EDIFICIO CAPES MEMORIAL O projeto é desenhado no chão. As linhas condutoras da implantação, a distribuição do programa de atividades e a relação com a s duas ruas foram definidas a partir da possibilidade que a topografia, a orientação e a situação ofereciam. Queremos dizer com isso, que antes de qualquer pressuposto formal ou estrutural, definimos o projeto pelo lugar. O programa foi um dos indutores do partido, definido por dois edifícios lineares que se conectam ao centro do terreno. Cada um deles contém uma parte solidária de funções que devem se comunicar: Diretorias e Presidência num lado; Assessorias e Auditório no outro. O restaurante, atividade de convivência entre as partes, fica na cobertura, conectando os dois blocos. Também favorecido da legislação. O partido ficou assim definido por uma ocupação sutil do terreno, acima da cota do solo, com linhas definindo o construído em contraste com um grande vazio. Este vazio foi fundamental na definição da implantação, pois é através da grande praça frontal que o edifício público pode se comunicar com a rua, como uma reminiscência clássica da fachada recuada, bem ao gênero da idéia urbana de Brasília. A limitação de altura determinou a distribuição vertical do programa de cima para baixo, ficando a cota mais baixa do edifício em 1945000. A partir daí ambos os edifícios foram desenhados com três pavimentos básicos, contendo todo o programa de necessidades. O edifício maior, que chamamos edifício leste-­‐oeste, recebe um pequeno complemento do programa ao nível do primeiro subsolo. O edifício norte-­‐sul, das assessorias, também se completa com o primeiro subsolo, através do auditório. O edifício é formado de partes que se articulam, transformando-­‐o num único: espécie de analogia biológica onde o corpo é inteiramente definido por seus membros. A lógica da configuração, tanto formal quanto espacial foi dada, além do aspecto programático, pelo desenho do terreno em relação às vias. As duas linhas são orientadas pelos limites do lote em paralelas: a maior aproveitando o lado maior para conter o volume do programa de Diretorias e a menor, das assessorias, definindo a frontalidade para a rua principal. Os três subsolos são utilizados predominantemente como garagem. Facilitado pela topografia, utilizamos parte do primeiro para complemento do programa de necessidades, por isso o definimos com o mesmo pé-­‐direito dos demais pavimentos administrativos. Implantação A limitação do gabarito exigiu um trabalho de acomodação dos níveis do terreno, não apenas para a solução dos subsolos de garagem, mas também para buscar recurso de iluminação aos pavimentos abaixo da linha original do solo. Criamos, sempre que necessário, fossos laterais para a iluminação e ventilação de áreas de trabalho, que serviram também para organizar o desenho das áreas livres da superfície. Os elementos determinantes do desenho foram: a locação dos dois edifícios em linhas concorrentes, definindo um volume extensivo para quem o vê das ruas, e o eixo diagonal, que define a praça frontal à rua principal. A praça, que atravessa o edifício norte-­‐sul no piso térreo, foi proposta como o elemento de maior impacto do projeto. Área pública do edifício público é o local de entrada e quem estabelece a relação de continuidade com a via pública. Construção Estrutura A base estreita dos volumes conduziu a solução estrutural em concreto armado, para módulos básicos de 8,75 X 11,25 metros. Este módulo possibilitou-­‐nos trabalhar com uma secção esbelta para o conjunto viga/laje, de 40 cm, permitindo o uso de quatro pavimentos dentro do limite de altura. O sistema estrutural proposto é de laje em grelha, com formas pré-­‐moldadas (tipo step), com protensão alternada nas nervuras, e vigas chatas de mesma secção, também protendidas nos eixos. A única variação se dá no auditório, devido ao vão especial de 20,00 metros, onde optamos por um sistema de nervuras de 0,90 de secção, invertidas para a execução das caixas de jardineiras no teto. Vedações e Quebra-­‐sol Teremos quatro orientações distintas para as faces dos dois edifícios, que receberão tratamentos distintos a cada caso. As faces genéricas serão envidraçadas, permitindo a transparência e relação com as vistas externas, e tratadas com sistema de quebra-­‐sol, dimensionados a cada situação de incidência. Para o caso extremo da face oeste do edifício norte sul (assessorias), propomos a homogeneização das superfícies com uma em grelha contínua de aço galvanizado, em lâminas de 80 mm, conforme cálculo de insolação. Mesma situação proposta a face norte. Para as outras superfícies, teremos uma voltada a sul, e a que chamamos de fachada principal (leste), no edifício de assessorias, exploramos uma relação volumétrica que controla a luminosidade. Verde e Jardins Localizamos uma faixa precisa para o verde, limitado pela diagonal que define a implantação. Compõe-­‐se de árvores de sombra que incorpora a área de estacionamento ao ar livre. O teto do auditório também é utilizado com jardim e área complementar de estar ao ar livre. 
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