José Luiz de Campos A PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE EDUCAÇÃO FINANCEIRA. UNIFIEO OSASCO, SP – 2014 José Luiz de Campos A PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE EDUCAÇÃO FINANCEIRA Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Curso de Pós-Graduação em Psicologia Educacional, do Centro Universitário FIEO, para obtenção do título de Mestre em Psicologia Educacional. Área de concentração: Ensino e Aprendizagem. Linha de pesquisa: Ensino e Aprendizagem no contexto social e político. Orientadora: Profª. Drª. Cleomar Azevedo UNIFIEO OSASCO, SP – 2014 José Luiz de Campos A PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE EDUCAÇÃO FINANCEIRA Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Curso de Pós-Graduação em Psicologia Educacional, do Centro Universitário FIEO, para obtenção do título de Mestre em Psicologia Educacional. Área de concentração: Ensino e Aprendizagem. Linha de pesquisa: Ensino e Aprendizagem no contexto social e político. Orientadora: Profª. Drª. Cleomar Azevedo Banca Examinadora Aprovado em: 27/agosto de 2014 _____________________________________ Profª. Drª. Cleomar Azevedo Unifieo – Centro Universitário Fieo _____________________________________ Profº. Drº. Julio Gomes de Almeida Unicid – Universidade Cidade de São Paulo _____________________________________ Profº. Drº. José Maria Montiel Unifieo – Centro Universitário Fieo UNIFIEO OSASCO, SP – 2014 “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. (Nelson Mandela, 1918 – 2013) A educação qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática. (Paulo Freire) AGRADECIMENTOS Primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo dе minha vida, е nãо somente nestes anos, mаs que еm todos оs momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer. Em especial a Profª. Drª. Cleomar Azevedo, pela paciência, orientação e apoio no desenvolvimento desta dissertação. Aos membros da banca que enriqueceram com sua presença, sugestões e conhecimentos este trabalho. Ao amigo e incentivador Prof. Laercio de Matos, sem o qual o caminho não teria sido percorrido. À Profª. Ms. Adriana Menezes Felisbino pelo paciente trabalho dе revisão dа redação. A todos os familiares pelos momentos de ausência. E também a todos que de forma direta ou indireta colaboraram para que o trabalho fosse concluído. RESUMO CAMPOS, José Luiz de. A Percepção de Alunos do Ensino Fundamental sobre Educação Financeira. 2014. 99 fls. Dissertação (Mestrado em Psicologia Educacional) – Curso de Pós-graduação em Psicologia Educacional, Centro Universitário FIEO, Osasco, São Paulo – Brasil. Como o tema Educação Financeira tem sido incorporado em diversas discussões econômicas e sociais, tem se percebido que há necessidade de que as bases de nossa relação com o dinheiro seja construída desde a infância para que possamos alcançar resultados financeiros positivos. O modo como cada um lida com as finanças pode refletir em nossas emoções, ambições, valores e sentimentos de autoestima. Decorrente de um longo período de inflação e incertezas financeiras em nosso País constatamos que a ausência de uma Educação Financeira sólida em nossa formação dificulta o relacionamento com as questões que envolvem o planejamento e a sobrevivência no dia a dia da população. As gerações passadas por não ter esta aprendizagem, precisa de grande esforço para ensinar as novas gerações. Evidentemente que nada é definitivo em relação à falta de jeito para lidar com as finanças e,que não se possa, no decorrer da vida, aprender, mas o ideal é receber desde o inicio da escolaridade o como planejar e conviver com o dinheiro. A educação financeira pode contribuir com a formação do sujeito e sua relação com o dinheiro. Nesse sentido o presente trabalho tem como objetivo identificar qual é a percepção dos adolescentes do ensino fundamental em relação à Educação Financeira. Palavras-chave: Educação financeira. Adolescentes. Ensino fundamental. Percepção ABSTRACT CAMPOS, José Luiz de. A Percepção of Alunos on Educação do Ensino Fundamental Financeira. 2014. 99 fls. Dissertação em Mestrado Educational Psychology) - Course Post- em graduação Educational Psychology, University Center FIEO, Osasco, São Paulo - Brazil. As Financeira tem or topic Educação em been incorporated various economic and sociais discussões, percebido tem is that it ha necessidade as freely relação nossa seja dinheiro com or built from a infância to possamos alcançar Financeiros positive results. O output mode as each com um finanças as prune refletir em emoções Nossas, ambições, sentimentos values and self-esteem. Decorrente de um longo period inflação and uncertainties em nosso Country financeiras find that a lack of solid Financeira Educação em uma nossa formação difficult or com Questões relacionamento as that envolvem or ea planejamento sobrevivência not every day gives população. As Gerações Passadas by this aprendizagem não ter, requires large esforço to ensinar Gerações as novas. Obviously nothing definitive em é à relação jeito for lack of lidar com as finanças e, which is possa não not decorrer gives life, learning, or more perfect or é receber from home gives escolaridade or e Conviver planejar dinheiro com or. A prune educação financeira formação do contribute to com e sua relação sujeito dinheiro com or. Nesse sense or present tem project é qual aim to identify two key ensino percepção teenagers do em Educação à relação Financeira. Keywords: Educação financeira. Adolescents. Ensino fundamental. Perception. LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AMBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais BACEN - Banco Central do Brasil BM & Fbovespa – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) CVM - Comissão de Valores Mobiliários ENEF - Estratégia Nacional de Educação Financeira FEBRABAN - Federação Brasileira dos Bancos LDB – Lei das Diretrizes e Bases MEC – Ministério da Educação e Cultura OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico PREVIC - Superintendência Nacional de Previdência Complementar SPC/SERASA – Serviço de Proteção ao Crédito / Centralização de Serviços dos Bancos. SUSEP - Superintendência de Seguros Privados LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Você sabe quanto uma pessoa precisa ganhar para sobreviver? ... 52 Quadro 2- Pensando em independência, quanto um jovem precisa ganhar para sobreviver? ............................................................................................................ 53 Quadro 3 - Quando penso em Educação Financeira, penso em? ........................ 53 Quadro 4 - O que é uma pessoa consumista?......................................................... 57 Quadro 5 - Se na sua escola houvesse um curso sobre: Como utilizar o seu dinheiro, você assistiria? Por que? ................................................................... 59 Quadro 6 – Aspectos positivos .................................................................................. 59 Quadro 7 – Aspectos negativos ................................................................................. 60 Quadro 8 – Sem influência .......................................................................................... 61 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Participantes ............................................................................................. 50 Gráfico 2 – Média de idade dos participantes .......................................................... 51 Gráfico 3 – Você sabe qual é o valor do salário mínimo vigente nos pais? ....... 52 Gráfico 4 – Você recebe mesada? ............................................................................. 54 Gráfico 5 – Como você controla sua mesada? ........................................................ 55 Gráfico 6 – O que você faz com sua mesada?......................................................... 55 Gráfico 7 – Seus pais já conversaram com você sobre como gastar ou guardar o seu dinheiro ........................................................................................................ 56 Gráfico 8 – Você planeja os seus gastos? ............................................................... 56 Gráfico 9 – As propagandas veiculadas nos meios de comunicação influenciam os seus gastos? .............................................................................. 58 Gráfico 10 – Você acompanha os seus pais em compras nos supermercados e ou feiras?................................................................................................................ 58 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13 1.1. Justificativa ................................................................................................. 20 1.2. Problema .................................................................................................... 21 1.3. Hipótese ...................................................................................................... 21 1.4. Objetivos ..................................................................................................... 21 1.4.1. Geral .................................................................................................... 21 1.4.2. Específicos ........................................................................................... 21 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 22 2.1. Colaboração da Psicologia Educacional ..................................................... 22 2.2. Desenvolvimento e Aprendizagem .............................................................. 22 2.3. Percepção ................................................................................................... 26 2.4. As relações familiares e a formação do sujeito ........................................... 28 3. MOEDA, INFLAÇÃO, MUNDO GLOBALIZADO, GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA, EDUCAÇÃO FINANCEIRA, CONSUMISMO, ENDIVIDAMENTO E INADIMPLÊNCIA. ..................................................................................................................................................31 3.1. Moeda: Instrumento de troca.........................................................................31 3.2. Inflação..........................................................................................................34 3.3. Mundo globalizado, suas origens e características.......................................35 3.4. Globalização financeira.................................................................................37 3.5. Educação financeira......................................................................................37 3.6. Consumismo..................................................................................................44 3.7. Endividamento...............................................................................................45 3.8. Inadimplência................................................................................................46 4. METODOLOGIA.................................................................................................48 4.1. Participantes ............................................................................................... 48 4.2. Caracterização da Escola ........................................................................... 48 4.3. Instrumentos ............................................................................................... 48 4.4. Análise dos Dados ...................................................................................... 50 4.5. Desenvolvimento da Pesquisa .................................................................... 50 4.6. Caracterização dos Participantes da Pesquisa.............................................50 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................................................................62 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................64 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 66 ANEXOS .................................................................................................................. 72 Anexo A ................................................................................................................ 72 Anexo B ................................................................................................................ 73 Anexo C ............................................................................................................... 77 Anexo D ............................................................................................................... 77 Anexo E ................................................................................................................ 86 Anexo F ................................................................................................................ 94 Anexo G ............................................................................................................... 97 Anexo H ............................................................................................................... 97 Anexo I...................................................................................................................99 A PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE EDUCAÇÃO FINANCEIRA “O homem pode não apenas perceber as coisas, pode também refletir, fazer deduções de suas impressões imediatas. Às vezes é capaz de tirar conclusões mesmo quando não dispõe da correspondente experiência pessoal imediata”. Alexander Romanovick Luria 1. INTRODUÇÃO A primeira finalidade da educação básica, conforme parte do Artigo 22 da LDB/96, é assegurar ao educando “a formação comum indispensável para o exercício da cidadania”. Ainda: À medida que nos integramos ao que se denomina uma sociedade da informação crescentemente globalizada, é importante que a Educação se volte para o desenvolvimento das capacidades de comunicação, de resolver problemas, de tomar decisões, de fazer inferências, de criar, de aperfeiçoar conhecimentos e valores, de trabalhar cooperativamente. (BRASIL, 2000, p.40) A educação é um dever da família e do Estado, inspirada nos primórdios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e uma qualificação para o trabalho. (Art. 2º, LDB, 1996) Pois, a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho. (Art.1º., LDB, 1996) Todavia, para que os educandos possam resolver seus problemas, tomar suas decisões de consumo, é necessário que haja uma participação mais crítica, por meio de acesso a uma educação voltada também para o contexto financeiroeconômico. (KISTEMANN JR., 2011, p.97) 13 Neste sentido, o trabalho visa verificar a percepção dos alunos do ensino fundamental sobre Educação Financeira, pois ela poderá contribuir para a emancipação socioeconômica desses indivíduos. Corroborando com essa mesma ideia, o artigo 32 da LDB/96, afirma: O ensino fundamental tem como objetivo o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo, a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores, bem como, o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. Desta forma, para que ocorra de modo adequado o crescimento integral da criança, temos que desenvolver as competências apontadas pelo artigo 32 da LDB/96, em especial, a prática da Educação Financeira com os nossos alunos do ensino fundamental. Para Kioyosaki (2000), a alfabetização financeira é essencial na formação das crianças, que devem não só aprender e entender as letras, mas também os números. O autor afirma que é essencial saber ler o que os números estão dizendo e entender a história que está sendo contada por eles, estruturando os conceitos de contabilidade. Nesse sentido, saber distinguir um ativo de um passivo e saber que os ricos adquirem ativos e os pobres e a classe média, passivos. E define: “Um ativo é algo que põe dinheiro no bolso e um passivo é algo que tira dinheiro do bolso”. (p.73) Contabilidade é o que chamo de alfabetização financeira. Uma habilidade vital se você quer construir um império. Quanto mais dinheiro estiver sob sua responsabilidade, mais acuidade é exigida ou a casa desmorona. A alfabetização financeira é a capacidade de ler e entender demonstrações financeiras. Isso lhe permite identificar os pontos fortes e fracos de qualquer negócio. (KIOYOSAKI, 2000, p.125) Ainda segundo Kioyosaki, (2000): “Na contabilidade não importam os números, mas o que os números contam”. É como as palavras. Não são as palavras, mas as histórias que elas nos contam. A alfabetização financeira nos permite ler os números e estes contam a história. (KIOYOSAKI, 2000, p.210) De acordo com D’Aquino (2008): a função primordial da educação financeira infantil é criar as bases para que na vida adulta estas crianças “possam ter uma relação saudável, equilibrada e responsável em relação a dinheiro”. Dessa forma, a educação financeira infantil vem como mecanismo de apoio e iniciação para que, na 14 vida adulta, estas crianças venham a lidar bem com o dinheiro. Além disso, a autora reforça que os ensinamentos sobre o ganho e os usos do dinheiro devem sempre ser norteados pelos princípios da ética, podendo ser, dessa forma, estendidos a outras esferas da vida. Assim, ter planejamento de negócios e finanças bem elaborados é o alicerce para um futuro de sucesso financeiro, e ao fazer esses projetos os sujeitos deverão estar preparados para eventualidades que possam surgir no decorrer do tempo, não devendo apenas se programar para um tempo curto de, por exemplo, um ano, mas fazer estas provisões para anos decorrentes, quatro ou cinco anos à frente. O sujeito deve conhecer suas prioridades para melhor trabalhar com suas finanças. Em um século em que o maior desafio global é o realinhamento dos hábitos de consumo, visando preservar a integridade do planeta para as futuras gerações, além de combater o analfabetismo financeiro, este se consolida como conhecimento vital, indispensável à formação de crianças, jovens e adultos de hoje e de amanhã. No sistema capitalista no qual estamos inseridos, o dinheiro é um bem necessário para a sobrevivência de qualquer indivíduo. Em um sistema, em que o acúmulo das riquezas acontece de forma individual, é necessária a conscientização dos sujeitos para que saibam dosar seus gastos, minimizando assim a possibilidade de passar por dificuldades financeiras em alguma parte da vida. Com o crescimento econômico do Brasil nos últimos anos, a oferta de crédito aumentou, mas com isso observa-se também o endividamento cada vez maior da população brasileira, que a partir de bens comprados com grandes prazos de financiamentos, e que em sua maioria também cobram juros abusivos, comprometendo grande parte da renda mensal, e com isso pouco ou nada é destinado a uma poupança, o que poderia garantir, além da economia dos juros gerados, a compra de qualquer produto por um melhor preço. O desconhecimento de informações financeiras por parte do cidadão permite que pessoas ou empresas mal intencionadas possam tirar proveito desta situação ao oferecer um produto ou serviço que muitas das vezes não é ideal para o consumidor. Ao ter acesso a informações financeiras, a população aumenta suas possibilidades de boas escolhas frente à quantidade de ofertas disponíveis no mercado, preservando seus recursos financeiros. Para tanto, necessitam de maior grau de informação e conscientização. 15 Esta conscientização pode e deve começar durante a infância, quando as crianças estão adquirindo inúmeros conhecimentos, inclusive o do consumismo, e que contribuirão para a formação da personalidade e de hábitos que o indivíduo leva para a vida adulta. Esta nova geração precisa conhecer e crescer com um novo conhecimento e consequentemente com uma nova mentalidade de finanças pessoais, tendo a possibilidade de desenvolver um planejamento que vise principalmente um processo em longo prazo e, com isto possa desenvolver uma disciplina maior no controle de gastos do que nas gerações atuais. No Brasil, ainda é lento o surgimento de iniciativas que possibilitem maior difusão de informações financeiras para a população. A alfabetização financeira é um processo de educação e de responsabilidade de pais, escolas, governo e instituições privadas, envolvendo vários setores sociais. Conforme Correia (2012): a Educação Financeira surge como resposta para orientar a tomada de decisões, informando sobre os serviços financeiros ofertados, sobre necessidades e desejos de consumo, de necessidades de poupança, financiamento e juros, investimentos e rendimentos. Tal designação pode ser entendida como o conjunto de informações que auxilia o sujeito a lidar com a sua renda, com a gestão do dinheiro, com gastos e empréstimos monetários, poupança e investimentos de curto e longo prazo. Sendo assim, além da família os participantes no processo de Educação Financeira são as escolas, as empresas, o governo, as instituições financeiras, e outros, como as organizações não governamentais. No Brasil, em novembro de 2007, foi constituído um grupo de trabalho para desenvolver uma proposição de Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF). Esta iniciativa pretende trabalhar em ações que promovam a educação financeira no país. A partir de 2010 o projeto foi levado para algumas escolas selecionadas, os professores foram treinados, e os alunos receberam material didático. Hoje o ENEF envolve 891 escolas públicas distribuídas entre os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Tocantins, Distrito Federal e Minas Gerais. A maioria dos alunos participantes tem idade entre 15 e 18 anos (VIDA E DINHEIRO, 2011). O objetivo do projeto é garantir a efetiva aplicação dos materiais didáticos, em que as Secretarias da Educação indicaram profissionais, ou mesmo multiplicadores, ligados às escolas, para participarem da capacitação presencial e, desta forma, poderem preparar os professores geradores que trabalhariam com os alunos. 16 Recentemente um estudo elaborado pelo Banco Mundial - BIRD, com alunos que participam do projeto ENEF no estado do Rio de Janeiro. Este estudo concluiu que os alunos que recebem aulas de finanças pessoais estão mais preparados para lidar com dinheiro e conceitos de gasto e poupança, se comparados com aqueles que não recebem nenhum tipo de orientação sobre o assunto. O programa não criou uma matéria especifica de finanças nas escolas, mas o assunto foi tratado nas aulas de disciplinas regulares do currículo, como matemática, português e química (O GLOBO, 2011). Neste sentido, autores afirmam que se a criança desenvolve os modelos de comportamentos e o desenvolvimento cognitivo antes e durante a escola elementar, a Educação Financeira deve ocorrer durante os primeiros estágios de desenvolvimento e aprendizagem do sujeito. Para outros, a Educação Financeira é uma ferramenta para a redução de desigualdades sociais, evidenciando a importância da educação para o crescimento financeiro de um sujeito, uma sociedade e um país. É notória esta relação quando se analisa grandes nações que despertam para o crescimento econômico a partir da educação, e possibilita o aumento de renda da sua população. Nas sociedades capitalistas, dinheiro está associado a poder, talento, habilidade, beleza, saúde, inteligência, além de funcionar como sinal de sucesso, liberdade, independência, segurança, esperteza, bênção, merecimento, status e bem-estar, enquanto pobreza estaria acompanhada de inadequação pessoal, fracasso, prova de indolência, estupidez ou falta de caráter. Como o dinheiro afeta o sentido mais profundo da identidade, autoestima, sentimentos de controle ou dependência, segurança e, em alguns casos, potência sexual, a experiência de ir à falência pode ser traumática para a autoimagem, com uma ressalva interessante, o estigma representa um fardo menos pesado à medida que tal fato torna-se comum e o dinheiro, mais abstrato. (Belk, 1999) Os fatores emocionais que pesam sobre as decisões de compra, podem causar verdadeiros comprometimentos no orçamento, se não forem compreendidos e trabalhados. Dinheiro está relacionado à felicidade, e com um bom planejamento financeiro, as pessoas podem alcançar sonhos, ou metas, e consequentemente, serem felizes. Num mundo capitalista, aprender sobre dinheiro é também uma contribuição à formação humana. 17 Para Hafeld: “Em uma sociedade de consumo, muitos confundem os verbos necessitar e precisar com o verbo desejar”. (2007, p.24) Já a especialista em finanças, D’AQUINO (2008), afirma que Educação Financeira é a capacidade de entender finanças e assuntos relacionados. Mas especificamente, refere-se à capacidade do sujeito fazer julgamentos bem informados e decisões efetivas sobre o uso e o gerenciamento do dinheiro. A Educação Financeira tem por propósito auxiliar o sujeito na administração de seus rendimentos, nas suas decisões de poupança e investimento, em consumir de forma consciente e em ajudar ainda a evitar que ele se torne vítimas de fraudes. Esta educação ganha importância com a grande aceleração nos mercados financeiros e de mudanças demográficas, econômicas e políticas. (OCDE, 2004) A sigla OCDE significa Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico. É uma organização internacional, composta por 34 países e com sede em Paris, França. A OCDE tem por objetivo promover políticas que visem o desenvolvimento econômico e o bem-estar social de pessoas por todo o mundo. O combate à corrupção e à evasão fiscal faz parte da agenda da OCDE tendo já conseguido resultados otimistas em alguns países. Em 2011, a OCDE completou 50 anos e está entre as metas de trabalho o apoio aos governantes no sentido de recuperarem a confiança nos mercados e o restabelecimento de políticas saudáveis para um crescimento econômico sustentável no futuro. Conseguir ter uma boa administração de nosso dinheiro, sempre é um desafio à parte. Controlar o próprio orçamento não é uma tarefa fácil. Mais difícil é ensinar o sujeito a lidar com dinheiro. Não por acaso, crianças e jovens são vistos pelos publicitários como o atalho ideal para o bolso dos pais. Por isso mesmo, os pais devem começar bem cedo à educação financeira da família. Gastar desenfreadamente, ter que pagar aquela conta que nem sabíamos que existia ou ter algum problema imprevisto no meio do mês, são apenas alguns dos motivos que tornam a administração do nosso dinheiro muito difícil. Falar em dinheiro, em geral, rende polêmica e todo mundo tem alguma coisa para dizer, uma história para contar, uma situação desagradável ao lembrar, um suspiro de desejo de não precisar mais se preocupar com esse assunto. Cada sujeito tem sua própria representação interna – psíquica e social – do dinheiro; e esta repercute de maneiras distintas em cada um. 18 O dinheiro possui representações múltiplas e fluidas, tanto do ponto de vista interno ou psíquico como no que tange ao contexto cultural em que se encontra – relaciona-se aos aspectos mais íntimos da cultura e da vida em geral, e permeia as relações entre os sujeitos, seus sentimentos e maneiras de pensar. Pode ser entendido como um signo arbitrário que se concebe e se substitui a outros signos sob as mais variadas formas (FERREIRA, 2000, p.20). Segundo Moscovici (1978, p.181): A representação social é uma forma de conhecimento que articula diferentes elementos, tais como conceitos, explicações, valores, concepções, imagens, crenças, atitudes, que é construído nas interações sociais estabelecidas e que tem como função orientar os comportamentos e a comunicação entre os indivíduos e grupos. (Moscovici,1990, p.286) apud Ferreira (2008, p.16) corrobora: De todas as representações criadas pelo homem para tornar seu mundo suportável – ou seja, tangível ou intangível, o dinheiro é a mais arrojada, como também inevitável. Pois é com o enigma do dinheiro que o homem chega mais perto da plenitude do desejo, sendo o desejo do dinheiro o desejo do laço com o outro, talvez mesmo do desejo em geral. Sendo, desse modo, tão evanescente e, ao mesmo tempo, tão poderoso sobre as ações humanas, requer um instrumento igualmente delicado, abrangente e afiado para tentar dar conta de suas inumeráveis esferas. (FERREIRA, 2008, pg. 15) De modo geral, pode-se dizer que dinheiro é uma construção social. Isso significa, entre outras coisas, que seu valor depende da cultura em que está inserido e de um tipo de crença coletiva, isto é, ele só valerá alguma coisa se todos aqueles que o utilizaram confiarem nesse valor. Nesse sentido, depende também de como seu significado é transmitido às sucessivas gerações, por meio do processo que recebe a denominação socialização econômica. (FERREIRA, 2008, pg.18) Ainda para o autor, as metáforas sobre dinheiro encontradas na linguagem podem revelar nossa visão sobre o tema. Elas expandiriam as perspectivas mais estreitas do funcionalismo econômico do dinheiro, que o definem como meio de troca, estoque de valor, unidade de contabilidade ou padrão de pagamento adiado. Além de todas essas funções, o dinheiro possui também dimensões simbólicas que apontam para os lugares que ele ocupa em nossa vida. Ratificando essas mesmas ideias, tem-se: 19 Na área da Psicologia pode contribuir com o estudo do dinheiro: psicologia do desenvolvimento, sobre como e quando conceitos e comportamentos envolvendo dinheiro são aprendidos; psicologia experimental, sobre distorções de percepção; psicologia ocupacional, sobre o uso do dinheiro como recompensa e incentivo para o trabalho; psicologia da personalidade, sobre diferenças individuais, psicologia social, sobre atitudes individuais, grupais e sociais. (LEWIS et al,1995) 1.1. Justificativa No Brasil, o despreparo da população no que se refere às questões de finanças pessoais é notório e já foi identificado em diversas pesquisas acadêmicas, como por exemplo: mau uso do cartão de crédito, cheques devolvidos por insuficiência de fundos. Com atraso de mais de 15 anos em relação aos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil começou um projeto piloto para a introdução da educação financeira nas escolas de ensino médio e fundamental. O projeto faz parte das Estratégias Nacionais de Educação Financeira (Enef), estabelecido pelo governo federal através do Decreto 7.397, de 22 de dezembro de 2010, que visa fortalecer a cidadania e a solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de decisões conscientes por parte dos consumidores, portanto, merece todo o apoio e incentivo. No entanto, a importância da questão nos leva a sugerir ir além. O passo atual é muito pequeno e urge um movimento nacional mais abrangente, começando pela introdução da disciplina de Educação Financeira no currículo de todos os cursos superiores, principalmente nas licenciaturas. (Brasil Econômico, 2011) Mas esta não é a preocupação maior, não se deve ater somente aos cursos superiores, antes de tudo dever-se-ia pensar em introduzir a Educação Financeira no currículo dos cursos fundamental e médio, pois é base de toda a formação educacional de um sujeito. Em função da crescente velocidade das informações que vivemos hoje no mundo globalizado, a Educação Financeira adquiriu uma enorme importância, uma vez que os jovens e adolescentes na maioria das vezes não têm o devido conhecimento sobre finanças, ou seja, não sabem o real valor do dinheiro. 20 Nós vivenciamos uma situação em que os jovens e adolescentes não são orientados adequadamente sobre a questão do dinheiro, portanto, a pesquisa se justifica no sentido de que deve haver uma preocupação maior na utilização deste “bem” precioso. 1.2. Problema Vivemos em uma sociedade capitalista que é extremamente consumista, o sujeito não consegue planejar a sua vida financeira, assim não sabe como gerir as suas finanças. Desta forma, a problemática estudada neste trabalho se manifesta por meio da seguinte pergunta: Por que as pessoas gastam dinheiro sem um devido controle? 1.3. Hipótese Para evitar um futuro de dívidas, nada melhor que ensinar hoje, o caminho certo para que o sujeito aprenda a administrar desde já aquelas poucas moedas do cofrinho. Ensinar para os filhos o valor das coisas é responsabilidade dos pais, mas se lidar com dinheiro é complicado para adultos, passar esse conhecimento para crianças é uma tarefa bem mais delicada. Assim, o sujeito não aprende só a lidar com o dinheiro, mas entende que as consequências da má administração do seu dinheirinho hoje podem determinar toda a sua vida. 1.4. Objetivos 1.4.1. Geral O objetivo deste trabalho é:” Descrever a percepção sobre Educação Financeira dos alunos do ensino fundamental “. 1.4.2. Específicos Discutir o real significado da aprendizagem na Educação Financeira, por meio de levantamento da literatura disponível, a importância do conhecimento do sujeito e como ela se desenvolve na atualidade, evidenciada para a faixa etária desta pesquisa. 21 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Colaboração da Psicologia Educacional Em todo processo educacional há uma complexidade e ele deve estar estruturado e organizado com a finalidade de promover o desenvolvimento e a aprendizagem do ser humano. Por isso, existe a constante preocupação não apenas de psicólogos e educadores, como também de pesquisadores de outras áreas. Há várias formas de conceber o desenvolvimento e a aprendizagem enquanto propriedades fundamentais do homem, propriedades estas que apresentam uma relação recíproca com uma multiplicidade de fatores tanto intra como interindividuais, bem como aqueles referentes às disponibilidades do meio material. Diferentes visões e explicações podem ser adotadas na compreensão da forma como o sujeito aprende e se desenvolve. (Palangana, p.7) A autora destaca ainda, [...] de reconhecer no encaminhamento dessa questão, a presença de posturas teórico-metodológicas divergentes entre si. Não obstante, existe um aspecto básico do qual nenhuma dessas posturas pode prescindir: o desenvolvimento e a aprendizagem pressupõem, sempre uma relação entre o sujeito e o objeto de conhecimento. 2.2. Desenvolvimento e Aprendizagem A questão central neste trabalho é verificar sobre os processos de desenvolvimento e de aprendizagem do homem, face à complexidade e ao caráter de transitoriedade que se imprime no cenário atual. O conceito de desenvolvimento opera no espaço que se dá entre o indivíduo e o coletivo, o afetivo e o racional, tendo como base as aprendizagens de um jeito de ser, de compreender e de agir frente às solicitações de uma dada realidade. Os processos de desenvolvimento e da aprendizagem se integram de tal forma que levam ao conhecimento como obra cultural, produto das inquietações típicas de indivíduos e grupos diante da perplexidade e dos desafios que as demandas concretas de vida lhes impõem. O homem da atualidade encontra-se imerso em um mundo cujo desenvolvimento tecnológico e científico acelera processos de produção, de comunicação e de aplicação dos conhecimentos. Tais processos se dão em ritmos e diversidades correspondentes às particularidades de cada grupo e contexto em que 22 são produzidos e que, supõe-se, criam situações e fatos que interferem nas formas de sobrevivência e nos processos de aprendizagem e de desenvolvimento. Os teóricos da complexidade têm afirmado que a sociedade atual desponta como uma sociedade do conhecimento, que traz novas emergências e desafios ao homem, diante de sua antiga necessidade de integrar, de conhecer, de organizar o que se encontra disperso, bem como elucida dúvidas e inquietações que advêm de seu estar no mundo e da perplexidade diante dele. A sobrecarga de informações, as ofertas da propaganda e a mídia são apenas alguns dos fatores externos, na realidade atual, que provocam mudanças rápidas de valores e a proliferação dos sentidos que exigem cada vez mais da capacidade de assimilação psicológica do ser humano. O que têm em comum todos esses fenômenos é que eles se constituem quase como um caráter universal, globalizante da realidade, o que nos leva a pensar sobre o caráter antropológico da inquietude do homem atual. Ou, seja, parece que não é mais possível atribuir um elemento diferenciador da experiência de inquietude a cada sistema social, sendo os homens, independentemente do grupo social a que pertencem, arrastados no turbilhão da inquietude gerada por macrossistemas. E o que teria a inquietude do homem a ver com seus processos de desenvolvimento e de aprendizagem? Os desafios que o mundo real e concreto trazem, hoje, à compreensão do homem, diante de um meio mutável pela aceleração dos processos e pela transitoriedade das informações, parecem gerar novas formas de inquietação e, por consequência, de desenvolvimento e de aprendizagem, que não guardam mais as características das formas e dos conhecimentos duradouros. (Castanho, 2002, p. 251 e 252) Aproveitando o desenvolvimento da ideia de Darwin, os principais psicólogos funcionalistas, que queriam saber o que a mente faz e não o que ela é procuraram estruturar o processo pelo qual o homem se ajusta ao meio ambiente. A preocupação passou a ser a interação do homem com outros homens e com o meio ambiente. As funções mentais como recordar, tomar decisões etc. agora passam a ocupar lugar importante. Nesse contexto, nasceu o interesse pela educação da criança, seu desenvolvimento e aprendizagem. (FILHO, 2005, pg.19) 23 Jean Piaget, citado por Filho, um dos mais importantes estudiosos da epistemologia genética, partiu da ideia estruturalista, de que a pessoa passa por diversos períodos de desenvolvimento a partir do nascimento. Trabalhou com os princípios da equilibração e da desequilibração; quando ouvimos ou vemos algo novo, ficamos desequilibrados, começamos pelo processo de interação a incorporar novos esquemas às nossas estruturas que, pelo processo de assimilação, vão aos poucos se acomodando, se adaptando e se organizando até acontecer a internalização, chegando à equilibração. Esse processo é dialético, porque o novo equilíbrio vai ser quebrado coma presença de um novo conhecimento. (FILHO, 2005, p. 23 e 24) “O desenvolvimento, portanto, é uma equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de menor equilíbrio para um estado de equilíbrio superior”. Jean Piaget (2001, p.13) VYGOTSKY (1999, p.95), trabalhou com ideias de formação de conceitos, que podem ser espontâneos ou de senso comum e científicos, que são organizados, sistematizados e aprovados pelos meios considerados científicos. Defendeu a educação escolar como uma maneira de formar conceitos científicos. O professor deve partir da zona de desenvolvimento real do aluno, trabalhando a zona de desenvolvimento proximal, aumentando os percentuais de conceitos científicos, que acabam sendo incorporados ao cotidiano. Outro estudioso, Henri Wallon, preocupou-se com a psicomotricidade humana, considerou as emoções em toda a formação da pessoa. Para ele, o ato mental se desenvolve a partir do motor e a construção do “eu” se faz por fases, às vezes predomina a inteligência e às vezes a emoção. Segue as ideias de Vygostsky sobre a mediação da sociedade em todo o processo de desenvolvimento. (FILHO, 2005, p. 24) O objetivo é difícil de ser alcançado, porque ensinar a criança a controlar as emoções, sem desprezar valores humanos, evitando os traumas, as castrações, buscando a emancipação de cada um, é considerado tarefa nobre e necessária dentro dessa linha de visão da psicologia. (FILHO, 2005, p. 25) Muitas variáveis interferem no processo de aprendizagem, entre elas destacam-se em ordem de importância: a motivação, a retenção e esquecimento, a maturidade, a prontidão e a superaprendizagem, a socialização, a educação criativa, 24 a avaliação da aprendizagem, a satisfação das necessidades e as relações familiares. Para SOIFER (1983): A aprendizagem se inicia no lar, com atividades básicas nas quais a família ensina o respeito, o amor e a solidariedade, o que é básico para a convivência humana, e social e para estabelecer o equilíbrio entre os impulsos de destruição internos. A criança chega à escola levando consigo aspectos constitucionais e vivências familiares; porém o ambiente escolar será também uma peça fundamental em seu desenvolvimento. A aprendizagem escolar cumpre um importante papel no desenvolvimento da criança e é determinada pela influência de fatores individuais e ambientais que interferem em todo o processo de aquisição de conhecimento. FREIRE (2000, p.47): “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Entre os fatores individuais, destaca-se a influência dos aspectos afetivos, que determinarão em grande parte da criança com a situação de aprendizagem escolar, seu desempenho e seu desenvolvimento psicológico. A escola e a família são consideradas, por Maturana (2000) fontes de recursos que ajudaram a criança a construir seu processo de desenvolvimento e aprendizagem. Fernandez (1990), descreve a aprendizagem como um processo que não se limita nem ao ambiente escolar nem exclusivamente à criança. Como experiência, a aprendizagem constitui-se como elemento universal próprio do ser humano, já que, ao possibilitar a transmissão do conhecimento, garante a continuidade do coletivo e permite a diferenciação e transformação dos indivíduos. Aprender, para a altura, pressupõe a associação entre cognição, desejos e necessidades. A família é definida como estrutura social básica, com entre jogo diferenciado de papéis, integrada por pessoas que convivem por tempo prolongado, em uma inter-relação recíproca com a cultura e a sociedade, dentro da qual se vai desenvolvendo a criatura humana, premida pela necessidade de limitar a situação narcísica e transformar-se em um adulto capaz, sendo a defesa da vida seu objetivo primordial. As funções básicas da família podem ser sintetizadas em duas: ensino e aprendizagem. (SOIFER, 1983) 25 2.3. Percepção Toda pessoa tem seu sistema conceitual próprio, funciona como um filtro codificador. O nome disso é padrão pessoal de referência. Esse filtro aceita ou não as informações recebidas, isso vai depender de o quanto essa mensagem é ou não ajustada às referências do indivíduo. Há uma percepção seletiva que atua como defesa, bloqueando as não desejadas. Dessa forma, cada pessoa desenvolve seu conjunto de conceitos para interpretar as experiências cotidianas. Para Chiavenato (2006): “Os padrões de referência são importantes, pois ajudam a entender o processo de comunicação. Aquilo que duas pessoas comunicam é determinado pela percepção que elas têm de si mesmas e do ambiente, ou seja, as informações trocadas são relacionadas com as percepções de cada um no ambiente em que estão envolvidas”. Dessa interação entre dois indivíduos, ou mais, surge a percepção social. E segundo Chiavenato (2006), a percepção social nem sempre é consciente ou racional, é um meio pelo qual uma pessoa forma impressões sobre a outra com intuito de compreendê-la, e então desenvolver empatia. Percepção “é o processo pelo qual as pessoas tomam conhecimento de si, dos outros e do mundo à sua volta”. O processo perceptivo é uma ferramenta fundamental nos relacionamentos, pois aguça a interpretação de sinais interiores e exteriores. Provoca reflexões críticas gerando nas pessoas a necessidade de reavaliarem suas próprias crenças como mecanismo de preservação da qualidade de vida e da sua identidade humana. Mas para tanto é imprescindível o investimento no autoconhecimento e no relacionamento interpessoal – incluindo a família, os amigos, chefes e colegas. A percepção começou a ser estudada com mais profundidade no século XIX, através dos estudiosos Hermann Von Helmhoz, Gustav Theodor Fechner e Ernst Heinrich Weber (1860). É um dos campos mais antigos dos processos filosóficos e cognitivos envolvidos. Portanto, por percepção, que deriva do termo latino perceptivo, entendemos que é a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de histórico de vivências passadas. Através da percepção, um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. Nesse sentido, a percepção consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações, obtidos pelos sentidos. Do 26 ponto de vista psicológico ou cognitivo, a percepção envolve também os processos mentais, a memória e outros aspectos que podem influenciar na interpretação dos dados percebidos. Para a psicologia a percepção é o processo ou resultado de tornar-se conscientes sobre objetos, relacionamentos e eventos por meio dos sentidos, que incluí atividades como reconhecer, observar e discriminar. Essas atividades permitem que os organismos se agrupem e interpretem os estímulos. A percepção de figura-fundo é a capacidade de distinguir adequadamente objeto e fundo em uma apresentação do campo visual. Um enfraquecimento nessa capacidade pode prejudicar seriamente a aptidão de aprender de uma criança. (APA, 2010, p.696) A percepção é um processo cognitivo, uma forma de conhecer o mundo. (Davidoff, 2001). Perceber é tomar conhecimento de um objeto, e um fator determinante da percepção é o estado psicológico de quem percebe. Emoções, motivos e expectativas fazem com que uma pessoa perceba, preferencialmente, certos estímulos do meio. (BRAGHIROLI, 1990) Assim o estudo da percepção, na perspectiva da Psicologia, é de extrema importância porque o comportamento das pessoas é baseado na interpretação que fazem da realidade e não na realidade em si. Por esse motivo, a percepção do mundo é diferente para cada um de nós, ou seja, cada pessoa percebe um objeto ou uma situação de acordo com os aspectos que têm especial importância para si própria. À medida que adquirimos novas informações, nossa percepção se altera. Portanto, passe-se a considerar cada vez mais a importância da pessoa que percebe, durante o ato da percepção. Por conseguinte, a presença e a condição do observador modificam o fenômeno. “Na civilização moderna, a instrução constitui um bem que deve ser partilhado por todos. Ninguém pode ser útil à coletividade ou a si próprio sem um mínimo de instrução”. Florestan Fernandes A associação na aprendizagem e na memória teve significativa influência, para os empiristas daquela época, a percepção sensorial é um processo passivo, em que o percebedor quase não tem controle da realidade; é o meio ambiente que estimula e a aprendizagem acontece pelos sentidos, sem a ideia da internalização. A percepção consciente é a base do conhecimento humano. Nesse sentido, a aprendizagem não é determinada pela pessoa que percebe. Só no início do século 27 XX que os estudiosos se convenceram da completa interação entre os processos mentais e corporais. Para os filósofos do racionalismo alemão, as ideias dos empiristas não tinham a menor importância e não explicavam nada. Não aceitavam e ainda hoje não aceitam a percepção sensorial como muito importante, afirmavam que a mente humana tem a capacidade inata de gerar ideias sem a necessidade da estimulação externa. Para esses estudiosos, o observador faz a seleção e decide o que deseja olhar, ouvir e aprender. Cada pessoa analisa, faz a filtragem dos dados sensoriais. Há a preocupação de saber como a mente funciona e não como o que está na mente. A mente tem as faculdades especiais para as atividades de realizar, perceber e desejar. (FILHO, 2005, p.16 e 17) Segundo STERNBERG (2000, P.110, apud MIRANDA et al, 2008, p.64): Percepção e: “o conjunto de processos pelos quais reconhecemos, organizamos e entendemos as sensações recebidas dos estímulos ambientais”. Portanto, com essas informações podemos entender o porquê de nos comportarmos de forma tão diferente, estando no mesmo ambiente e tratando do mesmo assunto. 2.4. As relações familiares e a formação do sujeito SOIFER (1983, p.11), define: “A família é um organismo destinado essencialmente ao cuidado da vida, anto individual como social, onde se dão e se aprendem as noções fundamentais para a consecução de tal fim que poderíamos resumir como se segue: procriação, cuidado da saúde, preservação da vida, aquisição de conhecimentos, aquisição de habilidades profissionais, aprendizagem da convivência familiar e social (amor, tolerância, solidariedade), transmissão, aperfeiçoamento e criação de normas sociais e culturais”. As relações familiares constituem-se no alicerce estrutural de toda formação humana. Pode contribuir para o equilíbrio emocional ou para o desequilíbrio durante toda a vida. Em nossa sociedade, caracterizada pelas situações de injustiças e de desigualdades, a família continua senda a célula básica, o microcosmo social. Segundo MINUCHIM (1985, 1988), a família é um complexo sistema de organização, com crenças, valores e práticas desenvolvidas ligadas diretamente às 28 transformações da sociedade, em busca da melhor adaptação possível para a sobrevivência de seus membros e da instituição como um todo. O sistema familiar muda à medida que a sociedade muda, e todos os seus membros podem ser afetados por pressões interna e externa, fazendo que ela se modifique com a finalidade de assegurar a continuidade e o crescimento psicossocial de seus membros. Os problemas sociais atingem, também, as crianças e interferem na aprendizagem. São famílias desestruturadas, com pais bêbados, briguentos, separados e muitas vezes vivendo abaixo da linha da miséria, economicamente falando. As tensões, os conflitos, as indiferenças e os espaçamentos influem e dificultam a vida do estudante. Por outro lado, o aluno vê na escola uma grande oportunidade de melhorar de vida, mas também enfrenta reprovação, expulsão e em muitos casos acaba sendo considerado incapaz ou culpado por tudo. Nas famílias mais pobres, o número de pessoas em casa é grande e as dificuldades ainda são maiores. A família e a escola são consideradas as grandes agências de socialização em que a criança vivencia relações verticais e horizontais. As relações verticais se dão com os adultos, como pais, professores, através de vivências de poder desigual, já que estes possuem mais idades e experiência e devem se valer de sua autoridade, sempre que necessário. Os adultos atuam para garantir a sobrevivência, segurança e proteção. (Filho, 2005, p.33) As relações horizontais caracterizam-se por interações com pares, como irmãos e colegas, que possuem certa igualdade de poder. Nessas relações ocorrem exercícios de cooperação, competição, intimidade, entre outros. (MIRANDA et al, 2008, p.118) WINNICOTT (1997), em sua teoria, sempre existiu a preocupação com uma sociedade melhor, mais madura e solidária. Para tanto, ele desenvolve sua crença de que a sociedade, constituída por indivíduos, alcançará sua maturidade com a participação de pessoas emocionalmente mais saudáveis. Reforça o papel de destaque atribuído à família, considerando o jogo afetivo vivido junto a ela como um preparo perfeito para a vida. Para ele, a família, será sempre referida como o lugar adequado para o desenvolvimento tanto da individualidade quanto da sociabilidade. Porém, considera que, por melhor que possa ser e fazer por seus filhos, não haverá 29 garantia total de alcance da saúde psíquica e da maturidade, uma vez que as características individuais e a economia interna de cada ser humano apresentam seus próprios riscos. Já OSÓRIO (1996, p.16), [...] família é uma unidade grupal onde se desenvolvem três tipos de relações pessoais: aliança (casal), filiação (pais e filhos) e consanguinidade (irmãos) e que a partir dos objetivos genéricos de reservar a espécie, nutrir e proteger a descendência e fornecer-lhe condições para a aquisição de suas identidades pessoais, desenvolveu através dos tempos funções diversificadas de transmissão de valores éticos, estéticos, religiosos e culturais. Assim é necessário que os pais tenham maturidade emocional e entendam que devem estar unidos em prol do bem-estar dos filhos, permitindo assim um clima que favoreça o desenvolvimento dos filhos. Féres-Carneiro (2008) em seus estudos aponta que: “A família precisa ser um lugar onde os filhos possam crescer em segurança, ou seja, onde eles possam ter na figura dos pais, dos adultos por eles responsáveis, modelos de identificação saudáveis. É fundamental o modo como os adultos desempenham as suas funções parentais frente à criança”. (FÉRES-CARNEIRO, 2008, p.67) 30 3. MOEDA, INFLAÇÃO, MUNDO GLOBALIZADO, GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA, EDUCAÇÃO FINANCEIRA, CONSUMISMO, ENDIVIDAMENTO, INADIMPLÊNCIA. 3.1. Moeda: instrumento de troca Na história da humanidade sempre existiu a necessidade de compra. Mas em uma época onde não existia o dinheiro era utilizado o método da troca. E assim, se trocava o que possuía com o que necessitava. (D’AQUINO, 2008). O conceito de moeda é entendido normalmente como derivado das funções que esta desempenha, e que assim as caracterizam e distinguem de outros ativos de carácter financeiro. Neste contexto, são atribuídas à moeda três funções fundamentais: instrumento geral de trocas, medida comum de valores e reserva de valor. A moeda é considerada instrumento geral de trocas na medida em que é utilizada como contraprestação das transações comerciais entre os agentes econômicos. Sendo utilizada como instrumento de troca com aceitação geral, a moeda vai automaticamente desempenhar o papel de medida comum de valores, dado que o valor dos bens e serviços passa a ser traduzido em moeda, através do seu preço. Finalmente, também na sequência da utilização como instrumento geral de trocas, a moeda desempenha a função de reserva líquida de valor, na medida em que dispõe de um potencial permanente com vista à aquisição de bens e serviços que têm um determinado valor. Assim sendo, a moeda se constitui como reserva perfeitamente líquida de valor disponível para a efetivação de transações. O comércio existe desde que o ser humano começou a viver em comunidade. A primeira operação mercantil do homem foi o escambo, ou seja, a troca de uma mercadoria por outra mercadoria. Esse tipo de mercantilismo perdurou por muitos séculos até que surgisse a moeda. Entende-se por moeda o instrumento que atua como intermediário nas transações mercantis, servindo para facilitar a aquisição de um bem ou mercadoria, fixando-lhe um valor comparativo. A mercadoria, diz Max: É antes de mais nada algo que satisfaça as necessidades humanas, sejam elas necessidades do estômago ou da fantasia. Qualquer mercadoria, portanto, deve satisfazer uma necessidade nossa; não há 31 mercadoria que não tenha uma utilidade, que não seja produzida para atender a uma necessidade específica. A data de origem da moeda é incerta. Os primeiros elementos usados com a finalidade mercantil foram os metais, como cobre, ouro e prata, na forma de barras ou em pó, no caso do ouro. Pesquisas arqueológicas revelaram que os hindus já usavam barras de cobre como moeda, na época dos Vedas, muito antes da Era Cristã. É esse o período que se pode marcar como o aparecimento da moeda como elemento mercantil. A origem do papel-moeda é ainda mais obscura, devido ao fato de ele ser fabricado de material facilmente perecível. Sabe-se, porém que os primeiros bilhetes de banco têm sua origem nos bancos de depósitos estabelecidos nos séculos XII e XV, na Itália e em outros países. Esses bilhetes representavam o montante depositado em metal no banco e podiam ser usados da mesma forma como se usa hoje o papel-moeda. O dinheiro de um país é um importante instrumento de comunicação entre as pessoas. Do mais rico ao mais pobre, todos têm acesso a ele. Nas cédulas, principalmente, encontramos retratadas a história, a geografia, as artes, as ciências, a fauna, a flora, as paisagens, as etnias, os monumentos. O próprio povo, as grandes personalidades da História e as ocasiões mais importantes da nação. Através do dinheiro pode-se, por exemplo, conhecer o momento econômico de um país: de abundância ou de escassez; de inflação alta ou baixa, etc. Enfim, o dinheiro pode ser comparado a uma fotografia, pois é um retrato do instante vivido pelo país e seu povo. 3.2. Inflação A década de 1980, notabilizou-se por ser a mais profunda e complexa crise de inflação que o país enfrentou, causando assim um grande problema de recessão econômica que acabou transformando a inflação em um companheiro presente na mesa de todos os brasileiros. E, por inflação alta, entende-se de até 80% ao dia, quando batemos no fundo do poço. Ou seja, não era brincadeira não. A situação econômica vivida na época, a chamada “cultura da inflação”, que obrigava não apenas a remarcação furiosa de 32 preços típica da inflação, ao lado de tentativas insuficientes de indexação e correção monetária, como também sucessivos planos de governo com medidas para eliminála, que com uma única e derradeira exceção, o Plano Real sempre falhou de modo retumbante em sua missão. As pessoas quando se referiam à vida financeira ou comentavam a situação econômica do país, gerava o seguinte questionamento: por que alguns conseguiam “se dar bem” naquele cenário, enquanto outros tinham extrema dificuldade para manter as contas em ordem e, para outros ainda, não parecia fazer muita diferença se havia inflação ou não? Se a condição inflacionária era o denominador comum, presente em todo o país, a que atribuir, então, tantas diferenças individuais? (Ferreira, 2008, p.2) Tem-se que a abertura econômica, a partir de 1990, e a estabilização da moeda em 1994, contribuíram para redução da inflação, fazendo com que os indivíduos e a sociedade tivessem uma nova visão sobre a gestão financeira e também, proporcionou um processo de mudança cultural e um novo aprendizado. O resultado foi o aumento do poder aquisitivo, do crédito e o alongamento dos prazos de financiamentos, além do aumento do consumo, poupança e investimento. Diante deste cenário de grandes mudanças em um curto espaço de tempo, é fundamental que seja dispensada atenção à forma com que os indivíduos estão interagindo com elas. A qualidade das decisões financeiras particulares pode influenciar toda a economia, e estão intimamente ligados a esta questão problemas como: a inadimplência, endividamento familiar, falta de capacidade de planejamento de longo prazo. Desta forma é possível estabelecer uma relação comparativa entre uma organização e a vida de uma pessoa. Ambas precisam saber administração e tomar as decisões corretas para obter êxito em seus empreendimentos. Sendo assim, percebe-se a importância da gestão financeira para o indivíduo e a sociedade na qual está inserido. A inflação sofreu alterações em virtude da globalização, pois com a entrada no mercado mundial dos países asiáticos como China e Coreia, fabricantes de produtos industriais com a mão de obra barata, forçaram uma redução global de preços e isso fez com que os preços caíssem, traduzindo uma inflação baixa. 33 3.3. Mundo globalizado, suas origens e características A Globalização pressupõe economia de mercado, desigualdade, capitalismo, mudança de paradigmas educativos e exige que o modelo de humanidade necessário aos homens que habitam o planeta seja repensado, a fim de que a vida na Terra seja garantida e que todos tenham as mesmas condições de formação tanto acadêmica quanto profissional. (Pinto) A segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX podem ser consideradas uma etapa da história da humanidade de uma dinâmica de transformações significativas: o término das revoluções burguesas, início das revoluções socialistas; o surgimento das potências emergentes como os EUA, o Japão e a Rússia, em concorrência com os impérios europeus, principalmente com o Império britânico; os avanços Mundo; expansão e tecnológicos que aumentam a produção, a produtividade e a diversidade industrial, acelerando o consumismo com um aumento na exploração dos recursos naturais seguido de uma enorme degradação ambiental; com a formação de mercados consumidores no Terceiro posterior esgotamento da fase neocolonial, modificando de forma drástica a forma de produção e, por consequência, a realidade sociocultural dos povos africanos, americanos e da Ásia. A disputa pela hegemonia mundial provoca a Primeira Guerra, a primeira revolução socialista vitoriosa na Rússia, seguida da crise de superprodução do sistema capitalista em 1929 e chega ao auge com a Segunda Guerra Mundial terminando, assim, com a fase do capitalismo industrial e iniciando o que hoje classificamos de capitalismo financeiro. Estas mudanças alteram as relações internacionais de forma radical quanto ao seu eixo de comando em que a "Nova Roma" (EUA) substitui os impérios europeus. Para que isto ocorresse, os EUA precisavam de novas formas de parceria como também de novas entidades internacionais que, por meio de suas ingerências, transformassem os princípios da "Doutrina Monroe" (o comando da América), para a "Doutrina Truman", assumindo o comando mundial. (BERTANI, 2013) Muitas mudanças sociais, políticas e econômicas ocorreram nos últimos 30 anos da história da humanidade, dentre essas mudanças destaca-se a globalização. Com certeza não aconteceram da noite para o dia, foram estruturadas a partir da revolução industrial e de um modelo capitalista que está presente em nossos dias, 34 praticamente em todas as sociedades. Arrighi, destacava que Max e Engels (2008), já defendiam que a necessidade de expansão do mercado levaria a burguesia a criar vínculos em todo o globo terrestre, ou seja, substituir as velhas indústrias nacionais por indústrias “que não empregavam matérias-primas nacionais, e sim as que vinham das regiões mais distantes, e cujos produtos se consomem não somente no próprio país, mas também em todas as partes do mundo”. Como consequência, o antigo isolamento de regiões e nações autossuficientes “dá lugar a uma interdependência e intercâmbio universal das nações”; essa interdependência universal traz em seu bojo o desenvolvimento capitalista generalizado. Portanto, podemos concluir que a globalização estava germinada muito antes desse período e teve seu grande marco eclodindo nas duas últimas décadas. Destaca-se que os maiores avanços da globalização é a chamada revolução tecnológica, fazendo com que o estilo do consumismo associado às modernas sociedades industrializadas do mundo ocidental difundisse por todo o planeta, trazendo em sua esteira a máxima capitalista do consumo; e segundo Castells, “atualmente a globalização dos mercados financeiros é a espinha dorsal da nova economia global” (1999, p.147). O conceito globalização surgiu em meados da década de 1980 substituindo conceitos como internacionalização e transnacionalização, porém se voltarmos no tempo, podemos observar que é uma prática muito antiga. A humanidade, desde o início de sua existência, vem evoluindo, passou de uma simples família para tribos, depois foram formadas as cidades-estado, nações e hoje com a interdependência de todos os povos do nosso planeta, chegamos a um fenômeno natural, denominado de "aldeia global". Globalização ou mundialização a interdependência de todos os povos e países do nosso planeta, também denominado aldeia global. As notícias do mundo são divulgadas pelos jornais, rádio, tevê, internet e outros meios de comunicação, o mundo assistiu ao vivo e em cores, em 11 de setembro, o atentado ao World Trade Center (as torres gêmeas), a invasão americana ao Iraque. Quem não assistiu ao Brasil penta campeão mundial de futebol? Com toda essa tecnologia a serviço da humanidade, temos a impressão de que o planeta Terra ficou menor. Podemos também observar que os bens de 35 consumo, a moda, a medicina, enfim a vida do ser humano sofre influência direta dessa tal Globalização. Hoje uma empresa produz um mesmo produto em vários países e o exporta para outros, também podemos observar a fusão de empresas, tudo isso tem como objetivo baixar custos de produção, aumentar a produtividade, então produtos semelhantes são encontrados em qualquer parte do mundo. A Globalização, analisada pelo aspecto econômico-financeiro, teve seu início na década de 80, com a integração em nível mundial das relações econômicas e financeiras, tendo como polo dominante os Estados Unidos. Analisando a Globalização, podemos destacar o lado positivo como: o intercâmbio cultural e comercial entre nações, importante para todos os povos, os riscos reais, entre outros. Porém, nem tudo é positivo, agora vamos ver o lado negativo: a Globalização é crescente, os povos ficam cada dia mais interdependentes, porém os países desenvolvidos são os maiores beneficiados ficando cada vez mais ricos, enquanto os países em desenvolvimento ficam cada vez mais pobres. Então algumas medidas deverão ser tomadas para tentar mudar este quadro. Fala-se muito hoje em globalização, a informação simultânea, as migrações de povos, o crime organizado, os conhecimentos científicos, a tecnologia, os sistemas de poder, a produção e o trabalho humano e as finanças, tudo isso se globaliza. Pode-se exaltar a globalização como oportunidade de crescimento econômico e cultural dos povos. Pode-se ainda criticá-la em razão dos que a conduzem, ou de como a conduzem, ou dos rumos que toma. A globalização é irrefreável, sobretudo por corresponder a muitas exigências dos seres humanos. Essa afirmação pode sofrer duas objeções: uma vem sustentar que a globalização da economia corresponde hoje à acumulação de capital e de poder em poucas mãos e ao predomínio das finanças internacionais sobre qualquer outro interesse; outra é que o conceito e a natureza da globalização foram criados e difundidos por forças neoliberais, com a intenção de levar os povos a crer que não há alternativa e, assim, de negar a função da política e da democracia. 36 3.4. Globalização Financeira Segundo Plihon (2007), a Globalização Financeira pode ser definida como um processo de interligação dos mercados de capitais aos níveis nacionais e internacionais, conduzindo ao aparecimento de um mercado unificado do dinheiro à escala planetária. A Globalização Financeira inscreve-se num processo histórico longo e complexo, conduzindo à mundialização da economia. As suas causas são múltiplas, de ordem política, demográfica e tecnológica. A Globalização Financeira deu origem a análises divergentes, mais ou menos otimistas quanto aos seus efeitos sobre o funcionamento da economia mundial. Há, no entanto, um consenso sobre a necessidade de uma reforma da arquitetura financeira internacional, a fim de adaptar esta à globalização dos mercados. A Globalização Financeira modificou o papel do Estado na medida em que alterou radicalmente a ação governamental que agora é dirigida quase exclusivamente para tornar possível as economias nacionais, o desenvolvimento e a sustentação de condições estruturais de competitividade em escala global. Faz-se, por meio da intercomunicação dos mercados de capitais, acelerando a velocidade na alocação do capital, smart-money. Se por um lado, a mobilidade dos fluxos financeiros por meio das fronteiras nacionais pode ser vista como uma forma eficiente de destinar recursos internacionais e para países emergentes, por outro, a possibilidade de usar os capitais de curto prazo para ataques especulativos contra moedas são considerados uma nova forma de ameaça à estabilidade econômica dos países. 3.5. Educação Financeira A Educação Financeira tem uma repercussão cada vez maior nos meios de comunicação e está sendo inserida no meio escolar, familiar, de trabalho, ou seja, tornou-se de fundamental importância ter informações sobre esse tipo de controle financeiro pessoal. Educação Financeira é um tipo de saber que há alguns anos antes, não fazia muito sentido, pois a economia do país sofria com choques e mudanças frequentes. É importante verificar se os alunos, principalmente do Ensino Fundamental têm conhecimentos e aptidão sobre como lidar com seus recursos financeiros. 37 Então, torna-se relevante que o aluno tenha uma formação adequada durante sua vida escolar, pois terá uma base de fundamentos pouco mais aprimorados durante o decorrer da sua vida, tanto na sociedade, quanto profissionalmente. Se um aluno tem estudado na escola algo a respeito sobre Educação Financeira, tem maior habilidade durante os negócios futuros. A Educação Financeira também possui relevância por ser um assunto bastante presente no cotidiano das empresas e pessoas, ainda é pouco discutido pela população brasileira, por despertar pouca atenção nos meios acadêmicos e a necessidade de ampliar o desenvolvimento do conhecimento refletido pela baixa produção acadêmica e publicações científicas. A Educação Financeira é a aptidão de saber de finanças e outros relacionados, como também, utilizar esse saber no cotidiano. A Educação Financeira não é parte do universo educacional familiar; tão pouco escolar. (D`Aquino, 2008) Ainda tomando como base os estudos de D’Aquino (2008), é possível afirmar que: a Educação Financeira é a capacidade de entender finanças e assuntos relacionados. Mas especificamente, refere-se à capacidade do sujeito fazer julgamentos bem informados e decisões efetivas sobre o uso e o gerenciamento do dinheiro. É importante se ter conhecimento sobre Educação Financeira desde a infância, para se tenha um bom domínio sobre as finanças pessoais e até mesmo empresariais. Muitas pessoas não têm noção do que possa vir a ser Educação Financeira, e por isso não tem condições de tratar desse assunto com os filhos no ambiente familiar. Seria viável que fosse tratado esse assunto nas escolas, para que esses adolescentes adquiram algum conhecimento sobre a Educação Financeira. Para compreender com maior propriedade a importância da Educação Financeira na vida dos agentes econômicos é imprescindível ter uma clara definição de seu significado e dos que a integram. Conforme proposta da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, a definição de Educação Financeira (2005) é: Educação Financeira é o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, de maneira que com informação, formação e orientação claras possam desenvolver os valores e as competências necessárias para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos neles envolvidos e, então, poderem fazer escolhas bem informa das, saber onde procurar ajuda, adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar e, assim, tenham a possibilidade de contribuir de modo 38 mais consciente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro. Ainda segundo a OCDE (2005), a Educação Financeira auxilia os consumidores a orçar e gerir sua renda, a poupar e investir, e a evitar que se tornem vítimas de fraudes. Já para Braunstein e Welch (2002, p.445), além do benefício pessoal, a Educação Financeira favorece o melhor desenvolvimento do mercado financeiro, uma vez que o estimula a oferecer melhores serviços: [...] participantes informados ajudam a criar um mercado mais competitivo e eficiente. Consumidores conscientes demandam por produtos condizentes com suas necessidades financeiras de curto e longo prazo, exigindo que os provedores financeiros criem produtos com características que melhor correspondam a essas demandas. A Educação Financeira é compreendida como o conjunto de conhecimentos que estão acessíveis a qualquer um e que pode ajudá-lo a saber melhor empregar seu dinheiro a fim de que possa conduzir sua vida da melhor forma possível. Em Jacob et al (2000, p.8), o termo financeira “aplica-se a uma vasta escala de atividades relacionadas ao dinheiro nas nossas vidas diárias, desde o controle do cheque até o gerenciamento de um cartão de crédito, desde a preparação de um orçamento mensal até a tomada de um empréstimo, compra de um seguro, ou um investimento”. Enquanto que, educação para o referido autor: “implica o conhecimento de termos, práticas, direitos, normas sociais, e atitudes necessárias ao entendimento e funcionamento destas tarefas financeiras vitais. Isto também inclui o fato de ser capaz de ler e aplicar habilidades matemáticas básicas para fazer escolhas financeiras sábias”. Não adianta saber ganhar muito dinheiro e gastar todo ele, ou evitar ao máximo gastá-lo e não saber como empregá-lo a seu favor. Ambas as ideias podem fazer parte de sua Educação Financeira, mas isoladas não podem ajudá-lo muito, pelo contrário, podem até mesmo prejudicá-lo. A Educação Financeira tem por propósito auxiliar o sujeito na administração dos seus rendimentos, as suas decisões de poupança e investimento, consumir de forma consciente e ajudar evitar que se tornem vítimas de fraudes. Esta educação ganha importância com a grande aceleração nos mercados financeiros e de mudanças demográficas, econômicas e políticas. 39 A Educação Financeira surge como resposta para orientar a tomada de decisões, informando sobre os serviços financeiros ofertados, sobre necessidades e desejos de consumo, de necessidades de poupança, financiamento e juros, investimentos e rendimentos. Pode ser entendida como o conjunto de informações que auxilia o sujeito a lidar com a sua renda, com a gestão do dinheiro, com gastos e empréstimos monetários, poupança e investimentos de curto e longo prazo. Os participantes no processo de Educação Financeira são as escolas, as empresas, o governo, as instituições financeiras, e outros, como as organizações não governamentais. Alguns autores, afirmam que se a criança desenvolve os moldes comportamentais e cognitivos antes e durante a escola elementar, a Educação Financeira deve ocorrer durante os primeiros estágios de desenvolvimento comportamental e cognitivo. Para outros a Educação é a grande ferramenta para a redução de desigualdades sociais, evidenciando a importância da educação para o crescimento financeiro de um sujeito, uma sociedade e um país. É notória esta relação quando se analisa grandes nações que despertam para o crescimento econômico a partir da educação, o que possibilitou o aumento de renda da sua população. A Educação Financeira nos países desenvolvidos tradicionalmente é de competência da família, às escolas fica reservada apenas a função de reforçar a formação que o sujeito recebe em casa. Sabe-se que no Brasil há muito que se descobrir, pois não se tem a preocupação referente à Educação Financeira, nem nas escolas e tão pouco no ambiente familiar, conforme (D’Aquino, 2007), o que é uma grande falha no que tange a respeito do indivíduo saber gerir seu dinheiro. Segundo a consultadora financeira, Myrian Lund, citada por D’ÁQUINO (2007): “As pessoas por muitas das vezes possuem pouquíssimo grau de instrução sobre a Educação Financeira ou não o tem, infelizmente são poucas as escolas pelo país que transmitem conteúdo financeiro efetivo”. No ambiente familiar, a criança pode receber dos pais alguma base sobre a Educação Financeira, isso pode ocorrer no cotidiano do relacionamento entre pais e filhos. Essas pequenas ações, onde os pais fornecem aos filhos determinado conhecimento sobre essa questão, por menor que seja, já contribui para o desenvolver lógico que a criança terá ao tratar das suas próprias finanças, por 40 menor que seja, mas que já terá um maior cuidado e percepção ao tratar desse assunto pouco explorado. É importante que os jovens do Ensino Fundamental possam aperfeiçoar seus conhecimentos para ter condições de conduzir suas tomadas de decisões no tocante, finanças pessoais. Educação Financeira não é aprender a trabalhar com finanças, nem se trata de ser um profissional na área. Ter conhecimento a respeito dessa temática contribui para a formação de um indivíduo mais capacitado no âmbito profissional. Tendo uma boa instrução financeira a pessoa consegue saber quando, quanto e pode gastar, ou seja, ele sabe fazer um planejamento sobre o seu dinheiro, o que colabora para as tomadas de decisão. (SIMEÃO et al,2011) A especialista em finanças, D’AQUINO (2008), diz: Educação financeira não pode ser privilégio de crianças ricas ou de classe média. É justamente as camadas menos favorecidas da população que se deve dar prioridade neste aspecto. É sobretudo a essas pessoas de pouquíssimos recursos a quem se deve dar a conhecer, com urgência, como ganhar, gastar e poupar dinheiro. Segundo Braga: com atraso de mais de 15 anos em relação aos países da OCDE, O Brasil começou um projeto piloto para a introdução da educação financeira nas escolas de ensino médio e fundamental. O projeto será implantado em 410 escolas da rede pública em seis unidades da federação e pretende atingir um universo de 15 mil alunos. É composto de um caderno, um livro texto, para o aluno e outro para o professor e a capacitação a distância dos professores. Não existirá uma nova disciplina educação financeira, mas o conteúdo será trabalhado “dentro” das disciplinas já existentes. O projeto faz parte da Estratégia Nacional de Educação Financeira – ENEF, instituída pelo Decreto nº 7.397, de 22 de dezembro de 2010, tem a finalidade de promover a educação financeira e previdenciária e contribuir para o fortalecimento da cidadania, a eficiência e solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de decisões conscientes por parte dos consumidores. A iniciativa não partiu do MEC , mas é fruto do esforço conjunto de diversos órgãos que compõem o Sistema Financeiro Nacional – Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência Nacional de Previdência 41 Complementar (Previc) e Superintendência de Seguros Privados (Susep) – e conta com o apoio de outras entidades públicas e privadas, como a BM & Fbovespa e a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima). O projeto tem como objetivo ensinar as crianças a tomar decisões de consumo; compreender o orçamento doméstico; conhecer sobre poupança, investimentos, seguros, aposentadoria, financiamentos e a planejar o futuro. O professor precisa ser formado com este conhecimento, como acontece na maioria dos países desenvolvidos. Um curso rápido para que ele aprenda a usar o material não será suficiente para criar uma real condição de aprendizagem dos assuntos financeiros para seus alunos. Sem que o professor viva esta realidade antes, pouco conseguirá agregar aos seus alunos. Faltará a necessária vivência na área para dar respaldo ao que está contido no material didático. Para surtir o impacto necessário, a educação financeira não pode ser colocada como um elemento complementar no currículo escolar, como querem alguns especialistas em educação. Mas como elemento essencial. Por que álgebra, geometria, trigonometria, genética, botânica e diversos outros importantes temas são considerados superiores? Como educador, me parece-me claro que não são; nem no aspecto de desenvolvimento cognitivo, nem tampouco no aspecto de utilidade pragmática. Para reforçar ainda mais a importância da Educação Financeira, Braga sugere que os testes oficiais, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), incluam questões de finanças pessoais, de modo que os estudantes compreendam o devido valor deste tema. O Programa Educação Financeira nas Escolas foi desenvolvido para ajudar os alunos a enfrentarem os desafios cotidianos e a realizarem seus sonhos por meio do uso adequado de ferramentas financeiras, contribuindo assim para um futuro melhor não somente para si como também para o país. Este foi estruturado a partir da elaboração do documento "Orientações para a Educação Financeira nas Escolas", que tem como propósito apresentar um modelo conceitual para levar a temática aos espaços escolares, tendo sido elaborado a partir de contribuições de especialistas de diversas áreas, apostando numa postura 42 participativa e cooperativa. A proposta tem como característica a flexibilidade e permite sua adaptação aos diferentes contextos da educação brasileira. As escolas de Ensino Fundamental e de Ensino Médio poderão contar com materiais didáticos – Livro do Aluno e Livro do Professor – construídos a partir das diretrizes definidas pelo Grupo de Trabalho instituído para propor a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF). Para evitar um futuro de dívidas, nada melhor que ensinar hoje, o caminho certo para que o sujeito aprenda a administrar desde já aquelas poucas moedas do cofrinho. Ensinar para os filhos o valor das coisas é responsabilidade dos pais, mas se lidar com dinheiro é complicado para adultos, passar esse conhecimento para crianças é uma tarefa bem mais delicada. Assim, o sujeito não aprende só a lidar com o dinheiro, mas entende que as consequências da má administração do seu dinheirinho hoje podem determinar toda a sua vida. Como evitar: Os pais ou os responsáveis, que ensinam o sujeito a pensar a longo prazo, certamente entendem que a educação financeira dada na infância, resultará em adolescentes e adultos conscientes do valor de cada coisa e que poderão poupar e planejar estrategicamente o que gastar e o que investir. Segundo o especialista em Educação Financeira, Álvaro Modernell (2011): “o grande desafio é ensinar os mais novos a encontrar o equilíbrio, para não estimular nem demasiados poupadores nem gastadores exagerados”. [...] o sujeito tem que aprender a diferença entre querer e precisar [...] De acordo com D’Aquino (2008): o momento certo de começar a ensinar a criança a lidar com as finanças é anunciado pela própria, na primeira vez que pede aos pais para lhe comprarem alguma coisa. Isso costuma acontecer por volta dos dois anos e meio, e nesta hora, o pequeno mostra que já percebeu o que é dinheiro, e que o dinheiro “compra” as coisas que ele pode vir a querer. E ainda, a melhor base para uma educação financeira eficiente é aquela transmitida por meio de atitudes simples, na rotina do relacionamento entre pais e filhos. Assim que o sujeito manifestar uma noção básica em relação a dinheiro, os pais já podem, de maneira gradual, adotar uma postura educativa. A falta de conhecimento financeiro, até mesmo em pessoas instruídas, gera problemas nas finanças pessoais e familiares. 43 O consumismo e a falta de planejamento financeiro se tornaram cada vez mais comuns na realidade de grande parte da população. Com o advento da globalização e a estabilização da inflação, criou-se a possibilidade de pessoas de quaisquer classes sociais terem acesso a bens de consumo, bem como obtenção de créditos com mais facilidade que outrora o teriam. Esta facilidade está criando um ciclo consumista, podendo proporcionar, às pessoas despreparadas, experiências muito desagradáveis no campo das finanças pessoais, ocasionando, por consequência, stress, brigas conjugais e até doenças ligadas a fatores emocionais. Para isso é necessário que haja conversas formais e abordagens de alguns tópicos do tema, que sejam determinados em seus comportamentos e atitudes financeiras, que tenham conhecimento de planejamento financeiro; orçamento doméstico; avaliem o crédito nas compras a prazo; desenvolvam a consciência ambiental, enfim, criar hábitos e costumes evitando assim o desperdício no sentido de tornarem-se cidadãos corretamente conscientes. É importante salientar que através de atitudes simples, como fazer um orçamento ou calcular determinada taxa de juros de uma prestação aliada a um plano de investimentos, pode-se garantir uma melhoria de qualidade, tendo em vista o aumento da expectativa de vida de nossa geração, tanto no presente e, mais ainda no futuro. “A Educação Financeira é um degrau social relevante para o País e para a humanidade. Façamos a nossa parte de difundir conceitos, princípios, fundamentos e orientações para que mais pessoas possam alcançar, subir e superar os degraus da desigualdade socioeconômica. E não nos esqueçamos de praticar. Boas práticas em finanças pessoais podem fazer grandes diferenças no futuro financeiro das pessoas”. Álvaro Modernell (2010) 3.6. Consumismo Cada vez mais as pessoas se deixam influenciar excessivamente pela mídia, que de certa forma as induzem a comprar um determinado produto, sem às vezes precisar. Quando anunciamos diretamente para as crianças e adolescentes o tempo todo, estimulamos o consumo em um público que ainda não tem condições de avaliar se é bom ou não para ele ou até mesmo para o meio ambiente. E trabalhar 44 com os jovens é garantia de que essa reflexão vai ser levada adiante por muito tempo. Portanto, consumismo é uma compulsão que leva o indivíduo a comprar de forma ilimitada e sem a necessidade dos bens, das mercadorias e dos serviços, o que é comum em um sistema dominado pelas preocupações de ordem material, na qual os apelos do capitalismo calam fundo na mente humana. Não é à toa que o universo contemporâneo no qual habitamos é conhecido como “sociedade de consumo”. Depois da Revolução Industrial, que possibilitou o aumento da escala de produção e incrementou o volume de mercadorias em circulação, o mundo se modificou profundamente. Ele atua muitas vezes movido por distúrbios emocionais, ou por motivações sócio-econômicas, como uma espécie de compensação pela frieza do convívio social, pela carência financeira, por uma autoestima deteriorada, ocupação, personalidade, identificação com um determinado estilo de vida e por fim os fatores psicológicos como a percepção, aprendizagem, motivação, crenças e atitudes. (Denegri, 2007). O resultado dessa atitude impulsiva é geralmente o endividamento crescente, então o indivíduo assume uma sobrecarga de trabalho, na tentativa de eliminar as dívidas, consequentemente é submetido a um regime de exploração no trabalho, novamente se vê emocionalmente frágil e se torna propenso de novo ao consumismo feroz. Por conseguinte, o consumismo é um mal que assombra a sociedade, pois ele é irrefletido, ou seja, não pensado e não programado. O consumo associado às facilidades de obtenção de crédito faz com que as pessoas tornem-se cada vez mais adeptas do consumismo e mais endividadas. 3.7. Endividamento O endividamento está relacionado ao consumo, pode ser entendido como: analfabetismo financeiro, crédito fácil e marketing financeiro, seus efeitos são avassaladores, pois podem causar: baixa produtividade, problemas conjugais, desmotivação e baixa estima, problemas de saúde, entre outros. Consumir com consciência está cada vez mais difícil. É preciso que tenhamos um bom conhecimento de nossas condições financeiras e sobre o que realmente é 45 necessário. Atualmente, os bancos, como estratégia, oferecem uma gama de oportunidades e facilidades para que os clientes, inclusive os muito jovens, possam ter cartões de crédito, abrir contas, contas consignadas e até mesmo conseguir empréstimos. Essa facilidade, porém, pode ser prejudicial, já que em geral, as pessoas que optam por esses meios de obtenção de crédito, não possuem uma saúde financeira boa, aumentando assim o número de endividados. O indivíduo, no íntimo de manter um padrão de dignidade que ele mesmo se impõe, endivida-se em demasia. Para Descouvières (1998), o endividamento é um consumo antecipado em que a pessoa utiliza o bem antes de pagá-lo. Para antecipar esse processo, os indivíduos fazem uso de vários meios, dentre eles, o crédito entendido nesse contexto como um contrato que permite pedir dinheiro emprestado por um determinado período de tempo, partindo do pressuposto que quem pede emprestado tem condições financeiras de honrar os compromissos. 3.8. Inadimplência Pesquisas apontam que a população jovem do Brasil está cada vez mais comprometida com a inadimplência. O interesse especial em fazer compras resulta no gasto do salário e mesada antes do mês acabar. Denegri (1999), autora bem conhecida no contexto da América Latina, conforme descrito em Bessa (2008), defende o ensino da Educação Econômica, a qual ela define como uma ação educativa que tem como objetivo favorecer a construção de noções econômicas básicas e estratégias para tomada de decisões pertinentes, que permitem crianças e adolescentes posicionarem-se diante da sociedade de consumo como pessoas conscientes, críticas, responsáveis e solidárias, a chamada Socialização Econômica. Entende-se por Socialização Econômica, o processo de aprendizagem das formas de relacionamento com o mundo econômico; processo este mediado pela família, escola, nas relações com os pares e pelos meios de comunicação. É através desta socialização que os indivíduos aprendem a interagir com a sociedade e com os fatores econômicos que embasam as relações econômicas. 46 Voltado para o mundo infantil e familiar Cantelli (2010), realizou uma investigação inserida na área do conhecimento social que teve por objetivos conhecer os procedimentos utilizados por pais e mães de diferentes estruturas familiares e níveis socioeconômicos para a educação econômica de seus filhos. Os dados indicaram que o comportamento econômico das famílias, bem como os procedimentos utilizados para a educação econômica dos filhos são intuitivos e não planejados, evidenciando a falta de informação dos pais sobre o processo de construção das noções sociais relacionadas à compreensão dos eventos econômicos. As famílias acreditam que a educação econômica deva fazer parte da formação das crianças, embora não realizem nenhum esforço sistemático para fomentar hábitos e condutas adequadas para o consumo. Saber consumir, resistir às propagandas e ter condições para adquirir o produto é um aspecto importante a ser direcionado para este público. É necessário também conhecer a natureza e a forma como esses são influenciados e direcionados pela mídia consumista em tempos de globalização. 47 4. METODOLOGIA A pesquisa classifica-se como descritiva, pois permite conhecer as características da população estudada. Quanto aos procedimentos a pesquisa qualitativa é traduzida por aquilo que não pode ser mensurável, pois a realidade e o sujeito são elementos indissociáveis. Assim sendo, quando se trata do sujeito, levam-se em consideração seus traços subjetivos e suas particularidades. Tais pormenores não podem ser traduzidos em números quantificáveis. Van Maanem (1983, apud Easterby-Smith, Thorpe e Lowe, 1999, p.71) caracteriza o método qualitativo como um conjunto de “técnicas interpretativas que procuram descrever, decodificar, traduzir e, de alguma forma, chegar a um acordo com o significado, não a frequência, de certos fenômenos que ocorrem de forma mais ou menos natural do mundo social”. Com base nesses princípios, afirma-se que a pesquisa qualitativa tem um caráter exploratório, uma vez que estimula o entrevistado a pensar e a se expressar livremente sobre o assunto em questão. Na pesquisa qualitativa, os dados, em vez de serem tabulados, de forma a apresentar um resultado preciso, são retratados por meio de relatórios, levando-se em conta aspectos tidos como relevantes, como as opiniões e comentários do público entrevistado. É utilizada quando se busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço para a interpretação. 4.1. Participantes Fizeram parte desta pesquisa 49 alunos de duas turmas, do ensino fundamental, com idade de 13 até 16 anos, sendo 26 meninas e 23 meninos. 4.2. Caracterização da Escola A pesquisa foi realizada em um colégio particular situado na zona Oeste de São Paulo, as classes sociais predominantes são a “C e C+” eram do período da manhã: turmas A e B. 4.3. Instrumentos Os instrumentos utilizados nesta pesquisa foram: 48 a) Questionário O questionário, elaborado com 13 questões, sendo 07 (sete) de múltipla escolha e 06 (seis) abertas, é tão somente um conjunto de questões aplicado a determinado público com o objetivo de se levantar dados necessários, para verificar se os objetivos de um projeto foram atingidos. Mas, construir questionários não é uma tarefa fácil, e aplicar tempo e esforço no planejamento do questionário é um requisito essencial para se atingir os resultados esperados. Infelizmente não existe uma metodologia padrão para o desenvolvimento de questionários, porém existem recomendações de diversos autores com relação a essa importante tarefa no processo de pesquisa científica. b) Entrevista semiestruturada A entrevista Semiestruturada que tem como característica um roteiro com perguntas abertas e é indicado para estudar um fenômeno com uma população específica, neste caso um grupo de alunos. A entrevista semiestruturada para alguns tem sido um procedimento de coleta de dados amplamente utilizada em pesquisa em Ciências humanas. Ela pode ser designada como um método, um instrumento de pesquisa ou até mesmo uma técnica (NOGUEIRA, 1968; TRIVINÕS, 1987; REA e PARKER, 2000: MANZINI, 2006). Não importa a abordagem teórica adotada, sempre serão necessários cuidados que envolvam questões da linguagem e o roteiro a ser utilizado, necessita ser cuidadosamente planejado, principalmente quando a entrevista é a do tipo semiestruturada (MANZINI, 2003; 2004; 2006). Na entrevista semiestruturada deve existir flexibilidade na sequência da apresentação das perguntas aos entrevistados e o entrevistador pode realizar perguntas complementares para entender melhor o fenômeno em questão. Além disso, é importante que todas as perguntas, se relacionem a itens e conceitos a serem pesquisados (GUNTHER, 1999), e que sejam realmente feitas durante a entrevista, uma vez que a comparação de respostas na entrevista semiestruturada é requerida na análise. Portanto, para que haja dados substanciais para serem analisados, é necessário que a coleta seja bem estruturada. 49 4.4. Análise dos dados Os dados foram analisados utilizando-se o questionário e a entrevista semiestruturada, e foram apresentados através de tabelas e gráficos (definidos em valores absolutos e percentagens). A análise dos dados foram desenvolvidas no decorrer da discussão dos resultados. 4.5. Desenvolvimento da pesquisa Para levantar a percepção dos alunos acerca da educação financeira e do uso do dinheiro os estudantes foram contatados na sala de aula, mediante autorização da direção do colégio, dos professores e também dos participantes. Validado o questionário, procedeu-se a aplicação dos mesmos; a coleta dos dados foi feita no próprio colégio, mas especificamente nas salas de aulas pelos professores das turmas, sem a interferência e participação do pesquisador, os alunos foram solicitados a responderem às questões, via formulário; as respostas foram organizadas e tabuladas. 4.6. Caracterização dos participantes da pesquisa A caracterização dos estudantes inquiridos foi efetuada com base nas variáveis sexo, idade. Neste gráfico 1, destacamos que os participantes do sexo feminino é maioria com (53%), enquanto que os participantes do sexo masculino totalizam (47%) do total, havendo assim um certo equilíbrio. Gráfico 1 – Participantes Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados. 50 No gráfico 2, os participantes foram identificados através de um número escolhido aleatoriamente, o objetivo foi identificar a idade de cada participante, divididos por sexo. Os participantes do sexo masculino levam uma pequena vantagem em relação aos participantes do sexo feminino, mas na média, se equivalem. Gráfico 2 – Média de idade dos participantes Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados. O gráfico 3, mostra que a maioria dos participantes (82%) sabem o valor do salário mínimo vigente no país, portanto, podemos considerar que os adolescentes não são tão dispersos como imaginamos e um fato a observar que 53% são mulheres que estão a cada dia se interessando pelos assuntos econômicos. 51 Gráfico 3 – Você sabe qual é o valor do salário mínimo vigente nos pais? Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados. Quadro 1 - Você sabe quanto uma pessoa precisa ganhar para sobreviver? Respostas Participantes Frequência Sim (até $ 700) 9, 15, 42 03 Sim (de $ 701 a $ 1.000) 8, 18, 22, 46 04 1, 3, 5, 10, 11, 14, 19, 21, 23, 25, 26, 27, 28, Sim (acima de $ 1.001) 22 30, 32, 33, 35, 36, 40, 43, 47, 49. Não 12, 16, 17, 39. 04 2, 4, 6, 7, 13, 20, 24, 29, Estilo de Vida 14 31, 37, 38, 41, 44, 48. Não responderam 34, 45 02 Total 49 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados. A pergunta do quadro 1, nos deixam um pouco preocupados, pois uma grande maioria dos participantes (45%) responderam que para sobreviver precisam ganhar acima de $ 1.000, será que esses participantes acompanham o crescimento econômico no país? Outros participantes (29%) já responderam de uma forma um pouco mais consciente, ou seja, depende do estilo de vida de cada um, o que é realmente sensato nos dias atuais. Enquanto os demais participantes (26%) tiveram outras opiniões que nos deixam preocupados também, pois indicam que não há um certo conhecimento nas questões econômicas. 52 Tendo em vista que, a classe social dos participantes, são formadas basicamente pela (B e C), podemos dizer que a percepção dos adolescentes está em formação. Quadro 2- Pensando em independência, quanto um jovem precisa ganhar para sobreviver? Respostas Participantes Frequência 2, 7, 9, 15, 19, 22, 29, Sim (até $ 1.500) 30, 32, 33, 34, 35, 36, 16 43, 46, 47. Sim (de $ 1.501 a $ 1, 3, 5, 14, 20, 21, 23, 12 3.000) 24, 25, 27, 31, 42. Sim (acima de $ 3.001) 6, 10, 11, 13, 16, 28, 37, 08 38. Depende da região 4, 8, 12, 39, 41. 05 17, 18, 26, 40, 44, 48, Suprir às necessidades 07 49. Não respondeu 45 01 Total 49 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados. Nesta pergunta, 33% dos participantes responderam que para ter independência, o jovem precisa ganhar para sobreviver até $ 1.500, será que esses jovens estão acompanhando o crescimento econômico do país? Quadro 3 - Quando penso em Educação Financeira, penso em? Respostas Participantes Frequência 1, 2, 3, 16, 17, 24, 25, Aprender a investir / 15 32, 33, 36, 39, 43, 44, economizar 46, 47. Entender o mundo 5 01 capitalista Dinheiro / Trabalho 40,41 02 Estudo / Escola / Cursos 6, 38, 45, 49. 04 Endividamento 4 01 Guardar dinheiro para 7, 12, 29, 35. 04 gastar no futuro Saber como gastar o 8, 9, 10, 11, 15, 26, 27, dinheiro corretamente / 09 42, 48. sustentavelmente 13, 14, 18, 20, 22, 28, 30, Controle e consumo 08 31. Organização 19, 21. 02 Coisa chata 37 01 Não responderam 23, 34. 02 Total 49 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados. 53 Esta pergunta do quadro 3, nos deixa muito confiante, pois 96% acreditam que a Educação financeira é importante em algum momento da nossa vida, observou-se que os adolescentes apesar de suas idades, pensam sim em terem um futuro melhor, ajudando de certa forma a economia do país, pois saberão como organizar, controlar e principalmente gastar o seu dinheiro conscientemente. O gráfico 4, revelou que 43% dos participantes recebem mesada frequentemente; enquanto que 57% não recebem ou recebem às vezes. Gráfico 4 – Você recebe mesada? Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados. Como mostra o gráfico 5, entre aos participantes (71%) que recebem mesada, 51% poupam, 12% investem e 8% dos participantes não controlam, ou seja, gastam no momento que recebem e 29% não recebem. 54 Gráfico 5 – Como você controla sua mesada? Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados. Entre os participantes que recebem mesada (gráfico 6), ou seja, 71%, a maioria 47% tem como hábito economizar, ou seja, guardar para usar futuramente; enquanto que 24% deles gastam o dinheiro à medida que os recebem. Gráfico 6 – O que você faz com sua mesada? Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados. 55 Este gráfico 7, mostra que realmente os pais estão preocupados com o futuro financeiro de seus filhos, pois 76% dos participantes responderam “sim”; os 24% restantes dos participantes responderam “não” o que não deixa de ser uma parcela alta para os padrões econômicos nos dias atuais. Gráfico 7 – Seus pais já conversaram com você sobre como gastar ou guardar o seu dinheiro Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados. Podemos afirmar, conforme mostra o gráfico 8, que em consequência da preocupação financeira dos pais com os seus filhos, esta pergunta nos revela que 67% dos participantes planejam os seus gastos. Gráfico 8 – Você planeja os seus gastos? Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados. 56 Quadro 4 - O que é uma pessoa consumista? Respostas Participantes Que compra mais do que 1, 11, 13, 18, 35, 36, 37, pode / veem pela frente 38, 44, 45, 46. Que acha que tudo é necessário para a sua 2, 8, 14, 15. vida. Que tem compulsividade 7, 12, 24, 33, 48. às compras. Gastam tanto que às 3 vezes ficam endividados. Sociedade capitalista e consumista, pois o que 4 eu consumo diz quem eu sou. Compram sem necessidades ou apenas 5, 17, 19. por desejos. Não sabem controlar / 6, 22, 29. guardar o dinheiro. Pessoas que gastam 9, 20, 23, 25, 26, 28, 30, muito e sem necessidade 32, 39, 40, 42, 42, 43. Pessoas que não 16 pensam no amanhã. Pessoas que não se satisfazem com aquilo 31 que tem. Pessoas que não 49 planejam os seus gastos. Pessoas que vivem em 27 um mundo capitalista. Não responderam 10, 21, 34. Total Frequência 11 04 05 01 01 03 03 13 01 01 01 01 03 49 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados. Neste quadro 4, nota-se que com base nas respostas obtidas, que 94% dos entrevistados já possuem uma percepção do conceito de consumismo; enquanto que uma minoria (6%), ainda não possui esta percepção. Esta pergunta do gráfico 9, revelou que as propagandas veiculadas nos meios de comunicação têm influência em 50% dos participantes na ora de gastarem, mas outros 50% responderam que as propagandas não os influenciam nos gastos, mostrando assim um equilíbrio acentuado em relação a influência das propagandas veiculadas nos meios de comunicação. 57 Gráfico 9 – As propagandas veiculadas nos meios de comunicação influenciam os seus gastos? Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados. Esta pergunta do gráfico 10, também nos deixa um pouco confiante, pois 82% dos participantes acompanham sempre ou às vezes os seus pais nas compras nos supermercados e ou feiras. Em se tratando de adolescentes que não gostam de sair com os pais, podemos considerar que é importante este relacionamento de querer saber o real valor das coisas que consumimos; já 18% desses participantes não estão preocupados em ter noção do que é gastar com consciência. Gráfico 10 – Você acompanha os seus pais em compras nos supermercados e ou feiras? Fonte: elaborado pelo autor, a partir dos dados coletados. 58 Quadro 5 - Se na sua escola houvesse um curso sobre: Como utilizar o seu dinheiro, você assistiria? Por que? Respostas Participantes Frequência 1, 2, 3, 5, 6, 8, 9, 11, 12, 13, 14, 15, 20, 23, 24, Sim 26 26, 27, 28, 29, 34, 36, 40, 44, 46, 47, 49. 4, 10, 16, 17, 18, 19, 22, Não 30, 31, 32, 33, 35, 37, 18 38, 39, 42, 43, 45, Às vezes 7, 21, 25, 41, 48, 05 Total 49 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados. Esta pergunta, quadro 5, está diretamente relacionada ao tema do trabalho, pois 53% dos participantes responderam que assistiriam um curso sobre: como utilizar o seu dinheiro, é um fato importante, pois mostra que os adolescentes estão à medida que o tempo passa se preocupando com a questão financeira; já 37% não estão preocupados com esta questão e futuramente poderão ser pessoas que precisarão ter um controle muito grande para não serem consideradas consumistas; os outros participantes (10%) ainda não estão com a maturidade suficiente para saber se a questão financeira será ou não importante para o futuro. Com relação ao quadro 5, dividimos em 3 partes, sendo: aspectos positivos, aspectos negativos e sem influência. Quadro 6 – Aspectos positivos Respostas - Sim Preparar para o futuro e manusear o dinheiro com responsabilidade. Ajudará no futuro Mesmo guardando e economizando, sempre é bom aprender. Não quero viver na falência Me considero um consumista Aprender a ter dinheiro, para utilizar em passeios, roupas e outros, para não ficar sem ou com pouco dinheiro. Participantes Frequência 1, 6, 11, 12, 14, 24, 46, 47 08 2, 5, 36 03 3, 9, 15, 23, 34, 44 06 8 01 13 01 49 01 59 Para ter uma noção sobre consumo Aprender como controlar / guardar o dinheiro Importante porque hoje em dia ninguém gasta com consciência. Aprender a guardar/investir para dar continuidade nos negócios familiares. Total 20 01 29, 40 02 26, 27 02 28 01 26 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados. Neste quadro 6, nota-se que 65% dos participantes possuem a percepção que a Educação Financeira é importante nos dias atuais e que poderá ajudá-los no futuro. Quadro 7 – Aspectos negativos Respostas - Não Não acho economia um tema interessante Ouço bastante sobre o tema é sempre a mesma coisa. Os pais explicam como gastar o dinheiro. Pois, sei me controlar/utilizar O tema não me interessa Utilizo-o como quero Sei como utilizá-lo e o que não sei, pergunto para alguém. Total Participantes Frequência 4, 37 02 10, 43 02 16, 22 02 17, 19, 35, 38, 42, 45 06 18, 33 30, 32 02 02 31, 39, 02 18 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados. Já no quadro 7, apesar de terem respondido que não assistiriam, 33% dos participantes dizem que sabem como controlar o seu dinheiro, o que não deixa de ser um fator positivo; enquanto os 67% restantes demonstram que não estão preocupados em como utilizar o seu dinheiro. 60 Quadro 8 – Sem influência Respostas – Às vezes Acho necessário mas não prende a atenção. Depende do tempo/vontade Assistiria, se achasse interessante Total Participantes Frequência 7, 21 02 25, 41 02 48 01 05 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados. 61 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS O principal objetivo desse trabalho foi verificar a percepção dos alunos de um colégio da zona oeste da capital de São Paulo, com relação à Educação Financeira, percepção esta que em psicologia podemos definir como o processo pelo qual os objetos, as pessoas e os acontecimentos se tornam conscientes. Por meio dos resultados obtidos através da aplicação do questionário, podese observar que os alunos pesquisados dependem financeiramente de seus pais, portanto, é necessário ressaltar que a educação financeira vem de casa, como qualquer educação. A família é a primeira responsável por esses ensinamentos. A escola cabe apenas a função de fortalecer esse ensinamento. De acordo com os resultados, vários estudantes já ouviram falar em Educação Financeira e já tem algum conhecimento sobre o assunto, o que mostra ser um resultado altamente positivo, sendo que esse conhecimento pode ser aprimorado ainda mais se houvesse alguma atividade relacionada ao assunto com os alunos, pois conforme os resultados obtidos a maioria dos estudantes assistiriam um curso relacionado a Educação Financeira em sua escola, pois acreditam ser um ambiente adequado para se tratar do tema. Diante dessa realidade Modernell, salienta que: (...) O papel da escola cada vez mais é preparar as crianças para serem verdadeiros cidadãos e faz parte dessa missão ensiná-las a usar adequadamente o dinheiro. A educação financeira chegou para ficar e, assim como nas finanças, o fator tempo é preponderante. Quanto mais cedo, menores os sacrifícios e maiores os resultados. É necessário e deve ser feito de imediato! (MODERNELL, 2010) Sabendo que a grande maioria dos estudantes considera Educação Financeira um tema importante, seria muito interessante que houvesse um empenho de todos, governo e entidades privadas, no sentido de divulgarem, a fim de fazer com que os alunos saíssem da escola preparados para encarar os desafios financeiros do cotidiano, em especial para aqueles que não possuem nenhum tipo de conhecimento sobre o tema. Cabe ao professor atuar valorizando os aspectos positivos do aluno, interagindo com ele, evitando dar continuidade à situação em casa. O educador deve trabalhar com amor, considerar o aluno sujeito, sempre estar aberto às 62 discussões, ser democrático, entender os momentos difíceis do aluno, não sendo repressor ou castrador. Sabemos que é mais difícil trabalhar com alunos da classe social menos privilegiada economicamente, assim como, também não é fácil na maioria das vezes levar a bom termo nosso trabalho com filhos únicos e filhos de pais com um poder aquisitivo de classe “A e B”. Vasconcelos (2003, p. 67) afirma que: O professor se quer ser efetivamente professor, deve trabalhar com a realidade que tem em sala de aula; não adianta ficar se lamuriando, entrando em escapismos. São estes os alunos e com eles tem de trabalhar; é esta a escola, é este o país. Todavia, para que os alunos de hoje se transformem em cidadãos financeiramente conscientes, é necessário que antes tenham adquirido uma percepção mais aguçada no seu convívio diário com a família, tenham tido um desenvolvimento e uma aprendizagem no âmbito escolar, podendo assim se tornarem pessoas um pouco mais críticas, contribuindo assim para que haja um crescimento ordenado na educação e na economia do país. Gonzales Rey, (2001, pg. 9-13), afirma que: Um dos objetivos da educação não é simplesmente o de efetivar um saber na pessoa, mas seu desenvolvimento como sujeito capaz de atuar no processo em que aprende e de ser parte ativa dos processos de subjetivação associados à sua vida cotidiana. Portanto, cabe à família e a escola, proporcionar aos indivíduos a oportunidade de entender melhor a aplicabilidade da Educação Financeira, podendo assim melhorar muito os seus comportamentos e atitudes. 63 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste trabalho foi descrever a percepção dos alunos do ensino fundamental sobre a Educação Financeira, que aparece como uma habilidade fundamental para a participação na sociedade moderna, levando-os a serem mais responsáveis e conscientes financeiramente. Com a orientação da Educação Financeira, podemos absorver alguns conceitos importantes, como: contabilidade, finanças, economia, no sentido de mostrar possibilidades de melhorar o entendimento de como consumir, poupar e investir. A Educação Financeira, está relacionada às crenças, valores, atitudes e comportamentos, no sentido de como utilizar o nosso dinheiro, tem como objetivo dissiminar a cultura de combater a causa de tanto endividamento. A principal finalidade é contribuir para que os jovens do ensino fundamental de hoje tenham condições de administrar no futuro os conhecimentos adquiridos em Educação Financeira para uma vida saudável e consciente, fazendo uso dos produtos financeiros existentes de uma forma adequada, reduzindo assim o perfil de inadimplentes. Corroborando com os autores citados, a Educação Financeira tem uma importância relevante para que os jovens reflitam no seu dia a dia financeiro. A família não pode ficar de fora, pois ela tem uma influência significativa no que diz respeito ao processo de ensino e aprendizagem, tanto da Educação Básica quanto da Educação Financeira dos jovens estudantes, por isso ela deve estimular e trabalhar desde cedo alguns comportamentos e hábitos de consumo, porque sempre será referida como o lugar adequado para o desenvolvimento tanto da individualidade quanto da sociabilidade. Além da família, o processo deve ser difundido nas escolas, as quais tem pouca participação neste processo; observamos que há uma expectativa positiva nas crescentes ações da iniciativa privada e órgãos governamentais no decorrer dos anos. Portanto, para que os estudantes tenham uma maior autonomia financeira, é necessário que haja por meio de uma postura desafiante do professor, tratar certos aspectos financeiros do seu cotidiano. 64 É importante ter um conhecimento básico sobre a Educação Financeira, pois ela pode ser de certa forma, uma tentativa de se equalizar as necessidades do saber financeiro dos estudantes do ensino fundamental. É notável que os adultos sirvam de exemplos a serem seguidos e que também será marcante fazer com que as crianças e os adolescentes entendam as diferenças entre desejos, vontades e necessidades. Essa conscientização será fundamental para que essas crianças e adolescentes se tornem financeiramente educados e saibam quanto gastar para satisfazer seus eventuais desejos, de maneira consciente e sustentável, sem interferir na realização de seus sonhos a médio e longo prazo. Todos que não aprendem a administrar sua vida financeira pessoal enfrentam grandes dificuldades, que só serão percebidas quando se tornarem adultos e terem a responsabilidade de lidar financeiramente com os seus negócios. Estabelecer uma Educação Financeira consciente e sustentável é um processo demorado, pois exige foco e comprometimento, os seus objetivos são de longo prazo, visto que é primordial vencer o desafio de um consumo responsável. Os resultados já são percebidos à medida que diversas ações incentivadas pela iniciativa privada ou não estão em andamento e é por meio da Educação Financeira que os jovens e adolescentes aprendem não só a lidar com o dinheiro propriamente dito, mas também, entendem e exploram diversos conceitos econômicos, financeiros e éticos, contribuindo assim para o futuro do país, que está presente na educação que recebem hoje. 65 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELK, Russell. “Money”. In: P. Earl e S. Kemp (orgs.). The Elgar Companion to Consumer Research and Economic Psycology. Aldershot: Edward Elgan, 1999. BESSA, Sônia. Alfabetização Económica, Hábitos de Consumo e Atitudes em Direção ao Endividamento de Estudantes do Curso de Pedagogia. Tese de doutorado. Faculdade de Educação. Universidade Estadual. Campinas – Unicamp, 2008. BRAGA, Ryon. A educação financeira nas escolas e faculdades. Brasil Econômico, 2011. BRAGHIROLLI, E. M. et all. Psicologia Geral. 9ªed. Porto Alegre: Editora Vozes, 1990. 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Sexo Participantes Idades 14, 14, 14, 14, 14, 14, 14, 14, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 14, 14, 14, 14, 10, 11, 12, 13, 14, 15, Feminino 14, 14, 14, 16, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 15, 14, 14, 14, 22, 23, 24, 25, 26. 14, 14, 15, 14, 14, 16. 16, 14, 15, 14, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 15, 15, 15, 14, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 14, 14, 14, 16, Masculino 39, 40, 41, 42, 43, 44, 14, 13, 14, 16, 45, 46, 47, 48, 49. 14, 14, 14, 14, 14, 14, 14. Total 49 Fonte: elaborado pelo autor a partir dos dados coletados do DSC. 72 Média 14,2 14,4 14,3 Anexo B Questionário Nome: ____________________________ Idade: ___ anos Sexo: ___ 1.Você sabe qual é o valor atual do Salário mínimo vigente no país? ( ) Sim. Qual é o valor $_________ ( ) Não 2.Você sabe o quanto uma pessoa precisa ganhar para sobreviver? Explique. 3.Pensando em independência, quanto um jovem precisa ganhar para se manter sozinho? 4.Quando penso em Educação Financeira, penso em: 5.Você recebe mesada? ( ) Sim ( ) Não ( )Ás vezes 6.Como você controla a sua mesada? ( ) Poupando ( )Não controla ( )Investindo 7.O que você faz com a sua mesada? 8.Seus pais já conversaram com você sobre o como gastar / ou guardar o seu dinheiro? 9.Você planeja os seus gastos? ( ) Sim ( )Não 10.Explique o que é uma pessoa consumista? 73 11. As propagandas veiculadas nos meios de comunicação têm alguma influência nos seus gastos? ( ) Sim, explique como. ( )Não 12.Você acompanha seus pais em compras nos supermercados e ou feiras? ( ) Sim ( )Não ( )Às vezes 13.Se na escola houvesse um curso sobre: Como utilizar o dinheiro, você assistiria? Por quê? 74 Anexo C Entrevista Semiestruturada O que é Educação Financeira para você? Fale sobre: O que você entende sobre o assunto. ........eu acho que é guardar dinheiro para gastar no futuro; é saber gastar o dinheiro corretamente, sustentavelmente;.....é aprender a investir, economizar...é saber controlar e consumir......................................................................................... Até quando um filho deve depender dos pais financeiramente? - Muitos responderam que não existe uma data específica, mas assim que concluírem o curso superior, devem começar a tomar o seu rumo. ...eu acho que depois de uma faculdade; também acho isso; depois de achar um emprego, estabelecer, se firmar, e no máximo até os 30 anos. ... eu acho que deveria ser até os 18 anos porque depois dos 18 cada um pode ter a sua vida, sozinho. ...a partir dos 18 até os 20 porque ai você pode se estabelecer com um emprego... eu acho a partir dos 18 é é que começa a ter mais direitos. ...com 26 anos, porque mesmo os seus pais trabalhando você ainda não tem uma estabilidade direito. ...até os 30 anos, mas se conseguir entre os 18 e 20 poucos anos estar estabilizado, ter um bom emprego, também uma faculdade, ai você já pode. ...ter maturidade, saber ter responsabilidade. ...eu acho que é melhor aos 26 amos por causa que o seguinte: quando você tem 18 anos acaba de entrar no mundo da lua e não tem conhecimento assim das coisas, aos 26 você já está em outra fase, seria melhor assim, pois você não dependeria tanto de seus pais. ...quando você consegue ter uma casa e um emprego bom e começa a ganhar bem. ...é é eu pretendo logo que acabar o ensino médio arranjar um trabalho, pra enquanto tiver trabalhando, terminar a faculdade e poder me estabilizar, porque não quero depender muito da minha mãe, quero depender de mim mesmo. ...eu não pretendo ficar pro resta da vida, eu pretendo concluir uma boa faculdade e quando conseguir me estabilizar profissionalmente, sair da casa de meus pais e viver com meu próprio trabalho. ...eles não têm a obrigação de nos sustentar até a morte. Você já pensou em como será sua vida sem a ajuda de seus pais? - A maioria dos estudantes responderam: Não; pois pretendem morar com os pais até estabilizarem as suas vidas. (Que é uma tendência muito forte nos dias atuais) - Uma outra parte dos estudantes já acham que depois dos 21 anos cada um tem que procurar o seu caminho (crescer na vida / sair de baixo das asas dos pais, mesmo às vezes passando por alguns problemas) 75 O que você pretende para o seu futuro? ...continuar os estudos, principalmente o superior. ...conseguir um trabalho dentro da formação obtida. ...morar com um amigo na natureza. Como irá sobreviver sem a ajuda da família? ...se futuramente conseguir um bom emprego, pretendo dar um rumo na vida, ou seja, ter um local para morar, continuar os estudos. Como organizar-se com a sua mesada? ...poupando, investindo, guardando. Normalmente um jovem depende da sua família para a sua formação profissional, você espera que isto aconteça até quando? - A grande maioria respondeu que nos dias atuais antes de concluir os estudos do curso superior, fica muito difícil, pois a concorrência em algumas áreas está muita acirrada e nem todos conseguem por vários motivos concluir o curso superior. Fale sobre: Ajuda e manutenção dos seus estudos? Já pensou no seu futuro? Como irá sobreviver? Sozinho! Experiência na administração da sua mesada? 76 Anexo D Resultados do questionário 77 78 79 80 81 82 83 84 85 Anexo E Questionário – tabulado 1) Você sabe qual é o valor do Salário mínimo vigente no país? Respostas Sim Não Participantes 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 14, 15, 16, 19, 20, 21, 22, 23, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 35, 36, 37, 38, 40, 42, 43, 44, 46, 47, 48, 49. 2, 13, 17, 18, 24, 34, 39, 41,45. Total Frequência 40 09 49 2) Você sabe quanto uma pessoa precisa ganhar para sobreviver? Respostas Sim (até $ 700) Sim (de $ 701 a $ 1.000) Sim (acima de $ 1.001) Não Estilo de Vida Não responderam Total Participantes 9, 15, 42 8, 18, 22, 46 1, 3, 5, 10, 11, 14, 19, 21, 23, 25, 26, 27, 28, 30, 32, 33, 35, 36, 40, 43, 47, 49. 12, 16, 17, 39. 2, 4, 6, 7, 13, 20, 24, 29, 31, 37, 38, 41, 44, 48. 34, 45 Frequência 03 04 22 04 14 02 49 3) Pensando em independência, quanto um jovem precisa ganhar para sobreviver? Respostas Sim (até $ 1.500) Sim (de $ 1.501 a $ 3.000) Participantes 2, 7, 9, 15, 19, 22, 29, 30, 32, 33, 34, 35, 36, 43, 46, 47. 1, 3, 5, 14, 20, 21, 23, 24, 25, 27, 31, 42. 86 Frequência 16 12 Sim (acima de $ 3.001) Depende da região Suprir às necessidades Não respondeu Total 6, 10, 11, 13, 16, 28, 37, 38. 4, 8, 12, 39, 41. 17, 18, 26, 40, 44, 48, 49. 45 08 05 07 01 49 4) Quando penso em Educação Financeira, penso em: Respostas Aprender a investir / economizar Entender o mundo capitalista Dinheiro / Trabalho Estudo / Escola / Cursos Endividamento Guardar dinheiro para gastar no futuro Saber como gastar o dinheiro corretamente / sustentavelmente Controle e consumo Organização Coisa chata Não responderam Total 5) Você recebe mesada? Respostas Sim Não Às vezes Participantes 1, 2, 3, 16, 17, 24, 25, 32, 33, 36, 39, 43, 44, 46, 47. Frequência 15 5 01 40,41 6, 38, 45, 49. 4 02 04 01 7, 12, 29, 35. 04 8, 9, 10, 11, 15, 26, 27, 42, 48. 09 13, 14, 18, 20, 22, 28, 30, 31. 19, 21. 37 23, 34. Participantes 9, 13, 14, 16, 21, 23, 24, 27, 28, 30, 31, 32, 33, 37, 40, 41, 42, 43, 44, 46, 47. 1, 8, 11, 17, 18, 19, 20, 22, 29, 36, 38, 39, 48, 49. 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 12, 15, 25, 26, 34, 35, 45. Total 08 02 01 02 49 Frequência 21 14 14 49 87 6) Como você controla a sua mesada? Respostas Participantes 2, 3, 4, 5, 7, 9, 10, 12, 14, 15, 16, 21, 25, 26, Poupando 27, 30, 31, 32, 41, 42, 43, 44, 45 ,46, 47. Investindo 23, 28, 34, 35, 37, 40. Não controla 6, 13, 24, 33. 1, 8, 11,17, 18, 19, 20, Não respondeu 22, 29, 36, 38, 39, 48,49. Total 7) O que você faz com a sua mesada? Respostas Participantes 1, 8, 11, 17, 18, 19, 20, Não recebo 22, 29, 36, 38, 39, 48, 49. 6, 7, 10, 12, 13, 14, 23, Gasto 24, 31, 33, 35, 46. 2, 3, 4, 5, 9, 15, 16, 21, 25, 26, 27, 28, 30, 32, Economizo/Guardo 34, 40, 41, 43, 44, 45, 47. Investimento 37 Lazer 42 Total Frequência 25 06 04 14 49 Frequência 14 12 21 01 01 49 8) Seus pais já conversaram com você como gastar ou guardar o seu dinheiro? Respostas Participantes Frequência 1, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 22, 23, 25, 26, Sim 37 27, 28, 29, 30, 31, 32, 35, 36, 37, 38, 41, 44, 46, 47, 48, 49. 2, 20, 21, 24, 33, 34, 39, Não 10 40, 42, 45. Às vezes 5, 43. 02 Total 49 88 9) Você planeja os seus gastos? Respostas Sim Não Mais ou menos Total Participantes 2, 3, 4, 6, 8, 9, 10, 12, 15, 16, 20, 21, 24, 26, 27, 29, 30, 31, 32, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 44, 45, 46, 47, 48, 49. 5, 7, 11, 14, 17, 18, 19, 22, 23, 25, 28, 33, 42, 43. 1,13 10) O que é uma pessoa consumista? Respostas Participantes Que compra mais do que 1, 11, 13, 18, 35, 36, 37, pode / veem pela frente 38, 44, 45, 46. Que acha que tudo é necessário para a sua 2, 8, 14, 15. vida. Que tem compulsividade 7, 12, 24, 33, 48. às compras. Gastam tanto que às 3 vezes ficam endividados. Sociedade capitalista e consumista, pois o que 4 eu consumo diz quem eu sou. Compram sem necessidades ou apenas 5, 17, 19. por desejos. Não sabem controlar / 6, 22, 29. guardar o dinheiro. Pessoas que gastam 9, 20, 23, 25, 26, 28, 30, muito e sem necessidade 32, 39, 40, 42, 42, 43. Pessoas que não 16 pensam no amanhã. Pessoas que não se satisfazem com aquilo 31 que tem. Pessoas que não 49 planejam os seus gastos. Pessoas que vivem em 27 um mundo capitalista. Não responderam 10, 21, 34. Total 89 Frequência 33 14 02 49 Frequência 11 04 05 01 01 03 03 13 01 01 01 01 03 49 11) As propagandas veiculadas nos meios de comunicação têm alguma influência em seus gastos? Respostas Participantes Frequência 1, 5, 6, 8, 11, 13, 15, 17, 18, 19, 21, 22, 24, 27, Sim 24 32, 33, 34, 35, 40, 44, 45, 47, 48, 49. 2, 3, 4, 7, 9, 10, 12, 14, 16, 20, 23, 25, 26, 28, Não 24 29, 30, 36, 37, 38, 39, 41, 42, 43, 46. Mais ou menos 31 01 Total 49 12) Você acompanha seus pais em compras nos supermercados e ou feiras? Respostas Participantes Frequência 3, 4, 6, 8, 11, 21, 23, 25, Sim 14 29, 36, 39, 47, 48, 49. Não 7, 9, 13, 16, 26, 38, 44. 07 1, 2, 5, 10, 12, 14, 15, 17, 18, 19, 20, 22, 24, Às vezes 27, 28, 30, 31, 33, 34, 26 35, 40, 41, 42, 43, 45, 46. Não respondeu 32, 37. 02 Total 49 13) Se na sua escola houvesse um curso sobre: Como utilizar o seu dinheiro, você assistiria? Por que? Respostas Participantes Frequência 1, 2, 3, 5, 6, 8, 9, 11, 12, 13, 14, 15, 20, 23, 24, Sim 26 26, 27, 28, 29, 34, 36, 40, 44, 46, 47, 49. 4, 10, 16, 17, 18, 19, 22, Não 30, 31, 32, 33, 35, 37, 18 38, 39, 42, 43, 45, Às vezes 7, 21, 25, 41, 48, 05 Total 49 90 Respostas - Sim Preparar para o futuro e manusear o dinheiro com responsabilidade. Ajudará no futuro Mesmo guardando e economizando, sempre é bom aprender. Não quero viver na falência Me considero um consumista Aprender a ter dinheiro, para utilizar em passeios, roupas e outros, para não ficar sem ou com pouco dinheiro. Para ter uma noção sobre consumo Aprender como controlar / guardar o dinheiro Importante porque hoje em dia ninguém gasta com consciência. Aprender a guardar/investir para dar continuidade nos negócios familiares. Total Respostas - Não Não acho economia um tema interessante Ouço bastante sobre o tema é sempre a mesma coisa. Os pais explicam como gastar o dinheiro. Pois, sei me controlar/utilizar O tema não me interessa Utilizo-o como quero Sei como utilizá-lo e o que não sei, pergunto para alguém. Total Respostas – Às vezes Acho necessário mas não prende a atenção. Participantes Frequência 1, 6, 11, 12, 14, 24, 46, 47 08 2, 5, 36 03 3, 9, 15, 23, 34, 44 06 8 01 13 01 49 01 20 01 29, 40 02 26, 27 02 28 01 26 Participantes Frequência 4, 37 02 10, 43 02 16, 22 02 17, 19, 35, 38, 42, 45 06 18, 33 30, 32 02 02 31, 39, 02 Participantes 18 Frequência 7, 21 02 91 Depende do tempo/vontade Assistiria, se achasse interessante Total 25, 41 02 48 01 05 92 Anexo F Roteiro – Entrevista Semiestruturada O que é Educação Financeira para você? Fale sobre: O que você entende sobre o assunto. Até quando um filho deve depender dos pais financeiramente? Você já pensou em como será sua vida sem a ajuda de seus pais? O que você pretende para o seu futuro? Como irá sobreviver sem a ajuda da família? Como organizar-se com a sua mesada? Normalmente um jovem depende da sua família para a sua formação profissional, você espera que isto aconteça até quando? Fale sobre: Ajuda e manutenção dos seus estudos? Já pensou no seu futuro? Como irá sobreviver? Sozinho! Experiência na administração da sua mesada? 93 Anexo G Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos DECRETO Nº 7.397, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2010. Institui a Estratégia Nacional de Educação Financeira - ENEF, dispõe sobre a sua gestão e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição, DECRETA: Art. 1o Fica instituída a Estratégia Nacional de Educação Financeira - ENEF com a finalidade de promover a educação financeira e previdenciária e contribuir para o fortalecimento da cidadania, a eficiência e solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de decisões conscientes por parte dos consumidores. Art. 2o A ENEF será implementada em conformidade com as seguintes diretrizes: I - atuação permanente e em âmbito nacional; II - gratuidade das ações de educação financeira; III - prevalência do interesse público; IV - atuação por meio de informação, formação e orientação; V - centralização da gestão e descentralização da execução das atividades; VI - formação de parcerias com órgãos e entidades públicas e instituições privadas; e VII - avaliação e revisão periódicas e permanentes. Art. 3o Com o objetivo de definir planos, programas, ações e coordenar a execução da ENEF, é instituído, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Comitê Nacional de Educação Financeira - CONEF, cuja composição compreenderá: I - um Diretor do Banco Central do Brasil; II - o Presidente da Comissão de Valores Mobiliários; III - o Diretor-Superintendente da Superintendência Nacional de Previdência Complementar; IV - o Superintendente da Superintendência de Seguros Privados; V - o Secretário-Executivo do Ministério da Fazenda; 94 VI - o Secretário-Executivo do Ministério da Educação; VII - o Secretário-Executivo do Ministério da Previdência Social; VIII - o Secretário-Executivo do Ministério da Justiça; e IX - quatro representantes da sociedade civil, na forma do § 2o. § 1o Os representantes de que tratam os incisos I a VIII, bem como seus suplentes, serão indicados pelos seus respectivos órgãos e entidades, no prazo de quinze dias contados da publicação deste Decreto. § 2o Os representantes de que trata o inciso IX, bem como seus suplentes, serão indicados nos termos estabelecidos pelo regimento interno do CONEF. § 3o Os representantes indicados na forma dos §§ 1o e 2o serão designados em ato do Ministro de Estado da Fazenda. § 4o O CONEF será presidido, a cada período de seis meses, em regime de rodízio e na ordem a seguir, pelo representante do Banco Central do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar, da Superintendência de Seguros Privados e do Ministério da Fazenda. § 5o O Banco Central do Brasil exercerá a secretaria-executiva do CONEF, prestando o apoio administrativo e os meios necessários à execução dos objetivos do Comitê. § 6o O CONEF poderá criar grupos de trabalho, por prazo determinado, destinados ao exame de assuntos específicos, bem como comissões permanentes, de atividades especializadas, para dar-lhe suporte técnico, integrados por representantes dos órgãos e entidades que dele participam. § 7o O CONEF poderá convidar representantes de outros órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil para participar e colaborar com a consecução de seus objetivos, na forma do seu regimento interno. Art. 4o Ao CONEF compete: I - promover a ENEF, observada a finalidade estabelecida no art. 1o, por meio da elaboração de planos, programas e ações; e II - estabelecer metas para o planejamento, financiamento, execução, avaliação e revisão da ENEF. Parágrafo único. Caberá aos membros do CONEF elencados nos incisos I a VIII do art. 3o aprovar, por maioria simples, seu regimento interno. Art. 5o Para assessorar o CONEF quanto aos aspectos pedagógicos relacionados com a educação financeira e previdenciária, é instituído, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Grupo de Apoio Pedagógico - GAP, que terá em sua composição um representante de cada um dos seguintes órgãos e entidades: I - Ministério da Educação, que o presidirá; II - Banco Central do Brasil; III - Comissão de Valores Mobiliários; IV - Ministério da Fazenda; 95 V - Superintendência de Seguros Privados; VI - Superintendência Nacional de Previdência Complementar; VII - Conselho Nacional de Educação; e VIII - instituições federais de ensino indicadas pelo Ministério da Educação, até o limite de cinco, no máximo de uma por região geográfica do País. § 1o O Conselho Nacional de Secretários de Educação e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação serão convidados a integrar o GAP. § 2o O Ministério da Educação exercerá a secretaria-executiva do GAP, ao qual prestará o apoio administrativo necessário. § 3o Os órgãos e entidades representados no GAP deverão, em até quinze dias após a designação dos membros do CONEF, indicar os seus representantes e respectivos suplentes ao presidente do Comitê, a quem competirá designá-los. § 4o O GAP poderá convidar representantes de outros órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil para participar de suas reuniões, na forma do seu regimento interno. § 5o A primeira reunião do GAP será convocada pelo presidente do CONEF. § 6o O GAP aprovará o seu regimento interno por maioria simples, presentes pelo menos metade mais um dos seus membros. Art. 6o A participação no CONEF e no GAP é considerada serviço público relevante e não enseja remuneração. Art. 7o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 22 de dezembro de 2010; 189o da Independência e 122o da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto Guido Mantega, Fernando Haddad Carlos Eduardo Gabas Henrique de Campos Meirelles 96 Anexo H Pai cria sistema de desconto em mesada a cada desobediência das crianças. “Meus filhos pediram para receber mesada e aceitamos, mas com algumas condições”, explica Vitor Yamada, criador da tabela de descontos que fez sucesso nas redes sociais. O sucesso foi enorme e imediato. Em três dias, o post com a tabela de descontos da mesada de Giullia e Vitor foi compartilhado por mais de 85 mil pessoas. “Coloquei a foto da tabela para que familiares pudessem acompanhar a novidade: as crianças começaram a receber mesada. Era para ser uma coisa entre família e amigos. De repente, todo mundo estava compartilhando o post”, conta o juiz do trabalho Vitor Yamada, pai de Giullia, de 8 anos, e Vitor, de 6. Segundo Vitor, a filha pediu à mãe para receber uma pequena quantia de dinheiro todo mês para poder efetuar algumas compras pessoais. Os pais analisaram o pedido e decidiram que a mesada seria concedida, mas as crianças teriam que cumprir algumas obrigações para poder receber o dinheiro integralmente no final do mês. “Queríamos ensinar o valor do dinheiro, mas sem obrigar as crianças a desempenhar tarefas que não fossem condizentes com a idade delas”, explica Vitor. Entre as atitudes penalizadas estão não escovar os dentes (desconto de R$ 0,25), faltar, atrasar ou reclamar para ir à escola (desconto de R$ 1,00) e deixar brinquedos largados ou jogados (desconto de R$ 0,50). Segundo o pai, mesmo depois de descontado o dinheiro devido a alguma desobediência, as crianças ainda assim precisam cumprir a tarefa penalizada. “Se não colocarem o cinto, a mesada vai ter desconto, mas mesmo assim precisam por o cinto de segurança”. Todos de acordo Vitor conta que os filhos foram consultados e concordaram com o sistema de mesada idealizado pelos pais. “Quando pensamos na tabela, conversei com meus dois filhos. Se eles não concordassem com o sistema de descontos, eu e minha mulher não faríamos isso”, afirma. O valor do desconto de cada tarefa foi pensado de modo que as crianças não fiquem totalmente sem dinheiro no final do mês, segundo o pai. Ele afirma que as atividades que refletem os valores morais mais importantes para a família acarretam descontos maiores. Para os deslizes mais comuns, como não colocar o cinto de segurança ou deixar a luz acesa, o desconto é menor. Após fechar a contabilidade do mês, Vitor deposita o dinheiro da mesada em uma poupança das crianças. “Depois de feito o depósito, vamos todos ao banco para que a Giullia e o Vitor possam retirar o dinheiro do mês. Não precisam usar todo o valor. Eu também dei um caderno para cada um e ensino que devem registrar o que gastam para controlar melhor o dinheiro”, explica o pai. 97 No mês de setembro, quando foi implantado o sistema, o valor integral da mesada seria de R$ 50,00. A filha mais velha, Giullia, recebeu R$ 43,25. Já o mais novo, Vitor, ficou com R$ 30,50. http://delas.ig.com.br/filhos/2013-10-10/pai-cria-sistema-de-desconto-em-mesada-a-cadadesobediencia-das-criancas.html 98 Anexo I O programa Dinheiro no Bolso é uma competição sobre educação financeira voltada para o público jovem, realizada pelo Canal Futura em parceria com a BM&FBOVESPA. Visando estimular o consumo consciente e a responsabilidade de gestão de patrimônio nas novas gerações, a atração transmite, de forma lúdica e atrativa, conceitos sobre economia, finanças, investimento, mercado de ações, crédito e empreendedorismo. A consultoria do programa é do especialista Gustavo Cerbasi (autor de diversos livros sobre o assunto). A atração é comandada pelo apresentador e ator Rafael Losso e também conta com participações do educador financeiro Mauro Calil e do professor de finanças do Insper Ricardo Rocha. Como funciona? Dez participantes, na faixa etária de 18 a 24 anos, participam da competição educativa. O game-show utiliza o formato de perguntas sobre raciocínio lógico e criação de estratégias para levar educação financeira ao cotidiano dos jovens. Em cada um dos dez episódios, é desenvolvido um tema – por exemplo, mercado de ações e comportamento financeiro –, por meio de questões, vídeos, depoimento de especialistas e da própria experiência de vida dos jovens. Ao longo do programa, os competidores apontam as principais dificuldades e expectativas em relação aos assuntos abordados e analisam seu desempenho. A cada semana um participante é eliminado, até que apenas dois cheguem à grande final. O vencedor ganha R$ 10 mil para investimento em ações. http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/educacional/iniciativas/dinheiro-nobolso.aspx?Idioma=pt-br – acesso em 18/10/2013. 99