Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Serviço Social
Trabalho de Conclusão de Curso
VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA A PESSOA IDOSA: REVISÃO INTEGRATIVA.
utor: Juliana Silva Rodrigues
Orientadora: Profª Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira
Brasília - DF
2013
JULIANA SILVA RODRIGUES
VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA A PESSOA IDOSA: REVISÃO
INTEGRATIVA.
Artigo apresentado ao curso de graduação em
Serviço Social da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para obtenção
do Título de Bacharel em Serviço Social.
Orientador: Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira
Brasília
2013
Artigo de autoria de Juliana Silva Rodrigues, intitulado: “VIOLÊNCIA
INTRAFAMILIAR CONTRA A PESSOA IDOSA: REVISÃO INTEGRATIVA”,
apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Serviço Social da
Universidade Católica de Brasília – UCB, em ___/____/__________, defendido e aprovado
pela banca examinadora abaixo assinada:
__________________________________________________________________________
Profª. Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira
Orientadora
Serviço Social – UCB
__________________________________________________________________________
Prof. Luís Alberto Delgado
Serviço Social – UCB
__________________________________________________________________________
Prof. Ricardo Gonçalves
Serviço Social – UCB
Brasília – DF
2013
Aos meus pais, Carlos Magno Rodrigues e
Silvia Gleide da Silva Matos Rodrigues. Essa
conquista é nossa.
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus junto com sua mãe Maria Santíssima, pelo dom da
minha vida, pelas conversas em cada noite e por tudo que são em minha vida e sempre serão.
Aos meus pais Carlos Magno e Silvia Gleide, pela oportunidade da vida, pelo amor e
por todas as renúncias feitas em suas vidas por mim. Amo muito cada um e sou extremamente
grata por todo esforço e dedicação. Vocês sempre serão os meus maiores exemplo e a razão
de todas as minhas conquistas.
Ao meu Irmão Rogério, pelo carinho e pela sua existência em minha vida.
Ao meu esposo Tiago, melhor amigo, que me acompanhou em toda trajetória na
universidade dando-me sempre apoio, força, carinho, amor, incentivo e por estar ao meu lado
em todos os momentos, e muitas, vezes me fazer ter a calma e a paciência para continuar em
frente. Obrigada por cada palavra ou silêncio do inicio a conclusão da minha graduação. Te
amo e te amarei para sempre.
Ao meu grãozinho de ouro, que ao finalzinho da minha graduação, apareceu em minha
vida e já é muito esperado e amado.
À profª. Maria Liz, por ter realmente me orientado nesta jornada, com sua dedicação e
paciência, me auxiliou e me ensinou muito, tornando possível a conclusão deste artigo.
Agradeço de coração por todos os meus momentos de dúvidas, que com toda paciência,
cuidado me incentivou e mostrou que eu era capaz. . Obrigada, por toda solidariedade e
compreensão em cada momento desagradável que surgiu durante este trabalho.
As assistentes sociais Cássia Freitas e Ana Miriam Garcia, que foram minhas
supervisoras de estágio por um breve período, mas marcaram de forma intensa a minha
formação profissional. Agradeço pelos pontos de vista críticos, que me ensinaram a
importância de questionar a sociedade e me tornar uma pessoa e assistente social melhor.
A todos do curso de Serviço Social, em especial aos professores que passaram pela
minha graduação, pois todos eles, de alguma forma, marcaram a minha caminhada
acadêmica e profissional.
A todos as colegas do curso, que trilharam comigo a mesma estrada, em especial a
Raquel e a Thaynara, que me acompanharam nesta jornada desde do nosso primeiro dia de
aula. Obrigada pela atenção e pelo companheirismo.
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VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA A PESSOA IDOSA: REVISÃO
INTEGRATIVA.
JULIANA SILVA RODRIGUES
Resumo:
Trata-se de uma revisão integrativa sobre a produção de conhecimento acerca da violência
intrafamiliar contra a pessoa idosa. Realizou-se uma busca na base de dados BVS (Biblioteca
Virtual em Saúde) que integra dentre outras as seguintes bases de dados, Literatura Latino –
Americana e do Caribe em Ciências da saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and
Retrieval Sistem On-line (Medline), Scientific Electronic Library Online (Scielo). A
estratégia utilizada para obtenção das publicações tiveram como eixo norteador os seguintes
descritores que constam no DeSC/biblioteca virtual de saúde são eles: Maus-tratos ao idoso,
violência domestica, Violência intrafamiliar, e a palavra Brasil – como afiliação dos autores.
A busca resultou na seleção de 12 artigos, sendo 10 quantitativos, 1 qualitativo e um estudo
de reflexão. As áreas de publicação foram Medicina/Gerontologia ( n= 4), Saúde Pública (
n=3), Enfermagem ( n=2), em Saúde Mental/Psicologia ( n=1), Odontologia ( n=1) e Serviço
Social ( n=1). Os resultados encontrados demonstraram que a violência intrafamiliar contra a
pessoa idosa ainda apresenta pouca visibilidade em termos de interesse de estudo por meio
dos profissionais.
Palavras-chave: Maus-tratos ao idoso. Violência Domestica. Violência intrafamiliar.
1. INTRODUÇÃO
O aumento da expectativa de vida faz com que a população idosa aumente. Com esse
fato muitas são as pessoas que estão conseguindo chegar a esse momento da vida, chamado de
velhice.
Essa realidade da velhice tem se tornado um grande desafio para todos os profissionais
que atuam com essa demanda, pois grande é a desigualdade social, a falta de informação dos
familiares e responsáveis, o preconceito contra a pessoa idosa, ou até mesmo o desrespeito
contra essa população. Além disso, esses indivíduos carregam algumas marcas como a
incapacidade social e funcional. Muitas vezes, o idoso acaba sendo considerado uma pessoa
que causa apenas dificuldade para seus familiares, fazendo com que eles se sintam sem valor,
não vendo sentido na sua existência, ocasionando assim uma desvalorização desse momento
que todos nós estamos sujeitos a passar.
Diante dessas diversas dificuldades que essas pessoas encontram, a que mais tem
chamado a atenção é a violência contra a pessoa idosa, pois acaba, muitas vezes, trazendo
outros tipos de problemas junto a esse principal.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define violência como sendo “O uso
intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra
pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande probabilidade
de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”.
(DAHLBERG, 2005, p. 3)
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Conforme consta no documento do Ministério da Saúde (BRASIL, 2002, p.5), a
violência intrafamiliar atinge parcela importante da população e repercute de forma
significativa sobre a saúde das pessoas a ela submetidas. Configura-se um problema de saúde
pública relevante e um desafio para os gestores do Sistema Único de Saúde (SUS). A verdade
é que a violência intrafamiliar é um tema bastante complexo, de modo que seu enfrentamento
necessita de profissionais de diferentes campos de atuação e uma grande mobilização dos
diversos setores da sociedade civil e do governo. Essa mobilização tem como objetivo
fortalecer e melhorar as ações e serviços na perspectiva de uma mudança de atitude.
O termo violência deve ser usado em sentido amplo. Ela pode corresponder ao dano
físico, moral, psicológico, social, causados por atos ou omissões de terceiros ou seus
familiares (OLIVEIRA, 2012).
É importante destacar que a violência intrafamiliar é aquela que ocorre no âmbito das
famílias, sendo que pode ser de 2 formas: a violência doméstica e a violência familiar.
A violência doméstica não se resume apenas a família, uma vez que ela envolve as
pessoas que convivem no mesmo espaço doméstico com o idoso, independente se possuem ou
não um laço consanguíneo. Assim, ainda que uma pessoa não tenha relação parental com o
idoso, mas viva no mesmo âmbito doméstico que ele, caso venha a praticar algum ato de
violência, será o caso de violência doméstica.
O outro caso de violência intrafamiliar é a que se denomina violência familiar.
Diferente da primeira forma, essa violência é aquela praticada por seus familiares como o
cônjuge, filhos, netos, bisnetos, tios, ou outro parente que possui ligação com o idoso. Assim,
caso um filho que pratique violência contra seu pai idoso, ainda que não viva no mesmo
âmbito físico, será considerado o caso de violência intrafamiliar.
Será em relação a violência intrafamiliar que iremos tratar no nosso trabalho. Sendo
assim, o presente artigo teve como objetivo caracterizar as produções científicas acerca da
violência intrafamiliar contra idosos em periódicos nacionais disponíveis na Biblioteca
Virtual em Saúde e sintetizar a contribuição da produção científica sobre a violência
intrafamiliar contra a pessoa idosa.
2. METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa (RI) que consiste na construção de uma análise
ampla da literatura, contribuindo para discussões sobre métodos e resultados de pesquisas.
A revisão integrativa é um método de revisão mais amplo, pois permite incluir
literatura teórica e empírica bem como estudos com diferentes abordagens metodológicas
(quantitativa e qualitativa). (Pompeo, 2008, p. 10) Este método tem como principal finalidade
reunir e sintetizar os estudos realizados sobre um determinado assunto, construindo uma
conclusão, a partir dos resultados evidenciados em cada estudo, mas que investiguem
problemas idênticos ou similares. Os estudos incluídos na revisão são analisados de forma
sistemática em relação aos seus objetivos, materiais e métodos, permitindo que o leitor analise
o conhecimento pré-existente sobre o tema investigado. (Pompeo, 2008, p. 10)
Para a realização desta revisão, foram adotadas as seguintes etapas: identificação do
tema, seleção da hipótese, o objetivo, elaboração de critérios para inclusão e exclusão de
estudo, avaliação dos estudos incluídos na revisão, interpretação dos resultados, apresentação
da síntese do conhecimento.
Uma vez definido o tema, foi elaborada a seguinte questão norteadora da pesquisa:
Qual é o delineamento dos trabalhos e os temas estudados sobre a violência intrafamiliar do
idoso? Entende-se sobre delineamento as características dos estudos, tais como tipo de estudo,
local de sua realização, tipo de amostra, instrumentos utilizados na abordagem, tipo de
pesquisa, principais achados (agressor e tipo de violência).
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Para a Coleta de dados foram adotados os seguintes critérios de inclusão: pesquisas
disponíveis on-line referentes a trabalhos desenvolvidos no Brasil, que tratassem de
violência/maus-tratos contra a pessoa idosa, publicadas nos últimos cinco anos (2008-2012)
com indexação dos periódicos disponíveis na BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) que integra,
dentre outras, as bases de dados Literatura Latino – Americana e do Caribe em Ciências da
saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem On-line (Medline),
Scientific Electronic Library Online (Scielo).
A estratégia utilizada para obtenção das publicações tiveram como eixo norteador
descritores que constam no DeSC/biblioteca virtual de saúde. São eles: Maus-tratos ao idoso,
violência domestica, Violência intrafamiliar, e a palavra Brasil – como afiliação dos autores.
No passo seguinte os artigos foram lidos e as publicações que atendem o critério de
inclusão foram acessadas e analisadas na íntegra.
Na busca bibliográfica inicial foram localizados 35, cuja maior parte foi encontrada na base
de dados, Literatura Latino – Americana e do Caribe em Ciências da saúde (LILACS) –
(n=20) seguida da (Scielo) – (n=13) e por ultimo a (Medline) – (n= 4). Contudo, somente 12
publicações atenderam aos critérios de inclusão.
Em seguida, construiu-se um quadro sinóptico para categorização dos artigos, de
modo a dar visibilidade aos principais atributos de cada produção. Desta forma, os artigos
foram apreciados individualmente, para conseguir visualizar as característica de cada trabalho
e assim poder fazer a análise final.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quanto aos aspectos relativos às bases de dados, percebe-se uma desigualdade de
publicações em quase todos os descritores associados. A maior parte das publicações foi
encontrada em periódicos brasileiros (n = 12) e específicos da Medicina/Gerontologia ( n= 4),
em revista de Saúde Pública ( n=3), Enfermagem ( n=2), em Saúde Mental/Psicologia (
n=1), Odontologia ( n=1) e Serviço Social ( n=1). Pode-se perceber uma irregularidade no
número de trabalhos publicados, sendo que o ano de 2011 foi o que teve o menor número de
publicação ( n = 1).
Foram encontrados 10 estudos quantitativos (Tabela 1), 1 qualitativo ( Tabela 2), e
um estudo de reflexão ( Tabela 3).
8
9
Ressalta-se ainda que, entre as produções selecionadas, 50% das publicações foram
produzidas e publicadas na região Sudeste, 40% no Nordeste e 10% da região Centro Oeste.
Assim, ficou evidenciado uma carência de publicações e pesquisas principalmente nas regiões
Sul, Centro Oeste e Norte, sendo que essa última região é a segunda maior detentora de
participação da população idosa do país, concentrando quase 29% das pessoas da terceira
idade vivendo em condições socioeconômicas desfavoráveis.
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Percebe-se que as diferentes áreas da saúde não tem direcionado o mesmo interesse
para o tema da violência intrafamiliar contra a pessoa idosa, pois algumas áreas produzem
mais do que outras. Como se pode observar a enfermagem foi a que mais estudou sobre a
violência intrafamiliar contra a pessoa idosa. Em seguida veio a área da psicologia.
Quanto ao serviço social, verificamos apenas uma publicação que mapeia as
produções discentes (dissertações e tese) no âmbito da vidência domestica entre 1990 a 2006,
em programas de pós-graduação em Serviço Social, Psicologia e Saúde Pública de instituições
localizadas no estado do Rio de Janeiro.
Assim o resultado encontrado não foi o esperado, considerando que o Assistente Social
tem papel significativo no atendimento diário com a pessoa idosa. Independente da área de
11
atuação, existe somente uma publicação sobre o tema em questão realizada por um Assistente
Social.
Contudo, é importante que esses profissionais estejam dispostos a estudar a questão da
pessoa idosa, tema que com o passar do tempo ganha importância como problemática social
que se inscreve na sociedade. Esse tema tem como base, de um lado, as desigualdades e
antagonismos motivados pelas transformações que o capitalismo vai tendo ao longo dos
tempos e de outro lado o fenômeno do envelhecimento populacional que levanta novas
demandas e necessidades aos idosos e, por fim, as lutas, resistências e movimentos ligados
aos idosos e aos seus direitos por vida mais digna.
Com relação aos instrumentos utilizados para a coleta de dados, tiveram cincos artigo
que utilizaram registros, laudos de exame de corpo delito e boletim de ocorrência de delegacia
de polícia e dois artigos que utilizaram questionário e entrevista com grupos de idoso e
profissionais de saúde, para averiguar o conhecimento sobre o tema.
A análise dos artigos possibilitou a elaboração de quatro categorias: estudos
epidemiológicos, perfil dos agressores dos idosos, perfil do idoso agredido, tipo de violência.
3.1 ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
A vigilância epidemiológica de violências constitui atividade relevante para a
sociedade, pois, além de permitir o monitoramento e a análise de possíveis mudanças no perfil
desses agravos, contribui para a educação da população e o planejamento de ações
intersetoriais de prevenção. (DAHLBERG L,2006)
A importância deste tema para a saúde é retratada no número de artigos que tratam da
prevalência e perfil dos idosos que sofreram violência.
A abordagem da Saúde Pública direcionada ao problema da violência está baseada em
quatro etapas: 1) conhecimentos básicos sobre a violência (extensão, características,
consequências); 2) causas e fatores que aumentam ou diminuem o risco de violência; 3)
proposição de formas de prevenção da violência (planejamento, monitoramento, avaliação); e
4) disseminação de intervenções promissoras e informações sobre custo e eficácia dos
programas implantados. (MASCARENHAS, 2009, p. 6)
Nos artigos encontrados observamos que estão em sua maioria pautados nas etapas
iniciais, buscando obter maior conhecimento das características e causas da violência, bem
como a identificação de seus fatores de risco.
Todavia, muitas dessas informações continuam inacessíveis para gestores e tomadores
de decisão, seja pelo atual modelo de vigilância, seja pela intrincada rede de fatores que
favorecem o silêncio acerca da temática violência, principalmente quando as vítimas são
mulheres, crianças e idosos.
3.2 PERFIL DOS AGRESSORES DOS IDOSOS
A análise dos artigos mostrou que os principais perpetradores dos maus tratos contra
os idosos são seus familiares, vizinhos, desconhecidos e outros. (NICOLUSSI, 2010)
É difícil traçar um perfil certo para o agressor do idoso. São diversos os fatores a
serem analisados para que se possa traçar um perfil adequado sobre eles. Nesta temática, os
artigos trazem situações relativas a epidemiologia, assim como as características que podem
ser mais comuns ao agressor.
12
Gaioli (2008) traça diversas características do agressor, como o fato de viverem na
mesma casa que a vítima, dependerem financeiramente dos pais, abusarem do álcool ou outro
tipo de drogas. Destaca a autora:
A caracterização do agressor, ao ser abordada por investigadores nacionais e
internacionais, mostrou os seguintes sinais de vulnerabilidade e risco: o agressor
vive na mesma casa que a vítima; filhos dependentes financeiramente de pais com
idade avançada; idosos dependentes da família dos seus filhos para sua manutenção;
abuso de álcool e drogas praticado pelos filhos ou pelo próprio idoso; isolamento
social dos familiares ou do idoso, história de agressão anterior contra o idoso e
história de violência na família. Dados esses que demonstram maior vulnerabilidade
dos idosos, frente às questões sociais, também confirmado no presente estudo
(p. 5)
Quanto ao perfil dos agressores encontrados nos estudos, a maior parte são pessoas
sem qualquer parentesco com a vítima. Isso pode estar associado ao fato de que muitas
famílias delegam a função de cuidado das pessoas idosas a terceiros, uma vez que, muitas
vezes, não possuem disponibilidade de tempo ou mesmo não querem prestar o cuidado
necessário a seus parentes. Depois desses terceiros que cuidam dos idosos, os filhos são os
que mais causam agressões. Assim, há uma grande dificuldade da vítima de falar ou até
mesmo de denunciar, pois o agressor vive junto com a vítima.
Pinheiro (2011, p. 10) observou que “a maioria era do sexo masculino, a faixa etária
predominante situava-se entre 30-39 anos, pardos, solteiros, com nível fundamental completo
e possuíam alguma ocupação”. Demonstrou que a maioria dos agressores “não tinham grau
de parentesco, sendo cuidadores, motoristas de ônibus, funcionários de bancos, lojas,
supermercados e profissionais da saúde”.
Em sua pesquisa destacou que 36,3% não tinham qualquer relação de parentesco com a
vítima, seguido de 21,3% dos casos causados por vizinhos, e 21,3% por filhos. Além disso,
esse estudo destacou que, em certos casos, a vítima foi agredida por mais de um agressor.
Oliveira (2012), em sua pesquisa, também destaca que a maioria da violência sofrida
pelos idosos são proferidas por terceiros.
A autora destacou, de acordo com sua pesquisa realizada, que 62,81% não tinham
relação de parentesco com a vítima. Ressaltou que esse dado pode estar ligado, em muitos
casos, com o fato da família acabar delegando os cuidados de seus parentes a terceiros, por
falta de disponibilidade.
Entretanto, ela destaca que 13,56% das agressões foram cometidas por filhos, 8,99%
por pessoas de outro parentesco e apenas 4,54% pelos maridos e companheiros. Por fim, ficou
registrado que apenas 0,43% foram cometidos por netos e netas, sendo assim a menor
porcentagem nessa pesquisa realizada.
Em relação a sua pesquisa, a autora citada acima mostrou que o agressor tinhas as
seguintes características de vulnerabilidade e risco:
o agressor vive na mesma casa que a vítima; filhos dependentes financeiramente de
pais com idade avançada; idosos dependentes da família dos seus filhos para sua
manutenção; abuso de álcool e drogas praticado pelos filhos ou pelo próprio idoso;
isolamento social dos familiares ou do idoso; história de agressão anterior contra o
idoso e história de violência na família.(OLIVEIRA, 2012, p. 9)
Já outros autores, em sentido oposto, dizem que são os familiares os maiores
agressores dos idosos (NOGUEIRA, 2010). Ele destaca que a maioria dos agressores são os
filhos, seguidos de outros parentes. Registrou que em 88,3% dos casos os agressores foram os
próprios familiares, sendo que os filhos foram os autores em 57,7% e outros parentes foram
em 30,6% dos casos. Desses parentes, destacam-se os netos, que foram em 11,9% dos casos
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os agressores da vítima. Por fim, destacou que apenas 11,7% dos casos foram praticados por
pessoas sem vínculo de parentesco com o idoso, sendo que prevaleceu, dentre esses, os
vizinhos, com 4,9% dos casos. Assim, percebe-se que, em pouco mais de 1 a cada 10 casos de
agressão, foram terceiros que agrediram os idosos.
No mesmo sentido Gaioli (2008), relata no seu estudo que:
No que diz respeito ao relacionamento entre ofensor e vítima, verificou-se que 41
(47,1%) idosos de ambos os sexos especificaram o agressor, dentre eles: filhos,
netos, noras e genros; 20 (22,9%) citaram um amigo ou conhecido; 15 (17,2%)
idosos identificaram como o agressor, assaltantes que adentraram ao domicílio e 11
(12,6%) eram cônjuges ou companheiros dos idosos ( p. 3).
Moraes (2008, p 8) destacou que, de um modo geral, a violência física foi a mais
frequente entre “os que tinham companheiro e entre os que coabitavam com um maior
número de pessoas”. Isso corrobora com os estudos que demonstram ser os descendentes e
cônjuges aqueles que cometem mais violência contra os idosos.
Abath (2012) menciona que a proporção de agressores em que existia um vínculo
familiar foi 145% maior dos que não tinham essa relação. Corrobora com esse entendimento a
pesquisa realizada por Oliveira (2012, p.9), em que destacou que no DF, “as vítimas de maustratos em domicílio são, predominantemente casadas”.
São várias as explicações para isso ocorrer, não havendo um consenso entre os
pesquisadores. Alguns autores dizem que a violência ocorre por pessoas da família devido a
história de pouco afeto e solidão na relação entre os cônjuges e parentes ou entre pais e filhos.
Outros apontam a sobrecarga do cuidador do idoso como sendo o principal fator que faz com
que o idoso seja agredido. Há ainda aqueles que indicam que “o grau de interdependência
cuidador-idoso, quer no âmbito físico, afetivo ou econômico, seja mais um fato importante no
processo” (MORAES, 2008, p.8).
Dessa forma, os autores variam de opiniões. Alguns entendem que a maior parte das
pessoas que agridem os idosos são de sua família ou de seu convívio social, em sua maioria
filhos. Já outros entendem que a maior parte são terceiros, em especial os cuidadores. É
possível perceber que, muitas vezes, a diferença ocorre devido o Estado em que foi realizada a
pesquisa e também ao nível sócio-econômico das pessoas analisadas.
É importante ressaltar que o fenômeno da violência vem aumentando devido o fato de
que a família é o suporte de maior importância para o idoso. Ocorre que as estruturas
familiares vem sofrendo muitas modificações. Diversos são os motivos para esse fenômeno,
tais como:
separações; divórcios; novas uniões; estabilidade do mercado de trabalho e
movimentos migratórios nacionais e internacionais em busca de oportunidade no
mercado de trabalho; maior tempo de vida das gerações e um aumento do
contingente de viúvas, geralmente morando sozinhas nas cidades; idosos exercendo
chefias de família e participação crescente da mulher no mercado de trabalho.
(OLIVEIRA, 2012,p. 2 ).
Assim, as mudanças no seio da família acabam por aumentar o número da violência,
causando diversos danos ao idoso.
Vários são os motivos possíveis para ocorrer a violência no seio das famílias.
“Relações enfraquecidas e história familiar prévia de violência favorecem o surgimento desse
evento”. Além disso, famílias despreparadas para compreender, administrar e tolerar seus
próprios conflitos tendem as ser violentas”. Além disso, fatores como crenças, valores e
concepções sobre a velhice e a necessidade da pessoa de um cuidado, são fatores que
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influenciam na qualidade de tratamento ao idoso, independente da pessoa ser seu parente ou
não(Abath, 2012, p. 8).
Em relação ao tipo do sexo dos agressores, Nogueira (2010), destacou, em sua
pesquisa, que a maioria foram homens (54,7% dos casos).
Em sentido oposto foi a pesquisa realizada por Abath (2012), que destacou a
probabilidade de ser maior o número de mulheres como agressoras. Isso ocorre devido o fato
de que são elas quem, na maioria das vezes, cuidam das pessoas idosas. Todavia, isso não é
um consenso. A autora destaca pesquisa realizada nos Estados Unidos em que ficou
demonstrado que 62,6% dos agressores eram homens. Um possível motivo para isso seria o
fato de que as mulheres agem, no geral, com conduta menos agressiva que a conduta dos
homens.
Nogueira (2010) também destaca o maior número de agressores como sendo do sexo
masculino. Relatou que em ambos os sexos os agressores usam de forma mais comum a
violência psicológica, seguida da negligência, violência econômica, depois a física e outras
formas. Porém, ressalta que há diferença no caso de maus-tratos, uma vez que os homens
impetram mais violência psicológica e física. Já as mulheres agem de forma mais negligente,
com violência econômica e outros tipos. Um motivo possível para esse fato é que as mulheres
exercem mais o papel de cuidadoras. Tendo maior responsabilidade de cuidado com os idosos
ficam mais sobrecarregadas, tendo uma maior possibilidade de falhar em sua tarefa, fazendo
com que o idoso fique mais abandonado ou mesmo podendo negligenciar nos cuidados com
eles. E por terem maior contato com o idoso, isso facilitaria o desvio de suas finanças.
3.3 PERFIL DO IDOSO AGREDIDO
Com o aumento da expectativa de vida e consequentemente do número de idosos,
houve também um aumento do número de idosos que sofrem agressão. Assim, é importante
analisar os motivos pelos quais esse fenômeno pode acontecer.
Um dos motivos pelos quais idoso sofre muita agressão é o fato de ele ser bastante
frágil. Deve-se buscar entender, portanto, quais fatores biológicos, sociais e psicológicos que
caracterizam a fragilidade do idoso. Bandeira (2010) destaca cada um desses fatores. São eles:
-fatores biológicos: perda de reserva e resistência do organismo, redução da massa
muscular, alterações de eixos hormonais, alterações imunológicas, redução de
energia, aumento da dependência e suscetibilidade a agressores, auto relato de
exaustão, fraqueza, baixa velocidade ao caminhar (lentidão), perda de peso, baixa
atividade física, déficit cognitivo, comorbidades, sexo feminino, idade avançada,
hospitalizações, síndromes geriátricas, diminuição da qualidade de vida e saúde,
pessoas que realizam diálise 39 autores dos artigos, 68,%).
-fatores psicológicos: Distúrbio de humor ( ansiedade, depressão), dificuldade de
enfrentamento, péssimo, medo, má avaliação da saúde, insatisfação e déficit
psicológico
(...)
-fatores sociais: Baixa rede de apoio social, viver só, pouca participação em
atividades voluntarias, más condições sociais, baixa escolaridade, indivíduos
socialmente desfavorecidos, ser mulher, isolamento, eventos do curso da vida,
redução das taxas de institucionalização (...)
-fatores ambientais: diferenças entre países na distribuição de um fenótipo de
fragilidade, espaço de vida reduzido, morar na área rural (...) (Bandeira, 2010, p. 6)
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Em relação ao perfil do agredido, do mesmo modo que ocorre com o perfil do
agressor, é difícil identificar as características comuns, de modo a traçar um perfil adequado.
Porém, os artigos buscaram chegar a uma possível conclusão sobre o perfil do idoso agredido.
Nesse sentido, Pinheiro (2011) destaca em seu estudo que os idosos vítimas de
violência têm o seguinte perfil: são do sexo feminino; a média da idade é de 71 anos; cor da
pele é parda; casados; já estão na inatividade; e em relação ao grau de ensino, tiveram o
ensino fundamental incompleto.
Em relação ao sexo dos agredidos, a maioria das pesquisas registrou que a mulher é a
idosa que mais sofre agressões. Ocorre que algumas pesquisas divergem desse dado,
caracterizando o homem como aquele que mais sofre agressões.
Oliveira (2012), registrou, em sua pesquisa, uma atipicidade no Distrito Federal em
relação a outros países e também a outras capitais brasileiras, uma vez que o maior número de
pessoas agredidas são do sexo masculino. No mesmo sentido foi a pesquisa realizada em
Ribeirão Preto, São Paulo, em 2002, em que há também uma predominância de idosos do
sexo masculino que recebiam maus-tratos em domicílio. Corrobora com esses dados os
estudos realizados em outros países como Canadá, Países Baixos e EUA.
Ocorre que a própria autora destaca o fato de que esse resultado “difere de pesquisas
realizadas na Finlândia e dados do National Aging Resource Center, nos EUA, e no Brasil
onde se observa maior prevalência de maus-tratos em idosos do sexo feminino”.
Corrobora com esse entendimento a pesquisa realizada por Abath (2012), em que
ficou consignado que foi 54% maior a relação de agredidos do sexo feminino em relação as
pessoas do sexo masculino.
No mesmo sentido foi a pesquisa realizada por Pinheiro (2011), em que ficou
registrado que os idosos do sexo feminino são os que sofrem maior número de violência. Do
mesmo modo foi o estudo realizado por Oliveira (2012) que destacou a exceção do estudo
realizado em Ribeirão Preto (SP), em que houve um maior número de violência nos idosos do
sexo masculino.
A autora, citando Faleiros, destaca ainda que a maior vítima é a mulher, devido a
“dinâmica da relação de gênero, expressa nas relações de poder tanto no espaço intra como
extrafamiliar”. A mulher, no momento em que se torna uma pessoa idosa, aumenta a sua
fragilidade, “em função da circunstância do envelhecimento, pois, em geral, são mais doentes
do que os homens e possuem, inclusive, mais incapacidades funcionais” (ABATH, 2012, p.7).
A autora citada acima, ainda relata que outros autores abordam sob uma diferente
perspectiva de explicação essa temática, ressaltando que a mulher seria a principal vítima não
porque ela é mais frágil, e sim em função da severidade do dano provocado pela violência,
que costuma ser maior nas pessoas desse sexo. E esse dano faz com que a mulher procure
atendimento e fale que foi violentada, causando assim uma impressão de que a violência
ocorre em maior número em relação as pessoas desse sexo.
Duque (2012) menciona, em seu trabalho, que a violência foi mais frequente no sexo
feminino. Destaca que diversos estudos descrevem que as mulheres são mais abusadas do que
os homens. Esses fatores ocorrem, possivelmente, “quando a questão de gênero se alia ao fato
de as mulheres estarem em situação de maior vulnerabilidade do que os homens”.
A referida autora ressaltou que, embora possa haver algumas ressalvas, é possível
perceber a prevalência da violência contra a mulher, tendo seu estudo demonstrado que elas
sofrem 23,91% de violência a mais que o sexo masculino (DUQUE, 2012).
Outra explicação para esse fato, verificada em alguns estudos, é que isso ocorre
devido a feminilização dos idosos brasileiros, já que as mulheres estão vivendo mais que os
homens, tendo uma expectativa de vida superior. Outro fato é que a violência contra as
mulheres, muitas vezes, ocorre desde a juventude, podendo ser um possível fator que pode
causar maior possibilidade de risco de elas serem agredidas no futuro (PINHEIRO, 2011).
16
Em relação ao grau de estudo dos idosos agredidos, o estudo realizado por Apratto
Júnior (2010) mostrou que 76,4% dos que responderam sua pesquisa disseram ter tido quatro
anos ou menos de estudo, enquanto cerca de 8% disseram que tinham escolaridade maior que
a 8ª série.
Em sentido oposto, Moraes (2008) destacou que a ocorrência de violência física foi
por volta de 3 vezes mais comum entre idosos que tinham maior escolaridade, quando
comparado com os idosos que tinham até 3 anos de estudo. Destacou ainda que, quando
comparado aos idosos com primeiro grau completo, foi 4 vezes maior o número de violência
em idosos com mais escolaridade. Destacou que sua pesquisa discordou de outros estudos.
Em relação aos possíveis motivos desse fato, o autor destacou que
É possível que a menor prevalência de violência nos idosos com menos de 11 anos
de estudo seja decorrente de um menor grau de identificação do problema nesse
subgrupo. Presume-se que idosos com menor escolaridade apresentem um maior
grau de dependência financeira ou em atividades do dia-a-dia com relação aos seus
cuidado res, impondo uma ‘lei do silêncio’ ao indivíduo vitimizado. O medo de
perder a única fonte de cuidado e afeto, bem como o receio de represálias ainda mais
duras por parte dos cuidadores, poderia estar impedindo a declaração da violência
sofrida entre os mais vulneráveis. (MORAES, 2008, p. 8).
Outo fator interessante é com relação ao idoso que tem alguma patologia e as
agressões sofridas.
Moraes (2008) destacou que os estudos não apontaram com exclusividade se esse
fator é determinante. “Pesquisadores indicam que os idosos com história de maus-tratos
apresentam maior prevalência de demência, depressão, problemas de memória e
reumatológicos do que aqueles que não foram vitimizados”.
Dentre os possíveis motivos que possam justificar o excesso de patologias nos idosos
que acabam sofrendo violência nos lugares em que habitam parece ter destaque:
a perda da autonomia física e/ou cognitiva, e que, levando à demanda de outra
pessoa a realização das atividades diárias e instrumentais, cria conseqüentemente
uma relação de ‘desempoderamento’ e subordinação do idoso. Certos autores,
porém, sugerem que as comorbidades possam ser, pelo menos em parte,
conseqüências da própria violência, na medida em que esta pode gerar um grau de
estresse permanente, o que, em si, é um importante mediador das doenças crônicodegenerativas e mentais (Moraes, 2008, p. 8)
Outro dado importante é a questão financeira do idoso agredido. O idoso, no geral,
fica bastante tempo em casa e muitas vezes não tem uma fonte de renda. Assim, a dificuldade
financeira pode explicar a violência contra o idoso em certos casos. Outras vezes, o idoso é a
fonte de renda da casa, o que pode gerar também agressões a ele, devido o fato dos outros
quererem usar o seu dinheiro. Assim, o fator financeiro pode gerar agressão contra o idosos,
“seja pelo idoso ser considerado um ‘peso’ ou, na situação inversa, a fonte de renda do
domicílio”. (ABATH, 2012, p.8).
Em relação a idade do agredido, Abath (2012) destacou que um estudo americano
demonstrou que os idosos mais velhos são proporcionalmente mais violentados no ambiente
doméstico. Relatou que o idoso que sofreu agressão física no ambiente doméstico tinha mais
de 80 anos, em 43,7% dos casos.
A referida autora ainda afirmou que autores dizem que quanto menor a idade do
idoso, eles têm mais autonomia, pois possuem uma menor possibilidade de dependência física
e mental, facilitando, assim, o registro das denúncias. (ABATH,2012).
Já no estudo realizado por Gaioli (2008), ficou registrado que a maioria dos idosos
que sofreram violência estava na faixa etária dos 60 a 69 anos.
17
Corrobora com esse entendimento o estudo realizado por Moraes (2008), que
também registrou que a maioria dos idosos que sofrem agressão estão na faixa dos 60 a 70
anos. Coaduna com esses entendimentos a pesquisa realizada por Duque (2012).
Em relação ao arranjo familiar ficou registrado que os idosos que moravam com um
maior número de coabitantes, 6 pessoas ou mais, eram mais violentados, correspondendo a
33,33% dos casos (DUQUE, 2012).
Outro ponto que merece atenção e discussão é se o uso do álcool influencia nos
idosos que sofrem violência. Vários estudos declaram a relação que existe entre maus-tratos
sofridos e a dependência química do cuidador ou do idoso. Ocorre que o número de idosos
que sofrem violência e usam álcool pode não ser maior porque os questionários são baseados,
em sua maioria, em itens que tratam de forma a desaprovar o indivíduo que faz consumo de
bebidas alcoólicas. Em razão desse senso comum, de que os idosos não devem utilizar
bebidas alcoólicas, é possível que muitos tenham respondido de uma forma que não retrata a
realidade (APRATTO JUNIOR, 2010).
Em sentido contrário a essa pesquisa, Moraes (2008) destacou, em seu estudo, que a
violência física não sofreu variação nos casos de uso de álcool. Ocorre que a autora também
destacou que esse número reduzido é constatado devido o fato de que os questionários tratam
do uso do álcool como algo ruim, de modo que os idosos possam não ter respondido a
verdade.
Já no que se refere à raça e cor do idoso, Abath (2012) destaca que esse fator é
muito importante em relação a violência, uma vez que existe uma construção social de
exploração e dominação sobre os negros, fruto da escravidão, trazendo consigo o preconceito
e a discriminação, de modo que eles fiquem mais vulneráveis a sofrer algum tipo de violência.
Como pode se perceber, o perfil dos idosos que sofrem violência doméstica, é
bastante complexo, uma vez que os fatores a eles associados se encontram em diversas esferas
da realidade social, variando em gênero e classe e de acordo com os aspectos sociais, culturais
e econômicos. Assim, o enfrentamento da violência é uma “tarefa igualmente complexa, que
tem um longo caminho a ser percorrido” (ABATH, 2012, p.9).
A frequência da violência nos diferentes grupos sociais faz com que fique muito
difícil caracterizar um quadro geral para os idosos agredidos. A pesquisa realizada por
Apratto Júnior (2010) demonstra esse quadro. O autor destaca que:
De acordo com a literatura sobre o tema, esperava-se que as diversas formas de
violência fossem mais frequentes entre os idosos mais velhos, com menor
escolaridade, que morassem em lares com maior número de indivíduos, casados,
com comprometimento da saúde física e mental, com algum grau de incapacidade
funcional e que fizessem uso abusivo do álcool. De fato, entre os idosos
entrevistados, de modo geral, a prevalência do problema foi mais elevada entre os de
escolaridade baixa, com maior número de filhos e entre os que apresentavam certas
patologias. (APRATTO JÚNIOR, 2010, p. 9)
Assim, cabe aos profissionais da área buscar encontrar um quadro mais claro em
relação as características dos idosos que sofrem agressão.
3.4 TIPO DE VIOLÊNCIA
Importante observar que o termo violência deve ser usado em sentido amplo. Ou
seja, ele pode corresponder não só ao dano físico, mas também moral, psicológico, social,
causados por atos ou omissões dos familiares ou terceiros (OLIVEIRA, 2012).
18
O tema abordado no presente artigo, violência intrafamiliar contra a pessoa idosa:
revisão integrativa, busca uma análise da violência contra o idoso causada dentro do âmbito
doméstico. Deve-se destacar que a violência intrafamiliar é aquela que ocorre no âmbito das
famílias. Essa violência intrafamiliar pode ser de 2 formas: a violência doméstica e a violência
familiar (OLIVEIRA, 2012).
A violência doméstica não se resume apenas a família. “Envolve todas as pessoas
que convivem no mesmo espaço doméstico que o idoso e que estão vinculadas ou não por
laços de parentesco, como por exemplo, empregados, agregados e visitantes esporádicos”. A
segunda forma, denominada violência familiar, “é aquela praticada por familiares do idoso,
seus filhos, netos, bisnetos, cônjuges ou companheiros, dentre outras pessoas que possuem
ligação com ele” (OLIVEIRA, 2012, p.2).
Abath (2012, p. 6) também destaca a possibilidade da violência contra essas pessoas
poder ocorrer em diferentes cenários, sendo que o mais comum e mais difícil de combater é a
agressão que ocorre dentro do ambiente familiar. Além disso, ressalta que o “predomínio de
violência contra a pessoa idosa no ambiente doméstico é consensual na literatura”.
Muitas são os tipos de maus-tratos que podem ocorrer dentro dos atos de violência.
Eles podem ser classificados em sete tipos:
(1) violência física - uso de força física que pode produzir uma injúria, ferida, dor,
incapacidade ou morte; (2) violência psicológica - agressões verbais ou gestuais
com o objetivo de aterrorizar, rejeitar, humilhar a vítima, restringir a liberdade ou
ainda isolá-la do convívio social; (3) abuso financeiro ou material - exploração
imprópria ou ilegal e/ou uso não consentido de recursos financeiros de um idoso;
(4) abuso sexual - ato ou jogo sexual que ocorre em relação hétero ou homossexual,
que visa a estimular a vítima ou utilizá-la para obter excitação sexual e práticas
eróticas e sexuais impostas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças;
(5) negligência - recusa /omissão ou fracasso por parte do responsável no cuidado
com a vítima; (6) abandono - ausência ou deserção, por parte do responsável, dos
cuidados necessários às vítimas, ao qual caberia prover custódia física ou cuidado;
(7) autonegligência - conduta de pessoa idosa que ameaça sua própria saúde ou
segurança, com a recusa ou o fracasso de prover a si mesmo um cuidado adequado.
(Sem grifo no original) (OLIVEIRA, 2012, p. 3).
Em relação aos tipos de violência que são relatados de forma mais frequente,
Nogueira (2010), em sua pesquisa, entendeu que foi o “psicológico, seguido de negligência,
violência econômica e física”. Em sua pesquisa, ficou registrado que 66,5% dos idosos
sofreram mais de um tipo de violência. Dentre as associações de violência, a mais comum foi
a ocorrida entre a violência física e psicológica, tendo ocorrido com 12,8%. A segunda maior
foi a associação entre violência psicológica e negligência, tendo ocorrido com 12,4%. Depois
vieram a associação entre violência psicológica e negligência e a entre a violência psicológica
com a econômica, com 10,1% e 6,7%, respectivamente.
Pinheiro (2011, p.11) destacou em sua pesquisa que as formas de agressão mais
encontradas foram as que infringem o Estatuto do Idoso, sendo que os crimes mais frequentes
foram os previstos nos artigos 99, 102, 104, que punem aqueles que expõem a perigo “a
integridade e a saúde física do idoso, submetendo-o a condições desumanas, ou aquele que
se apropria de seus bens e/ou tenta reter o cartão magnético de conta bancária com o
objetivo de assegurar o seu recebimento, seguido de ameaça, lesão corporal e injúria”.
Rezam os seguintes artigos:
“Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso,
submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e
cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho
excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
19
§ 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2o Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
(...)
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro
rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade.
(...)
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios,
proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo
de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:
(...)”
Em sua pesquisa, destacou que um estudo realizado no Ceará identificou que os tipos
de agressões que os idosos mais sofriam eram do tipo financeiro e econômico, seguidos pelas
agressões verbal e física.
Em outra pesquisa, realizada em Curitiba, ficou demonstrado que as formas mais
comuns de agressão foram a discriminação, ofensas, agressões físicas e morais. Assim, “podese configurar o cenário das agressões contra os idosos no Brasil, em que a incidência de cada
uma delas dependerá do contexto sociocultural e econômico apresentado pelo estado no qual
se insere o idoso” (PINHEIRO, 2011, p.11).
Duque (2012) relata, em pesquisa de seu artigo, que houve predominância da
agressão física com 28%, seguida da financeira (25%), depois vindo a psicológica (23%).
Abath (2012),destaca que o maior número de violências ocorreram no final de
semana, uma vez que, nesses dias, há um aumento no consumo abusivo de álcool por aqueles
que eventualmente tem possibilidade de praticar algum ato de violência contra essas pessoas.
Esse tipo de perigo, associado ao fato de que nesses dias aumenta a convivência com os
idosos, costuma fazer com que aumente o número de agressões nesses dias.
A violência psicológica foi bastante encontrada em vários estudos. Ocorre que,
diante do grande número de casos e das diversas consequências negativas desse tipo de
violência ao idoso, vários autores estão tratando desse problema de uma forma grave de
agressão, que necessita de ser enfrentada.
Apratto Júnior (2010) destaca em sua pesquisa, levando conta a relação da
prevalência das diferentes formas de violência doméstica, que 43,2% dos entrevistados já
tinham sofrido violência psicológica ao menos 1 vez, no ano anterior a sua pesquisa. Ainda
declarou que 10% dos entrevistados já tinham sofrido alguma forma de violência física, sendo
que 6,1% sofreram uma violência física grave nesse período.
Porém, o idoso não pode ser tratado sem dignidade. Ele deve ter respeitado seus
direitos.
Nos termos do art. 5°, caput, da Constituição Federal “Todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade”.
Dessa forma, a pessoa idosa não deve ser tratada com distinção das demais pessoas.
Ela, portanto, possui o direito a uma vida digna, sem sofrer preconceito ou outra forma de
discriminação.
20
A Constituição Federal de 1988 (CF/88) trouxe como um dos fundamentos da
República Federativa do Brasil, a dignidade da pessoa humana. Portanto, o idoso deve ser
tratado com toda a dignidade necessária.
Isso também implica em um maior cuidado do governo, bem como das demais
pessoas. A Constituição traz o princípio da igualdade. Ocorre que essa igualdade não quer
dizer que necessariamente todo tratamento seja igual. Esse princípio também se materializa
materialmente quando o governo traz medidas afirmativas para uma determinada classe de
pessoas, como ocorre, muitas vezes, com a pessoa idosa.
Ainda nos termos da CF/88, “A família, a sociedade e o Estado têm o dever de
amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua
dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”.
Por isso, o dever de amparar as pessoas idosas não é somente do Poder Público.
Trata-se de um dever da sociedade, em especial da família a qual pertence o idoso. Assim, o
idoso tem o direito de ser amparado por seus filhos e parentes na sua velhice, ter condições
dignas e apropriadas para viver, não sofrer qualquer tipo de discriminação, serem respeitados,
etc.
Em contrapartida, é dever do Estado e da sociedade fazer com que esses direitos
sejam assegurados.
Diversas são as disposições infraconstitucionais que amparam os idosos. O Estatuto
do Idoso (Lei n° 10.741/03), por exemplo, traz diversos direitos aos idosos e punições para
aqueles que cometerem algum tipo de discriminação, violência, crueldade, opressão, ou algum
atentado, seja por meio de ação ou por meio de omissão.
Esse Estatuto trouxe várias mudanças significativas, inclusive prevendo punições
para os casos, por exemplo, de abandono ao idoso em hospitais ou casa de saúde ou de
violência doméstica.
Além disso, o Estatuto garante, no art. 9°, que é obrigação do Estado garantir à
pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que
permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
Ainda nos termos do art. 10 do mesmo Estatuto, existe a previsão de obrigação do
Estado e da sociedade, de assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como
pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na
Constituição e nas leis.
Deve-se destacar ainda a Política Nacional do Idoso (Lei n° 8.842/94) que tem por
objetivo assegurar a pessoa idosa seus direitos, promovendo sua autonomia, participação
efetiva na sociedade e acesso à cidadania. Esses direitos devem ser assegurados pelo Estado,
pela família e pela sociedade.
Essa Política Nacional ainda tem como diretrizes a de viabilizar a participação do
idoso na sociedade, através de organizações, a fim de proporcionar a integração com as
demais gerações.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo possibilitou caracterizar a produção científica quanto aos aspectos
metodológicos dos estudos sobre violência intrafamiliar contra a pessoa idosa no período dos
últimos cinco anos.
Com relação à categorização dos estudos, observou-se que a violência que o idoso
mais sofreu foi a psicológica, seguida da violência física. Outra constatação importante,
mesmo que não tenha ficado tão claro o perfil do idoso agredido, foi de que são, em sua
21
maioria, mulheres. Isso ocorre, muitas vezes, porque elas podem ter sofrido diversas
violências desde a juventude, ou mesmo pelo fato de serem mais vulneráveis, devido a
questão de gênero.
Detectou-se, também, a baixa produção científica. Foram encontrados apenas doze
estudos publicados no Brasil, em português, sendo que, em sua maioria, são artigos ligados à
área da saúde, fato que demonstra a violência como importante problema social e de saúde
pública.
Além disso, a participação do assistente social, como autor principal, ocorreu apenas
em um estudo, fazendo-se, assim, necessária uma reflexão sobre a temática, de modo que
novas pesquisas sejam desenvolvidas e divulgadas.
Portanto, de acordo com os resultados desta revisão integrativa (RI), sugere-se aos
profissionais de saúde, inclusive aos assistentes sociais, maior atuação tanto na assistência,
quanto na produção de pesquisas direcionadas aos idosos. Assim, poderão desenvolver mais
estudos de intervenção para prevenção de violência intrafamiliar, para que possam ser
aplicados na prática, possibilitando melhorar a vida dos idosos.
FAMILY VIOLENCE AGAINST ELDERLY: INTEGRATIVE REVIEW.
Abstract:
It is an integrative review of the production of knowledge about domestic violence against the
elderly. We conducted a search in the database VHL (Virtual Health Library) which includes
among others the following databases, the Latin - American and Caribbean Health Sciences
(LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem Online (Medline), Scientific
Electronic Library Online (SciELO). The strategy used to obtain the publications had as a
guideline the following descriptors contained in DESC / virtual library of health are:
Mistreatment of the elderly, domestic violence, Family violence, and the word Brazil - as
author affiliation. The search resulted in the selection of 12 articles, 10 quantitative, one
qualitative study and reflection. The areas were publishing Medicine / Gerontology (n = 4),
Public Health (n = 3), Nursing (n = 2), Mental Health / Psychology (n = 1), Dentistry (n = 1)
and Social Work (n = 1). The results showed that domestic violence against the elderly still
has little visibility in terms of interest for study by professionals.
Keywords: Mistreatment of the elderly. Domestic Violence. Family violence.
22
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Juliana Silva Rodrigues