Notícias Notícias Notícias No DGS vai emitir primeira orientação clínica Protocolo sobre medicamentos para a IVG A Direcção-Geral de Saúde vai publicar a primeira norma de orientação clínica, definindo quais os medicamentos utilizados, e como devem ser administrados na Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG). O anúncio foi feito pelo Director-Geral de Saúde, Francisco George durante a cerimónia que assinalou o Dia Mundial da Saúde. “Estamos a trabalhar para emitir normas sobre a forma de protocolos para diagnóstico e tratamen- to das novas doenças”, referiu o Director-Geral de Saúde. O primeiro protocolo será sobre os medicamentos para a IVG, nomeadamente o nifepristone, um fármaco que ainda não é comercializado em Portugal, mas que se encontra disponível noutros países europeus. Francisco George revelou, no entanto, que “já se iniciaram os procedimentos com vista a segurar a disponibilidade deste medicamento” no nosso país, que será utilizado “com critérios clínicos que estão normalizados no quadro de um protocolo que deverá ser observado por todos os médicos”. Este medicamento (também designado de Ru486) é uma substância recomendada, desde 2005, pela Organização Mundial de Saúde para a IVG em meio hospitalar. O nifepristone, embora seja destinado ao tratamento da úlcera péptica e à prevenção de lesões gastroduodenais, também é utilizado na indução do trabalho de parto ou no aborto terapêutico. Relatório da ERS aponta falhas no sistema Unidades de saúde sem licenciamento ROF 76 8 A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) apresentou um relatório que aponta falhas ao sistema de licenciamento das unidades privadas de saúde. De acordo com esta entidade, quatro em cada cinco estabelecimentos de saúde privados funcionam à margem da lei, não tendo sido alvo de fiscalização por parte da Comissão de Verificação Técnica (CVT), nem de licenciamento pela Direcção-Geral da Saúde. A inexistência de um único diploma jurídico comum para o processo de licenciamento é apontado pela ERS como um factor preponderante para a morosidade, complexidade e falta de eficiência do sistema. Para solucionar este problema, a ERS recomendou ao Ministério da Saúde uma revisão legislativa que crie um regime-quadro com normas gerais que abarquem todos os tipos de unidades e defina as especificidades técnicas de cada valência num regulamento autónomo próprio. No caso específico dos laboratórios de análises clínicas e de anatomia patológica, o estudo da ERS revela que apenas 86 unidades estão licenciadas, num universo de 400. Esta constatação apenas vem reforçar o conjunto de alertas e problemas que a Ordem dos Farmacêuticos tem vindo a identificar no sector. Desde 2004, foram apresentadas pela Ordem A Ordem apresentou propostas para agilizar os processos de licenciamento e inspecção dos laboratórios de análises clínicas ao Ministério da Saúde propostas para resolver esta problemática, donde se destaca a necessidade de agilizar os processos de licenciamento e inspecção; a constituição de uma bolsa de inspectores qualificados, composta por especialistas da Ordens dos Farmacêuticos e Médicos; a validação técnica anual efectuada pelos especialistas, com encargos a suportar pelos laboratórios e que serviria como base idónea para o licenciamento pela Comissão Técnica Nacional (CTN); e a criação de uma comissão de acompanhamento com representações das CVT e da CTN para a validação dos procedimentos. Perante a proposta da ERS para a constituição de uma entidade independente de inspecção, a Ordem dos Farmacêuticos disponibilizou-se também para assumir esta responsabilidade em relação aos laboratórios de análises clínicas, realçando que dispõe de peritos idóneos e qualificados, apenas necessitando do enquadramento legal para a sua implementação. as Notícias Notícias Notícias Inquérito sobre a qualidade dos serviços de saúde Farmacêuticos no topo das avaliações Índices de Avaliação da Qualidade dos Serviços de Saúde 100 80 60 40 20 tidades nos últimos anos, confirmando a aposta ganha da profissão Serviço de Urgências Serviço de Imagiologia Médicos Intervenções Cirúrgicas Farmácias Enfermeiros Dentistas Centros de Saúde Consultas Médicas de Especialidade 0 Análises Clínicas Um inquérito realizado pela empresa de estudos de opinião Aximage atribui aos serviços prestados pelas farmácias e laboratórios de análises clínicas a melhor classificação entre os restantes serviços de saúde disponibilizados no nosso país. Desenvolvida em colaboração com a empresa de comunicação Yprod, este barómetro fornece, pela primeira vez, um vasto conjunto de apreciações sobre a avaliação dos Portugueses em relação à qualidade dos diferentes serviços de saúde. Num índice de avaliação entre 0 e 100, os 504 inquiridos relacionam o serviço prestado pelas farmácias e laboratórios de análises clínicas portuguesas com os mais altos padrões de qualidade entre todos os agentes, instituições e serviços específicos de saúde disponibilizados à população. Estes resultados apenas coincidem e reforçam todos os que vêm sendo apresentados por diversas en- farmacêutica na Qualidade e dedicação aos doentes. INFARMED prepara nova campanha de informação Quota de genéricos atinge novo máximo acordo com os últimos dados revelados pelo INFARMED. Em termos de embalagens vendidas, os genéricos registaram um crescimento de 28,2%, o que corresponde a uma quota de 10,78%. O grupo fármacoterapêutico com O INFARMED vai organizar uma nova campanha de promoção dos medicamentos genéricos maior representatividade foi o dos antidislipidémicos, com 20,8% no total de consumo de genéricos em valor e 9,5% em volume. As substâncias activas de maior consumo, em valor, foram a sinvastatina, o omeprazol e a pravastatina com 36,2%. Já em volume, as substâncias no topo da lista foram a nimesulida, a sinvastatina e o omeprazol, com 23,7%. Para manter estes resultados, o INFARMED anunciou também a intenção de organizar uma nova campanha de promoção de genéricos. Nas acções estarão incluídas a criação de um gestor do medicamento genérico, uma maior facilitação na submissão de autorização de introdução no mercado e a criação de um indicador genéricos/outros medicamentos na avaliação de desempenho dos centros de saúde e consultas hospitalares. 76 ROF A quota de mercado dos medicamentos genéricos voltou a assumir uma tendência de crescimento, tendo atingido no mês de Fevereiro os 17,04%, em valor – um crescimento de 29% relativamente a igual período de 2006 –, de 9 Regional Formação promovida pela Secção Regional do Porto Curso de “Biologia Molecular” actualiza conhecimentos A Secção Regional do Porto (SRP) da Ordem dos Farmacêuticos (OF) realizou, entre 7 e 22 de Março, um curso subordinado ao tema “Biologia Molecular”. Leccionado pelos professores da Universidade Fernando Pessoa, João Carlos Sousa e José Cabeda, a formação pretendeu proporcionar uma actualização de conhecimentos e aquisição de novos conceitos naquela área, tendo contado com uma elevada participação. Foram abordadas neste curso as noções básicas da genética microbiana e humana, bem como técnicas e aplicações da genética na saúde humana. O programa debruçou-se sobre questões relacionadas com a natureza da cromatina, designadamente a constituição química dos ácidos nucleicos, estrutura em dupla hélice do ADN, estrutura da cromatina, tipos de RNA e sua estrutura e tipos de material genético na célula. Por outro lado, foram focadas as noções básicas da replicação, transcrição e tradução. O curso “Biologia Molecular” fez ainda uma abordagem às técnicas de estudo genético sem e com amplificação de ácidos nucleares. A acção de formação decorreu nas instalações da SRP e foi creditada pela OF com 3 CDP mediante avaliação e 2 CDP sem avaliação. Acção de formação vai na terceira edição “Vírus e Cancro” foram temas de mais um curso Coordenado pelo investigador em Oncologia Molecular do Instituto de Oncologia do Porto, Rui Medeiros, a Secção Regional do Porto (SRP) da Ordem dos Farmacêuticos (OF) levou a cabo, uma vez mais, o curso “Vírus e Cancro”. A terceira edição decorreu durante os meses de Fevereiro e Março e contou com a participa- ção de mais quatro formadores: Daniela Pinto e Hugo Sousa, ambos mestres de Oncologia do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Raquel Catarino, mestre de Genética Molecular da Universidade do Minho e Ana Coelho, licenciada em Bioquímica pela Universidade do Porto. O curso, que decorreu nas instalações da SRP e foi creditado pela OF, esteve dividido em cinco módulos: noções básicas sobre virologia geral, uma análise aos vírus em oncologia, a demonstração de alguns tipos de vírus, a perspectiva do vírus como um agente infeccioso oportunista e, finalmente, a prevenção e o diagnóstico precoce. PEDIDO PARA O NOVO CARTÃO DE SÓCIO OF ROF 76 28 Internacional Moçambique – Simpósio assinala aniversário Dez anos a formar farmacêuticos A Ordem dos Farmacêuticos, o Instituto Superior de Ciências e Tecnologias de Moçambique e a PharmaPortugal organizaram, em Maputo, um simpósio comemorativo dos dez anos da licenciatura em Farmácia naquele país. O simpósio reuniu em Moçambique diversas personalidades com responsabilidades na implementação e coordenação da licenciatura em Farmácia para o funcionamento do curso ou na cedência de docentes para leccionar algumas disciplinas. Este processo de cooperação promovido pela OF permitiu a qualificação de quase meia centena de farmacêuticos moçambicanos, colmatando uma lacuna de formação avançada na área farmacêutica existente até então no país. Para assinalar esta importante data no calendário farmacêutico moçambicano, o ISCTEM, a OF e a PharmaPortugal organizaram um simpósio dedicado ao “Valor Acrescentado da Intervenção Farmacêutica”, reunindo na capital moçambicana um conjunto de personalidades e entidades que estiveram e estão envolvidas no curso de Farmácia em Moçambique. O evento contou com a participação do ministro da Saúde de Moçambique, Paulo Ivo Garrido, que, deste modo, demonstrou o seu apoio à existência de uma formação graduada de farmacêuticos no país. Ivo Garrido enalteceu o papel que o ISCTEM tem vindo a desempenhar na formação e qualificação de farmacêuticos moçambicanos, contribuindo, deste modo, para o desenvolvimento do sector farmacêutico no país. 75 ROF H á dez anos atrás, um protocolo assinado entre a Ordem dos Farmacêuticos (OF) e o Instituto Superior de Ciência e Tecnologia de Moçambique (ISCTEM), direccionado, particularmente, para a colaboração nas áreas pedagógica e científica, criava as condições para o aparecimento de uma primeira licenciatura em Farmácia naquele país. No entanto, ao longo destes anos, muitas outras entidades se envolveram neste processo, seja ao nível da estruturação do conteúdo programático da licenciatura, na criação de condições logísticas 29 Internacional Meia centena de farmacêuticos já formados Após a sessão de abertura marcada pela intervenção do ministro da Saúde, o Reitor do instituto, Leopoldo Costa, e o coordenador do curso de Farmácia, Maurício Barbosa, recordaram o caminho percorrido ao longo da última década e convidaram alguns ex-alunos a apresentarem os seus testemunhos sobre a mais-valia da formação que receberam no ISCTEM e o seu contributo em termos profissionais. Ainda durante a manhã, houve também oportunidade para o representante da APIFARMA, Thebar Miranda, apresentar o projecto PharmaPortugal e as diferentes parcerias na área da Saúde. Após um almoço-convívio onde os participantes puderam trocar experiências sobre a intervenção farmacêutica nos países lusófonos, coube ao Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos de Portugal, José Aranda da Silva, introduzir o tema da acessibilidade, qualidade e segurança dos medicamentos, um assunto que foi abordado pelo vice-presidente do INFARMED, Hélder Mota Filipe, por Suraya Nhanlá, do Departamento Farmacêutico do Ministério da Saúde de Moçambique, por José Guimarães Morais, na qualidade de membro da Comissão de Avaliação de Medicamentos (CAM), e pelo farmacêutico Feliciano Maurício, do Hospital Central de Moçambique. O evento terminou com a realização de um painel moderado pelo presidente do Conselho para a Cooperação da Ordem dos Farmacêuticos, João Silveira, onde os professores das Faculdades de Farmácia das Universidades de Coimbra e Porto, Margarida Caramona e Sousa Lobo, respec- tivamente, explicaram as valências do farmacêutico e o seu âmbito de intervenção na sociedade, enquanto especialista do medicamento. No final da sessão a farmacêutica Bijal Modi traçou os grandes desafios da Farmácia em Moçambique para os próximos anos: a formação de mais profissionais, a intervenção do farmacêutico nos processos de regulamentação do sector e a criação de condições adequadas para o funcionamento do circuito do medicamento. De referir apenas que a Ordem dos Farmacêuticos irá também realizar uma cerimónia comemorativa deste 10.º aniversário da licenciatura em Farmácia no ISCTEM, no Salão Nobre da Ordem dos Farmacêuticos, uma sessão que contará com a presença do ministro da Saúde de Moçambique, Paulo Ivo Garrido. Cooperação farmacêutica reforçada Ordem vai coordenar licenciatura em Farmácia em Angola O Reitor da Universidade Agostinho Neto recebeu os membros da Direcção Nacional da Ordem dos Farmacêuticos ROF 76 30 O Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, José Aranda da Silva, deslocou-se a Angola para um conjunto de encontros com representantes das autoridades angolanas ligadas ao Ensino e à Saúde. A visita contribuiu para estreitar os laços de cooperação entre farmacêuticos lusófonos e reforçar o empenho dos farmacêuticos portugueses no desenvolvimento de iniciativas de cooperação em saúde neste país. A criação de uma licenciatura em Farmácia foi uma das iniciativas acordadas numa reunião conjunta entre a Ordem dos Farmacêuticos, o Reitor da Universidade Agostinho Neto, a Associação Angolana de Profissionais de Farmácia (Assofarma) e representantes do Ministério da Saúde. Respondendo ao repto das autoridades angolanas para a criação da primeira licenciatura pública em Farmácia em Angola, a Ordem dos Farmacêuticos, em conjunto com as autoridades angolanas, está já a preparar um plano curricular da licenciatura, que contará com o apoio de alguns docentes das diversas Faculdades de Farmácia portuguesas. Este reforço da cooperação lusófona dos farmacêuticos portugueses surge na sequência de diversas iniciativas já em curso, envolvendo actividades de apoio à formação pré e pós-graduada, iniciativas promotoras de melhores condições de acesso, qualidade e segurança dos medicamentos e o desenvolvimento de cuidados de saúde nos países de língua oficial portuguesa. Avenue de Tervueren 300, B-1150 Brussels, Belgium International Office European Society of Clinical Pharmacy Tel +32 2 743 1542 – Fax +32 2 743 1550 Email: [email protected] - internet: www.escpweb.org JOINT MEMBERSHIP ESCP/ PORTUGUESE PHARMACEUTICAL SOCIETY (PPS) APPLICATION FORM 2007 A Personal details (please complete ALL information on both pages) Surname:__________________________________________First name: __________________________Title:______ (Dr. Mr. Mrs. Ms) Position:________________________________________________________________________________ Institute: ___________________________________________Department: ___________________________________ Address:_________________________________________________________________________________________ Postal Code: ______________________City:___________________________-Country: _________________________ Phone: ____________________________________________Fax: _________________________________________ (Include country code) (Include country code) E-mail: (please print clearly) _____________________________________________________________________________ Branch: 1 Hospital 1 Industry 1 Community 1 University 1 Association 1 Research 1 Journal 1 Other To help ESCP provide appropriate and relevant programming, please indicate your fields of interest? (Please √ tick max. 3 boxes) 1 Administration 1 ADR/Drug Interactions 1 Analgesia 1 Cardiovascular 1 Clinical Pharmacy 1 Clinical Trials 1 Critical Care 1 Disease Management 1 Drug Delivery 1 Drug Utilisation 1 E-business 1 Education 1 Endocrinology 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Geriatrics HIV/AIDS Hospital Pharmacy Infectious Diseases Integrated Care Managed Care Medicine Information Neurology Nutrition Oncology Paediatrics Pharmaceutical Care Pharmacoeconomics/Outcomes 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Pharmacoepidemiology Pharmacokinetics Pharmacology Pharmacotechnology/administr. Pharmacotherapy Pharmacy Practise Research Primary Care Pulmonary Regulatory Affairs Substance Abuse/Toxicology What is your (your department / your pharmacy) purchasing budget for medicines & medical devices? (Please √ tick appropriate box) 1 €0 - €500,000 1 €5 million - €10 million 1 €500,000 - €1 million 1 €10 million - €25 million 1 €1 million - €5 million 1 €25 million + (Please specify) Are you personally responsible for this budget? (Please √ appropriate box) 1 Yes 1No ✁ NOTE Data Privacy: all information requested in this application will be stored in a secure database for the sole use of ESCP and will not be revealed to any third party. -1- B Membership in a Special Interest Group Please refer to the form “Membership in a Special Interest Group”. C Membership in ESCP 1 1 year ESCP Full Membership €50 (*) (**) NOTE (*) This reduced fee is applicable only for Portuguese Pharmaceutical Society (PPS) members. (**) VAT is included in the membership fee. To claim VAT reimbursement, please list your VAT Number:_________________________________________ D Payment method (please write clearly to avoid delay in processing payment and your membership application) 1 Credit Card: 1 Euro/ Mastercard 1 Visa 1 American Express Card No.: ________________________________________________________ Expiry date:___/____ Cardholder's Name: _________________________________________________________________ Cardholder's Signature: __________ ____________________________________________________ 1 Cheque enclosed: Bank Name: _______________________________ 1 Cheque Number: _________________ Bank Transfer: ING – Agence du Chien Vert – Avenue Charles Thielemans 44B B – 1150 Brussels, Belgium Account: 310-1612966-39 SWIFT Address: BBRUBEBB IBAN: BE13 3101 6129 6639 Please specify your Member name and/or Member ID in the communication In becoming a member of ESCP, or in renewing my membership in the Society, I understand that I will receive all communications relating to the business and activities of ESCP. I authorise the Society to use my contact details as listed above for these communications purposes. Applicant's Signature: ______________________________________________________________________ Date: ____________________ -2- ✃ Please return the completed Application Form to the ESCP International Office Avenue de Tervueren 300 B- 1150 Brussels Belgium Fax: +32 2 743 1550 Acesso a informação científica e actividade formativas Parceria OF e Sociedade Europeia de Farmácia Clínica A parceria entre a Ordem dos Farmacêuticos (OF) e a Sociedade Europeia de Farmácia Clínica (ESCP) visa a creditação, para efeitos de revalidação da carteira profissional, de conferências e outras acções de formação organizadas pela ESCP, uma das associações líderes na oferta de actividades educativas e científicas para farmacêuticos e investigadores na área da saúde. Os seus encontros científicos anuais constituem uma oportunidade para actualizar conhecimentos, trocar experiências com colegas e conhecer a realidade de outros países. A cada quatro anos, a ESCP organiza uma conferência em conjunto com a sua congénere norte-americana, o American College of Clinical Pharmacy, além de apoiar regularmente projectos de investigação e dinamizar grupos de interesse especial (Special Interest Groups - SIGs) em numerosas áreas, como a farmacocinética, a oncolo- gia, a geriatria, a farmacoepidemiologia, a farmacoeconomia e a informação sobre medicamentos. Fruto desta parceria, os membros da OF beneficiam de um desconto de 15% na inscrição anual na ESCP, possibilitando o acesso a informação sobre a prática profissional e investigação em farmácia clínica e cuidados farmacêuticos, através da revista Pharmacy World & Science – uma revista científica indexada no Medline e noutras bases de dados bibliográficas (os membros da ESCP recebem a revista na morada indicada e o acesso on-line a todos os números anteriores – e sobre farmacoterapia, através do Pharmacotherapy Self-Assessment Programme (PSAP) – uma fonte de referência para os farmacêuticos nos EUA –, além de poder beneficiar de inscrições a preços reduzidos nos eventos organizados pela ESCP e aceder ao seu site e newsletter. Para se tornar membro desta Sociedade Científica deverá preencher e enviar o formulário de inscrição da pág. 31 por fax ou por correio para o número ou morada indicados. Farmácia foi tema de campanha presidencial francesa Candidatos defenderam sector farmacêutico regulado medicamentos, evocando os casos de sobredosagem de paracetamol verificados nos EUA e Reino Unido para sugerir o conceito de “medicação assistida”, ao invés de “automedicação”. Sarkozy garante que dará “opção de escolha aos farmacêuticos franceses de poderem administrar a sua empresa”, opondo-se à liberalização do capital total das farmácias. Na mesma linha de raciocínio, Ségolène Royal defende também a exclusividade da farmácia na dispensa de medicamentos, revelando não ser sua intenção alterar o actual modelo em vigor no País. “O princípio do farmacêutico proprietário da sua farmácia é útil para a proximidade da oferta e para evitar devaneios capitalistas”, disse a candidata socialista em entrevista à revista da FSPF. Ségolène Royal revela ainda que se deve manter uma política de desenvolvimento do mercado de medicamentos genéricos. François Bayrou insiste, por sua vez, no princípio de que “o medicamento não é um produto de consumo qualquer”, justificando assim um reforço do papel do farmacêutico. “Só o farmacêutico, graças às verificações que efectua e aos conselhos que fornece no momento da dispensa, garante a boa qualidade do tratamento”, realça Bayrou. No que se refere ao candidato Jean-Marie Le Pen, também existe uma forte rejeição à venda de medicamentos nas grandes superfícies, sob pena dos farmacêuticos perderem a sua independência. Le Pen considera inaceitável a constituição de cadeias de farmácias, “cujas acções serão apenas motivadas pelos dividendos”. 76 ROF Os quatro candidatos à presidência francesa – Nicolas Sarkozy, Ségolène Royal, François Bayrou e Jean-Marie Le Pen – têm ideias semelhantes sobre o sector farmacêutico gaulês. A manutenção da venda exclusiva de medicamentos nas farmácias e a oposição à liberalização da sua propriedade foram alguns princípios que geraram consensos durante a campanha eleitoral. Em entrevistas concedidas à última edição da revista da Federação dos Sindicatos dos Farmacêuticos Franceses (FSPF), nenhum dos candidatos que se apresentaram a sufrágio demonstrou ter intenção de alterar nenhum dos pilares fundamentais da actividade farmacêutica em França. Nicolas Sarkozy defende a manutenção de um “monopólio dos farmacêuticos” sobre a venda de 33 Análises Bromatólogicas Hidrológicas e Toxicológicas CNF 2007 – Sessões Paralelas Preservar a Saúde Pública Os temas em discussão durante a Sessão Paralela do Congresso Nacional dos Farmacêuticos dedicada área das Análises Bromatológicas, Hidrológicas e Toxicológicas evidenciaram os novos horizontes da intervenção farmacêutica. O exercício profissional neste domínio incide sobre aspectos relacionados com a garantia da qualidade do objecto da análise, exigindo um forte sentido de responsabilidade pelo impacto que pode vir a ter para a Saúde Pública E ROF 76 34 stando o primeiro dia do Congresso Nacional dos Farmacêuticos (CNF) 2007 reservado, quase exclusivamente, às Sessões Paralelas de cada área profissional, coube aos Colégios e Grupos Profissionais da Ordem dos Farmacêuticos (OF) promover os debates em torno das grandes questões que afectam o exercício da profissão na sua respectiva área de intervenção. No que se refere ao Grupo Profissional de Análises Bromatológicas, Hidrológicas e Toxicológicas (GPABHT) houve a preocupação de abordar temas revestidos de actualidade, começando, desde logo com a problemática da Obesidade Infantil. Na intervenção inicial, a cargo de Cristina Padez, do Departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra, foi apresentado um estudo nacional que demonstra que cerca de 30% das crianças entre os 7 e os 9 anos têm excesso de peso ou obesidade. Esta especialista defendeu, por isso, a urgência de uma intervenção, através de um programa alargado e interdisciplinar, para combater e prevenir os valores actuais. Neste sentido, foi sugerido o envolvimento das autoridades, das escolas, dos profissionais de saúde, da indústria alimentar, dos media e dos próprios familiares, uma vez que os seus hábitos constituem um importante factor de risco para este aumento tão acentuado da prevalência de obesidade infantil nas últimas décadas. No painel seguinte, Manuela Rebordão, do Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Militar de Belém, debruçou-se sobre as Alergias Irene Silveira e Manuel Veríssimo formaram o painel reservado à Geriatria Alimentares, começando por efectuar a sua distinção face à hipersensibilidade alimentar. De acordo com esta especialista, as manifestações clínicas de uma alergia alimentar estão correlacionadas com a idade e podem envolver múltiplos órgãos ou sistemas, predominando, no entanto, o gastrointestinal, o muco-cutâneo e o respiratório. Manuela Rebordão explicou o mecanismo imunológico de resposta alérgica, caracterizado pela produção de anticorpos IgE ou pelo envolvimento de outras células e mediadores do sistema imunitário. A especialista em Análises Clínicas pela OF efectuou também uma análise sobre os alimentos mais frequentemente envolvidos na sensibilização a alérgicos de origem animal e vegetal e revelou que as estimativas internacionais indicam que 8% da população pediátrica e 2% da adulta é afectada por fenómenos de alergia alimentar. Diagnóstico e tratamento de alergias A terminar a sua intervenção, Manuela Rebordão falou sobre o diagnóstico das alergias, que se baseia na história clínica detalhada, no estudo das IgE específicas, na execução de testes cutâneos por picada e em provas de provocação alimentar, e sobre o seu tratamento, onde a terapêutica farmacológica não é habitualmente utilizada – apenas em casos de anafilaxia –, assentando sobretudo na não ingestão dos alimentos identificados. No entender desta especialista, os avanços crescentes no conhecimento da estrutura Agentes provocam lesões no genoma Os Genotóxicos foram outro dos temas em destaque, com o investigador do Centro de Investigação em Genética Molecular Humana, Nuno Oliveira, a identificar alguns agentes físicos e químicos que induzem lesões no genoma humano, um dos principais objectivos da Toxicologia Genética. Nesta sessão ficou demonstrado que a avaliação do potencial mutagénico destes agentes tem aplicação transversal a todos os campos de intervenção dos farmacêuticos: avaliação da segurança dos medicamentos, novos alimentos, aditivos alimentares, poluentes ocupacionais e ambientais e contaminantes de alimentos. Nuno Oliveira apresentou alguns ensaios laboratoriais específicos para avaliação dos genotóxicos, bem como os resultados de uma investigação sobre a genotoxicidade da acrilamida, presente em vários alimentos de consumo humano. Ana Sanches Silva, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Compostela, efectuou uma prelecção em torno das interacções entre as embalagens e os alimentos. Esta farmacêutica começou por explicar que a embalagem, colocando-se entre o produto embalado e o seu ambiente, tem como missão fundamental reduzir ao mínimo a incidência de factores externos, protegendo, portanto, a integridade do produto e conservando a sua qualidade e características nutritivas, sensoriais e sanitárias. A União Europeia (UE) está a desenvolver uma regulamentação relativa aos materiais em contacto com alimentos, procurando que não sejam transferidos componentes aos alimentos em quantidades que possam representar um perigo para Fernando Ramos, coordenador do GPABHT, moderou um painel sobre Novos Alimentos Temas abordados: Obesidade Infantil Alergias Alimentares Genotóxicos Embalagem de Alimentos Geriatria, Alimentação e Medicamentos Novos Alimentos a saúde humana ou provocar modificações ou alterações das características organolépticas. O projecto de investigação financiado pela UE, denominado FoodMigrosure, visa assegurar a segurança alimentar e evitar alguns escândalos que saltaram para a praça pública, Análise dos alimentos funcionais No painel dedicado à Geriatria, Alimentação e Medicamentos, Manuel Veríssimo, do Hospital da Universidade de Coimbra, defendeu a necessidade de formação na área da geriatria, especialmente no que diz respeito ao relacionamento da nutrição com a acção de medicamentos. Os objectivos desta ciência, refere o especialista, são o favorecimento de um envelhecimento saudável e a preservação da qualidade de vida, onde a alimentação exerce um papel fundamental. Manuel Veríssimo explicou os tipos de interacção entre medicamentos e alimentos, que podem gerar alterações ao nível da biodisponibilidade e da toxicidade. Assim, o especialista defendeu que o mau estado nutricional pode comprometer o metabolismo dos fármacos e que o tratamento medicamentoso pode ter um efeito deletério no estado nutricional. O último orador da Sessão Paralela reservada às Análises Bromatológicas, Hidrológicas e Toxicológicas foi o farmacêutico espanhol Montaña Câmara Hurtado, da Universidade Complutense de Madrid. Na opinião deste especialista, os novos alimentos funcionais merecem maior atenção do farmacêutico, em particular pela sua reclamação de propriedades de saúde e pela sua correlação com terapêuticas instituídas. O objectivo do desenvolvimento de novos alimentos visa, por um lado, uma maior resistência face a agentes exteriores como os insectos e herbicidas, e, por outro, conseguir produções superiores, tanto em qualidade como em quantidade e contendo mais ingredientes ou determinados aminoácidos mais benéficos para a saúde ou até mesmo a obtenção de alimentos funcionais. Ou seja medicamentos que afectam positivamente o funcionamento do organismo, promovendo um efeito fisiológico ou psicológico distinto do valor nutricional tradicional, podendo mesmo dar-se o caso da substância não ter qualquer valor nutritivo. Nesta última intervenção, Montaña Hurtado perspectivou o futuro desta área distinguindo a evolução tecnológica e agronómica, com efeitos ao nível da genética e biodisponibilidade, da massificação dos alimentos funcionais, naturalmente mais saudáveis e com maior valor nutritivo. 76 ROF dos alergénios alimentares, da sua clonagem e produção biotecnológica, a par da engenharia genética, permitem perspectivar a produção de alimentos não alergénicos, bem como o desenvolvimento de terapêuticas capazes de manipular a resposta imunológica. 35 Análises Clínicas CNF 2007 – Sessões Paralelas Tendências actuais do analista clínico Os profissionais presentes nas Sessões Paralelas reservadas às Análises Clínicas presenciaram um conjunto de apresentações com grande actualidade no exercício profissional do farmacêutico analista clínico. A identificação de polimorfismos genéticos, as novas potencialidades do Boletim Analítico decorrentes do uso das novas tecnologias de comunicação e o reconhecimento da especialidade no espaço europeu foram temas que suscitaram amplo debate entre a assistência A ROF 76 36 s Sessões Paralelas dedicadas às Análises Clínicas começaram por focar o Papel do Laboratório Clínico na Medicina Personalizada, com particular relevo para a farmacogenómica. Os especialistas espanhóis Pedro Martinez, Francisco Ruiz Espejo e Isabel Tovar, do Hospital Virgen de la Arrixaca, falaram sobre a diversidade individual do genoma, enquanto responsável pela modificação da resposta a alguns medicamentos. Segundo referiram, há medicamentos que funcionam bem em alguns doentes, que são ineficazes noutros e que, noutros ainda, causam reacções adversas. Assim, a informação genética é um contributo de elevada importância para a melhoria de ajustes terapêuticos e para a prevenção de efeitos secundários. Estes especialistas espanhóis acrescentaram que a identificação laboratorial do polimorfismo genético, nomeadamente dos genes da família CYP450, é um meio eficaz para caracterizar a resposta individual, principalmente no que aos medicamentos antidepressivos e antipsicóticos diz respeito. No entanto, para que este trabalho tenha os resultados na relação custo-benefício é extremamente importante que seja realizado num clima de estreita colaboração entre os clínicos e os laboratórios de análises clínicas que realizam estas determinações. No segundo painel do dia os analistas clínicos presentes no Auditório II do Centro de Congressos de Lisboa assistiram a duas interessantes intervenções sobre a Fase Pós-Analítica, sobre as ques- Os especialistas em Análises Clínicas debateram problemas como o reconhecimento da própria especialidade nos países da União Europeia. Temas abordados: Papel do Laboratório Clínico na Medicina Personalizada Fase Pós-Analítica, o Boletim Analítico Farmacêutico Analista Clínico na Europa tões relacionadas com o próprio Boletim Analítico, como o formato, os parâmetros, os valores de referência ou os prazos de entrega aos utentes. Neste capítulo, o líder de um grupo de investigadores do Instituto de Engenharia Electrotécnica e Telemática de Aveiro, João Paulo Cunha, apresentou a Rede Telemática Saúde (RTS), como plataforma para a troca de informação clínica. Segundo este orador, as novas formas de comu- nicação electrónica de informação clínica colocam um conjunto de oportunidades e desafios ao Boletim Analítico, mas também levantam novas questões que ainda estão em aberto, como o acesso, a segurança e a confidencialidade dos dados que nele constam. A RTS, explicou João Paulo Cunha, ainda está na infância, mas as suas potencialidades fazem com que o projecto não seja abandonado. Permite, por exemplo, o aces- so a todo o histórico de análises clínicas proveniente de diversas instituições, além do envio electrónico do Boletim dos prestadores (públicos ou privados) para o médico requisitante. Confidencialidade numa perspectiva legal A questão do acesso aos processos clínicos por parte dos farmacêuticos analistas clínicos foi abordada pelo Juiz Desembargador Auxiliar do Tribunal da Relação do Porto, Joaquim Gomes. Começando por realçar a legislação que foca esta problemática, o magistrado sublinhou que o tratamento dos dados de validação biopatológica está sujeito ao regime de informação de saúde e protecção de dados. No entanto, o estatuto de autonomia do farmacêutico especialista em Análises Clínicas permite-lhe veicular ao utente não só os resultados do Boletim Analítico sempre que não tenha havido requisição médica, mas também quando considerado pertinente prestar essa informação, designadamente por aquele não revelar qualquer patologia ou por ser necessário tomar providências urgentes. No painel da tarde desta Sessão Plenária, intitulado “Farmacêutico Analista Clínico na Europa”, Pedro Martinez e Jean Pierre Molgatini, dois especialistas oriundos de Es- Cristina Marques, do Colégio da Especialidade em Análises Clínicas, introduziu a temática de Medicina Personalizada panha e França, testemunharam o desempenho profissional dos analistas clínicos nestes países e os requisitos e procedimentos para a atribuição do título de especialidade. Na Europa estima-se a existência de 20 mil laboratórios privados e 15 mil públicos, envolvendo 17 mil farmacêuticos e 10 mil médicos, num universo de 45 mil especialistas. Nas experiências apresentadas a formação da especialidade é ministrada exclusivamente a nível hospitalar, através da abertura de concursos anuais e em instituições com idoneidade reconhecida para tal. No final da apresentação, o especialista francês Jean Pierre Molgatini reforçou a ideia de que o reconhecimento da especialidade no espaço europeu, através da Directiva 36/2005/CE em transposição, deverá observar o disposto em relação à definição de plataformas comuns, que ao nível dos analistas clínicos deverá ocorrer no âmbito do European Confederations of Clincal Chemistry and Laboratory Medicin (EC4). Ordem e associação profissional espanhola assinam protocolo Acordo promove formação de analistas clínicos ibéricos 76 Clínicos, que ocorrerão, de forma alternada, em Portugal e Espanha, estando a primeira edição prevista para nosso país durante o próximo ano. ROF A Ordem dos Farmacêuticos (OF) e a Associação Espanhola de Farmacêuticos Analistas (AEFA) rubricaram um acordo durante o Congresso Nacional dos Farmacêuticos 2007 comprometendo-se a levar a cabo acções comuns no âmbito das análises clínicas, as quais visam, como objectivo central, a formação contínua, a participação em programas de qualidade e a criação de comissões científicas conjuntas. Na assinatura do protocolo, o Bastonário da OF, José Aranda da Silva, e o presidente da AEFA, Santiago Martinez del Olmo, felicitaram a conclusão das negociações e enalteceram o alargamento das ofertas de formação que este acordo vem possibilitar aos farmacêuticos analistas clínicos ibéricos. As duas instituições acordaram também a organização bienal da Jornadas Ibéricas de Farmacêuticos Analistas 37 Assuntos Regulamentares CNF 2007 – Sessões Paralelas O impacto da nova legislação Três temas centrais preencheram os três painéis das Sessões Paralelas reservadas à área dos Assuntos Regulamentares: a avaliação económica de novos medicamentos, a protecção dos dados individuais dos doentes e o circuito dos medicamentos dispensados fora das farmácias. Especialistas de vários quadrantes contribuíram para uma análise multidisciplinar destas temáticas Diversos parceiros do sector farmacêutico participaram no painel sobre Avaliação Económica do Medicamento de Uso Exclusivo Hospitalar O ROF 76 38 primeiro painel da Sessão Paralela dedicada à área dos Assuntos Regulamentares abordou um tema de elevada actualidade e transversalidade: a Avaliação Económica do Medicamento de Uso Exclusivo Hospitalar, tendo sido convidados a participar nesta discussão um conjunto de representantes de vários agentes envolvidos no circuito do medicamento. Pela parte da entidade reguladora, Isaura Vieira, da Direcção de Economia do Medicamento e Produtos de Saúde do INFARMED, explicou os mecanismos, procedimentos e critérios da instituição para avaliação prévia da introdução de novos medicamentos para uso humano em meio hospitalar. Esta especialista realçou a necessidade de efectuar estudos de comparação com todas as alternativas terapêuticas disponíveis, analisando a sua eficácia, a segurança, a maior conveniência posológica e a melhor relação custo-efectividade. No entanto, foram questionadas as desigualdades de tratamento e de iniquidade de acesso para doentes, devido ao facto da decisão do INFARMED necessitar de validação pelas Comissões de Farmácia e Terapêutica hospitalares. Na intervenção seguinte, o economista Carlos Gouveia Pinto afirmou que a imparável espiral de despesas e custos de saúde veio justificar a necessidade de avaliar o impacto económico da introdução no mercado de fármacos inovadores. Para este especialista, a avaliação deve assentar na comparação entre custos e consequências, e incrementar a eficiência utilizando uma abordagem normativa, hierarquizando as alternativas. Gouveia Pinto explicou ainda os diferentes tipos de estudos de avaliação: minimização de custos, custo-efectividade, custo-utilidade e custo-benefício. Consequências na prática profissional Durante este painel Jorge Félix, da empresa Exigo, Olga Freitas, dos Serviços Farmacêuticos do Hospital Curry Cabral, e Maria José Fernandes, da Schering Plough, testemunharam o impacto destes novos procedimentos na prática profissional. Jorge Félix exemplificou alguns casos de avaliação económica da terapêutica farmacológica, como é o caso do cancro colorrectal; Olga Freitas Os especialistas em Assuntos Regulamentares sublinharam a importância da farmacovigilância Temas abordados Avaliação Económica do Medicamento de Uso Exclusivo Hospitalar como Factor de Decisão. Protecção de Dados Individuais. Informação e Vigilância de Medicamentos Dispensados Fora dos Canais Tradicionais. saúde, também o farmacêutico e o seu sigilo profissional devem constituir garantias do correcto tratamento de dados sensíveis de saúde protegidos legalmente. Os MNSRM fora das farmácias O programa da Sessão Paralela de Assuntos Regulamentares terminou com uma discussão sobre “Informação e Vigilância de Medicamentos Dispensados Fora dos Canais Tradicionais”. Regina Carmona e Mónica Galo, do INFARMED, sublinharam que a informação relativa aos medicamentos dispensados fora dos canais tradicionais é normalmente efectuada ou supervisionada por profissionais com formação técnico-científica, não sendo, portanto, diferenciada devido ao local onde é prestado. A farmacovigilância dos medicamentos dispensados fora dos canais tradicionais tem pressupostos e responsabilidades claramente definidos na legislação, sendo estes similares aos aplicáveis a todos os locais de dispensa de medicamentos. Continua a existir a necessidade de melhorar a informação e farmacovigilância de medicamentos, incluindo os Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica dispensados fora dos canais tradicionais. Neste painel participaram ainda Beatriz Gaminha, do IPAM, e Maria João Pisco Almeida, do Carrefour, demonstrando a experiência adquirida pela empresa desde que foi permitida a venda de MNSRM fora das farmácias. Estas especialistas sugerem o cumprimento das Boas Práticas já implementadas noutros países europeus, como a notificação espontânea de reacções adversas de utentes ou a consulta de sítios da Internet de instituições independentes e credíveis com informação sobre as condições tratáveis por automedicação. 76 ROF explicou, por sua vez, as diferentes competências da farmácia hospitalar neste processo; a responsável da Schering Plough evidenciou os principais problemas que mais preocupam quem tem de submeter dossiers de avaliação prévia de medicamentos. No entender de todos estes especialistas, a avaliação económica destes medicamentos é uma ferramenta fundamental de decisão visando a eficiência, não constituindo, no entanto, uma solução por si só. Neste contexto, sublinhou-se que a urgência de utilização de alguns medicamentos deve ser assegurada mediante Autorização de Utilização Excepcional, enquanto decorre a avaliação. Em última análise, torna-se também necessário desenvolver um trabalho conjunto e célere entre os envolvidos (autoridades regulamentares, farmacêuticos hospitalares, indústria e economistas da saúde) para garantia de transparência, objectividade, celeridade e a partilha de conhecimento e informação que garantam o melhor resultado para o doente. No painel seguinte, dedicado à “Protecção de Dados Individuais”, os oradores João Pimenta, da empresa J. Pereira da Cruz, S.A., e Luís Novais Lingnau da Silveira, da Comissão Nacional de Protecção de Dados, abordaram os aspectos regulamentares do tratamento de dados e informação clínica dos doentes. Logo à partida, foi sublinhado que a alteração de padrões sociais, com a banalização de utilização de ferramentas informáticas e o conceito de aldeia global, apresentam hoje desafios à garantia da privacidade dos cidadãos. No que se refere ao tratamento de dados em saúde, de elevada sensibilidade, são exigidos o cumprimento de requisitos específicos que, contudo, são de grande variabilidade entre os diferentes Estados europeus, e cujo diferencial se acentua entre continentes. Os especialistas nesta matéria consideram as áreas da prescrição electrónica, investigação clínica e farmacovigilância exemplos de áreas de saúde que exigem uma atenção especial no tratamento de dados. Enquanto profissional de 39 Distribuição Farmacêutica CNF 2007 – Sessões Paralelas O mercado nacional das devoluções de medicamentos Durante a Sessão Plenária dedicada à área da Distribuição Farmacêutica foi apresentado um estudo pioneiro no nosso país sobre as devoluções de medicamentos, tendo por base informação disponibilizada pelos agentes de distribuição grossista. De acordo com os dados apresentados, um por cento dos medicamentos que entram em circulação são devolvidos, sendo o prazo de validade o principal motivo identificado O tema da codificação de medicamentos gerou um amplo debate entre oradores e congressistas A ROF 76 40 Distribuição de Produtos de “Cadeia Condicionada” foi o tema do primeiro painel da Sessão Paralela dedicada à temática da Distribuição Farmacêutica. Jorge Pereira, da empresa OCP Portugal, e João Cristóvão Martins, dos Laboratórios Azevedos explicaram os requisitos regulamentares para o exercício da actividade de distribuição por grosso de medicamentos, em particular, os procedimentos de armazenamento e distribuição de medicamentos com determinadas especificidades, como os estupefacientes, os psicotrópicos, os inflamáveis, os químicos ou de temperatura controlada e sujeitos à cadeia do frio, entre outros. De acordo com es- tes especialistas, a legislação publicada em 2006 reconhece algumas particularidades da actividade de distribuição de medicamentos, contudo, existe ainda uma necessidade de adaptação às práticas específicas deste sector, até porque, na opinião dos oradores, a simplificação das exigências documentais não afecta a garantia de manutenção da segurança na cadeia do medicamento. Estudo inédito sobre devoluções No painel seguinte, intitulado “Devolução – A Logística Inversa” e onde participaram Jorge Félix, da Exigo Consultores, e José Augusto Silveira, da Alliance Unichem, foi dado a conhecer o primeiro estudo sobre as devoluções do mercado dos medicamentos relativo ao ano de 2006 através da informação obtida junto de 73% do mercado da distribuição. Os resultados mais relevantes de uma primeira análise revelam que as devoluções de medicamentos representam 1,1% em valor (PVA) do mercado e 0,9% em número de embalagens. O prazo de validade é o motivo principal das devoluções, com 87,3% em número de embalagens e 90,9% em valor. Os medicamentos de uso humano representam 72% do número de embalagens devolvidas e destas, 28% são genéricos, salientando-se que a sua A sessão Paralela de Distribuição Farmacêutica contou com a participação de diversos responsáveis de empresas do sector grossista Agentes analisam sistemas de codificação O tema da codificação do medicamento, sendo uma matéria transversal a todos os parceiros do medicamento, contou com as diferentes abordagens de representantes da entidade reguladora, Temas abordados: Distribuição de Produtos de “Cadeia Condicionada”. Devolução – A Logística Inversa. Tendências Europeias na Codificação de Medicamentos. da indústria farmacêutica, dos grossistas e das farmácias – Vítor Mendonça, do INFARMED, Cristina Lopes, da APIFARMA, José Amorim, da Fecofar, Hermínio Tavares, da Groquifar, e Vítor Segurado, da Associação Nacional das Farmácias. A discussão iniciou-se com a apresentação do especialista francês Alain Rodergues, da Associação Europeia de Distribuidores Farmacêuticos, que veio afirmar que qualquer opção na escolha de um sistema de codificação deve ter não só em conta os custos de implementação e operacionais, mas também as próprias características do medicamento a monitorizar. Em seguida, cada um dos operadores demonstrou as suas preocupações sobre a codificação de medicamentos. Em relação ao código 39, não há conhecimento de que tenha havido qualquer incidente com o uso do medicamento que lhe seja atribuível, pelo que se considera que dá resposta po- sitiva às necessidades que o mercado português tem sentido no âmbito da segurança do medicamento. De acordo com os especialistas, a rastreabilidade e o controlo de lote podem ser assegurados pelo código 39, não sendo necessário recorrer a soluções mais recentes e também mais caras. Além disso, advertem, não é através do código do medicamento que se combate a contrafacção. Assim, se houver necessidade de con trolar e monitorizar outras características do medicamento, dever-se-á explorar ao máximo as capacidades do actual código 39 através, por exemplo, de um código complementar e/ou estendido, como aliás a legislação em vigor prevê, mas que ainda não foi implementado. Esta é a melhor solução tendo em conta uma evolução no sentido do aumento das capacidades de utilização do código sem aumento de custos, defenderam muitos dos profissionais presentes nesta sessão. 76 ROF quota de mercado foi de 9,7%. O estudo indica também que há uma grande disparidade no tempo de regularização das devoluções pelos laboratórios, tendo-se evidenciado que, da amostra total, 25% são regularizadas em 70 dias, 50% em 150 dias e 20% em mais de 365 dias, resultados que fazem o investigador questionar as implicações comerciais e financeiras. Para além da legislação em vigor sobre devoluções, foi feita uma análise detalhada das condições para aceitação de devoluções impostas por vários laboratórios, da qual se destaca: a não concordância com a legislação em alguns casos; a grande disparidade de critérios de laboratório para laboratório; e a falta de clareza da informação. Para bem de todos os parceiros, concluiu-se a necessidade urgente de obter o consenso para harmonizar este processo, simplificando-o e tornando-o mais célere. 41 Farmácia Comunitária CNF 2007 – Sessões Paralelas A intervenção farmacêutica num quadro de mudança O enquadramento legal da actividade profissional dos farmacêuticos comunitários tem vindo a sofrer profundas alterações. Valorizar a sua intervenção no sistema de saúde, estimular a complementaridade entre os profissionais de saúde e promover iniciativas de informação e desenvolvimento profissional foram algumas prioridades mencionadas durante as Sessões Paralelas de Farmácia Comunitária Durante as Sessões Paralelas de Formação Comunitária foram apresentados diversos testemunhos do valor de intervenção farmacêutica no sistema de saúde Painel I – Como Pode o Farmacêutico Mudar num Ambiente em Mudança ROF 76 42 Debate moderado pelo presidente da Secção Regional do Porto da Ordem dos Farmacêuticos (OF), José Mingocho, onde intervieram os farmacêuticos espanhóis Laura Obiols Albiñana, Miguel Ángel Gastelurrutia e Eleonora Feletto, das Universidades de Londres, Granada e Sydney. Laura Obiols apresentou o desenho de uma grelha de avaliação de competências para farmacêuticos e um conjunto de normas que considera assegurarem um desenvolvimento profissional e uma actualização de conhecimentos adequada às exigências práticas; Miguel Ángel procurou identificar barreiras à mudança e à implementação e disseminação dos serviços farmacêuticos; en- quanto Eleonora Feletto defendeu o desenvolimento de ferramentas e guidelines facilitadoras da gestão da mudança. Mesa Redonda Da Educação e Prática Passiva para a Competência: o Papel da Ordem, das Organizações Profissionais e das Universidades Fernando Ramos, presidente da Secção Regional de Coimbra da OF, foi o moderador de uma mesa redonda que contou com a participação de Charlie Benrimoj, da Pharmaceutical Society of Australia. No seguimento de outras intervenções deste especialista no nosso país, reafirmaram-se os princípios de uma intervenção farmacêutica orientada para o doente, uma perspectiva do exercício profissional que envolve um reajustamen- to de políticas, estratégias e prática profissional. Filipa Alves da Costa, do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, e Ivana Silva, do Pharmaceutica Group of the European Union (PGEU), lançaram o debate sobre o papel das universidades e organizações profissionais na qualificação e preparação dos farmacêuticos. Painel II – Qualificação Profissional: Novas Intervenções do Farmacêutico Comunitário Com moderação a cargo da presidente do Grupo Profissional de Farmácia de Oficina (GPFO), Helena Martinho, a intervenção inicial neste painel coube a Afonso Cavaco, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL). Painel III – Complementaridade Profissional na Prestação de Cuidados O último painel da sessão de Farmácia Comunitária foi moderado por Gabriela Plácido, membro do GPFO. Nas apresentações de Filomena Cabeça, Directora dos Serviços Farmacêuticos do Centro Os oradores procuraram fomentar o diálogo entre profissionais de saúde como forma de melhorar os cuidados de saúde às populações Hospitalar das Caldas da Rainha, e Fernando Miranda, Director Técnico da Farmácia Motta, ficou demonstrado que a complemen taridade das intervenções dos profissionais de saúde é fundamental para centrar a intervenção no doente. Contudo, é necessário garantir o respeito mútuo das competências de cada profissional, um reconhecimento do contributo de cada profissão e o estabelecimento de eficazes pontes de comunicação. Nas intervenções seguintes, o coordenador da Missão para os Cuidados de Saúde Primários, Luís Pisco, defendeu que os farmacêuticos, tal como os enfermeiros, psicólogos, nutricionistas ou outros prestadores de cuidados não podem substituir os médicos, mas podem e devem suplementar os médicos. Na sua opinião, os far- macêuticos devem ser reconhecidos como elementos importantes das equipas de cuidados de saúde primários, contribuindo para uma utilização óptima dos medicamentos. No final da sessão, a médica do Centro de Saúde de Vila Franca de Xira, Rosa Galego, evidenciou os ganhos em saúde na colaboração efectiva e adequada entre farmacêuticos e médicos, considerando que existe vontade em formar equipas na comunidade, trocar conhecimentos e experiência. Neste contexto, Ana Margarida Levy apre sentou uma plataforma de comunicação entre médicos e farmacêticos (MGFARM), encarada como uma rede aberta ao diálogo entre as duas actividades profissionais, abordando os interesses comuns, as divergências e as preocupações. 76 ROF Na sua opinião, a actual situação de utilização e acesso a medicamentos via Internet, a nível internacional, apresenta riscos elevados para os cidadãos, nomeadamente em relação à sua utilização abusiva, às ausências de validação de prescrição e de responsabilização do profissional de saúde. Nas intervenções seguintes, Fernando Fernandéz-Llimós, da Universidade de Granada, explicou a importância e eficácia da Revisão da Terapêutica na obtenção de melhores resultados em saúde; Bruno Sepodes, também da FFUL, expôs algumas questões associadas à iatrogenia medicamentosa, no contexto dos efeitos adversos, erros de medicação, interacções e fraca adesão à terapêutica, nomeadamente em fármacos inovadores. João Alves, do Hospital de São José, mencionou os grupos de fármacos com maior representatividade hospitalar, as suas particularidades, as especificidades da sua dispensa e as competências necessárias do farmacêutico comunitário para dispensa destes medicamentos no ambulatório, realçando o seu contributo na farmacovigilância activa. 43