação é de acordo com as formas de seus rotores que podem ser centrífugos, ou radiais, mistos e axiais. Os ventiladores centrífugos deslocam a partícula perpendicularmente formando um plano normal ao eixo do rotor do ventilador, os axiais deslocam a partícula paralelamente ao mesmo eixo e já os helicoidais forçam as partículas a se deslocarem 21 em uma trajetória mais arredondada, e existem combinações entre estes 3 tipos de ventiladores. A Figura 5 ilustra alguns dos principais tipos de ventiladores e evidencia a trajetória das partículas de ar submissas a propulsão exercida pelos ventiladores, o que acaba por caracterizar diferentes aplicações. Figura 5 – Principais tipos de ventiladores Fonte: Macintyre (1990) Cada modelo devido a sua característica construtiva apresenta uma maior eficiência dependendo da aplicação, possuindo uma curva característica de pressão por vazão. O ventilador de aplicação industrial e comercial é, normalmente acionado por motor elétrico e o acoplamento a este motor pode ser efetuado de forma direta ou ainda através de correias que proporcionam uma velocidade de operação diferente à impressa pelo eixo do motor elétrico. De acordo com Weg (2009) os ventiladores são cargas que possuem torque variável, assim como bombas centrífugas, exaustores e compressores centrífugos. Este tipo de carga possui uma variação de torque em função da vazão como mostrado na Figura 6. 22 Figura 6 - Variação linear do torque e cúbica da potência Fonte: WEG (2009) Moreira et al. (2009) ao comparar o controle de vazão de um ventilador axial por válvula de estrangulamento, ou damper, com a variação da velocidade do motor por conversor de frequência confirma que a redução de vazão pelo segundo método proporciona uma redução da potência ativa requerida em relação ao primeiro método de controle. A restrição de vazão por válvula acaba fornecendo aumento de carga mecânica ao eixo do motor, uma vez que a barreira imposta para redução da vazão através da redução da área pela qual percorre o ar exige maior torque do motor na medida em que a válvula vai aumentando sua restrição à passagem do fluxo de ar. As perdas de carga com controle de vazão por válvula e por controle de velocidade do motor são comparadas por Macintyre (1990). Na Figura 7 é possível perceber que o ventilador que utiliza registro ou válvula, com o aumento da restrição, a carga de pressão do ventilador também é aumentada para o mesmo sistema enquanto a variação da vazão por velocidade do motor diminui a carga no ventilador à medida que a mesma variável também diminui. 23 Figura 7 – Variação da vazão (Válvula versus Controle de velocidade) Fonte: Macintyre (1990) Na ventilação mecânica existem certas proporcionalidades entre as grandezas envolvidas quando ocorre variação de alguma delas, estas proporções são regidas por equações denominadas de Leis de Semelhança. De acordo com Macintyre (1990): (..)por meio de um modelo reduzido, conseguem-se pela aplicação dos princípios de semelhança geométrica, cinemática e dinâmica estabelecer as grandezas correspondentes de um protótipo, que por suas dimensões ou elevada potência não poderia ser ensaiado em laboratório. As três principais equações para o contexto do controle da velocidade de rotação do motor são evidenciadas da seguinte forma por Moreira (2009): Q1 1 Q2 2 H1 1 H 2 2 Eq.10 2 Eq.11 24 3 Pc1 1 Pc 2 2 Eq.12 Sendo: : Vazão “n” (m³/s); : Velocidade de rotação do eixo “n” (RPM); : Altura manométrica ou pressão “n” (Pa); : Potência mecânica no eixo “n” (CV); Entretanto para que as leis acima sejam aplicadas se faz necessário que a densidade do fluído propulsionado seja constante. Pode-se perceber também que conforme visto na Figura 6, a potência mecânica possui uma relação cúbica de variação de velocidade. 2.2.2 Sistemas de Resfriamento Evaporativo Para Strobel (1999) o Resfriamento Evaporativo é uma das maneiras de reduzir a temperatura no interior de edificações. Macintyre (1990) explica que em sistemas de resfriamento evaporativo tipo painel o resfriamento do ar é obtido através da passagem do ar através de uma manta umedecida onde o calor de vaporização da água é retirado do ar. Camargo (2004) define o fenômeno do resfriamento evaporativo conforme segue: O resfriamento evaporativo opera utilizando fenômenos naturais através de processos induzidos nos quais a água e o ar são os fluidos de trabalho. Consiste na utilização da evaporação de água através da passagem de um fluxo de ar, provocando uma redução na temperatura do ar. Um sistema de resfriamento evaporativo pode efetuar o resfriamento de forma direta ou indireta. O sistema direto resfria o ar através do contato direto entre ar e água ou com uma superfície sólida molhada, ou com uma superfície liquida, ou 25 ainda com sprays. Neste tipo de sistema não ocorre à redução da entalpia ocorrendo o aumento daa umidade do ar resfriado. Já no sistema indireto o ar que condicionará o ambiente cede calor a uma corrente de ar secundária ou para um líq líquido resfriado evaporativamente (CAMARG CAMARGO, 2004). De acordo com Macintyre (1990) a Psicrometria é o estudo das propriedades e características do ar e da determinação das mesmas mesmas. No estudo deste ramo das ciências térmicas a carta psicrométrica psicromé é um elemento que simplifica a relações das propriedades do ar, tais como: temperatura, umidade e ponto de orvalho, também chamado de ponto de condensação (MASSIERO, 2006). Vetores adequadamente desenhados na carta Psicrométrica podem definir como ocorrem rrem os processos de resfriamento direto, indireto ou de dois estágio estágios, sendo o primeiro indireto e o segundo direto direto. Conforme onforme segue na Figura 8, pode-se perceber que no estágio indireto a umidade absoluta é mantida constante e a temperatura de bulbo úmido, umidade relativa e a temperatura de bulbo seco diminuem e já no estágio direto a temperatura de bulbo úmido e a entalpia são mantidas constantes e a temperatura de bulbo seco reduz adicionando-se se umidade ao ar. Figura 8 – Carta psicrométrica e veto vetores res de resfriamento evaporativo Fonte: adpt. FAO Disponível em em: http://www.fao.org/docrep/x5057s/x5057S0U.GIF Acesso 09 de Julho de 2011. 26 O sistema de resfriamento evaporativo do tipo painel é composto basicamente por manta, que confina a água e a distribui, por ventilador axial, reservatório e bomba de recalque que reutiliza a água não evaporada que chega ao reservatório. De acordo com Massiero (2006) o painel resfriador, mais conhecido como pad cooling (painel de resfriamento), é um sistema no qual o ar passa por um painel poroso umedecido e é lançado para o interior do edifício. O painel pode ser de tecido, de argila expandida, de material fibroso ou de qualquer outro material que não contamine o ar ou a água. Tinôco et al. (2004) efetuam comparação entre o desempenho de diversos tipos de materiais para preencher esses painéis. Os materiais comparados foram cinasita (argila expandida), serragem e fibra vegetal (celulose) que constitui o material de maior aplicação atualmente. Os resultados alcançados indicam que pode ser efetuada a construção de painéis porosos com cinasita e carvão vegetal, entretanto exige ainda estudos para determinar a espessura correta das placas considerando variáveis como a pressão estática do sistema, até mesmo porque este é um fator determinante no que se refere à eficiência do painel. A Figura 9 apresenta os componentes do sistema de resfriamento evaporativo direto de painel. Figura 9 – Funcionamento e principais componentes de sistemas de resfriamento evaporativo tipo painel Fonte: Ecobrisa Disponível em: http://www.ecobrisa.com.br/img/funcionamento.jpg Acesso: 05 de Abril de 2011. 27 A instalação de um sistema de resfriamento evaporativo tipo painel em uma edificação pode ser feita de diversas maneiras de acordo com Camargo (2009). Entre elas pode-se citar a de distribuição pelo teto utilizando um forro falso, ou por duto de insuflamento, instalado em uma casa de máquinas, ou em conjunto com ar condicionado com operação controlada por sensores de temperatura e umidade, ou ainda com descarga direta no ambiente, a última opção é a mais utilizada por constituir a instalação de menor custo. Nesta pesquisa as medições em campo foram efetuadas em uma instalação do tipo descarga direta, em um galpão onde estão instalados 3 painéis de resfriamento evaporativo em paralelo, a instalação direta básica é ilustrada através Figura 10. Figura 10 – Instalação em descarga direta no ambiente Fonte: CATERMO Disponível em: http://www.catermo.com.br/pag/02/07.jpg Acesso 08 de Abril de 2011. Givonni (1994) relata que Cunningham e Thompson desenvolveram e testaram, em 1986, uma torre de resfriamento, que utiliza um painel poroso de celulose, em um edifício em Tucson, no estado do Arizona, nos Estados Unidos. Enquanto a temperatura externa máxima estava em 40,6°C e a de bulbo úmido em 26,6°C a temperatura de saída de ar da torre de resfriamento estava em 23,9 °C com velocidade do vento de 0,75m/s. 28 2.2.3 Modelagem Matemática do Sistema Evaporativo Direto de Painel Camargo e Ebinuma (2002) desenvolveram um modelo matemático com base em modelos de transferência de calor e massa, trabalhando com grandezas específicas, porém não obtiveram grandes conclusões em cima do modelo desenvolvido. Sumathy e Dai (2002) efetuam um estudo teórico em sistemas de resfriamento evaporativo adiabático tipo “colméia de abelha”, onde um filtro de celulose é utilizado e acabaram por constatar que existe uma ótima espessura do canal de ar para proporcionar maior eficiência e conseguiram estimar a temperatura mínima do ar de saída do sistema. Posteriormente Pimenta e Castro (2003) apresentaram a modelagem e efetuaram simulação de painéis evaporativos comercias em diferentes condições do ar e os resultados obtidos foram comparados aos dados fornecidos pelos fabricantes dos materiais utilizados obtendo uma boa aproximação. Para a apresentação do modelo matemático destacado é importante ressaltar o significado de algumas grandezas existentes na equação principal que rege o sistema de resfriamento evaporativo tipo painel. Temperatura de bulbo úmido é a temperatura medida por um termômetro cujo bulbo é envolvido por uma mecha de algodão ou de outro material higroscópico, embebida em água destilada, com o passar do ar pela mecha um processo simultâneo de transferência de energia e massa ocorre entre a água e o ar ocasionando uma diminuição da temperatura do bulbo quando este entra em regime (CAMARGO, 2009). Efetuando o balanço de energia para uma porção elementar de ar passando através do painel evaporativo e utilizando como base a primeira lei da termodinâmica obteve-se a Equação 13: hc dA(T Tsm ) m a C p dt Eq.13 29 Sendo: ℎ : Coeficiente convectivo de transferência de calor (kJ/m²sK); : Área elementar do painel evaporativo (m²); : Temperatura do ar externo (K); : Temperatura da superfície do painel evaporativo úmido de ar, considerada igual a temperatura de bulbo úmido do ar (K); ̇ : Fluxo de massa da água (kg/s); : Calor específico a pressão constante do ar úmido (kJ/kgK); : Intervalo elementar de tempo (s); Trabalhando a Eq. 13 resolvendo-a através da equação diferencial proveniente se obtêm a efetividade do resfriador na equação: Tbse Tbssa h A c 1 exp Tbse Tsm m a C p Eq.14 Onde: : Efetividade do painel evaporativo; : Temperatura de bulbo seco do ar de entrada no painel (K ou °C); : Temperatura de bulbo seco do ar na saída do painel (K ou °C); : Temperatura de bulbo úmido do ar na entrada do painel (K ou °C); Através da Eq. 14 é possível perceber que a efetividade do painel está ligada diretamente com a diferença de temperatura de entrada e saída do resfriador, se a temperatura da superfície do painel for considerada igual a temperatura de bulbo úmido do ar de entrada Tbue seria obtida uma eficiência proporcional ao máximo de resfriamento possível se caso o ar saísse do mesmo saturado, ou com umidade relativa de 100%. Assim para Camargo (2009) apresenta a equação de efetividade deste tipo de sistema de climatização da seguinte forma adaptada: Tbse Tbssa Tbse Tbue Eq.15 30 2.2.4 Aplicação dos Sistemas de Resfriamento Evaporativo no Brasil e no Mundo Existem no mundo aproximadamente 30 milhões de aparelhos condicionadores de ar evaporativo. Este sistema surgiu nos Estados Unidos, onde atualmente movimenta em torno de 4 milhões de dólares por ano, e posteriormente se expandiu para a Austrália, Oriente Médio, Índia, Itália, Espanha e Portugal, o sucesso de seu uso deve-se a economia de energia elétrica e a qualidade de ar proporcionada. O uso desses equipamentos implica em uma economia de aproximados 60 milhões de barris de petróleo evitando a emissão equivalente de 27 bilhões de libras. O custo unitário do equipamento varia entre US$ 35 a até US$ 2.000 para modelos mais completos, com dutos (CAMARGO, 2009). Delfani et al. (2009) estimam a projeção do uso de resfriamento evaporativo em Tehran, Irã, e a influência das mudanças climáticas no consumo de energia desses sistemas. O período climático analisado é entre os anos de 1967 a 2006, foi possível perceber que a partir do ano de 1997 o sistema de resfriamento evaporativo direto não proporcionou conforto térmico adequado. A gama de tipos de climatizadores evaporativos é ampla devido à existência de diferentes tecnologias, materiais, eficiências, capacidades, tipos de processos com diferentes combinações entre estes. De acordo com Camargo (2009) apud ASHRAE o arranjo direto de sistemas de resfriamento evaporativo reduz os custos de operação entre 25% e 40% quando comparado aos custos da refrigeração mecânica isolada, para produzir o mesmo efeito de resfriamento. Um sistema de estágio direto/indireto pode economizar entre 40% e 50% de energia em zonas moderadamente úmidas. A maior difusão dos sistemas de resfriamento evaporativo se dá no setor agropecuário, pois os animais possuem temperaturas corporais mais altas que a do ser humano e temperaturas acima dessas podem influenciar em sua alimentação através da diminuição do apetite e que pode levar o animal até a morte. A aplicação de sistemas de resfriamento evaporativo para equipamentos elétricos-mecânicos também tem encontrado espaço no mercado mundial. Guobiao e Lin (2008), assim como, Xiong e Gu (2008) efetuam comparativo entre métodos de 31 refrigeração apenas por ventilação de ar com métodos que utilizam os princípios de resfriamento evaporativo para resfriar a entrada de ar na turbina de geradores a gás para aumentar a eficiência da combustão. Se a turbina geradora for a gás natural, por exemplo, o resfriamento do ar resulta em uma produção maior de energia por metro cúbico de gás. De acordo com a Munters (2000) o rendimento da turbina depende diretamente da quantidade de ar introduzido na câmara de combustão. Em altas temperaturas, o ar apresenta baixa densidade e, portanto, a massa de ar fornecido à turbina se reduz. Com o uso dos sistemas evaporativos por painéis de contato, faz-se o resfriamento deste ar de entrada, sendo que há aumentos documentados de até 24% no rendimento da turbina. Niu et al (2010) efetuam um estudo experimental utilizando a técnica de resfriamento evaporativo do óleo interno do tanque de um transformador de potência concluindo que esta tecnologia tem sua eficácia comprovada, assim como, sua confiabilidade, requerendo um menor volume e área de instalação do que outros métodos comumente utilizados. A Figura 11 ilustra a aplicação do principio de resfriamento evaporativo no transformador de potência. Figura 11 – adpt. Esquema de transformador de potência com óleo resfriado evaporativamente Fonte: Niu et al (2010) 32 No Brasil os sistemas de resfriamento evaporativo são estudados para diversas aplicações. Castro e Pimenta (2003) apresentam dois casos de estudo do uso desses sistemas, incluindo a simulação do uso do resfriamento evaporativo para aumentar a eficiência de combustão de uma turbina geradora de energia elétrica usando os dados térmicos (TRY) de Brasília. O outro caso de estudo evidencia a aplicação desses sistemas para conforto térmico humano em um centro comunitário da Universidade de Brasília. Apresentando a aplicação no conforto térmico, uma entre várias outras aplicações possíveis do método que abrange até a geração de energia. Bellorio e Pimenta (2005) relatam que o rendimento da turbina a gás depende diretamente da quantidade de ar introduzido na câmara de combustão e que a dificuldades de geração por hidroelétricas, em períodos de estiagem prolongada, motivou a produção de energia por meios alternativos, como por exemplo, turbinas movidas a gás natural. Com o crescente uso desses sistemas no Brasil, a análise do desempenho dos mesmos vem sendo efetuada ao longo do território nacional. Campos et al (2002) estudam o potencial de redução da temperatura do ar utilizando sistemas de resfriamento evaporativo na região de Maringá, Estado do Paraná, ao longo de um ano, evidenciando a possibilidade de trabalho com os dados climáticos locais para estimar o potencial de aplicação da climatização evaporativa. Carossi (2006) amplia a aplicação deste tipo climatização quando fornece subsidio para a aplicação, através dos períodos ideais, do resfriamento evaporativo em todo território nacional utilizando dados climáticos confiáveis. Para o estado de Mato Grosso a aplicação foi recomendada na totalidade do estado no período entre Junho e Agosto, é possível observar abaixo na legenda, as regiões dos estados a totalidade do mesmo (TD), conforme ilustra a Figura 12. 33 Figura 12 – Potencial de aplicação do resfriamento evaporativo no Brasil Fonte: Carossi (2006) As medições desta pesquisa foram efetuadas no período adequado para todo o estado de Mato Grosso. No entanto, o sistema pode ser aplicado em mais meses observando a época e a região do estado equivalente. 2.2.5 Uso de Conversores de Frequência na Ventilação Forçada de Sistemas de Resfriamento Evaporativo O uso de conversores de freqüência em sistemas de resfriamento evaporativo para proporcionar eficiência energética é objeto de estudo atual em todo o mundo. A inserção do variador eletrônico de velocidade na alimentação dos motores de ventilação dos painéis evaporativos é uma das alternativas para aumentar a eficiência energética desses sistemas. Resultados de Wang e Xu (2007) evidenciam as vantagens de aplicação do conversor de frequência em comparação com controles de estágio único e com 2 estágios de velocidade, até mesmo porque proporciona a variação da velocidade mais 34 precisa para obter uma temperatura de controle ajustada. Embora os resultados obtidos foram através de simulação foi evidente que pela ampla faixa de variação de velocidade o conversor de frequência apresentou, na maioria dos casos, o melhor resultado para o ajuste de temperatura e umidade interna de um ambiente climatizado. Um sistema de resfriamento evaporativo em laboratório e desenvolvido por Liao e Hung (2002) traz entre os elementos do sistema o conversor de frequência para facilitar o controle da velocidade do vento e observar seu efeito no resfriamento do ar entre outras variáveis. Tanto os resultados de Liao e Hung (2002) quanto nos resultados simulados por Castro e Pimenta (2004) evidenciaram que o aumento de velocidade do vento conduz a uma diminuição da eficiência de resfriamento do ar e reforçam esta idéia afirmando que “(..) à medida que a velocidade do ar aumenta sua influência sobre a efetividade de resfriamento vai diminuindo.” A Figura 13 mostra a comparação entre os dados fornecidos pelo fabricante e os resultados obtidos através de simulação por Castro e Pimenta (2004), as diferentes curvas representam espessuras diferentes de painéis. Figura 13 – Variação da efetividade com aumento de velocidade Fonte: Castro e Pimenta (2004) Pode-se, então, concluir que se o aumento da velocidade pode afetar negativamente a efetividade de resfriamento utilizar o resfriador evaporativo de painel com velocidade fixa fornecida de acordo com a frequência da rede se torna desvantagem tanto no ponto de vista de climatização como também no ponto de vista 35 de eficiência energética. Sabendo que o conversor de frequência reduzindo a velocidade do eixo do motor reduz a energia mecânica solicitada ao eixo e por conseqüência a potência elétrica solicitada pelo motor, obtêm-se dupla eficácia com o uso destes dispositivos na variação de velocidade do vento. 2.3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E CONFORTO TÉRMICO SIMPLIFICADO PARA SISTEMAS DE RESFRIAMENTO EVAPORATIVO O enfoque desta seção reside na ilustração da situação da sazonalidade de geração hidroelétrica com intuito de evidenciar a queda de produção dessa energia no período seco do ano. Aborda também o consumo de energia elétrica e potencial de eficiência energética em sistemas de climatização de ambientes. Outro objeto que consta nesta seção caminha de encontro aos dispositivos que podem ser utilizados em conjunto com o conversor de frequência para maximizar a eficiência energética nos painéis evaporativos. É dado enfoque aos aspectos de conforto térmico para o uso de sistemas de resfriamento evaporativo. A ferramenta de eficiência energética em edificações, o software Energy Plus é descrito, assim como, os propósitos de sua utilização e como esta ferramenta tem sido aplicada em pesquisas científicas a cerca do resfriamento evaporativo. 2.3.1 Perfil da Geração Hidrelétrica e sua Sazonalidade A energia elétrica no Brasil tem como maior fonte primária a de origem hidráulica e isto faz com que a produção de energia dependa das épocas do ano. Conforme Ioris (2006) a expansão da hidroeletricidade foi fundamental para os processos de industrialização e urbanização no Brasil, uma vez que este tipo de gração é responsável por grande parte da matriz energética nacional. A Figura 14 evidencia as parcelas de uso da fonte primária hidráulica na geração de energia elétrica. 36 Figura 14 – Fontes primárias para geração de energia elétrica no Brasil Fonte: Balanço Energético Nacional (2010) De acordo com os estudos de Bardelin (2004) o consumo de energia elétrica no Brasil também apresenta certa sazonalidade, de diferentes comportamentos de acordo com as regiões do Brasil. Por conta desta sazonalidade evidenciada, a ANEEL (2000) define a tarifa horo-sazonal como a estrutura caracterizada pela aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica e de demanda de potência de acordo com os períodos do ano e as horas de utilização do dia. Os principais motivos para a criação desta tarifa horo–sazonal são esclarescidos por Ramalho (2002) e estão relacionados com a necessidade de estimular o deslocamento de parte da carga para os horários de menor carga no sistema elétrico, dirigir o consumo de energia para período do ano em que houver maior disponibilidade de água nos reservatórios (período de cheias) e permitir ao consumidor reduzir suas despesas com energia elétrica, modulando sua carga de acordo com o horário do dia (ponta e fora de ponta), e períodos do ano (seco e úmido). Haja vista que o país possui esta necessidade, deve permitir um maior consumo de energia elétrica para o período de cheias, e deve também, como consequência, racionalizar seu uso no período seco do ano, justo período em que o uso de sistemas de resfriamento evaporativo se torna adequado. É possível concluir então que a substituição adequada de condicionadores de ar por esses sistemas no período de estiagem proporciona o alcance do objetivo de reduzir o consumo de 37 energia elétrica alcançando reduções de temperatura maiores comparadas às reduções obtidas no período úmido. Camargo et al.(2000) ressaltam a aplicação dos sistemas de resfriamento evaporativo: As aplicações para o resfriamento evaporativo são, entre outras, grandes áreas com grande quantidade de público, áreas onde funcionam equipamentos que produzem calor, áreas de trabalho industrial em processos de manufatura, em indústrias têxteis, em alguns processos industriais que requerem um controle preciso da umidade, em minas, em abrigos de animais, no armazenamento de produtos hortifrutigranjeiros, no cultivo de plantas e para condicionamento de ar residencial e comercial. Como o uso dos sistemas em estudo pode abranger vasto campo de aplicação, com as devidas adaptações construtivas, os mesmos podem amenizar o consumo de energia elétrica nos períodos secos nas diversas localidades do país, orientando o uso de condicionadores de ar no período de maior disponibilidade energética. A Lei 9.991 (2000) estipula percentuais da receita líquida das concessionárias de energia elétrica a serem aplicados em projetos de eficiência energética e também em pesquisas no uso final desta, o incentivo ao uso de sistemas mistos de condicionador de ar e sistemas de resfriamento evaporativo, com envoltórias adequadas poderia partir da concessionária. Desta forma as concessionárias se beneficiarão pela disponibilização de potência e alívio na distribuição e ao mesmo tempo estarão cumprindo a lei destacada. 2.3.2 Eficiência Energética em Exaustores, Ventiladores e Sistemas de Ar Condicionado No Brasil são desenvolvidas várias campanhas para a conservação da energia elétrica. A criação do Procel (Programa Nacional de Conservação da Energia Elétrica) em 1985 demonstra as preocupações com o tema que anteriormente era 38 deixado de lado, pois a abundância em energia elétrica proveniente de fontes hidráulicas propiciava o uso abusivo da mesma. Atualmente a eficiência energética tem tomado espaço cada vez mais amplo nos setores de consumo comercial, industrial e residencial, tanto em edificações públicas, como privadas. A busca pelo aumento da produtividade e lucro conduziu as avaliações econômicas sobre o custo da eficiência energética e o tempo de retorno de investimentos aplicados no sentido de trazer benefícios financeiros. No ano de 1993 o Selo Procel, produto da ELETROBRÁS, foi criado para qualificar a eficiência energética de eletrodomésticos, e tem encontrado expansão sucessiva no mercado nacional desde então. Equipamentos como refrigeradores, condicionadores de ar, motores elétricos, lavadores de roupa possuem tal selo. Como os resfriadores evaporativos podem ser utilizados praticamente em todos os setores apresentamos a evolução do consumo de energia elétrica por setores na Figura 15. 450 Consumo (TWh) 400 350 300 OUTROS 250 COMERCIAL 200 INDUSTRIAL 150 RESIDENCIAL 100 50 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 0 Figura 15 – Consumo de energia elétrica no Brasil por setores Fonte: Balanço Energético Nacional (2010) O uso de ventiladores e exaustores industriais integra o conjunto de carga denominado cargas motrizes, quando conveniente a aplicação do conversor de frequência é devidamente efetuada. A Figura 16 evidencia este potencial. 39 Figura 16 – Consumo de energia elétrica no setor industrial no Brasil Fonte: Balanço Energético Nacional (2010) 2.3.3 Uso de Dispositivos de Automação e Controle em Interface com Conversores de Frequência Atualmente vários dispositivos vêm sendo utilizados em conjunto com o conversor de frequência de forma a comandar este dispositivo e efetuar o acionamento do motor apenas na proporção necessitada para um trabalho desenvolvido. Tais dispositivos podem ser programadores horários que acionam os motores a diferentes frequências ao longo do dia. No caso da temperatura que possui variação horária devido à influência da variação da temperatura externa ao ambiente climatizado, o conversor de frequência pode ser aplicado convenientemente em condicionadores de ar e em sistemas de climatização por resfriamento evaporativo. Nos programadores horários é possível obter diferentes níveis de potência demandada do sistema comunicando-se por entradas digitais do conversor de frequência, cada entrada pode simbolizar uma frequência, ou ainda, codificações adequadas de portas podem possibilitar o acionamento a diversos degraus de rotação. O número de frequências que podem ser fixados depende exclusivamente da característica do inversor e de seu número de entradas digitais. Braga et al (2008) demonstram um protótipo de edificação automatizada com utilização de sensores externos e internos para estratégias mistas de climatização, tais como, ventilação, umidificação, aquecimento e desumidificação com a finalidade de manter a temperatura interna. 40 Neste processo existem, entre outros, equipamentos utilizados chamados sensores de temperatura e umidade. Estes podem controlar diretamente a entrada analógica do conversor de frequência que proporcionalmente ao sinal de tensão ou corrente obtido pelo sensor aciona o sistema a uma dada frequência. Vale ressaltar que controles mais complexos, com o uso em conjunto de programações horárias e sensores podem ser ajustados via controlador lógico programável (CLP) que substitui um operador, funcionando através de uma lógica programada de acordo com as variáveis medidas por sensores e/ou devido às horas do dia de acordo com relógio interno. Dentro deste contexto Wang et al (2008) realizam comparativo entre diferentes controles PID (Proportional–Integral–Derivative) que é o controle proporcional de determinado processo a partir de leitura de variáveis internas e externas e correção para manter uma variável constante, que pode ser, por exemplo a temperatura. Estes controles são aplicados a aquecimento, ventilação e ar condicionado efetuando análise de desempenho sobre os mesmos em relação a manutenção dos pontos configurados (setpoint). Um PID inteligente, que simula a inteligência artificial humana, tem melhor desempenho quando comparado a um PID convencional. 2.3.4 Aspectos Simplificados de Conforto Térmico para Sistemas de Resfriamento Evaporativo O conforto térmico pode ser definido como o estado de equilíbrio do ser humano com o ambiente em que o mesmo se encontra, entretanto o alcance deste equilíbrio depende de várias variáveis de pessoa a pessoa, tais como idade, metabolismo, sexo, roupas, atividade realizada e estado psicológico no momento. Além das várias definições de conforto térmico existem também diversas formas de avaliar o desempenho térmico de resfriadores evaporativos, utilizando de diversos instrumentos de trabalho. A carta psicrométrica, anteriormente apresentada na Figura 8, constitui um desses métodos, quando dividida em zonas que indicam os melhores instrumentos para obter conforto, ou se existe o conforto térmico, tal método é denominado de zonas de conforto e diversos autores delimitam diferentes 41 zonas considerando até características da população que será analisada. Camargo (2009) também delimita zonas, dentro da carta psicrométrica para o uso de sistemas de resfriamento evaporativos diretos e indiretos. Outro meio de análise de conforto térmico é através da temperatura efetiva que consiste em um diagrama onde a partir de dados climáticos do meio é obtido o percentual de pessoas satisfeitas termicamente no interior do ambiente. O principal meio utilizado para análise neste trabalho é apresentado através da Figura 17, onde o alcance do conforto térmico é obtido a partir da manutenção da temperatura entre aproximadamente 20 a 33 °C e umidade relativa entre 30 a 78%, necessitando por vezes da velocidade do vento fornecida pelo sistema de resfriamento evaporativo para proporcionar o conforto térmico. A facilidade para se utilizar tal instrumento também reside no fato de que as variáveis climáticas coletadas que são temperatura e umidade relativa do ar, coincidem com as mesmas variáveis utilizadas no diagrama. Figura 17 – Diagrama de conforto térmico humano Fonte: INMET Disponível em: http://www.inmet.gov.br/html/clima.php?lnk=/html/clima/conforto_term/index.html Acesso 15 de Julho de 2011. A redução na temperatura e aumento da umidade, assim como seu desempenho são analisados através das medições e efetuadas sem o propósito de 42 obter pleno conforto térmico, até mesmo porque estas variáveis são as variáveis de trabalho do sistema. O sistema é comparado com o condicionador de ar, em simulação, para proporcionar as mesmas temperaturas obtidas no interior da edificação com simples adaptações construtivas necessárias e não simplesmente a comparação dos dois instrumentos na obtenção de conforto térmico. O comparativo de conforto térmico dos dois sistemas, inclusive, foi tema de dissertação de Massiero (2006), portanto a foco da pesquisa não está direcionado a efetuar esta análise completa. 2.3.5 O software Energy Plus O Energy Plus é um software altamente utilizado nas pesquisas sobre eficiência energética em edificações em todo o mundo por engenheiros e arquitetos. Foi criado pelo departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) com o intuito de simular toda a energia utilizada em uma edificação envolvendo a sua envoltória, efetuando cálculos como da carga térmica, do consumo mensal e anual de energia, dos custos com energia pela edificação através da inserção das tarifas no programa. O instrumento é altamente recomendado para simulações por efetuar cálculo detalhado utilizando variáveis climáticas dos locais em estudo e tornando os resultados de consumo de energia de um sistema de condicionamento de ar tradicional ainda mais preciso, mostrando toda a sazonalidade da demanda de energia elétrica de acordo com as variáveis climáticas do dia e a envoltória projetada. Haja vista que efetuar mudanças na envoltória e avaliar seu desempenho no tocante ao consumo de energia, onde se faz necessário o acionamento de equipamentos que consomem energia elétrica, se torna demasiadamente caro. O uso de ferramentas computacionais pode indicar as melhores alterações construtivas a serem implementadas como retrofit ou até mesmo em estágio de projeto de uma edificação, o que pode posteriormente resultar em uma análise de custos para a implantação tanto do retrofit como da construção de uma nova edificação. O uso do software neste trabalho se restringe a cálculos de carga térmica e consumo de energia de sistemas de condiconamento de ar por compressão de vapor para manutenção de temperatura de ar semelhante à obtida através do uso do sistema 43 de resfriamento evaporativo acionado via conversor de frequência já implantada em uma edificação existente. 44 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MEDIÇÕES EM CAMPO DO SISTEMA DE RESFRIAMENTO EVAPORATIVO COM VENTILAÇÃO FORÇADA ACIONADA POR CONVERSOR DE FREQUÊNCIA Nesta seção será apresentada a caracterização do local de medição em campo, do sistema de resfriamento evaporativo utilizado, assim como, das características dos motores, componentes do sistema de climatização, as descrições do conversor de frequência e dos equipamentos utilizados na medição das variáveis climáticas e de energia elétrica. Um dos objetos apresentados consiste na metodologia de medições efetuadas, assim como, também um equacionamento empírico desenvolvido para a análise dos dados coletados. 3.1.1 Características do Local de Medição As medições foram efetuadas em uma edificação existente localizada na Avenida Djalma Ferreira de Souza, número 260, setor oeste do bairro Morada do Ouro, no município de Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso. A edificação em questão se trata de um galpão de alvenaria de área total utilizado para exposições de trabalhos artesanais, ou ainda em outros tipos de promoção. Este galpão contém 3 painéis evaporativos. A edificação se localiza próximo ao parque Massairo Okamura e também a Área de Preservação Permanente do córrego do Barbado. A Figura 18 apresenta a localização do bairro em Cuiabá, evidenciando seus setores e as áreas de preservação ambiental (MIRANDA, 2011). 45 Figura 18 – Local Localização da edificação em estudo Fonte: adpt. Miranda (2011) As paredes do galpão em estudo possuem espessura de 150 mm em concreto e existem entradas de ar nas paredes laterais do galpão com toldos told alaranjados para bloquear a entrada do sol, a área do ambiente climatizado possui um total aproximado de 398 m². Em relação à orientação solar, o galpão possui fachada frontal orientada na direção predominante nordeste. No teto do galpão existem 10 exaustores eólicos que retiram ar quente do colchão formado entre o teto de telha ecológica (tetrapak) e o forro de PVC. PVC Este dispositivo atua através da força exercida pelo vento externo, ou ainda, quando esta não é suficiente, o próprio processo de convecç convecção ão natural proporciona o diferencial de pressão para que o exaustor retire o ar quente do colchão de ar forma formado entre o forro e o teto da edificação. Tais dispositivos são evidenciados na Figura 19. 46 Figura 19 – Detalhes dos exaustores eólicos Fonte: Arquivo pessoal (2011) 3.1.2 Caracterização do SRE Acionado por Conversor de Frequência Sabe-se que um Sistema de Resfriamento Evaporativo (SRE) direto do tipo painel de resfriamento é composto basicamente por um motor para ventilação, um motor para acionamento da bomba d’água de recirculação da água através do painel de celulose, o próprio painel de celulose, um ventilador e uma grelha para direcionamento do ar resfriado. O sistema instalado na edificação em estudo é composto por 3 resfriadores evaporativos tipo painel, instalados em posições de simetria na parede leste da construção, as dimensões de cada um dos painéis são indicadas, na Figura 20, com os detalhes dos valores das dimensões deste, outras características nominais do painel inseridas na Tabela 1. 47 Figura 20 – Dimensões do resfriador evaporativo Bb100 Munters Fonte: Munters (2009) Tabela 1 – Dados dos resfriadores evaporativos RESFRIADOR EVAPORATIVO MUNTERS Modelo Ventilador Vazão Peso seco Peso em operação Bb100 Axial 10000 m³/h 125 kg 225 kg Fonte: Munters (2009) As especificações dos motores utilizados na ventilação e bombeamento de água de cada resfriador, assim como, as da bomba d’água são dispostas nas Tabelas 2, 3 e 4. 48 Tabela 2 - Dados do motor de indução do ventilador Tabela 3 - Dados do motor de indução da bomba d’água MOTOR WEG STANDARD MOTOR WEG STANDARD Potência Frequência Corrente 220 V Rendimento (plena carga) Fator de Potência (plena Rotação Temp. Máxima Ip/In CAT 0,5CV 60 Hz 1,86 A 68% 0,69 1730 40°C 5,3 N Fonte: WEG (2010) Potência Frequência Corrente 220 V Rendimento (plena carga) Fator de Potência (plena Rotação Temp. Máxima Ip/In Categoria Graus de Proteção 1/6 CV 60 Hz 0,737 A 58,5% 0,73 3500 40°C 5,3 N IPW-55 Fonte: WEG (2010) Tabela 4 - Dados da bomba d’água Moto Bomba Centrífuga de Imersão Fabricante Modelo Potência Graus de Proteção Rotação Texius UBPS150 0,12CV IP-55 3500 RPM Fonte: Texius (2010) Sobre o acionamento do ventilador em questão, descrevendo o equipamento, o fabricante (Munters, 2000) já evidencia sua preocupação com a redução do nível de rotação do ventilador, descrevendo seu acionamento independente do uso de conversor de frequência: 49 O ventilador axial é acionado por polia e correia, trabalhando com baixa rotação e reduzido nível de ruído. Possui veneziana acionada automaticamente através de mecanismo centrifugo e sistema de fechamento através de molas. Além do acionamento por polia e correia, este ventilador possui um par de molas que mantém a veneziana firmemente fechada quando o ventilador está fora de operação. A Figura 21 ilustra o ventilador entilador utilizado no sistema bem como suas dimensões. Figura 21 – Dimensões dos ventiladores EM30 Fonte: adpt. Munters (2000) Os ventiladores utilizados nos painéis evaporativos individuais possuem descrição de acordo com a Tabela 5. Tabela 5 – Ventilador do painel evaporativo VENTILADOR AXIAL Marca Modelo Vel. Nom. da hélice Peso Total do ventilador Número de pás Vazão do ar (P. E. = 0 Pa) Vazão do ar (P. E. = 20 Pa) Temp. Máxima Diâmetro da hélice Euroemme EM30 590 RPM 55 kg 6 13500m³/h 11950m³/h 50°C 760mm Fonte: Munters (2000) 50 O painel para interação entre água e ar é constituído de folhas de celulose de fibra longa, nestas folhas são inseridos compostos não solúveis para garantir maior vida útil aos painéis, estes painéis são disponibilizados em diversas alturas e espessuras, o painéis utilizados na pesquisa possuem as medidas de 8x12x36 pol. e são da marca CELdek® fabricado pela Munters (Munters, 2009). O conversor de frequência que atua no controle da velocidade de rotação dos ventiladores possui as características ilustradas na Tabela 6. Tabela 6 - Dados do conversor de frequência CONVERSOR DE FREQUÊNCIA Marca Modelo In Saída Chassis Faixa de Temp. Faixa Umid. Potência máxima Weg CFW10 0073 T 2024 PSZ 15,2A IP 20 0 - 40°C 5 - 90% (sem condensação) 3,7 kW Fonte: WEG (2010) 3.1.3 Materiais Utilizados na Medição Para a medição de dados de climatologia foram utilizados 5 medidores de temperatura e umidade, para a medição de velocidade do vento um termo-higroanemômetro e para as medições de energia elétrica foram utilizados dois medidores de energia elétrica. Para a medição de água foi utilizado um hidrômetro registrador normal. Um quadro resumo na Figura 22 mostra os equipamentos utilizados para efetuar medições de temperatura externa e interna, velocidade do vento, assim como, o abrigo para medidor de temperatura externa. 51 Figura 22 – Equipamentos utilizados na medição de temperatura, umidade e velocidade do ar Fonte: (a) e (b) - Arquivo Pessoal; (c) e (d) – Silva (2011) Para a medição das variáveis de energia elétrica foram utilizados medidores de energia elétrica SAGA 3000 e o para medição do consumo de água em um dos painéis foi utilizado um hidrômetro disponível no mercado, suas especificações e funções estão dispostas na Figura 23. 52 Figura 23 – Equipamentos utilizados na medição de energia elétrica e consumo de água Fonte: Arquivo pessoal (2011) 3.1.4 Metodologia das Medições Para efetuar as medições foram utilizadas recomendações de normas técnicas nacionais, assim como a internacional ISO 7726 (1998). A NBR 16401-2 (2008) traz as recomendações para avaliações de conforto em edificações. Embora o objeto não seja na avaliação completa do conforto térmico, até mesmo porque necessitaria de medições ao longo de todo o ano, as recomendações da mesma foram seguidas na medida do possível. Recomendações de conforto térmico da ASHRAE (2005), associação mundialmente conhecida em sistemas de aquecimento, ventilação e condicionamento de ar, também foram consideradas. A metodologia também se baseia em trabalhos científicos desenvolvidos no cenário nacional em que relatam o uso do conversor de frequência na ventilação forçada e outras que tratam separadamente de sistemas de resfriamento evaporativo. As medições de temperatura e umidade foram efetuadas no horário comercial, entre as 08 às 18 horas, de cada dia conforme exemplo de análise desempenho detalhada e ilustrada por Camargo (2009). Fanger (1970) sugere que a área avaliada seja dividida em zonas imaginárias de áreas quadradas iguais, onde no centro de cada uma dessas seja posicionado um medidor de temperatura. Com a disponibilidade limitada de medidores de 53 temperatura e umidade, a área clim climatizada atizada do galpão foi dividida em 4 zonas de área igual, onde no centro de cada uma destas foi posicionado um medidor de temperatura e umidade do tipo data logger HT-500. Cada medição de temperatura e umidade relativa interna utilizada neste trabalho é constituída pelas médias dos 4 data loggers posicionados internamente em cada zona descrita na Figura 24 com sua legenda na Figura 25. Figura 24 – Galpão e pontos de instalação de equipamento equipamentos Fonte: Arquivo pessoal (2011) Figura 25 – Legenda dos pontos do galpão Fonte: Arquivo pessoal (2011) A matriz de dados de temperatura e umidade relativa internas totalizam, então, 12 medições registradas a cada hora, com 10 horas de medição por dia constituindo 121 medições de temperatura e umidade internas para cada frequência de acionamento. Como omo cada medição desta é constituída por 4 medidores, as 54 temperaturas e umidades relativas internas tem seus dados condensados a partir de 484 medições a cada dia. Com 9 dias de medição essas medições totalizam 4356 pares de temperatura e umidade relativa, totalizando 8712 dados coletados. As temperaturas e umidades externas foram coletadas com sensor do tipo data logger HOBO modelo U12-012, assim como, as medições internas de temperatura e umidade relativa, foram efetuadas a partir de registros a cada 5 minutos automaticamente com 121 medições por dia, totalizando 1089 pares de temperatura e umidade relativa, totalizando 2178 dados coletados externos. Para que cada medição interna e externa seja comparada simultaneamente se faz necessária condição de que a edificação não apresente atraso térmico entre os picos de temperatura considerável, isto é, que as máximas e mínimas de temperatura externa e interna ocorram aproximadamente no mesmo momento. Com o objetivo de observar esta questão no primeiro dia de medição foi efetuado monitoramento interno e externo simultâneo ao galpão com o sistema de resfriamento evaporativo desligado ou com frequência de acionamento de 0Hz para facilitar a compreensão, o que simboliza o sistema totalmente desligado. A NBR 16401-2 (2008) recomenda que para a medição de temperatura e umidade, para pessoas sentadas e de um ambiente, o medidor esteja a 1,1m do piso e que para pessoas em atividade e de pé seja posicionado a 1,7m do piso. Entretanto, neste ambiente desenvolvem-se os dois tipos diferentes de atividades, portanto foi adotada a altura intermediária de 1,3m, com a finalidade de cobrir os dois tipos de atividades desenvolvidas no local. O abrigo para medição de temperatura externa foi posicionado a 21,5m a Leste do galpão e 1,65 m a frente do mesmo com o objetivo de evitar o sombreamento exercido por árvores ou muros deixando-o completamente exposto ao sol. Fabricado em madeira, possui entrada para ventilação e protege o medidor contra radiação direta. Vale salientar que em seu interior existe uma estrutura que possibilita o posicionamento do medidor de temperatura e umidade relativa no centro geométrico do interior do mesmo. A Figura 26 também evidencia a divisão da parte climatizada do galpão em zonas e a posição dos medidores de temperatura e umidade, assim como os suportes para os medidores. 55 Figura 26– Detalhes da localização de medidores climáticos Fonte: Arquivo pessoal (2011) Os dados de ventilação foram medidos a altura de 2m na linha de 2 dos painéis, em 4 pontos distintos, simetricamente dispostos da saída de ar do climatizador até a parede oposta ao painel, efetuadas de 30 em 30 minutos. Os dias de medições foram escolhidos adequadamente de acordo com previsões do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) de dias quentes sem ou com poucas nuvens no mês de Agosto, período recomendado por Carossi (2006) para utilização dos sistemas de resfriamento evaporativos em todo o estado de Mato Grosso conforme diagrama apresentado anteriormente na Figura 12. Nogueira et al (2009) evidenciam que no período entre 23 de Junho a 22 de Setembro se constitui a estação de inverno em Cuiabá, e que a ventilação constitui uma estratégia bioclimática para conforto em 19,2% das medições horárias, o resfriamento evaporativo em 31,7% e o sombreamento em 81%, as duas primeiras estratégias são utilizadas juntas ou separadas entre si sempre em conjunto com o sombreamento, assim pode-se perceber que as estratégias são adequadas ao período. As medições foram realizadas em Agosto por apresentar maior estabilidade térmica, com clima seco e constituir período entre o extremo seco do mês de Julho e o calor excessivo do mês de Setembro. Entre os dias 20 a 25 deste mês ocorreu a chegada de uma frente fria que mudaria as características climáticas para que fosse constituído um parâmetro razoável de comparação entre os dias. 56 Para cada dia de medição o ventilador axial do sistema evaporativo foi acionado a uma diferente frequência de rotação na faixa de eficiência energética que inicialmente foi sugerida de 30 a 60 Hz por Moreira (2006) em sua dissertação e corrigida posteriormente por Moreira et al (2009) reduzindo a frequência mínima de acionamento para 25 Hz. Os acionamentos foram feitos dentro da faixa de 25 a 60 Hz, em cada múltiplo de 5Hz dentro deste intervalo. Na Tabela 7 demonstra-se em que dias as medições foram efetuadas, a que frequência de acionamento foi alimentado o motor do ventilador do sistema de resfriamento evaporativo, assim como, os extremos de temperatura e umidade relativa externos ao galpão em cada dia de medição. Tabela 7 – Dias de medição (2011) Data 11/08 15/08 16/08 17/08 18/08 19/08 26/08 27/08 29/08 0 25 30 35 40 45 50 55 60 42,09 40,29 40,86 40,46 40,34 39,83 41,94 40,37 41,65 28,52 29,87 28,72 29,26 30,34 30,34 27,73 30,85 30,47 43,55 43,13 35,95 42,47 48,29 47,9 54,08 45,35 44,84 23,44 14,10 16,45 23,38 26,07 28,78 21,08 27,54 21,80 Frequência Acionada (Hz) Temperatura Externa Máxima Medida (°C) Temp Externa Mínima Medida (°C) UR Máxima Externa (%) UR Mínima Externa (%) As medições das variáveis elétricas do sistema foram efetuadas utilizando-se dois medidores SAGA 3000. Um destes interrompe e mede na entrada geral de 57 energia do sistema (M1) e outro mede especificamente a energia elétrica na entrada de energia do conversor de frequência que vai aos motores que acionam a ventilação forçada do sistema climatizador evaporativo (M2). Esta disposição de dois medidores tem como intuito observar para cada frequência o percentual que o ventilador acionado por dispositivo eletrônico de controle de velocidade motriz representa em relação à potência elétrica ativa total demanda da rede de energia elétrica. A Figura 27 traz o esquema de força e comando do sistema de resfriamento evaporativo e esta figura foi adaptada através da inserção dos medidores de energia M1 e M2. Figura 27 – adpt. Esquema Elétrico de conexão dos medidores de energia SAGA 3000 no quadro de força e comando do SRE Fonte: Munters (2009) A montagem dos medidores do painel de força e comando, assim como, os principais componentes do sistema elétrico é evidenciada na Figura 28. 58 Figura 28 – Detalhes de instalação de medidores de energia elétrica Fonte: Arquivo pessoal (2011) A partir da observação desta ilustração é possível perceber que o circuito de força é interrompido e passa por dentro dos medidores de energia elétrica, coincidindo com a montagem anteriormente apresentada na Figura 26. Os medidores de energia Saga 3000 medem a potência elétrica ativa, entre outras variáveis, a cada 2 segundos, entretanto, foram programados para registrarem valores a cada 5 minutos, onde as médias de 150 medições efetuadas de potência elétrica ativa em cada um destes intervalos foram registradas. Para cada frequência de acionamento foram feitos 121 registros de potência elétrica ativa, sendo cada um composto por 151 medições efetuadas a cada dois segundos, totalizando 18.271 dados por dia a cada medidor, constituindo total de 36.542 envolvendo dois medidores de energia, um geral, instalado na entrada de energia do sistema, e outro específico, na alimentação do conversor de frequência. A matriz total de dados utilizadas, para cada medidor, nos 8 dias de medição, foi de 146.168 dados, para os dois medidores foi utilizado um total de 292.336 dados que foram condensados em 1.936 registros. Mas cabe ressaltar que dos dados condensados, apenas 121 dados de grandezas elétricas de cada medidor foram registrados para cada medidor em cada dia de medição, totalizando 242 conjunto de dados por dia de medição, como foram registrados 21 canais para cada medidor foram registradas uma matriz de 40.656 dados incluindo para cada medidor de grandezas como frequência de entrada, tensão 59 mínima e máxima de cada fase, corrente, potência ativa e potência reativa de cada fase, potência ativa trifásica e potência reativa trifásica. As coletas de dados são efetuadas em cada pulso conforme consta na NBR 14519 (200) que trata da especificação de medidores eletrônicos de energia elétrica, no caso do Saga 3000 os pulsos ocorrem de 2 em 2 segundos. Após a percepção de que a potência elétrica ativa solicitada não era função das variáveis climáticas externas e praticamente função da frequência de acionamento, foi então efetuada a substituição do conversor de frequência por um disjuntor. Este disjuntor acionou os 3 motores de 0,5CV em paralelo da ventilação com a finalidade de medir o sistema funcionando acionado pela frequência nominal da rede, isto é, em partida direta, para que este acionamento fosse comparado com o uso do conversor de frequência. A montagem foi efetuada no dia 30 de Agosto com medições de 1 em 1 minuto, durante 2 horas, totalizando uma matriz de 121 dados, com mesma quantidade de dados obtidos para cada frequência acionando o sistema durante 10 horas de 5 em 5 minutos. Para a medição do consumo de água foi registrado o valor da leitura às 08 horas e ao final do dia às 18 horas, a montagem foi efetuada no encanamento vertical de entrada de água que chega ao painel por queda natural. Os detalhes de instalação são ilustrados na Figura 29. Figura 29 – Detalhes de instalação do hidrômetro Fonte: Arquivo pessoal (2011) 60 3.1.5 Equacionamento Proposto para Análise Para análise dos dados de temperatura (°C), umidade relativa (%) e potência elétrica ativa (W), com a proposta de envolver as 3 variáveis de maneira adequada foi desenvolvido um equacionamento empírico que toma por bases os melhores e piores resultados obtidos como parâmetros. A proposta desta equação completa o conceito que avalia somente a eficiência de climatização do sistema já mostrada na Eq. 15, que compara o máximo de resfriamento possível com o resfriamento obtido na prática e também o conceito de potência ativa economizada, retratado por Moreira (2006) no uso do conversor de frequência para um sistema de ventilação industrial. A equação possibilita a utilização de pesos de importância das grandezas de acordo com a medição efetuada em dados momentos. Isto permite que a eficiência global possa ser devidamente analisada de acordo com as condições horárias necessárias, podendo fornecer subsídios no planejamento da automação do sistema com programadores horários, sensores de temperatura e umidade, assim como, efetuar um comparativo adequado entre as frequências de acionamento. A expressão de análise empírica será apresentada por partes, para que seja melhor visualizada e compreendida, a Eq. 16 mostra a soma final das contribuições de temperatura, umidade e energia. Termohigroenergética (CT CUr CE ) 100 Eq.16 Onde: é : Coeficiente convectivo de transferência de calor (kJ/m²sK); : Componente térmica (adimensional); : Componente de umidade relativa (adimensional); : Componente de energia elétrica (adimensional); A seguir são apresentadas as componentes individuais da Eq. 16., em 3 equações, as Eq. 17 a 19. 61 T T CT KT externa interna R máx .( mom.) Ur Urexterna CUr KUr interna AUrmáx.( mom.) Eq.17 P P C E K E a ( PD ) máx. a Pa máx.red . Eq.18 Eq.19 Sendo: : Constante de importância térmica (adimensional); : Constante de importância higrométrica (adimensional); : Constante de importância energética (adimensional); : Temperatura externa medida em um momento “m” (°C); : Temperatura interna medida no mesmo momento “m” (°C); á .( : Redução máxima de temperatura obtida no momento “m” em todos .) os dias de medição (°C); : Umidade relativa externa medida em um momento “m” (%); : Umidade relativa interna medida no mesmo momento “m” (%); á .( .) : Aumento máximo de umidade obtido no momento “m” em todos os dias de medição (°C); ( ) á . : Potência ativa máxima obtida em partida direta na medição na conexão direta a rede de energia elétrica (W); : Potência ativa medida no mesmo momento “m” que efetuadas as medições de temperatura e umidade (W); á . . : Potência ativa reduzida máxima no momento “m” em relação à potência ativa máxima obtida na partida direta (W); A partir da observação das equações é possível perceber que cada medida efetuada das 8 às 18horas será comparada entre si no tocante a temperatura e 62 umidade. Entretanto, na parcela relativa à influência da energia elétrica, será adotado como parâmetro o maior valor demandado de potência ativa obtido na medição em partida direta, considerando a pior hipótese de consumo do sistema ligado a rede. Inserindo as equações 17, 18 e 19 na equação 16 foi obtida a equação desenvolvida da Eficiência Termo-Higro-Energética e esta é mostrada na Eq. 20 apresentada a seguir. Termo higro energética K T Texterna Tinterna Rmáx .( mom .) Ur Urexterna K Ur interna AUr máx .( mom .) Pa ( PD ) Pa K E Pa máx .red . 100 Eq.20 Para que esta equação seja utilizada para diversas medições ao longo do dia e a comparação possua um sentido real, se faz necessária a condição imposta pela Eq. 21, até mesmo para que a Eficiência Termo-Higro-Energética seja limitada ao valor de 100%: KT KUr K E 1 Eq.21 Também se faz necessário que cada constante “K” seja positiva e menor que 1, para que a eficiência global se situe entre 0 a 100%. 3.2 SIMULAÇÕES COM SOFTWARE ENERGY PLUS Os principais enfoques desta seção estão ligados a apresentação da metodologia de simulação do galpão climatizado evaporativamente, objeto de estudo desta pesquisa. Não é objetivo desta a apresentação de detalhes minuciosos da simulação, mas sim a idéia da mesma e seu papel no contexto do trabalho. As condições de comparação entre condicionadores de ar e o Sistema de Resfriamento Evaporativo são apresentadas, a adequação do galpão para uso das duas estratégias de climatização é ilustrada assim como o modelo virtual do galpão, e, por fim, a metodologia comparativa de alternativas propostas. 63 3.2.1 Comparação entre SRE e Condicionador de Ar As características dos dois sistemas de climatização em questão são bem distintas. Enquanto os Sistemas de Resfriamento Evaporativo requerem saída de ar do ambiente, os sistemas de condicionamento de ar não, portanto para que ambos possam ser utilizadas em um mesmo ambiente adaptações construtivas são essenciais. Outra característica importante é que os sistemas que efetuam climatização por evaporação não requerem boas performances de amortecimento térmico como os sistemas tradicionais por compressão do ar. Para que a comparação seja efetuada de maneira adequada o ajuste da temperatura do ambiente do condicionador de ar terá de manter uma temperatura obtida pelo sistema de resfriamento evaporativo para proporcionar conforto sem necessidade de ventilação de acordo com o diagrama de conforto térmico humano apresentado anteriormente na Figura 17, deve, portanto manter uma temperatura de no máximo 30°C, para manter o ajuste mais seguro ao conforto térmico o sistema de condicionamento de ar foi ajustado para 25°C. Entretanto os sistemas convencionais não proporcionam o controle da umidade, portanto o ajuste será efetuado apenas para temperatura, vale ressaltar que a principal análise será efetuada em torno da eficiência energética no tocante as duas estratégias de comparação. Serão simulados a demanda e o consumo de energia elétrica do condicionador de ar no ano todo e apenas no período inadequado ao uso do resfriamento evaporativo fornecido por Carossi (2006), para que análises comparativas entre combinações sazonais de uso dos dois sistemas possam ser efetuadas. O confronto de desempenho entre os dois sistemas de climatização já são alvo de estudos de diversos autores no tocante ao conforto térmico, como é o caso dos estudos de Massiero (2006), o propósito deste trabalho consiste no comparativo do uso isolado do condicionador de ar com o uso misto sazonal com incorporação do sistema evaporativo de climatização. Djunaedy et al.(2010) tratam do sobredimensionamento de condicionadores de ar e sua influência negativa na demanda de potência do sistema elétrico, ressaltando a importância no dimensionamento da carga térmica do ambiente que receberá um sistema de condicionamento de ar. A potência de refrigeração neste 64 trabalho será calculada através do Energy Plus, que dimensiona corretamente a carga térmica da edificação considerando a maioria das variáveis envolvidas neste cálculo. Para a escolha da temperatura de manutenção ajustada no condicionador de ar se faz necessária a compreensão do funcionamento do ajuste automatizada efetuado no funcionamento do condicionador de ar, comumente mais observado nos sistemas split. A Figura 30 ilustra de maneira sucinta o funcionamento do compressor de um sistema de condicionamento de ar de acordo com a temperatura do ambiente. Figura 30 – Funcionamento do compressor de ar condicionado automatizado Fonte: adapt. Djunaedy et al (2010) Através da Figura 30 é possível perceber que tanto o tempo em que o compressor do sistema fica ligado quanto o tempo em que o mesmo permanece desligado dependem do tempo em que a edificação atinge o pico de temperatura permitido acima ou abaixo do ajuste efetuado. Portanto, fatores como a envoltória da edificação e a carga térmica em seu interior são essenciais na análise da demanda e do consumo desses sistemas. Portanto, os condicionadores de ar tradicionais do tipo split funcionam em uma faixa de temperatura onde o funcionamento do compressor está ligado diretamente ao alcance destes níveis de temperatura, entretanto o Energy Plus simula condicionadores de ar que mantém a temperatura sem muitas variações de temperatura. O clima local também tem sua devida importância na análise deste gráfico, uma vez que o mesmo influencia na carga térmica do ambiente. De acordo com Mascaró (1992) o clima, que é um dos elementos fundamentais para o consumo de energia da edificação, vem sendo muito discutido mais é pouco valorizado durante a concepção do projeto da mesma. Esta situação é observada até hoje, entretanto 65 utilizar temperaturas locais em softwares como Energy Plus facilita a inclusão dessas novas variáveis nos cálculos de consumo de energia elétrica e carga térmica da edificação. 3.2.2 Adequação do Galpão para Uso de Condicionador de Ar As adaptações construtivas serão efetuadas nas entradas e saídas de ar do galpão que serão substituídas por janelas de vidro. Não é desejado alcançar um desempenho térmico ideal do galpão e sim tornar o local ao menos adequado ao uso do ar condicionado, embora se saiba que alterações adequadas na envoltória podem reduzir consideravelmente o consumo de energia da edificação. Para viabilizar o uso de sistemas mistos serão apenas fechadas as entradas e saídas de ar com vidro e cobertos pelas lonas existentes. Possuindo este galpão aberturas protegidas por lonas simples de espessura de 1milimetro, serão colocadas janelas de vidro após cada lona, ao lado de dentro do galpão que diminuirá a entrada de calor por radiação quando utilizado o ar condicionado e permitir a posterior abertura para uso de Sistemas de Resfriamento Evaporativo. Para obter as características dos materiais utilizados nesta adaptação para simulação a NBR 15220-2 (2005) foi utilizada, assim como a base de dados disponibilizada pela ASHRAE na pasta de instalação do programa no arquivo “ASHRAE_2005_HOF_Materials.idf”. 3.2.3 Galpão Simulado no Software Energy Plus A primeira simulação efetuada com o software consiste na reprodução do galpão em estudo, atentando em sua área interna e externa, na espessura dos materiais utilizados e nas respectivas posições e tamanhos dos componentes da edificação em estudo, facilitando a inserção de dados para que os mesmos possam ser substituídos por outros materiais na posterior adequação a ser efetuada. Para melhor aproximação do modelo com a realidade os dados de temperatura locais, foi utilizado o arquivo climático “epw” de Cuiabá, obtido do 66 Departamento de Energia dos Estados Unidos disponível em “http://www.eere.energy.gov”. Na Figura 31 é ilustrada a parte interna do galpão simulado, comparando-a com foto do mesmo e em mesma posição com a intenção de destacar as semelhanças entre o modelo criado em software e a edificação em campo. Eventualmente, algumas adaptações foram efetuadas devido a dificuldades com algumas funções do software como a função de inserir um telhado curvado, de forma que um telhado triangular simples foi utilizado na simulação. Figura 31 – Parte interna do galpão: Simulação versus Campo Fonte: Arquivo pessoal (2011) 3.2.4 Alternativas Comparativas Propostas Após efetuadas as simulações de demanda e consumo de energia elétrica e com os dados do comportamento da potência elétrica ativa do sistema de resfriamento evaporativo as alternativas de uso do condicionador de ar isolado e misto com o sistema de resfriamento evaporativo sazonais são comparadas ao longo de um ano. O uso de dispositivos de automação como programadores horários e sensores de temperatura e umidade são comparados nas propostas de sistemas mistos, posteriormente a economia de energia elétrica e demanda das propostas são colocadas em ranking de menor para maior eficiência energética. 67 Para a escolha do melhor ajuste de frequência ao longo do dia, com programador horário, o equacionamento proposto neste trabalho é utilizado, escolhendo os coeficientes de importância de energia, temperatura e umidade adequadas para cada 5 minutos de acordo com os dados externos de temperatura e o desempenho do sistema de resfriamento evaporativo nas diversas frequências de acionamento. Para simulação de utilização dos sensores de temperatura serão escolhidas as frequências que proporcionem maior economia de potência ativa e mantenham o ambiente em um conforto adequado de acordo com a temperatura externa e assim será utilizada a técnica dos mínimos quadrados para obter uma função adequada de ajuste de temperatura externa por frequência de acionamento do sistema. A simulação dos sensores de umidade estará presente na autorização de ligação das bombas d’água quando a umidade externa estiver abaixo de um patamar de 60%. A Figura 32 ilustra o comparativo das alternativas propostas em um ano, esta comparação será efetuada tanto no âmbito da economia percentual de energia elétrica ativa como no da econômica de demanda por potência elétrica ativa. Figura 32 – Comparativo de alternativas de uso misto ao longo do ano Fonte: Arquivo pessoal (2011) Para a simulação da programação horária será feito o cálculo do consumo diário de energia composto por acionamentos em diferentes frequências de acordo com observações horárias e os resultados obtidos utilizando a metodologia e a variável criada e nomeada como Eficiência Termo-Higro-Energética que leva em 68 consideração a redução de temperatura, o aumento da umidade relativa e a economia de energia elétrica. A simulação de uso de sensores de temperatura é efetuada, a partir dos dados externos de temperatura do dia de maior extremo de temperatura para sensor de temperatura e baixa de umidade para o sensor de umidade dentre os dias de medição, e considerar o consumo de todos os dias como sendo o dia de mais exigência do sensor, o que representaria a pior hipótese no uso dos sensores. 69 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Para este capítulo o objetivo é apresentar os dados obtidos a partir da coleta de campo e evidenciar através dos mesmos as vantagens provenientes do uso do conversor de frequência na ventilação forçada do sistema de resfriamento evaporativo. Os complementos futuros a serem efetuados da pesquisa são apresentados e brevemente explicados. 4.1 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS Nesta seção será analisada a influência do conversor de frequência na potência elétrica ativa solicitada do sistema, assim como, a influência no consumo de água, na velocidade do ar e no conforto térmico do ambiente. 4.1.1 Comparativo de Potência Elétrica Ativa Em uma pesquisa de eficiência energética, um dos principais enfoques é o uso racional da energia elétrica através de técnicas que minimizem o uso da energia elétrica, nesta situação o conversor de frequência pode em alguns casos trazer benefícios tanto para o consumo quanto para a demanda, ou apenas beneficiar uma dessas variáveis. Os estudos de Anunciação (2011) e Vasconcellos et al. (2010) tratam do uso do conversor de frequência em sistemas de elevação de produtos agrícolas. Foi observado que tal estratégia ocasionou a redução de demanda de potência elétrica ativa, entretanto, não ocasionou redução de energia para carregar uma mesma carga. O elevador sendo acionado a uma menor velocidade, e, assim demandando menor potência, necessitaria de maior tempo para carregar a carga em questão e como energia é o produto entre potência e tempo a diminuição de potência e aumento do tempo levaria praticamente ao mesmo consumo a várias velocidades. No caso do sistema em estudo desta pesquisa nota-se que o mesmo pode apresentar um acionamento a diferentes velocidades ao longo do dia, haja vista que 70 depende de condições climáticas que variam de forma horária como evidenciado, adiante na Figura 34, solicitando menor ou maior vazão de ar úmido no ambiente climatizado. Através da Figura 33 é possível observar o comportamento da média de potência elétrica ativa registrada entre cada 5 minutos, das 08 às 18 horas, para cada frequência de acionamento. Figura 33 – Potência elétrica ativa ao longo de cada dia na mesma frequência de acionamento Através da análise da figura é possível perceber que a potência elétrica ativa demandada não sofre influência direta da variação horária da temperatura. A Figura 33 traz, em forma sugerida por Moreira (2009) a redução de potência ativa a cada frequência em relação ao acionamento direto. Como o conversor de frequência aciona o ventilador do sistema, a economia especifica é maior, entretanto a influência percentual na economia de energia em todo o sistema também é apreciável por atingir patamares superiores à 60 %. 71 Figura 34 – Redução de potência ativa apenas nos ventiladores e no sistema como um todo em relação ao acionamento direto A intenção da Figura 34 é ressaltar o percentual de possível redução de potência ativa em relação a todo o sistema de climatização evaporativa, especificando a maior influência nos motores dos ventiladores, pois os mesmo são acionados por conversor de frequência. A expressão utilizada por Moreira (2009) foi adaptada para esta pesquisa, obtendo o seguinte formato: PAPD PAf RPA 100 PA PD Eq.22 Sendo: : Redução de potência ativa (%); : Potência ativa média na partida direta (W); : Potência ativa média na frequência acionada “f” (W); 4.1.2 Desempenho da Envoltória Para que as medições de temperatura interna e externa pudessem ser consideradas simultâneas não poderia existir um atraso térmico considerável entre os 72 picos de temperatura externa e interna. Esta comparação foi obtida a partir da medição interna e externa simultaneamente sem acionamento do sistema de resfriamento evaporativo e encontra-se ilustrada na Figura 35. Figura 35 – Temperatura externa e interna com o SRE desligado Esta figura também possui finalidade de evidenciar o máximo amortecimento térmico, assim como, responder se há atraso térmico considerável nesta edificação de forma que possibilite as comparações de temperatura interna e externa medição a medição em tempo real. Como foi observado o amortecimento máximo foi de 3,93°C e as formas da temperatura externa e interna não possuem atraso entre si, com semelhança até no formato das mesmas. 4.1.3 Análise de Temperatura e Umidade As Figuras 36 a 43 ilustram o comportamento simultâneo de temperatura e umidade relativa do ar externo e interno ao longo de cada dia de medição, a cada frequência acionada, os principais objetivos na exposição de tais ilustrações residem na análise simultânea do comportamento das variáveis internas e externas de temperatura e umidade relativa e suas influências mútuas, notar em cada gráfico os períodos onde a temperatura externa necessita ou não de maior esforço do sistema de resfriamento evaporativo e enxergar fenômenos decorridos em menores intervalos à cada dia de medição. 73 Figura 36 – Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 25Hz Para a frequência de 25 Hz, na Figura 36, a umidade relativa interna alcançou uma máxima de aproximadamente 55% e uma mínima de aproximadamente 30%, mantendo a umidade relativa dentro da zona de conforto de acordo com o diagrama do conforto térmico da Figura 17. A temperatura esteve aproximadamente entre 28 a 34 °C. Figura 37 – Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 30Hz Em 30Hz, Figura 37, a temperatura interna se manteve entre 36 a 55%, com o mínimo de umidade aumentado, até mesmo porque a umidade externa neste dia foi aumentada e a temperatura interna esteve entre 26 a 34 °C apresentando uma faixa 74 maior de variação tanto na temperatura quanto na umidade relativa. Vale ressaltar que a umidade deste dia teve patamares mínimos superiores à 17% e à 25Hz a umidade relativa mínima esteve em torno dos 15%. Figura 38 – Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 35Hz Na frequência de 35Hz, na Figura 38, a temperatura interna aproximadamente ficou entre 26 a 32 ºC e a umidade relativa interna permaneceu entre 45 a 65%. Notase que a temperatura interna até aqui apresenta variações com o aumento da frequência, entretanto as diferenças entre as máximas foram de 1 a 2°C. Figura 39 – Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 40Hz 75 Percebe-se, na Figura 39, que continuidade na tendência da umidade interna aumentar com o aumento da frequência de acionamento dos motores dos ventiladores do sistema de resfriamento evaporativo devido ao aumento de vazão do ar úmido no galpão. Figura 40 – Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 45Hz A 45Hz, ilustrado na Figura 40, a temperatura se mantém inferior a 32°C e a umidade relativa interna acima de 50%, mantendo-se na faixa de conforto térmico durante todo o horario comercial, com alguns momentos demandando o auxilio da ventilação de acordo com a Figura 17. Estas questões serão mais bem detalhadas no próximo item desta dissertação. Figura 41 – Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 50Hz 76 A 50Hz, Figura 41, a temperatura é ainda mais reduzida e atinge um máximo internamente de aproximadamente 31 °C e a umidade relativa interna é mantida acima de 50 e até 60%. Figura 42 – Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 55Hz Com um dia mais úmido para a frequência de 55Hz, na Figura 42, o pico de umidade interna decaiu, entretanto manteve-se entre 30 a 80% não sendo muito úmido ou muito seco de acordo com o diagrama do INMET (Figura 17). Figura 43 – Comportamento interno e externo de temperatura e umidade relativa do SRE com ventilador acionado a 60Hz Observa-se, na Figura 43, que as variáveis climáticas no acionamento à 60Hz possuem um comportamento semelhante ao acionamento à 55Hz. 77 As Figuras 44 e 45 ilustram o resumo do comportamento de temperatura e umidade com seus máximos e mínimos de cada dia, a cada frequência acionada, os extremos de redução de temperatura e aumento de umidade dentro do galpão climatizado também são evidenciados. A redução de temperatura constitui a diferença entre a temperatura externa e interna à edificação, e a mesma é calculada a partir da média entre cada diferença da temperatura externa e a temperatura interna de cada zona. O aumento da umidade é obtido de maneira análoga, porém, é dado pela média das diferenças entre cada umidade relativa interna de cada zona e a umidade relativa externa ao galpão. Figura 44 – Extremos de temperatura externa e de redução de temperatura para cada frequência de acionamento Figura 45 – Extremos de umidade relativa externa e de aumento de umidade relativa para cada frequência de acionamento 78 Através da Figura 44, percebe-se que a redução máxima de temperatura se assemelha a forma da temperatura externa máxima, apontando que a temperatura externa efetua maior influência na redução de temperatura no ambiente do que a frequência propriamente dita. Já a Figura 45 evidencia a velocidade de acionamento do ventilador efetua maior influência nas variáveis climáticas internas, pois mesmo com umidade mínima diária menor em 30Hz com os 50Hz obteve-se um aumento de umidade relativa interna 5% maior, e isso ocorre devido ao aumento de pressão fornecido para o processo de evaporação da água. Os dados de temperatura externa máxima e redução de temperatura máxima interna diária foram condensados, na Figura 46, aos dados de umidade relativa diária mínima e aumento de umidade relativa diária máxima, com o intuito de observar a influência entre temperatura e umidade externas, nas mesmas variáveis internas. A intenção de construção desta figura a partir dos dados obtidos em campo é evidenciar a influência mútua das variáveis entre si, sendo estas: frequência de acionamento, temperaturas e umidades relativas externas e internas. Figura 46 – Influência mútua de temperatura e umidade relativa Pode-se observar que para 50Hz a mínima externa de umidade foi a menor e a temperatura máxima externa a maior o que coincidiu com a maior redução de temperatura e aumento de umidade nesta frequência. Um indício interessante ocorreu entre as frequência de 35 e 40Hz, mesmo que uma maior vazão de ar seja inserida no galpão a 40Hz como a umidade mínima para 35Hz foi ligeiramente menor, a redução 79 de temperatura e o aumento de umidade foram maiores para 35Hz o que evidencia a influência da umidade externa no desempenho do sistema. Com o intuito de avaliar as maiores reduções de temperatura ao longo do dia em todos os dias de medição e, também, quais frequências foram responsáveis por tais reduções foi construído um gráfico composto das reduções máximas de temperatura a cada momento utilizando toda a matriz de dados e apresentando em qual frequência ocorreu esta redução (Figura 47). Figura 47 – Máximas reduções de temperatura e frequências responsáveis Pode-se notar que a frequência de 50Hz proporcionou a maior parte das reduções máximas de temperatura devido ao equilíbrio entre efetividade de resfriamento e vazão de ar úmido no ambiente. Nos períodos de baixa da temperatura externa a frequência de 60Hz obteve melhor desempenho na redução de temperatura, entretanto, em alguns intervalos deste período a redução de temperatura não possui necessidade de ser máxima. 4.1.4 Análise Simplificada de Conforto Térmico Para a análise de conforto térmico foi utilizada uma divisão de zonas de conforto, desconforto e necessidades para obter o conforto no diagrama do conforto térmico proposto pelo INMET e já ilustrado neste trabalho através da Figura 17. 80 A Figura 48 traz uma análise do conforto envolvendo a medição de temperatura e umidade relativa do ar externo com o sistema desligado, para posteriormente ser comparado com a Figura 49 que apresenta os mesmos dados para o mesmo dia de medição, porém com a média das medições efetuadas nas zonas internas do galpão. O plano é verificar se apenas o sombreamento e abrigo da edificação proporcionam alguma diferença na temperatura e umidade em relação ao conforto térmico. Figura 48 – Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE desligado Figura 49 – Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE desligado Através destes diagramas foi possível perceber que a maioria dos pares de temperatura e umidade se manteve fora da zona de conforto, com pequena parcela necessitando de vento para obter conforto térmico. Dentro do interior do galpão a ventilação natural possui dificuldade para complementar o conforto e isso ocorre devido ao uso das proteções de lona nas aberturas de ar. Já para as medições externas a radiação solar direta acaba acarretando desconforto térmico, e entrando como uma terceira variável que seria necessária para a determinação do conforto térmico externo. Nas Figuras 50 a 65 são ilustrados os diagramas de conforto térmico com os pares de temperatura e umidade relativa obtidos para cada dia de medição para a parte externa e interna do galpão com o sistema ligado acionado a diversas frequências. Através da análise destas, de forma comparativa, será possível perceber a tendência de deslocamento da temperatura e umidade com o aumento da frequência e o desempenho de manutenção do conforto térmico para cada frequência. 81 Figura 50 – Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 25Hz Figura 51 – Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 25Hz Através das figuras anteriores foi possível perceber que os pares ordenados de temperatura e umidade se deslocaram à diagonal inferior direita, a maioria dos pares que indicavam clima muito seco foi colocada dentro da faixa de umidade adequada, porém alguns pares permaneceram onde o clima é considerado muito quente necessitando maior entrada de ar resfriado no ambiente. Figura 52 – Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 30Hz Figura 53 – Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 30Hz O mesmo deslocamento nos pares de temperatura e umidade é percebido na frequência de 30Hz, entretanto, nota-se que a maioria dos pontos se estabeleceu na necessidade de vento para conforto, ou no conforto. Figura 54 – Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 35Hz Figura 55 – Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 35Hz 82 Com os resultados para 35Hz foi possível perceber que praticamente a totalidade dos pontos permaneceram dentro da zona da necessidade de ventilação, com alguns pontos sem esta necessidade para atingir o conforto térmico. Entretanto, existem pares de temperatura e umidade relativa que permanecem muito próximos à região de clima muito quente, o que faz com que esta frequência de acionamento não proporcione confiabilidade para proporcionar conforto térmico parcial ou total. Figura 56 – Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 40Hz Figura 57 – Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 40Hz Em 40Hz percebe-se claramente que a umidade é aumentada e que a temperatura é reduzida, todavia alguns pares ainda permanecem na fronteira entre a necessidade de ventilação e o clima muito quente. Figura 58 – Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 45Hz Figura 59 – Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 45Hz A distância com a fronteira do clima considerado muito quente é aumentada para 45Hz, de forma que a permanência na zona de necessidade de vento conforto e conforto é garantida. 83 Figura 60 – Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 50Hz Figura 61 – Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 50Hz Já em 50Hz grande parte dos pares de temperatura e umidade relativa permanecem dentro da zona de conforto sem a necessidade de ventilação também ocorrendo a maior queda dos pontos nas ordenadas, o que indica que ocorreram para este dia de medição, as maiores reduções de temperatura, o que vem a reforçar o anteriormente exposto nas Figuras 46 e 47. Figura 62 – Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 55Hz Figura 63 – Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 55Hz Com o aumento da frequência pós 50Hz foi possível perceber um agrupamento maior dos pontos, o que indica uma maior estabilidade na frequência de 55Hz. Figura 64 – Diagrama do conforto térmico de dados externos com SRE a 60Hz Figura 65 – Diagrama do conforto térmico de dados internos com SRE a 60Hz 84 Na frequência de 60Hz ocorreu redução de temperatura e aumento de umidade, entretanto o pares de temperatura e umidade relativa se apresentam uma distância ligeiramente acima dos pares de 50 e 55Hz, trazendo vestígios que o aumento desta velocidade, embora aumentado a vazão de ar úmido, a efetividade foi prejudicada através do aumento da velocidade do ar, conforme visto na revisão teórica. Os pontos integrantes na zona de necessidade de ventilação poderão ser considerados como dentro da zona de conforto se a velocidade do vento no ambiente for adequada, pois o sistema além de abaixar a temperatura do galpão também proporciona a ventilação, embora os pontos a 60Hz estejam na necessidade por ventilação é nesta frequência que ocorre a maior velocidade do vento compensando a permanência na zona de conforto. Entretanto, com o acionamento a esta velocidade ocorre uma maior demanda por potência elétrica ativa, portanto, quanto menor a frequência mantendo o conforto térmico será melhor do ponto de vista da eficiência energética sem permitir que a condição térmica interna ocasione desconforto. A norma internacional da ISO (Internacional Standart Organization), nomeada ISO 7730 (2005) e as recomendações constantes pela ASHRAE (American Society of Heating, Refrigeration and Air Conditioning Engineers) na ASHRAE 55 (2004) estipulam limites de velocidade do vento para proporcionar o conforto térmico. De acordo com Candido et al (2005) a velocidade aceitável máxima para a ASHRAE 55 (2004) com objetivo de proporcionar o conforto térmico deve ser no máximo de 0,8 m/s e já para a ISO 7730 (2005) deve estar entre 0,15 a 0,2 m/s, entretanto, em sua pesquisa, verifica que para o clima quente e úmido, na cidade de Maceió-AL, há por parte das pessoas uma maior demanda por ventilação, mostrando que para este clima, no Brasil, as recomendações internacionais são inadequadas, com isso a velocidade de vento no ambiente climatizado do galpão pode, ainda, ser ampliada. Consoante ao anteriormente exposto na saída do sistema velocidades médias do vento se manteve na faixa de acionamento, entre 2,77 a 6,59 m/s. Sendo que os painéis ficam a uma altura de 2 metros do solo a velocidade no vento na altura dos usuários (1,30 a 1,70m) manteve-se consideravelmente menor, e em direções 85 variadas, dificultando a coleta de dados proporcionada pela convecção no interior da edificação e também pelo distanciamento do painel até os pontos de coleta. Torna-se possível considerar, então, que a própria convecção natural no ambiente de acordo com a velocidade do ar resfriado a altura de 2 metros, mesmo para a menor frequência de acionamento será suficiente para suprir a necessidade de ventilação solicitada pelo diagrama de conforto térmico humano (Figura 17). 4.1.5 Consumo de Água do SRE A Figura 66 descreve o consumo de água de um dos painéis, trazendo as principais influências no mesmo que são a umidade externa e a frequência de acionamento do rotor do ventilador. Figura 66 – Consumo de água em um painel evaporativo para cada frequência de acionamento Através da análise do gráfico é possível observar que o aumento da velocidade do vento é o fator que mais influencia no consumo de água do sistema, até mesmo porque proporciona maior pressão para que ocorra evaporação da água no ar, diminuindo a reutilização da água e aumentando a vazão de entrada da mesma, pois, por exemplo, mesmo que em 50Hz a umidade externa mínima foi menor que em 55Hz na segunda frequência ocorreu maior consumo de água. 86 O aumento dos patamares mínimos de umidade relativa de 25 a 45 Hz compensou o aumento de vazão decorrente do aumento da frequência de acionamento mantendo o consumo de água aproximadamente constante, de 45 a 60 Hz ouve um crescimento de consumo de água praticamente linear embora tenha ocorrido de 55 para 50 Hz um aumento de mais que 5% na umidade relativa mínima evidenciando que o fator mais influente no consumo de água, entre 45 e 60 Hz, foi o aumento de vazão de ar úmido no ambiente. 4.1.6 Velocidade do Ar na Saída do SRE A Figura 67 evidencia a velocidade de ar na saída do SRE para cada frequência de acionamento. Figura 67– Velocidade média do ar de saída do SRE para cada frequência de acionamento A intenção na construção do gráfico anterior reside na evidência de que o aumento da frequência de acionamento efetuado através do conversor de frequência ocasiona um aumento da velocidade do ar admitido ao interior da edificação em estudo. O fabricante do painel de celulose oferece as curvas de efetividade de resfriamento dos painéis para várias espessuras em função da velocidade do vento. Entretanto a unidade de velocidade do ar é FPM (foot per minute), pés por minuto, utilizado no sistema inglês de unidades na Figura 68. 87 Figura 68 – Relação da velocidade do vento com a efetividade do sistema A partir de uma conversão de unidades das velocidades do ar medidos na saída dos painéis é possível obter a efetividade do resfriamento do sistema para o painel de espessura de 8” que é o utilizado no galpão climatizado (terceira curva de baixo para cima). 4.1.7 Dados da Medição em Campo do SRE com Ventilação Acionada por Conversor de Frequência As Tabelas 8 e 9 apresentam de forma condensada alguns dados em forma numérica para facilitar a visualização dos mesmos e ressaltar as análises efetuadas nesta análise prévia desenvolvida. A Tabela 8 trata dos dados de temperatura e umidade relativa e a Tabela 9 traz o restante dos dados de fatores, como o uso da água, a velocidade do vento e a demanda por potência elétrica ativa. 88 Tabela 8 – Dados de temperatura e umidade relativa Freq. Temp. Ext. Máx. Temp. Ext. Mín. Temp. Temp. Int. Int. Máx. Mín. Red. de Temp. Máx. Umid.Ext. Máx. Umid. Ext. Mín. (°C) (°C) (%) (%) Máx. Aum. de Umid. Int. (%) (Hz) (°C) (°C) (°C) 25 40,29 29,87 33,55 28,18 8,65 43,13 14,10 27,74 30 40,86 28,72 33,08 26,43 9,45 35,95 16,45 33,06 35 40,46 29,27 32,06 26,42 9,88 42,47 23,38 36,36 40 40,34 30,34 32,62 27,88 8,86 48,29 26,07 34,70 45 39,83 30,34 31,80 27,70 9,24 47,90 28,78 32,55 50 41,94 27,73 30,50 25,60 12,18 54,08 21,08 38,54 55 40,37 30,85 30,78 26,65 10,70 45,35 27,54 37,50 60 41,65 30,47 31,68 27,20 11,56 44,84 21,80 38,09 Através da observação da Tabela 8 verifica-se que a máxima redução de temperatura e máximo aumento de umidade ocorreram para a frequência de 50Hz, onde foi registrada uma redução de temperatura de 12,18°C e um aumento de umidade de 38,54%, isso porque neste dia ocorreu uma melhor combinação da alta temperatura e baixa umidade do ar externo e esta vazão compensou a redução de efetividade do sistema. Embora o aumento da efetividade de resfriamento ocorra na diminuição da velocidade do vento dos sistemas em estudo, o aumento da velocidade do vento também proporciona maior entrada de ar resfriado, então um meio termo de diminuição de velocidade do vento e aumento da vazão de ar úmido foi observado para posterior automação do sistema. Outra observação importante é que a umidade externa máxima no dia de medição em 50Hz foi a maior de todas e a umidade externa mínima foi a terceira menor, evidenciando que a maior redução de temperatura e maior aumento de umidade ocorreram no dia de maior variação tanto da temperatura como da umidade relativa externa. 89 Tabela 9 – Dados de energia elétrica, água e velocidade do vento Freq. (Hz) 25 30 35 40 45 50 55 60 Potência Redução de Redução de Velocidade Consumo Ativa potência potência do Ar na Diário de Média ativa do SRE ativa dos Saída do água do SRE em Relação a Ventiladores SRE Partida em Relação Direta a Partida Direta (W) (%) (%) (m/s) (l) 943,91 1049,51 1172,99 1342,68 1611,26 1834,56 2123,10 2486,13 62,09 57,85 52,90 46,08 35,29 26,33 14,74 0,00 75,94 70,88 64,81 56,63 43,82 33,04 19,04 0,00 2,77 3,33 3,96 4,51 5,34 5,77 6,20 6,59 330,00 350,00 355,00 355,00 350,00 460,00 490,00 530,00 Através dos dados dispostos na Tabela 9 pode-se destacar que a redução de potência ativa em relação ao acionamento direto registrada envolvendo todo o sistema foi de 62,09 %, reduzindo a potência consideravelmente, o que pode ocasionar redução no consumo de energia com o uso desta frequência de acionamento quando conveniente. Observando apenas a potência de entrada do conjunto composto pelo conversor e motores de acionamento dos ventiladores dos painéis em relação à partida direta nota-se uma redução de aproximadamente 76% em relação ao acionamento direto, evidenciando o quanto o conversor de frequência contribui para a racionalização do uso da energia elétrica. Também é possível perceber na mesma tabela que a velocidade do vento na saída do sistema aumenta com o aumento da frequência de acionamento e que o consumo de água também aumenta em proporções adequadas às umidades externas dos dias de acionamento, de 35 para 40Hz o consumo de água de um dos painéis é o mesmo ao final do dia, entretanto pode-se verificar na Tabela 8 que a umidade mínima externa para 35Hz foi aproximadamente 3% menor o que acabou compensando o aumento da velocidade do vento e mantendo o consumo de água praticamente o mesmo nos dois dias. 90 Os dados de estatística descritiva de algumas das variáveis climáticas presentes nas Tabelas 8 e 9 foram dispostos na Tabela 10, com objetivo de evidenciar a variabilidade das grandezas envolvidas. Tabela 10 – Estatística descritiva de temperatura e umidade relativa Variável Temperatura Especificação Média Desvio Externa (°C) padrão Temperatura Média Desvio Interna (°C) padrão Redução de Média Desvio Temperatura (°C) padrão Umidade Média Desvio Externa (%) padrão Umidade Média Desvio Interna (%) padrão Aumento de Média Desvio Umidade (%) padrão 25Hz 30Hz 35Hz 40Hz 45Hz 50Hz 55Hz 60Hz 37,33 37,79 37,68 37,04 37,39 37,69 37,98 38,71 2,56 2,53 2,18 2,16 1,68 3,17 1,87 1,98 31,37 30,96 30,51 30,85 30,17 28,50 29,44 30,04 1,51 5,95 1,73 6,83 1,40 7,17 1,29 6,19 0,95 7,21 1,34 9,18 0,82 8,54 1,02 8,67 1,29 1,31 1,08 1,37 0,90 1,98 1,28 1,14 21,42 21,06 28,14 31,94 32,43 30,43 32,71 27,98 6,80 4,06 3,55 4,79 3,20 7,94 4,04 4,36 38,59 41,62 54,48 52,79 57,48 59,37 59,01 56,95 6,24 5,69 3,80 4,81 1,86 5,37 2,63 3,34 17,17 20,56 26,34 20,85 25,05 28,95 26,31 28,97 4,71 4,92 4,07 4,28 3,78 4,01 5,26 3,70 4.1.8 Efetividade do Sistema A efetividade de resfriamento do sistema é estimada através do uso da curva fornecida pelo fabricante e da Equação 15 já apresentada, para o cálculo da mesma foi obtida a temperatura de bulbo úmido do ar que poderia ser obtida por equacionamento sugerido por Jesus (2002) em programa computacional desenvolvido e apresentado em seu estudo e também pelo software PSICROM 1.0 desenvolvido por Roriz (2003). Ambos os programas computacionais utilizados para relações entre ar e água, obtendo, com auxílio destes, a umidade absoluta, pressão de vapor, temperatura de orvalho e outros a partir dos pares de temperatura e umidade coletados em campo. Primeiramente a partir das velocidades médias de vento foram observadas as efetividades do sistema para cada frequência de acionamento de acordo com a curva 91 oferecida pelo fabricante, e, para isto, se fez necessária a conversão de unidades de velocidade do vento de m/s (metros por segundos) para FPM (feet per meter) que coincide com a unidade utilizada no gráfico do fabricante. Com a velocidade de saída de ar do painel a 25 Hz de aproximadamente 545,4 FPM (2,77m/s) torna-se possível perceber através da Figura 68 que a efetividade máxima do sistema, garantida pelo fabricante, é inferior a 80% de forma que a velocidade do vento com o motor do ventilador acionado a maiores velocidades, ou seja, nas maiores frequências de acionamento seriam obtidas efetividades ligeiramente menores que 77%. Um cálculo aproximado da efetividade do sistema foi então efetuado a partir do uso da temperatura de bulbo seco média e interna do ambiente no lugar da temperatura de bulbo seco de saída do sistema na Eq. 15, porém este valor não coincidirá com o valor estimado com uso da efetividade observada no gráfico fornecido pelo fabricante, até mesmo porque na passagem do ar resfriado pelo galpão o mesmo acaba sofrendo um incremento de temperatura devido às fontes de calor que ocasionam o aquecimento do mesmo no interior da edificação. Entretanto vale a pena observar como se comportou a efetividade calculada, pois a mesma retrata a proporção entre a redução de temperatura observada em campo e a hipotética, caso o ar se tornasse saturado na saída do sistema, ou com umidade relativa de 100%. A Figura 69 retrata a máxima, mínima e média efetividade para cada frequência de acionamento. 92 Figura 69 – Efetividade mínima, média e máxima calculada para cada frequência A partir da Figura nota-se que a efetividade máxima maior ocorreu para a frequência de 50Hz, sendo que a partir desta a efetividade apresenta suave queda o que pode mostrar que a partir desta frequência o aumento da vazão de ar resfriado não compensou a redução da efetividade proporcionada pelo aumento da velocidade do ar no sistema. A tendência do aumento da efetividade com o aumento da frequência é claramente percebido com exceção da frequência de 40Hz, quando a umidade relativa externa mínima é aproximadamente 2,69 % maior e a máxima também é 5,82% maior de acordo com os dados já expostos na Tabela 8, já da Tabela 10 pode-se perceber também que a média de umidade relativa externa é de aproximadamente 3,8% maior reforçando que a umidade relativa externa no dia de acionamento em 40 Hz manteve-se a níveis maiores o que resultou em uma menor efetividade do que em 35Hz. A Figura 70 mostra o comportamento de efetividade do sistema calculada a partir dos dados obtidos para todas as frequências de acionamento ao longo de cada dia que obteve o máximo da efetividade calculada. 93 Figura 70 – Comportamento da efetividade para cada frequência ao longo de um dia Na análise da Figura 70 pode-se observar que para o sistema de resfriamento evaporativo a frequência de 60Hz apresentou menor efetividade de resfriamento que as frequências de 50 e 55Hz evidenciando a questão do aumento da velocidade na redução da efetividade de resfriamento do ar. Torna-se interessante ressaltar que a eficiência Termo-Higro-Energética proposta neste trabalho avaliará o sistema em relação a ele mesmo e através de uma melhor observação da Figura 68 é possível perceber que níveis maiores de redução de temperatura podem ser obtidos a partir do aumento da espessura do painel evaporativo de celulose. Na efetividade do sistema em estudo duas variáveis se debatem, enquanto a redução de velocidade ocasiona aumento da efetividade e maior redução da temperatura de saída do sistema a vazão do ar resfriado no ambiente também diminui proporcionalmente, então se torna necessário outro método de análise uma vez que a temperatura do ambiente não depende unicamente da temperatura do ar de entrada, mas também da vazão deste ar resfriado. 4.1.9 Eficiência Termo-Higro-Energética e Programação Horária Os pesos teoricamente apresentados no equacionamento para análise e definição das eficiências Termo-Higro-Energética ponderadas para cada momento de 94 medição foram escolhidos de acordo com análise efetuada a partir dos dados de campo coletados. A escolha da variação horária da constante de temperatura ( ) foi baseada nos níveis de temperatura adequados considerados no diagrama do INMET, anteriormente exposto na Figura 17 e aplicados entre as Figuras 47 a 64 deste trabalho. Em contrapartida para a constante de umidade relativa ( ) foram considerados os limites entre as zonas de umidade relativa adequando o clima a muito seco até os limites de muito úmido no diagrama de conforto térmico humano utilizado. Finalmente a constante de energia ( ) foi considerada como complemento das duas, ou seja, quando a temperatura e umidade apresentam baixa importância a redução de potência ativa tem seu peso de importância proporcionalmente aumentado e vice e versa, condizente, assim, com a condição da Equação 21, onde a somatória das três constantes, positivas e menores que um, de temperatura, umidade e energia, deve ser numericamente igual a um. A Figura 71 traz as temperaturas médias internas ao longo de cada dia de medição e os limites estipulados pelo diagrama do conforto térmico da INMET para conforto pleno ou com necessidade de ventilação para se obter tal conforto. Os cálculos apresentados consistem em uma maneira de encontrar as constantes a partir de dados, entretanto estas constantes poderiam ser arbitradas conforme as necessidades do usuário de automação que possa requerer maiores níveis de umidade, ou ainda menores níveis de temperatura, como também menores patamares de consumo e demanda de energia elétrica ativa. 95 Figura 71 – Comportamento horário da temperatura interna e os limites de conforto Como parâmetro além do limite de 32,5°C aproximado como limite no diagrama foi utilizado, por questão de segurança, como referência a temperatura de 32°C que é 0,5°C menor. É possível perceber que das 08 às 10 horas da manhã para a maioria das frequências a temperatura manteve-se seguramente menor que 32°C para todas as frequências de acionamento, portanto neste período a importância quanto à redução de temperatura é nula para esta faixa de frequência. A partir deste raciocínio foi construída a Tabela 11 com as frequências que seguramente mantém a temperatura interna abaixo de 32°C com uma margem de segurança, onde frequências, que permitiram a temperatura chegar próximo de 32°C, não serão consideradas aptas a manter seguramente o conforto com a necessidade de ventilação a partir dos dados coletados em campo. 96 Tabela 11 – Garantia de manutenção da temperatura abaixo de 32 °C Período Início Fim 08:00 09:00 09:00 10:00 10:00 11:00 11:00 12:00 12:00 13:00 13:00 14:00 14:00 15:00 15:00 16:00 16:00 17:00 17:00 18:00 25 30 Frequência de Acionamento (Hz) 35 40 45 50 55 60 Garante a temperatura abaixo de 32°C. Não garante a temperatura abaixo de 32°C. Esta tabela informa a frequência mínima em que o sistema pode funcionar garantindo uma temperatura interna menor que 32°C evidenciando também, por consequência, as frequências que não devem ser utilizadas entre as horas do dia, nota-se que mantendo a frequência no valor mínimo quando possível para a obtenção de economia de energia elétrica utilizam-se apenas 4 frequências diferentes, o que acarreta a necessidade de que o conversor de frequência possua 4 entradas analógicas para o acionamento horário de um programador ou controlador lógico programável. As constantes de temperatura ( ) ao longo do dia para o cálculo da eficiência Termo-Higro-Energética proposto tiveram seus valores inversamente proporcionais à restrição do uso de frequência do sistema, isto é, no período que todas as frequências mantêm seguramente a temperatura abaixo de 32°C a constante de temperatura será baixa e à medida que o uso de frequências menores é restringido, nos períodos mais quentes do dia, a constante aumenta. Análise análoga é efetuada para a umidade relativa (%), porém, a faixa de limite de umidade relativa para conforto térmico é maior, primeiramente a Figura 72 evidencia a variação da umidade relativa média interna no ambiente ao longo do dia e os limites sugeridos pelo diagrama de conforto térmico utilizado neste trabalho. 97 Figura 72 – Comportamento horário da umidade relativa interna e os limites de conforto Já para a umidade relativa (%) foi utilizada a umidade de 40%, ou seja, 10% acima do limite mínimo sugerido pela INMET para obtenção do conforto térmico humano. A umidade deve permanecer superior a 30% e inferior a 80%. A partir da observação da Figura 72, foi construída a Tabela 12 evidenciando as frequências de acionamento acima de 40%. Tabela 12 – Garantia de manutenção da umidade relativa (%) acima de 40% Período Início Fim 08:00 09:00 09:00 10:00 10:00 11:00 11:00 12:00 12:00 13:00 13:00 14:00 14:00 15:00 15:00 16:00 16:00 17:00 17:00 18:00 25 30 Frequência de Acionamento (Hz) 35 40 45 50 Garante a umidade relativa acima de 40 %. Não garante a umidade relativa acima de 40%. 55 60 98 A partir da Tabela 11 é possível calcular os valores de partir da Tabela 12 calcula-se os valores de , isto se dá através da suposição que cada área cinza clara nas tabelas representa um numero de área ( temperatura ( ao longo do dia e a ) para a Tabela 11 e de umidade relativa ( ) que pode ser de ) para a Tabela 12, onde cada área representa um oitavo da totalidade de frequências acionadas, assim os cálculos das constantes são efetuados através das seguintes expressões: NA KT 1 T 8 Eq.23 NA KUR 1 UR 8 Eq.24 Cada constante de energia foi então calculada utilizando-se a Eq. 21 onde a soma das 3 constantes é igual a 1, esta constante então seria 1 subtraído pela soma e . A partir deste cálculo foi obtida cada constante da expressão da efetividade Termo-Higro-Energética que se comportam ao longo do dia conforme ilustra a Tabela 13. Tabela 13 – Constantes da expressão da eficiência Termo- Higro- Energética Período Início Fim 08:00 09:00 09:00 10:00 10:00 11:00 11:00 12:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 NAt 8 8 6 4 Kt 0 0 0,25 0,5 4 3 3 4 8 8 0,5 0,625 0,625 0,5 0 0 Constantes NAur Kur 8 0 8 0 6 0,25 6 0,25 6 6 6 6 7 8 0,25 0,25 0,25 0,25 0,125 0 Ke 1 1 0,5 0,25 0,25 0,125 0,125 0,25 0,875 1 É importante relatar que as constantes para a obtenção da efetividade TermoHigro-Energética utilizará, no momento de transição, isto é, nos momentos de hora exata que coincidem com o fim do intervalo horário anterior e começo do próximo, as maiores constantes e possíveis ou críticas. 99 Utilizando as variáveis obtidas em campo e as expressões de cálculo da efetividade global proposta na metodologia deste trabalho tais efetividades foram calculadas para cada frequência, ao longo do dia, de cada momento, entre 5 a 5 minutos, assim obteve-se a Figura 73. Figura 73 – Comportamento horário da eficiência Termo-Higro-Energética A partir da análise da Figura 73 e dos bloqueios das frequências de possível utilização nos horário tanto para temperatura, como para umidade, dados nas tabelas 12 e 13 foi possível perceber qual a melhor frequência de acionamento considerando as 3 variáveis envolvidas no processo, de forma que o acionamento e a potência elétrica ativa seja conforme ilustrado na Tabela 14. 100 Tabela 14 – Frequências acionadas nos períodos e respectivas potências ativas médias Período Frequência Início Fim Acionada (Hz) 08:00 09:00 25 09:00 10:00 25 10:00 11:00 35 11:00 12:00 50 12:00 13:00 50 13:00 14:00 50 14:00 15:00 50 15:00 16:00 50 16:00 17:00 30 17:00 18:00 25 Consumo diário (kWh) Pot. Ativa Média (kWh) 0,94391 0,94391 1,17299 1,83456 1,83456 1,83456 1,83456 1,83456 1,04951 0,94391 14,22703 O consumo diário é obtido a partir da somatória da coluna das potências ativas médias, pois cada um dos valores desta coluna representa a potência acionada durante uma hora, sendo assim, o próprio valor na tabela representa o consumo em uma hora, somados entre si nas 10 horas acionadas (horário comercial) resulta no consumo diário médio de energia. 4.1.10 Carga Térmica do Ambiente e Dimensionamento Para efetuar o cálculo da carga térmica da edificação de simulação foi utilizada a ferramenta de simulação denominada Energy Plus, inserindo adequadamente os parâmetros dos materiais existentes em campo e obtendo os valores de carga térmica para que a vazão do sistema instalado seja conferida com o resultado do dimensionamento proveniente da simulação computacional. A carga térmica do galpão foi calculada para o período seco de maneira mais precisa, para que, com esta, possa ser utilizada a metodologia sugerida por Camargo (2009) para dimensionar a vazão do sistema de resfriamento evaporativo e conferir se a vazão utilizada no sistema em estudo é adequada à carga térmica do galpão. A Eq. 25 é o instrumento pelo qual tal dimensionamento da vazão total de um SRE é efetuado por Camargo (2009). 101 Q V C T p Eq.25 Onde: : Vazão de ar necessária (m³/h); : Carga térmica do ambiente a ser climatizado (kcal/h); : Massa específica do ar (kg/m³); : Calor específico à pressão constante do ar (kj/kg°C); Δ : Diferença entre a temperatura média obtida com o resfriamento no verão, ou no período seco, e a máxima temperatura admissível no interior ambiente a ser climatizado (°C); Para o dimensionamento da carga térmica do ambiente foram considerados todos os materiais e espessuras dos mesmos no ambiente, a carga térmica foi calculada tanto com 200 pessoas assim como para o ambiente sem a presença de pessoas, todos os equipamentos elétricos emissores de calor no ambiente foram considerados em ambas alternativas. A partir da Tabela 15 é possível observar os parâmetros inseridos no programa Energy Plus para a simulação do galpão em estudo, evidenciando as características dos materiais utilizados na simulação. Posteriormente os valores de carga térmica calculados foram inseridos na Eq. 25. Tabela 15 – Características dos materiais utilizados na simulação de carga térmica Material Concreto Forro PVC Lona PVC Reboco Telha Reciclada Tijolo Cerâmico Condutividade Térmica (W/mK) 1,75 0,19 0,19 1,15 0,49 0,7 Calor Específico (J/kgK) 1000 1254 980 1000 1700 920 Espessura (m) 0,3 0,01 0,001 0,025 0,0045 0,1 Densidade (kg/m³) 2400 1200 700 2300 965 2000 102 Os dados da telha reciclada (polietileno) foram obtidos do trabalho de Coutinho et al (2003) considerando que este polietileno seja o de alta densidade foi utilizado a média das faixas de valores apresentadas em seu trabalho trabalho, os dados dos outros materiais foram provenientes da NBR 15220 (2005) (2005). A carga térmica do ambien ambiente te foi simulada com 200 pessoas em baixa atividade metabólica, foram considerados 2100W de iluminação existente no ambiente e 1000W de um data show que as vezes é utilizado no local. local A carga térmica resultante foi de 621 621.565,26 BTU/h (156.758,75kcal/h),, o mesmo ambiente sem a presença de pessoas resultou em uma carga térmica de 478.803,08 BTU/h (120.754,13 kcal/h),, sendo assim, uma carga térmica de aproximadamente 142.762,18 BTU/h foi necessário para suprir a presença de 200 pessoas no local, local com uma densidade de aproximadamente 0,5 pessoa pessoas por metro quadrado. A obtenção da temperatura de resfriamento pode ser feita partindo-se de dados de temperatura de bulbo seco e de bulbo úmido do ar externo para o verão verão, encontrados na NBR 6401 (2008), ou então, a partir de dados meteorológicos regionais, de acordo com o período a ser utilizado o sistema e utilizando curvas de efetividade fetividade fornecidas pelo fabricante. Para a cidade de Cuiabá, de acordo com a NBR 6401 (2008) a temperatura de bulbo seco de entrada de projeto é de 36°C e a temperatura de bulbo úmido de entrada de projeto é de 27°C, entrando na tabel tabelaa fornecida pelo fabricante f obtém-se uma temperatura de 28,8°C conforme ilustra a Figura 74. Figura 74 – Obtenção de temperatura de bulbo seco de saída do painel 103 Camargo (2009) recomenda que a temperatura interna máxima do ar esteja em torno de 3 a 5 °C acima da temperatura de resfriamento calculada, então a temperatura deve estar entre 31,8 a 33,8°C, como foi adotada a temperatura de segurança a ser atingida a de 32°C foi escolhido utilizar esta temperatura, a diferença de temperatura (ΔT) é dada pela subtração entre 32 e 28,8°C resultando em 3,2°C. Adotando-se a massa específica do ar (ρ) como 1,25 kg/m³ e o calor específico do ar como 1,0013 kJ/kg°C e inserindo estes valores em conjunto com as respectivas cargas térmicas na Eq.25 a vazão obtida foi de 38.686,76 m³/h com 200 pessoas e de 29.801,12 m³/h sem a presença de pessoas no galpão, sendo que a vazão nominal de cada painel evaporativo é de 10.000 m³/h o sistema está dimensionado abaixo do calculado para 200 pessoas, necessitando de mais um painel evaporativo, e adequado para climatizar o ambiente vazio e como as medições foram efetuadas para o ambiente vazio as mesmas apresentam validade experimental. Observando este cálculo percebe-se que no dimensionamento a variação da vazão pelo conversor de frequência não é levada em conta até mesmo para o ambiente vazio, e para isto a vazão nominal do equipamento deve ser reconsiderada utilizando-se de maneira aproximada a Eq. 10 apresentada anteriormente onde a proporção entre as vazões é igual à proporção entre as velocidades angulares do motor e consequentemente às frequências de acionamento do motor de indução, para se utilizar o conversor de frequência a 50Hz, por exemplo, a vazão nominal de cada painel evaporativo cai para 8333,33m³/h e o sistema necessitará de mais painéis para suprir a vazão total necessária. 4.1.11 Curva de Temperatura e Umidade Versus Frequência e Automação por Sensores Nesta seção são desenvolvidas equações através do uso do programa computacional adequado para os sensores de temperatura interna e externa para que a partir das medições, possam ser estabelecidas as frequências de acionamento adequadas para proporcionar conforto e efetuar economia de potência ativa. Como os sensores trabalham com qualquer frequência possível dentro da faixa de acionamento torna-se necessária chegar a uma equação que dê a potência 104 elétrica média para cada frequência possível de acionamento, pois a frequência também será determinada por função matemática obtida a partir dos dados coletados em campo. Para chegar à expressão de potência por frequência foram utilizadas as potências médias de cada frequência e utilizando a função polyfit, que aplica a técnica dos mínimos quadrados automaticamente, através do software Matlab, ajustando funções das quais foram escolhidas duas e comparadas entre si para determinar qual é a melhor das funções. A Figura 75 apresenta os pontos dispostos no gráfico e as funções obtidas pelo método dos mínimos quadrados. Figura 75 – Ajuste de potência ativa (W) por frequência de acionamento (Hz) Dentre as funções obtidas as que tiveram maior aproximação foram a quadrática e a cúbica. Efetuando teste T pareado entre os dados de campo e os valores calculados através das funções obtidas o resultado para a função quadrática foi de aproximadamente de 0,993, enquanto para a forma cúbica foi de 0,996, o que significa que a forma cúbica é a melhor forma para representar os dados de campo, coincidindo com a teoria, além de que, um dos valores de diferença entre o calculado e o medido para a função quadrática resultou em uma diferença absoluta máxima de aproximadamente 127W e a maior diferença para a função cúbica foi em torno de 33W, e, apenas para a frequência de 55Hz a diferença foi favorável a função quadrática, portanto, a função adotada foi a cúbica. 105 Para o sensor de temperatura serão agrupados os dados de temperara externa na faixa de acionamento para cada período e frequência estipulados na Tabela 16 e os valores mínimos e máximos ocorridos serão lançados na frequência proposta para o respectivo período do dia na mesma tabela, quando a temperatura externa não necessitar seguramente de ventilação para conforto térmico, isto é, menor ou igual a 25°C, sendo esta a mínima para umidades maiores no diagrama de conforto térmico, a frequência de acionamento será nula (sistema desligado), e acima de 25°C será feita uma análise de ordenação de acionamento de acordo com o mínimo e máximo para cada frequência no seu período adequado. A Tabela 16 ilustra a cerca dos valores coletados de temperatura externa para os períodos melhores para cada frequência estipulados anteriormente na programação horária. Tabela 16 – Valores obtidos a partir da análise de temperatura externa Frequência Acionada (Hz) 25 30 35 50 Temperatura Mínima Externa (°C) 27,727 36,851 34,836 36,851 Temperatura Máxima Externa (°C) 37,838 41,356 39,177 41,942 Número de dados nos períodos 288 96 96 488 A Tabela 17 mostra os valores arbitrados de períodos de temperatura para a construção do gráfico de T(°C) por frequência de acionamento, essencial para a utilização do gráfico. Tabela 17 – Construção do gráfico para sensor de temperatura Intervalo de T(°C) Início 0 28 31 34 38 Fim 27 30 33 36 45 Frequência Acionada (Hz) 0 25 30 35 50 A partir das frequências arbitradas foram obtidas as duas funções que mais se aproximaram dos valores conforme já efetuado para a potência em função da 106 frequência. A Figura 76 apresenta as duas melhores funções que se adequaram aos valores arbitrados, seu objetivo é evidenciar o ajuste das curvas aos pontos arbitrados de frequência a ser acionada de acordo com a temperatura externa para posteriormente utilizar a melhor função para simular o sensor a partir de dados reais de temperatura externa ao galpão coletados em campo. Figura 76 – Ajuste de frequência de acionamento por temperatura externa A função linear teve como resultado do teste T o valor de 0,86 enquanto a quadrática obteve apenas 0,69, portanto a equação linear foi utilizada. De acordo com dados apresentados na Tabela 8 a máxima temperatura ocorreu para o dia em que o conversor foi acionado a 50Hz, entretanto a média de temperatura maior ocorreu para 60Hz, portanto será utilizado para a simulação de desempenho do sensor de temperatura controlando o conversor de frequência os dados no dia de acionamento a 60Hz. Utilizando as funções de temperatura e potência e integralizando a área do gráfico de potência ao longo do dia chegou-se a um valor de consumo diário de aproximadamente 15,18 kWh, um consumo diário menor que o acionamento à 45Hz com economia de aproximadamente 6%, lembrando que o sensor poderá desligar o sistema em dias de temperatura mais amena, este percentual de economia em relação ao consumo de energia elétrica ativa na prática será muito maior. É importante frisar que o sistema em dias com baixas temperaturas e patamares de umidade relativa inferiores ao limites mínimos de conforto térmico 107 utilizando apenas sensores de temperatura não ocasionaram o conforto térmico, será necessário então o incremento do sensor de umidade relativa para manter de melhor forma o conforto térmico no interior do galpão. Para a umidade foi feito o mesmo processo que para temperatura, entretanto a umidade exige frequências menores de acionamento, o que, evidentemente, fará com que a temperatura de conforto não seja mantida, principalmente no período mais quente do dia, portanto o sensor de umidade poderá deixar a desejar no quesito temperatura na análise simplificada de conforto térmico. A Tabela 18 traz dados sobre os valores coletados de umidade relativa externa (%) para cada medição efetuada, destacando as frequências mínimas exigidas em relação à umidade relativa externa para acionamento do SRE com os dados de medição de temperatura nos dias de acionamento. Tabela 18 – Valores obtidos a partir da análise de umidade relativa externa Frequência Acionada (Hz) 25 30 35 Umidade Rel. Mínima Externa (%) 16,057 14,099 14,691 Umidade Rel. Máxima Externa (%) 54,077 29,927 39,626 Numero de dados nos períodos 288 96 584 O acionamento do sensor nas faixas de umidades relativas externas arbitradas foi disposto na Tabela 19. Tabela 19 – Construção do gráfico para sensor de umidade relativa Intervalo de UR (%) Início 0 20 27 76 Fim 19 26 75 100 Frequência Acionada (Hz) 35 30 25 0 Desta forma a Figura 77 traz as melhores funções ajustadas nos valores do sensoriamento arbitrado com a finalidade de melhor visualizar as funções, dentre as quais uma foi escolhida para que, posteriormente, com os dados de umidade relativa 108 externa coletados o uso do sensor de umidade relativa seja simulado através de cálculos. Figura 77 – Ajuste de frequência de acionamento por umidade relativa externa A função quadrática apresentou no resultado do teste T um valor de 0,87 enquanto a cúbica apresentou apenas 0,57, portanto, a segunda será a utilizada. Analogamente ao feito para o sensor de temperatura, a potência ao longo do dia com menor média de umidade externa foi calculada, o dia de medição de menor umidade relativa externa foi o dia de 25Hz, entretanto, o dia de menor média foi o de 30Hz de acordo com as Tabelas 8 e 10, logo, optou-se a utilizar-se este dia na simulação de sensor de umidade relativa. A partir da simulação de consumo diário foi encontrado o valor aproximado de 9,8 kWh, entretanto, o conforto térmico quanto à temperatura não tem nenhuma garantia de ser mantido. O uso então de sensores mistos será avaliado através da escolha de um dia, dentre os medidos, quente e seco ao mesmo tempo, com maior faixa de variação de temperatura e este dia foi o dia em que a frequência de 50Hz onde apresenta o maior valor máximo de temperatura e o terceiro menor mínimo de umidade relativa, de forma que dentre as frequências solicitadas pelos sensores de temperatura e umidade relativa foi utilizada a maior frequência solicitada. O uso dos dois sensores resultou em um consumo diário igual ao sensor de temperatura para o dia quente e seco, sendo garantido assim tanto o conforto de temperatura quanto o conforto de umidade relativa. A Figura 78 apresenta o 109 comportamento da potência elétrica ativa no dia de acionamento de uso de sensor de temperatura e umidade relativa externa em conjunto. Figura 78 – Comportamento da potência elétrica ativa com uso misto de sensores Através da Figura 78 foi possível perceber que a maior solicitação de potência para o uso de sensores coincide com o período mais quente e seco do dia, entre às 14 as 16:30 horas. Embora o consumo diário do sistema de sensoriamento misto seja quase 1 kWh maior que o uso de programador horário, a demanda máximo solicitada pelo sensoriamento misto manteve-se menor, pois a maior frequência de acionamento não excedeu 48 Hz e manteve a demanda inferior ao acionamento através de programador horário (máximo de 50Hz) e com a vantagem de garantir o conforto de temperatura e umidade ao longo do dia. 4.1.12 Energia Elétrica dos Sistemas de Climatização Nesta seção são apresentados os dados de potência elétrica ativa demandada pelo condicionador de ar no ano todo, detalhando o consumo a cada mês, com utilização do galpão em horário comercial. As adaptações efetuadas ocorreram através do fechamento das aberturas por vidro utilizando os seguintes parâmetros extras para o programa Energy Plus. 110 Tabela 20 – Características dos materiais utilizados na simulação de carga térmica Condutividade Térmica (W/mK) 1 Material Vidro Calor Específico (J/kgK) 840 Espessura (m) 0,04 Densidade (kg/m³) 2500 Na Figura 79 encontra-se o comportamento gráfico do consumo mensal do condicionador de ar simulado pelo software no horário comercial, das 08 às 18 horas, utilizando os dados climáticos de Cuiabá (Test Reference Year) sem a presença de pessoas no interior do ambiente para comparar adequadamente ao SRE, foram desprezados os finais de semana. Consumo mensal (kWh) 12000 10000 8000 6000 4000 2000 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Figura 79 – Comportamento mensal do consumo de energia elétrica Através da análise do gráfico se torna possível perceber que o consumo mensal mínimo de 6,541 MWh e para o SRE na frequência de 60Hz, considerando a demanda máxima à 60Hz (Tabela 19) em 10 horas de uso por dia durante 22 dias úteis no mês o consumo médio seria aproximadamente de 546,95 kWh, o que evidência um consumo aproximadamente 12 vezes menor. A Figura 80 traz as demandas máximas ocorridas em cada mês para o ambiente sem pessoas. 111 80 Demanda máxima (kW) 70 60 50 40 30 20 10 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Figura 80 – Comportamento mensal da demanda máxima de energia elétrica É possível perceber através da Figura 80 que o menor patamar de demanda ocorrido foi em Junho com aproximadamente 57 kW demandados, já o SRE acionado na velocidade nominal (60Hz) a potência máxima atingida no dia de sua medição foi 2,515 kW, isto é, uma demanda aproximadamente 22,66 vezes maior, se torna evidente então que o sistema de resfriamento evaporativo diminui e muito a demanda, e, por consequência, diminui também o consumo de energia elétrica. Valores maiores de redução de potência ainda serão observados, haja vista que serão efetuados comparativos entre as alternativas de uso misto com maximização de eficiência energética do SRE com programador horário e sensor de temperatura e umidade relativa. 4.1.13 Comparativo de Estratégias de Uso Misto Com os dados de potência elétrica ativa para os sistemas de resfriamento evaporativo e condicionamento de ar as alternativas propostas são comparadas entre si, quantificando a promoção eficiência na demanda e consumo mensal e anual de energia elétrica ativa de cada uma delas. Para estes cálculos o valor de potência média do sistema de resfriamento evaporativo foi considerado constante por ser uma característica do sistema de resfriamento em manter seu valor praticamente constante, sendo que a máxima 112 relação percentual entre o desvio padrão e a média foi de aproximadamente de 1,05% na frequência de 35Hz ocorrendo um valor mínimo da mesma relação de 0,33% para 60Hz. Na utilização do sensor foi escolhido o uso do sensor de temperatura em conjunto com o sensor de umidade, pois esta seria a única opção que atentaria a problemas de temperatura confortável e umidade desconfortável, ou ainda, umidade confortável e temperatura desconfortável. Para a demanda máxima foram considerados os valores máximos ocorridos no cálculo da frequência máxima acionada. O uso da frequência ajustada em 45Hz é justificado pelo fato desta frequência ter sido a menor, dentre as medidas que manteve, seguramente, todos os pares de temperatura e umidade relativa internas nas zonas de conforto e de necessidade de ventilação para conforto, e isso foi anteriormente destacado através da Figura 59. Para evidenciar a redução de demanda no período seco, com Cuiabá localizado na região centro sul do estado de Mato Grosso, mais posicionado para o sul, de forma que o diagrama de Carossi (2006) recomende os meses de Abril, Maio, Junho, Julho e Agosto para uso do sistema de resfriamento evaporativo, assim todo esse período será considerado nos gráficos comparativos. A Figura 81 apresenta a demanda para todas as estratégias de uso para climatização nos meses adequados ao uso do resfriamento evaporativo. 80 Demanda máxima (kW) 70 60 Condicionador de ar 50 SRE partida direta 40 SRE programador horário 30 SRE com sensor 20 SRE a 45 Hz 10 0 Abril Maio Junho Julho Agosto Figura 81 – Comparativo de demandas mensais entre estratégias de climatização 113 É possível notar através do gráfico que a redução de demanda no uso do sistema de resfriamento evaporativo em contraposição do condicionador de ar foi extremamente alta com valor mínimo de redução de demanda máxima ocorrida no mês de Junho na partida direta de 95,5% e máxima de redução de demanda ocorrida para o mês de maio no uso de frequência fixada em 45Hz com 97,7% de redução de demanda máxima ocorrida. O sistema de resfriamento em uso misto sazonal adequado trará uma redução de até 97,7% de demanda de energia elétrica ativa em 5 meses do ano, aliviando a o sistema de geração de fonte hídrica no período seco para as usinas dessa região e de outras que apresentem baixa na geração durante o mesmo período e estiverem interligadas ao sistema. Comparando cada estratégia, quanto a demanda de energia elétrica ativa, no uso do conversor de frequência, entre si, obteve-se o gráfico da Figura 82. Demanda Máxima (kW) 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 SRE partida direta SRE programador SRE com sensores horário SRE a 45 Hz Figura 82 – Comparativo de demanda entre estratégias de uso do conversor de frequência no SRE Para o cálculo do consumo anual dos métodos propostos de uso do SRE e com incorporação de automação foram considerados 22 dias úteis no mês e 12 meses no ano, é importante salientar que foram utilizados os valores médios para a partida direta e ajuste à frequência de 45Hz e valores integralizados, em cada intervalo de 5 minutos, para o uso misto de sensores e também para o uso do programador horário. A Figura 83 apresenta o comparativo da economia de energia elétrica ativa anual do uso misto do condicionador de ar complementado pelo uso do resfriamento evaporativo no período adequado em conjunto com estratégias de automação. 114 Economia anual de energia (kWh) 37400 37200 37000 36800 36600 36400 36200 36000 35800 35600 35400 35200 Condicionador de ar Condicionador de ar Condicionador de ar Condicionador de ar + SRE PD + SRE 45 Hz + SRE com sensores + SRE programador Figura 83 – Economia anual de energia elétrica com uso de sistemas mistos com SRE em relação ao uso do condicionador de ar ao longo de todo o ano O comparativo da Figura 83 considera apenas as alternativas que garantem a manutenção da temperatura e da umidade dentro das zonas de conforto pleno e necessidade por ventilação no diagrama de conforto térmico humano (Figura 17). Embora o programador tenha apresentado a maior economia anual de energia ativa, a mesma provavelmente ocorrerá, de fato, para o uso do sensor misto, pois nos dias confortáveis para temperatura e umidade o sistema não será acionado, ou será acionado à baixa rotação, e o programador horário apresentará praticamente o mesmo consumo em todos os dias em que o SRE for acionado. Torna-se interessante destacar que o sistema, em dias úmidos e com temperatura dentro do nível de necessidade de ventilação, poderá ligar apenas a ventilação para conforto térmico, mas para que isto seja utilizado se faz necessário o uso de um controlador lógico programável que poderá intervir a partir de dados externos de temperatura e umidade relativa e aumentar ainda mais a eficiência do sistema. A incorporação do controle do condicionador de ar e do sistema de resfriamento evaporativo poderá também ser efetuada pelo controlador lógico programável, aumentando ainda mais a eficiência energética do sistema. 115 4.1.14 Consideração Finais Na potência ativa absorvida pelo sistema de resfriamento evaporativo a cada dia de medição foi observada certa constância em módulo, evidenciando que as características climáticas não interferem na demanda de energia deste sistema, com o mesmo consumo aproximado ao longo do dia e uma relação máxima entre valor médio e desvio padrão de aproximadamente 1%. No consumo de água foram observadas as variáveis de maior influência, que são as frequências de acionamento e a umidade externa, sendo que os dados obtidos apontaram que a frequência de acionamento obteve maior influência no consumo de água, o que evidentemente é ocasionado pelo aumento da pressão na interação entre a água e o ar dentro do painel de celulose. A redução de potência elétrica ativa máxima do sistema em relação a ele mesmo acionado via partida direta foi de aproximadamente 62% na frequência de 25Hz, e no acionamento do ventilador em relação a partida direta foi obtida uma economia de até aproximadamente de 75%. Como esperado, o comportamento da velocidade do vento na saída do painel evaporativo aumentou com a variação positiva da frequência de acionamento do ventilador de cada painel e de acordo com o fabricante a efetividade de resfriamento é função desta velocidade, desde a velocidade de 2,77m/s atingindo uma velocidade de até 6,59 m/s, embora este valor se encontre fora da área do gráfico de efetividade do fabricante. No tocante a climatização, utilizando o resfriamento evaporativo foi obtida redução de temperatura em até 12,18 °C e aumento de umidade relativa em até 38,53%, o que para o período quente e seco do ano constitui na obtenção de melhorias em relação ao conforto térmico no ambiente. Utilizando a análise do diagrama de conforto térmico foi possível destacar que, na freqüência de 45Hz e acima dela, a temperatura e umidade interna se mantiveram na zona de conforto ou na zona de necessidade de ventilação para o conforto. Esta região pode ser considerada uma extensão da zona de conforto, haja vista que o sistema também trabalha com o aumento da velocidade do vento. 116 5 CONCLUSÕES Com o intuito de sintetizar as principais contribuições atingidas pelo trabalho de pesquisa aqui apresentado, pode-se destacar: 1) Este trabalho trouxe a tona o potencial de redução de demanda e energia elétrica na ventilação de sistemas de resfriamento evaporativo. A demanda para a partida direta em relação à mínima demanda máxima para o condicionador de ar foi cerca de 22 vezes menor, sendo que a alternativa de menor demanda manteve as exigências de conforto, que foi o acionamento em 45Hz, representando uma redução de 36,6% de potência em relação à partida direta. Devido às alterações climáticas horárias decorrentes em um mesmo dia, o uso do conversor de frequência pode proporcionar tanto a economia de energia quanto a economia de demanda, além de que o conforto térmico foi alcançado a uma frequência inferior a 60Hz, que foi a de 45Hz, de acordo com os diagramas de conforto apresentados. A economia de energia elétrica ativa anual obtida com o sistema de resfriamento evaporativo no período recomendado em todos os métodos utilizados e em conjunto ao condicionador de ar girou entre 34 a 35% em relação ao uso apenas do condicionador de ar durante todo o ano. 2) Além do uso do ajuste manual de frequência do conversor, a aplicação de técnicas de automação, tais como o uso de programadores horários e sensores de temperatura e umidade aumentaram a economia de energia do sistema de resfriamento evaporativo de modo a maximizar a eficiência energética do conjunto. Os consumos de energia diários com programador horário e sensores apresentaram patamares menores, o uso do programador horário em um dia em contraposição ao uso da partida direta ocasiona uma redução no consumo diário de 43%. O uso do programador horário no período anual adequado em conjunto com condicionador de ar no restante do ano apresentou economia de energia anual em torno de 2% em relação ao condicionador de ar com SRE em partida direta. 117 3) O uso do conversor de frequência não proporciona apenas a redução da potência ativa demandada pelo sistema de resfriamento evaporativo, mas também a redução no consumo de água utilizada pelo mesmo, uma vez que para maiores rotações do ventilador uma maior quantidade de água é evaporada diminuindo sua reutilização e permitindo a chegada de mais água ao reservatório. As maiores efetividades nos sistema ocorreram à frequências menores que a nominal. 4) Considerando a comparação de consumo do condicionador de ar e a climatização evaporativa acionada na partida direta durante o período adequado do ano, que vai de Abril a Agosto, a ultima estratégia apresentou um valor de consumo, aproximadamente 13 vezes menor que a primeira. Já em relação à estratégia de acionamento do sistema de resfriamento evaporativo com menor consumo, que foi o uso de programador horário, o consumo foi cerca de 95% do consumo de energia elétrica ativa do condicionamento de ar nesse período. Entretanto vale destacar que o condicionador de ar efetua uma maior redução de temperatura, mantendo-a em 25°C, mas a climatização evaporativa mantém o ambiente confortável termicamente, nas técnicas de acionamento consideradas, conforme o diagrama de conforto térmico do INMET (Figura 17). 5) Projetos de eficiência energética de incentivo ao uso desses sistemas em substituição a condicionadores de ar no período seco podem ser aplicados, em conjunto, inclusive, a metodologia utilizada para a avaliação horária do sistema. Vale ressaltar que neste período o parque de geração de energia tendo como fonte primária a energia hidráulica possa ser aliviado no mesmo período em que ocorre baixa na geração de energia desta fonte e coincide como melhor período para a aplicação desses sistemas. Desta forma, o uso da metodologia proposta pelo trabalho pode-se ocasionar automação adequada do sistema maximizando a eficiência energética do mesmo e proporcionando adequadamente a redução de temperatura e aumento da umidade. 5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Sugere-se como tema para trabalhos futuros: 118 a) Análise da qualidade de energia elétrica do sistema de resfriamento evaporativo com ventilação acionada a conversor de frequência. b) Análise do uso de sistemas de resfriamento evaporativo indireto e de duplo indireto-direto, aumentando a redução de temperatura com possibilidade de vetar a umidificação abordando o estágio direto. c) O uso da lógica Fuzzy na automação de sistemas de múltiplas estratégias de climatização com o uso de conversores de frequência, envolvendo aquecimento, ventilação, resfriamento evaporativo e ar condicionado, com a utilização de sensores e controladores lógicos programáveis. d) Estimativa do impacto ocasionado no consumo e na demanda de energia elétrica em uma cidade, estado, ou em todo país dado através da substituição de sistema de resfriamento evaporativo no período adequado do ano comparando-se ao uso do condicionador de ar. 119 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 6.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CITADAS ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR 145192000. Medidores eletrônicos de energia elétrica (estáticos) – Especificação. ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR 152202 – 2005 – Desempenho térmico de edificações - Parte 2: Método de cálculo de transmitância térmica, da capacidade térmica, do atraso térmico e do fator solar de elementos e componentes de edificações. ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR 164012 – 2008 – Instalações de ar condicionado. Parte 2: Parâmetros de Conforto Térmico. ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR 7094 – 2000 - Máquinas Elétricas Girantes – Motores de Indução – Especificações. ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR 10131 1987 - Bombas hidráulicas de fluxo. ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR 6401 – 2008 – Instalações de Ar Condicionado para Conforto – Parâmetros Básicos de Projeto. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Resolução 456. 30 de novembro de 2000. AHMED, A. Eletrônica de Potência. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2000. 120 ANUNCIAÇÃO, L. Estudo do Impacto do Sistema de Acionamento de um Motor de Indução Trifásico na Eficiência Energética e na Qualidade da Energia Elétrica: um Estudo de Caso – Elevador de Canecas. Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, 127p. 2011. ANUNCIAÇÃO, L; VASCONCELLOS, A. B.; KAWAPHARA, M. K. ; FONSECA, A. L. A.; SILVA, L. O. ; SILVA, T. V. Eficiência Energética e Qualidade de Energia em um Sistema de Acionamento de Máquinas Motrizes. 9ª IEEE/ IAS International Conference on Industry Applications IX Induscon 2010. ASHRAE (American Society of Heating, Refrigeration and Air Conditioning Engineers). Handbook Fundamentals 2005 – Cap. 8- Thermal Comfort. ASHRAE (American Society of Heating, Refrigeration and Air Conditioning Engineers). Standard 55: thermal environmental conditions for human occupancy. ASHRAE: Atlanta, 2004. BALANÇO Energético Nacional 2010. Disponível em: <https://ben.epe.gov.br/> Acesso em jan. 2011. BARDELIN C. E. A. Os efeitos do Racionamento de Energia Elétrica ocorrido no Brasil em 2001 e 2002 com ênfase no Consumo de Energia Elétrica. 2004. 113 f. Universidade de São Paulo – Escola Politécnica, São Paulo. 2004. BELLORIO, M.; PIMENTA, J. Análise Teórica da Influência do Condicionamento Do Ar Por Resfriamento Evaporativo sobre o Desempenho de Ciclos de Ciclos de Turbina A Gás.VIII Congrasso Iberoamericano de Aire Acondicionado, Calefacción y Refrigeración. 2005. 121 BRAGA, C. M. P. ; BRAGA, L. C. ; BRAGA, V. A. ; BRAGA, A. R.; RESENDE, K. S. Módulo Didático para Ensino de Domótica com Ênfase em Eficiência Energética. III Congresso Brasileiro de Eficiência Energética, Belém - PA. Brasil. BRASIL. Lei no 10.295, de 17 de outubro de 2001. Dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia e da outras providências. BRASIL. Lei no 9.991, de 24 de julho de 2000. Dispõe sobre realização de investimentos em pesquisa e desenvolvimento e em eficiência energética por parte das empresas concessionárias,permissionárias e autorizadas do setor de energia elétrica, e dá outras providências. CAMARGO, J. R. Resfriamento Evaporativo: Climatização Ecológica. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2009. CAMARGO, J. R. Resfriamento Evaporativo: Poupando Energia e Meio Ambiente. Revista Ciências Exatas, Taubaté, v. 9/10, n 1-2, p. 69-75, 2003/2004. CAMARGO, J. R., CARDOSO, S., TRAVELHO, J. S., 2000. Utilização do resfriamento evaporativo para conforto térmico humano em diversas cidades brasileiras, Congresso Nacional de Engenharia Mecânica, CONEM 2000, Natal, RN. CAMARGO, J. R.; EBINUMA, C. D. A Mathematical Model for Direct and Indirect Evaporative Cooling Air Conditioning System. IX Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciências Térmicas, Caxambu, Minas Gerais,2002. CAMPOS, A. T.; KLOSOWSKI, E. S.; GASPARINO, E.; CAMPOS, A. T. Estudo do potencial de redução da temperatura do ar por meio do sistema de resfriamento adiabático evaporativo na região de Maringá-PR. Scientiarum, Maringá, v. 24, n. 5, p. 1575-1581, 2002. Acta 122 CANDIDO, C.; LAMBERTS, R.; BITTENCOURT, L.; DEAR, R. Aplicabilidade dos limites da velocidade do ar para efeito de conforto térmico em climas quentes e úmidos. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 10, n. 4, p. 59-68, out./dez. 2010. CAROSSI, G. A. B. Resfriamento Evaporativo : Estudo do Potencial de sua Aplicação no Brasil. 2005. 100 f. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia. 2006. CASSIDY, M. P. ; STACK, F. J. Applying Adjustable Speed AC Drives to Cooling Tower Fans. IEEE Proc. – Electronic Power Applications., p. 87-91, 1988. CASTRO, W. P.; PIMENTA, J. M. D. Modelagem e Simulação de Painéis Evaporativos Diretos. Proceedings of the 10° Brazilian Congresso f Thermal Sciences and Engineering- ENCIT 2004- Braz. Soc. Of Mechanical Sciences and Engeneering- ABCM, Rio de Janeiro, 2004. COUTINHO, F. M. B.; MELLO, I. L.; MARIA, L. C. S. Polietileno: Principais Tipos, Propriedades e Aplicações. Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 13, nº 1, p. 1-13, 2003. DE GRAAFF, J.; WEISS, H.W. Adjustable Speed AC Drive for Fan Vibrations Control. Industry Applications Society Annual Meeting,1991. Conference Record of the 1991 IEEE. 28, p. 87-91, 1988. DEL TORO, V. Fundamentos de máquinas elétricas. Rio de Janeiro: Prentice Hall, 1994. 123 DELFANI, S.; KARAMI, M.; PASDARSHAHRI, H. The effects of climate change on energy consumption of cooling systems in Tehran. Energy and Buildings, v. 42, n. 10, p. 1952-1957, 2010. DJUNAEDY, E.; VAN DEN WYMELENBERG, K.; ACKER, B. ; THIMMANA, H. Oversizing of HVAC System: Signatures and Penalties. Energy and Buildings, 2010. DOE - United States Department of Energy. Programa Computacional Energy Plus, Versão: 6.0, 2010. Disponível em:<http://apps1.eere.energy.gov/buildings/energyplus/> Acesso em: 25 set. 2010. FANGER, O. Thermal Comfort – Analysis and Application in Environmental Engineering. Copenhagen, 1970. FITZGERALD, A. E.; KINGSLEY Jr., C.; UMANS, D.S. Máquinas Elétricas – Com Introdução à Eletrônica de Potência. 6. ed. São Paulo: Artmet, 2006. FRANCHI, C. M. Inversores de Frequência: Teoria e Pratica. São Paulo: Érica, 2010. GIVONI, B. (1994) Passive and Low Energy Cooling of Buildings. Nova York: John Wiley. GUOBIAO, G.; LIN, R.; Development of evaporative cooling technology for hydrogenerators, Electrical Machines and Systems, ICEMS 2008. International Conference p. 506-511, 17-20 ,2008. IORIS, A. U. R. Passado e Presente da Política de Gestão dos Recursos Hídricos No Brasil. Finisterra, n. 82, p. 87-99, 2006. 124 ISO (International Organization For Standard). ISO 7730: moderate thermal environments: determination of the PMV and PPD Indices and Specification of the conditions of Thermal Comfort. Geneva, 2005. JESUS, M. F. de; SILVA, G. F. Programa para estimativa das propriedades psicrométricas. In, Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.4, n.1, p.63-70, 2002. LIAO, C. M.; KUN- HUNG, C. Wind Tunnel Modeling the System Performance of Alternative Cooling pads in Taiwan Region. Building and Environment 37. p.177–187. 2002. MACINTYRE, A. J. Ventilação Industrial e Controle da Poluição. 2.ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1990. MASCARÓ, J. L.; MASCARÓ, L. Incidência das variáveis projetivas e de construção no consumo energético dos edifícios. 2ª edição. Porto Alegre: SagraDC Luzzatto Editores, 1992. 134 p. MASSIERO, E. Resfriamento evaporativo e condicionamento de ar convencional: Estudo experimental Comparativo. Dissertação de Mestrado Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 121 p, 2006. MIRANDA, S. A. Desempenho Térmico em Dormitórios e Consumo de Energia Elétrica Residencial: Estudo de Caso em Cuiabá- MT. Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, 143p. 2011. 125 MOREIRA, A. B. Análise da Operação de Sistemas de Ventilação Industrial Visando à Eficiência Energética. Universidade Federal do Ceará – UFC, 141p. 2006. MOREIRA, A. B.; PONTES, R. S. T.; OLIVEIRA, D. N.; TEIXEIRA, V. S. C., AGUIAR, V. P. B. Eficiência Energética em Sistemas de Ventilação Axial. Congresso Brasileiro de Eficiência Energética, 2009. MUNTERS. Manual do produto - Ordem de Produção 7666/09, Código HCBBB0227, Munters: Curitiba. 2009. MUNTERS. Sistemas de Resfriamento Evaporativo, Munters: Curitiba. 2000. NIU, W.; ZHANG, G.; JIANG, Y.; Ru LU; WANG, X; WANG, J. The experimental study of a novel cooling system of a power transformer in an urban underground substation. Power System Technology (POWERCON), 2010 International Conference on , vol., no., pp.1-6, 2010. NOGUEIRA, M. C. J.; SOUZA, L. C. L.; OLIVEIRA, A. G.; XAVIER, A. L.; GALVÃO, C. E. V.; FARIA, R. P.; OLIVEIRA, A. S.; LOGSDON, L.; CAMPOS NETO, A. A. ; OLIVEIRA, P. T. A.; RONDON, C. E.; ROSSETI, K. A. C.; JORGE, A.; COX, E. P.; MAITELLI, G. T.; PACHECO, E. J. V.; LUZ, V. S. Contribuições ao Estudo de Conforto Ambiental na Grande Cuiabá- MT. 1.ed. Cuiabá: EdUnic, 2009. OLIVER, J. A.; MCCLUSKEY, R. K., WEISS, H. W.; SAMOTYJ, M. J. Adjustable- speed Drive Retrofit for Ormond Beach FD Fans. IEEE Proc. Electr. Power Appl., vol. 7, p. 580-588. 1992. 126 PIMENTA, J. M. D. e CASTRO, W. P. Evaporative Cooling Systems Applications in Brasilia: Case Studies. Revista Tecnologia, Fortaleza, Ceará, Brasil, v. 24, n. 2, p. 1-12, 2003. RAMALHO, E. L.; ANDRADE, M. T. O. O mercado brasileiro de energia elétrica lições e perspectivas decorrentes do racionamento. ENCONTRO DE ENERGIA NO MEIO RURAL, n° 4, Campinas, 2002. RORIZ, M. – Universidade Federal de São Carlos. Departamento de Engenharia Civil. Programa Computacional PSICROM, Versão: 1.0, 2003. ROZNER, J. D.; MYERS, P. W. The Application of Adjustable Frequency Controllers to Forced Draft Fans for Improved Reliability and Energy Savings. IEEE Transactions on Industry Applications, vol. 97, part2. p. 1482- 1490, NO. 6, 1985. SANTOS, A. H. M.; SIMÕES, A. A.; MARTINS, A. R. S.; VIANA, A. N. C.; FERREIRA, C.; BORTONI, E. C.; GUARDIA, E.C.; LORA, E. E. S.; NOGUEIRA, F. J. H.; TEIXEIRA, F. N.; HADDAD, J.; CORTEZ, J. A.; NOGUEIRA, L. A. H.; ALMEIDA, M. S. V.; PIRANI, M. J.; DIAS, M. V. X. MARQUES, M. C. S. VENTURINI, O.; GAMA, P. H. R. P.; MENDES, P. P. C.; YAMACHITA, R. A.; SILVA, V. F. - Conservação de Energia: eficiência energética de instalações e equipamento. Itajubá, MG: FUPAI, 2001. SILVA, A. C. J. Avaliação do Desempenho Termo- Lumínico de uma Edificação com Brises Soleils: Estudo de Caso. Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, 161p. 2011. STROBEL , B. R.; STOWELL, R. R.; SHORT, T. H. Evaporative cooling pads: use in lowering indoor air temperature. Ohio State University Fact Sheet, 2005. 127 Disponível em: http://www2.ag.ohio-state.edu/~ohioline/aex-fact/0127.html. Acessado em 05/01/2011. SUMATHY, K.; DAI, Y.J. Theoretical study on a cross-flow direct evaporative cooler using honeycomb paper as packing material, Applied Thermal Engineering, v. 22, n. 13, p.1417-1430,2002. TERUEL, B.; SILVEIRA, P.; MARQUES, F.; CAPPELLI, N. Interface HomemMáquina para Controle de Processos de Resfriamento com Ar Forçado Visando à Economia de Energia. Ciência Rural, Santa Maria, V.38, n.3, p. 705-710, 2008. TINÔCO, I. F. F.; FIGUEIREDO, J. L. A.; SANTOS, R. C.; SILVA J. N.; PUGLIESI, N. L. Placas Porosas Utilizadas em Sistemas de Resfriamento Evaporativo. Engenharia Agrícola, Viçosa, v. 12, n. 1, p. 17-13, 2004. WANG, S.; Xu, X. Effects of Alternative Control Strategies of WaterEvaporative Cooling Systems on Energy Efficiency and plume control: A case study. Building and Environment 43. p.1973–1989. 2007. WEG. Guia Técnico- Motores de Indução Alimentados por Inversor de Frequência PWM. Santa Catarita:Weg Equipamentos Elétricos S.A, 2009. Disponível em http://catalogo.weg.com.br/files/wegnet/WEG-motores-de-inducaoalimentados-por-inversores-de-frequencia-pwm-027-artigo-tecnico-portugues-br.pdf. Acessado em 31 de Maio de 2011. XIONG, B.; GU, G.; Designing air cooling rotor for evaporative cooling turbo generator. Electrical Machines and Systems, 2008. ICEMS 2008. International Conference p. 557-560, 2008. 128 6.2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS AGUIAR, R.M. Umidificação Busca seu Espaço. Revista do Frio, pp.37, 2001. AQUINO, R. R. B.; LINS, Z. D.; ROSAS, P. A. C.; CORDEIRO, L. F. A; RIBEIRO, J. R. C. et al. Eficientização Energética em Métodos de Controle de Vazão. IEE Induscon- Conferência Internacional de Aplicações Industriais, Poços de Caldas- GO,2008. ARENS, E. A.; FOUNTAIN, M.; XU, T.; MIURA, K.; ZHANG, H.; BAUMAN, F. A Study of Occupant Cooling by Personally Controlled Air Movement. Energy and Buildings, v. 27, n. 1, p. 45-59, 1998. BARBI, I., MARTINS, D. C., Introdução ao estudo dos conversores CC-CA. Ed. dos autores, 2005. BROWN, W.K. e WATT, J.R. Evaporative Air Conditioning Handbook. 3Ed., pp. 12-42, USA, 1997. CANDIDO, C.; LAMBERTS,R.; BITTENCOURT, L.; DEAR, R. Aplicabilidade dos limites de velocidade do ar para efeito de conforto térmico em climas quentes e úmidos. Ambiente Construído, v. 10, n. 4, p. 59-68, 2010. CASTRO, W.P. Sistemas de Climatização por Resfriamento Evaporativo. Projeto de Graduação-UnB, Brasília-DF, Brazil, 2003. FONSECA, A. L. A.; LAMBERT, J. A.; NOVELO, F.; VASCONCELLOS, A. B.; CARVALHO, B. C. Análise Comportamental da Distorção Harmônica Total na Entrada de um Conversor de Frequência Acionando um Ventilador Industrial: Um Estudo de Caso. 4ª Conferência Brasileira sobre Qualidade de Energia ElétricaIV CBQEE, 2011, Cuiabá- MT. 129 FROTA, A. B.; SCHIFFER, S. R. Manual do conforto térmico. 5°ed. São Paulo: Nobel, 2000. GOULART, S., LAMBERTS, R., FIRMINO, S. Dados climáticos para projeto e avaliação energética de edificações para 14 cidades brasileiras. Núcleo de Pesquisa em Construção/UFSC, Florianópolis, 2° ed., 1998. GROZA, V. PITIS, C. D.; LINS, Z. D.; ROSAS, P. A. C.; CORDEIRO, L. F. A.; RIBEIRO, J. R. C. et al. Energy Savings Techniques in Ventilation Processes with Fans Operating at Variable Load Electrical. Power & Energy Conference (EPEC), 2009 IEEE , vol., no., pp.1-5, 22-23 , 2009. LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. Eficiência Energética na Arquitetura. São Paulo: PW, 1997. LAMBERTS, R.; MARINOSKI, D. L. Desempenho térmico de edificações. Apostila, ECV-5161. Laboratório de Eficiência energética em Edificações. 5° ed. UFSC, Florianópolis, 2007. MATTAR, J. Metodologia científica na era da informática. 3.Ed.- São Paulo: Saraiva, 2008. OLIVEIRA, A. S. Análise de desempenho térmico e consumo de Energia em residências na cidade de Cuiabá/MT: Estudo de caso. Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, 149p. 2007. POTTER, M. C.; SCOTT, E. P. Ciências térmicas: Termodinâmica, mecânica dos fluidos e Transmissão de calor. São Paulo: Thomsom Learning, 2007. RORIZ, M. Potencial de uso da Refrigeração Evaporativa no Estado de São Paulo. UNITAU’ 2000 – Tecnologia e Desenvolvimento, São Paulo, Brazil. 2000. 130 TORREIRA, R.P. Refrigeração: Teoria e Prática. Revista do Frio, pp. 58-61,2003. VIANA, C. N. A., Manual do Programa de Eficientização Industrial - Módulo: Ventiladores e Exaustores. ELETROBRÁS / PROCEL, Rio de Janeiro, 2002.