UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
Carla Patrícia Dias Mendes
Diego Paiva de Azevedo
Juliana Silva Rassy
EFEITOS DO MÉTODO WATSU NA FLEXIBILIDADE E NA
AUTONOMIA FUNCIONAL DE IDOSAS SENESCENTES
BELÉM - PA
2008
Carla Patrícia Dias Mendes
Diego Paiva de Azevedo
Juliana Silva Rassy
EFEITOS DO MÉTODO WATSU NA FLEXIBILIDADE E NA
AUTONOMIA FUNCIONAL DE IDOSAS SENESCENTES
Trabalho de conclusão de curso
apresentado à Universidade da Amazônia
para obtenção do grau de bacharel em
Fisioterapia.
Orientadora: Profª Ediléa Monteiro de
Oliveira.
BELÉM - PA
2008
Carla Patrícia Dias Mendes
Diego Paiva de Azevedo
Juliana Silva Rassy
EFEITOS DO MÉTODO WATSU NA FLEXIBILIDADE E NA
AUTONOMIA FUNCIONAL DE IDOSAS SENESCENTES
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao curso de Fisioterapia do
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
da Universidade da Amazônia como
requisito para obtenção do titulo de
Fisioterapeuta.
Banca Examinadora
_______________________________
Profª. Ediléa Monteiro de Oliveira
Orientadora
_______________________________
Profª. Ms. Carla Cristina Alvarez Serrão Almeida
_______________________________
Ft. Eduardo Candido Veloso Ferreira
Apresentado em:____/____/____
Conceito:___________________
BELÉM - PA
2008
Dedico este trabalho aos meus pais,
Affonso e Graça, por me ensinarem com
exemplos a lutar pelos meus objetivos.
Aos meus irmãos Carina e Affonsinho e
ao meu namorado André, por torcerem e
participarem desta conquista.
Carla Patrícia Dias Mendes
Dedico este trabalho aos meus pais
Angela e Edilson, por terem me criado
em um lar onde o carinho, amor, respeito
e compreensão imperam. Por sempre se
fazerem
momentos
presentes
de
em
todos
minha
os
vida,
principalmente nos de desânimo e
tristeza.
Diego Paiva de Azevedo
Dedico este trabalho de conclusão a
quatro pessoas especiais: Rosângela e José
Rassy, meus pais; minha irmã Inha e meu
namorado
Rodolpho,
por
estarem
presentes, me incentivando e confiando no
meu potencial.
Juliana Silva Rassy
AGRADECIMENTOS
Inicialmente gostaríamos de agradecer ao tripé de criação deste trabalho, pois juntos
conseguimos vencer os obstáculos impostos pela heterogeneidade do grupo, marcada por
atitudes otimistas, pessimistas e de indecisão, as quais somadas resultaram nesta conquista.
A Deus pai de compaixão e misericórdia, por nos iluminar durante todo o percurso de
realização desse trabalho. Criador do céu, terra e da água.
A água, por ser o meio em que nossos corpos encontram a liberdade perdida pela alma; e pelo
Watsu, por proporcionar a exploração contínua dessa liberdade.
A família, toda a nossa gratidão pelo apoio, encorajamento, amor incondicional que
demonstraram a cada passo de nossa existência. Em especial aos nossos pais que sempre
estiveram ao nosso lado, regendo com afeto nossos caminhos.
Aos namorados e namorada pelas palavras certas que foram ditas nas horas de desânimo, pelo
amor, carinho, paciência e compreensão que nos foram dadas.
A Léa, amiga que sempre esteve disposta não só a ensinar, mas também a aprender conosco.
Pessoa que nos apresentou o Watsu e nos incentivou a comprovar de forma científica as
maravilhas deste método.
Aos nossos amigos, família que Deus nos permitiu escolher, agradecemos por estarem e
permanecerem sempre por perto.
Agradecemos as nossas dezenove pacientes que se submeteram ao nosso projeto e se
entregaram, depositando em nossas mãos todas as suas expectativas. E a Jackeline Couto, que
nos proporcionou conhecê-las.
Por fim, agradecemos a todas as pessoas que não acreditaram na realização deste trabalho,
pois com isso nos motivaram a persistir para a concretização deste tema inovador.
Carla Mendes, Diego Azevedo e Juliana Rassy
“A diferença entre o possível e o
impossível está na vontade humana.”
(Louis Pasturie)
RESUMO
O processo de envelhecimento caracteriza-se, entre outros, pelo declínio da flexibilidade e da
autonomia funcional, que estão associadas à perda das funções em várias atividades da vida
diária. Neste sentido, buscam-se novas técnicas que visem melhorar a qualidade nesta fase da
vida. Optou-se, portanto, pelo método Watsu, que promove alongamentos, trações e
mobilizações articulares, importantes para a flexibilidade e autonomia funcional. O presente
estudo objetivou avaliar os efeitos do Método Watsu sobre a flexibilidade e autonomia
funcional em idosas senescentes. A amostra foi constituída de 15 mulheres, com idade entre
60 e 74 anos, independentes em suas atividades de vida diária, e aptas fisicamente para
realizar a bateria de testes para avaliação da autonomia funcional. As idosas foram atendidas
na Fisioclínica, 2 vezes por semana, em dias não consecutivos, durante 45 minutos por sessão,
totalizando 8 sessões do método Watsu. Os instrumentos avaliativos aplicados foram a
fleximetria (flexibilidade) e o protocolo GDLAM (autonomia funcional). O pacote estatístico
utilizado foi o Bioestat 5.0, sendo o teste t de Student para comparação pareada (nível de
significância alfa = 0,05) e correlação linear de Pearson para verificar o grau de associação
entre flexibilidade e a autonomia funcional. Foi verificado melhora significativa (p<0,05) na
amplitude de movimento de: flexão quadril direito (p<0,0001); flexão quadril esquerdo
(p=0,0050); flexão joelho direito (p=0,0409); extensão de quadril esquerdo (p=0,0106);
extensão de joelho direito (p=0.0066); extensão de joelho esquerdo (p<0,0001); abdução de
quadril direito (p=0,0039); abdução de quadril esquerdo (p=0,0005); adução de quadril direito
(p<0,0001); adução de quadril esquerdo (p=0,0014); na autonomia funcional foi observada
melhora no pós-teste em: C 10 m (p=0,0344); LPS (p=0,0014); LPDV (p=0,0064); LCLC
(p=0,0039). A correlação entre flexibilidade e autonomia funcional após a aplicação do
método Watsu só foi encontrada entre flexão do quadril esquerdo e autonomia funcional
(p=0,0319; r= -0,5544). Os resultados permitem concluir que o método Watsu promoveu
melhora estatisticamente significativa para a flexibilidade dos quadris e joelhos, e para a
autonomia funcional das idosas. A correlação entre as variáveis, no entanto, não obteve
resultado estatisticamente satisfatório.
Palavras-chave: Watsu, flexibilidade, autonomia funcional, envelhecimento.
ABSTRACT
The aging process is characterized, among others, by the decline of flexibility and functional
autonomy, which are associated with loss of functions in various activities of daily living. In
this sense, searching for new techniques to improve the quality of life at this stage. For that,
the method Watsu was choosed, because it promotes stretching, joint mobilization and
concentration, importants for the flexibility and functional autonomy. This present study
aimed to evaluate the effects that the Method Watsu promotes in the flexibility and functional
autonomy in elderly senescent patients. The sample consisted of 15 elderly women, aged
between 60 and 74 years, independent in their daily activities and physically able to perform
the battery of tests to evaluate the functional autonomy. The elderly were attended in
Fisioclínica, 2 times per week on non-consecutive days for 45 minutes per session, totaling 8
sessions of the method Watsu. The evaluate instruments applied were the fleximeter
(flexibility) and were used the GDLAM protocol (functional autonomy). The statistical pack
used was the Bioestat 5.0, the Student’s t test for paired comparison (level of significance
alpha = 0.05) and Pearson's linear correlation to determine the degree of association between
flexibility and functional autonomy. There was a significant improvement (p <0.05) in the
range of motion from right hip flexion (p <0.0001); left hip flexion (p = 0.0050); right knee
flexion (p = 0.0409); extension of the left hip (p = 0.0106), extension of right knee (p =
0.0066); extension of left knee (p <0.0001), abduction of right hip (p = 0.0039), abduction of
the left hip ( p = 0.0005), adduction of right hip (p <0.0001), adduction of the left hip (p =
0.0014), in the functional autonomy was observed improvement in the post-test at: C 10 m (p
= 0 , 0344), LPS (p = 0.0014); LPDV (p = 0.0064); LCLC (p = 0.0039). The correlation
between flexibility and functional autonomy after applying the method Watsu was only found
between flexion of left hip and functional autonomy (p = 0.0319, r = -0.5544). The results
demonstrated that the method Watsu promoted statistically significant improvement in posttest for the functional autonomy of the elderly and for the flexibility of the hips and knees,
while the correlation between variables did not achieve the expected results.
Keywords: Watsu, flexibilty, functional autonomy, aging.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Flexão de quadril ..................................................................................................... 66
Figura 2 - Extensão de quadril.................................................................................................. 66
Figura 3 - Abdução de quadril.................................................................................................. 66
Figura 4 - Adução de quadril.................................................................................................... 66
Figura 5 - Flexão de joelho....................................................................................................... 66
Figura 6 - Extensão de joelho ................................................................................................... 66
Figura 7 - C 10m....................................................................................................................... 67
Figura 8 - LPS .......................................................................................................................... 67
Figura 9 - LPDV....................................................................................................................... 67
Figura 10 - LCLC ..................................................................................................................... 67
Figura 11 - Abertura ................................................................................................................. 68
Figura 12 - Dança da respiração ............................................................................................... 68
Figura 13 - Oferecendo lento.................................................................................................... 68
Figura 14 - Liberando a coluna.................................................................................................68
Figura 15 - Sanfona .................................................................................................................. 68
Figura 16 - Sanfona rotativa ..................................................................................................... 68
Figura 17 - Rotação da perna de dentro.................................................................................... 69
Figura 18 - Rotação da perna de fora ....................................................................................... 69
Figura 19 - Pressão no braço e ponto do coração ..................................................................... 69
Figura 20 - Pêndulo .................................................................................................................. 69
Figura 21 - Balanço braço e perna............................................................................................ 69
Figura 22 - Joelho ao tórax ....................................................................................................... 69
Figura 23 - Vôo livre ................................................................................................................ 70
Figura 24 - Tração externo sacro.............................................................................................. 70
Figura 25 - Quieto .................................................................................................................... 70
Figura 26 - Quatro .................................................................................................................... 70
Figura 27 - Sela ........................................................................................................................ 70
Figura 28 - Parede .................................................................................................................... 70
Figura 29 - Agradecendo ao espaço ......................................................................................... 70
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Padrão de avaliação da autonomia funcional no protocolo GDLAM ...................... 24
Tabela 2: Análise descritiva para o padrão da flexão do quadril e joelho (lados direito e
esquerdo) antes e depois das sessões de Watsu, n=15.............................................................. 39
Tabela 3: Média e desvio padrão da extensão do quadril e joelho (direito/esquerdo) antes e
depois das sessões de Watsu, n=15 .......................................................................................... 41
Tabela 4: Média e desvio padrão da Abdução do quadril e joelho (direito/esquerdo) antes e
depois das sessões de Watsu, n=15 .......................................................................................... 42
Tabela 5: Média e desvio padrão da Adução do quadril (direito/esquerdo) antes e depois das
sessões de Watsu, n=15 ............................................................................................................ 43
Tabela 6: Análise descritiva do GDLAM antes e depois das sessões de Watsu, n=15. ........... 44
Tabela 7: Análise descritiva da Autonomia funcional das idosas antes e após da aplicação do
método Watsu, n=15................................................................................................................. 46
Tabela 8: Análise de correlação entre Flexibilidade e Autonomia Funcional após a aplicação
do método Watsu. ..................................................................................................................... 47
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Média e desvio padrão da flexão do quadril (direito/esquerdo) antes e depois das
sessões de Watsu. ..................................................................................................................... 40
Gráfico 2: Média e desvio padrão da flexão do joelho (direito/esquerdo) antes e depois das
sessões de Watsu. ..................................................................................................................... 40
Gráfico 3: Média e desvio padrão da extensão do quadril (direito e esquerdo) antes e depois
das sessões de Watsu. ............................................................................................................... 41
Gráfico 4: Média e desvio padrão da extensão do joelho (direito/esquerdo) antes e depois das
sessões de Watsu. ..................................................................................................................... 42
Gráfico 5: Média e desvio padrão da abdução do joelho (direito/esquerdo) antes e depois das
sessões de Watsu. ..................................................................................................................... 43
Gráfico6: Média e desvio padrão da adução do joelho (direito/esquerdo) antes e depois das
sessões de Watsu. ..................................................................................................................... 44
Gráfico 7: Média e desvio padrão do GDLAM antes e depois das sessões de Watsu, n=15. .. 45
Gráfico 8: Média e Desvio Padrão da Autonomia funcional das idosas antes e após da
aplicação do método Watsu, n=15............................................................................................ 46
Gráfico 9: Correlação entre Flexão do Quadril Esquerdo e Autonomia Funcional após a
aplicação do método Watsu...................................................................................................... 47
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................................. 17
2.1 ENVELHECIMENTO....................................................................................................17
2.1.1 Transição demográfica ............................................................................................ 17
2.1.2 Transição epidemiológica........................................................................................ 18
2.1.3 Envelhecimento sedentário...................................................................................... 18
2.1.4 Flexibilidade na senescência ................................................................................... 18
2.1.4.1 Flexibilidade ..................................................................................................... 18
2.1.4.2 Alongamento x Flexibilidade ........................................................................... 20
2.1.4.3 Tipos de alongamento e flexibilidade............................................................... 21
2.1.5 - Autonomia funcional do idoso .............................................................................. 21
2.1.5.1 Conceito............................................................................................................ 21
2.1.5.2 Tipos ................................................................................................................. 22
2.1.5.3 Autonomia do idoso ......................................................................................... 22
2.1.5.4 Protocolo GDLAM ........................................................................................... 23
2.1.6 Método Watsu ......................................................................................................... 24
2.1.6.1 Shiatsu .............................................................................................................. 24
2.1.6.2 Conceito............................................................................................................ 25
2.1.6.3 Flutuação .......................................................................................................... 25
2.1.6.4 Alongamento .................................................................................................... 26
2.1.6.5 Massagem ......................................................................................................... 26
2.1.6.6 Temperatura...................................................................................................... 27
2.1.7 Os efeitos do método Watsu na flexibilidade e na autonomia funcional de mulheres
senescentes........................................................................................................................28
3 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................................. 29
3.1 TIPO DE ESTUDO ........................................................................................................ 29
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ........................................................................................ 29
3.3 LOCAL DA PESQUISA ................................................................................................ 30
3.4 INSTRUMENTOS ......................................................................................................... 31
3.5 COLETA DE DADOS ................................................................................................... 31
3.6 PROGRAMA DE TRATAMENTO............................................................................... 33
3.9 TRATAMENTO DOS DADOS..................................................................................... 37
4 RESUTADOS........................................................................................................................ 39
5 DISCUSSÃO ......................................................................................................................... 48
6 CONCLUSÃO....................................................................................................................... 51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 53
APÊNDICES ............................................................................................................................ 58
ANEXOS .................................................................................................................................. 71
15
1 INTRODUÇÃO
A expectativa de vida no Brasil e no mundo vem crescendo em decorrência
principalmente do avanço da medicina. Soares (2007) afirma que em conseqüência disso, há
um incremento populacional de pessoas com mais de 60 anos, o que acarreta maiores
investimentos por parte do governo em políticas de promoção de saúde, devido ao aumento de
patologias crônicas e múltiplas, próprias do envelhecimento (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2006).
Envelhecer não é puramente tornar-se velho, assim como não possui um momento
específico para começar. O envelhecimento se inicia no instante do nascimento e atingirá
todos os seres humanos em um estágio mais avançado da vida, porém, cada indivíduo será
acometido de forma particular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE GERIATRIA E
GERONTOLOGIA, 1994).
As distintas formas de envelhecer são possíveis graças à heterogeneidade biológica
dos indivíduos e ao estilo de vida particular. A união desses fatores pode propiciar o
aparecimento de doenças comumente associadas ao idoso (GUCCIONE, 2002).
Dona et al. (2008) apontam que a grande preocupação neste novo século está voltada
principalmente à promoção de um bem estar biopsicosocial com objetivo de manter o idoso
funcionalmente capaz, sendo autonomia funcional a capacidade de elaborar e executar uma
ação de forma independente concomitantemente com suas relações e atividades sociais.
Dull (2001) afirma que a terapia na água, em especial o Método Watsu, é capaz de
gerar bem estar ao geronte, por se tratar de uma técnica passiva, onde o paciente permanecerá
em flutuação e não sentirá peso ou dor.
Nascimento et al. (2005) defendem a idéia de que o treinamento de uma performance
específica, como é o caso da flexibilidade, deve ser desempenhado, preferencialmente, através
de métodos seguros de atividade física relacionada à saúde, funcionando também como forma
de prevenção de lesões.
A flexibilidade, segundo Vale, Aragão & Dantas (2003) deve ser estimulada desde a
infância e perdurar ao longo da vida, colaborando assim, com a realização de atividades
diárias das pessoas idosas. Desta forma, será possível aumentar ou manter adequada a
amplitude articular de movimento na idade avançada, desde que sejam utilizados exercícios
que promovam a elasticidade dos tecidos moles.
16
Considerando a importância da flexibilidade e da autonomia funcional na vida do
idoso, questionou-se: o método Watsu teria alguma influência sobre a flexibilidade e,
conseqüentemente, sobre a autonomia funcional de mulheres idosas?
Tal interesse justifica-se devido à necessidade de amenizar déficits funcionais
comuns ao envelhecimento. Para isso optou-se pelo método Watsu, uma técnica que promove
alongamentos, trações e mobilizações articulares, atividades utilizadas para o treino da
flexibilidade e autonomia funcional.
As hipóteses consideradas foram: nula (H0) que constata que não há diferença na
flexibilidade e autonomia funcional após aplicação das oito sessões do método Watsu e a
hipótese alternativa (H1) que constata a melhora na flexibilidade e autonomia funcional após
aplicação das oito sessões do método Watsu.
Objetiva-se com este estudo avaliar os efeitos que o método Watsu promove na
flexibilidade e autonomia funcional em pacientes idosas senescentes, mais especificamente,
avaliar a flexibilidade e a autonomia funcional das idosas antes e após aplicação da série de
oito sessões do método Watsu, e ainda a correlação que existe entre a flexibilidade e
autonomia funcional após a aplicação das sessões do método Watsu.
17
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 ENVELHECIMENTO
O envelhecimento não é simplesmente o passar do tempo, mas as manifestações de
eventos biológicos que ocorrem ao longo da vida. Tem sido definido como uma perda
progressiva das capacidades fisiológicas, culminando fatalmente com a morte (ROBERGS &
ROBERTS, 2002).
Envelhecer é um processo natural que acomete todos os seres humanos de forma
singular, caracterizado pelo declínio na habilidade para desempenhar as atividades de vida
diária decorrente de uma perda progressiva das capacidades fisiológicas. Contudo, o grau e o
tempo em que essa deteriorização irá ocorrer é variável (KAUFFMAN, 2001).
Em suma, o envelhecimento não acontece de forma unilateral, mas a partir da
totalização de vários processos entre si, entre eles a progressiva diminuição da flexibilidade,
contribuindo significativamente para uma menor eficiência no desempenho das atividades de
vida diária de pessoas idosas (PRANTE, 2005; DANTAS & VAREJÃO, 2006).
2.1.1 Transição demográfica
A expectativa de vida no Brasil também vem crescendo em decorrência,
principalmente, do avanço da medicina. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o
número de pessoas com idade superior a 60 anos já corresponde a mais de 12% da população
mundial e, até o meio deste século, chegará a 20%. Em 2050, há uma previsão que o número
de pessoas com mais de 100 anos, em pleno vigor físico e mental, será surpreendente
(ALBUQUERQUE, 2005).
Segundo as projeções estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS), o período
de 1975 a 2025 é a era do envelhecimento, quando a população de idosos no país crescerá 16
vezes, colocando o Brasil, em termos absolutos, como a sexta população de idosos do mundo.
Segundo dados do IBGE, a expectativa de vida passou de 70 anos em 2000, para 72 anos em
2005 (MINISTÉRIO DA SÁUDE, 2006; IBGE, 2008).
De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de
2007, o Pará possui 517 mil pessoas com mais de 60 anos de idade. Isso representa 7,1% da
população total do Estado. Um percentual um pouco abaixo dos 10,5% registrados para a
população brasileira, segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) (O LIBERAL, 2008).
18
2.1.2 Transição epidemiológica
Atualmente, os dados epidemiológicos nos mostram que na classe dos idosos vem
ocorrendo um crescimento populacional em conseqüência da redução da taxa de mortalidade
e da fecundidade. Essas transições afetam direta e significativamente a estrutura etária da
população, intensificando, assim, os problemas de uma determinada sociedade (FREITAS et
al, 2002).
Dona et al. (2008) relata que devido o acréscimo da população idosa mundial, a
sociedade deve preocupar-se em motivar o idoso a viver em comunidade, proporcionando que
estes tenham acesso à terapias que forneçam bem estar físico e mental.
2.1.3 Envelhecimento sedentário
Estudos têm demonstrado que o processo de envelhecimento humano não segue um
padrão linear, sendo influenciado não só pela carga genética de cada indivíduo, mas também
de acordo com a atividade que esse exerce durante toda a sua vida (DANTAS & OLIVEIRA,
2003; SILVA, 2007).
Segundo Ribeiro (2004) o processo de envelhecimento é acompanhado de uma série
de alterações fisiológicas que incluem uma diminuição no volume máximo de oxigênio (VO2
máx.), na função cardiovascular, na elasticidade da rede vascular periférica, na massa
muscular, na força e na flexibilidade, as quais diminuem progressivamente a capacidade
funcional. Kauffman (2001) relata que o comprometimento do desempenho neuromuscular é
o responsável pelas marcantes alterações comuns ao envelhecimento.
As alterações sofridas devido ao envelhecimento fisiológico explicam-se pelo fato de
que o tecido conjuntivo torna-se mais rígido e as articulações menos móveis decorrentes da
formação de ligações cruzadas entre fibrilas de colágeno adjacente. O suprimento sanguíneo
torna-se deficiente, bem como o conteúdo de água no corpo do idoso, favorecendo a menor
flexibilidade de tendões e ligamentos devido a maior calcificação e substituição de fibras
elásticas por fibras de colágeno (DANTAS & OLIVEIRA, 2003).
2.1.4 Flexibilidade na senescência
2.1.4.1Flexibilidade
19
É a capacidade de extensão do tecido muscular, permitindo que a articulação se
movimente por toda amplitude máxima de movimento, sendo fator determinante para a
eficácia no desempenho de diferentes movimentos envolvidos na realização das atividades de
vida diária, conseqüentemente, sua manutenção facilita o movimento em todas as articulações
(VOIGT, et al., 2007; GONÇALVES, GURJÃO & GOBBI, 2007).
Esta capacidade não pode ser considerada como uma característica geral, pois varia de
uma articulação para outra; uma pessoa pode, por exemplo, apresentar boa flexibilidade de
joelho, porém não ser tão flexível na articulação do quadril. Essas diferenças resultam de
atividades pessoais e esforços no qual o tecido conjuntivo foi submetido durante a vida, por
isso deve-se utilizar técnicas que a trabalhem de uma forma global (DANTAS & SILVA,
2003; ALTER, 1999).
A flexibilidade é de extrema importância na realização de determinadas atividades e
movimentos que, de outra forma, seriam impossíveis de serem realizados sem essa capacidade
física. Ela melhora a eficiência mecânica dos movimentos, fazendo com que se tenha um
menor gasto energético na execução de atividades, além de auxiliar na prevenção de lesões e
de vícios posturais, reduzindo as tensões musculares e auxiliando na melhoria da
contratilidade muscular (ALTER, 1999).
Com relação ao envelhecimento, Dantas & Silva (2003) ressaltam que há uma
diminuição da amplitude articular pelo enrijecimento dos componentes conectivos (tendões e
ligamentos) e pela diminuição da elasticidade das fibras musculares. Coelho & Araújo (2008)
salientam, no entanto, que o grau de flexibilidade pode ser alterado, sendo possível aumentar
a amplitude total do movimento de qualquer articulação, bem como manter seu nível
alcançado em qualquer idade.
Robergs & Roberts (2002) complementam que não há uma idade limitada para
começar um treino para ganho de flexibilidade, através de exercícios que promovam a
elasticidade dos tecidos.
Com o passar do tempo, a flexibilidade quando comparada a outras alterações sofre
maiores
deteriorizações
em
conseqüência
de
comprometimento
do
desempenho
neuromuscular, sendo esta a responsável por situações de desequilíbrio e instabilidade,
levando aos freqüentes quadros de quedas em idosos (DANTAS & OLIVEIRA, 2003;
KAUFFMAN, 2001).
Rebelatto Jr, Calvo, Orejuela Jr & Portillo (2006) afirmaram que a elasticidade dos
tendões, ligamentos e cápsulas articulares diminuem com a idade devido à deficiência de
20
colágeno, determinando que durante a vida ativa, adultos percam algo como 8 a 10 cm de
flexibilidade na região lombar e no quadril.
Badley, Wagstaff & Wood (1984) atestaram que a redução da flexibilidade verificada
durante a realização dos movimentos de extensão do joelho e flexão de quadril está
relacionada com o declínio nas habilidades de deslocamento e se curvar ao chão no decurso
das atividades de vida diária.
Em decorrência da diminuição da flexibilidade, é comum que o geronte diminua ainda
mais suas atividades de vida diária ou substitua sua rotina e hábitos de vida por ocupações
pouco ativas, favorecendo o aparecimento de doenças degenerativas subjacentes, como a
artrose, e aumentando a dificuldade de deambular, de subir escadas, de levantar-se, ampliando
o índice de quedas (DANTAS & OLIVEIRA, 2003; SILVA, 2007).
Baum (2000) aponta que o simples fato de não alongar os tecidos até a sua faixa
máxima poderá resultar em uma diminuição daquilo que é considerada amplitude normal de
movimento.
Voigt et al. (2007) declaram que o treinamento para ganho de flexibilidade busca
aumento no comprimento da unidade músculo-tendão, contudo, este treino deve ser contínuo
para que o alongamento seja mantido, pois intervalos maiores que 72h já são suficientes para
que se observe diminuição de amplitude de movimento.
Nascimento et al. (2005) defendem a idéia de que o treinamento de uma performance
específica, como é o caso da flexibilidade, deve ser desempenhado, preferencialmente, através
de métodos seguros de atividade física relacionada à saúde, funcionando também como forma
de prevenção e profilaxia para lesões.
2.1.4.2 Alongamento x Flexibilidade
A flexibilidade conforme Dantas (2005) é a qualidade física responsável pela execução
voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por articulação ou conjunto de
articulações, dentro dos limites morfológicos, sem risco de provocar lesão.
Segundo Dantas & Silva (2003) a flexibilidade pode ser trabalhada de duas formas
distintas, através do alongamento e do flexionamento. Sendo o flexionamento uma forma de
trabalho máxima, que visa obter uma melhoria da flexibilidade através da viabilização de
amplitudes de arcos de movimento articular superiores às originais, enquanto que, o
alongamento consiste em um trabalho sub-máximo que visa a manutenção dos níveis de
21
flexibilidade obtidos e a realização dos movimentos de amplitude normal com o mínimo de
restrição física possível.
Sendo assim, alongamento é um conjunto de técnicas, exercícios ou manobras
terapêuticas que tem por objetivo alongar estruturas de tecido mole para se manter os níveis
de flexibilidade, definindo-se como o meio para desenvolver esta valência (DANTAS, 2005).
2.1.4.3 Tipos de alongamento e flexibilidade
O alongamento pode ser observado em três manifestações: o estiramento, que propõe
alterar os componentes plásticos através de movimentos dentro do arco articular normal,
podendo ser realizado de forma passiva, ativa e mista; a suspensão, que se beneficia da ação
da gravidade para tracionar músculos e ligamentos, visando a retirada de catabólitos
resultantes da contração muscular; e a soltura consiste em balancear a musculatura para seu
relaxamento e desativação do fuso muscular (ALTER, 1999; DANTAS & SILVA, 2003).
De acordo com Alter (1999) há três tipos de flexibilidade: a estática é a permanência
na posição, mobilizando o segmento de forma lenta e gradual, buscando alcançar o limite
máximo da amplitude de movimento; a balística, que está associada a movimentos rítmicos,
de forma rápida e explosiva, sendo mais suscetível a lesões; e a dinâmica, que se refere à
habilidade de usar a amplitude de movimento articular na realização de uma atividade física
numa velocidade normal ou rápida.
Dantas & Silva (2003) acrescentam ainda um quarto tipo de manifestação, a
flexibilidade controlada, no qual é a sustentação de um segmento num amplo arco articular.
Allsen, Harrison & Vance (2001) concluem que o fator imprescindível para se realizar
um programa de flexibilidade eficaz é o uso adequado dos exercícios de alongamento, pois o
importante é a qualidade do mesmo.
2.1.5 - A autonomia funcional do idoso
2.1.5.1 Conceito
De acordo com Cunha et al. (2007) o envelhecimento encontra-se intimamente
relacionado à autonomia funcional, que é a capacidade de determinar e realizar seus próprios
objetivos.
22
Segundo Posner et al. (1995) a autonomia está associada a habilidade para
desempenhar as atividades de vida diária, e leva em consideração a destreza das funções
musculares.
Possuir
autonomia
funcional
é
poder
realizar
de
forma
independente
e
satisfatoriamente suas atividades de vida diária, simultaneamente com suas relações e
atividades sociais, além de exercer seus direitos e deveres de cidadão. Viver de maneira
autônoma e independente significa possuir habilidade para dizer quando, onde e como
qualquer atividade que se tenha vontade será realizada (ARAGÃO et al., 2002 apud
PEREIRA, ABREU, VITORETTI & LÍBERO 2003).
Para finalidades clínicas ou de investigação, a autonomia funcional deve ser medida de
forma adequada, através de um instrumento confiável e válido. Torna-se importante também
medir a extensão do quadro clínico, sendo que alguns instrumentos avaliam o real
desempenho, enquanto que outros definem impedimentos em termos de potencial para
concluir tarefas (HÉBERT, 1997).
2.1.5.2 Tipos
A autonomia funcional é definida por Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano
para a Maturidade GDLAM (2004) apud Dantas & Vale (2004) como um somatório de três
aspectos:
Autonomia de ação – referindo-se à noção de independência física; autonomia de vontade
– referindo-se a possibilidade de auto-determinação; e autonomia de pensamentos – que
permite ao individuo julgar qualquer situação. De onde pode-se concluir que autonomia
não pode ser definida em apenas um aspecto, ângulo ou uma única perspectiva, mas em
um contexto holístico. Por outro lado, o mesmo grupo define independência como a
capacitação de realizar tarefas sem auxílio, quer seja de pessoas, de aparelhos ou de
sistemas.
2.1.5.3 Autonomia do idoso
Autonomia funcional pode ser resumida como a capacidade de elaborar e executar
uma ação. Segundo Guccione (2002), para que a independência física necessária para
executar uma ação seja alcançada, é preciso que haja, entre outros aspectos, elevados níveis
de mobilidade articular. Contudo, durante o processo de envelhecimento é comum que esta
diminua em decorrência do desuso ou imobilismo (UENO et al. 2000).
23
Posner et al. (1995) afirmam que a autonomia pode ser uma das principais perdas com
o avançar da idade. No entanto, pesquisadores afirmam que é possível obter saúde mediante a
autonomia funcional, alcançada através da realização de atividades físicas em qualquer idade
(ARAGÃO et al., 2002).
Um indivíduo de até oitenta anos de idade, capaz de administrar sua própria vida e
determinar quando, onde e como se darão suas atividades de lazer, convívio social e trabalho
deve ser considerado saudável, independente de apresentar uma doença crônica comum da
idade, uma vez que este mantém sua autonomia (CUNHA et al., 2007).
Guccione (2002) sintetiza os aspectos a respeito da autonomia funcional afirmando
que o idoso tem direito de participar ativamente da tomada de decisões, na extensão em que
for capaz, e de escolher o que vai e o que não vai ser feito a si mesmo, não importando sua
idade cronológica.
Segundo Diogo, Neri e Cachioni (2004) a manutenção da capacidade funcional de
idosos, dentro da individualidade e especificidade da cada situação, constitui um dos papéis
mais importantes dos profissionais de saúde, familiares e cuidadores. Dona et al. (2008)
complementam que o fisioterapeuta possui um leque de atividades, capazes de ajudar o idoso
a passar por este período da vida de forma mais agradável.
2.1.5.4 Protocolo GDLAM
Um grupo de pesquisadores do Laboratório de Biociências da Motricidade Humana da
Universidade Castelo Branco (LABIMH – UCB) propôs em 11 de maio de 2004 um
protocolo básico, denominado protocolo GDLAM. Este protocolo é composto essencialmente
por quatro testes: Teste de Caminhada de 10m, o mais rápido possível; Teste de Levantar-se
da Posição Sentada (LPS), estando o banco a uma altura de cinqüenta centímetros do solo por
cinco vezes consecutivas; Teste de Levantar-se da Posição de Decúbito Ventral (LPDV), a
partir do chão e Teste de Levantar-se da Cadeira e Mover-se pela Casa (LCMC) a partir de
uma cadeira fixa distante quatro metros para traz e três metros para cada um dos lados, onde
haverá cones que o indivíduo deverá circundar, os quais foram baseados nos trabalhos de
Spila et al. (1996), Guralink et al. (1994), Alexander et al. (1997) e Andreotti & Okuma
(1999), respectivamente (VALE, PERNAMBUCO, NOVAES & DANTAS, 2006).
Segundo Dantas & Vale (2004) todos os testes do protocolo GDLAM relacionam-se
com os principais movimentos da vida diária do idoso e deverão ser aferidos em segundos. Os
tempos obtidos serão colocados na fórmula: IG= [(C10M + LPS + LPDV) x 2] + LCLC / 3,
24
para que se chegue a um índice comum, e em seguida classificados de acordo com a tabela
abaixo:
Tabela 1: Padrão de avaliação da autonomia funcional no protocolo GDLAM
TESTES
C10M
LPS
LPDV
LCLC
IG
CLASSIFICAÇÃO
(SEG)
(SEG)
(SEG)
(SEG)
(ESCORES)
Fraco
+ 7,09
+ 11,19
+ 4,40
+ 43,00
+ 28,54
Regular
7,09-6,34
11,19-9,55
4,40-3,30
43,00-38,69
28,54-25,25
Bom
6,33-5,71
9,54-7,89
3,29-2,63
38,68-34,78
25,24-22,18
Muito Bom
< 5,71
<7,89
< 2,63
< 34,78
<22,18
Fonte: DANTAS & VALE, 2004
Onde: Caminhar 10 metros (C10m), Levantar-se da posição sentada (LPS), Levantar-se da posição decúbito
ventral (LPDV) e Levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa (LCLC) = tempo aferido em segundos (SEG).
IG = índice GDLAM em escores.
2.1.6 Método Watsu
2.1.6.1 Shiatsu
Watsu ou “água Shiatsu” é a aplicação do Shiatsu no ambiente aquático. Este método
foi considerado mais eclético e criativo que as formas tradicionais do Shiatsu, que utilizavam
estritamente pontos específicos (CUNHA, LABRONICI, OLIVEIRA & GABBAI, 1998).
Shiatsu é uma prática japonesa desenvolvida por Toru Namikoshi que aborda a
condição músculo-esquelética e orgânica, com o intuito de prevenir doenças, devolvendo a
resistência natural do corpo a ela. O nome shiatsu é originado da composição shi (dedo) +
atsu (pressão), portanto consiste na aplicação de pressão dos dedos sobre o corpo (SOUZA,
2007).
O shiatsu propõe remover a rigidez muscular, melhorar a flexibilidade e eliminar a
fadiga, já que a pressão aplicada contra a superfície corporal penetra os músculos, além de
favorecer a sua nutrição decorrente do estímulo da circulação sanguínea e linfática (TORU
NAMIKOSHI, 1987).
O Zen-Shiatsu foi desenvolvido no Japão por Shizuto Matsunaga e integra diversas
técnicas orientais e modalidades de cura. A maioria das escolas de shiatsu enfatiza a pressão
25
com os polegares sobre os acupontos. Matsunaga faz com que usemos nosso corpo inteiro
para trabalhar com o corpo inteiro do outro (GARTHOFF, 2007).
O Zen-Shiatsu inclui alongamentos e manipulações, enfatizando o estar com o outro
em vez de fazer algo a ele. Essa presença manifesta-se na respiração conectada, bem como no
uso da “mão-mãe”, através da mão, cotovelo ou joelho, que permanecem num determinado
lugar, dando sustentação constante, enquanto a outra trabalha. É uma presença essencial para
ajudar no equilíbrio energético (DULL, 2001; GARTHOFF, 2007).
2.1.6.2 Conceito
O Watsu, também denominado de “Water Shiatsu”, foi criado em 1980 por Harold
Dull. Trata-se de um método naturalmente flexível, originado do Zen-Shiatsu que consiste de
alongamentos passivos, massagem, mobilizações articulares e “hara trabalho”, bem como a
aplicação de pressão sobre acupontos a fim de equilibrar os pontos de energia através dos
meridianos, utilizados com finalidade terapêutica (DULL, 2001; GARTHOFF, 2007).
No método Watsu o corpo permanece em movimento contínuo, e as posições são
alteradas de forma delicada, permitindo assim uma transição rítmica dos movimentos e
fluxos. O paciente permanece completamente passivo, o que o torna capaz de experimentar
um relaxamento profundo, ocasionado pela associação dos movimentos suaves, coordenados
e rítmicos com sustentação da água aquecida (CUNHA & CAROMANO, 2003).
Atualmente existe um grande interesse por meios não farmacológicos que visem o
relaxamento, devido aos benefícios que esses apresentam para a saúde mental e física, além
de aprimorar a habilidade do indivíduo de lidar com situações de estresse, tensão e ansiedade.
Dessa forma, tornou-se uma ferramenta clínica de grande valia para promoção da saúde
(BENSON, et al., 1974; KHASHY, 1999; JACOBS, 2001 apud CUNHA & CAROMANO,
2003).
2.1.6.3 Flutuação
A flutuação é gerada por uma força ascendente vertical (empuxo) que atua sobre um
corpo que esteja submerso ou flutuando em um líquido. Esta força assiste qualquer
movimento em direção à superfície da água e resiste a qualquer movimento na direção oposta
à mesma (BATES & HANSON, 1998).
De acordo com Cunha & Caromano (2003) a ausência da gravidade experenciada pela
atuação da força de empuxo diminui o input dos receptores articulares de descarga de peso e
26
pressão, bem como a percepção de movimento. Ruoti, Morris & Cole (2000) complementam
afirmando que essa força retira a carga das articulações imersas progressivamente, permitindo
que atividades de amplitude de movimento ativo-assistidas sejam realizadas.
Em condições de flutuação, onde o paciente permanece deitado de costas na água, não
há nenhuma superfície firme contra a qual os músculos possam reagir. A modulação de
reflexo a estiramento é mínima, se existente, fazendo com que haja uma redução do tônus
muscular após um período mínimo de 15 minutos (RUOTI, MORRIS & COLE, 2000).
2.1.6.4 Alongamento
Para Dantas & Silva (2003) alongamento é a deformação dos componentes plásticos
(mitocôndrias, retículo sarcoplasmático, sistema tubular, ligamentos e discos intervertebrais)
que facilitam a execução dos movimentos e aumenta sua eficiência.
Bates & Hanson (1998) relatam que o alongamento realizado em meio aquático pode
beneficiar-se da condição de flutuação, a fim de providenciar estabilidade às articulações
através de movimentos controlados pela água.
Quando se estabiliza um segmento e move-se o corpo através da água, o segmento
pendente é alongado em razão do efeito de arrasto (DULL, 2001). Segundo Ruoti, Morris &
Cole (2000) este alongamento é atingido, no método Watsu, devido os movimentos serem
realizados de forma contínua, rítmica e obedecendo a vários fluxos.
2.1.6.5 Massagem
Massagem é o termo usado para designar um grupo de manipulações sistemáticas e
científicas nos tecidos do corpo. As técnicas são executadas com as mãos, a fim de equilibrar
os sistemas nervoso e muscular e a circulação em geral (ALTER, 1999).
Segundo Dull (2001) as técnicas de massagem utilizadas no Método Watsu buscam
aumentar a flexibilidade através da restauração de tecidos retraídos ou encurtados, da
liberação de contrações musculares e por auxiliarem a remoção de resíduos metabólicos dos
músculos.
A pressão exercida pela turbulência funciona como uma massagem profunda, capaz de
promover analgesia. Essa massagem ocorre através da associação de pressão, alongamento e
movimentos de fluidos através das fáscias, bem como da estimulação dos mecanorreceptores.
A posição de flutuação em supino adotada em técnicas de privação sensorial e relaxamento
27
muscular, como o Watsu, favorece o relaxamento, uma vez que permite a redução do espasmo
muscular (SKINNER e THOMPSON, 1992 apud CUNHA & CAROMANO, 2003).
Dessa forma fisioterapeutas e terapeutas de reabilitação aquática têm aplicado essa
abordagem em pacientes com deficiência física e outros distúrbios neuro-musculares e
músculo-esqueléticos, relatando empiricamente bons resultados no aumento da flexibilidade e
amplitude articular de movimento (DULL 2001).
2.1.6.6 Temperatura
O Watsu pode ser aplicado em piscinas que possuem um ou mais níveis de
profundidade, cuja temperatura ideal é estimada em torno de 35ºC dependendo do grupo e da
patologia que o indivíduo apresenta (GARTHOFF, 2007).
A temperatura da água apresenta importante papel no relaxamento muscular, pois
quando imerso em temperatura termoneutra, o corpo todo é aquecido a uma temperatura
superior a da pele (29º - 34ºC), o que induz o relaxamento em decorrência do aumento do
fluxo sanguíneo, facilitando assim, o movimento articular (SKINNER e THOMPSON, 1992
apud CUNHA & CAROMANO, 2003).
Agne (2005) afirma que os agentes e meios termoterapêuticos, segundo sua
profundidade de ação, se classificam em superficiais e profundos, sendo o calor transmitido
através de fluídos classificado como calor superficial causado por convecção natural.
Robertson, Ward & Jung (2005) apontam que o calor administrado ao corpo só surtirá
efeitos terapêuticos, alterando propriedades físicas dos tecidos fibrosos, quando a temperatura
da área em questão atingir a faixa de calor de 40º a 45º. Agne (2005) complementa que se faz
necessário a administração de calor superficial de aproximadamente 80ºC, de 20 a 30 minutos
para que se atinja 5 a 10 milímetros abaixo da pele.
Trabalhos realizados em faixa terapêutica de calor mantém elevada a temperatura
tecidual por aproximadamente 3 a 30 minutos, de tal forma que os efeitos fisiológicos
promovidos pela temperatura elevada cessarão no decorrer deste tempo (AGNE, 2005).
Lima, Pessoa, Martins & Freitas (2006) asseguram que aumento do suprimento
sanguíneo, promovido pelo calor, causa a liberação de mioglobina e hemoglobina para os
músculos, acelerando seu metabolismo e tornando-o menos resistente, favorecendo maior
eficiência mecânica.
28
2.1.7 Os efeitos do método Watsu na flexibilidade e na autonomia funcional de mulheres
senescentes
Em decorrência do progressivo envelhecimento populacional torna-se necessário que a
sociedade tenha maior preocupação com a saúde e bem-estar dos idosos, pois nesta faixa
etária o idoso torna-se economicamente menos ativo, sendo mais dependente na execução de
atividades diárias (KAUFFMAN, 2001).
De acordo com Prante (2005) os principais efeitos do envelhecimento, que levam a
maior dependência, ocorrem por imobilidade e má adaptação, sendo recomendada a adoção
de um estilo de vida ativo, envolvendo atividades que previnam e minimizem os efeitos
deletérios do envelhecimento, como a diminuição da flexibilidade.
A flexibilidade está intimamente relacionada com a mobilidade articular e a
elasticidade muscular e, portanto, com a autonomia do idoso e sua qualidade de vida, pois a
sua estimulação é fundamental para a saúde do ser humano de uma forma geral,
principalmente sobre o aspecto da motricidade humana (VALE, ARAGÃO & DANTAS,
2003).
Dona et al. (2008) afirmam que a intervenção fisioterapêutica durante o processo de
envelhecimento é de efeito respeitável, uma vez que favorece o bem estar e autonomia
funcional do idoso. Entre os recursos da fisioterapia, a atividade na água, para o idoso, parece
melhorar a sua auto-estima e confiança devido à sensação de ausência de peso e dor, e a
melhora física.
Explicitada a relação entre envelhecimento, flexibilidade e autonomia funcional, o
método Watsu revela-se uma opção viável para o cuidado com idosos. Segundo Garthoff
(2007) a utilização deste método como recurso hidroterapêutico oferece estratégias para
ajudar na melhora da autonomia funcional e flexibilidade dos idosos, visto que promoverá o
alongamento e mobilização de musculaturas e articulações fundamentais para a realização das
atividades de vida diária.
29
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 TIPO DE ESTUDO
Para a obtenção de resultados que se basearam no trabalho sobre “Efeitos do método
Watsu na flexibilidade e na autonomia funcional em idosas senescentes”, foi realizado na
cidade de Belém (PA), um estudo de pesquisa de campo do tipo experimental prospectivo,
visando melhorar a flexibilidade e o desempenho da autonomia funcional.
A pesquisa ocorreu mediante aprovações da orientadora da pesquisa (APÊNDICE A),
das pacientes, através do termo de consentimento livre e esclarecido – TCLE (APÊNDICE B),
no qual foi respeitada a privacidade e a total confiabilidade dos dados, do comitê de ética em
pesquisa e do local onde foram realizados os procedimentos avaliativos e terapêuticos,
Fisioclínica - UNAMA (APÊNDICE C).
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população escolhida para o estudo constituiu-se de 50 sujeitos idosos do sexo
feminino, com idade de 60 a 74 anos, que participam ou participaram do Programa de
Atenção ao Idoso com a Terapeuta Ocupacional Jackeline Couto, na UEAFTO (Unidade de
Ensino e Assistência de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), no Estado do Pará, no período
de 12 de abril a 12 de agosto do corrente ano. A amostra constituiu-se de 19 idosas que
aceitaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
Das 19 gerontes selecionadas, 4 participantes não concluíram o estudo, 3 por motivos
pessoais e 1 pela ocorrência de lesão na articulação do ombro durante o desenvolvimento de
atividades pessoais não relacionadas com o presente estudo, assim, a pesquisa foi concluída
com 15 integrantes.
Os critérios de inclusão contaram de aptidão física para realizar a bateria de testes
selecionados para a avaliação da autonomia funcional, ser independente no desempenho de
suas atividades de vida diária, não apresentar déficit cognitivo (avaliado previamente pelo
Programa de Atenção ao Idoso através do Mini Exame de Estado Mental - Mini-mental) e
aceitar os termos do TCLE.
Foram excluídas as idosas que apresentaram algumas das seguintes contra-indicações
absolutas para Fisioterapia Aquática e Watsu: infecções de pele ou gastro-intestinais, acidente
vascular encefálico e embolia pulmonar recente, sintomas agudos de trombose venosa
profunda, processos micóticos e fúngicos, processos infecciosos e inflamatórios agudos na
região de face e pescoço e as que estiverem em tratamento radioterápico ou quimioterápico.
30
Também não fizeram parte da amostra as que apresentavam demências, distúrbios
neurológicos, reumatológicos ou traumato-ortopédicos que comprometessem ou que se
tornassem um fator de impedimento para a aplicação do método, doença de Parkinson e
Alzheimer, alterações auditivas e visuais severas, as que estivessem realizando fisioterapia ou
qualquer outro tipo de terapia que envolvesse as articulações do quadril e joelhos, as que não
aceitaram o TCLE e ainda, aquelas que não compareceram ao programa de tratamento por três
vezes consecutivas, sem justificativa.
3.3 LOCAL DA PESQUISA
A pesquisa foi conduzida em laboratórios da Clínica Escola de Fisioterapia da
Universidade da Amazônia - Fisioclínica, localizada na Avenida Alcindo Cacela, 395, bairro
do Umarizal, Belém – PA.
O processo avaliativo transcorreu no Laboratório de Disfunções Neurológicas, onde
foram realizados os testes para fleximetria e dois dos testes do protocolo de avaliação da
autonomia funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade
GDLAM (levantar-se da posição sentada e levantar-se da posição de decúbito ventral), e
ainda em áreas comuns da clínica, que apresentavam metragem adequada para a realização
dos testes de caminhar 10 metros e levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa. A
execução do protocolo de tratamento ocorreu no Laboratório de Hidroterapia da clínica.
O Laboratório de Disfunções Neurológicas possui 3 macas, 2 tatames e 10 colchonetes
da marca Instituto São Paulo, 10 bancos da marca Tramontina e uma das suas paredes coberta
por espelhos. O piso do laboratório e as demais áreas da clínica são revestidos por lajotas
antiderrapantes.
O Laboratório de Hidroterapia apresenta piso revestido por cerâmica natural
(antiderrapante). A área externa à piscina possui três chuveiros com barras nas paredes e uma
cadeira em cada um dos boxes, possui dois bancos para espera, dois banheiros (sendo um
masculino e o outro feminino), uma sala para avaliação e uma rampa em direção a borda,
dotada de corrimão. A piscina apresenta uma escada convencional e uma rampa capaz de
fornecer acesso à água e ainda barras paralelas em três paredes. Suas dimensões são de 9,23 x
3,9 metros, com profundidade de 1,16 metros. A água esteve aquecida a aproximadamente
34.7ºC pelo trocador de calor do modelo Maxtemp 75 digital.
31
3.4 INSTRUMENTOS
Para a realização da pesquisa foram utilizados como instrumentos: uma ficha de
avaliação (APÊNDICE D) e reavaliação (APÊNDICE E) previamente elaborada por seus
pesquisadores; um flexímetro da marca Flexímeter® do Instituto Code de Pesquisas, com
precisão de um grau onde foi analisado o grau de flexibilidade das articulações do quadril e
joelhos, conforme o protocolo descrito por Achour Jr. (1997); e a bateria de testes do
protocolo de avaliação da autonomia funcional do Grupo de Desenvolvimento LatinoAmericano para a Maturidade (GDLAM) (ANEXO A).
A ficha de avaliação é dividida em três seções: a identificação, onde foram registrados
os dados pessoais da paciente; a anamnese que constou de questionamentos a respeito da
presença de doenças e uso de medicamentos; e o exame físico, no qual foram procurados os
sinais e sintomas do envelhecimento, principalmente no que diz respeito à redução da
flexibilidade e da autonomia funcional.
Na ficha de reavaliação constou apenas identificação e o exame físico, no qual foram
verificados e registrados os dados da flexibilidade e autonomia funcional reavaliados ao final
de oito sessões de Watsu.
Como instrumentos de avaliação dos testes para o protocolo GDLAM, foram
adotados: um cronômetro (marca Timex®-modelo Ironman Triathlon), uma trena de 7,5 m
(marca Western), um colchonete em espuma (marca ISP-Instituto São Paulo) e um banco de
plástico com 50 cm de altura do assento ao solo.
3.5 COLETA DE DADOS
No procedimento de coleta de dados realizou-se primeiramente uma triagem das
pacientes que faziam parte do Programa de Assistência ao Idoso e que se encontravam sob a
responsabilidade da Terapeuta Ocupacional Jackeline Couto, com o objetivo de selecionar as
pacientes que se apresentaram dispostas a participar da proposta do trabalho.
Posteriormente, as pacientes selecionadas tiveram seus dados registrados na ficha de
avaliação, obedecendo aos critérios de inclusão.
Foi avaliada a flexibilidade de seis movimentos articulares (APÊNDICE F), sem
aquecimento prévio: flexão de quadril e joelhos; extensão de quadril e joelhos; abdução e
adução de quadril, sendo as medidas realizadas bilateralmente.
A avaliação do grau de flexibilidade para a flexão do quadril foi realizada com a
paciente posicionada em decúbito dorsal na maca, com o joelho (estendido) do membro não
32
avaliado imóvel. O flexímetro foi posicionado na parte lateral superior da coxa do membro a
ser avaliado. Ao comando verbal do terapeuta a paciente teve que fletir o quadril com o joelho
flexionado e a coluna lombar estabilizada na maca. Para a avaliação da extensão do quadril, a
paciente estava deitada em decúbito ventral com o membro inferior estendido não avaliado
imóvel e o flexímetro estava na parte externa superior da coxa. A paciente foi orientada a
estender o quadril mantendo a crista ilíaca ao solo e o joelho estendido.
Para a verificação da flexibilidade dos movimentos de abdução e adução do quadril, a
paciente estava deitada em decúbito lateral sobre a maca com os membros inferiores
estendidos e a coluna ereta. Para a abdução do quadril o flexímetro estava posicionado na face
posterior da coxa a ser avaliada, sendo a mesma afastada lateralmente do membro inferior não
avaliado. Para a adução do quadril o flexímetro foi posicionado no calcanhar da paciente, a
qual realizou a adução do membro inferior avaliado, tomando cuidado para que os pés
ficassem paralelos e o quadril no alinhamento do movimento.
Durante a avaliação da flexão e extensão do joelho, a paciente foi posicionada em
decúbito ventral sobre a maca com joelho ultrapassando sua borda, sendo o flexímetro
colocado acima do maléolo lateral. Para registrar o grau de flexão do joelho, a paciente teve
que aproximar o calcanhar do glúteo (flexão do joelho) e para o registro da extensão do
joelho, o joelho estava inicialmente flexionado ultrapassando a borda da maca para que a
partir desta posição pudesse realizar a extensão do joelho.
As pacientes realizaram três vezes cada movimento e o maior valor obtido entre as três
medidas foi adotado para as análises.
Em seguida à avaliação da flexibilidade, as gerontes realizaram os testes relacionados
com a realização das atividades de vida diária do protocolo de avaliação da autonomia
funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade (Protocolo
GDLAM) (APÊNDICE F), o qual é constituído por caminhar 10 metros, levantar-se da
posição sentada estando o assento a uma distância de 50 cm do solo por cinco vezes
consecutivas, levantar-se da posição de decúbito ventral e levantar-se da cadeira e locomoverse pela casa. Os tempos destes foram aferidos em segundos através de um cronômetro.
Duas horas após o final das oito sessões propostas pelo programa de tratamento, as
idosas foram reavaliadas segundo a ficha de reavaliação para verificação da evolução da
flexibilidade e realizaram os testes do protocolo de GDLAM para verificação do progresso.
Além disso, as pacientes receberam instruções quanto ao traje adequado utilizado
durante a terapia proposta.
33
3.6 PROGRAMA DE TRATAMENTO
O programa de tratamento foi executado em aproximadamente 1 mês (08 sessões) para
cada idosa, compreendendo 2 sessões semanais, em dias não consecutivos (segunda/quartafeira ou terça/quinta-feira), com duração de quarenta e cinco minutos cada,
no turno
vespertino, no período de 12:40 às 13:30 horas, salvaguardando feriados. A amostra foi
atendida no período que compreende o dia 22 de abril a 15 de outubro de 2008.
A montagem do programa de tratamento obedeceu à resolução do curso de Watsu
nível I, consistindo de 20 atividades, divididos entre movimentos e transições (pêndulo e vôo
livre) (APÊNDICE G), executados na seguinte ordem:

Abertura: A sessão inicia-se com o paciente apoiado na parede com o terapeuta a sua
frente, ambos com os braços em flutuação, estendidos a frente sem se tocar a fim de
estabelecer uma relação de confiança. Cabe ao terapeuta informar como irá ser
conduzida a terapia, avisando que ao fim desta o paciente irá sentir novamente a tal
superfície em seu dorso. O paciente é então instruído a fechar os olhos e permanecer
desta maneira até o fim da sessão. Paciente e terapeuta devem estar em bipedestação,
com os pés ligeiramente afastados com semiflexão de joelhos, respirando
profundamente, a fim de iniciar sua entrega à água, de forma que ao inspirar seu
corpo, relaxado, saia levemente da água retornando no momento da expiração.
O terapeuta conduzirá o paciente dois passos a frente, este irá posicionar-se a
frente do lado direito do paciente pondo o seu braço esquerdo sobre o braço direito do
paciente deixando-o flutuar para fora atrás das suas costas. A região da fossa cubital
esquerda do terapeuta irá ser posicionada na região occipital do paciente enquanto o
dorso do antebraço direito do terapeuta é posto embaixo do sacro do paciente a fim de
elevar o corpo para a superfície, em posição horizontal, durante a inspiração.

Dança da respiração: Neste momento é criada uma sincronia entre a respiração do
terapeuta e do paciente, onde juntos irão elevar e afundar durante a inspiração e
expiração respectivamente. Este movimento será auxiliado pelo terapeuta através de
seu antebraço sob o sacro.

Oferecendo Lento: Durante a expiração, o terapeuta deve afastar o paciente como se o
oferecesse à água, através de um movimento de balanço gerado por suas pernas, e ao
inspirar, aproximá-lo de si. O terapeuta fica de frente para a diagonal e explora a
lateralidade do movimento, inclinado em direção aos seus pés.

Liberando a Coluna: o terapeuta coloca suas pernas ligeiramente uma à frente da outra
e inicia o movimento de um “oito” com o seu quadril. Tal movimento irá fazer com
34
que o corpo do paciente, que está em flutuação, serpenteie na água utilizando a
flexibilidade da coluna.

Sanfona: gradualmente o antebraço esquerdo do terapeuta irá pressionar e tracionar o
occipito do paciente para longe do antebraço direito através de um giro onde este
deslizará até a fossa poplítea. Durante a expiração, o terapeuta irá aduzir os braços de
forma a afundar o quadril do paciente, aproximando seus joelhos ao tórax. Durante a
inspiração o terapeuta relaxará os braços deixando-os afastar até a posição inicial.

Sanfona Rotativa: valendo-se da rotação do tronco, auxiliado pelo movimento das
pernas, o terapeuta deve inclinar-se para frente, varrendo o braço que está sob os
joelhos para dentro sobre o lado que sustenta a cabeça em direção ao ombro oposto
durante a expiração do paciente, em um movimento de flexão, deixando o quadril do
paciente balançar em direção ao corpo do terapeuta. Após a flexão, o terapeuta deve
rotacionar-se para trás, retornado para o lado que sustenta as pernas, abrindo os
braços, deixando que os joelhos do paciente mergulhem levemente na água, com os
quadris balançando-se para longe do terapeuta durante a inspiração.

Rotação da Perna de Dentro: quando o terapeuta se inclina para trás, abrindo os
braços, a perna de fora do paciente deve escorregar para fora do braço do terapeuta.
Sem quebrar o ritmo, inclina-se para girar a perna de dentro do paciente na direção do
ombro oposto, cada vez que se expirar. No momento da inspiração, inclina-se para
trás, permitindo que a resistência da água, alongue a perna de fora. Enquanto na
sanfona rotativa o enfoque se dá em movimentos em espiral, nesse momento o
enfoque é em um movimento de abertura.

Rotação da Perna de Fora: partindo do giro com a perna de dentro em direção ao
ombro oposto, o terapeuta deve pressionar e tracionar o occipito do paciente,
associando a um giro em direção à cabeça a fim de fazer com que as pernas do
paciente flutuem e o terapeuta possa trocar a perna de dentro pela pena de fora e então
repetir alternadamente os movimentos de abdução em direção à cabeça e flexão em
direção aos pés.

Pressão no Braço e Ponto do Coração: ao final do movimento rotatório, o terapeuta
levanta a perna de fora do paciente e posiciona a fossa poplítea sobre eu ombro contralateral ao lado que sustenta. A cabeça do terapeuta deve voltar-se para o rosto do
paciente para acompanhar sua respiração. O terapeuta segura a parte superior do braço
com as duas mãos.
35
Enquanto o terapeuta inspira, seu peso deve ser transferido para a outra perna, em
um balanço suave, durante este movimento, aperta-se o braço do paciente com a mão
que não sustenta a cabeça, aumentando gradualmente a pressão, conforme a
respiração. Vale ressaltar que a cada inspiração o peso do corpo é transferido para a
outra perna, enquanto a mão que massageia desliza suavemente um pouco mais para
baixo no braço. Ao chegar à mão, o terapeuta pressiona seu polegar de encontro ao
meio da mão do paciente.

Pêndulo: a cabeça do paciente estará segura na mão que antes estava na região
occipital e a região poplítea sustentada pela outra mão. Nesse movimento, o paciente
será inclinado alternadamente para longe e para próximo do terapeuta acompanhando
respectivamente a inspiração e a expiração, com objetivo de soltar o braço do paciente
que se encontrava nas costas do terapeuta, passado-o para frente.

Balanço braço e perna: ainda sustentando o paciente pelas mãos o terapeuta deve fixar
seus pés ao solo e realizar um giro de 90º para o lado das pernas do paciente. O
terapeuta deve esperar a turbulência passar e então realizar um amplo giro para o lado
da cabeça do paciente, afim de que este passe a frente do terapeuta e sua região
occipital posicione-se no ombro do terapeuta, do lado oposto ao que inicialmente
sustentava a cabeça. O terapeuta então alcança o braço de dentro do paciente próximo
a articulação do ombro com seu braço ipsilateral e realiza uma tração para o mesmo
lado, enquanto que o outro braço alcança a região poplítea da perna de fora do
paciente e realiza uma tração para este lado logo após terminar a tração do braço,
caracterizando dessa forma um balanço coordenado.

Joelho ao tórax: a mão do terapeuta que antes tracionava o braço agora deve passar por
cima do ombro de dentro do paciente e juntar-se a outra mão na região poplítea da
perna de fora do paciente, realizando uma forte flexão de quadril de encontro ao tórax.
Retorna-se então a posição inicial de maneira inversa deixando que a cabeça do
paciente deslize para a fossa cubital do terapeuta e o dorso de sua outra mão sustente o
sacro do paciente

Outro Lado: todos os movimentos anteriormente já citados serão feitos do outro lado
no corpo do paciente.

Vôo livre: Partindo da posição inicial, a mão que primeiramente sustentava o sacro irá
deslizar pela coluna espinhal do paciente até haver o encaixe da região occipital com a
membrana interdigital existente entre o polegar e o indicador que estarão em
36
oponência, o antebraço correspondente irá servir de apoio para a coluna vertebral. A
mão que estava inicialmente no apoio da cabeça passará então para o antebraço de
dentro do paciente, próximo a mão, de forma que o terapeuta após fazer leve abdução
do ombro, do paciente, estará voltado para a face interna do braço, posicionado entre o
braço e o corpo do paciente. O terapeuta realizará um giro para o lado do braço em
abdução, formando um círculo no qual o mesmo se encontrará sempre no centro.

Tração externo-sacro: O braço do paciente em abdução será levado para trás do
terapeuta de forma que a fossa cubital do paciente encaixe na região cervical do
terapeuta. Este então irá estender os joelhos, elevando-se da água, posicionando o
braço mais próximo à cabeça do paciente por trás de sua cervical, de forma que o
mesmo encaixe seja alcançado e a borda ulnar da mão do terapeuta descanse sobre o
esterno. A mão, até então livre do terapeuta, será posicionada na região sacral do
paciente de forma que somente as regiões tenar e hipotenar estejam em contato. O
terapeuta fará então um balanço com seu corpo, auxiliado pelas mãos, fazendo com
que as costas do paciente se arquem e os quadris se estendam.

Outro Lado: os dois últimos movimentos citados serão feitos do outro lado no corpo
do paciente.

Quieto: o terapeuta flexiona novamente seus joelhos, para que a cabeça do paciente
seja apoiada pela água, e sua mão passa a sustentar a região occipital do paciente. A
partir de então o terapeuta irá retirar o braço do paciente, que se encontrava na sua
região cervical, com a mão que apoiava o sacro, e o passará para sua frente. A mão do
terapeuta retornará ao sacro e essa posição de repouso será mantida por alguns
instantes.

Quatro: A mão direita, dantes no sacro, irá deslizar pela coluna da paciente até a
coluna dorsal onde ficará espalmada, sustentando o peso do corpo, neste momento o
terapeuta posicionará a região cervical do paciente na sua fossa cubital retornado a
posição inicial. . O terapeuta vai se ajustando lentamente, até que encoste suas costas
na parede. Com o apoio total, realiza um “4” com suas pernas, sendo a perna direita
flexionada sobre a esquerda, e coloca o paciente sentado em sua perna esquerda,
posicionando de maneira confortável a cabeça deste no ombro do terapeuta.

Sela: o paciente é retornado para a posição inicial com a cabeça apoiada na fossa
cubital do terapeuta. Este irá segurar a pena de dentro do paciente, na altura do joelho,
pela face interna, impulsionando levemente o quadril do paciente para longe do seu
37
corpo. O terapeuta realizará então um giro para o lado da cabeça proporcionando
assim, que as pernas do paciente se afastem uma da outra. Aproveitando este
momento, o terapeuta senta o paciente sobre suas pernas, na posição face a face, e
mantém sua cabeça repousando sobre o braço esquerdo/direito alternados, ficando
assim, com um braço livre para massagear o hemicorpo esquerdo/direito, de maneira
alternada, com uso de dígito-pressões, trações e alongamentos.

Sanfona: gradualmente e a cada ciclo expiratório os quadris do paciente são trazidos
para baixo e suas pernas vão de encontro. Na seqüência, o terapeuta vai aproximando
o paciente da parede para dar início ao encerramento.

Parede: delicadamente, o terapeuta vai colocando o paciente encostado verticalmente
na parede onde tudo começou e de volta a posição inicial, com as pernas afastadas e
joelhos semi-flexionados. O terapeuta deve certificar-se de que os pés do paciente
encontram-se bem fixos ao solo. Para auxiliar ainda mais o retorno para a posição
vertical, o terapeuta move-se para frente do paciente fornecendo suporte aos joelhos e
pés do paciente com os seus próprios. Desta forma o terapeuta vai se desligando
gradativamente do paciente, até perceber que este está seguro o suficiente, na
superfície lisa da parede.

Agradecendo o Espaço: o terapeuta afasta-se do paciente, permanecendo em diagonal
ao mesmo, agradece o espaço curativo, realizando uma reverência com as palmas das
mãos se tocando na frente do peito em uma saudação ao divino (Namastê) e aguarda
até que o paciente sinta-se confortável para que possa sair da piscina.
Em todas as atividades foram realizados 4 repetições para cada lado do corpo, com
exceção das transições e dos seguintes movimentos: quieto, quatro, sela, parede e
agradecendo o espaço, como preconiza o método.
Não foram aplicados quaisquer outros exercícios que poderiam aumentar ou manter a
flexibilidade dos sujeitos durante as semanas de intervenção.
3.9 TRATAMENTO DOS DADOS
Para avaliação estatística foram empregados métodos descritivos e inferenciais. Para
avaliação das variáveis referentes à flexibilidade e autonomia funcional, os valores de cada
paciente, obtidos na avaliação (antes) foram comparados com os obtidos na reavaliação
(depois). Foi utilizado o teste estatístico t de Student para comparação pareada. Para avaliar a
correlação entre a flexibilidade e autonomia funcional, após a aplicação do método Watsu foi
38
utilizado o teste Correlação Linear de Pearson para verificar o grau de associação entre as
duas variáveis. Ficou estabelecido o nível de significância alfa = 0,05 como padrão de decisão
para rejeição da hipótese de nulidade. Foram indicadas com asterisco (*) as diferenças
estatisticamente significativas. Foi utilizado o software BioEstat versão 5.0.
39
4 RESULTADOS
A tabela 2 traz a análise descritiva para os movimentos articulares de flexão de quadril
e joelho.
Tabela 2: Análise descritiva para o padrão da flexão do quadril e joelho (lados direito e
esquerdo) antes e depois das sessões de Watsu, n=15
Flexão
Quadril
Joelho
Direito
Estatísticas
Esquerdo
Direito
Esquerdo
Antes
Depois
Antes
Depois
Antes
Depois
Antes
Depois
Média
99.7
106.9
100.9
106.9
136.7
139.5
133.1
135.9
Desvio Padrão
7.7
7.9
7.7
6.0
8.7
9.8
13.0
14.0
Mediana
100
107
103
108
135
140
130
141
(P25-P75)
(94.5-105) (103.5-110) (98-104.5) (103-110.5) (132-142) (137-144.5) (125-142.5) (129.5-144.5)
(Min, Máx)
(85, 116)
(88, 122)
p-valor
<0.0001*
Fonte: Protocolo de pesquisa.
*Teste t de Student (Amostra pareada)
(84, 112)
(97, 117)
0.0050*
(123, 154)
(123, 156)
0.0409*
(107, 156)
(109, 158)
0.1388
O teste t de Student para a amostra pareada, indicado na tabela acima e no gráfico 1,
mostram diferença estatística, altamente significante (p-valor <0.0001*) na flexão do quadril
direito após as sessões de Watsu. Houve ainda diferença estatisticamente significante (pvalor=0.0050*) na flexão do quadril esquerdo após as sessões do método, ou seja, a
flexibilidade do quadril direito aumentou (106.9 ±7.9) 7.22% após as sessões do método em
relação à flexibilidade anterior (99.7 ±7.7), assim como a flexibilidade do quadril esquerdo
aumentou (106.9 ±6.0) 5.95% após as sessões do Watsu em relação à flexibilidade anterior
(100.9 ±7.7).
40
Antes
Depois
125
Flexão
100
75
50
25
0
Direito*
Esquerdo*
Quadril
Gráfico 1: Média e desvio padrão da flexão do quadril (direito/esquerdo) antes e depois das
sessões de Watsu.
Fonte: Protocolo de pesquisa.
Com base na tabela 2, pode-se observar uma diferença estatisticamente significante (pvalor=0.0409*) na flexão do joelho direito, de forma que a flexibilidade deste aumentou
(139.5 ±9.8) após as sessões do Watsu em relação à flexibilidade anterior (136.7 ±8.7), sendo
este aumento de 2.05%. Contudo, o p-valor = 0.1388 indica que não houve diferença
estatisticamente significante na flexão do joelho esquerdo após as sessões de Watsu. Tais
informações podem ser observadas melhor no gráfico abaixo.
Antes
Depois
200
Flexão
150
100
50
0
Direito*
Esquerdo
Joelho
Gráfico 2: Média e desvio padrão da flexão do joelho (direito/esquerdo) antes e depois das
sessões de Watsu.
Fonte: Protocolo de pesquisa.
41
Tabela 3: Média e desvio padrão da extensão do quadril e joelho (direito/esquerdo) antes e
depois das sessões de Watsu, n=15
Extensão
Quadril
Direito
Estatísticas
Joelho
Esquerdo
Direito
Esquerdo
Antes
Depois
Antes
Depois
Antes
Depois
Antes
Depois
Média
24.3
28.5
23.3
29.7
135.0
140.9
134.0
140.5
Desvio Padrão
±12.8
8.3
9.9
7.3
9.9
9.9
13.6
14.1
23
29
24
30
134
144
137
140
(P25-P75)
(15-28)
(23-33)
(15-29.5)
(15-29.5) (130-141.5) (140-146) (127.5-142) (135.5-148.5)
(Min, Máx)
(10, 60)
(14, 44)
(10, 45)
(13, 42)
Mediana
p-valor
0.2231
Fonte: Protocolo de pesquisa.
*Teste t de Student. (Amostra pareada).
0.0106*
(115, 149)
(122, 154)
0.0066*
(110, 158)
(119, 168)
<0.0001*
O p-valor = 0.2231, visualizado na tabela 3, indica que não houve diferença
estatisticamente significante na extensão do quadril direito após as sessões de Watsu. O
oposto pode ser observado em relação à extensão do quadril esquerdo, que mostra diferença
estatisticamente significante (p-valor=0.0106*) após a aplicação das sessões de Watsu, de
forma que a extensão do quadril esquerdo aumentou após (29.7 ±7.3) as sessões do método
em relação à extensão anterior (23.3 ±9.9). Este aumento, demonstrado no gráfico 3, foi de
27.47%.
Antes
Depois
40
Extensão
30
20
10
0
Direito
Esquerdo*
Quadril
Gráfico 3: Média e desvio padrão da extensão do quadril (direito e esquerdo) antes e depois
das sessões de Watsu.
Fonte: Protocolo de pesquisa.
42
A tabela 3 e o gráfico 4 mostram os valores para a extensão dos joelhos. Obteve-se
resultado estatístico significante (p-valor=0.0066*) na extensão do joelho direito, que
aumentou (140.9 ±9.9) 4.37%, após as sessões de Watsu, quando comparado à extensão
anterior (135.0 ±9.9). Uma diferença estatística altamente significante (p-valor <0.0001*) foi
encontrada também na extensão do joelho esquerdo, ou seja, a extensão deste joelho teve um
aumento (140.5 ±14.1) de 4.85% em relação à extensão anterior (134.0 ±13.6), após a
aplicação das sessões do método Watsu.
Antes
200
Depois
Extensão
150
100
50
0
Direito*
Esquerdo*
Joelho
Gráfico 4: Média e desvio padrão da extensão do joelho (direito/esquerdo) antes e depois das
sessões de Watsu.
Fonte: Protocolo de pesquisa.
Tabela 4: Média e desvio padrão da abdução do quadril e joelho (direito/esquerdo) antes e
depois das sessões de Watsu, n=15
Abdução
Quadril
Direito
Esquerdo
Estatísticas
Antes
Depois
Antes
Depois
Média
52.3
58.3
55.5
63.5
Desvio Padrão
10.0
8.4
8.5
10.0
Mediana
50
59
56
64
(P25-P75)
(42-62)
(56-63)
(48.5-62)
(56.5-71.5)
(Min, Máx)
(40, 65)
(42, 72)
(44, 70)
(47, 79)
p-valor
0.0039*
0.0005*
Fonte: Protocolo de pesquisa.
*Teste t de Student (Amostra pareada)
A tabela acima revela uma significância estatística (p-valor=0.0039*) para abdução do
quadril direito, onde houve aumento (58.3 ±8.4) após as sessões do Watsu em relação à
43
abdução anterior (52.3 ±10.0), o aumento foi 11.47%. Para a abdução de quadril esquerdo foi
constatada uma diferença estatisticamente significante (p-valor=0.0005*), de forma que em
relação à abdução anterior (55.5 ±8.5) a abdução do quadril esquerdo aumentou (63.5 ±10.0)
14.41% após as sessões de Watsu. O gráfico abaixo demonstra os ganhos observados.
Antes
Depois
Abdução
75
50
25
0
Direito*
Esquerdo*
Quadril
Gráfico 5: Média e desvio padrão da abdução do joelho (direito/esquerdo) antes e depois das
sessões de Watsu.
Fonte: Protocolo de pesquisa.
Tabela 5: Média e desvio padrão da Adução do quadril (direito/esquerdo) antes e depois das
sessões de Watsu, n=15
Adução
Quadril
Direito
Esquerdo
Estatísticas
Antes
Depois
Antes
Depois
Média
18.5
24.1
19.5
24.7
Desvio Padrão
3.5
5.2
2.6
5.7
Mediana
19
25
20
25
(P25-P75)
(16.5-20.5)
(20.5-27.5)
(18-21)
(21.5-27)
(Min, Máx)
(13, 26)
(16, 36)
(14, 24)
(14, 37)
p-valor
<0.0001*
0.0014*
Fonte: Protocolo de pesquisa.
*Teste t de Student (Amostra pareada)
A tabela 5 traduz a estatística altamente significante (p-valor <0.0001*) na adução do
quadril direito após as sessões de Watsu, ou seja, esta aumentou (24.1 ±5.2) 30.27% em
relação à adução anterior (18.5 ±3.5). O aumento de 26.67% na adução do quadril esquerdo
indica diferença estatisticamente significante (p-valor=0.0014*) após a aplicação do método
44
Watsu, ou seja, a adução do quadril esquerdo aumentou (24.7 ±5.7) em detrimento a adução
anterior (19.5 ±2.6).
Antes
Depois
35
30
Adução
25
20
15
10
5
0
Direito*
Esquerdo*
Quadril
Gráfico6: Média e desvio padrão da adução do joelho (direito/esquerdo) antes e depois das
sessões de Watsu.
Fonte: Protocolo de pesquisa.
A análise descritiva dos testes de caminhar 10 metros, levantar-se da posição sentada,
levantar-se da posição de decúbito ventral e levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa
estão descritos de acordo com a tabela 6. Todos os testes apresentaram diferença
estatisticamente significante após as sessões de Watsu, apresentando p-valor = 0.0344*,
0.0014*, 0.0064* e 0.0039* respectivamente.
Tabela 6: Análise descritiva do GDLAM antes e depois das sessões de Watsu, n=15.
C10
Estatísticas
LPS
LPDV
LCLC
Antes
Depois
Antes
Depois
Antes
Depois
Antes
Depois
Média
8.53
6.71
10.38
7.66
5.00
3.84
23.33
20.49
Desvio Padrão
3.57
1.08
2.63
1.10
1.95
1.67
4.86
2.10
Mediana
7.61
6.31
9.56
7.52
4.31
3.61
22.49
20.53
(P25-P75)
(6.74-8.49) (6.13-7.45)
(Min, Máx)
(5.59, 20.3) (5.15, 8.69) (7.55, 16.14) (6.0, 10.44) (2.75, 9.2) (1.74, 7.52) (18.22, 39.02) (17.51, 25.43)
(8.5-11.20)
(7.09-8.18) (3.93-5.25)
(2.5-4.86)
p-valor
0.0344*
0.0014*
0.0064*
Fonte: Protocolo de pesquisa.
Nota: GDLAM - Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade.
*Teste t de Student (Amostra pareada)
(21.17-23.42) (19.03-21.04)
0.0039*
O gráfico 7 exibe que o tempo (segundos) de execução das atividades do protocolo
GDLAM após as sessões do método Watsu, foi menor quando comparado ao tempo medido
anteriormente. Assim sendo, no teste de caminhar 10 metros observou-se uma redução no
45
tempo de 21.34%, ou seja, o tempo (segundos) de execução desta atividade após (6.71 ±1.08)
as sessões de Watsu foi menor em relação ao tempo medido antes (8.53 ±3.57).
O mesmo ocorreu com os testes de levantar-se da posição sentada, levantar-se da
posição de decúbito ventral e levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa, onde se
verificou uma diminuição no tempo de 26.20% (tempo medido antes 10.38 ±2.63 e depois
7. 66 ±1.10), 23.2% (tempo medido antes 5.00 ±1.95 e depois 3.84 ±1.67) e 12.17% (tempo
medido antes 23.33 ±4.86 e depois 20.49 ±2.10), respectivamente.
Antes
Depois
LPS*
LPDV*
Tempo (s)
30
20
10
0
C10*
LCLC*
GDLAM
Gráfico 7: Média e desvio padrão do GDLAM antes e depois das sessões de Watsu, n=15.
Fonte: Protocolo de pesquisa.
Nota: GDLAM - Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade
Houve diferença estatisticamente significante (p-valor=0.0037*) na autonomia
funcional após as sessões de Watsu, que pode ser observada na tabela 7 e gráfico 8, ou seja, o
IG das idosas após (18.98 ±2.20) as sessões de Watsu foi menor em relação ao IG anterior
(23.71 ±6.28) das sessões. A redução foi de 19.95%, indicando uma melhoria significativa da
autonomia funcional das idosas. Dessa forma, as idosas obtiveram anteriormente tempos que
estão situados em nível bom de classificação do protocolo GDLAM, evoluindo para nível
muito bom após a aplicação das 8 sessões do método Watsu.
Se tratando individualmente a média de cada teste realizado no protocolo GDLAM,
observa-se que as idosas deste estudo encontravam-se classificadas, de acordo com a tabela 1,
como fraco, regular, fraco e muito bom para os respectivos testes de caminhar 10 metros,
levantar-se da posição sentada, levantar-se da posição de decúbito ventral e levantar-se da
46
cadeira e locomover-se pela casa, sendo classificadas após as sessões de Watsu como: regular,
muito bom, regular e muito bom.
Tabela 7: Análise descritiva da autonomia funcional das idosas antes e após da aplicação do
método Watsu, n=15.
Autonomia Funcional (IG)
Antes
Depois
Estatísticas
Média
Desvio Padrão
Mediana
(P25-P75)
(Min, Máx)
p-valor
23.71
±6.28
21.7
(19.6-25.0)
(18, 43)
18.98
±2.20
19.2
(17.1-20.7)
(15, 22)
0.0037*
Fonte: Protocolo de pesquisa.
*Teste t de Student (Amostra pareada)
Antes
Depois*
40
IG
30
20
10
0
Antes
Depois*
Gráfico 8: Média e desvio padrão da autonomia funcional das idosas antes e após da aplicação
do método Watsu, n=15.
Fonte: Protocolo de pesquisa.
Quanto à correlação entre flexibilidade e autonomia funcional, após a aplicação do
método Watsu, houve significância estatística (p-valor=0.0319*) entre a flexão do quadril
esquerdo e a autonomia funcional, ou seja, à medida que a flexão do quadril esquerdo
aumentou, o IG diminui após a aplicação do método de Watsu, r(Pearson)= -0.5544. As
outras correlações não obtiveram resultados estatisticamente significantes, visto que o p-valor
>0.05.
47
Tabela 8: Análise de correlação entre flexibilidade e autonomia funcional após a aplicação do
método Watsu.
Flexibilidade
flexão quadril direito
flexão quadril esquerdo
extensão quadril direito
extensão quadril esquerdo
abdução quadril direito
abdução quadril esquerdo
adução quadril direito
adução quadril esquerdo
flexão joelho direito
flexão joelho esquerdo
extensão joelho direito
extensão joelho esquerdo
IG
r(Pearson)
p-valor
-0.3501
-0.5544
-0.0633
-0.224
0.3295
0.2563
-0.1122
0.0607
0.0171
0.1104
-0.0017
0.2363
0.2008
0.0319*
0.8226
0.4222
0.2303
0.3564
0.6905
0.8300
0.9517
0.6953
0.9952
0.3964
Fonte: Protocolo de pesquisa.
*Teste de Correlação Linear de Pearson.
Gráfico 9: Correlação entre flexão do quadril esquerdo e autonomia funcional após a
aplicação do método Watsu.
Fonte: Protocolo de pesquisa.
48
5 DISCUSSÃO
O objetivo desse estudo foi verificar os efeitos de 8 sessões de Watsu sobre a
flexibilidade e autonomia funcional de mulheres idosas. Com base nos resultados obtidos,
pode-se observar que, tanto a articulação do quadril quanto do joelho e autonomia funcional
foram positivamente afetadas com a prática do método.
Coelho e Araújo (2000) demonstraram, em seus estudos, que a realização de
alongamentos passivos em um grupo de idosos contribuiu para o aumento da flexibilidade,
uma vez que existe uma tendência dos indivíduos nessa faixa etária não realizarem os
movimentos que possuem dificuldade, em grande parte por medo de sentir dor ou por
desconhecer o limite de estiramento muscular. Esse aumento de flexibilidade também foi
constatado no presente estudo, e Dull (2001) afirma que o método Watsu trata-se de uma
técnica que promove alongamentos passivos em um ambiente favorável para que o indivíduo
atinja suavemente amplitude máxima articular, sem a presença de dor.
Os resultados do presente estudo confirmam que mesmo alongamentos passivos, com
breves persistências, realizados 2 dias por semana, surtem efeitos positivos para quase todos
os movimentos de joelho e quadril. Estes dados vêm ao encontro dos resultados da
comparação dos efeitos do método estático em quatro diferentes tempos de permanência (10s,
20s, 40s e 60s) do estudo de Conceição et al. (2008), que não mostraram diferenças
significativas intergrupos de todos os movimentos articulares avaliados. Com base nos
achados desse estudo, pode-se inferir que a partir de 10s de permanência, todos os tempos são
capazes de produzir a melhora da flexibilidade, o que sugere não ser necessário utilizar
tempos superiores, visto que os resultados tendem a não mostrar diferenças estatisticamente
significativas entre eles.
Voigt et al. (2007) concluíram em sua investigação que a flexão de quadril aumentou
após 16 semanas de treinamento de uma única repetição, de 10 segundos de duração, de
alongamento estático. Aumento confirmado pelo presente estudo, que demonstra diferenças
estatísticas altamente significantes para o ganho da flexão de quadril bilateralmente.
Comparando este estudo com a pesquisa de Gonçalves, Gurjão & Gobbi (2007) que
investigou os efeitos de 8 semanas de treinamento de força na flexibilidade de 19 idosos,
podemos perceber a superioridade do treino desta qualidade física, através do Watsu, no que
diz respeito a flexão de joelho, já que no presente estudo podemos observar melhora
49
estatística pra flexão do joelho direito, enquanto que o estudo citado anteriormente não obteve
resultados estatísticos para este movimento articular.
As tabela 2, 3, 4 e 5 revelaram melhora estatisticamente significante (p<0,05) na
amplitude de movimento da: flexão, abdução e adução dos quadris, flexão do joelho direito,
extensão do quadril esquerdo e extensão dos joelhos, e mostraram ainda que apesar da flexão
do joelho esquerdo e extensão do quadril direito não apresentarem resultados significantes
(p>0,05) houve aumento da flexibilidade para esses movimentos. Estes estudos possuem a
mesma tendência para aqueles revelados nos estudos de Rabelo (2006) que demonstraram que
houve diferenças altamente significativas (p=0,002 < 0,05) dos níveis de flexibilidade das
mulheres idosas praticantes de atividade física quando comparadas com as não praticantes. Da
mesma forma, os estudos de Guadagnine (2004) compararam a flexibilidade entre idosos
praticantes e não praticantes de atividade física e verificou que a maioria dos idosos
apresentou níveis de flexibilidade excelente. Frontera e Bigard (2002) ratificam, através de
seus achados, a importância e os benefícios do treinamento da flexibilidade.
Em relação à autonomia funcional, descrita na tabela 6, podemos comparar este
estudo com o de Vale, Novaes e Dantas (2005) onde o grupo de flexibilidade obteve melhora
em todos os testes, ou seja, todas as médias dos tempos de execução dos testes de autonomia
foram reduzidas significativamente do pré para o pós-teste. Isso demonstra a eficiência do
treinamento de flexibilidade, através do método de flexionamento dinâmico, para a melhoria
da autonomia funcional das atividades da vida diária (AVD). Vale a pena ressaltar que os
tempos alcançados pelos idosos possibilitam atravessar um cruzamento de uma rua, o que
pode gerar segurança ao sair sozinho de sua casa. Apontam também que eles conseguem
deitar e levantar da cama ou do chão sozinhos, além de sentar e levantar de um sofá ou cadeira
com mais facilidade e sem ajuda de terceiros.
Nos estudos de Cunha, Araújo, Aragão & Dantas (2007) tratando-se individualmente a
média de cada teste realizado com a classificação da autonomia funcional, observa-se que os
idosos desse estudo encontram-se classificados nos testes C10M como regular, LPS fraco,
LCLC fraco e LPDV fraco. Os tempos altos encontrados nesta pesquisa, na maioria dos testes,
indicam que os idosos que permanecerem inativos fisicamente ao longo da vida deverão
sofrer efeitos do envelhecimento com maior impacto, conforme dados revelados na
investigação de Cader et al. (2006; 2007). Portanto, os idosos que se mantiverem ativos
fisicamente tenderão a prolongar a autonomia funcional e a qualidade de vida (VALE et al.,
2004).
50
Ratificando os achados dos autores acima, a pesquisa de Aidar et al. (2006), que teve
como objetivo avaliar a relação entre a prática de atividades físicas e a autonomia funcional
de um grupo de 28 idosos, encontrou que houve melhora significante para o grupo de estudo
em relação ao grupo controle nos aspectos do desempenho motor e cognitivo após a
realização de atividades aquáticas duas vezes por semana com duração de 45 a 60 minutos. Os
autores desse estudo atribuem os resultados ao fato de que a atividade regular consegue
freqüentemente retardar ou reverter o decréscimo de mobilidade, decréscimo este, que
contribui para o desenvolvimento de doenças e incapacidades em anciãos.
O estudo realizado por Coelho & Araújo (2000) também investigou a existência da
correlação entre a flexibilidade e a autonomia funcional, no qual foram encontradas
correlações significativas (r>0,57; p<0,05) em atividades como sair de um carro, com a
mobilidade na flexão do joelho, calçar os sapatos, com a mobilidade de flexão de tronco e
rotação lateral do ombro, e levantar-se da cama, com a flexão do tronco. Em contrapartida,
este estudo encontrou apenas correlação significante entre a flexão de quadril esquerdo e a
autonomia funcional. É provável que este resultado decorra devido o movimento articular de
flexão de quadril ser realizado com grande freqüência durante as sessões de Watsu, sendo o
lado esquerdo da idosa trabalhado pelo lado dominante do terapeuta.
Portanto, a água oferece suporte a um segmento corporal, permitindo que o membro
ou corpo mantenha-se na superfície da água quando não ocorre contração muscular. A força
da flutuação é experimentada como um empuxo de baixo para cima que atua na direção
oposta à da gravidade (CANDELORO & CAROMANO, 2004). Esta característica física da
água é benéfica em diversos aspectos, como, no aumento da autonomia funcional e da
flexibilidade de idosas submetidas ao método Watsu, como visto no presente estudo,
desenvolvido no meio aquático.
51
6 CONCLUSÃO
A perda da flexibilidade é caracterizada em parte pelo envelhecimento, e mais
fortemente pelo estilo de vida sedentário adotado. A atividade física é provavelmente o
melhor investimento na saúde para as pessoas em processo de envelhecimento, que além de
contribuir para a melhoria da flexibilidade, aumenta as perspectivas de vida, minimiza os
efeitos degenerativos provocados pelo envelhecimento, possibilitando ao idoso manter uma
melhor qualidade de vida ativa.
A habilidade de um geronte, ao buscar reter a destreza e a mobilidade cotidianas,
como caminhar e levantar-se, evidencia importantes aspectos de um estilo de vida com
qualidade. Neste contexto, com o crescente número de adultos idosos e as altas taxas de
indivíduos sedentários há uma necessidade para entender melhor os vínculos entre
participação de atividade física e qualidade de vida relacionada com a saúde.
Terapias alternativas, como o Watsu, vem se mostrando eficazes para o cuidado de
idosos, por serem métodos convidativos a essa população, uma vez que apresentam baixo
risco de lesões, além de gerar bem estar biopsicossocial.
Objetivando verificar os efeitos de 8 sessões do método Watsu sobre a flexibilidade e
autonomia funcional de idosos do sexo feminino, pode-se concluir que o protocolo
estabelecido foi eficaz para o aumento da flexibilidade, nas articulações dos quadris e joelhos,
e autonomia funcional das idosas. Com base nos resultados obtidos, pode-se observar que
houve ganho no grau de flexibilidade e diminuição dos tempos nas execuções dos testes para
a verificação da autonomia funcional, segundo o protocolo GDLAM.
Conforme os achados deste estudo, adotou-se a hipótese alternativa (H1), que constata
a melhora na flexibilidade e autonomia funcional após aplicação das oito sessões do método
Watsu, rejeitando-se, portanto a hipótese de nulidade (H0).
Sendo assim, a presente pesquisa atestou que os movimentos articulares de flexão,
abdução e adução dos quadris, extensão dos joelhos, flexão do joelho direito e extensão do
quadril esquerdo apresentaram melhora estatisticamente comprovadas e ainda que apesar do
aumento da amplitude para flexão do joelho esquerdo e extensão do quadril direito estes não
obtiveram resultados significantes. Além disso, o Watsu pode contribuir favoravelmente para
a melhora da autonomia funcional, não sendo encontrada correlação entre os resultados da
flexibilidade e autonomia na maioria dos casos, como era esperado pelos pesquisadores.
52
Estes resultados podem ser úteis à comunidade científica, que poderá dispor de mais
uma ferramenta para o alcance dessas qualidades físicas, tão relevantes para as atividades de
vida diária dos gerontes.
Durante a pesquisa, verificou-se que a carência de material científico referente ao
Watsu relacionado à flexibilidade e autonomia funcional, dificulta a elaboração, execução e o
enriquecimento de discussões sobre o método. Neste sentido, evidencia-se a necessidade da
continuidade de pesquisas envolvendo as variáveis em questão. Sugere-se, no entanto, maior
período de intervenção, a fim de verificar se existe correlação entre a flexibilidade e a
autonomia funcional em idosos.
53
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APÊNDICES
59
APÊNDICE A – Termo de aprovação do orientador da pesquisa.
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
DECLARAÇÃO
Eu, Ediléa Monteiro de Oliveira, aceito orientar o trabalho, que terá como foco
principal “Efeitos do método Watsu na flexibilidade e na autonomia funcional de idosas
senescentes” de autoria de Carla Patrícia Dias Mendes (0511900120), Diego Paiva de
Azevedo (0511900180) e Juliana Silva Rassy (0511900481), declarando ter total
conhecimento das normas de realização de trabalhos científicos vigentes, segundo o manual
de orientação de trabalhos científicos do Curso de Fisioterapia da UNAMA 2008 estando
ciente da necessidade de minha participação na banca examinadora por ocasião da defesa do
trabalho.
Belém, 26 de março de 2008.
60
APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE - CCBS
CURSO DE FISIOTERAPIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Baseado na Resolução Nº 196 de 10/10/1996 do Conselho Nacional de Saúde)
PROJETO: “Efeitos do método Watsu na flexibilidade e na autonomia funcional de
idosas senescentes”.
Prezado Sr(a):
Vossa Senhoria foi selecionada para participar da pesquisa Efeitos do método Watsu
na flexibilidade e na autonomia funcional de idosas senescentes “no Estado do Pará”. Esta
pesquisa está sendo realizada por docente e discentes do curso de Fisioterapia da
Universidade da Amazônia, como trabalho de conclusão de curso, e tem como objetivo
verificar os efeitos de um protocolo utilizando o método Watsu na melhora da flexibilidade e
autonomia funcional de mulheres de 60 a 74 anos.
Esta pesquisa acontecerá dentro das instalações do Laboratório de Hidroterapia da
Fisioclínica, no turno da tarde pelos alunos do último ano do curso de Fisioterapia, sendo que
antes da realização da avaliação da flexibilidade e autonomia funcional e utilização do método
Watsu todas as participantes serão esclarecidas quanto aos procedimentos do estudo.
A pesquisa constará da utilização de um flexímetro para avaliar a flexibilidade das
articulações do quadril e joelhos, além de testes do protocolo de avaliação da autonomia
funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade (Protocolo
GDLAM) constituídos de caminhar 10 m (C10m), levantar-se da posição sentado (LPS),
levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV) e levantar-se da cadeira e locomover-se pela
casa (LCLC), sendo que os tempos destes testes serão aferidos em segundos.
Durante o procedimento avaliativo e terapêutico, a paciente poderá ser submetida a
alguns riscos, podendo apresentar quedas, alergias, ingestão de água imprópria para o
consumo, otites, tontura, enjôo e/ou cefaléia, no momento ou após a sessão. Como medida de
proteção os pesquisadores se responsabilizarão pela verificação das condições de segurança
de toda a área da piscina, cabendo aos mesmos prestar auxílio e se necessário o
encaminhamento ao pronto-atendimento, sendo o transporte garantido por meio de carros que
sempre estarão à disposição, além dos custos que serão cobertos pelos pesquisadores.
Através desta pesquisa as voluntárias terão acesso a uma terapia holística que
proporciona melhora da autonomia funcional, flexibilidade e amplitude de movimento devido
alongamentos vigorosos que culminarão com a diminuição dos efeitos proporcionados pelo
envelhecimento favorecendo a diminuição do índice de quedas, proporcionando que a idosa
seja mais independente favorecendo uma melhor qualidade de vida.
Por parte dos pesquisadores ou instituição envolvida, lhe é garantida a retirada deste
consentimento em qualquer fase do trabalho, sem prejuízo ao seu tratamento, se o achar
necessário. A pesquisadora responsável (Professora Ediléa Monteiro de Oliveira) e os
acadêmicos Carla Patrícia Dias Mendes, Diego Paiva de Azevedo e Juliana Silva Rassy
estarão a sua disposição para esclarecer qualquer dúvida que venha surgir.
Eu,_________________________________________________________ residente e
domiciliada na ___________________________________________________________
portadora da célula de identidade, RG _______________ e inscrita no CPF/MF
___________________, nascida em ___/___/___, abaixo assinado, concordo de livre e
61
espontânea vontade participar como voluntária do estudo “Efeitos do método Watsu na
flexibilidade e autonomia funcional de idosas senescentes”.
Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais
esclarecimentos quanto às duvidas por mim apresentadas.
Estou ciente que:
I)
O estudo se faz necessário para que possa ser descoberta a eficácia do método
Watsu na flexibilidade e autonomia funcional, parâmetros que freqüentemente
diminuem com a idade.
II)
Serão feitas 2 (duas) sessões de Watsu semanais distribuídas em 4 semanas,
caso não haja nenhum tipo de intercorrência durante o tratamento.
III)
A participação nesse projeto não acarretará qualquer ônus pecuniário com
relação aos procedimentos terapêuticos efetuados com o estudo.
IV)
Não será oferecido nenhum tipo de remuneração pela participação na pesquisa.
V)
Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração nesse estudo no
momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação.
VI)
A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico.
VII) O não comparecimento ao atendimento por três vezes consecutivas sem
qualquer justificativa, automaticamente me desligará da pesquisa.
VIII) Os procedimentos poderão ser filmados e fotografados, para posteriormente
serem utilizados na apresentação do estudo.
IX)
Os resultados obtidos durante esse estudo serão mantidos em sigilo, mas
concordo que sejam divulgados em publicações cientificas, desde que meus
dados pessoais não sejam mencionados.
X)
Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados ao
final desta pesquisa.
( ) Desejo conhecer os resultados dessa pesquisa.
( ) Não desejo conhecer os resultados dessa pesquisa.
Belém, ____ de ____________ de 2008.
Paciente: ___________________________________________________________
Responsável pelo Projeto
Professora: Ediléa Monteiro de Oliveira Tel: 81347237
62
APÊNDICE C – Termo de Autorização.
DECLARAÇÃO
Eu,
declaro
que
permito a liberação da sala de avaliação e da piscina do Laboratório de Hidroterapia da
Clinica Escola de Fisioterapia da UNAMA - Fisioclínica, localizado na Avenida Alcindo
Cacela, 395, bairro do Umarizal, Belém - PA, no período de 22 de abril a 20 de outubro de
2008, no turno vespertino, de segunda-feira a sexta-feira, nos horários de 12:40 às 13:30
horas, para o desenvolvimento da pesquisa sobre o tema “Efeitos do método Watsu na
flexibilidade e na autonomia funcional de idosas senescentes”, dos acadêmicos do 7º
semestre de Fisioterapia Carla Patrícia Dias Mendes (0511900120), Diego Paiva de
Azevedo (0511900180) e Juliana Silva Rassy (0511900481), devidamente matriculados
na Universidade da Amazônia - UNAMA, sob responsabilidade da professora-orientadora
Ediléa Monteiro de Oliveira (CREFITO 12 / 19957-F). Para a pesquisa será utilizada a
amostra de idosas do sexo feminino, com idade de 60 a 74 anos e que participam ou
participaram do Programa de Atenção ao Idoso com a Terapeuta Ocupacional Jackeline
Couto na UEPa. A pesquisa tem como objetivo principal melhorar a flexibilidade de
pacientes idosas para suas atividades de vida diária através do método Watsu.
63
APÊNDICE D – Ficha de avaliação.
FICHA DE AVALIAÇÃO
Data
/
/2008
IDENTIFICAÇÃO
Nome:________________________________________________________Idade: ____________
Estado civil: _____________________Profissão:_________________Escolaridade:____________
Endereço:____________________________________________________Telefone:____________
ANAMNESE
QP:____________________________________________________________________________
HDA:__________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
INSPEÇÃO:
_________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
EXAMES COMPLEMENTARES E CIRURGIAS: _________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
MEDICAMENTOS:__________________________________________________________
ALTERAÇÕES VISUAIS E OU AUDITIVAS:_____________________________________
64
EXAME FÍSICO: Fleximetria.
DIREITO
ESQUERDO
Flexão
QUADRIL
Extensão
Abdução
Adução
Flexão
JOELHO
Extensão
GDLAM:
ATIVIDADE
C (10m)
LPS
LPDV
LCLC
TEMPO (segundos)
65
APÊNDICE E – Ficha de reavaliação.
REAVALIAÇÃO
DATA:
/
/2008
NOME: _________________________________________________________________
EXAME FÍSICO: Fleximetria.
DIREITO
ESQUERDO
Flexão
QUADRIL
Extensão
Abdução
Adução
Flexão
JOELHO
Extensão
GDLAM:
ATIVIDADE
C (10m)
LPS
LPDV
LCLC
TEMPO (segundos)
66
APÊNDICE F – Avaliação da flexibilidade e autonomia funcional.
Figura 1 - Flexão de quadril
Figura 2 - Extensão de quadril
Figura 3 - Abdução de quadril
Figura 4 - Adução de quadril
Figura 5 - Flexão de joelho
Figura 6 - Extensão de joelho
67
Figura 7 - C 10m
Figura 8 - LPS
Figura 9 - LPDV
Figura 10 - LCLC
68
APÊNDICE G – Programa de tratamento
Figura 11 - Abertura
Figura 12 - Dança da respiração
Figura 13 - Oferecendo lento
Figura 14 - Liberando a coluna
Figura 15 - Sanfona
Figura 16 - Sanfona rotativa
69
Figura 17 - Rotação da perna de dentro
Figura 18 - Rotação da perna de fora
Figura 19 - Pressão no braço e ponto do coração
Figura 20 - Pêndulo
Figura 21 - Balanço braço e perna
Figura 22 - Joelho ao tórax
70
Figura 23 - Vôo livre
Figura 24 - Tração externo sacro
Figura 25 - Quieto
Figura 26 - Quatro
Figura 27 - Sela
Figura 28 - Parede
Figura 29 - Agradecendo ao espaço
ANEXOS
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ANEXO A – Protocolo GDLAM de avaliação da autonomia funcional.
1) Caminhar 10 metros (C10m) – este teste avalia a velocidade que o individuo leva
para percorrer a distância de 10 metros.
2) Levantar-se da posição sentada (LPS) – consiste em o individuo partindo da posição
sentada em um banco sem apoio a uma distância de 50 cm do solo, levantar-se e
sentar-se 5 vezes consecutivas.
3) Levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV) – partindo da posição de decúbito
ventral com os braços ao lado do corpo, ao comando verbal do terapeuta, o individuo
deve levantar-se do colchonete colocado no solo, ficando de pé no menor tempo
possível.
4) Levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa (LCLC) – com o banco fixo ao
solo, deve-se demarcar dois obstáculos diagonalmente ao banco, a uma distância de 4
metros para traz e três metros ao lado direito e esquerdo do mesmo. O individuo inicia
o teste sentado ao banco com os pés fora do chão e ao comando verbal ela se levanta,
move-se para a direita, circula o obstáculo, retorna para o banco, senta-se e retira
ambos os pés do chão. Logo após faz o mesmo movimento para a esquerda.
Imediatamente realiza novo percurso para a direita e para a esquerda, perfazendo
assim todo percurso duas vezes.
73
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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS