Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda - Universidade de Aveiro
Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda
E se aprendêssemos “fazendo”?
Modelo de Aprendizagem Baseado em Projectos
José Manuel Nunes de Oliveira
[email protected]
Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda
Universidade de Aveiro
Nesta intervenção pretende-se:
Š apresentar, sucintamente, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de
Águeda (ESTGA);
Š perspectivar o conceito de Qualidade no Ensino;
Š caracterizar, brevemente, o Modelo de Ensino Tradicional;
Š caracterizar, genericamente, o Modelo de Aprendizagem Baseada em
Projectos;
Š apresentar a concretização deste modelo na ESTGA;
Š fazer um primeiro balanço da experiência de Águeda, lançando algumas
questões ainda(!!) em aberto;
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José Manuel Nunes de Oliveira
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Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda
Breve Apresentação da ESTGA
Š Escola Superior Politécnica integrada na Universidade de Aveiro
Š Criada em 1997, ministra cursos de Bacharelato em Engenharia e na área
da Gestão a um total de 552 alunos:
z
z
z
z
z
z
z
Engenharia Geográfica
Engenharia Electromecânica
Engenharia Electrotécnica
Secretariado de Direcção
Estudos Superiores de Comércio
Gestão Pública e Autárquica
Documentação e Arquivística
Š Corpo docente constituído por 5 doutores, 26 mestres e 8 licenciados.
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Sobre a Qualidade no Ensino...
Š Haverá qualidade no ensino quando conseguirmos
determinar a Função de Transferência do bloco central:
Candidatos ao
Ensino Superior
Curso Superior
Profissionais
de perfil adequado
ao mercado
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Sobre o perfil dos candidatos ao
ensino superior...
Š Competências diferentes em domínios diferentes dos tradicionais.
(Entenda-se por tradicionais, os de há pelo menos 10 anos atrás!!)
Š Oriundos de um sistema educativo em que o nível de exigência tem
vindo a diminuir.
Š Falta de motivação, decorrente em muitos casos do facto de não
estarem a frequentar o curso da sua primeira escolha.
Š Hábitos de trabalho pouco desenvolvidos e centrados na resolução,
mais ou menos mecanizada, de exercícios.
Š Sentido de responsabilidade pelo seu próprio processo de
aprendizagem pouco desenvolvido.
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Sobre o que o mercado de trabalho
espera dos diplomados...
Š Sólida formação de base, adequada à função:
„
formação muito específica pode ser adquirida através de formação
profissional.
Š Competências Pessoais e Profissionais:
„
„
„
„
trabalhar em equipa;
capacidade de liderança;
escrever relatórios técnicos;
....
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Voltando à Qualidade do Ensino...
Š As competências alvo para
cada perfil profissional,
devem ser:
„
„
„
„
tornadas explícitas;
divulgadas a todos os
agentes envolvidos;
criadas oportunidades para o
seu desenvolvimento;
devidamente avaliadas.
Š Em resumo, deve haver
Alinhamento
(Biggs, “Teaching for Quality Learning at University”, 1999, SRHE/OU Press)
OBJECTIVOS DE
APRENDIZAGEM
AVALIAÇÃO
ACTIVIDADES
LECTIVAS
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O Modelo de Ensino Tradicional
Instrução
Instrução
Compreensão
Compreensão(??)
(??)
Aplicação
Aplicação
Problemas
Problemas
Solução
Solução++Compreensão
Compreensão
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O Modelo de Ensino Tradicional
Instrução
Instrução
Instrução
Instrução
Compreensão (??)
Compreensão (??)
Compreensão (??)
Compreensão (??)
Aplicação
Aplicação
Solução + Compreensão
Solução + Compreensão
Problemas
Problemas
Aplicação
Aplicação
Instrução
Instrução
...
Problemas
Problemas
Solução + Compreensão
Solução + Compreensão
Compreensão (??)
Compreensão (??)
Aplicação
Aplicação
Problemas
Problemas
Solução + Compreensão
Solução + Compreensão
Projecto
Projectode
deFinal
Finalde
deCurso
Curso
(Integração
(Integraçãodas
dasmatérias
matérias++Capacidade
Capacidadede
deAplicação)
Aplicação)
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O Modelo de Ensino Tradicional
Š Caracteriza-se ainda por:
„
„
„
ser centrado na figura do professor, que “controla” o processo de
aprendizagem;
a aprendizagem se desenvolver tendo como núcleo fundamental a
disciplina;
se desenvolver em torno das competências técnicas, explícitas, e
assumir que no processo se adquirem, implicitamente, outras
competências;
Será que há alternativas?
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PBL – Problem Based Learning
Instrução
Instrução
Compreensão
Compreensão
Problema
Problema
Solução
Solução
Aplicação
Aplicação
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PBL – Problem Based Learning
Š Sucintamente, caracteriza-se por:
„
„
„
„
a aprendizagem se desenvolver em trabalho de grupo, servindo as
necessidades de resolução dos problemas;
ser centrado no aluno, assumindo a diversidade de modelos pessoais
de aprendizagem. O aluno torna-se responsável pelo seu processo de
aprendizagem;
o professor passar de “mestre” a “guia”, com a consequente
aproximação ao aluno. Implica perda de “poder” pelo professor;
criar inúmeras oportunidades para o desenvolvimento, acompanhado,
de competências pessoais e profissionais, tornando-as explícitas no
currículo.
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PLE – Project Led Education
Š Uma forma de PBL, em que:
„
„
„
a aprendizagem se desenvolve em torno de um projecto aglutinador,
“open-ended”, de dimensão considerável (um semestre, tipicamente);
o projecto deverá ainda constituir um trabalho com evidente aplicação
prática;
a dimensão da multidisciplinaridade torna-se óbvia.
Em suma, trata-se de aprender a “fazer”, “fazendo”!!
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Os novos papéis dos agentes no
processo de aprendizagem
Š Professor:
„
„
„
perde o controlo do processo, passando a actuar como
agente envolvido;
passa a estar mais exposto aos imprevistos, sendo
fundamental que aprenda a declarar “Ainda não sei”!!
assume o papel muitíssimo exigente de:
z
guiar em vez de fazer;
z
questionar em vez de solucionar .
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Os novos papéis dos agentes no
processo de aprendizagem
Š Aluno:
„
„
„
passa de espectador a actor;
é forçado a assumir a responsabilidade sobre o seu
processo de aprendizagem, a tornar-se “dono” desse
processo;
é encorajado a reconstruir o conhecimento:
z
z
para um propósito e com um propósito;
com a sua própria estrutura e pelas suas próprias palavras, quase
certamente de forma diferente da dos seus professores.
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PLE e a ESTGA
Š Partindo de um desafio da Reitoria da Universidade de Aveiro
(UA)....
„
„
4 elementos da ESTGA integraram uma delegação da UA numa visita à
Universidade de Aalborg, Dinamarca, onde este modelo pedagógico
tem vindo a ser utilizado, com sucesso, há 25 anos;
e após cerca de 3 anos de discussão e trabalho preparatório,
pontuados por 4 workshops dedicadas ao tema, e com o apoio
inestimável do Prof. John Cowan, consultor da ESTGA nesta
odisseia...
Outubro de 2001 – Arranque do Modelo de Aprendizagem Baseado em
Projectos nos cursos de Engenharia da ESTGA.
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PLE na ESTGA
Estrutura Curricular
Instrução
Instrução
Compreensão
Compreensão
Instrução
Instrução
Compreensão
Compreensão
Projecto
Projecto
Projecto
Projecto
Solução
Solução
Aplicação
Aplicação
Solução
Solução
Tema Curricular X
Aplicação
Aplicação
Tema Curricular Y
Instrução
Instrução
Compreensão
Compreensão
Projecto
Projecto
Solução
Solução
...
Aplicação
Aplicação
Tema Curricular Z
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PLE na ESTGA
Estrutura Curricular
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PLE na ESTGA
Aulas
Aulas
Projecto 50%
Aulas
Período de Avaliação
Intercalar
Período de Avaliação
Intercalar
Estrutura do Semestre
Período de
AvaliaçãoFinal
Projecto 75%
Projecto 25%
0
4
5
9
10
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17
(Semana)
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PLE na ESTGA
Avaliação dos Conhecimentos
Š Disciplinas Autónomas:
„
todos os métodos usuais, de acordo com os estatutos da UA,
existindo 3 épocas de avaliação.
Š Disciplinas Associadas:
„
„
todos os métodos usuais, sem lugar a época de recorrência.
incentiva-se que a avaliação evite incidir sobre conteúdos abordados
no Projecto Temático.
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PLE na ESTGA
Avaliação dos Conhecimentos
Š Projecto Temático:
„
„
„
„
relatório final;
sessão pública de defesa, perante um júri, constituída por:
z apresentação do projecto pelos alunos, com a participação de
TODOS os elementos do grupo e duração aproximada de 30min;
z discussão do projecto, com duração típica de 1hora.
o júri é constituído por 3 elementos, entre os quais o orientador do
projecto. Incentiva-se que um dos elementos seja externo à
instituição;
a classificação final é da responsabilidade do júri no seu conjunto,
sendo atribuída uma classificação individual a cada aluno.
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PLE na ESTGA
Avaliação do Modelo
Š Avaliação do Modelo Pedagógico é absolutamente
fundamental neste contexto de mudança. Deverá indicar:
„
„
„
se os objectivos estão a ser cumpridos;
os pontos fortes e fracos do PROCESSO de aprendizagem;
o impacto das várias iniciativas integradas no modelo pedagógico.
Š Avaliar, neste contexto, NÃO é classificar ou “apontar o
dedo” a qualquer dos agentes deste processo.
Comissão de Acompanhamento do Modelo de Aprendizagem
Baseado em Projectos
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PLE na ESTGA
Primeiros Resultados/Impressões
Š Reacções dos alunos:
„
globalmente positiva, se bem que pontuada por períodos de
insegurança face à mudança;
„
grande envolvimento nos projectos, fruto de evidente motivação;
„
insatisfação com o volume de trabalho exigido;
„
„
clara dificuldade em gerir o tempo adequadamente, denotando
dificuldades na mudança de atitudes;
insegurança face ao papel do orientador de projecto, que preferiam
ver como líder do projecto.
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PLE na ESTGA
Primeiros Resultados/Impressões
Š Por parte dos docentes:
„
„
„
„
o desenvolvimento de competências pessoais e profissionais torna-se
explícito e pode ser acompanhado;
a motivação dos alunos constitui factor de realização profissional;
o papel de orientador constitui um desafio absorvente em termos de
tempo e envolvimento pessoal;
torna-se fundamental reequacionar o papel do docente, a forma como
organiza as suas actividades lectivas, as relações com os alunos, a
articulação com os colegas, etc.
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PLE na ESTGA
Primeiros Resultados/Impressões
Š Por parte da instituição:
„
implica uma reorganização profunda na sua estrutura;
„
requer meios físicos diferentes (gabinetes para alunos, etc.)
„
é exigente em termos de recursos financeiros.
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Conclusão
Questões que se Colocam...
Š Será que resulta?
Š Que informação efectiva será possível obter com o sistema de avaliação?
Que impacto terá?
Š Qual o impacto do desenvolvimento esperado de uma “cultura de
instituição”?
Š Qual o impacto do domínio do processo de aprendizagem por parte dos
alunos?
Š Qual o impacto da implementação deste modelo na carreira dos docentes
da ESTGA?
Š E quanto a ligações ao meio empresarial? Como capitalizar as
características do modelo?
Š ...
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