UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
DIEGO DA CUNHA ALVES
FORMAÇÃO DOS CTAS
CURITIBA
2009
DIEGO DA CUNHA ALVES
FORMAÇÃO DOS CTAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso Superior de Tecnologia em Gestão da
Aviação Civil, da Universidade Tuiuti do Paraná
– Faculdade de Ciências Aeronáuticas, como
requisito parcial para a obtenção do título de
Tecnólogo Superior.
Orientador: João Carlos Mattioda
CURITIBA
2009
RESUMO
O presente trabalho visa expor toda a formação do controlador de tráfego
aéreo, militar e civil, no Brasil, desde o seu ingresso no curso, até o seu estágio no
órgão operacional. Levando em conta sua formação-base feita nos cursos de formação
em Guaratinguetá, para os militares, e em São José dos Campos, para os civis; serão
apontadas as possíveis falhas e prováveis modificações a serem feitas no sistema de
formação dos controladores de tráfego aéreo, sempre com o objetivo de aproximar a
probabilidade de acidente aéreo a zero e enriquecendo o grau de conhecimento do
profissional de tráfego aéreo.
Palavras chaves: Formação, controlador de tráfego aéreo, falhas, modificações.
ABSTRACT
This work has exposed the whole training of air traffic controller military and
civilian, in Brazil, since its entry into the course until your body in the operational
stage. Taking into account your basic training done in training courses in
Guaratinguetá for the military, and in São José dos Campos, for civilians, will be given
the possible failures and as a solution, likely to be changes made in the training of
controllers air traffic, with the aim of bringing the likelihood of a crash to zero and
enriching the professional level of knowledge of air traffic.
Key words: training, air traffic controller, failures, modifications.
LISTAS DE FIGURAS
FIGURA 1 – ENTRADA DA EEAR..............................................................................9
FIGURA 2 – TORRE GUARULHOS..........................................................................10
FIGURA 3 – GALPÃO DE TRÁFEGO AÉREO.........................................................12
FIGURA 4 – ALMOÇO NO REFEITÓRIO.................................................................15
FIGURA 5 – SALA DE AULA....................................................................................15
FIGURA 6 – TOQUE DE SILÊNCIO..........................................................................15
FIGURA 7 – BANHO DO BICHARAL.......................................................................17
FIGURA 8 – COMANDANTE DE ESQUADRÃO E ESQUADRILHAS..................18
FIGURA 9 – OPERAÇÃO AQUÁTICA......................................................................26
FIGURA 10 – INÍCIO DA OPERAÇÃO DE CAMPANHA.......................................26
FIGURA 11 – FORMATURA......................................................................................27
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – QUADRO GERAL DO CURSO DE CTA...........................................13
6
Sumário
1.
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 7
2.
O INGRESSO NA CARREIRA............................................................................................. 8
3.
A FORMAÇÃO NA ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA ....................10
3.1.
A FINALIDADE ....................................................................................................................11
3.2.
A DURAÇÃO DO CURSO ....................................................................................................11
3.3.
ROTINA DIÁRIA DOS ALUNOS .........................................................................................14
3.4.
A QUARENTENA .................................................................................................................16
3.5.
O SERVIÇO ARMADO .........................................................................................................17
4.
CAMPO TÉCNICO-ESPECIALIZADO .............................................................................18
4.1.
METEOROLOGIA .................................................................................................................18
4.2.
BUSCA E SALVAMENTO ....................................................................................................19
4.3.
INGLÊS ..................................................................................................................................19
4.4.
AUXÍLIOS E SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO AÉREA ..........................................................20
4.5.
CONTROLE DE AERÓDROMO ...........................................................................................20
4.6.
CONTROLE DE APROXIMAÇÃO .......................................................................................21
4.7.
CONTROLE DE ÁREA .........................................................................................................21
4.8.
FUNDAMENTO RADAR ......................................................................................................21
4.9.
FUNDAMENTOS DE VÔO E CARACTERÍSTICAS DE AERONAVES ..............................22
4.10. INGLÊS TÉCNICO DE FRASEOLOGIA DE TRÁFEGO AÉREO ........................................22
4.11. NAVEGAÇÃO AÉREA .........................................................................................................23
4.12. REGRAS DE TRÁFEGO AÉREO ..........................................................................................23
4.13. PUBLICAÇÕES E IMPRESSOS ............................................................................................24
4.14. PRÁTICA SIMULADA RADAR E NÃO RADAR (CONVENCIONAL) ...............................24
5.
OPERAÇÃO DE CAMPANHA ...........................................................................................25
6.
FORMATURA ......................................................................................................................27
7.
3S BCT FORMADO .............................................................................................................27
8.
CTA CIVIL ...........................................................................................................................28
9.
CONCLUSÃO .......................................................................................................................30
9.1.
FALHAS E MODIFICAÇÕES NO SISTEMA DE FORMAÇÃO ...........................................30
REFERÊNCIAS ..............................................................................................................................32
7
1. INTRODUÇÃO
O controle de tráfego aéreo é uma atividade de origem relativamente recente
que, no Brasil, começou oficialmente em 1939. Conta a história que, no legendário
Campo dos Afonsos (Rio de Janeiro) colocaram-se, sobre uma mesa, os meios básicos:
um rádio transmissor, um receptor de freqüência variável e um altímetro de avião.
Direção e velocidade do vento eram determinados através de uma biruta, de forma
semelhante ao que ainda hoje se pratica em muitos aeródromos do interior.
Controle de tráfego aéreo é um serviço prestado por controladores, em terra,
que orientam e monitoram aeronaves no ar e no solo, para garantir um fluxo de tráfego
seguro, ordenado e expedito. Os Controladores de tráfego aéreo fornecem indicações e
autorizações de vôo, de acordo com as características operacionais das aeronaves e as
condições de tráfego em determinado momento. Estas autorizações podem incidir
sobre a rota, altitude e/ou velocidade propostas pelo operador da aeronave, para
determinado vôo, devendo os pilotos cumprirem as instruções/autorizações recebidas.
Entre as profissões mais estressantes do mundo, o controlador de tráfego aéreo
é responsável pela segurança do vôo que os usuários do sistema de transporte aéreo
fizeram ou irão fazer e, para exercer sua função da melhor maneira possível, necessita
de várias habilidades, dentre as quais podemos destacar: raciocínio rápido, controle
emocional e capacidade de rápida adaptação às mudanças operacionais.
No Brasil, os controladores de tráfego aéreo são formados em dois locais: os
controladores civis são formados na cidade de São José dos Campos, no ICEA Instituto de Controle do Espaço Aéreo, e os militares são formados na cidade
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de Guaratinguetá na EEAR - Escola de Especialistas da Aeronáutica. Ambas as
instituições são da área de ensino do Comando da Aeronáutica.
Considerando-se o rápido e cada vez mais crescente mercado de aviação no
mundo e, particularmente no Brasil, objetivamos identificar como o profissional de
tráfego aéreo, grande responsável pelo bom andamento do setor de tráfego aéreo da
aviação, vem sendo formado, apontando as falhas e modificações possíveis a serem
feitas no sistema de formação dos controladores de tráfego aéreo.
1. O INGRESSO NA CARREIRA
Atualmente no Brasil, o profissional de Controle de Tráfego Aéreo pode
prestar seus serviços sendo subordinado ao Comando da Aeronáutica, a INFRAERO
ou a governos estaduais ou municipais, os quais têm atividades na administração
aeroportuária.
O controlador oriundo do meio militar, que é subordinado ao Comando da
Aeronáutica, teve sua admissão através de um concurso público no qual, aprovado,
fará o curso de formação na EEAR- Escola de Especialistas de Aeronáutica. Para o
ingresso na escola, o candidato precisa ter ensino médio completo e passar por provas
e exames médicos e psicológicos. O curso dura dois anos, não é pago, e o aluno fica
em sistema de semi-internato durante todo o período. Ele tem instrução de inglês
técnico, português, matemática, conhecimento específico da área em que vai atuar
profissionalmente e conhecimento militar. Depois de formado, o aluno é graduado
terceiro sargento na especialidade de tráfego aéreo e designado para iniciar suas
9
atividades profissionais em um dos seus órgãos de Controle de Tráfego Aéreo
integrantes do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), podendo
então ser designado para uma atividade operacional na área de tráfego aéreo ou para
uma função administrativa, conforme as necessidades de tais órgãos.
Figura 1. Entrada da Escola de Especialistas de Aeronáutica.
Fonte: http://www.portalvale.com.br/cidades/guaratingueta/fotos/eear.jpg
O controlador subordinado à INFRAERO é admitido por um concurso público
de nível médio, realizando, posteriormente, um curso no Instituto de Controle do
Espaço Aéreo (ICEA), em São José dos Campos, cidade localizada a 91 km de São
Paulo - capital. Durante o curso de duração de dez meses, o candidato recebe uma
bolsa-auxílio no valor de 50% da remuneração do cargo para o qual foi aprovado.
Formado, o controlador é designado para qualquer órgão de controle de tráfego aéreo
(torres de controle localizadas nos aeroportos ou controles de aproximação), operados
pela INFRAERO.
10
Figura 2. Torre Guarulhos.
Fonte:http://3.bp.blogspot.com/_1dJFzROCwzY/SZwovlfazI/AAAAAAAACFE/x1CzRu-QdqQ/s320/torre.jpg
O controlador subordinado a administrações estaduais ou municipais é
admitido através de contrato; sendo prática comum que tais entidades normalmente
contratem ex-controladores oriundos do Comando da Aeronáutica ou INFRAERO,
pois os mesmos já possuem o curso de formação e as qualificações exigidas pela
legislação vigente para o desempenho das atividades relativas ao controle de tráfego
aéreo.
3. A FORMAÇÃO NA ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA
O curso de formação de sargento do grupo básico de controle de tráfego aéreo
– CFS BCT, é ministrado na EEAR- Escola de Especialistas de Aeronáutica,
localizada na cidade de Guaratinguetá, no interior de São Paulo. O curso tem duração
de dois anos em regime de semi-internato e o aluno fica num regime de internato de
segunda a sexta-feira e, nos finais de semana, é liberado para retorno a sua casa.
A instrução no CFS divide-se em Campo Geral, Campo Militar e Campo
Técnico-Especializado.
11
O Campo Geral constitui-se na fase que proporcionará o nivelamento de
conhecimentos básicos, e o Campo Militar na fase que garantirá o aprendizado dos
postulados inerentes à vida militar.
A instrução do Campo Técnico-Especializado constitui-se na fase da formação
em que o futuro sargento é preparado para obter um desempenho profissional dentro
dos padrões estabelecidos pelo Comando da Aeronáutica. Desse modo, ela está
dimensionada com conhecimentos teóricos e práticos, de tal forma que o especialista,
ao longo dos quatro semestres letivos, torne-se capaz de atingir um nível de
proficiência eficaz e compatível com a especialidade de Controle de Tráfego Aéreo.
3.1. A FINALIDADE
Formar técnicos militares da especialidade de Controle de Tráfego Aéreo
(BCT) para atender às necessidades do Comando da Aeronáutica.
3.2. A DURAÇÃO DO CURSO
O Curso de Formação de Sargentos tem a duração de quatro semestres letivos,
dois anos de curso, perfazendo uma carga horária total de 2272 (dois mil, duzentos e
setenta e dois) tempos de aulas e uma carga horária real de 2125 (dois mil, cento e
vinte e cinco) tempos. A diferença de 147 (cento e quarenta e sete) tempos será
utilizada nas seguintes atividades:
a) atividades administrativas; e
12
b) flexibilidade da programação
O Campo Geral possui uma carga horária real de 169 (cento e sessenta e nove)
tempos, e o Campo Militar, por sua vez, possui uma carga horária real de
711(setecentos e onze) tempos.
O Campo Técnico-Especializado, por conseguinte, possui uma carga horária
real de 1245 (mil duzentos e quarenta e cinco) tempos. Ao iniciar essa fase o aluno
passa a maior parte de seu tempo em aulas ministradas no galpão (nome designado ao
local de estudo de cada especialidade) de controle de tráfego aéreo.
Figura 3. Galpão de tráfego aéreo.
Fonte:http://1.bp.blogspot.com/_lcROPDz10r4/R2xjKtWYzI/AAAAAAAAAGk/VPNkRPQbmD8/s400/000_0749.jpg
13
Quadro 1. Quadro geral do curso de controlador de tráfego aéreo
Fonte: Ica 37-54
14
3.3. ROTINA DIÁRIA DOS ALUNOS
Todo aluno ao ingressar no curso CFS, recebe um manual com todos os
horários e deveres a cumprir ao longo do curso. Os horários ao longo do dia são:
Alvorada – 05h45min
Café da manhã – 06h00min às 06h30min
Entrada em forma para inicio do expediente pela manhã – 06h35min
Deslocamento para o galpão de tráfego aéreo – 06h50min
Início das aulas – 07h00min
Término das aulas pela manhã – 11h30min
Deslocamento para o pátio – 11h35min
Parada diária com o comandante do C.A – 12h00min
Almoço – 12h15min
Entrada em forma para inicio do expediente à tarde – 12h45min
Deslocamento para o galpão – 12h50min
Início das aulas – 13h00min
Término das aulas – 15h30min
Deslocamento para os alojamentos –15h35min
Entrada em forma para educação física – 15h45min
Educação física –16h00min às 17h00min
Jantar – 18h00min
Entrada em forma para pernoite – 18h45min
Ceia – 21h00min * (opcional)
Toque de silêncio – 22h00min
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Figura 4. Almoço no refeitório.
Fonte: http://www.eear.aer.mil.br/fotos/rotina.htm
Figura 5. Sala de aula.
Fonte: http://www.eear.aer.mil.br/fotos/rotina.htm
Figura 6. Toque de silêncio.
Fonte: http://www.eear.aer.mil.br/fotos/rotina.htm
16
3.4. A QUARENTENA
Ao iniciar o CFS na EEAR, todos os alunos precisam passar por uma fase de
adaptação ao meio militar, fase essa denominada quarentena.
Na quarentena o aluno é instruído diariamente apenas em atividades ligadas à
atividade militar, fase essa cujo nome necessariamente não precisa ser quarenta dias,
mas sim o tempo necessário para o aluno assimilar o conteúdo programático. O aluno
aprende:
 A marchar;
 Continência;
 Usar o uniforme militar;
 Hierarquias/disciplinas militares;
 Regulamento interno; e
 Fases do curso CFS
Na fase de quarentena o aluno não pode se ausentar da unidade, não pode
comer outra alimentação do que a distribuída pelos instrutores, dormir na hora
recomendada e permanecer 24 horas em alerta.
Ao término da quarentena, o aluno recebe o tradicional ``banho do bicharal``,
que é quando os alunos são postos em forma no pátio central da Escola e o
comandante anuncia o término da fase de quarentena, sendo que então, de surpresa um
caminhão do corpo de bombeiros banha os alunos. Após o ``banho do bicharal``, o
aluno volta à rotina normal e é iniciada então a fase técnica do curso.
17
Figura 7. Banho do bicharal.
Fonte: http://sp0.fotolog.com/photo/48/22/40/_shibby_/1211400084_f.jpg
3.5. O SERVIÇO ARMADO
O aluno controlador de tráfego aéreo, como qualquer outro aluno de outra
especialidade, concorre à escala de serviço armado. Após ter instrução de tiro na
primeira série do curso, e ser aprovado, concorre às escalas de:
Aluno comandante ao corpo de alunos, auxiliar ao corpo de alunos, patrulha,
comandante de esquadrão, comandante de esquadrilha, auxiliar na guarda, auxiliar no
binfa- batalhão de infantaria, plantão da sala do aluno de dia ao C.A(corpo de alunos)
e plantão ao galpão de material bélico.
A equipe de serviço inicia seu turno ao termino do expediente, às 17h00min ao
arreamento da Bandeira Nacional e termina às 17h00min do dia seguinte. O aluno
comandante ao corpo de alunos, como, mais antigo (apenas alunos da ultima série que
concorrem a este posto) da equipe, é subordinado ao sargento de dia ao C.A, que é
também subordinado ao oficial de dia ao C.A.
18
Figura 8. Comandante de esquadrão e esquadrilhas.
Fonte: http://www.eear.aer.mil.br/fotos/rotina.htm
4. CAMPO TÉCNICO-ESPECIALIZADO
4.1. METEOROLOGIA
Em uma carga total de 43 horas na matéria de meteorologia, ministrada por
um sargento especialista na área de meteorologia. A instrução é feita no galpão de
tráfego aéreo. A instrução baseia-se em:
 Identificar os principais fenômenos meteorológicos;
 Interpretar mensagens meteorológicas, como o METAR, SPECI, AIREP etc.;
 Identificar a influência dos principais fenômenos contidos nos códigos
meteorológicos para a navegação aérea; e
 Identificar os tipos de formação e o desenvolvimento dos fenômenos
meteorológicos para a navegação aérea.
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4.2. BUSCA E SALVAMENTO
Instrutor responsável formado na área de tráfego aéreo, especialista em busca
e salvamento – SAR (Search and Rescue). O aluno no galpão de tráfego aéreo tem
uma carga total de 7 horas de busca e salvamento, baseia-se em:
 Enunciar a doutrina e origem do SAR;
 Identificar a finalidade, as missões e as atividades do SAR;
 Identificar o funcionamento do Sistema COSPAS-SARSAT;
 Identificar os fatores que caracterizam um incidente SAR; e
 Identificar os fatores que estabelecem as áreas de busca.
4.3. INGLÊS
O grupo de professores é formado por 80% de civis e o restante por militares
formados em inglês por outra instituição. O inglês instruído ao aluno é composto por
três módulos, inglês 1, inglês 2 e inglês 3. Há 10 anos, o curso possui o mesmo molde,
curso este adotado por ser um curso muito usado nos Estados unidos, o American
Language Course. O Curso possui a parte teórica em uma sala de aula, e uma parte
prática no LABID (laboratório de idiomas). No LABID o aluno possui uma console
com fones e microfones onde escuta fitas do curso em inglês, responde aos
questionários e treina pronúncias. O curso possui uma carga total de 334 horas. O
curso baseia-se em:
 Pronunciar, corretamente, termos e estruturas da língua inglesa;
20
 Empregar, oralmente e por escrito, vocabulários gramaticais da língua inglesa;
 Interpretar conversações e textos apresentados oralmente e por escrito; e
 Identificar vocabulário e aspectos culturais e sociais relacionados ao idioma e
costumes adotados nos Estados Unidos.
4.4. AUXÍLIOS E SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO AÉREA
Carga horária total de 28 horas, instruída por um sargento controlador de
tráfego aéreo. Baseia-se em:
 Identificar os principais auxílios à navegação, como VOR, NDB, ILS etc.;
 Identificar os principais sistemas de navegação;
 Identificar as finalidades dos auxílios à navegação; e
 Interpretar a utilização dos auxílios-rádio nas cartas de aproximação por
instrumentos.
4.5. CONTROLE DE AERÓDROMO
Numa carga horária total de 42 horas instruída por um sargento controlador de
tráfego aéreo. Baseia-se em:
 Interpretar as regras de serviço para controle de aeródromo, como tráfego de
chegada, tráfego de saída, circuito de tráfego, perna do vento, perna de través
etc.; e
 Empregar as normas e recomendações em vigor no serviço de controle de
aeródromo.
21
4.6. CONTROLE DE APROXIMAÇÃO
Matéria instruída por um sargento controlador com experiência em controle de
aproximação. Matéria administrada numa carga horária total de 47 horas.
 Identificar as responsabilidades do APP (aproach);
 Interpretar as regras de tráfego em área terminal como a separação mínima de 5
milhas náuticas;
 Identificar as responsabilidades dos comandantes de aeronaves; e
 Interpretar cartas de descida e saída por instrumentos.
4.7. CONTROLE DE ÁREA
Instruída por um sargento controlador com experiência em centro de área.
Curso administrado numa carga horária total de 32 horas. Baseia-se em:
 Identificar os diferentes serviços prestados por um ACC e as áreas onde são
aplicados, como serviço de informação de vôo, serviço de controle radar,
serviço de controle convencional, serviço de alerta; e
 Interpretar coordenação, autorização e separação de aeronaves como partes
fundamentais na prestação do serviço de controle de área, separação essa de 10
milhas náuticas em centro de área.
4.8. FUNDAMENTO RADAR
Num total de carga horária de 24 horas, procura ensinar ao aluno:
22
 Conhecer a história e a evolução do radar;
 Identificar a utilização do radar primário e do secundário;
 Descrever o Sistema de Defesa e Controle de Tráfego Aéreo; e
 Distinguir o emprego do radar no Controle de Tráfego Aéreo.
4.9. FUNDAMENTOS DE VÔO E CARACTERÍSTICAS DE AERONAVES
Ministrada por um sargento controlador de vôo ou mecânico de aeronaves. A
matéria possui um total de carga horária de 31horas.
 Identificar os princípios básicos de aerodinâmica;
 Identificar as superfícies de controle de um avião;
 Identificar os fenômenos da pressão atmosférica;
 Identificar as forças atuantes nas aeronaves;
 Identificar as aeronaves através de suas características; e
 Conhecer os dados operacionais relacionados ao vôo.
4.10. INGLÊS TÉCNICO DE FRASEOLOGIA DE TRÁFEGO AÉREO
Numa carga horária total de 33 horas, o profissional de tráfego aéreo ao
ministrar a aula, propõe:
 Identificar os termos da fraseologia padrão (em inglês) para emprego em torre
de controle;
 Empregar, na língua inglesa, instrução de táxi e decolagem na posição solo;
 Empregar, na língua inglesa, um "clearance" (autorização);
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 Utilizar a fraseologia padrão em inglês no diálogo com uma aeronave
(simulada), em evolução na zona de controle de aeródromo;
 Identificar a fraseologia inglesa aplicável ao APP (controle de aproximação);
 Empregar, corretamente, a fraseologia inglesa aplicável a tráfegos visuais (saída
e chegada); e
 Empregar, corretamente, a fraseologia inglesa aplicável a tráfegos por
instrumento (saída e chegada).
4.11. NAVEGAÇÃO AÉREA
Carga horária total de 62 horas, é matéria fundamental como base para o aluno
passar da fase teórica para a prática. Baseia-se em:
 Identificar os princípios de navegação aérea;
 Localizar uma aeronave em cartas aeronáuticas;
 Identificar os instrumentos usados em navegação; e
 Resolver cálculos de navegação em computadores manuais.
4.12. REGRAS DE TRÁFEGO AÉREO
Num total de 46 horas em carga horária total, a matéria mãe do controlador de
tráfego aéreo, sua bíblia, comumente chamada entre os controladores de vôo, a
ICA100-12 busca regular as normas de tráfego aéreo. A matéria ministrada busca:
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 Identificar os fatos que deram origem à criação das regras de tráfego aéreo e
suas modificações em função da evolução do tráfego aéreo;
 Interpretar as regras de tráfego aéreo, o Código Brasileiro de Aeronáutica e
demais documentos afetos à legislação do sistema de proteção ao vôo; e
 Praticar preenchimento de plano de vôo e seleção de pista em uso.
4.13. PUBLICAÇÕES E IMPRESSOS
Total de carga horária de 30 horas, ministrada por um sargento controlador de
tráfego aéreo, baseia-se em:
 Demonstrar habilidade no manuseio das publicações usadas no serviço de
controle de área como AIP, ROTAER etc.;
 Identificar as partes a serem preenchidas em um plano de vôo; e
 Preencher um plano de vôo.
4.14. PRÁTICA SIMULADA RADAR E NÃO RADAR (CONVENCIONAL)
A matéria por ser prática, é ministrada no final do curso como última matéria,
considerada como encerramento para a formação do aluno em profissional de tráfego
aéreo pronto para o estágio no órgão operacional que irá trabalhar. Num total de 297
horas para pratica não radar e 189 horas para pratica de radar. A prática baseia-se em:
 Manipular os recursos utilizados na operação do simulador;
 Empregar os procedimentos básicos de operação radar na execução de
exercícios práticos simulados;
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 Aplicar a fraseologia específica (Português/Inglês) na realização de exercícios
práticos simulados;
 Demonstrar atitudes e habilidades favoráveis ao desempenho da atividade;
 Empregar os procedimentos de coordenação entre os órgãos de controle de
tráfego aéreo;
 Aplicar as normas e recomendações em vigor nos serviços de controle de
tráfego aéreo; e
 Utilizar as técnicas de operação nos serviços de controle de tráfego aéreo.
5. OPERAÇÃO DE CAMPANHA
Todo militar, desde o posto mais baixo até o mais alto, precisa passar na
escola de formação pela operação de campanha, como todo controlador de tráfego
aéreo subordinado à força aérea é um militar da ativa, passará pela operação como os
demais militares, que consiste em:
 Um acampamento de, no mínimo, três dias e três noites; dependendo da escola
de formação e da especialidade, muitas vezes, em um lugar apropriado,
normalmente uma floresta;
 O militar uniformizado de décimo uniforme, o camuflado da força aérea,
possuindo capacete, cantil, mochila com pertences exigidos e um mosquetão
(arma da antiga guerra mundial que se encontra desativada, sendo apenas uma
arma simbólica para treinamento);
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 Ao chegar ao local, o militar, nesses três dias, é posto em treinamentos de
operações militares, como sobrevivência, emergência, camuflagem, operação
aquática, operação em cordas, percurso com obstáculos, tiro real, prisioneiro de
guerra, tipos de nós em cordas, etc.; e
 Orientação, como final das operações.
Figura 9. Operação aquática.
Fonte: http://www.eear.aer.mil.br/fotos/rotina.htm
Figura 10. Inicio da operação de campanha.
Fonte: http://www.eear.aer.mil.br/fotos/rotina.htm
27
6. FORMATURA
Após o aluno completar a prática simulada radar, e concluída com média
superior a 6.0 (seis), encerra-se o ensino técnico especializado na EEAR e direcionamse os alunos às atividades de formatura. Em média na semana da formatura, o DECEA
divulga as vagas dos futuros locais de trabalho dos formandos. As vagas, um dos
momentos mais esperados pelos alunos, é escolhida de acordo com a classificação que
o aluno atingiu ao longo do curso, sendo o 01 (zero um) o primeiro a escolher, e assim
sucessivamente.
Figura 11. Formatura.
Fonte: http://www.eear.aer.mil.br/fotos/rotina.htm
7. 3S BCT FORMADO
Formado, o sargento controlador de tráfego aéreo ao se apresentar no órgão
operacional designado, poderá ser efetivado em uma torre de controle - TWR, um
controle de aproximação - APP, um centro de controle de área - ACC, a defesa aérea –
COPM ou o setor de busca e salvamento - RCC.
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Os designados a um órgão radar como, por exemplo, o ACC (centro de
controle de área), deverão fazer um curso radar, o ATM 16, ministrado no ICEA em
São José dos Campos, com duração de seis meses. Após concluído o ATM 16, o
controlador retorna ao seu órgão operacional designado para estagiar em média 160
horas na prática com aeronaves reais. Após as 160 horas, o controlador é posto em
xeque e, se aprovado, vai a conselho com o comandante da unidade, e se aprovado, é
efetivado controlador de tráfego aéreo habilitado com sua CHT (Certificado de
Habilitação Técnica) em dia.
8. CTA CIVIL
O candidato, após aprovado no concurso público feito pela INFRAERO, fará
um curso em um tempo de dez meses no ICEA – Instituto de Controle do Espaço
Aéreo, em São José dos Campos – SP. O curso totalmente técnico especializado tem
um total de 1221 tempos de carga horária de aula.
O curso, diferente do CFS na EEAR, ministra exclusivamente o ensino técnico
voltado para o tráfego aéreo. O curso é dividido em treze disciplinas, sendo as doze
primeiras teóricas e a última, a prática integrada.
As disciplinas ministradas no ICEA seguem a seqüência abaixo, com suas
respectivas cargas horárias:
 Generalidade de tráfego aéreo, 22(vinte e dois) tempos;
 Meteorologia aeronáutica, 48 ( quarenta e oito tempos);
 Aeronaves, 34 (trinta e quatro) tempos;
29
 Navegação aérea, 71 ( setenta e um ) tempos;
 Tráfego aéreo, 71 ( setenta e um ) tempos;
 Aeródromos; 18 ( dezoito) tempos;
 Serviço de informações aeronáuticas, 70 ( setenta) tempos;
 Telecomunicações no ATS, 17 ( dezessete ) tempos;
 Comunicação oral no ATS, 36 ( trinta e seis) tempos;
 Controle de aeródromo, 254 ( duzentos e cinqüenta e quatro ) tempos;
 Controle de aproximação, 288 ( duzentos e oitenta e oito) tempos;
 Centro de controle de área, 216 ( duzentos e dezesseis) tempos; e
 Prática integrada, 36 ( trinta e seis ) tempos.
A prática simulada deverá ser planejada, de modo que os exercícios sejam na
seguinte ordem: um exercício de demonstração, dois exercícios de fixação e um de
avaliação, perfazendo um número mínimo de 3 sessões de treinamento para cada
aluno, por seqüência, na posição de controle. A demonstração será realizada pela
equipe de instrução e observada por todos os alunos.
Após formado, o profissional de tráfego aéreo, de acordo com sua
classificação, é designado para um órgão ATC operado pela INFRAERO, que hoje são
algumas Torres de controles e alguns APP – Controle de Aproximação, como por
exemplo Torre Guarulhos, Londrina, Navegantes e o Controle de Aproximação de
Londrina e o de Navegantes são exemplos aqui do sul do país; os centros de controle
de área hoje são de exclusividade da Força aérea Brasileira.
30
9. CONCLUSÃO
9.1. FALHAS E MODIFICAÇÕES NO SISTEMA DE FORMAÇÃO
No curso de formação percebemos algumas falhas no sistema de ensino que
fazem do profissional de tráfego aéreo chegar ao órgão operacional muito abaixo do
padrão exigido para se começar um estágio, padrão esse considerado pelos próprios
controladores fundamentais, como por exemplo um bom conhecimento da ICA100 –
12 (legislação de Tráfego Aéreo), bom conhecimento de fraseologia, etc. Antes de
comentar as falhas cabe lembrar o tempo que uma pessoa leva para se formar em um
profissional de tráfego aéreo, exatamente 10 (dez) meses para um civil e 2 (dois) anos
um militar, lembrando que nesses dois anos a pessoa se forma um militar antes de ser
um profissional de tráfego aéreo, ou seja, acaba caindo para 1 (um) ano
aproximadamente de formação exclusiva na área de tráfego aéreo.
Hoje a OACI – Organização de Aviação Civil Internacional exige dos
controladores de tráfego aéreo nível 4 (quatro) em proficiência em inglês, lembrando
que o concurso para ingressar na EEAR não exige inglês, e o inglês ministrado para os
controladores na EEAR é o American Language Course, curso totalmente ultrapassado
no qual não nivela ninguém em um bom inglês,devido sua didática antiga, sem dúvida
a mudança para um bom curso de inglês como muitos ministrado em cursos
particulares como exemplo a Wizard, o qual adota um método mais inovador em sua
didática de ensino , e a exigência de um inglês intermediário no concurso de admissão,
seriam mudanças que acabariam com a atual deficiência na proficiência em inglês dos
controladores de tráfego aéreo no Brasil. No concurso de admissão de controladores de
tráfego aéreo realizado pela INFRAERO possui prova específica de inglês, porém no
31
curso de formação no ICEA, o inglês ministrado, é de mesma deficiência do
ministrado na EEAR.
Tanto na EEAR como no ICEA, os alunos recebem uma instrução muito
superficial de características de aeronaves, 34 tempos no ICEA para os civis e 27
tempos na EEAR para os militares. Um controlador de tráfego aéreo não pode
apresentar baixo conhecimento sobre o ``produto`` o qual ele controla e ter grande
sucesso em sua operação, muitos controladores hoje não sabem a diferença de
performance existente entre um Boeing e um Airbus, só aprendendo isso com o tempo
e a prática, problema esse que seria resolvido dando mais ênfase a essa matéria
ministrada, com mais cargas horárias no currículo e maior aprofundamento no
conteúdo desta matéria ministrado nos cursos; um outro recurso são as viagens
operacionais na cabine de vôo, hoje não realizadas mais por falta de convênio com as
companhias aéreas, trocando experiências com os pilotos.
Não há duvidas que hoje com a quantidade, complexidade e evolução da
aviação, os controladores de tráfego aéreo responsáveis por guiarem muitos
comandantes com mais de 30 (trinta) mil horas de vôo, levando a bordo, elevadas
quantidades de passageiros, exige-se uma formação de alto nível, e para isso, deve-se
iniciar modificando o processo de formação dos controladores de Tráfego Aéreo no
Brasil. Para os militares, a melhor solução, é passar o curso de formação na EEAR,
para a AFA, Academia da Força Aérea, com duração de 4 anos e não mais 2 anos,
tendo mais tempo para o profissional de tráfego aéreo aprimorar seus conhecimentos
na área. Para os civis, aumentando seu tempo de formação de 10 meses para 2 anos no
ICEA, saindo do curso com diploma de nível superior.
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REFERÊNCIAS
Brasil profissões, 20-04-2009,
http://www.brasilprofissoes.com.br/verprof.php?codigo=128
Currículo mínimo do curso de formação de sargentos na especialidade de controle de
tráfego aéreo, 2005, ICA 37 – 54
DECEA, Departamento de Controle do Espaço Aéreo, 20-04-2009,
http://www.decea.gov.br/?page_id=679
Directory M artigos, 15-05-2009,
http://www.artigosinformativos.com/Controlador_de_Trafego_Aereo-a1046910.html
EagleSky, 20-05-2009, http://eaglesky.wordpress.com/2009/02/19/controlador-detrafego-aereo-a-historia/
Escola de Especialistas de Aeronáutica, 15-05-2009, http://www.eear.aer.mil.br/
Plano de unidades didáticas, curso ATM005 controlador de tráfego aéreo, 2006.
ICEA, Instituto de controle do Espaço Aéreo, 15-05-2009, http://www.icea.gov.br/
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