UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA - ÊNFASE ELETROTÉCNICA CAIO FREDERICO DE PAULA VEIGA EDSON JOSÉ MONTANARIN JUNIOR PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UM TRANSDUTOR LVDT CURITIBA 2007 CAIO FREDERICO DE PAULA VEIGA EDSON JOSÉ MONTANARIN JUNIOR PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UM TRANSDUTOR LVDT Projeto Final de graduação do curso de Engenharia Industrial Elétrica Ênfase Eletrotécnica, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Joaquim Eloir Rocha e co-orientador: Prof. Msc. Celso Fabrício de Melo Júnior e Prof. Dr. Antonio Carlos Pinho. CURITIBA 2007 CAIO FREDERICO DE PAULA VEIGA EDSON JOSÉ MONTANARIN JUNIOR PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UM TRANSDUTOR LVDT Este Projeto Final de Graduação foi julgado e aprovado como requisito parcial para obtenção de título de Engenheiro Eletricista pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 29 de outubro de 2007. ________ __ ______________________ Prof. Paulo Sergio Walenia, Esp. Coordenador do Curso ________________________________________ Prof. Ivan Eidt Colling, Dr. Coordenador de Projeto Final de Graduação ________________________________________ Prof. Joaquim Eloir Rocha, Dr. Orientador de Projeto Final de Graduação ________________________________________ Prof. Celso Fabrício de Melo Júnior, Msc. Co-orientador de Projeto Final de Graduação _______________________________________ Prof. Antonio Carlos Pinho, Dr. Co-orientador de Projeto Final de Graduação _______________________________________ Prof. Gabriel Pinto Sousa, Dr. Departamento Acadêmico de Física _______________________________________ Prof. Marcelo Rodrigues, Msc. Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Ao meu pai Edson, pelo esforço, dedicação e compreensão, em todos os momentos desta e de outras caminhadas. A meu avô, Lucidio (in memorian) por motivar e propiciar minha paixão pela eletrotécnica. Edson Junior A minha família e eterna companheira Jô: compreendendo cada ausência e preenchendo com amor e motivação cada intervalo de estudo durante estes anos da engenharia. Caio Frederico AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente ao Grande Engenheiro do Universo; aos nossos familiares que nos ajudaram em nossos estudos e nos deram ânimo, fazendo com que este fosse possível; aos nossos amigos e familiares que sempre estiveram presentes e compreenderam aos momentos de ausência; a Sait Abrasivos, Digisound e Lynx Marine pelo maquinário e estrutura cedidos, a UTFPR e LACTEC pelos laboratórios e equipamentos emprestados; todos fundamentais a elaboração deste trabalho; ao professor Dr. João Pedro Assumpção Bastos, Engenheiro Eletricista, integrante do GRUCAD, pela concessão do software EFCAD; a todos os professores e em especial aos orientadores, que contribuíram para a formação do nosso conhecimento. “Quando podeis medir aquilo de que falais, e exprimir em números o resultado dessa medida, conheceis algo sobre esse assunto; mas, quando não o podeis, vosso conhecimento é estéreo e insatisfatório; pode ser o início de um conhecimento, mas tereis apenas atingido o limiar da ciência, seja qual for o assunto considerado.” William Thomson Kelvin 1824-1907 RESUMO A modernização dos sistemas-sensores potencializam aplicações da transdução de informação, reduzindo espaço físico e qualidade da medição. Máquinas mais inteligentes, por outro lado, requerem sensores mais robustos para interfaceá-las. Neste contexto, o presente trabalho tem objetivo projetar a construir um transdutor utilizando o princípio do transformador diferencial variável linear (LVDT). Através do estudo e dimensionamento de materiais na construção do sensor utilizando o método de elementos finitos (FEM), foi possível adequar uma bobina condicionadora com uma coerente distribuição do fluxo magnético gerado através da movimentação de um núcleo móvel. Com a implantação de uma metodologia de ensaio, suporte auxiliar de medição e um condicionador de sinais analógicos (CSA) são comprovados alguns aspectos inerentes do LVDT: característica da curva de linearidade, determinação da posição nula do núcleo e sua respectiva inversão de fase. O LVDT construído apresentou aspectos positivos tanto no estudo e determinação da indutância mútua entre enrolamentos, como nos resultados obtidos nos ensaios práticos. Sua excelente linearidade e sensibilidade obtida entre todas as freqüências analisadas e a facilidade do condicionamento de sinal apresentada no estudo, comprovou a exigência e aplicabilidade deste para medição de pequenos deslocamentos lineares. Palavras-chave: LVDT, transformador diferencial variável linear, transdutor de deslocamento, transformador diferencial, método de elementos finitos. ABSTRACT The modernization of systems sensors potentializes applications of transduction of information, reducing physical space and quality of measurement. Machine smartest, however, require more robust sensors to interconnect systems. In this context, this study aims to build a transducer using the principle of linear variable differential transformer (LVDT). Based on the study and sizing of materials in the construction of the sensor using the finite elements method (FEM), it was possible to adjust a coil with a coherent distribution of the generated magnetic flow through the movement of a mobile core. With the implantation of an assay methodology, auxiliary support of measurement and a conditioner of analogical signals (CSA) it is proven many inherent aspects of the LVDT: characteristic of the linearity curve, determination of the null position of the core and its respective inversion of phase. The LVDT built presented positive aspects both in the study and determination of the mutual inductance between coils as the results obtained in the practical tests. Its excellent linearity and sensitivity achieved among all frequencies analyzed and the ease of signal conditioning presented in the study, proved its requirement and applicability for measurement of small linear displacements. Keywords: LVDT, Linear Variable Differential Transformer, Displacement Transducer, Inductive sensor, Finite Element Method. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - evolução nas dimensões em circuitos integrados .......................... 6 Figura 2 - adequação do valor do mensurando................................................ 9 Figura 3 - elementos básicos de um transdutor ............................................. 10 Figura 4 - elementos básicos de um sensor LVDT ........................................ 12 Figura 5 - Disposição das bobinas primárias e secundárias do LVDT........... 13 Figura 6 - curva BxH do material IP6 Fonte: Thornton................................... 16 Figura 7 - representação do campo magnético na espira Fonte: Wolski ....... 18 Figura 8 - solenóide e gráfico Fonte: Wolski .................................................. 19 Figura 9 - representação dos domínios magnéticos orientados .................... 20 Figura 10 - representação dos domínios magnéticos orientados .................. 20 Figura 11 - representação das linhas de força do .......................................... 20 Figura 12 - representação do campo magnético resultante na barra ............ 21 Figura 13 - representação do fluxo mútuo em um circuito magnético ........... 22 Figura 14 - representação do fluxo magnético através da superfície ............ 23 Figura 15 - representação do fluxo através das superfícies S1 e S2 .......... 24 Figura 16 - gráfico da curva de magnetização em um material ..................... 26 Figura 17 - curva de variação da permeabilidade em função do campo ...... 27 Figura 18 - representação do processo de saturação magnética .................. 28 Figura 19 - gráfico da curva de magnetização Fonte: Wolski ........................ 28 Figura 20 - representação curva de histerese magnética .............................. 29 Figura 21 - representação da curva de histerese magnética nos quatro ....... 30 Figura 22 - representação do campo magnético nulo internamente.............. 31 Figura 23 - representação do corte transversal da bobina do LVDT ............. 32 Figura 24 - posições do núcleo no interior da bobina do LVDT ..................... 32 Figura 25 - gráfico do módulo da tensão de saída ......................................... 33 Figura 26 - circuito equivalente simplificado do LVDT ................................... 34 Figura 27 - circuito equivalente ampliado do LVDT........................................ 34 Figura 28 - conexões para medição da tensão de posição neutra ................ 36 Figura 29 - comparativo do sinal de saída...................................................... 38 Figura 30 - comparação da impedância de carga e freqüência ..................... 39 Figura 31 - representação da curva de linearidade e respectivo ângulo ....... 41 Figura 32 - limites operacionais da freqüência de excitação do LVDT .......... 43 Figura 33 - distorção harmônica relacionada pela Vi e VO (1984) .................. 45 Figura 34 - gráfico do ângulo de fase e freqüência de excitação................... 46 Figura 35 - vetor do ângulo do sinal de saída pelas posições do núcleo....... 47 Figura 36 - diagrama de blocos interno .......................................................... 49 Figura 37 - topologia do oscilador Ponte de Wien.......................................... 50 Figura 38 - inserção de um retificador onda completa no secundário ........... 51 Figura 39 - sinal CC obtido após a inserção do filtro passa-baixa ................. 51 Figura 40 - filtro passivo de primeira ordem passa-baixa............................... 52 Figura 41 - (1) método de triangulação; (2) analise; (3) densidade de fluxo . 55 Figura 42 - inserção da curva de permeabilidade magnética do ................... 56 Figura 43 - vetores do campo magnético na região da bobina primaria ........ 56 Figura 44 - curva BxH exibida pelo EFCAD ................................................... 58 Figura 45 - delimitação do problema EFCAD ................................................. 59 Figura 46 - linhas de campo geradas pelo enrolamento primário EFCAD..... 60 Figura 47 - Gráfico comparativo dos resultados do aplicativo e da prática.... 63 Figura 48 - início da usinagem da bobina condicionadora. ............................ 65 Figura 49 - cavacos sob a bobina................................................................... 65 Figura 50 - usinagem externa completa ......................................................... 66 Figura 51 - perfuração inicial da bobina condicionadora................................ 66 Figura 52 - corte com broca 16mm................................................................. 67 Figura 53 - base retangular da haste e seu respectivo braço adaptador....... 68 Figura 54 - bobina com fio 36 AWG................................................................ 69 Figura 55 - sensor com fio 33 AWG................................................................ 69 Figura 56 - valores de indutância medidos na ponte RLC ............................. 71 Figura 57 - valores de resistência medidos na ponte RLC............................. 71 Figura 58 - ferrites 40mm, diâmetro nominal 15mm....................................... 72 Figura 59 - suporte auxiliar de medição ......................................................... 74 Figura 60 - topologia do oscilador ponte Wien ............................................... 77 Figura 61 - esquemático do circuito oscilador Ponte de Wien ....................... 80 Figura 62 - forma de onda na saída do circuito OPW. ................................... 81 Figura 63 - gerador de função implementado através do software................ 82 Figura 64 - esquemático do circuito amplificador de entrada......................... 83 Figura 65 - diagrama em blocos do retificador de onda completa ................. 85 Figura 66 - retificador de onda completa de precisão .................................... 86 Figura 67 - formas de onda obtidas utilizando o processo de retificação ...... 87 Figura 68 - esquemático do filtro passa-baixa de 1ª ordem ........................... 89 Figura 69 - circuito conversor RMS-DC para condicionamento do sinal........ 91 Figura 70 - diagrama esquemático completo ................................................. 92 Figura 71 - leiaute completo do sistema de medição ..................................... 93 Figura 72 - suporte auxiliar de medição ......................................................... 96 Figura 73 - ligação série-oposta dos enrolamentos secundários................... 97 Figura 74 - Vi e Vo, CH1 e CH2 respectivamente........................................... 98 Figura 75 - nível de tensão CC obtido após etapa condicionadora CH2 ....... 98 Figura 76 - relação do transdutor real e seus limites de operação ................ 99 Figura 77 - curvas dos experimentos em 500Hz e 750Hz ........................... 101 Figura 78 - curva do experimento em 1000Hz ............................................. 102 Figura 79 - curvas dos experimentos em 1250Hz e 1500Hz ....................... 103 Figura 80 - curvas dos experimentos em 1600Hz e 1750Hz ....................... 104 Figura 81 - curva do experimento em 2000Hz ............................................. 105 Figura 82 - gráfico comparativo da tensão de saída .................................... 106 Figura 83 - Relação da tensão de saída com seu ripple (CH2) ................... 107 Figura 84 - Curvas de resposta em 1kHz e retas de regressão................... 109 Figura 85 - Curvas de resposta em 2kHz e retas de regressão................... 110 Figura 86 - Comparativo entre as faixas de linearidade de 1kHz e 2kHz .... 111 Figura 87 - gráfico da sensibilidade em 1kHz............................................... 115 Figura 88 - gráfico da sensibilidade em 2kHz............................................... 115 Figura 89 - gráfico comparativo da PNN das freqüências ensaiadas .......... 121 Figura 90 - gráfico da faixa nula do LVDT para 1kHz e 2kHz ...................... 123 Figura 91 - região de PNN ensaiada para 1kHz........................................... 124 Figura 92 - Gráfico de inversão de fase na região central do LVDT ............ 126 Figura 93 - Seqüência de inversão de fase para 1kHz ................................ 127 Figura 94 - LVDT série PR-812 Macro Sensors ........................................... 129 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - comparativo entre as características do Ferrite e Permalloy ....................16 Tabela 2 - dados fios 36 e 33 AWG - Fonte: PPE Fios ..............................................17 Tabela 3 - comparativo entre ligas ferromagnéticas - Fonte: Wolski .........................27 Tabela 4 - Valores de indutância obtidos pelo aplicativo EFCAD ..............................61 Tabela 5 - parâmetros salvos para o processo de bobinamento do LVDT ................68 Tabela 6 - valores medidos.........................................................................................70 Tabela 7 - parâmetros do oscilador de entrada Fonte: AN263 - National..................75 Tabela 8 - comparativo entre osciladores de baixa freqüência. Fonte: National .......76 Tabela 9 - Equipamentos e fonte de aquisição ..........................................................97 Tabela 10 - Valores de tensão para 1kHz ................................................................118 Tabela 11 - Valores de tensão para 2kHz ................................................................118 Tabela 12 - Tratamento estatístico para valores de tensão de saída 1kHz .............118 Tabela 13 - Tratamento estatístico para valores de tensão de saída 2kHz .............118 Tabela 14 - x1 para freqüência de 1kHz.................................................................119 Tabela 15 - x1 para freqüência de 2kHz.................................................................119 Tabela 16 - x2 para freqüência de 1kHz.................................................................119 Tabela 17 - x2 para freqüência de 2kHz.................................................................119 Tabela 18 - Vout x freqüência...................................................................................122 Tabela 19 - Vo residual em função do deslocamento para f=1kHz ..........................122 Tabela 20 - Vo residual em função do deslocamento para f=2kHz ..........................122 Tabela 21 - relação das grandezas na inversão de fase..........................................125 LISTA DE EQUAÇÕES (1) ..................................................................................................................... 9 (2) ................................................................................................................... 19 (3) ................................................................................................................... 21 (4) ................................................................................................................... 22 (5) ................................................................................................................... 23 (6) ................................................................................................................... 23 (7) ................................................................................................................... 24 (8) ................................................................................................................... 25 (9) ................................................................................................................... 35 (10) ................................................................................................................. 35 (11) ................................................................................................................. 35 (12) ................................................................................................................. 35 (13) ................................................................................................................. 35 (14) ................................................................................................................. 35 (15) ................................................................................................................. 36 (16) ................................................................................................................. 36 (17) ................................................................................................................. 36 (18) ................................................................................................................. 40 (19) ................................................................................................................. 40 (20) ................................................................................................................. 47 (21) ................................................................................................................. 47 (22) ................................................................................................................. 50 (23) ................................................................................................................. 59 (24) ................................................................................................................. 60 (25) ................................................................................................................. 61 (26) ................................................................................................................. 70 (27) ................................................................................................................. 77 (28) ................................................................................................................. 78 (29) ................................................................................................................. 78 (30) ................................................................................................................. 78 (31) ................................................................................................................. 78 (32) ................................................................................................................. 78 (33) ................................................................................................................. 79 (34) ................................................................................................................. 79 (35) ................................................................................................................. 80 (36) ................................................................................................................. 84 (37) ................................................................................................................. 88 (38) ................................................................................................................. 88 (39) ................................................................................................................. 91 (40) ............................................................................................................... 107 (41) ............................................................................................................... 107 (42) ............................................................................................................... 112 (43) ............................................................................................................... 112 (44) ............................................................................................................... 112 (45) ............................................................................................................... 113 (46) ............................................................................................................... 113 (47) ............................................................................................................... 114 (48) ............................................................................................................... 117 LISTA DE SIGLAS A - ampère AISI316 - aço inox 316 Amp-op - amplificador operacional AWG - American Wire Gauge B - indução magnética B1 - indução 1 B2 - indução 2 Ba - Bário Bsat - indução magnética de saturação C1 - componente capacitivo 1 C2 - componente capacitivo 2 CA - corrente alternada CC - corrente contínua cm³ - centímetro cúbico d - distancia do centro até maior deslocamento do núcleo na faixa linear dB - decibel E - módulos de elasticidade à tração EFCAD - Finite Element Calculation of Eletromagnetic Fields EFR - Regular Mesh Generation EFCS - Static Calculation EFGN - Grapphic/Numerical Post-Processor EUA - Estados Unidos da América ep - sinal excitador do primário Emf - tensão referência f - função f - freqüência Fe - Ferro FEMM - Finite Element Method Magnetics g - grama G - ganho do Amp-op GRUCAD - Grupo de concepção e análise de dispositivos eletromagnéticos Hz - Hertz INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial LVDT - transformador diferencial variável linear H - campo magnético; Henry HV - valor de dureza Vickers I - intensidade de corrente I1 - intensidade de corrente na bobina 1 I2 - intensidade de corrente na bobina 2 Ip - corrente no primário ICCG - método de gradiente pré-condicionado incompleto de Cholesky kHz - kilo Hertz Kg - quilograma L - comprimento do solenóide LACTEC - Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento LE - limites de escoamento Lp - indutância do primário Ls - indutância do secundário Ls1 - indutância do secundário 1 Ls2 - indutância do secundário 2 M - campo de magnetização; coeficiente de mútua-indução M1 - indutância mútua bobina secundário 1 M2 - indutância mútua bobina secundário 2 m - metro m3 - metro cúbico mils - milésima parte da polegada mV - milivolt N - número de espiras do solenóide N1 - número de espiras na bobina 1 N2 - número de espiras na bobina 2 NBR - Normas Brasileiras Ni - Níquel No - Nobélio O - Oxigênio OP - vetor da tensão do primário OS1 - vetor da tensão do secundário 1 OS2 - vetor da tensão do secundário 2 OSo - vetor da mínima tensão P1 - primário do LVDT R - raio do solenóide Rp - resistência do primário Rs - resistência do secundário Rs1 - resistência do secundário 1 Rs2 - resistência do secundário 2 R1 - componente resistivo 1 R2 - componente resistivo 2 S - superfície S1 - área 1 S2 - área 2 S.I. - Sistema Internacional de Unidades Si - Silício Sr - Estrôncio T - Tesla T1 - tensão de saída bobina 1 T2 - tensão de saída bobina 2 tap - ajuste do número de bobinas do transformador US$ - dólares UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina V - Volt Vi - tensão de entrada Vo - tensão de saída VrippleRMS - tensão de ripple RMS Vpp - tensão pico a pico Vsec1 - tensão no secundário 1 Vsec2 - tensão no secundário 2 Wb - Weber xi - coordenada no eixo das abscissas yi - coordenada no eixo das ordenadas ZL - impedância de carga - fluxo magnético x - diferença de distancia t - diferença de tempo Øs - ângulo de fase secundário Øp - ângulo de fase primário o - permeabilidade magnética do ar i - permeabilidade magnética inicial máx R - permeabilidade magnética máxima - permeabilidade relativa ºC - graus Celsius 1.2 - fluxo mútuo produzido pelo circuito 1 que atinge o circuito 2 2.1 - fluxo mútuo produzido pelo circuito 2 que atinge o circuito 1 o - freqüência de corte LISTA DE ABREVIATURAS CNC - controle numérico computadorizado CRL - característica de resposta linear CSA - condicionadores de sinal analógico CW - sentido horário CWW - sentido anti-horário ELN - escala linear nominal FMN - faixa de medição nominal FPB - filtro passa baixa GSI - giga scale integration IM - incerteza da medição MEF - Método de Elementos Finitos OPW - Oscilador Ponte de Wien PNN - posição nula do núcleo POM - Poliacetal PP - Polipropileno RB - resultado base RM - resultado de uma medição SAM - suporte auxiliar de medição SM - sistema de medição SMD - Surface mounting devices UTS - unidade de tratamento de sinais VD - valor de divisão VTR - relação de transformação de tensão SUMÁRIO CAPÍTULO 1........................................................................................................................... 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 1 PROBLEMA ........................................................................................................................ 1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 1 OBJETIVOS........................................................................................................................ 2 1.4.1 Objetivo geral..................................................................................................... 2 1.4.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 2 MÉTODO DE PESQUISA ................................................................................................... 3 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................................ 3 CAPÍTULO 2........................................................................................................................... 4 2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................................. 4 2.1.1 Senso de medição ................................................................................................. 4 2.1.2 História do LVDT.................................................................................................... 5 2.1.3 Microeletrônica: uma importante ferramenta para o LVDT ..................................... 5 2.2 TERMINOLOGIA PARA O ESTUDO DO SENSOR LVDT ............................................. 7 2.2.1 Medição ................................................................................................................. 7 2.2.2 Resultados de medição.......................................................................................... 7 2.2.3 Elementos funcionais dos transdutores ............................................................... 10 2.2.3.1 Sensores ativos e passivos............................................................................... 11 2.4 DISPOSIÇÃO FÍSICA DO LVDT.................................................................................. 12 2.4.1 Bobinas condicionadoras dos enrolamentos........................................................ 12 2.4.1.1 Polipropileno ................................................................................................................... 14 2.4.1.2 Poliacetal......................................................................................................................... 14 2.4.2 Núcleo ferromagnético móvel .............................................................................. 15 2.4.2.1 Ferrite .............................................................................................................................. 15 2.4.2.2 Permalloy ........................................................................................................................ 16 2.4.3 Eixo acoplado ao núcleo ...................................................................................... 17 2.4.4 Enrolamento das bobinas .................................................................................... 17 2.5 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ............................................................................... 18 2.5.1 Princípios eletromagnéticos ................................................................................. 18 2.5.1.1 Intensidade de campo magnético no interior de um solenóide ..................................... 18 2.5.1.2 Indução magnética.......................................................................................................... 19 2.5.1.3 Indutância Mútua ............................................................................................................ 22 2.5.1.4 Fluxo magnético.............................................................................................................. 23 2.5.1.5 Permeabilidade magnética ............................................................................................. 24 2.5.1.6 Ferromagnetismo............................................................................................................ 25 2.5.1.7 A variação da permeabilidade relativa ........................................................................... 26 2.5.1.8 Histerese magnética ....................................................................................................... 28 2.5.1.9 Blindagem Magnética ..................................................................................................... 30 2.5.2 O que é LVDT? .................................................................................................... 31 2.5.2.1 Circuito equivalente do LVDT ......................................................................................... 33 2.5.2.2 Posição nula do núcleo (PNN) ....................................................................................... 36 2.5.2.3 Escala linear normal (ELN)............................................................................................. 37 2.5.2.4 Sensibilidade................................................................................................................... 39 2.5.2.5 Linearidade ..................................................................................................................... 40 2.5.2.6 Resolução ....................................................................................................................... 41 2.5.2.7 Repetibilidade ................................................................................................................. 42 2.5.2.8 Sinal excitador ................................................................................................................ 43 2.5.2.8.1 Freqüência de entrada............................................................................................ 43 2.5.2.9 Características do sinal de entrada ................................................................................ 44 2.5.2.9.1 Forma de onda........................................................................................................ 44 2.5.2.9.2 Amplitude ................................................................................................................ 44 2.5.2.10 Impedância.................................................................................................................... 45 2.5.2.11 Ângulo de fase .............................................................................................................. 45 2.5.2.12 Cálculo do ângulo de fase ............................................................................................ 47 . 2.6 CIRCUITO CONDICIONADOR ................................................................................... 48 2.6.1 Condicionadores de sinal analógico (CSA) .......................................................... 48 2.6.2 Característica do circuito condicionador .............................................................. 48 2.6.3 Condicionador de sinal dedicado - AD698 ........................................................... 49 2.6.4 Princípio de funcionamento do condicionador de sinal ........................................ 50 CAPÍTULO 3......................................................................................................................... 53 3.1 PREÂMBULO .................................................................................................................. 53 3.2 MODELAMENTO UTILIZANDO MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS .......................................... 53 3.2.1 Modelamento através do software FEMM............................................................ 54 3.2.2 Resultados obtidos através do FEMM ................................................................. 57 3.3 MODELAMENTO UTILIZANDO EFCAD............................................................................... 57 3.4 METODOLOGIA DE CONSTRUÇÃO LVDT........................................................................... 64 3.4.1 Construção da bobina polimérica......................................................................... 64 3.4.1.1 Usinagem mecânica da bobina condicionadora ............................................................ 64 3.4.2 Enrolamento da bobina condicionadora............................................................... 67 3.4.3 Medição dos enrolamentos .................................................................................. 70 3.4.3.1 Comparativo entre valores de resistência calculados e medidos.................................. 72 3.4.4 Construção do núcleo ferromagnético e haste extensora .................................... 72 3.4.5 Construção do suporte auxiliar de medição (SAM) .............................................. 73 3.5 CONSTRUÇÃO DO CSA............................................................................................. 75 3.5.1 ESTUDO DO SINAL DE ENTRADA .................................................................... 75 3.5.1.1 Oscilador de entrada....................................................................................................... 75 3.5.1.2 Análise do oscilador Ponte de Wien............................................................................... 76 3.5.1.3 Cálculo do oscilador Ponte de Wien............................................................................... 79 3.5.1.4 Oscilador de entrada - Visual Analyser 8 ....................................................................... 81 3.5.2 ESTUDO DO SINAL DE SAÍDA........................................................................... 83 3.5.2.1 Dimensionamento do circuito amplificador de entrada .................................................. 83 3.5.2.2 Dimensionamento do circuito retificador de onda completa .......................................... 84 3.5.2.3 Construção do filtro passa baixa de saída ..................................................................... 88 3.5.2.3.1 Filtro Passa Baixa ................................................................................................... 88 3.6 MÉTODO ALTERNATIVO PARA CONVERSÃO RMS-DC ........................................................ 90 3.7 DIAGRAMA ESQUEMÁTICO ...................................................................................... 92 3.10 DISPOSIÇÃO FÍSICA FINAL DO SAM E CSA..................................................................... 93 CAPÍTULO 4......................................................................................................................... 94 4.1 PREÂMBULO .................................................................................................................. 94 4.2 METODOLOGIA EMPREGADA NO MENSURANDO ................................................................. 95 4.2.1 Equipamentos utilizados para os ensaios ............................................................ 97 4.3 CARACTERÍSTICA DO SINAL DE SAÍDA DO LVDT................................................................ 97 4.4 RELAÇÃO DA TENSÃO DE SAÍDA PELO DESLOCAMENTO DO NÚCLEO .................................... 99 4.4.1 Considerações do ensaio preliminar .................................................................. 100 4.4.2 Contribuição do valor da tensão de ripple nas medições efetuadas .................. 107 4.5 CURVA DE LINEARIDADE DO LVDT ................................................................................ 108 4.5.1 Determinação da equação característica de linearidade.................................... 112 4.6 SENSIBILIDADE DO LVDT ............................................................................................. 114 4.7 RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO DE TENSÃO (VTR) ......................................................... 117 4.8 REPETIBILIDADE DO SENSOR ........................................................................................ 117 4.9 RESOLUÇÃO DO LVDT................................................................................................. 119 4.10 MENSURA DA REGIÃO PNN ........................................................................................ 120 4.11 INVERSÃO DO ÂNGULO DE FASE (PHASE SHIFT) NA REGIÃO DE PNN DO LVDT ................ 125 4.12 DEMONSTRATIVO DE LVDT COMERCIAIS ..................................................................... 128 CAPÍTULO 5....................................................................................................................... 130 CONCLUSÕES............................................................................................................... 130 REFERÊNCIAS................................................................................................................... 133 APÊNDICE.......................................................................................................................... 135 1 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO Segundo WERNECK (1996 p. 1), “a tecnologia eletrônica dos semicondutores na última década evoluiu mais do que todos os anos desde 1949, quando o transistor foi inventado”. Tanto o aumento de capacidade de sistemas microprocessados como a velocidade de processamento possibilitou o crescimento da indústria eletroeletrônica. Máquinas mais inteligentes, por outro lado, requerem sensores mais robustos para interfaceá-las e realizar o controle de processos. O sensoriamento de grandezas físicas tem sido objeto de estudo desde a pré-história com o reconhecimento pelo homem de seus próprios órgãos sensores. Com a Revolução Industrial, os sensores se tornaram imprescindíveis para controlar as máquinas. As mais diferentes tecnologias começaram a ser pesquisadas, inventadas e desenvolvidas. Esse processo está em pleno vigor até hoje, quando, a cada dia, surgem novas grandezas para serem monitoradas com maior exigência de sensibilidade e exatidão. PROBLEMA Como desenvolver um transdutor de deslocamento linear, através de materiais eficientes, capaz de substituir inúmeras aplicações na área de manufatura e processos industriais? JUSTIFICATIVA A instrumentação e automação industrial têm se configurado como principais termômetros de crescimento e modernização dos processos fabris em todo o mundo. Diversas aplicações no ramo de processos e manufatura utilizam sensores de deslocamento linear para as mais variadas finalidades. 2 Segundo WERNECK (1996), a indústria eletroeletrônica no Brasil desde os anos 60 não estava preparada para suprir os equipamentos necessários. Milhões de dólares foram gastos em importações nessas últimas décadas, fato conferido ao descrédito às poucas firmas que produziam equipamentos nacionais. O trabalho terá o intuito de mostrar que o transformador diferencial variável linear (LVDT) construído, é capaz de reunir características técnicas como resposta linear, exatidão confiável, alta resolução, fácil condicionamento do sinal de saída e uma vida mecânica longa (ausência de atrito). OBJETIVOS 1.4.1 Objetivo geral Neste projeto foi pesquisado, projetado e desenvolvido um sensor eletromecânico de um transdutor e seu circuito condicionador de sinal. Foi também demonstrado que é possível a construção de um LVDT com precisão satisfatória, através de recursos convencionais, comparado aos sensores comerciais atuais. 1.4.2 Objetivos específicos Dentre os objetivos específicos, podemos enumerar: 1. Estudar a teoria sobre o funcionamento dos transdutores eletromecânicos; 2. Mostrar a montagem e operação de um LVDT; 3. Elaborar o projeto do sensor e circuito condicionador; 4. Desenvolver e construir o transdutor; 5. Construir um suporte auxiliar de medição (SAM); 6. Realizar testes e verificar o funcionamento do LVDT; 7. Levantar os gráficos; 8. Verificar resultados obtidos, usufruindo de um equipamento padrão de medição linear (paquímetro); 9. Apresentar resultados dos testes, comparações e conclusões. 3 MÉTODO DE PESQUISA Serão consultados catálogos, folha de dados e manuais, para o sensor e para o circuito de interface. Também serão utilizados como meio de estudo páginas na internet, livros e periódicos. ESTRUTURA DO TRABALHO O trabalho é estruturado como segue: o capítulo 1 traz uma breve introdução sobre o assunto, destacando o problema a ser abordado, a justificativa pela escolha do tema, objetivos a serem alcançados e o cronograma. A revisão da literatura é abordada no capítulo 2, são apresentados: a contextualização, disposição física, princípio de funcionamento e o circuito condicionador. No capítulo 3, que se inicia na seqüência da apresentação deste trabalho, será abordada a construção do LVDT. Em seguida, no capítulo 4, o enfoque serão os ensaios e testes do transdutor. Comentários finais, resultados e conclusões no capítulo 5. Anexo a este trabalho, encontram-se informações complementares do transdutor (Apêndice). 4 CAPÍTULO 2 2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1.1 Senso de medição Durante grande parte da história evolutiva, o homem dispunha apenas do senso de grandeza para lidar com os mais variados problemas do cotidiano. Era este senso que permitia produzir os seus próprios instrumentos de trabalho, comparando diretamente as dimensões: a pedra com o cabo, a flecha com o arco. Desta forma, o senso de grandeza se tornava senso de medição. Assim o homem adquiriu a necessidade de realizar a medição por comparação e observação direta. Numa etapa do seu desenvolvimento, o trabalho humano esgotou este senso e necessitou superar os seus limites. Incidentalmente, a mensuração pelos padrões convencionais é mais abstrata do que a comparação de objetos individuais concretos. E todas as mensurações envolvem raciocínio abstrato. Ao medir comprimento de objetos, a fonte principal a ser alcançada eram os interesses práticos. Os antigos consideravam o campo não como ocupando um ‘espaço vazio’, mas como necessitando de uma determinada quantidade de sementes. Com as áreas do deserto incultivável ou de céu azul, eles não se preocupavam. (CHILDE 1981, p.26 ). Apesar de abstrata, a medição surge para responder uma necessidade prática e concreta dos homens. Como a contagem é um exemplo de abstração criada para a vida e, da mesma forma, a medição é o inicio da união: idéia e corpo. De acordo com CHILDE (1981), o uso da mensura sempre será uma ferramenta humana essencial. Assim é possível interpretar a medição como um processo em constante transformação na história evolutiva do homem. Dispositivos complexos, instrumentos com alto ciclo de máquina e processos industriais rápidos necessitam de sensores cada vez mais velozes e eficientes para interfaceá-los. 5 2.1.2 História do LVDT Desde os anos 30, o transformador diferencial linear variável (LVDT), preenche uma importante lacuna na indústria para medição de deslocamento. Os primeiros transformadores diferenciais surgiram no começo do século passado como alternativa para controle de potência de corrente alternada de motores e geradores. O LVDT teve seu desenvolvimento nessa época histórica, apressado em decorrência do começo da Segunda Guerra Mundial. A maioria das aplicações descrevia o deslocamento e posição nula em aviões, torpedos e sistemas armamentistas de alta precisão. Em 1946, o seu uso é difundido mundialmente através da publicação do artigo “The Linear Variable Differential Transformer” por Herman Schaevitz, em 1946 (volume IV, número 2). Paralelamente os transformadores diferenciais começaram a ser usados em processos telemétricos em equipamentos de análises químicas, tornando-se dispositivos lineares. Rapidamente, se transformou em um sensor de uso rotineiro em todos os segmentos da indústria. No ano de 1957, a empresa japonesa Daichi Seiki desenvolveu o primeiro micrômetro de precisão utilizando um LVDT. Sua aplicação substituía o sistema de medição que utilizava um fuso roscado medido através do passo de um eixo livre. Na década de 60, com a substituição da tecnologia tubos de vácuo (elementos ionizáveis) pela eletrônica de estado sólido (semicondutores nãoaquecidos, como por exemplo o Germânio e o Silício), foram desenvolvidas diversas aplicações com o LVDT, possibilitando redução de circuitos em pastilhas. 2.1.3 Microeletrônica: uma importante ferramenta para o LVDT A miniaturização dos circuitos integrados, segundo WERNECK (1996 p.1), propiciou sistemas rápidos, confiáveis, baratos e capazes de incorporar complexas funções. O autor explica que a tecnologia eletrônica dos semicondutores na última década evoluiu mais do que todos os anos. 6 A introdução de microsistemas, de acordo com FRUETT (2006), possibilitou a miniaturização dos sensores e novas oportunidades aos projetistas. Com o advento da microeletrônica é possível, segundo o autor, agrupar milhões de contatos lógicos, reduzindo e aperfeiçoando sistemas eletrônicos. Isso tem aumentado à busca da miniaturização de aplicações que envolvem sensores de princípio mecânico, tais como sensores de vibração, acelerômetros e strain gauges1. A redução e modernização dos sistemassensores potencializam aplicações da transdução de informação, reduzindo espaço físico, aumentando velocidade de processamento e qualidade da medição. Recentemente estudos com a nanotecnologia2 indicam que a tendência de integração desta tem possibilitado o desenvolvimento de sistemas-sensores de grandeza minúscula. A área de redução de circuitos numa mesma pastilha semicondutora tem garantido uma miniaturização de fator dois3, a cada 18 meses, conforme Figura 1. “Estamos entrando na era GSI (Giga Scale Integration)” (SWART, 2000, p.7). Figura 1 - evolução nas dimensões em circuitos integrados F on te: Sw ar t (2001 p. 7) 1 transdutor de força que baseia-se na medição da resistência elétrica em um fio ciência associada à construção de estruturas e novos materiais a partir de átomos 3 tempo em anos que os circuitos integrados reduzem pela metade em tamanho 2 7 2.2 TERMINOLOGIA PARA O ESTUDO DO SENSOR LVDT Para que seja exposto de maneira clara e eficiente o estudo sobre o sensor LVDT, é preciso empregar a terminologia correta. Os termos aplicados são estabelecidos por normas de entidades internacionais de metrologia. Desta forma os conceitos tratados terão caráter técnico universal e compatibilidade com qualquer documento correlato na área de metrologia. 2.2.1 Medição De acordo com GONÇALVES (2002 p.15), medir prescreve o procedimento físico experimental pelo qual o valor de uma grandeza física (mensurando) é determinado como uma unidade padrão. A operação de medição é realizada geralmente por um instrumento de medição ou, de uma forma mais genérica, por um sistema de medição (SM). O ato de medir é uma operação de fundamental importância para diversas atividades do ser humano, é uma forma de descrever o mundo. Apesar de abstrata a medição surge para preencher uma lacuna prática e concreta da humanidade. Todas as grandes descobertas de cunho científico foram formuladas a partir de observações experimentais, e a medição é capaz de delimitar todo tipo de fenômeno natural. É através de um sistema de medição coerente que a operação de medição é efetuada. O valor do mensurando (grandeza sob medição) é traduzido e comparado com unidades padrões estabelecidas pelo SM. O resultado da aplicação do SM ao mensurando é um número acompanhado de uma unidade correspondente. 2.2.2 Resultados de medição Como a variável a ser medida é sempre desconhecida, é impossível determinar que o número obtido pelo sistema de medição traduz fielmente o mensurando. O trabalho de medição não está encerrado. INMETRO (1995) descreve essa etapa como resultado não corrigido. Esta operação realizada é apenas o início do processo de medição. É aplicado o sistema de medição algumas vezes para obtenção de diversos resultados. 8 Porém, a obtenção de informações confiáveis a partir destes números, exige conhecimentos aprofundados sobre o SM e o processo de medição empregado GUIMARÃES (1999). Desta forma podemos compreender que todo tipo de medição é comumente afetada por efeitos relacionados com o meio exterior. É necessário considerar todos estes efeitos, exprimindo um resultado confiável e respeitando a limitação do SM. GUIMARÃES (1999) ressalta a importância de estabelecer um grau de confiança depositado pelo medidor no mensurando. Na mesma linha, INMETRO (1995) define como exatidão de medição o grau de concordância entre o resultado de uma medição e o valor verdadeiro do mensurando. Caso exista dispersão (desvios) de valores, serão aplicados procedimentos para determinar um intervalo de convivência pacífica com os erros de medição. De acordo com o INMETRO (1995 p.29), a incerteza é “um parâmetro associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores que podem ser atribuídos a um mensurando”. Geralmente a incerteza da medição compreende inúmeros componentes. Ao utilizar um SM para determinar o resultado de uma medição, é necessário conhecer e considerar a faixa provável dentro da qual se situam estes efeitos, levando em conta as variações do mensurando. Em qualquer ponto dessa faixa de valores deve situar-se o verdadeiro valor associado ao mensurando. Caso não seja possível uma das alternativas é realizar um ajuste no instrumento. Seguindo esta linha, INMETRO (1995) define ajuste como a operação destinada a fazer com que um instrumento de medição tenha desempenho compatível com o seu uso. Uma medição impecável, isto é, sem erros, só poderá existir se o SM for perfeito e a grandeza sob medição (mensurando), tiver um valor único estável e coerente. Mas, aspectos construtivos e tecnológicos sempre remetem a imperfeições tais como: dimensão, forma geométrica, propriedades magnéticas e propriedades elétricas. Não correspondem fielmente às leis e princípios físicos ideais (existem pequenas variações). Perturbações externas como variações de temperatura, alterações nos componentes de circuitos elétricos, umidade do ar excessiva e diferentes 9 pressões atmosféricas podem comprometer todo o sistema mensurado. Vícios de má utilização ou SM inadequados, a forma, tamanho ou faixa de medição incorreta podem também comprometer a aplicação, levando a erros imprevisíveis. Em qualquer ponto dessa faixa de valores deve situar-se o valor verdadeiro associado ao mensurando (Figura 2). GONÇALVES (2002 p.19) expressa o resultado de uma medição (RM) como a adequação do valor do mensurando a uma faixa provável chamada de zona de dúvida. Valores fora desse intervalo não devem ser considerados, e sua faixa é denominada zona de rejeição. O autor apresenta para classificação do mensurando dois itens fundamentais: Resultado base (RB), que corresponde ao valor central da faixa onde deve situar-se o valor verdadeiro do mensurando; Incerteza da medição (IM), que exprime a faixa de dúvida ainda presente no resultado, provocada pelos erros presentes no SM e/ou variações do mensurando. Figura 2 - adequação do valor do mensurando O autor justifica essa ação através do conhecimento aprofundado do processo que define o mensurando e o SM utilizado através da equação (1). Seu emprego caracteriza as componentes de avaliação do mensurando. RM ( RB IM ) (1) 10 2.2.3 Elementos funcionais dos transdutores Todo tipo de método experimental requer uso intensivo de instrumentos. Assim, é preciso conhecer as técnicas de medição, os sensores, a forma adequada de aplicá-los em seus aparatos experimentais e também técnicas de processamento dos dados obtidos. Para entender o funcionamento dos transdutores de medição, ou mesmo projetar um instrumento, é necessário saber como são configurados a partir de elementos funcionais. A configuração geral a partir de elementos funcionais deve ser aplicável aos sistemas de medição como um todo e não a um equipamento específico. A Figura 3 mostra apenas um dos arranjos possíveis. Segundo INMETRO (1995), uma cadeia de medição constitui todos os elementos que executam as funções básicas consideradas necessárias para a constituição de um instrumento. São: Figura 3 - elementos básicos de um transdutor Sensor - elemento primário: estágio que primeiro recebe a informação do meio físico medido (mensurando), convertendo a medida materializada em um sinal de saída com característica manipulável sem alterar a informação essencial contida no sinal original. O sensor deve ser, idealmente, insensível a ruídos e outras possíveis entradas interferentes não desejadas. 11 Unidade de tratamento de sinais (UTS) - elemento manipulador de variável: responsável pela mudança no valor numérico associado ao sinal de saída do elemento conversor de variável segundo uma regra precisamente definida (amplificação, filtragem, compensação, processamento), mantendo, entretanto a natureza física do sinal. A UTS também é responsável em fornecer, caso necessário, alimentação para sensores. Este módulo pode não estar presente em alguns SM mais simples. Manipulador de dados (elemento apresentador de dados) - aquele que transmite dados entre os elementos funcionais do sistema de medição quando estes se encontram fisicamente separados. É papel do manipulador de dados, armazenar e indicar os dados em forma reconhecida por um sentido humano (observador) para efeito de monitoramento, controle ou análise. Uma outra configuração menos detalhada considera-se os sistemas de medição como três partes essenciais: sensor, circuito de transdução e display. GONÇALVES (2002) classifica essa denominação como sistema generalizado de medição. 2.2.3.1 Sensores ativos e passivos Para desempenhar qualquer função, um componente de um sistema de medição, isto é, instrumento pode possuir características de sensor ativo ou passivo. Um sensor ativo dispõe de uma fonte auxiliar que fornece a maior parte da energia contida no sinal de saída. Pode ou não haver uma conversão de energia de uma forma à outra. SEIPPEL (1988) classifica sensores ativos, aqueles que utilizam os métodos eletromecânicos, fotoelétrico, piezoelétrico e termoelétrico. Um componente cuja energia de saída é fornecida integralmente ou quase integralmente pelo sinal de entrada é denominado um sensor passivo, constituído ou não de uma transformação de energia. 12 2.4 DISPOSIÇÃO FÍSICA DO LVDT Na Figura 4 verifica-se a disposição física de um LVDT convencional. É composto pelos seguintes itens relacionados a seguir: Bobina condicionadora dos enrolamentos; Núcleo ferromagnético móvel; Eixo acoplado ao núcleo (não-magnético); Enrolamento primário e secundário. Figura 4 - elementos básicos de um sensor LVDT 2.4.1 Bobinas condicionadoras dos enrolamentos Um LVDT de construção básica prescreve três bobinas simetricamente espaçadas. A bobina central é chamada de primário do transformador. As bobinas adjacentes, como mostra a Figura 5, são descritas como os dois secundários do transformador. Em geral, as bobinas que condicionam o fio de cobre possuem formato cilíndrico, para facilitar o enrolamento. 13 Figura 5 - Disposição das bobinas primárias e secundárias do LVDT Conforme PEPASA (2007), a seleção do material certo nem sempre é simples e exige cuidados especiais. A bobina que condicionará o enrolamento primário e secundário do LVDT deverá ter como principais características: Ser confeccionada com material inerte (excelente resistência química a agentes agressores); Apresentar características de não-porosidade; Boa resistência térmica; Níveis aceitáveis de expansão térmica linear (estabilidade dimensional); Suportar resistência à flexão, tração e cisalhamento; Peso específico coerente com a aplicação; Excelente lubricidade e baixo coeficiente de atrito; Alto tempo de vida; Bom custo de produção (injeção, usinagem e acabamento); Com base nas informações de PADILHA (2000 p.18) justifica-se, portanto o uso de polímeros e de resinas termoplásticas. É o único material que reúne virtudes em todos os itens relacionados acima, além de agregar um menor consumo de energia na sua produção e possibilitar reciclagem mecânica e química. Para escolha do material da bobina do sensor serão objetos de estudo os polímeros: Polipropileno (PP) e Poliacetal (POM). 14 2.4.1.1 Polipropileno O polipropileno (PP) é uma resina termoplástica, pertencente ao grupo das poliolefinas que inclui os polietilenos e polibutenos, com ampla faixa de propriedades e grande facilidade de processamento. Estas características têm permitido o crescimento contínuo no consumo mundial deste material (…) (SUZANO, 2007). O polipropileno possui densidade na ordem de 0,905 g/cm³, coeficiente de expansão térmica linear de 80 µcm/cm/ºC, e limite de temperatura de operação de -20°C até 150°C. É o composto plástico de maior venda mundial e possui a maior taxa de crescimento anual no mundo, devido às suas excepcionais propriedades e versatilidade de aplicação e uso. O PP é feito através de longas cadeias de monômero de propeno e é dividido em três tipos básicos de formulação: Homopolímeros; Copolímeros randômicos; Copolímeros heterofásicos. 2.4.1.2 Poliacetal O POM é um polímero conhecido como Delrim. É um plástico altamente cristalino e baixa absorção de umidade. Peças fabricadas com poliacetal adaptam-se a aplicações que no passado eram reservadas exclusivamente para metais, como flanges, engrenagens e roscas sem fim. Possui um peso específico aproximado de 1,425 g/cm³, faixa de temperatura de operação que varia de -30ºC a 105ºC, e uma altíssima resistência a esforços (de 1000 a 1100 kg/cm²). A principal propriedade, que destaca do POM é sua relativa dureza e rigidez, mesmo em peças de pouquíssima espessura. 15 2.4.2 Núcleo ferromagnético móvel A literatura encontrada, (WEBSTER 1998, SCHAEVITZ 1974), alerta para a obrigatoriedade de o núcleo possuir características ferromagnéticas. A determinação do melhor material deverá levar em conta fatores como: temperatura de operação, efeitos de desmagnetização, intensidade do campo de indução, resistência à corrosão e coeficiente de temperatura. Todos esses fatores devem ser observados antes de selecionar o elemento ferromagnético que operará no interior do LVDT. Segundo PADILHA (2000), os compostos mais indicados para aplicações simples são: cerâmicas ferritas e ligas compostas de níquel e ferro. 2.4.2.1 Ferrite SOTTOMAIOR e SANTOS (2006) descrevem os ferrites como materiais cerâmicos à base de óxidos. As ferrites mais empregadas são de composição BaO 6Fe2O3 e SrO 6Fe2O3 com eventualmente, alguns aditivos como SiO3 e BiO2. O autor enfatiza que o composto é moído e prensado em fornos de alta temperatura, conferindo propriedades de permeabilidade magnética médias de 2500 H/m, material cuja densidade é de aproximadamente 4,9g/cm³. O autor afirma que o composto cerâmico confere baixas perdas e uma alta força de coercividade, recomendado para aplicações onde existam altos campos desmagnetizantes. 16 Figura 6 - curva BxH do material IP6 Fonte: Thornton 2.4.2.2 Permalloy Esse tipo de liga é um composto de metal cristalino e sua composição agrega 80% de níquel e 20% de ferro. Segundo LANDGRAAF e RODRIGUES (1995) a liga possui uma altíssima permeabilidade (em torno de 100.000 H/m), baixa coercividade e uma densidade de 8.250 kg/m3 (Tabela 1). De acordo com o autor, o custo de fabricação total do Permalloy é de US$ 40,00/kg, um valor alto devido ao emprego de materiais nobres na sua formulação. Tabela 1 - comparativo entre as características do Ferrite e Permalloy - Fonte: Landgraaf B sat Dens i dade i máx M at erial 3 3 3 (T) k g/ m (10 ) (10 ) P erm all oy 3, 5 100 1, 55 8250 F erri t e 1, 9 4 0, 50 4800 17 2.4.3 Eixo acoplado ao núcleo Para transcrever livremente o movimento linear no interior da bobina, o núcleo será anexado a uma haste de material não-magnético. Essa característica segundo SCHAEVITZ (1974) anulará qualquer influência magnética no interior do invólucro. Desta forma o estudo será focado apenas nos materiais de características paramagnéticas. Metais como o bronze segundo PADILHA (2000) possuem essa versatilidade e podem ser empregados com eficiência. TRANS-TEK (2002 p.2) aconselha a utilização de certas ligas de aço inox e cilindros plásticos. “Bons condutores como o alumínio não possuem boa aceitação, pois podem gerar corrente de fuga interferindo na resposta linear do LVDT. Aço inox da série 303 e 304 são excelentes escolhas para a haste do núcleo”. (TRANSTEK, 2002 p.2) 2.4.4 Enrolamento das bobinas Para o enrolamento será utilizado um fio de cobre esmaltado com bitola de 36 a 33 AWG (PPE, 2007), conforme Tabela 2. Os diâmetros serão de 0,127 mm a 0,183 mm. O número de espiras por bobina será de 1000 a 4000. Tabela 2 - dados fios 36 e 33 AWG - Fonte: PPE Fios Diâmetro do fio nu (mm) Resistência elétrica Bitola AWG 36 33 / m 20ºC Nominal Mínimo Máximo 0,127 0,124 0,130 0,180 0,177 0,183 Nominal 1,361 0,6775 Mínimo 1,2989 0,6555 Diâmetro externo (mm) Máximo 1,4277 0,7007 Máximo 0,160 0,224 18 2.5 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO 2.5.1 Princípios eletromagnéticos 2.5.1.1 Intensidade de campo magnético no interior de um solenóide Uma bobina (solenóide) é resultado da disposição de varias espiras em série, dispostas lado a lado. De acordo com WOLSKI (2005), o campo magnético (H) do solenóide é obtido pela contribuição individual destas diversas espiras. O sentido deste campo pode ser determinado pela regra da mão direita. De acordo com esta regra, o polegar representa o sentido das linhas de força do campo magnético e os outros quatro dedos o sentido da corrente nas espiras. Observamos na Figura 7 que o campo magnético no interior do solenóide é uniforme e intenso. Na proximidade das bordas a densidade das linhas de força diminui. Figura 7 - representação do campo magnético na espira Fonte: Wolski A Figura 8 retrata um corte longitudinal do solenóide e o gráfico que esboça a relação da intensidade de campo (A/m) com a distância (m). No eixo das ordenadas verificamos o valor de H. Conclui-se que o valor do campo magnético se mantém constante desde o centro da bobina até a proximidade das bordas, onde o campo cai pela metade. A partir da borda do solenóide, o campo diminui e tende a zero. (WOLSKI, 2005). 19 Figura 8 - solenóide e gráfico Fonte: Wolski Para determinar o valor de H no interior do solenóide, utilizamos a equação (2). H N.I 4.R 2 L2 (2) Onde: H - campo magnético no interior do solenóide (A/m); N - número de espiras do solenóide; I - intensidade de corrente (A); R - raio do solenóide (m); L - comprimento do solenóide (m). 2.5.1.2 Indução magnética Segundo WOLSKI (2005), os átomos que apresentam um campo magnético resultante diferente de zero são denominados dipólos magnéticos. Em certos tipos de materiais esses dipólos são fortes e exercem influência uns sobre os outros, assim, há o alinhamento paralelo em pequenos volumes. Estes são chamados domínios magnéticos, definidos como pequenos volumes dentro de um material onde dipólos magnéticos se encontram alinhados. Como exemplo de materiais que apresentam domínios magnéticos, existem: ferro, níquel, cobalto e suas ligas correlatas. Em barra desmagnetizada teremos domínios orientados aleatoriamente, como na Figura 10: 20 Figura 9 - representação dos domínios magnéticos orientados aleatoriamente em uma barra Fonte: Wolski Agora supondo um campo magnético H no vácuo e uniforme. Colocando esta barra de ferro desmagnetizada sobre sua ação, ocorrerá uma orientação dos domínios magnéticos, conforme demonstrado na Figura 10 (WOLSKI, 2005). Figura 10 - representação dos domínios magnéticos orientados em uma barra Fonte: Wolski Essa barra, agora magnetizada, assume o comportamento de um ímã, apresentando seu próprio campo magnético. Chamamos de campo de magnetização (M) o resultante deste comportamento (Figura 11). Figura 11 - representação das linhas de força do campo magnético próprio em uma barra Fonte: Wolski 21 Como conseqüência, haverá uma resultante entre o campo H inicial e o campo magnético induzido na barra. Internamente as linhas de força têm o mesmo sentido. Entretanto externamente há pontos onde os sentidos são opostos ou formam ângulos. Segundo WOLSKI (2005), o campo resultante se assemelha a Figura 12. Figura 12 - representação do campo magnético resultante na barra Fonte: Wolski Ao colocar-se a barra no interior do campo H , a orientação dos domínios magnéticos produz o equivalente a um reforço do campo magnético no interior desta. O mesmo autor denomina indução magnética ( B ) como a resultante da soma do campo H com campo M . Ou seja, indução magnética é o campo efetivo em determinado meio. O vínculo correto para estas grandezas, devido à diferença de unidades de H e M (expressos em A/m) com B (Tesla), é expresso através da equação (3). B 0 (H Onde: H - campo magnético (A/m); M - campo de magnetização (A/m); B - indução magnética (T); µ0 - permeabilidade magnética (H/m). M) (3) 22 2.5.1.3 Indutância Mútua Segundo WOLSKI (2005), o conhecido coeficiente de indutância mútua representa a relação entre o número de enlaces de fluxo mútuo por unidade de corrente. Na Figura 13 está representado um circuito magnético onde um fluxo mútuo é produzido. Uma corrente I produz um campo B, cuja parcela de fluxo magnético que envolve a bobina que possui N2 espiras, é de 1.2, define-se o coeficiente de mútua-indução conforme demonstrado na equação (4). Figura 13 - representação do fluxo mútuo em um circuito magnético Fonte: Wolski M N2 1.2 I1 (4) Onde: M - coeficiente de indução mútua (H); N2 - número de espiras na bobina 2; 1.2 - fluxo mútuo produzido pelo circuito 1 (Wb) I1 - corrente na bobina (A). Ao alimentar-se a bobina 2, tem-se um fluxo mútuo produzido por esta, 2.1, que irá envolver as N1 espiras da primeira bobina. Neste caso, o coeficiente de indução mútua é demonstrado na equação (4). Esta equação representa o coeficiente M do circuito 1 em relação ao 2 (M1.2). 23 Enquanto a equação (5), é caracterizada pela relação do circuito 2 em função do circuito 1 (M2.1). São numericamente iguais e pois isso são chamados unicamente de M. M N1 2.1 (5) I2 Onde: M - coeficiente de indução mútua (H); N1 - número de espiras na bobina 1; 2.1 - fluxo mútuo produzido pelo circuito 2 (Wb); I2 - corrente na bobina (A). 2.5.1.4 Fluxo magnético Com base nas informações de WOLSKI (2005), o fluxo magnético (Ø) representa a quantidade total de linhas de força que atravessam uma determinada superfície perpendicular às linhas, conforme Figura 14. Sua unidade no S.I. é o Weber (Wb). Figura 14 - representação do fluxo magnético através da superfície S Fonte: Wolski Como a indução magnética é diretamente proporcional à concentração de linhas de força, existe uma relação entre o fluxo e a indução. A indução é dada pela equação (6). B Onde: B - indução magnética em Tesla (T); - fluxo magnético (Wb); S - área perpendicular ao fluxo (m2). (6) S 24 Como conseqüência da equação (6), a indução pode ser referenciada na unidade Wb/m2. Na Figura 15 se verifica que apesar do fluxo nas duas áreas (S1 e S2) ser o mesmo, a indução em S1 (B1) é maior que em S2 (B2). Figura 15 - representação do fluxo através das superfícies S1 e S2 Fonte: Wolski 2.5.1.5 Permeabilidade magnética WOLSKI (2005) descreve permeabilidade magnética como a facilidade que um material magnético oferece à passagem das linhas de força. O ferro, por exemplo, possui permeabilidade magnética maior que a do vácuo. Por esta razão, as linhas de força preferem se concentrar pelo ferro, evitando o vácuo. A permeabilidade magnética ( ), representada pela equação (7), é definida como a relação entre o campo B e o campo H. B H (7) Onde: H - campo magnético (A/m); B - indução magnética (T); - permeabilidade magnética (H/m). A permeabilidade relativa do vácuo é representada por µ0, e seu valor é 0 4 10 7 H/m . 25 A permeabilidade relativa µR é a razão entre a permeabilidade do material e a permeabilidade do vácuo. Esta grandeza é adimensional e pode ser interpretada como o número de vezes que a permeabilidade do material é maior (ou menor) do que o vácuo, dada pela equação (8). (8) R 0 Classifica-se por WOLSKI (2005) quanto à permeabilidade, os materiais como: ferromagnéticos ( diamagnéticos R>>1). ( R<1), paramagnéticos ( R>1) e Cada tipo de material possui características distintas quanto a passagem das linhas de força e campos magnéticos externos. Sob a ação destes campos, esses domínios tendem a se orientar de forma que o material como um todo apresente um elevado valor de indução magnética em seu interior. Aqueles que estiverem mais próximos da direção do campo magnetizante irão se orientar primeiro. Já para alinhar os demais é necessário um campo mais forte. Assim, efeito ferromagnético é a orientação gradativa dos domínios à medida que aumentamos um campo aplicado ao material. 2.5.1.6 Ferromagnetismo WOLSKI (2005) qualifica como a curva de magnetização a variação da indução magnética em função de um campo H. Supondo uma amostra desmagnetizada e com indução nula no seu interior: numa bobina enrolada sobre essa amostra é aplicada uma pequena corrente, gera-se um campo H de pequeno valor. Nos domínios cuja posição inicial de seus eixos está mais próxima da direção do campo aplicado, haverá um crescimento devido este. Aumentando o valor do campo H, aqueles domínios crescerão ainda mais e ajudarão a forçar os demais a se orientarem no mesmo sentido. Essa orientação é gradativa à medida do aumento do campo H. Os domínios cujo alinhamento inicial coincide com o campo aplicado, simplesmente crescem em volume, enquanto os demais são forçados a girar no sentido do campo. 26 Os aumentos sucessivos no campo H farão com que a indução magnética no material também aumente, mas não de forma linear. A Figura 16 mostra a variação da indução magnética em função do campo H (em um material ferromagnético típico). Figura 16 - gráfico da curva de magnetização em um material ferromagnético Fonte: Wolski Na Figura 16 verifica-se um brusco aumento da indução na faixa de campo H = 200 A/m para H = 400 A/m. Já do campo H = 800 A/m para H = 1000 A/m, o valor de B apresenta aumento sensível, quase insignificante. Isso se explica, pois quando “todos” os domínios magnéticos estiverem orientados, o material estará magneticamente saturado. 2.5.1.7 A variação da permeabilidade relativa Observando as equações (7), (8) e Figura 17, chega-se a conclusão que a permeabilidade magnética de materiais ferromagnéticos não é uma constante. (WOLSKI, 2005). Assim, para diferentes valores de campo H aplicados a um material ferromagnético, diferentes valores de permeabilidade encontrados. Descrito na Figura 17 está o gráfico R = f(H). relativa serão 27 Figura 17 - curva de variação da permeabilidade em função do campo aplicado Fonte: Wolski No caso do material mostrado na Figura 17, observa-se que o valor máximo de permeabilidade relativa ocorre com um campo aplicado de 400 A/m. Para valores iniciais de campo H aplicado, a permeabilidade do material é identificada no gráfico por µR inicial. É possível concluir que a permeabilidade relativa de materiais ferromagnéticos não é constante, mas sim dependente do valor de campo aplicado. Para caracterizar um material ferromagnético normalmente utilizamse os valores de permeabilidade relativa máxima e inicial, conforme Tabela 3. (WOLSKI, 2005) Tabela 3 - comparativo entre ligas ferromagnéticas - Fonte: Wolski, 2005 Material R inicial R máxima Aço-silício (3 Si) 7.500 55.000 78 Permalloy (78,5 Ni) 8.000 100.000 Supermalloy (79 Ni, 5 No) 100.000 1.000.000 Ferrite Ni-Fe 2.500 5.000 28 2.5.1.8 Histerese magnética WOLSKI (2005) afirma que materiais ferromagnéticos quando submetidos a variações e inversões de campos magnéticos, ocorre um interessante fenômeno, cujas conseqüências em máquinas elétricas são importantes, histerese. Adota-se uma amostra de material ferromagnético qualquer, inicialmente desmagnetizada. É possível verificar através da Figura 18 a saturação desta amostra devido um campo magnético externo. Figura 18 - representação do processo de saturação magnética da amostra Fonte: Wolski Na figura Figura 19, verifica-se a curva de magnetização, desde a condição de desmagnetizado, seus estágios intermediários até a condição de saturação. Figura 19 - gráfico da curva de magnetização Fonte: Wolski Diminuindo o campo aplicado produzido por uma bobina, os domínios começariam a retornar às suas posições de alinhamento aleatório. Entretanto, nem todos retornam exatamente as posições iniciais de desarranjo total. 29 Ao contrário, permanecem levemente orientados mesmo sem a presença do campo aplicado. Isto quer dizer que o material permaneceu com uma indução, mesmo cessado o efeito do campo magnetizante denominado indução residual. Figura 20 - representação curva de histerese magnética no primeiro quadrante Fonte: Wolski A curva a da Figura 20 é a mesma mostrada anteriormente na Figura 19 que corresponde à magnetização de um material ferromagnético a partir do zero. Já a curva b, é de desmagnetização parcial do material. Nota-se que no ponto H1 o valor de B é diferente para as duas curvas, do mesmo material. Aplicando-se a mesma lógica aos quatro quadrantes, temos a Figura 21: 30 Figura 21 - representação da curva de histerese magnética nos quatro quadrantes Fonte: Wolski Conforme se visualiza na Figura 21, a cada variação do campo elétrico gerado pelo ciclo da corrente alternada, o núcleo ficará sujeito a um ciclo de histerese. Como a freqüência de trabalho será de 500Hz a 2kHz, a cada segundo ocorrerão de 400 a 2000 ciclos de histerese no material. As perdas por histerese surgem devido ao atrito interno a que ficam sujeitos os domínios entre si, ao sofrerem mudança em sua posição, devida influência do campo. A principal conseqüência é o aquecimento do núcleo. A energia para esse aquecimento provém da espira primária que gera o campo magnético. Assim, uma parcela de energia será desperdiçada nesse aquecimento desnecessário e indesejável. Cada material apresenta ciclos de histerese diferentes, relacionados diretamente com sua composição química. O material a ser utilizado no núcleo terá um ciclo e histerese com menor área possível, para minimizar essas perdas. Essa perda tem considerável influência na linearidade do transdutor LVDT. 2.5.1.9 Blindagem Magnética Na situação especifica do núcleo magnético do sensor é desejável mantê-lo livre da interferência de campos magnéticos externos. Para conseguir isso será utilizado material ferromagnético. 31 Haverá uma envoltória sobre o sensor a fim de proteger o dispositivo de qualquer campo magnético estranho ao desejado, conforme Figura 22. Figura 22 - representação do campo magnético nulo internamente ao cilindro oco Fonte: Wolski As linhas de força se concentram pelo material ferromagnético e a região interna fica livre de qualquer campo magnético. Essa proteção é denominada blindagem magnética (WOLSKI, 2005). 2.5.2 O que é LVDT? O LVDT é um transdutor eletromecânico que produz um sinal elétrico proporcional ao deslocamento de um núcleo móvel DOEBELIN (1990). Esse núcleo de movimento livre é inserido axialmente no interior do enrolamento. A função do movimento do núcleo é realizar um caminho magnético (orientar trajetória eletromagnética do fluxo) entre o primário e o secundário do transformador. O LVDT é baseado no princípio da indutância mútua e seus enrolamentos induzem tensões caracterizando exatamente a posição do núcleo com extrema exatidão. A conexão dos enrolamentos é descrita na Figura 23. Alimentando o enrolamento primário central por intermédio de uma fonte CA, devido à indutância mútua, tensões são induzidas nos enrolamentos secundários. Como estes enrolamentos têm ligação externa do tipo série-oposta, o sinal de saída do LVDT será sempre a diferença entre a tensão dos dois secundários. 32 Figura 23 - representação do corte transversal da bobina do LVDT e disposição dos enrolamentos O princípio de funcionamento do LVDT descreve 3 estágios com características distintas e representados pela Figura 24: Posição do núcleo na posição central dos enrolamentos (null point); Deslocamento à esquerda do centro dos enrolamentos; Deslocamento à direita do centro dos enrolamentos. Figura 24 - posições do núcleo no interior da bobina do LVDT O autor ALLOCA (1984) destaca que o núcleo posicionado exatamente na posição central dos enrolamentos faz com que a soma dos sinais dos secundários se anulem. Desta forma, a tensão de saída (VO) nos terminais teoricamente será nula, com um ângulo de fase entre os sinais de 180 graus. A tensão induzida, a priori, é alterada quando o núcleo é movido da posição central. Para deslocamentos à esquerda da posição central da bobina, teremos uma tensão diferente de zero, representado pelo aumento da tensão induzida no enrolamento de mesma direção. ALLOCA (1984) enfatiza que o ângulo de fase da tensão de saída varia abruptamente de 180º quando o núcleo muda de posição. 33 De forma análoga, para um deslocamento do núcleo à direita da posição central teremos um comportamento idêntico ao caso anterior: a tensão induzida será de magnitude superior na parte direita da bobina. Uma consideração importante a respeito do movimento do núcleo do LVDT é a não-funcionalidade em aplicações desalinhadas ou casos onde o núcleo não viaja em uma linha precisamente retilínea. O efeito da indutância mútua nesses casos poderá ter interpretação errônea, pois o núcleo descreveria uma trajetória bidimensional ao longo do comprimento da bobina. A Figura 25 reproduz um gráfico dos valores da tensão de saída (VO) pela posição do núcleo. É uma reta que atravessa simetricamente passando pela origem. Se as tensões forem plotadas considerando apenas valores positivos de fase, a curva prescreverá valores absolutos em um formato do tipo “V” nos quadrantes positivos do eixo. Figura 25 - gráfico do módulo da tensão de saída em função da posição relativa do núcleo 2.5.2.1 Circuito equivalente do LVDT O transdutor LVDT prescreve o seguinte circuito equivalente, representado pela Figura 26. Nesta simplificação, as componentes primárias 34 aparecem em função de Vi (tensão de entrada), corrente primária de excitação (Ip) e a resistência do primário, respectivamente. A relação de transformação entre as bobinas segundo SCHAEVITZ (1974) será representada pelas indutâncias mútuas Lp e Ls. Está previsto também nesse modelamento as componentes do secundário do LVDT: a resistência do secundário (Rs), impedância de carga (ZL). A tensão Emf resulta um defasamento de 90 graus entre a componente Ip. Figura 26 - circuito equivalente simplificado do LVDT Fonte: Schaevitz (1974) Segundo SMET (2005), com a expansão do circuito modelador, demonstrado na Figura 27, é possível recriar as componentes de indutância mútua entre os enrolamentos: Figura 27 - circuito equivalente ampliado do LVDT Fonte: Smet (2005) Quando o núcleo estiver na posição central (x=0), as induções mútuas M1 e M2 terão valores iguais: ambos os enrolamentos secundários mostrarão a mesma a tensão, a tensão vista pela carga é nula. Ao mover o núcleo (x) no sentido do eixo das abscissas, a indutância mútua M2 é maior que M1, 35 conforme desenvolvimento das equações (9) e (10) em função do deslocamento x: M 2 ( x) M 2 (0) ax bx 2 cx 3 (x4 ) (9) M 1 ( x) M 2 (0) ax bx 2 cx 3 (x 4 ) (10) Segundo o autor, na maioria dos casos Ri é um valor alto, Is é um valor pequeno. Arbitrariamente a freqüência utilizada é de baixo valor, portanto é possível considerar que Rp >> Lp. Assim, a tensão Vo é vista pela equação (11): v0 d d [ M 2 ( x)i p ] [ M 1 ( x)i p ] dt dt d [( M 2 ( x) M 2 ( x))i p ] dt (11) Unindo as equações (9) e (10): M 2 ( x) M 1 ( x) 2ax (x3 ) (12) Desta forma, para melhorar a linearidade, é desprezado os termos quadráticos da expressão. Para medições apuradas não é recomendável negligenciar os termos x3 da expressão. Substituindo a equação (11) em (12): vo d [2ax(t )i p (t )] dt (13) E p .sen( t ) (14) Rp E substituindo a expressão base de Ip na equação (14): 36 vo 2ax(t ).E p . Rp . cos( t ) 2aE p .sen( t ) d . [ x(t )] Rp dt (15) Se a velocidade de medição do deslocamento for pequena, Smet (2005) afirma que é possível omitir o segundo termo da equação (15): vo 2ax (t ).E p . . cos( t ) Rp (16) Assim é possível deduzir a equação para cálculo da sensibilidade do LVDT, expressa em (mV/ V/ Polegada): S Vo xE p 2a Rp (17) 2.5.2.2 Posição nula do núcleo (PNN) Conforme SOISSON (2002), na prática a tensão de saída não atinge o valor zero na posição nula. Esse comportamento explica-se devido a uma pequena tensão residual. ALLOCA (1984) complementa com a afirmação que tanto as capacitâncias entre primário e secundário como a não conformidade simétrica das bobinas contribuem para esse fenômeno. Os sinais do secundário não terão assim o mesmo ângulo de fase, conseqüentemente em nenhuma posição o núcleo atingirá valor zero. Para mensurar a tensão residual no LVDT, ALLOCA (1984 p.77) sugere, conforme a Figura 28, a seguinte conexão e procedimentos: Figura 28 - conexões para medição da tensão de posição neutra Fonte: Schaevitz (1974) 37 A tensão primária é aterrada percorrendo um caminho do tap (transformador ou oscilador) até o ponto comum de aterramento; A tensão secundária do LVDT retorna pelo mesmo caminho de aterramento. Distorções do sinal excitador e imperfeições dos materiais magnéticos geram componentes harmônicas de difícil anulação, mesmo em condições onde o deslocamento do núcleo se encontra na posição neutra. ALLOCA (1984) ressalta que os valores são de magnitude insignificante para a maioria das aplicações, abaixo de 0,25% da escala total de medição. Outra razão para desprezar a tensão residual é o fato de o LVDT necessitar de um circuito condicionador com demoduladores. A sua presença eliminará através da eletrônica qualquer efeito substancial do sinal. O circuito eletrônico estipulará um sinal CC nulo na posição zero. 2.5.2.3 Escala linear normal (ELN) ALLOCA (1984) classifica que a escala linear nominal do LVDT é uma importante especificação a ser considerada. O máximo deslocamento do núcleo além da posição central determina a faixa de medição nominal (FMN). O autor enfatiza que a FMN linear do LVDT pode sofrer variações de alguns graus de acordo com a freqüência excitada. Outro fator que afeta a escala é a resistência de carga. A Figura 29 retrata os diferentes efeitos realizados pela alteração da freqüência de excitação com a introdução de diferentes resistências de carga no conjunto. 38 Figura 29 - comparativo do sinal de saída operado por deferentes freqüências e resistências de carga Fonte: Schaevitz (1974) 39 2.5.2.4 Sensibilidade A sensibilidade do transdutor LVDT é expressa em função da máxima escala do sensor. Usualmente é especificada através da simples relação entre a tensão de saída pelo deslocamento correspondente e sua tensão de entrada. ALLOCA (1984) ressalta a prática mais usual da unidade (mV/ V/ polegada). Supondo um sinal de saída ideal do LVDT, uma resistência de carga infinita, será o produto final entre a sensibilidade, o deslocamento do núcleo e a tensão excitatória primária. Desta forma, em todos os casos a VO será determinada pela carga e a freqüência de excitação conforme Figura 29 e Figura 30. O simples fato da utilização um valor alto de carga no LVDT proporcionará uma diferença considerável entre os valores normais e os teóricos de VO. Se essa prática é estritamente necessária, ALLOCA (1984) alerta para a correção através da freqüência de excitação, pois neste caso, a sensibilidade da tensão também varia com a freqüência. Figura 30 - comparação da impedância de carga e freqüência de operação no sinal de saída do LVDT Fonte: Schaevitz (1974) 40 2.5.2.5 Linearidade A grande maioria dos SM apresenta uma característica de resposta linear (CRL). Entretanto, segundo GONÇALVES (2005) a CRL pode afastarse deste comportamento ideal. O autor define linearidade como um parâmetro que exprime o quanto o CRL afasta-se de uma reta. Não existe um procedimento único para a determinação do erro de linearidade. Os valores e resultados devem ser obtidos através de uma mesma condição experimental. Um exemplo prático para calcular o erro de linearidade é através do método dos mínimos quadrados. GONÇALVES (2002) define o método como o cálculo da posição de uma reta de referência. É um procedimento de baixa exigência computacional. Chama-se de erro de linearidade o maior afastamento da curva de erros sistemáticos à reta de regressão. Para reproduzir a reta de referência é calculado os coeficientes da equação Y a.x b onde n é o número de pontos coordenados (xi, yi), em cada somatório i varia de 1 a n. a n ( xi y i ) n b xi . 2 i ( xi ) 2 yi a xi x yi (18) (19) n Quanto às fontes de informação, NACHTIGAL (1990 p.310) e WEBSTER (1998 p.6-30), ambas classificam a VO do LVDT como um resultado linear em resposta ao deslocamento do núcleo móvel. Essa característica é descrita na figura 33. A linearidade encontrada nos LVDT convencionais é de 0,25% do deslocamento segundo SEIPPEL (1988). Algumas aplicações especificas aonde a precisão é requerida esse valor pode chegar até 0,05 %. ALLOCA (1984) alerta para o fato da linearidade LVDT estar relacionada com a carga. A Figura 31 descreve o efeito dessa relação, aonde a variação da carga aplicada interfere consideravelmente na resposta do transdutor. 41 Figura 31 - representação da curva de linearidade e respectivo ângulo de fase para os sinais de saída do LVDT - Fonte: Alloca (1984) 2.5.2.6 Resolução De acordo com INMETRO (1995), resolução é a menor diferença entre indicações que pode ser significativamente percebida. Para avaliar a resolução, o estudo é feito em função de cada tipo de instrumento. Para transdutores analógicos considera-se a resolução alta. No entanto, em função das limitações do operador, da qualidade do dispositivo indicador e da própria necessidade de leituras criteriosas podemos adotar um critério seletivo de classificação: um parâmetro comparativo com o valor de divisão (VD) da escala utilizada. A resolução do transdutor LVDT será a menor mudança de posição do núcleo que pode ser observada de acordo com a saída. Seu funcionamento através do acoplamento magnético permite um desempenho de resolução infinita. Isso quer dizer que a menor mudança no núcleo produzirá uma alteração na VO. Segundo os apontamentos de ALLOCA (1984), a resolução do LVDT está criticamente relacionada com a sensibilidade do circuito condicionador e do método de mensura. Uma eletrônica apurada e seletiva juntamente com um sistema de medição aguçado disponibilizará maiores subdivisões nos VD da escala do sensor. 42 2.5.2.7 Repetibilidade INMETRO (1995 p.27) define repetibilidade como o grau de concordância entre os resultados de medições sucessivas de um mesmo mensurando efetuadas sob as mesmas condições de medição. As condições para estabelecer uma repetibilidade confiável são mesmo: princípio, método e instrumento de medição; observador, local e intervalos de tempo; local, padrão de referência e condições de utilização; O procedimento correto, segundo GONÇALVES (2002), é especificar o intervalo de valores que através de uma probabilidade estatística se situará o intervalo de segurança de um SM. O autor sugere o uso de repetibilidade com confiabilidade de 95%. A repetibilidade do LVDT só será afetada em função das características de construção e estruturas físicas dos componentes mecânicos do sensor, onde o núcleo e a bobina estarão montados ALLOCA (1984 p.77). 43 2.5.2.8 Sinal excitador 2.5.2.8.1 Freqüência de entrada Por se tratar de um transdutor de alta versatilidade, o LVDT pode ser operado através de uma faixa de freqüência extensa. A gama de freqüências que podem ser empregadas no sinal de entrada segundo ALLOCA (1984) é desde 50 Hz até 1 MHz conforme o mapa do espectro de freqüência da Figura 32: Figura 32 - limites operacionais da freqüência de excitação do LVDT Para preservar a fidelidade da mensura de rápidos deslocamentos, é aconselhável a utilização de uma freqüência portadora de excitação pelo menos dez vezes maior que a freqüência praticada na medição do movimento mecânico ALLOCA (1984 p.78). O autor reconhece que para aplicações onde existam deslocamentos estáticos ou sistemas não oscilatórios (cerca de seis ciclos por segundo), uma freqüência excitatória de 60 Hz alimentando o LVDT é suficiente. Entretanto, conforme Figura 29, a sensibilidade e eficiência de VO aumentam de acordo com o valor da freqüência de excitação. Particularmente uma alta freqüência oscilatória na entrada do transdutor representará uma parcela inferior da escala do deslocamento do LVDT. Embora a VO do transdutor varie em função da freqüência de entrada (Figura 29), as alterações do sinal de saída não são diretamente proporcionais ao sinal do primário. Conforme apresentado na Figura 31, nas proximidades da região cujo ângulo de fase é zero, as alterações no sinal de saída são triviais. MACROSENSORS (2007 p.4) destaca o uso de uma freqüência oscilatória no primário na faixa de 2 kHz a 10 kHz, diferentemente de KESTER (2002 p.6.7) que utiliza uma faixa de medição de 50 Hz até 20 kHz. 44 2.5.2.9 Características do sinal de entrada 2.5.2.9.1 Forma de onda A grande maioria das aplicações utilizando LVDT de acordo com NACHTIGAL (1990), utilizam forma de onda senoidal. Um sinal senoidal simétrico garantirá um sinal livre de distorções harmônicas. Esses efeitos segundo ALLOCA (1984) não danificam a linearidade do transdutor, mas podem aumentar a tensão na posição nula. 2.5.2.9.2 Amplitude Por se tratar de uma característica inerente da forma de onda de entrada, a amplitude do sinal poderá sofrer mudanças, de acordo com a aplicação e dimensões físicas do transformador. ALLOCA (1984) destaca que o valor da amplitude possui valores nominais de 1 a 10 volts eficazes e baixas potências dissipativas, algumas frações de Watt. Aplicando uma tensão de entrada (Vi) fixa, a corrente primária excitada pode ter o seu valor alterado quando a freqüência de oscilação aumenta. Assim é possível relacionar, por exemplo, uma condição com alto valor de tensão de entrada em condições de alta freqüência, obedecendo às limitações da potência de entrada. Entretanto, segundo ALLOCA (1984), o sinal do primário não deve produzir efeitos indesejáveis como saturação no núcleo e exceder a tensão de avaria da isolação do enrolamento das bobinas. O mesmo autor enfatiza que altas de Vi podem afetar a máxima exatidão do transdutor, pois nesse caso a procura pela alta sensibilidade também acarreta efeitos térmicos na operação do LVDT. Além disso, altos valores excitatórios produzem distorções harmônicas no sinal de saída representadas na Figura 33: 45 Figura 33 - distorção harmônica relacionada pela Vi e VO - Fonte: Alloca (1984) 2.5.2.10 Impedância A impedância primária e secundária do LVDT são de natureza indutiva. Vetorialmente podem ser representadas por Rp + jXp e Rs + jXs respectivamente. A magnitude da impedância secundária será sempre maior que a impedância do lado primário. ALLOCA (1984) explica que esse comportamento está ligado aos fatores de transferência do transformador e sua postura será sempre constante através do movimento do núcleo. 2.5.2.11 Ângulo de fase Conforme explicado anteriormente, um transdutor LVDT bem construído terá sempre o ângulo de defasamento entre Vi E VO suplementar (ângulos somados possuem defasamento igual a 180 graus). O ângulo de fase terá uma alteração instantânea na posição central das bobinas. ALLOCA (1984) enfatiza que um bom projeto de transdutor consegue erro de 1 grau a partir do defasamento. De acordo com o autor, o valor do ângulo de fase está predominantemente entre -20° e +75° e pode 46 variar em função do tipo do transformador, freqüência, carga e outros fatores conforme Figura 34: Figura 34 - gráfico do ângulo de fase e freqüência de excitação - Fonte: Schaevitz (1974) 47 2.5.2.12 Cálculo do ângulo de fase Uma aproximação que pode ser realizada é o cálculo do ângulo de fase teórico. A expressão numérica em função da freqüência (f), indutância primária (Lp), resistência primária (Rp) determina o ângulo de fase da corrente primária. ALLOCA (1984) explica que o valor negativo da expressão demonstra que a corrente está defasada em relação à tensão. Øp Øs Øp arc tan 90 ( - 2 . . f . Lp ) arctan (20) Rp ( - 2 . . f . Lp ) (21) Rp Onde: Øs - ângulo de fase secundário Øp - ângulo de fase primário De acordo com o diagrama vetorial da Figura 35, ALLOCA (1984) ilustra a interelação entre os vetores OP (tensão do primário), OS1 e OS2 (tensões dos secundários opostos) e OSo representa a mínima tensão a qual ocorre no ponto de deslocamento nulo. O autor enfatiza que a dimensão do vetor OSo está ampliado. A linha tracejada representada uma condição ideal da tensão resultante dos secundários de um LVDT balanceado onde OT1 e OT2 são as tensões de saída nas extremidades desta condição. É possível perceber que no momento que a linha atravessa o ponto O, sua fase muda abruptamente 180 graus. Figura 35 - vetor do ângulo do sinal de saída pelas posições do núcleo Fonte: Schaevitz (1974) 48 2.6 CIRCUITO CONDICIONADOR 2.6.1 Condicionadores de sinal analógico (CSA) O elemento do sistema de medição que converte o sinal de um sensor numa forma clara e passível de tratamento é o chamado condicionador de sinal. SEIPPEL (1988) afirma que a grande maioria dos sensores produz sinais de grandeza ínfima ou de natureza que não estão na forma adequada para indicação ou análise. O autor classifica dois tipos de CSA: o passivo e o ativo. Os condicionadores passivos são aqueles que não modificam o sinal através de nenhum artifício complexo (circuitos moduladores, amplificadores e integradores, por exemplo). Os circuitos passivos realizam o tratamento do sinal apenas por componentes discretos como resistores, capacitores e indutores. Divisores de tensão através de malhas resistivas, pontes de Wheatstone e filtros passivos são exemplos de CSA passivos. Os CSA do tipo ativo utilizam, por exemplo, tecnologia de circuitos do tipo solid-state (circuitos integrados) para modificação do sinal do sensor. Neste sentido SEIPPEL (1988) classifica os circuitos ativos com funcionalidades de amplificação, atenuação, modulação, integração e diferenciação. SEIPPEL (1988) classifica o amplificador operacional (Amp-op) como o exemplo mais presente em dispositivos condicionadores de sinal. Os Amp-op são capazes de reunir em um único encapsulamento uma gama de aplicações para tratamento do sinal. Através da interconexão de alguns componentes discretos é possível configurar não apenas amplificadores, mas comparadores, conversores, filtros ativos e osciladores. 2.6.2 Característica do circuito condicionador O circuito condicionador completo do LVDT terá a finalidade de converter o sinal gerado pelo sensor em níveis aceitáveis de leitura, alimentar a bobina primária e fornecer a tensão de referência para alimentação do circuito. 49 2.6.3 Condicionador de sinal dedicado - AD698 Uma opção difundida no mercado é a utilização de um condicionador de sinais AD698 para aplicações exclusivas que envolvam sensores do tipo LVDT. Esse circuito integrado reúne na mesma pastilha semicondutora um oscilador interno e dois circuitos demoduladores síncronos. Com a adição de componentes passivos externos para ajuste de freqüência e ganho do circuito, é possível usufruir de um poderoso condicionador de sinal, capaz de tratar os dados de diversos sensores LVDT do mercado de maneira universal. Na Figura 36 é possível verificar o diagrama de blocos completo do circuito integrado AD698. Figura 36 - diagrama de blocos interno - funcionamento do condicionador de sinais para LVDT AD698 - Fonte: Analog Devices 50 2.6.4 Princípio de funcionamento do condicionador de sinal De acordo com os apontamentos de ANALOG (2001 p.8), o oscilador de entrada deverá apresentar baixa distorção e amplitude de entrada estável. O mesmo fabricante aconselha a utilização de Amp-op configurado como oscilador ponte de Wien (Figura 37). É um oscilador configurável e consegue gerar um sinal senoidal livre de distorções. A freqüência do oscilador senoidal pode ser dimensionada através de alguns componentes discretos, conforme a equação (22). A única recomendação do fabricante é a não utilização componentes que ultrapassem os limites do amplificador operacional. f 1 2 RC (22) Segundo ALLOCA (1984 p.80), o circuito oscilador de entrada deverá proporcionar impedância de entrada compatível com a aplicação. O autor enfatiza que o oscilador deve ser capaz de suprir como drive o primário do LVDT com uma tensão de amplitude estável entre 1 e 6 Vrms, caso contrário deverá prever um amplificador do sinal para magnitude de sinais pequenos, ou circuitos atenuadores para sinais de grandeza superior a faixa mencionada. A configuração deste circuito pode ser observada através da Figura 37. Figura 37 - topologia do oscilador Ponte de Wien 51 TRANS-TEK (2003 p.1), recomenda a utilização na saída do secundário do LVDT uma ponte retificadora do tipo onda completa e um filtro passivo conforme Figura 38 e Figura 39: Figura 38 - inserção de um retificador onda completa no secundário do LVDT Figura 39 - sinal CC obtido após a inserção do filtro passa-baixa De acordo com TRANS-TEK (2003), o filtro mais adequado é o passabaixa passivo de 1a ordem. Verifica-se que, para CC e baixas freqüências, o ganho é unitário. Na freqüência de corte partir de figura 43. o, o = (RC)-1, o ganho cai a 0,707. A o filtro rejeita freqüências à razão de -20 dB/década, conforme 52 Figura 40 - filtro passivo de primeira ordem passa-baixa. Desta forma o sinal de saída final terá características CC ideais para análise em função do deslocamento do núcleo do LVDT, justificando, portanto o uso do condicionador de sinais. 53 CAPÍTULO 3 DIMENSIONAMENTO DO TRANSDUTOR 3.1 Preâmbulo Neste capítulo serão abordados todos os aspectos construtivos do sensor e circuito do transdutor LVDT. Inicialmente será ensaiado um modelamento eletromagnético através do método comumente utilizado para estes fins, denominado análise de elementos finitos (MEF). Através do software FEMM, são feitas diversas análises tais como: comportamento dos materiais empregados, dimensionamento do sensor e simulações das linhas de fluxo magnético. Para finalizar o estudo, o aplicativo EFCAD capacita-nos um estudo complementar para cálculo aproximado da indutância mútua entre os enrolamentos, de acordo com a variação da posição do núcleo no interior do LVDT. A seguir é demonstrado passo a passo a metodologia de confecção do sensor, suporte auxiliar de medição e circuito condicionador de sinal, relacionando todos os componentes, equipamentos e cálculos correlatos. Na seqüência são feitas considerações técnicas de maior relevância para a análise experimental do transdutor LVDT. 3.2 Modelamento utilizando Método de Elementos Finitos O Método de Elementos Finitos é um procedimento versátil para analisar determinados problemas de projeto na engenharia. Porém, problemas de geometria complexa, ironicamente os mais encontrados, tornam esse procedimento demorado e de natureza computacional extensa. Diante destes fatos, MEEKER (2007) afirma que a resolução de problemas eletromagnéticos na maioria dos casos utiliza equações diferenciais. A utilização dos métodos dos elementos finitos viabiliza a maioria das aplicações de geometrias complexas com condições de contorno por resolver estas equações diferenciais através de métodos numéricos. 54 Desta forma, o objetivo principal da utilização do MEF é escolher a melhor disposição física do LVDT. Esta importante etapa não deverá negligenciar características como: - materiais empregados na confecção do sensor LVDT; - relação dimensional entre a bobina primária e as secundárias; - secção transversal do enrolamento e número de espiras por bobina; - características do núcleo ferromagnético; - corrente excitatória do circuito magnético; 3.2.1 Modelamento através do software FEMM Cabe ressaltar que a opção de escolha do software FEMM para análise de elementos finitos resulta na praticidade demonstrada no tratamento das informações requeridas. Este programa disponibiliza um estudo do LVDT, em vista de uma necessidade de uma interação e formatação mais amigável entre programas relacionados à MEF. A utilização do MEF transforma toda a geometria complexa do problema em um número extenso de regiões de simples geometria (triângulos). Baseado nos nós gerados, os elementos triangulares são gerados nas superfícies. Para exemplificar tomemos como base a Figura 41: São criados os nós e as malhas entre os contornos com o intuito de gerar as superfícies a serem analisadas, Figura 41(1). Em seguida é executado o comando mesh, utilizando método de triangulação, Figura 41(2). Evidenciam-se também a caracterização caminho fluxo magnético de acordo com o sentido de enrolamento das bobinas criadas no item (1). Arbitrariamente considera-se o valor negativo de um dos enrolamentos, para representação da ligação das bobinas do LVDT em série-oposta conforme descrição do item 2.5.2. 55 Após o tratamento intermediário das informações, é possível visualizar na Figura 41(3), a magnitude do fluxo magnético através de uma escala crescente de cores. Regiões classificadas com uma maior concentração de fluxo magnético são descritas com cores de tom escuro. Na Figura 43 é possível verificar através da posição dos vetores o sentido das linhas de campo magnético. Figura 41 - (1) método de triangulação; (2) analise; (3) densidade de fluxo Fonte: FEMM 56 O matérial de composição do núcleo de ferrite Thorton, IP6, não constava na lista do FEMM. Foi necessária, através da folha de dados do fabricante, a inserção da curva de permeabilidade na biblioteca do software, conforme Figura 42. Figura 42 - inserção da curva de permeabilidade magnética do material IP6 Fonte: FEMM Figura 43 - vetores do campo magnético na região da bobina primaria do LVDT Fonte: FEMM Nota-se, portanto que as linhas de força representadas preferem se concentrar em meios materiais evitando o ar, possuidor de uma menor permeabilidade. 57 3.2.2 Resultados obtidos através do FEMM Depois de realizado o estudo preliminar utilizando o MEF para o LVDT, cabe ressaltar algumas importantes abordagens a respeito dos resultados computacionais obtidos: A região de maior magnetização será sempre no interior do núcleo de ferrite e acontecerá na parcela próxima a bobina primária. O fluxo magnético ao longo das bobinas é de valor pequeno. Desta forma, para determinação do dimensional do LVDT foram levantados os seguintes parâmetros: Bobina primária com dimensional de 15mm e bobina secundária de 25mm, resultando juntas o tamanho do núcleo móvel. Este dimensional possibilita uma maior secção transversal dos enrolamentos já que a relação da densidade de corrente J (A/mm2) é alterada. Característica do núcleo com alta permeabilidade magnética, no caso ferrite, foi possível trabalhar perto da região de “joelho” da curva BH do material, conferindo linearidade. 3.3 Modelamento utilizando EFCAD O EFCAD (Electromagnetic Field Computer Aided Design) é um software para cálculo de campos eletromagnéticos baseado no método de elementos finitos da mesma forma que o FEMM. Este aplicativo foi desenvolvido pelo Grupo de Concepção e Análise de Dispositivos Eletromagnéticos (GRUCAD) da UFSC. Como o software FEMM 4.2 não foi desenvolvido para o cálculo de indutância mutua utilizando o método assimétrico, foi necessário procurar outra ferramenta. O EFCAD 6.0 faz este cálculo, mas a versão disponível é limitada. Sob supervisão de um dos coorientadores do trabalho foi obtido o acesso restrito à versão completa do aplicativo, possibilitando o completo estudo do caso. 58 Neste aplicativo também foi necessário à inserção do material IP6 do ferrite, conforme Figura 44. Figura 44 - curva BxH exibida pelo EFCAD Bem como no FEMM, foi necessária a inserção dos pontos de margem das várias figuras geométricas que representam os elementos do transdutor, conforme Figura 45. Para isto foi utilizado o aplicativo EFR, do pacote EFCAD. A forma de apresentação dos dados ao usuário é semelhante ao FEMM. Porém o EFCAD realiza cálculos de indutância mútua essenciais para o estudo do funcionamento do transdutor. Para calcular a indutância mútua necessita do valor de densidade de corrente introduzida pelo enrolamento primário. Nos experimentos constatou-se que uma corrente de 3mA circulando do enrolamento citado. A área da secção do primário é 82,5mm2 e este possui 2000 espiras. Com base na equação (23) e com os valores acima citados, concluí-se que o valor da densidade de corrente é de 0,07272 A/mm2. Este foi o valor utilizado para os cálculos no aplicativo EFCS (aplicativo do pacote EFCAD). 59 J n.i s (23) Onde: J - densidade de corrente (A/mm2); n - número de espiras da bobina; i - corrente em àmperes; s - área da secção dos enrolamentos. Com o valor da corrente no primário em mãos, foram determinadas as delimitações do sistema. No EFCS, foi considerado um sistema de primeira ordem, assimétrico, não linear (Newton-Raphson) e 30 interações no sistema de resolução ICCG (método de gradiente pré-condicionado incompleto de Cholesky). Na seqüência, utilizando outro aplicativo do pacote, EFGN, é gerada a Figura 46. Neste aplicativo são calculadas as indutâncias próprias e mútuas exibidas na Tabela 4. Figura 45 - delimitação do problema EFCAD 60 Para calcular o gráfico da Figura 47, foi deslocado 28 vezes o núcleo, percorrendo toda região interna da bobina. Cada deslocamento resultava em diferentes valores de indutâncias própria e mutua. Figura 46 - linhas de campo geradas pelo enrolamento primário EFCAD A equação (38) calcula o valor da corrente no enrolamento primário: I1 VRMS R fio j L11 Tratando todos os dados em módulo: I1 Onde: I1 = corrente no primário VRMS = tensão de entrada R fio = resistência do primário L11 = Indutância própria = freqüência angular (24) VRMS R fio 2 L112 61 Equação (25), para a obtenção da tensão de saída, considerando uma corrente no secundário nula I 2 =0: Vo j .( L12 L 13 ).I1 Tratando todos os valores em módulo: Vo (25) .( L12 L 13 ).I1 Onde: I1 = corrente no primário VRMS = tensão de entrada L 12 = indutância mútua entre primário e secundário 1 L13 = indutância mútua entre primário e secundário 2 = freqüência angular Tabela 4 - Valores de indutância obtidos pelo aplicativo EFCAD L11 (H) L12 (H) L13 (H) L12-L13 (H) I1 (A) Vo (V) X (mm) 0,1645 0,1733 0,1815 0,1887 0,1953 0,2012 0,2063 0,2107 0,2145 0,2176 0,2201 0,2221 0,2235 0,2243 0,2246 0,2243 0,2235 0,2221 0,2201 0,2176 0,2145 0,2107 0,2063 0,2012 0,1953 0,1887 0,1815 0,1733 0,1645 0,164 0,16770 0,17020 0,17160 0,17200 0,17160 0,17030 0,16830 0,16550 0,16210 0,15800 0,15340 0,14830 0,14280 0,13680 0,13060 0,12410 0,11730 0,11050 0,10350 0,09654 0,08962 0,08284 0,07627 0,07001 0,06413 0,05874 0,05371 0,04917 0,04917 0,05371 0,05874 0,06413 0,07001 0,07627 0,08284 0,08962 0,09654 0,10350 0,11050 0,11730 0,12410 0,13060 0,13680 0,14280 0,14830 0,15340 0,15800 0,16210 0,16550 0,16830 0,17020 0,17030 0,17160 0,17160 0,17200 0,16770 0,16400 0,11483 0,11399 0,11146 0,10747 0,10199 0,09533 0,08746 0,07868 0,06896 0,05860 0,04750 0,03610 0,02420 0,01220 0,00000 0,01220 0,02420 0,03610 0,04750 0,05860 0,06896 0,07868 0,08736 0,09403 0,10159 0,10747 0,11326 0,11399 0,11483 0,004060 0,003856 0,003684 0,003544 0,003426 0,003326 0,003244 0,003177 0,003121 0,003077 0,003042 0,003015 0,002996 0,002986 0,002982 0,002986 0,002996 0,003015 0,003042 0,003077 0,003121 0,003177 0,003244 0,003326 0,003426 0,003544 0,003684 0,003856 0,004060 2,929545 2,761947 2,579764 2,393316 2,195134 1,992075 1,782758 1,570526 1,352280 1,132858 0,907907 0,683833 0,455560 0,228848 0,000000 0,228848 0,455560 0,683833 0,907907 1,132858 1,352280 1,570526 1,780720 1,964909 2,186525 2,393316 2,621425 2,761947 2,929545 27,64 28,6765 29,713 30,7495 31,786 32,8225 33,859 34,8955 35,932 36,9685 38,005 39,0415 40,078 41,1145 42,151 43,234 44,317 45,4 46,483 47,566 48,649 49,732 50,815 51,898 52,981 54,064 55,147 56,23 57,313 62 Para a confecção do gráfico a seguir, foi utilizado um fator multiplicador de ajuste, na equação (24), de valor 2. No experimento constatou-se uma corrente de 3mA e pelos valores calculados, chegamos somente a 1,5mA. Utilizando este fator de ajuste da corrente de entrada, conforme dados da Figura 47, chegou-se a valores próximos aos valores experimentados. No aplicativo foram obtidos resultados próximos ao valor prático, sendo utilizado o fator de ajuste somente para o valor de corrente de entrada (ajuste antes de aplicar dados no aplicativo). 63 Figura 47 - Gráfico comparativo dos resultados do aplicativo e da prática 64 3.4 Metodologia de construção LVDT É demonstrado nesse capítulo o processo completo de construção do LVDT, evidenciando toda a metodologia empregada para validação do sensor. 3.4.1 Construção da bobina polimérica Segundo abordagem do item 2.4.1, será utilizado um polímero na confecção da bobina. Após consulta prévia de catálogos de fabricantes, optou-se pela utilização do polipropileno. O dimensional de cada barra crua confere um diâmetro nominal 35mm e densidade especifica 0,91g/cm2. O PP possui características de fácil usinagem e boa estabilidade dimensional além de um baixo coeficiente de atrito pontos que determinaram sua escolha. 3.4.1.1 Usinagem mecânica da bobina condicionadora Conforme item 2.4.1, a função da bobina é abrigar tanto o enrolamento primário como os secundários do sensor. Segundo ALLOCA (1984), as bobinas do sensor a ser construído devem ter características simétricas para o perfeito funcionamento do LVDT. Para uma condição perto da ideal, a forma mais eficiente para construção da bobina condicionadora é a fabricação através de injeção, processo segundo PADILHA (2000) denominado extrusão plástica. Uma alternativa é a utilização usinagem através de um torno mecânico, devido ao elevado custo unitário da extrusão para pequenas quantidades. A usinagem dos polímeros foi efetuada com um torno Nardini, modelo CDL-6251, com precisão de 10µm. Inicialmente, foi feito um encaixe cônico de forma a fixar a barra de polipropileno crua no eixo axial girante do equipamento. Esse procedimento é visualizado na Figura 48. 65 Figura 48 - início da usinagem da bobina condicionadora. O cavaco gerado durante a usinagem, devido característica dos polímeros, foi removido inúmeras vezes, gerando interrupções no processo. A Figura 49 mostra o cavaco e em seguida, na Figura 50 a usinagem completa. Figura 49 - cavacos sob a bobina 66 Figura 50 - usinagem externa completa Para a parte interna da bobina, compartimento do núcleo ferromagnético, foram efetuados duas perfurações progressivas com brocas de diâmetros distintos (8mm e 16mm), conforme recomendação do fabricante do PP. A inserção de líquido refrigerante no processo de perfuração se tornou essencial conforme Figura 51 e Figura 52. Figura 51 - perfuração inicial da bobina condicionadora e inserção de líquido refrigerante para resfriar o conjunto em atrito. 67 Figura 52 - corte com broca 16mm 3.4.2 Enrolamento da bobina condicionadora Para uma disposição física uniforme do fio de cobre nas bobinas primárias e secundárias, o procedimento utilizado é a inserção do enrolamento através de uma máquina bobinadeira de transformadores. O equipamento utilizado foi uma bobinadeira Digimotor, modelo DMB 5000 MCHS. Inicialmente, para a fixação da bobina polimérica no equipamento, foi necessária a construção de um braço adaptador com um intuito de conferir rigidez ao núcleo de interior cilíndrico. Sua finalidade é fixar sem possíveis folgas, um carretel de secção circular em uma haste de características retangulares. A fixação do conjunto é feita através de um parafuso rosca M5 de 3cm de curso, conforme figura 53. 68 Figura 53 - base retangular da haste e seu respectivo braço adaptador Posteriormente, deu-se início a programação da bobinadeira, cuja árvore de programação possibilita a gravação dos parâmetros básicos de velocidade, aceleração progressiva, número de voltas e programação do curso Xmaior e Xmenor do carretel a ser enrolado. A programação de P1, S1 e S2 é realizada e seus parâmetros salvos na memória interna do equipamento. Os parâmetros determinados foram os seguintes: Tabela 5 - parâmetros salvos para o processo de bobinamento do LVDT Primário Secundário 1 Secundário 2 Xmenor Xmaior Velocidade Sentido Rot Desacelerar em Nº espiras 53.6 29.6 29.6 68.2 54.4 54.4 4 5 5 CW CW CCW 100 150 150 2000 4000 4000 Na Figura 54 visualiza-se o primeiro sensor, no qual inicialmente se utilizou um fio 36 AWG para os enrolamentos primário e secundários, com 1000 e 2000 espiras, respectivamente. 69 Figura 54 - bobina com fio 36 AWG Tal procedimento de enrolamento não conferiu valores expressivos de densidade de corrente J (A/mm2), pois sua seção transversal preenchida pelo enrolamento se tornou insuficiente. Um maior número de voltas no enrolamento das bobinas conferiria uma densidade de corrente superior, mas contrapartida a impedância do enrolamento ( /km) aumentaria para níveis indesejáveis. Em seguida, foi enrolada novamente a bobina, mas agora com fio 33 AWG, conferindo 2000 espiras no primário e 4000 nos secundários. Nota-se que houve um aumento substancial na seção transversal do enrolamento, característica inerente da densidade de corrente J. A Figura 55 apresenta-se o sensor com fio 33 AWG. Figura 55 - sensor com fio 33 AWG 70 Conforme pré-definido na tabela comparativa abaixo, o fio mais adequado para a aplicação é o fio 33 AWG. Estes valores calculados serão comparados com valores obtidos em medições e será apresentado um comparativo entre ambos. Cálculo da resistência dos secundários: 4000 espiras Utilizando o raio médio para descobrir o comprimento de uma volta completa no enrolamento: 1volta 2. .12, 25mm 2. .Rméd (26) 76,96mm R33 AWG = 0,69637 /m 4000.0, 07696 307,8668m 307,8668.0, 69637 214,3892 3.4.3 Medição dos enrolamentos Prosseguindo com a construção do sensor foi feita a medição da indutância e resistência de cada enrolamento, sem a inclusão do núcleo em seu interior. Observa-se na Figura 56 os valores de indutância encontrados e na Figura 57 os valores de resistência. Os valores de ambas as bobinas secundárias foi próximo, tanto em questão de indutância como resistência, conforme resultados dispostos na Tabela 6. Tabela 6 - valores medidos Enrolamento Resistência ( ) Indutância (H) Secundário 1 217 0,217 Secundário 2 216 0,213 71 Figura 56 - valores de indutância medidos na ponte RLC sem a inclusão do núcleo magnético Figura 57 - valores de resistência medidos na ponte RLC 72 3.4.3.1 Comparativo entre valores de resistência calculados e medidos Resistência secundário 1: 1 ValorMedido .100% ValorCalculado 1 217 .100% 214,38 1 216 .100% 214,38 1, 2177% Resistência secundário 2: 1 ValorMedido .100% ValorCalculado 0, 7513% 3.4.4 Construção do núcleo ferromagnético e haste extensora A escolha do núcleo ferromagnético mais adequado à aplicação de acordo com a análise no item 2.4.2. O ferrite utilizado é o Thornton NBC15/40-IP6 dimensões 15mm de diâmetro e 40mm de comprimento. Na Figura 6 observa-se a curva BxH do material IP6 utilizado. Devido à forma que são construídos, por prensagem cerâmica de alta temperatura, possuem tolerância de dimensões, ±0,6mm no diâmetro e ±1mm no comprimento. Assim existem diferenças entre os núcleos adquiridos. Na Figura 58, verificase os ferrites NBC. Figura 58 - ferrites 40mm, diâmetro nominal 15mm. União com a haste pela porca de AISI316. Para confecção da haste extensora, o material empregado é o papelão tubular laminado de alta densidade. A opção principal por um material nãomagnético e de fácil aquisição foi determinante para a confecção da haste do LVDT. 73 Para união do núcleo de ferrite e a haste extensora, é utilizado um colante a base de resina epóxi e uma porca de AISI316, conferindo uma maior área de contato entre os materiais. 3.4.5 Construção do suporte auxiliar de medição (SAM) O SAM será construído com o objetivo principal de disponibilizar uma estrutura física completa para validar as medições aplicadas no sensor. Para a montagem foi utilizada uma base plana de madeira. Nesta base foi feito um rebaixo para o exato encaixe de um cilindro, constituído de AISI316 e com dimensões de 275mm de altura por 19mm de diâmetro. Serve como apoio de dois calços, um inferior A1 e um superior A2, nos quais é fixado o paquímetro e realizada a medição, conforme Figura 59. Sob esse cilindro está também uma barra roscada de inox fisicamente acoplada ao núcleo do LVDT. A barra está presa ao cilindro por meio de porcas, E1, E2 e E3, pois assim com uma volta na barra roscada já haverá variação da distância medida pelo paquímetro. O sensor está apoiado em um suporte de aço inox, B1, permitindo um total deslocamento do núcleo no mesmo. 74 E1 E2 E3 A1 A2 B1 Figura 59 - suporte auxiliar de medição 75 3.5 CONSTRUÇÃO DO CSA 3.5.1 ESTUDO DO SINAL DE ENTRADA 3.5.1.1 Oscilador de entrada O oscilador de entrada conectado ao primário do LVDT tem um papel de extrema importância no estudo do transdutor. Este circuito conforme item 2.6.2.1.1, deverá possuir um sinal senoidal livre de distorções, amplitude estável e de fácil implementação prática. O circuito oscilador será escolhido em função das características do sistema receptor do sinal. São especificados, a seguir, os parâmetros do projeto do circuito oscilador de entrada do LVDT. Tabela 7 - parâmetros do oscilador de entrada Fonte: AN263 - National Característica Forma de onda Faixa de amplitude do sinal (RMS) Parâmetros Senoidal 500mV - 8V Nível de distorção mínima típica desejável 3% Nível de estabilidade da amplitude do sinal 5% Faixa de freqüência de oscilação (Hz) Impedância de saída 100 - 4000 2-8 Para definição da melhor configuração do circuito oscilador que alimentará o enrolamento primário do LVDT, as topologias mais adequadas para essa função é o circuito oscilador seguidor de fase e oscilador Ponte de Wien. Optou-se pela utilização do circuito oscilador Ponte de Wien, por causa da baixa distorção gerada na saída, pequena variação do sinal da amplitude de saída demonstrada na Tabela 8. 76 Tabela 8 - comparativo entre osciladores de baixa freqüência. Fonte: National Escala de Distorção Estabilidade do sinal freqüência Típica de amplitude 1Hz - 1MHz 0,01 % 1 % do sinal de saída 10Hz - 1MHz 1-3% 3 % do sinal de saída Oscilador Ponte de Wien Seguidor de Fase O oscilador Seguidor de Fase em comparação ao Ponte de Wien possui um desempenho inferior em todos os parâmetros demonstrados, motivo no qual não será objeto de estudo para excitação do transdutor. 3.5.1.2 Análise do oscilador Ponte de Wien O primeiro critério a ser estudado na construção do oscilador Ponte de Wien é a estabilidade de oscilação. Esse importante parâmetro é o resultado da manutenção de um laço de ganho constante em torno do valor da freqüência oscilatória. Primeiramente para haver oscilação no circuito Ponte de Wien o amplificador operacional deverá ter um ganho unitário e deslocamento de fase zero na entrada. Na Figura 60 (item 2), a configuração do oscilador prevê um arranjo em forma de ponte. O perfeito balanceamento e relação de igualdade entre os componentes resistivos R1 e R2 e os capacitores C1 e C2 da topologia da Figura 60 permitem uniformidade das condições dos filtros passivos. Os componentes R1 e C2 constituem um filtro do tipo passa - alta, enquanto R2 e C1 configuram um filtro passa-baixa conforme Figura 60 (item 3). A união entre as malhas R-C dos filtros possibilitam a construção de um filtro complementar do tipo passa-faixa com freqüência central fo de oscilação. 77 Figura 60 - topologia do oscilador ponte Wien O próximo passo é a análise da função de transferência da ligação compreendida entre R1, C1, R2 e C2. Conforme catálogo de dados, a maioria dos amplificadores operacionais possuem uma elevada impedância de entrada (de 1 á 6 M ) e uma impedância de saída de alguns ohms. Desta forma, a derivada da função de transferência da Ponte de Wien da malha resistiva em questão é descrita na expressão (27): FT 1 jwC1.R 2 jw (C1.R 2 C 2.R 2 C1.R1) w2 (C1.C 2.R1.R 2) (27) Onde: termo j representa o deslocamento de fase de 90º (positivo ou negativo) na função de transferência. Para simplificação da expressão FT, é possível dividir o numerador e denominador da equação (28) pelo termo jw. Esse procedimento retirará todos os termos ”j” da equação, e conseqüentemente não existirá deslocamento de fase: 78 w2 1 (C1.C 2.R1.R 2) (28) Em seguida, deve-se considerar o ganho do sistema. Uma vez que os termos da equação (FT) são resolvidos e a freqüência de oscilação é delimitada, a função de transferência descrita na equação (29). FT C1.R 2 (C1.R 2 C 2.R 2 C1R1) (29) É possível reduzir os termos da equação anterior aplicando a relação de equivalência entre os termos. A função de transferência da saída em relação a entrada será o resultado final expresso pela equação (30): FT Onde: R1 R 2 C.R C.R C.R C.R 1 3 (30) R e C1 C 2 C Para realizar a oscilação (através de deslocamento de fase zero e ganho unitário), o circuito amplificador operacional necessita ter um ganho de pelo menos igual a 3 para superar a atenuação resultante da Ponte de Wien. Porém para prover a mesma tensão nas duas entradas na configuração nãoinversora do Amp-op o ganho terá que se manter neste valor em todo instante de operação. Essa relação pode ser comprovada de acordo com da equação informada no catálogo de dados do Amp-op: GanhoAmp op Vo Vi 1 R4 R3 (31) Substituindo o ganho 3 na equação (31) é obtido a importante relação 2.R3 R4 (32) 79 Os componentes R4 e R3 são os componentes de polarização demonstrados no arranjo padrão de um circuito não-inversor de um Amp-op. Tanto R3 como R4 serão calculados no circuito Ponte de Wien para manutenção do fator três descrito anteriormente. Para cálculo da freqüência de oscilação, conforme catálogo de dados do componente, é utilizado a equação (33) a seguir: f 1 C1.C 2.R1.R 2 2 (33) Utilizando a equivalência da equação (33), podemos reduzir os termos para: f 1 2 R.C (34) 3.5.1.3 Cálculo do oscilador Ponte de Wien Como o intuito é a construção de um sensor protótipo, parte-se do pressuposto de que o sistema deverá ser submetido a diferentes condições de operação. Esse procedimento induz a utilização de pelo menos duas freqüências oscilatórias. ALLOCA (ano) salienta a utilização valores entre 100 Hz e 5.000 Hz. Para o oscilador Ponte de Wien foi escolhido os valores de freqüência em função dos componentes comerciais. Considerando a disponibilidade de mercado, o critério de escolha da malha RC deve ser priorizado pelo capacitor. Para este circuito, a melhor escolha tendo em vista um oscilador de precisão descrito na tabela 8 serão capacitores com precisão de 1% a 3% do valor nominal do componente. Portanto, são calculados os valores de freqüências de operação do circuito oscilador Ponte de Wien utilizando a equação (34) tomando por base o esquemático da Figura 61. 80 Figura 61 - esquemático do circuito oscilador Ponte de Wien Ajustando a freqüência utilizando os valores fixos dos capacitores de 100nF na equação (35). Assim os valores dos resistores serão: 1.000 Hz 1 2. .100n.R 1591,59 2.000 Hz 1 2. .100n.R 3183,18 (para Rosc2 e Rosc5) (35) (para Rosc6 e Rosc3) Utiliza-se, portanto um trimpot do tipo multivoltas para ajuste do valor das resistências anteriormente calculadas, conferindo precisão no ajuste dos valores. A freqüência oscilatória é selecionada através das chaves S1 e S2. 81 Os componentes Rosc1 e Rosc4 estão numa malha sobressalente e não serão utilizados. Os componentes Ri e Rf polarizam o Amp-op conforme a regra do fator três. Alimentando o circuito, o sinal de saída resultante é uma forma de onda senoidal simétrica (ausência de offset) e amplitude relativamente estável conforme Figura 62. Figura 62 - forma de onda na saída do circuito OPW. Entretanto a amplitude do sinal é diretamente proporcional à fonte simétrica LM741. O circuito ensaiado não apresenta um ajuste de amplitude e os níveis de freqüência estarão restritos aos valores dos componentes passivos utilizados em sua topologia. Estes fatores restringem negativamente o estudo do sensor protótipo. 3.5.1.4 Oscilador de entrada - Visual Analyser 8 Uma alternativa encontrada para contornar o problema do oscilador de entrada mencionado no item 3.5.1.3 é a utilização de um gerador de função. Para o estudo, foi escolhido o aplicativo Visual Analyser 8. Este software possibilita gerar através do dispositivo de saída de uma placa de som comum, formas de ondas senoidas com step de 0,1 Hz, 40.960 amostras e 32 bits de resolução. Os níveis de amplitude do sinal podem chegar a 6Vpp e são facilmente ajustados através do fundo de escala máximo ou controle de volume do hardware. A Figura 63 retrata a interface do software ajustado para 1kHz. 82 Figura 63 - gerador de função implementado através do software Visual Analyser 8 - 1kHz e fundo de escala ajustado em 100% (6,1Vpp) 83 3.5.2 ESTUDO DO SINAL DE SAÍDA 3.5.2.1 Dimensionamento do circuito amplificador de entrada Com a introdução no enrolamento primário de um gerador de forma de onda senoidal capaz de excitar o LVDT, é de suma importância o tratamento do sinal de saída obtido nos enrolamentos secundários. Um circuito amplificador deverá fornecer ao resto do circuito condicionador níveis de tensão coerentes, sem apresentar distorções ou outras componentes indesejáveis. Consultando catálogos de dados, o componente que mais se adapta a esta situação é o INA111, um amplificador de instrumentação de alta precisão. Este Amp-op possui uma alta velocidade, da ordem de 4µs, configuração com ajuste da tensão de offset e uma ampla faixa de ajuste de ganho (1=G=10.000). Para a construção de um amplificador não-inversor que possibilite tal característica, é utilizada uma estrutura simplificada de um amplificador não inversor, conforme Figura 64. Figura 64 - esquemático do circuito amplificador de entrada Com a inserção um trimpot de 50k entre os pinos 1 e 8 do integrado, é possível um ajuste fino de ganho do amplificador. O catálogo de dados 84 recomenda para o cálculo do ganho o critério descrito através da equação (38). Ganho 1 50k Rg (36) Os capacitores C1 e C2, ambos de 100nF, foram dimensionados com o intuito de corrigir qualquer ruído entre os pinos de alimentação da fonte simétrica. Para o projeto, portanto, do CSA, os jumpers J0, J1 e J2 estão inseridos com a seguinte característica: J0: habilita o resistor de ajuste fino de ganho. Com a retirada do jumper J0 o circuito possui um ganho unitário. J1: habilita o sinal do LVDT para o circuito retificador de onda completa de precisão e FPB. J2: habilita o sinal do LVDT para o circuito conversor RMS-DC. 3.5.2.2 Dimensionamento do circuito retificador de onda completa O projeto do circuito retificador de onda completa serve para transformar os níveis do sinal originado da etapa anterior (item 3.5.2.1), em um valor em módulo do sinal. Para este procedimento foi escolhido um retificador de onda completa de precisão. Esse circuito é difundido em sistemas de instrumentação de precisão, substituindo as convencionais pontes de diodos por uma configuração de amplificadores operacionais. O funcionamento deste retificador de precisão é demonstrado no diagrama de blocos da Figura 65. O sinal a ser retificado é conduzido por duas etapas distintas: O retificador de meia onda inversor: “conduz” no primeiro semiciclo a parcela negativa da senóide. Sua saída é aplicada a uma configuração 85 de um amplificador somador de ganho unitário representa na Figura 65 em (B). O amplificador somador de ganho unitário: agrupa as entradas em (A) do sinal original de saída e também o sinal descrito por (B) do retificador de meia onda inversor. O sinal resultante desta operação é um sinal senoidal em módulo do sinal Vsec. Figura 65 - diagrama em blocos do retificador de onda completa de precisão. Desta forma, é construído um circuito para tal aplicação, conforme Figura 66. 86 Figura 66 - retificador de onda completa de precisão O Amp-op sugerido para esta aplicação é o TL072. Este semicondutor agrupa dois amplificadores operacionais do tipo JFET (U4A e U4B) ideais para injeção de sinais tanto de baixa como de alta impedância de entrada. Este operacional garante um baixo valor de ruído ( 18nV / Hz ). O sistema trabalhará em freqüências de no máximo 2kHz e por este motivo não exige velocidade de condução dos diodos D3 e D4. Foi utilizado os convencionais diodos 1N4007 em substituição aos diodos Shottky ou ultrarápidos. O sentido destes dois componentes no circuito determina a polaridade do semi-ciclo a ser retificado. Os resistores devem ter precisão de pelo menos 1%, caso contrário o sinal retificado e somado descrito no diagrama de blocos da Figura 65 terá um formato indesejável de amplitude em cada semi-ciclo. Para um sinal de entrada de 1kHz injetado no resistor Rin a saída do sinal obtido na retificação é verificada na pinagem 7 do TL072, conforme Figura 67. 87 Figura 67 - formas de onda obtidas utilizando o processo de retificação de onda completa - sinal de entrada de 1kHz e 2kHz. 88 3.5.2.3 Construção do filtro passa baixa de saída Após obter um sinal em módulo do sinal senoidal de entrada, o procedimento seguinte é realização de transformação para um sinal proporcional CC com níveis de tensão desejáveis. A prática comumente utilizada é a filtragem capacitiva inserida na etapa posterior do retificador de onda completa. Entretanto, esta conversão de sinais contínuos pulsantes em puros gera um sinal CC baseado na carga e descarga de um capacitor de alto valor. Além disso, existirá uma tensão de ripple não desejável. Optou-se então pela não utilização da filtragem capacitiva, mas na implementação de um FPB conforme item 2.6.2.1 Figura 37. 3.5.2.3.1 Filtro Passa Baixa Sinais de freqüência senoidal com baixo valor possuem altos valores de reatância capacitiva, em comparação com o valor da resistência, desta maneira, a tensão de saída será praticamente igual à tensão de entrada. Para freqüências altas, a reatância capacitiva assume valores baixos em comparação com o valor da resistência, atenuando a tensão de saída para um valor nulo. Foi escolhido então um FPB passivo de primeira ordem pela praticidade construtiva. A freqüência de corte pode ser determinada igualando o valor da reatância com o da resistência: Xc (37) R Então: 1 2. . fcorte .C Fcorte 2300 R 1 2. .R.C 1 2. .R.10nF (38) R 6.920 89 Arbitrando para o projeto uma freqüência de corte de 2.300 Hz e supondo um capacitor de precisão de 10nF, o resistor do FPB é determinado através da equação (38). Com a inserção do FPB no circuito conforme Figura 68, foi eliminado de forma positiva as componentes indesejáveis de alta freqüência, tornando o estudo do sinal CC seletivo apenas em baixas freqüências. Figura 68 - esquemático do filtro passa-baixa de 1ª ordem 90 3.6 Método alternativo para conversão RMS-DC O valor RMS de uma forma de onda constitui um importante resultado dinâmico dos sistemas de medição. O resultado é expresso pela raiz de um valor médio quadrático dos valores amostrados. A principal finalidade da utilização de um conversor do tipo true RMS é implementar uma melhoria considerável no sinal de saída do circuito condicionador. Conforme explicado no item 2.6.3.1, a transformação de níveis de tensão CA em CC em um LVDT utiliza um retificador de onda completa e um filtro passa-baixa. Entretanto essa conversão pode ser interpretada como um processo de precisão mediana. A utilização de um conversor RMS-DC é sugerida através do integrado LTC1967, conferindo ao CSA um processo ágil de tratamento do sinal do LVDT. O LTC1967 conforme folha de dados preliminar anexa no Apêndice e Erro! Fonte de referência não encontrada., trabalha com duas entradas diferenciais do tipo rail-to-rail4 (pino 2 e 3), alimentação de 5V(±10%) e um capacitor de average nos pinos de sinal de saída de alta impedância (pino 5). O fabricante deste integrado ressalta a utilização da técnica computacional Delta-Sigma ( S) 5 para conversão de valores True RMS-DC com alta linearidade e precisão dispondo de poucos componentes externos para implementar. Desta forma, é implementado um circuito conversor RMS-DC apresentado na Figura 69. 4 Configuração usualmente utilizada em circuitos integrados de baixa potência e não alimentados por fontes simétricas. 5 Modulação computacional freqüentemente utilizada em conversores analógicos true-RMS. 91 Figura 69 - circuito conversor RMS-DC para condicionamento do sinal do LVDT Pode-se notar neste arranjo esquemático que os resistores de entrada (Rin1 e Rin2) conferem níveis seguros de corrente ao integrado. O capacitor C_AVG (capacitor de average) possui um valor de 2,2µF, garantindo segundo o catálogo de dados, uma precisão de 0,15% do valor CC linear de saída. Desta forma, os pinos de saída do LTC1967 descrevem uma a função de transferência da equação (42): Vout ( DC ) Avg[( In 2 In1)]2 (39) Matematicamente, é possível realizar uma analogia entre o sinal de saída e o de entrada CC desejado. Para um valor de entrada de 1Vrms CA, o valor de saída será 1V CC. 92 3.7 DIAGRAMA ESQUEMÁTICO O diagrama esquemático completo do circuito oscilador de entrada e do CSA pode ser verificado através da Figura 70. Figura 70 - diagrama esquemático completo 93 Para construção e montagem das placas de circuito impresso optou-se pela construção em formato padrão, devido à praticidade de implementação e baixo tempo de construção da mesma. O leiaute da placa (em tamanho não real) definitivo dos circuitos osciladores de entrada e do CSA está relacionado no Apêndice. 3.10 Disposição física final do SAM e CSA Após o término da montagem e construção do SAM e do condicionador de sinal analógico, é possível visualizar através da Figura 71 a disposição física final do conjunto em questão. Figura 71 - leiaute completo do sistema de medição 94 CAPÍTULO 4 4.1 Preâmbulo Neste capítulo serão apresentados todos os resultados obtidos através do ensaio realizado com o LVDT. Com o intuito de caracterizar os dados de maiores relevância, as seguintes informações devem ser consideradas: 1. Relação da tensão de saída pelo deslocamento linear do núcleo magnético: os resultados desse experimento levará em consideração a tensão de saída nas faixas de freqüências de 500 a 2kHz com step de 250Hz, transcrevendo a curva característica de resposta nas regiões de linearidade, passagem por zero (null point) e região de não- linearidade do LVDT. Em freqüências estabelecidas após este experimento será feito um tratamento mais específico. Também será determinada a relação de transformação de tensão (VTR) e sensibilidade, informações inerentes do sensor construído. 2. Demonstrar a inversão do ângulo de fase (phase shift) na região de posição nula do núcleo: informação obtida através da curva de resposta da tensão de saída do LVDT em função da diferença do ângulo de fase de 180 graus (demonstração validada no item 2.5.2.12 entre o sinal de entrada e o de saída do sensor). Este ensaio será realizado na freqüência de 1kHz. 3. Estimar a região de posição nula do LVDT: caracterização de uma faixa estreita de valores onde a tensão residual existe e coincide com os conceitos demonstrados no item 2.5.2.2. É válido salientar que esse capítulo serve de base de comparação para os estudos realizados no capítulo 2 e 3. A criação desta base de comparação é um dos aportes fundamentais do presente trabalho. 95 4.2 Metodologia empregada no mensurando Realizar a mensura em um equipamento exige a criação de uma metodologia de ensaio. Um procedimento correto de medição conseqüentemente alcançará de forma coerente os resultados. Outrora, se a metodologia é má empregada, os dados podem representar um teor duvidoso nas medições do experimento. Para esta abordagem, considerou-se a utilização do suporte auxiliar de medição e a montagem completa do transdutor LVDT, conferindo ao experimento a possibilidade de mensurar em intervalos de distância definidos a tensão CC na saída do LVDT. Tendo em conta o acima discutido, referente à aplicação da metodologia de estudo, são listados os tópicos a serem seguidos nos itens 4.3 a 4.12 do presente trabalho, tomando por base a Figura 72: 1) Girar no sentido anti-horário (CCW) a manopla M1 para movimentar o eixo ferromagnético para a posição superior, conferindo a posição inicial de deslocamento do ferrite dentro da bobina do LVDT. O deslocamento vertical de medição é de 0,8mm por volta, fato este conferido ao passo da barra roscada M5. 2) Posicionar corretamente a base de inox B1 para centralizar a posição de eixo livre do núcleo móvel e fixar a bobina com o intuito de não movimentá-la. 3) Prover um aperto da manopla o parafuso lateral M2 com o intuito de eliminar uma torção no movimento vertical da barra roscada nos eixos de medição E1, E2 e E3. 4) Manter o anel de medição A1 livre da região de medição, fixado no eixo principal através da manopla M3. 5) Girar no sentido horário (CW) a manopla M1 movimentando o eixo para o interior do LVDT, conforme procedimento 1. 6) Realizar a medição com o instrumento de medição auxiliar (paquímetro, por exemplo), na região compreendida entre a porca de fixação da haste P1 e o prolongamento do anel de medição H1. 7) Repetir os procedimentos 5 e 6 no intervalo desejado de medição. 96 A1 A2 Figura 72 - suporte auxiliar de medição 97 4.2.1 Equipamentos utilizados para os ensaios Foram utilizados para os ensaios os seguintes instrumentos descritos na Tabela 9: Tabela 9 - Equipamentos e fonte de aquisição Equipamento Fabricante Modelo Osciloscópio digital duplo traço 20MHz Tektronix TDS-2002b Multímetro digital Minipa ET-2040 Gerador de função Minipa MFG-4201 Paquímetro Digital Mitutoyo 500-143B 4.3 Característica do sinal de saída do LVDT Tendo como base as considerações do item 4.2, iniciaram-se os testes de resposta do sensor. Aplicando-se em Vi uma tensão de 6,08Vpp (2,05VRMS) foi realizado uma medição com os secundários não conectados entre si, conforme Figura 73. Com cada secundário em um canal do osciloscópio e através da função matemática do osciloscópio, foi realizada uma simulação do sinal de saída (Vsec1 - Vsec2). Figura 73 - ligação série-oposta dos enrolamentos secundários e soma dos mesmos 98 Após constatar o correto funcionamento desta maneira, foi feita a ligação dos enrolamentos secundários, de forma que Vout = Vsec1 - Vsec2, conforme Figura 74. Canal 1 corresponde ao sinal de entrada Vi e canal 2, sinal de saída Vo. Figura 74 - Vi e Vo, CH1 e CH2 respectivamente Em seguida, foi utilizado o circuito condicionador composto pelo amplificador de entrada, retificador de onda completa e FPB. Verifica-se abaixo, na Figura 75 o valor de tensão CC de saída. Esse valor será o utilizado para a confecção dos gráficos e análises. Canal 1 corresponde a Vi, e o canal 2 o valor da tensão induzida Vo. Figura 75 - nível de tensão CC obtido após etapa condicionadora CH2 99 4.4 Relação da tensão de saída pelo deslocamento do núcleo Sucedendo o item 4.2, onde foi estabelecido o nível de tensão Vi, implementado o amplificador, retificador e FPB, iniciam-se as mensuras. Para a determinação da tensão de saída pelo deslocamento linear do núcleo, foram feitas medições com valor de Vi fixo em 6Vpp. Em contrapartida, para verificar a resposta do sistema (bobinas/ núcleo/ CSA), esse experimento levará em consideração a tensão de saída nas faixas de freqüências de 500 a 2kHz com step de 250Hz. Neste teste preliminar, será determinado o valor de Vo para valores dentro e fora dos limites da bobina, para esboçar a curva característica de resposta. A Figura 76 apresenta de forma que será associado o núcleo ferromagnético com relação ao sensor LVDT (bobinas). A linha tracejada intermediaria representa o centro do sensor e as duas linhas adjacentes correspondem às extremidades, estes valores adquiridos pelo projeto do mesmo (valor real). Estas delimitações serão encontradas nos gráficos subseqüentes para referenciar o dimensional do transdutor no decorrer do deslocamento. Figura 76 - relação do transdutor real e seus limites de operação 100 4.4.1 Considerações do ensaio preliminar A seguir, estão retratados os gráfico de cada freqüência e suas respectivas conclusões. A tabela completa com todos os resultados deste experimento encontra-se no Apêndice. Com este teste preliminar são determinadas as melhores freqüências de resposta para o LVDT. Tendo em vista dados provenientes do experimento e seus respectivos gráficos, chegase as seguintes conclusões: 101 Para as freqüências ensaiadas mais baixas, 500Hz e 750Hz, tem-se uma tensão induzida baixa na região central do núcleo, sendo extremamente sensível. O próprio paquímetro e mão do experimentador geravam um caminho de maior permeabilidade que o ar e consequentemente uma interferência na medição de tensão Vo (a tensão induzida era maior, quando da interferência do paquímetro). Verificam-se estes dados na Figura 77. Figura 77 - curvas dos experimentos em 500Hz e 750Hz 102 Vi a 1kHz, apresenta resposta linear em todo o sensor e mesmo numa faixa a qual o núcleo estava externo as bobinas, conforme Figura 78. Por este motivo foi escolhida como freqüência para demais testes, tratados nos itens 4.5 a 4.11. Figura 78 - curva do experimento em 1000Hz 103 Tensão de entrada com freqüência de 1250Hz e 1500Hz, apresentam característica semelhante a 1kHz, porém com uma maior faixa de zero (ponto negativo para sua utilização). Figura 79 - curvas dos experimentos em 1250Hz e 1500Hz 104 Utilizando Vi na faixa de 1600Hz à 1750Hz, o sensor não apresenta linearidade. Para a utilização destes valores, seria necessário a implementação de algoritmo no condicionador pra tornar a resposta linear. Um ponto de destaque é que nestas freqüências o ferrite apresenta melhor resposta de indução magnética, comparado às outras freqüências. Apresentou tensão induzida no secundário próxima de 35VRMS CC. Figura 80 - curvas dos experimentos em 1600Hz e 1750Hz 105 Freqüência de entrada de 2kHz apresenta pequena faixa linear, somente próximo ao centro do sensor. Porém mostrou excelente sensibilidade e resolução nessa faixa, ponto determinante na sua escolha para demais testes e comparativo com 1kHz (itens 4.5 a 4.11). Figura 81 - curva do experimento em 2000Hz 106 Visualiz-se na Figura 82 o gráfico comparando todos os ensaios em escala, para uma correlação dos valores. Figura 82 - gráfico comparativo da tensão de saída em função do deslocamento para todas as freqüências 107 4.4.2 Contribuição do valor da tensão de ripple nas medições efetuadas O valor de tensão de saída em níveis CA deverá passar pelo condicionador de sinal (CSA) antes de ser mensurado. Como conseqüência a tensão de saída CC confere vestígios um sinal com um ripple que não pode ser negligenciado nas medições. Assim o valor da magnitude de Vripple em comparação ao nível CC total de saída é expresso por: Vripple RMS V picoRipple *0, 707 (40) e V(%) ripple VrippleRMS *100 VoRMS (41) Substituindo na equação (40) e (41), o valor de Vo e seu respectivo VrippleRMS (valor obtido dentro da faixa de linearidade conforme Figura 73), o valor percentual da influência do ripple na tensão de saída é ínfimo, V% RIPPLE ( RMS ) V(%) ripple 0, 040*0, 707 28, 28mV *100 2, 74V 28, 28mV 1, 03% Figura 83 - Relação da tensão de saída com seu respectivo nível de ripple (CH2) Observa-se então que a utilização do circuito CSA, através do retificador de onda completa e FPB de primeira ordem, apresentou resultados satisfatórios para o tratamento do sinal de saída do sensor LVDT. 108 4.5 Curva de linearidade do LVDT Conforme determinado no item 4.4.1, realizamos ensaios com as freqüências previamente determinadas, devido melhor resposta nos itens pertinentes ao estudo. Para cada freqüência, foram esboçados três gráficos, conforme Figura 84 e Figura 85. Os dados que resultaram nestes dois gráficos encontram-se no Apêndice. A metodologia de ensaio seguida encontra-se no início do capítulo 4. Cabe comentar ao final desta bateria de ensaios, que o transdutor operado na freqüência de 1kHz apresenta uma linearidade garantida na região representada entre as linhas tracejadas azuis da Figura 84 e nos intervalos em hachura vermelha e verde da Figura 86. Este resultado, de fato, estabelece uma importante analogia: o LVDT perde a característica de linearidade quando o núcleo percorre a região onde o acoplamento magnético entre o primário e secundário adjacente é comprometido. Interpreta-se a regiões de não-linearidade como sendo o local onde núcleo não prescreve acoplamento completo entre os enrolamentos. Somente a região de não-linearidade descrita nas proximidades da PNN fará parte do escopo do trabalho. Em contrapartida foi alterado o valor da freqüência de Vi para 2kHz e constatou-se uma variação de resposta. A Figura 85 apresenta entre linhas tracejadas azuis a área de linearidade. Pela comparação da Figura 86, verifica-se que em 2kHz o sensor possui uma menor ELN (intervalos em hachura verde e azul a resposta linear em 2kHz). Em contrapartida, será verificado nos item 4.3.2.3 e 4.3.2.5 que a sensibilidade e resolução nesta freqüência é superior a de 1kHz. 109 Figura 84 - Curvas de resposta em 1kHz e retas de regressão 110 Figura 85 - Curvas de resposta em 2kHz e retas de regressão 111 Figura 86 - Comparativo entre as faixas de linearidade de 1kHz e 2kHz 112 4.5.1 Determinação da equação característica de linearidade De acordo com os resultados levantados dentro da região de linearidade, é possível transcrever uma equação de reta de regressão, caracterizando o resultado: Para 1000Hz tem-se: A reta suporte caracterizada pelo deslocamento do núcleo entre secundário 1 e o primário corresponde a: Y ( x) 0, 219 x 9, 664 (42) A reta suporte caracterizada pelo deslocamento do núcleo entre o secundário 2 e o primário corresponde a: Y ( x) 0, 229 x 9,126 (43) Se comprovarmos a partir do coeficiente angular, equação (46) que as retas de regressão tem ângulo semelhante, fica evidenciado que o sensor construído tem, na faixa de linearidade, correspondência entre resposta no secundário 1 e 2. tg y x Para o secundário 1: tg 9, 664 tg 44,127 0, 219 12,3527º Para o secundário 2: tg 9,126 tg 39,851 0, 229 12,898º (44) 113 Para 2000Hz tem-se: A reta suporte caracterizada pelo deslocamento do núcleo entre secundário 1 e o primário: Y ( x) 1,623x - 68,857 (45) A reta suporte caracterizada pelo deslocamento do núcleo entre o secundário 2 e o primário: Y ( x) -1,615x + 68,447 Conforme calculado para 1kHz, agora, para 2kHz equação (46): Para o secundário 1: tg 68,857 tg 42, 425 1, 623 58,360º Para o secundário 2: tg 68, 447 tg 42,382 1, 615 58, 234º A valor de todos os ângulos calculados estão expressos em módulo. (46) 114 4.6 Sensibilidade do LVDT Foi abordado no item 2.5.2.4 do capítulo 2, que a sensibilidade do transdutor LVDT é expressa em função da máxima escala do sensor. Usualmente seu valor é especificado através da simples relação entre a tensão de saída pelo deslocamento correspondente e sua tensão de entrada, conforme equação (47). ALLOCA (1984) ressalta a prática mais usual da unidade mV/ V/ polegada. Na análise e tratamento dos dados utilizou-se unidades no S.I. Sensibilidade Vs1 Vs2 Vi.d (47) Onde: Vs1 = tensão no secundário 1 (RMS) Vs2 = tensão no secundário 2 (RMS) Vi = tensão de entrada senoidal (RMS) d = distância do centro até maior deslocamento do núcleo na faixa linear O cálculo da sensibilidade foi realizado somente para a faixa de linearidade do LVDT construído, conforme Figura 86. Este deslocamento é considerado a partir da posição central do núcleo ferromagnético até o maior valor de deslocamento dentro da faixa linear. Para a freqüência de 1kHz considera-se a Figura 87: 115 Figura 87 - gráfico da sensibilidade em 1kHz Sensibilidade 3,34 0,540 2, 09.15,15 Sensibilidade 88, 43mV / V / mm O mesmo procedimento foi realizado para os teste em 2kHz. Na Figura 87 é representado o intervalo para o cálculo da sensibilidade dentro da faixa linear. Figura 88 - gráfico da sensibilidade em 2kHz Sensibilidade 2,59 0, 736 2, 07.5,95 Sensibilidade 150,52mV / V / mm Como analogia aos valores obtidos, faz-se uma comparação com um LVDT comercial da Schaevitz, modelo E100, que possui sensibilidade de: Sensibilidade 2, 4mV / V / mils 116 Para a comparação é necessária a adequação das unidades, considerando: 100 mils = 2,54 mm Sensibilidade 94, 48mV / V / mm Valor do sensor construído, excitado com 1kHz é semelhante ao comercial (93,5% do valor). Porém, o sensor com Vi a 2kHz tem uma sensibilidade 1,59 vezes maior que o citado anteriormente. 117 4.7 Relação de transformação de tensão (VTR) De forma semelhante ao cálculo da sensibilidade, o cálculo da VTR é expresso pela equação (48). Os valores de tensão obtidos encontram-se dentro da faixa de linearidade do sensor. VTR Vo Vi (48) Onde: Vo = tensão de saída senoidal (RMS) Vi = tensão de entrada senoidal (RMS) Para 1kHz, tem-se a seguinte relação de transformação de tensão: VTR 3,34 0,540 2, 09 VTR 1,339 E para 2kHz: VTR 2,59 0, 736 2, 07 VTR 0,895 4.8 Repetibilidade do sensor Para o cálculo da repetibilidade, tendo em vista as premissas do item 2.5.2.7, foi utilizado um deslocamento previamente definido. Este intervalo deve estar contido na faixa de linearidade do sensor. Para a freqüência de 1kHz, o intervalo fica entre os pontos 33,58mm e 33,96mm, Tabela 10. Foi verificado no item 4.5 que a faixa de linearidade varia com a tensão de entrada. O intervalo de linearidade para Vi ajustado em 2kHz, encontra-se entre os pontos 43,06mm e 43,6mm na Tabela 11. Comprova-se a repetibilidade através da análise estatística encontrada na Tabela 12 e Tabela 13, respectivamente para 1kHz e 2kHz. 118 Tabela 10 - Valores de tensão para 1kHz Ripple Ponto A 33,58mm mV 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 V 1,44 1,5 1,48 1,49 1,48 1,49 1,48 1,49 1,5 1,48 1,48 1,48 1,49 1,5 1,5 1,49 1,5 1,48 1,49 1,49 1,5 1,48 Ponto B 33,96mm ripple V 1,38 1,36 1,37 1,36 1,37 1,38 1,38 1,38 1,38 1,37 1,38 1,38 1,38 1,38 1,38 1,38 1,38 1,37 1,37 1,37 1,38 1,38 mV 60 40 60 60 60 60 60 60 60 40 40 60 60 60 60 60 60 60 60 40 60 60 Tabela 12 - Tratamento estatístico para valores de tensão de saída (Vi a 1kHz) Desvio Médio Desvio Padrão Mediana Média Variância 33,58mm 0,009215 0,013233 1,49 1,486818 0,000175 33,96mm 0,005785 0,006710 1,38 1,375455 0,000045 Tabela 11 - Valores de tensão para 2kHz ripple Ponto A 43,06mm mV 40 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 40 20 20 20 20 40 V 0,46 0,44 0,48 0,44 0,455 0,47 0,459 0,46 0,44 0,46 0,458 0,44 0,457 0,47 0,419 0,44 0,42 0,44 0,459 0,46 0,46 0,4 Ponto B ripple 43,6mm V 1,28 1,38 1,34 1,36 1,38 1,38 1,37 1,38 1,36 1,38 1,34 1,36 1,37 1,36 1,24 1,32 1,32 1,32 1,32 1,29 1,34 1,34 mV 40 40 20 40 20 20 40 40 40 40 40 40 40 40 20 40 40 40 40 40 40 20 Tabela 13 - Tratamento estatístico para valores de tensão de saída (Vi a 2kHz) Desvio Médio Desvio Padrão Mediana Média Variância 43,06mm 0,015062 0,018839 0,4575 0,449409 0,000355 43,6mm 0,028636 0,037152 1,35 1,342273 0,001380 119 4.9 Resolução do LVDT No capítulo 2, item 2.5.2.6, foi explanado sobre a teoria de resolução e que a mesma seria alta no LVDT. O teste foi realizado dentro das especificações do equipamento de medição utilizado, paquímetro digital com precisão de ± 0,02mm (especificações item 4.2.1). Este teste foi realizado com sinal de entrada 1kHz e 2kHz. Foram obtidos 20 valores na faixa de linearidade para as citadas freqüências. De todos os valores obtidos foram considerados os dois que apresentaram o menor intervalo de deslocamento do núcleo. Concomitante com a condição anteriormente citada, o deslocamento deve gerar uma diferença na tensão de saída. Na Tabela 14 e Tabela 16, encontram-se os valores de deslocamento mínimo pela tensão de saída. Ou seja, para um determinado valor de deslocamento, no caso de 0,02mm, obteve-se um valor de variação da tensão no valor de 0,01V. Por estas tabelas, se comprova a maior sensibilidade do sensor com sinal de entrada de 2kHz. Afinal para uma variação de mesma grandeza (0,02mm), o valor de variação da tensão é maior (de ordem 10 vezes maior). Não foi possível a mensura de um valor de deslocamento mais apurado por falta de equipamento com maior precisão. Concluindo, a partir da comparação da Tabela 15 e Tabela 17 com a Figura 86, verifica-se uma menor ELN para um sinal de Vi a 2kHz, porém uma maior resolução para este valor de freqüência de excitação. Para o valor de 1kHz, acontece o inverso, uma maior ELN e menor resolução. Tabela 14 - x1 para freqüência de 1kHz Tabela 15 - x1 para freqüência de 2kHz mm V 22,31 2,52 22,33 2,51 x = 0,02mm V = 0,01V Tabela 16 - x2 para freqüência de 1kHz mm V 29,75 0,768 29,78 0,752 x = 0,03mm V = 0,016V mm V 36,55 1,41 36,57 1,53 x = 0,02mm V = 0,12V Tabela 17 - x2 para freqüência de 2kHz mm V 36,83 1,9 36,85 2 x = 0,02mm V = 0,1V 120 4.10 Mensura da região PNN Conforme explanado no item 2.5.2.2, a tensão de saída não atinge zero devido a um pequeno valor de tensão residual (momento em que o núcleo ferromagnético encontra-se na posição central do sensor). Neste tópico será abordado e mensurado o valor desta tensão residual, comprovando as diferentes respostas do transdutor desenvolvido a uma gama de freqüências abordadas no primeiro tópico do item 4.4.1. Na seqüência será calculado o valor relativo à escala total de medição desta tensão residual. Para a aquisição da tensão residual e mensura da região de PNN foram consultados os dados do gráfico da Figura 82. Para uma melhor compreensão, na Figura 89 verifica-se a PNN em escala ampliada. Este enfatiza a existência da tensão residual, faixa de tensão compreendida entre 90mV e 450mV. 121 Figura 89 - gráfico comparativo da PNN das freqüências ensaiadas 122 A Tabela 18 expressa os valores de tensão residual para diferentes freqüências. Com esses dados constatamos que indiferente da freqüência de Vi, existe um valor mínimo de tensão residual, devido principalmente ao efeito de fuga de fluxo magnético (leakage flux). Tabela 18 - Vout x freqüência Tensão residual na PNN f (Hz) 500 750 1000 1250 1500 1600 1750 2000 mV Vmin Vmedrms Vmáx Vripple 90 94 98 8 74 78 82 8 112 115 118 6 84 92 100 16 60 80 100 40 445 455 465 20 140 170 200 60 158 178 198 40 Conforme definido no início deste capítulo, os dois valores de freqüência arbitrados para estudos aprofundados foram 1kHz e 2kHz. A Figura 90 retrata o gráfico ampliado da tensão de saída pelo deslocamento do núcleo na região de PNN. A Tabela 19 apresenta os valores de Vo eficaz em função do deslocamento na região analisada para 1kHz e a Tabela 20 para 2kHz. Nestas tabelas estão informações sobre os valores mínimos de tensão de saída (tensão residual). Na parte inferior das respectivas tabelas são apresentados os valores de Faixa de zero. Estes valores expressam a distância em milímetros da região em que o gráfico não é linear. Tabela 19 - Vo residual em função do deslocamento para f=1kHz mm X 44,15 43,52 42,57 41,79 40,98 40,18 39,38 mV (RMS) Vo 0,154 0,157 0,112 0,117 0,159 0,201 0,232 Faixa de zero = 4,77mm Tabela 20 - Vo residual em função do deslocamento para f=2kHz Mm X 42,84 42,64 42,58 42,44 42,34 42,17 41,95 41,85 41,69 mV (RMS) Vo 0,418 0,256 0,228 0,181 0,163 0,192 0,326 0,416 0,715 Faixa de zero = 1,15mm 123 Figura 90 - gráfico da faixa nula do LVDT para 1kHz e 2kHz 124 A Figura 91 apresenta a tela do osciloscópio utilizado para medições no instante de PNN. O valor de Vo é 101mV eficaz com um ripple de 12mV (tensão pico a pico). A relação de Vo com Vripple (eficaz) é 4,2%, esse valor é aceitável pois está fora da região linear (encontra-se na faixa de PNN). Figura 91 - região de PNN ensaiada para 1kHz 125 4.11 Inversão do ângulo de fase (phase shift) na região de PNN do LVDT Para a determinação do ponto de inversão de fase, o qual a forma de onda de saída dá um passo de 180º utilizamos o sinal de saída Vi antes da retificação. Foi necessária a medição do valor antes da retificação, pois era necessária a comparação entre o valor Vo e Vi senoidais. Desta forma, em um determinado ponto próximo da região de PNN foi iniciada a medição, conforme Figura 93a. Foram adquiridos os valores de Vo, x e t. A tensão Vo foi obtido diretamente do osciloscópio, x pelo paquímetro digital e t através dos cursores 1 e 2 do osciloscópio, como mostrado na Figura 93. Foram obtidos doze valores que constam na Tabela 21. A partir desta tabela foi possível a confecção do gráfico correspondente a Figura 92, o qual expressa o valor do ângulo de fase pelo deslocamento e a tensão. O valor de t, para facilitar a compreensão foi transformado no valor correspondente em graus. Na freqüência de 1kHz, 1ms = 360º, 500 s correspondem a inversão de 180º, por simples regra de três obtemos todos os resultados em graus, valores na última coluna da Tabela 21. Tabela 21 - relação das grandezas na inversão de fase Vo mV 330 280 192 136 60 32 30 58 78 106 176 268 438 912 x mm 34,76 35,12 35,26 35,38 35,45 35,54 35,56 35,89 35,95 36,01 36,19 36,28 36,51 37,22 t s 16 18 26 32 68 162 328 436 448 468 476 484 492 496 Graus 5,76º 6,48º 9,36º 11,52º 24,48º 58,32º 118,08º 156,96º 161,28º 168,48º 171,36º 174,24º 177,12º 178,56º 126 Para as medições de t da Figura 93, um dos cursores posicionado até o limite onde era zero o nível de tensão (onde a forma de onda cruza o eixo das abscissas) para a forma de onda da tensão de entrada Vi. O outro cursor, de forma semelhante, era posicionado até o ponto onde a tensão de saída Vo cruzava o eixo das abscissas. Esse t entre os cursores corresponde aos ângulos subseqüentes até a inversão de fase, conforme Tabela 21. Na Figura 92 a correlação entre Vo, x e ângulo . A curva deslocamento em função da tensão de saída corresponde à relação deslocamento por Vo. Figura 92 - Gráfico de inversão de fase na região central do LVDT Pôde-se comprovar, pela curva levantada da Figura 92 que apartir da região próxima ao ponto com deslocamento correspondente de 35,89mm, Vo = 58mV e ângulo de fase 156,96 acontece o fenômeno descrito como inversão de fase. De maneira análoga, na região próxima ao ponto com deslocameto de 35,39mm, Vo = 136mV, a inversão de fase estará parcialmente realizada. A seqüência de inversão de fase é comprovada através da Figura 93, itens a até f. Estas imagens foram obtidas através da copia da tela de aquisição do osciloscópio. Sendo possível a visualização do exato momento da mudança de fase. 127 a b c d e f Figura 93 - Seqüência de inversão de fase para 1kHz 128 4.12 Demonstrativo de LVDT comerciais A seguir algumas tabelas com dados da linha de sensores PR-812 da Macro Sensor. Esta empresa é uma divisão da Schaevitz Technologies, a qual conforme citado no item 2.1.2, foi a difusora do uso do LVDT. Esta empresa apresenta sensores com características de: alta resolução; excelente repetibilidade associada a baixa histerese; maior sensibilidade compatível com a boa linearidade. Tabela 22 - características da série PR-812 PR-812 Macro Sensors Tensão de entrada 3.0 Vrms Freqüência 2,5 - 3,3 kHz Erro de linearidade: = ±0.25% da FRO Erro de repetibilidade: <0.01% da FSO Erro de histerese: <0.01% da FSO Tabela 23 - Tabela LVDT série PR-812 Macro Sensors 129 Figura 94 - LVDT série PR-812 Macro Sensors Não foi possível a comparação em cada item com os sensores comercias, pois estes e o desenvolvido trabalham com faixas de freqüências diferenciadas. Além de não estar disponível nenhum sensor para experimento, devido elevado custo. 130 CAPÍTULO 5 CONCLUSÕES Em linhas gerais, este trabalho apresentou uma metodologia de projeto e construção de um sensor de utilizando o princípio do transformador diferencial variável linear empregado experimentalmente para medições de deslocamento. O sensor, cuja tecnologia-berço é integralmente estrangeira e não possuidora de fabricantes nacionais, pôde ser construído através de um estudo incipiente utilizando o método de elementos finitos para melhor adequação de materiais e parâmetros eletromagnéticos. O suporte de medição auxiliar e o respectivo circuito condicionador de sinais conferiram ao LVDT uma completa aquisição de dados. Nesta análise, foi obtida uma parcela considerável dos parâmetros explícitos dos sensores encontrados no mercado, conferindo as dispendiosas medições do sensor construído um aspecto positivo na maioria dos resultados demonstrados. Os resultados coletados experimentalmente no capítulo 4 comprovaram a eficácia do estudo realizado nos capítulos anteriores. Pelos resultados observados, o transdutor LVDT possui as seguintes características: os aspectos construtivos da bobina condicionadora, enrolamento e relação eletromagnética foram escolhidos condizem com as simulações utilizadas pelos aplicativos de análise de elementos finitos; importância na adequação de um núcleo ferromagnético com alto valor de permeabilidade magnética e dimensional reduzido, aperfeiçoando aplicações restritas que utilizam alto desempenho. O transdutor construído possui um alto valor de inércia. apesar dos fabricantes estabelecerem uma faixa ampla de freqüência de trabalho, o sensor protótipo construído obteve comportamento diferenciado em faixas de freqüência distintas, fato este conferido as características magnéticas do núcleo ferrite. Existe dificuldade de manter-se o sinal linearizado para todas as freqüências ensaiadas; ou seja, não adianta um eficiente CSA se o mesmo não dispõe de um algoritmo para linearização na FMN. 131 complexidade referente à perfeição construtiva de cada componente do LVDT. A influência na padronização das medidas tanto do núcleo como das bobinas secundárias é diretamente proporcional a eficácia e precisão dos resultados mensurados. a fim de diminuir possíveis divergências nos valores medidos, uma solução seria a utilização de outro suporte auxiliar de medição, cuja movimentação do núcleo não representasse movimentação radial em torno das bobinas. Todos os núcleos ferrites adquiridos apresentaram discrepâncias dimensionais, conferindo ao conjunto um movimento no interior da bobina de maneira desalinhada e bidimensional. A utilização de uma trajetória retilínea do núcleo no interior do LVDT tenderá melhores resultados ensaiados. apesar dos resultados positivos obtidos na determinação da posição nula do núcleo (PNN), existe um problema substancial a ser corrigido na utilização do LVDT: o transdutor não é capaz de identificar qual é a verdadeira posição do núcleo tomado como referência a posição do núcleo, ou seja, quando ocorre mudança de acoplamento entre primário-secundário1 para primário-secundário2 ou vice-versa, está não é percebida. Este comportamento conforme ensaiado gera uma inversão de fase de 180 graus entre o sinal de entrada e o secundário. O circuito CSA não acusa tal alternância de fase. o protótipo do sensor LVDT, por se tratar de um sensor de medição de alta precisão, ainda necessita aprimoramento referente ao método de medição utilizado. Basicamente, parte do estudo delineado no funcionamento do sensor já foi feito, mas, por mais amplas que tenham sido essas novas situações, específicas características devem ser incluídas com o intuito de alcançar uma implementação prática do transdutor. Do ponto de vista tecnológico e estatístico, é necessário um estudo mais aprimorado para cálculo das incertezas combinadas. Assim, o estudo estaria direcionando os resultados apresentados para um senso comum próximo dos valores reais. 132 Propõe-se, também, para futuras implementações e projetos futuros, utilizando o LVDT, os seguintes pontos no qual a utilização deste importante sensor poderá ser bem aproveitada. Construção de uma blindagem eletromagnética no conjunto do sensor, conferindo vedação e grau de proteção ao instrumento. Desenvolvimento de um circuito CSA miniaturizado utilizando da tecnologia SMD (Surface mounting devices) introduzindo no interior do encapsulamento toda uma tecnologia embarcada (utilização de um protocolo industrial do tipo 4-20mA ou comunicação RS-485). Melhorias no circuito implementado e aprimoramento na conversão do sinal True-RMS, através da aquisição de um sensor LVDT comercial para validação dos ensaios, conferindo uma comparação aprofundada do sensor desenvolvido com outro similar. O trabalho evoluiu de maneira satisfatória e conseguiu realizar um grande aprendizado. O projeto e construção do transdutor LVDT prevaleceu a grande inércia dos fabricantes em disponibilizar informações de cunho técnico. A falta de literatura específica nos livros e periódicos sobre este sensor em especial, não se tornou um empecilho para a continuidade do estudo. As observações conclusivas deste documento direcionam o fortalecimento da importância em várias aplicações industriais do LVDT. 133 REFERÊNCIAS ALLOCA, John; STUART, Allen. Transducers - Theory and Applications. Reston, Virginia: Reston, 1984. 497 p. ANALOG DEVICES. AD598 LVDT Signal Conditioner. EUA, 2007. Catálogo de dados. ANALOG DEVICES. AD698 LVDT Signal Conditioner. EUA, 2007. Catálogo de dados. BASTOS, João Pedro Assumpção, Manual do EFCAD 6.0. Florianópolis, 2002. Disponível em: <http://grucad.ufsc.br/novo/index.php? TOPICO=downloads> Acesso em: 10 out. 2007. BURR-BROWN. INA111 High speed FET-Input Instrumentation Amplifier. EUA, 1998. Catálogo de dados. CHILDE, Gordon - A evolução cultural do homem - Zahar Editores. 5a edição,1981. D. Meeker, Finite Element Method Magnetics, version 4.2, user's manual. Waltham, Massachusetts, [s.d.]. Disponível em: <http://femm.berlios.de> Acesso em: 25 set. 2007. Meeker, D. Basic Electrostatic Analysis Tutorial. 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Acesso em: 15 mai. 2007. 134 INMETRO - Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais em Metrologia. 1995. LANDGRAAF, Fernando; RODRIGUES, Daniel. Apostila de materiais magnéticos. [s.l], 1995. 3 p. LINEAR TECHNOLOGY. LTC1967 Precision RMS-to-DC Converter. EUA, 2004. Catálogo de dados. MACROSENSORS. Pennsauken, New Jersey, [s.d.]. Disponível em: <http://macrosensors.com/>. Acesso em: 10 mai. 2007. MEASUREMENT SPECIALTIES, INC. [s.l.], [s.d.]. Disponível em: < http://www.meas-spec.com/myMeas/industry/index.asp >. Acesso em: 27 mai. 2007. NATIONAL SEMICONDUCTOR. LM741 Operational Amplifier. EUA, 2000. Catálogo de dados. NITAPLAST. Pinhas, Paraná, [s.d.]. Disponível em: <http://www.nitaplast.com.br/index2.html> Acesso em: 07 set. 2007. PADILHA, Ângelo Fernando. Materiais de Engenharia - microestrutura e propriedades. Curitiba: Hemus, 2000. 343 p. PPE FIOS ESMALTADOS S/A. Cerquilho, São Paulo, [s.d.]. Disponível em: <http://www.ppeinvex.com.br/br/prod_esmaltados.html> . 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Rio de Janeiro: LTC,1996. 225 p. WOLSKI, Belmiro. Fundamentos de eletromagnetismo. 1. ed. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 2005. 239 p. WEBSTER, John. Measumerement, Instrumentation and Sensor. Handbook CRC Press, 1998. 1500 p. APÊNDICE Custos do projeto (em dólares) Descrição Preço Dolar Bobinas Polímero confecção da bobina (usinagem) Enrolamento Fio núcleo ferrite M.O. projeto M.O. montagem 12,00 64,00 25,00 5,50 6,00 9,00 Circuito Componentes Simples 15,00 Precisão 22,00 conectores e fios 2,50 confecção da placa M.O. projeto - M.O. montagem - SAM peças em ANSI-316 Porcas 2,00 barra fixa 9,00 barra roscada 4,00 Anéis 5,00 parafusos com borboleta 28,00 pontos de solta em inox 22,00 Acrílico 4,00 Madeira 5,00 M.O. execução - Total 252,50 Valores calculadas de indução pelo magnética EFCAD com posições diferenciadas do núcleo ferromagnético deslocamento. no decorrer do osc = 500Hz Fosc = 750Hz Fosc = 1000Hz Fosc = 1250Hz Fosc = 1500Hz Fosc = 1600Hz Fosc = 1750Hz Vi = 2,12 Vrms Vi = 2,09 Vrms Vi = 2,09 Vrms Vi = 2,12 Vrms Vi = 2,03 Vrms Vi = 2,09 Vrms Vi = 2,09 Vrms Fosc = 2000Hz Vi = 2,07 Vrms Deslocamento Tensão Deslocamento Tensão Deslocamento Tensão Deslocamento Tensão Deslocamento Tensão Deslocamento Tensão Deslocamento Tensão Deslocamento mm V mm V mm V mm V mm V mm V mm V mm Tensão V 70,5 69,74 68,9 68,13 67,34 66,55 65,71 64,91 64,15 63,35 62,54 61,77 60,95 60,15 59,33 58,53 57,78 57,01 56,19 55,41 54,52 53,73 52,95 52,34 51,38 50,73 49,74 48,98 48,13 47,33 46,53 45,82 45 44,17 43,46 42,86 41,75 40,97 40,19 39,29 38,52 37,71 36,94 36,33 35,48 34,54 33,73 32,83 32,1 31,29 30,55 29,7 28,92 28,15 27,28 26,56 25,69 24,95 24,16 23,31 22,55 21,76 21,15 20,14 1,73 1,89 2,05 2,21 2,35 2,43 2,49 2,51 2,54 2,54 2,56 2,54 2,49 2,45 2,37 2,27 2,14 2,05 1,93 1,79 1,67 1,55 1,41 1,27 1,12 0,97 0,824 0,719 0,55 0,438 0,28 0,218 0,186 0,175 0,149 0,142 0,136 0,1 0,129 0,15 0,28 0,36 0,48 0,63 0,76 0,906 1,04 1,2 1,34 1,46 1,6 1,73 1,86 1,98 2,12 2,24 2,32 2,41 2,5 2,57 2,61 2,62 2,63 2,61 70,73 70,31 69,36 68,59 67,82 67,08 66,22 65,48 64,6 63,79 63,07 62,21 61,46 60,54 59,82 58,97 58,22 57,46 56,53 55,73 54,97 54,23 53,42 52,62 51,88 51,01 50,3 49,43 48,67 47,84 47,12 46,1 45,54 44,59 43,83 43 42,06 41,37 40,71 39,79 39,05 38,19 37,41 36,59 35,83 35,02 34,18 33,39 32,64 31,81 31,01 30,22 29,4 28,57 27,86 26,95 26,12 25,23 24,59 23,8 23,04 22,11 21,42 20,45 2,2 2,28 2,52 2,68 2,8 2,92 3,03 3,14 3,12 3,12 3,1 3,07 2,96 2,91 2,76 2,64 2,56 2,4 2,24 2,04 1,92 1,76 1,64 1,49 1,32 1,16 1,04 0,87 0,72 0,6 0,475 0,308 0,211 0,13 0,111 0,0861 0,074 0,0781 0,088 0,108 0,191 0,29 0,4 0,54 0,648 0,805 0,97 1,13 1,26 1,45 1,62 1,77 1,94 2,08 2,2 2,36 2,49 2,6 2,76 2,84 2,92 3,04 3,11 3,14 70,6 69,3 68,94 68,46 67,38 66,49 65,8 65,71 64,89 64,31 63,29 62,43 61,88 60,96 60,12 59,34 58,5 57,76 56,96 56,14 55,35 54,5 53,74 52,93 52,16 51,35 50,54 49,76 48,97 48,16 47,35 46,56 45,8 45,01 44,15 43,52 42,57 41,79 40,98 40,18 39,38 38,59 37,71 37,22 36,19 35,39 34,58 33,76 33,06 32,3 31,37 30,57 29,92 28,96 28,16 27,37 26,55 25,76 25 24,2 23,33 22,55 21,81 21,11 2,92 3,04 3,31 3,51 3,66 3,86 3,92 3,97 4 3,99 3,91 3,84 3,77 3,67 3,52 3,34 3,2 3,07 2,85 2,7 2,5 2,28 2,1 1,91 1,71 1,53 1,35 1,15 0,968 0,78 0,653 0,5 0,327 0,266 0,154 0,157 0,112 0,117 0,159 0,201 0,232 0,318 0,451 0,6 0,785 0,972 1,16 1,35 1,53 1,71 1,92 2,12 2,3 2,48 2,71 2,91 3,07 3,26 3,43 3,56 3,71 3,8 3,92 3,96 70,73 70,31 69,36 68,59 67,82 67,08 66,22 65,48 64,6 63,79 63,07 62,21 61,46 60,54 59,82 58,97 58,22 57,28 56,53 55,73 54,97 54,23 53,42 52,78 51,95 50,92 50,21 49,4 48,63 47,78 47,12 46,1 45,54 44,59 43,83 43 42,06 41,37 40,71 39,79 39,05 38,19 37,41 36,59 35,83 35,02 34,18 33,39 32,64 31,81 31,01 30,22 29,4 28,57 27,86 26,95 26,12 25,39 24,59 23,8 23,04 22,11 21,42 20,45 4,23 4,49 4,8 5,16 5,36 5,56 5,73 5,8 5,78 5,76 5,67 5,52 5,35 5,21 4,96 4,7 4,45 4,2 3,89 3,64 3,32 3,04 2,8 2,52 2,24 2,01 1,72 1,47 1,22 0,967 0,744 0,54 0,352 0,216 0,16 0,115 0,088 0,128 0,176 0,24 0,368 0,554 0,793 1,04 1,27 1,48 1,76 2,04 2,24 2,5 2,8 3,12 3,44 3,73 4,06 4,34 4,62 4,9 5,2 5,4 5,67 5,86 6,02 6,16 70,71 69,93 69,13 67,92 67,51 66,65 65,64 64,31 63,5 62,76 61,89 61,08 60,19 59,39 58,63 57,85 56,8 56,33 55,41 54,63 53,88 53,09 52,24 51,56 50,59 49,9 49,13 48,25 47,43 46,7 45,41 45,14 44,29 43,44 42,64 41,9 41,11 40,26 39,48 38,55 37,79 37 36,32 35,42 34,61 33,89 33,01 32,25 31,42 30,63 29,86 29,02 28,24 27,38 26,67 25,76 25,02 24,24 23,45 22,6 21,82 20,99 20,26 19,04 7,58 8,21 8,9 9,59 10,1 10,4 10,7 10,8 10,8 10,6 10,2 9,93 9,58 9,02 8,5 7,97 7,33 6,76 6,08 5,52 4,96 4,45 3,9 3,44 2,96 2,56 2,18 1,75 1,4 1,05 0,733 0,455 0,229 0,1 0,07 0,06 0,141 0,354 0,62 0,85 1,21 1,6 1,96 2,37 2,77 3,2 3,8 4,2 4,8 5,4 6,16 6,79 7,5 8,21 9,1 9,81 10,6 11,4 12,3 13,2 13,9 14,6 15,2 15,5 70,73 69,23 67,95 67,12 65,55 65,2 63,07 63,33 62,38 61,51 60,03 59,04 58,25 57,18 56,07 55,17 54,31 53,42 52,71 51,9 51,24 50,35 49,52 48,62 47,84 46,83 45,86 44,79 44,04 43,64 42,83 42,22 41,48 40,78 39,83 39,15 38,31 37,53 36,54 35,97 35,15 34,3 33,43 32,71 31,9 31 30,26 29,53 28,69 27,85 27,03 26,29 25,46 24,69 23,88 23 22,31 21,32 20,61 19,91 19,08 18,33 17,44 16,78 10,8 12,8 14,2 15 16 16,4 17 17,1 17,2 17,3 16,1 15,2 14 12 11 10 8,93 7,8 6,72 6 5,25 4,56 3,92 3,36 2,52 2,08 1,72 1,42 1,15 0,881 0,62 0,46 0,62 0,92 1,26 1,56 1,88 2,24 2,6 3,04 3,56 4,16 5 5,75 6,6 7,6 8,6 9,81 11,2 12,6 13,6 15,9 17,2 19,2 21,6 24 25,6 28 30,8 32,4 34 35,2 35,2 35,2 70,62 70,49 69,73 68,86 68,13 67,4 66,54 65,65 64,95 64,18 63,26 62,48 61,66 60,89 60,09 59,32 58,5 57,67 56,9 56,11 55,3 54,45 53,7 52,87 52,05 51,28 50,66 49,73 48,94 48,07 47,28 46,5 45,67 44,85 44,14 43,35 42,47 41,72 40,95 40,12 39,27 38,54 37,66 36,86 36,07 35,27 34,48 33,76 32,92 32,12 31,29 30,47 29,66 28,91 28,17 27,35 26,56 25,74 25,05 24,1 23,35 22,63 21,7 20,99 9,32 9,4 9,99 10,7 11,3 12 12,6 13,3 14 14,61 15,11 15,6 16,3 16,8 17,4 18,1 18,41 18,6 18,5 18 16,8 15,3 13,7 12 10,2 8,79 7,4 6,19 5 4,1 3,2 2,55 1,8 1,19 0,6 0,197 0,14 0,17 0,51 1 1,7 2,4 3,2 4,1 5,13 6,3 7,64 9,22 11,2 13,5 16,2 19,1 22,2 24,8 32 34,4 35,3 33,8 32 30 29 27 25,4 23,4 70,54 70,36 69,56 68,94 68,01 67,2 66,39 65,62 64,82 64,08 63,28 62,48 61,69 60,87 60,05 59,28 58,48 57,68 56,94 56,13 55,31 54,52 53,72 52,97 52,15 51,35 50,59 49,75 48,87 48,1 47,29 46,57 45,69 44,85 44,06 43,29 42,48 41,69 40,96 40,15 39,33 38,57 37,67 36,97 36,16 35,26 34,58 33,72 32,88 32,14 31,31 30,51 29,66 28,88 28,08 27,29 26,48 25,45 24,98 24,14 23,3 22,63 21,79 20,88 4,03 4,08 4,32 4,55 4,8 5,04 5,24 5,44 5,6 5,82 6 6,13 6,2 6,28 6,35 6,43 6,59 6,64 6,8 6,96 7,12 7,36 7,64 7,92 8,16 8,42 8,56 8,64 8,49 8,16 7,6 6,68 5,5 4,16 2,6 1,2 0,08 0,68 2,19 3,74 5,2 6,63 7,8 8,56 9,11 9,23 9,11 8,9 8,59 8,21 7,98 7,6 7,4 7,25 7 6,95 6,78 6,67 6,56 6,4 6,3 6,2 6 5,96 19,35 2,54 19,8 3,1 20,18 4 19,8 6,2 18,34 15,8 16,47 35,2 20,12 22 20,3 5,7 osc = 1000Hz Fosc = 1000Hz Vi = 2,09 Vrms Vi = 2,14 Vrms Fosc = 1000Hz Vi = 2,14 Vrms Deslocamento Tensão Deslocamento Tensão Deslocamento mm V mm V mm Tensão V 70,6 2,92 70,69 2,96 70,6 2,75 69,3 3,04 68,17 3,65 68,98 3,16 68,94 3,31 66,67 3,93 67,5 3,56 68,46 3,51 65,09 4,11 65,39 3,76 67,38 3,66 63,54 4,05 63,89 3,84 66,49 3,86 61,9 3,88 62,52 3,76 65,8 3,92 60,2 3,64 61,08 3,58 65,71 3,97 58,51 3,32 59,54 3,32 64,89 4 57 2,96 57,95 2,98 64,31 3,99 56,31 2,56 56,51 2,66 63,29 3,91 53,9 2,17 55,04 2,28 62,43 3,84 53,07 1,97 53,32 1,92 61,88 3,77 52,28 1,76 51,7 1,54 60,96 3,67 51,48 1,6 50,1 1,23 60,12 3,52 50,6 1,39 48,52 0,831 59,34 3,34 49,03 0,96 47,75 0,66 58,5 3,2 48,19 0,8 46,92 0,499 57,76 3,07 47,46 0,62 46,14 0,34 56,96 2,85 46,67 0,44 45,36 0,216 56,14 2,7 45,94 0,3 44,48 0,156 55,35 2,5 44,95 0,216 44,16 0,146 54,5 2,28 44,3 0,156 43,79 0,128 53,74 2,1 43,5 0,125 43,33 0,12 52,93 1,91 42,76 0,098 42,84 0,096 52,16 1,71 41,85 0,1 42,55 0,088 51,35 1,53 41,47 0,0965 41,89 0,084 50,54 1,35 41,53 0,112 41,73 0,098 49,76 1,15 40,92 0,133 41,18 0,112 48,97 0,968 40,08 0,172 40,94 0,128 48,16 0,78 39,18 0,216 40,13 0,161 47,35 0,653 38,64 0,33 39,31 0,216 46,56 0,5 37,84 0,447 38,51 0,328 45,8 0,327 37,03 0,504 37,73 0,464 45,01 0,266 36,25 0,804 36,92 0,619 44,15 0,154 35,52 1,01 36,09 0,81 43,52 0,157 34,66 1,2 35,34 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