SUBESTAÇÃO DE ARMAMAR 400/220/60 KV VISITA TÉCNICA NO ÂMBITO DA 4.ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DE IMPACTES (CNAI 2010) O PROJECTO • • • • • • Proponente: Rede Eléctrica Nacional (REN, S.A.) Entidade Licenciadora: Direcção Geral de Geologia e Energia Autoridade de AIA: Agência Portuguesa do Ambiente Responsável pela elaboração do EIA: WS Atkins Responsável pela elaboração do projecto: Quadrante AIA em fase de Projecto de Execução • • A subestação ocupa uma área de cerca de 10 ha Localiza-se no concelho de Armamar e na freguesia de Aricera 1 JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO • Necessidade de reforçar a capacidade de recepção e transporte de energia em diversas zonas da RNT, entre as quais se inclui o eixo do Douro - que se inicia na zona do Douro Internacional, e se prolonga até aos grandes centros de consumo situados no litoral, em particular, o grande pólo consumidor da região do Porto - e de criar condições técnicas para um aumento sustentado das capacidades de troca de energia com Espanha, através da ligação Douro Internacional – Aldeadávila. • A localização da actual Subestação de Valdigem, no interior da zona classificada do Alto Douro Vinhateiro, inviabilizava a ampliação da subestação para integrar o nível 400 kV, sendo necessário construir uma nova subestação na zona de Armamar. • A subestação de Armamar permitirá criar, a meio do eixo do Douro, um ponto de interligação entre as redes de 400 kV e de 220 kV. A instalação permitirá também reforçar a alimentação à EDP Distribuição e a recepção, neste nível de tensão, da produção de energia eólica que vier a ser gerada na região. ESTUDO DAS GRANDES CONDICIONANTES AMBIENTAIS E SELECÇÃO DA LOCALIZAÇÃO • A primeira fase do EIA correspondeu à identificação de grandes condicionantes legais e/ou ambientais e paisagísticas restritivas, existentes na área de estudo, e susceptíveis de condicionar a localização da subestação. • A área de estudo correspondeu à área definida pela REN, SA, tendo em conta critérios técnicos, e abrangeu as quatro localizações alternativas para a subestação (A, B, C e D) e os corredores dos desvios das linhas associadas a cada uma das opções de localização, que permitirão ligar a subestação à RNT. • No decurso do Estudo das Grandes Condicionantes foram solicitados elementos a entidades com jurisdição sobre a zona e em matérias de interesse para o estudo, tendo em vista a recolha de informação, relativa a situações potencialmente condicionantes da concretização do projecto. Esta análise foi complementada com visitas de campo, acompanhadas de registos fotográficos, e análise de cartografia. Com base neste trabalho foi elaborada a cartografia temática para toda a área de estudo, e identificados os elementos potencialmente mais condicionantes à implantação da subestação em estudo e linhas associadas. Com base nessa caracterização procedeu-se a uma análise comparativa das alternativas em estudo e identificou-se a alternativa menos desfavorável para a construção da subestação e desvios de linhas associadas. 2 ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL - CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA ÁREA DE ESTUDO E PRINCIPAIS IMPACTES GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA • Caracterização: A área de implantação da subestação insere-se na extensa mancha granítica pertencente ao Maciço de Tabuaço encontrando-se assente num granito de duas micas de grão médio. Não existem registos de pedreiras ou minas no local. • Principais impactes: Alterações na fisiografia do local de implantação da subestação, devido às movimentações de terras a efectuar, que se traduzirão na criação de taludes de aterro e de escavação. Utilização de explosivos para o desmonte. SOLOS • Caracterização: Apresentam fraca qualidade agrológica (classe de capacidade de uso C) sendo constituídos, essencialmente, por solos de alteração residual dos granitos. • Principais impactes: consideram-se reduzidos, tendo em conta a fraca qualidade dos solos e o facto da parte superficial dos mesmos (terra vegetal) ser reutilizada no revestimento dos taludes da subestação. USOS DO SOLO • Caracterização: A zona da subestação encontra-se ocupada por propriedades agrícolas de pequena dimensão (pomares de macieiras e vinha, e terrenos agrícolas, em pousio), por matos rasteiros e afloramentos rochosos e por uma zona de pinhal. • Principais impactes: Os principais impactes devem-se à afectação das áreas acima referidas. RECURSOS HÍDRICOS • Caracterização: Existência de uma linha de escoamento preferencial. Existência de pequenas propriedades agrícolas que possuem poços de apoio agrícola. • Principais impactes: Eventual impacte ao nível dos recursos hídricos subterrâneos, em resultado da possível intersecção de massas de água ou fracturas com circulação de água durante as escavações. AMBIENTE SONORO • Caracterização: O ambiente sonoro nos locais com ocupação humana mais próximos da subestação apresenta-se pouco perturbado, estando de acordo com as características do local, tipicamente rural. • Principais impactes: Na fase de construção existem algumas operações ruidosas, as quais poderão aumentar os níveis de ruído e vibrações junto dos receptores sensíveis. 3 Na fase de exploração, são cumpridos todos os pressupostos do Regulamento Geral do Ruído. RESÍDUOS • Os resíduos produzidos durante as actividades de construção da subestação serão recolhidos directamente em estaleiro por operadores devidamente licenciados para o efeito, sendo por eles conduzidos ao destino final adequado (reciclagem, valorização ou eliminação). ECOLOGIA • Caracterização: A área apresenta uma importância ecológica reduzida em resultado da elevada intervenção humana e do facto dos biótopos presentes serem pouco importantes para as espécies faunísticas e florísticas, sendo os biótopos de maior relevância ecológica os Afloramentos Rochosos e os Matos com Afloramentos Rochosos, onde se encontra o Habitat 8230 – Rochas siliciosas com vegetação pioneira da Sedum-Scleranthion ou da Sedum albi-Veronicion dillenii (habitat importante como local de abrigo para várias espécies de répteis). • Principais impactes: Destruição da vegetação existente na zona de implantação da subestação e consequente perda de habitat, com a afectação (directa ou indirecta) da comunidade faunística. Os biótopos afectados são bastante comuns na região. PATRIMÓNIO • Caracterização: Existência de algumas ocorrências patrimoniais na área de implantação da subestação e na zona envolvente que incluem nomeadamente a Capela de Santo Ovídio (a cerca de 170m), um abrigo de origem rural e um achado isolado de dois fragmentos de cerâmica, aparentemente Pré-históricos. • Principais impactes: Destruição de algumas das ocorrências patrimoniais, as quais apresentam um interesse patrimonial médio a reduzido. Durante a fase de obra, a equipa de arqueologia deu bastante atenção à zona onde se tinha detectado o achado isolado de dois fragmentos de cerâmica aparentemente Pré-históricos, não tendo identificado qualquer contexto ou vestígio arqueológico. COMPONENTE SOCIAL • Caracterização: A região onde se insere a subestação caracteriza-se por aglomerados populacionais de pequena dimensão e concentrados, embora ocorram casas e quintas dispersas pelo território. • Principais impactes: Destruição do uso do solo actual, perturbações durante a fase de obra (ruído, poeiras, vibrações), intrusão visual, sensação de risco para as populações. 4 PAISAGEM • Caracterização: A cerca de 7-8 km a Norte da área de implantação da subestação ocorre a zona do Alto Douro Vinhateiro, que se encontra classificada como Património Mundial da UNESCO. Localmente, a paisagem é dominada pela ocupação agrícola, intercalada com zonas de mato rasteiro, comuns nesta zona, e áreas florestadas, ocorrendo pontualmente a presença de pequenos aglomerados urbanos e algum casario disperso. • Principais impactes: Intrusão visual na fase de exploração, sendo atenuada pela concretização do Projecto de Integração Paisagística. CONDICIONANTES DE USO DO SOLO • Principais impactes: A implantação da subestação não afectará solos classificados como RAN nem como REN. Não se regista a ocorrência de pontos de água de abastecimento aos meios aéreos de combate a incêndios florestais na zona da implantação da subestação e área envolvente (os mais próximos situam-se a distâncias entre 920 e 2300m do local da subestação). O perímetro urbano mais próximo é Aricera, a cerca de 320m a Este. A área de estudo desenvolve-se numa zona cuja probabilidade de ocorrência de incêndio é “muito alta” ou “alta”. Uma parte do local de implantação da subestação encontra-se inserida na área designada como “Limite da Bacia Visual do Douro”. A totalidade da zona de implantação do projecto encontra-se inserida na área de servidão do aeródromo de Armamar. ACTIVIDADES DE CONSTRUÇÃO • • • • • • • • • • • • • • Instalação de estaleiros e parque de material Desmatação e transplante/abate de árvores em toda a área de intervenção (plataforma da subestação e estrada de acesso) Decapagem de terra vegetal na zona de implantação da subestação e caminho de acesso Terraplenagem dos terrenos, incluindo escavações e aterro Construção da rede geral de drenagem da plataforma e caminho de acesso e construção das redes de serviço aos edifícios técnicos - abastecimento de água, drenagem, esgotos pluviais e esgotos domésticos Abertura e tapamento de valas para execução da rede de terras no interior e exterior da plataforma Construção de maciços em betão armado para transformadores, pórticos de amarração e suportes de aparelhagem Execução de caleiras para passagem de cabos eléctricos Construção dos Edifícios Técnicos – 1 Edifício de Comando, 1 Casa dos Serviços Auxiliares, 7 Casas de Painel Execução das vias interiores de circulação e colocação de uma camada superficial de gravilha Execução do novo acesso à EM 520 Execução do Projecto de Integração Paisagística Execução da Instalação Eléctrica Geral Instalação de Transformadores de Potência e painéis de 400 e de 220 kV 5 ACTIVIDADES DE SUPERVISÃO E ACOMPANHAMENTO AMBIENTAL DA OBRA • Elaboração do PLANO DE ACOMPANHAMENTO AMBIENTAL específico para a obra • Elaboração de um PLANO DE EMERGÊNCIA AMBIENTAL • Registo no LIVRO DO AMBIENTE de todas as questões ambientais relativas à obra • Registo de todas as OCORRÊNCIAS E RECLAMAÇÕES, acompanhadas de propostas de medidas de recurso/correctivas a adoptar • Actividades de supervisão e verificação da conformidade ambiental nas frentes de obra existentes nas diversas fases de realização procedendo aos registos em FICHAS DE VERIFICAÇÃO DA CONFORMIDADE AMBIENTAL • Promoção de ACÇÕES DE FORMAÇÃO / SENSIBILIZAÇÃO aos trabalhadores envolvidos na obra • Garantir o ATENDIMENTO AO PÚBLICO ACTIVIDADES DE MONITORIZAÇÃO MONITORIZAÇÃO • Monitorização dos níveis freáticos em poços na área envolvente, antes e durante a utilização de explosivos (fase de construção). • Plano de monitorização do Ambiente Sonoro (fase de construção e fase de exploração). DESCRIÇÃO DA VISITA PRINCIPAIS CONDICIONANTES E MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO A DESTACAR • Não ocupação de áreas condicionadas designadamente áreas RAN e REN para a localização de locais de empréstimo de materias e de depósito final de terras sobrantes. • Antes da utilização de explosivos e durante a utilização de diferentes cargas de explosivos, deverão ser realizadas medições do nível freático nos 3 poços pertencentes a propriedades agrícolas a Sul da Subestação de Armamar, de forma a determinar a existência, ou não, de afectação de exploração dos mesmos. • Efectuar a prospecção arqueológica sistemática, após desmatação, das áreas de incidência, de reduzida visibilidade e de zonas ainda não prospectadas (áreas de depósito/empréstimo de terras). 6 • Para a ocorrência 6 (achado isolado de dois fragmentos de cerâmica aparentemente Pré-históricos), no âmbito do acompanhamento arqueológico, deverá dar-se particular atenção à área do achado e proceder-se à sua reavaliação que determinará, em função dos resultados obtidos, a necessidade de definir medidas de minimização complementares. • Reaproveitar a terra vegetal proveniente da decapagem dos solos na cobertura dos taludes da plataforma da Subestação, do caminho de acesso e da restante área da propriedade utilizada pelo estaleiro. • Elaboração e cumprimento de Plano de Integração Paisagística. ENTIDADES ENVOLVIDAS: • CONSTRUÇÃO DA SUBESTAÇÃO: Tomás de Oliveira, SA (Construção Civil) e Sotécnica (Instalação Eléctrica Geral) • SUPERVISÃO (INCLUINDO SUPERVISÃO E ACOMPANHAMENTO AMBIENTAL): FASE – Estudos e Projectos, S.A. 1. VISITA À SUBESTAÇÃO • DESCRIÇÃO Será efectuada uma visita à Subestação, sendo explicados aspectos técnicos relativos ao seu funcionamento. 7 8