Depto de Física/UFMG Laboratório de Fundamentos de Física EXPERIMENTO No 4 ONDAS ESTACIONÁRIAS EM UMA CORDA TENSA INTRODUÇÃO Quando existem ondas num espaço confinado, elas podem ser refletidas nos limites desse espaço, mantendo a mesma freqüência e a mesma amplitude. As ondas refletidas somam-se às ondas incidentes de acordo com o princípio da superposição. A superposição de duas ondas senoidais de mesma freqüência, mesmo comprimento de onda e mesma amplitude e que se propagam em direções opostas resultará em onda estacionária. Uma onda estacionária pode ser obtida em uma corda esticada que tenha as duas extremidades fixas, sempre que a mesma for colocada para vibrar de tal maneira que a distância entre as extremidades (l) contenha um número inteiro de meios comprimentos de onda (λ/2). As ondas senoidais que se propagam na corda sofrem reflexões (com inversão de fase) em suas extremidades e as ondas refletidas se somam às ondas incidentes. A onda resultante continua sendo uma onda senoidal, mas de amplitude variável e zeros fixos. Este tipo de onda é chamado onda estacionária porque, embora sua forma mude com o tempo, ela não se move ao longo da corda. Os zeros ou nós da onda são pontos fixos que estão regularmente espaçados a intervalos de meio comprimento de onda (λ/2), veja figura 1. Um ponto da corda situado em um nó não tem oscilação transversal, ao passo que um ponto situado na metade da distância existente entre dois nós (chamado antinó) oscila com amplitude máxima 2A. Um ponto entre o nó e o antinó tem uma amplitude maior que zero e menor que 2A. L Figura 1: Onda estacionária em uma corda. As extremidades da corda são fixas, portanto, elas são nós naturais. 25 Depto de Física/UFMG Laboratório de Fundamentos de Física A velocidade de propagação de uma onda em uma corda depende da tensão T a que ela está submetida e da sua densidade linear de massa µ (massa por unidade de comprimento) e é dada por: v= T µ (1) Podemos estudar essa relação, observando as ondas estacionárias em uma corda cujas extremidades são mantidas fixas e que oscila com uma dada freqüência f. Se a distância entre dois nós consecutivos é igual a λ/2, o comprimento da corda tensionada L é dado por nλ/2, onde n é um número inteiro. A velocidade da onda v relaciona-se com o comprimento de onda λ e a freqüência f através da relação: v=λ.f (2) PARTE EXPERIMENTAL Objetivo: Observar, em uma corda tensionada e fixa em ambas as extremidades: • qualitativamente, como varia a velocidade de ondas estacionárias com a densidade linear da corda, mantendo constante a tensão aplicada; • quantitativamente, a variação da velocidade de ondas estacionárias em função da tensão aplicada à corda, mantendo constante a densidade linear. Material: O sistema mostrado na figura 2 permite manter a corda tensionada e sujeita simultaneamente a uma vibração fornecida pelo alto-falante (freqüência de 60Hz). A tensão aplicada à corda pode ser variada colocando-se maior ou menor massa no porta-massa e o seu comprimento pode ser alterado, deslocando-se a caixa sobre a mesa. São disponíveis: cordas de nylon e de algodão de diferentes densidades lineares; arruelas de metal com massa aferida. Figura 2: Montagem de um sistema de uma corda tensionada. 26 Depto de Física/UFMG Laboratório de Fundamentos de Física Procedimento: 1a Parte: Variação da velocidade da onda estacionária com a densidade linear do fio. 1) Coloque o fio de nylon de maior diâmetro para vibrar na montagem da figura 2. Para conseguir que se formem ondas estacionárias, com uma tensão fixam, varie o comprimento do fio (deslocando a caixa que contém o alto-falante). Determine o comprimento de onda. Lembre-se que meio comprimento de onda λ/2 é equivalente a distância entre dois nós. 2) Troque o fio de nylon para outro mais fino e mantenha a mesma tensão. Meça o novo comprimento de onda e compare com o anterior. 3) Discuta como é a dependência da velocidade da onda com a densidade linear do fio. 2a Parte: Variação da velocidade da onda com a tensão aplicada ao fio. 1) Utilize o fio de algodão e meça o comprimento de onda das ondas estacionárias para cinco tensões diferentes. Lance os resultados obtidos em uma tabela. 2) Calcule a velocidade de propagação da onda para cada um dos cinco casos. 3) Construa um gráfico da velocidade da onda ao quadrado (v2) em função da tensão aplicada (T). Comente esse gráfico. Ele está de acordo com as expressões na introdução? 4) Determine a densidade linear do fio partir do gráfico, com o respectivo desvio. 5) Identifique e discuta as principais limitações dessa experiência. Sugestão para a tabela Massa (g) Tensão (N) distância entre dois nós (m) λ (m) v = λ.f (m/s) v2(m/s) 27