Revista Dentística on line – www.ufsm.br/dentisticaonline
ISSN 1518-4889 - a.10, n.20, 2011
Influência dos agentes
clareadores na
resistência adesiva de
restaurações com
compósitos aos tecidos
dentários: momento atual
Influence of bleaching agents on the
bond strength of composites to dental
tissues: an update
Cássia
Aparecida
Covre
Coimbra
1
2
Pegoraro , Naiara Araújo de Oliveira , Lilian
3
Shitomi Matsunaga Diniz , Nádia da Rocha
4
5
Svizero , Paulo Henrique Perlatti D’Alpino
Resumo
Propôs-se realizar uma revisão de literatura sobre a
influência dos agentes clareadores na resistência da
união de restaurações adesivas em preparos
realizados em dentes que receberam tratamento
clareador. O estudo avaliou a etiologia dos
manchamentos e escurecimentos dos dentes e o
processo de clareamento com base na ação do
peróxido de hidrogênio. Com base nos artigos
consultados verificou-se que a maioria relata uma
redução significativa da resistência da união após o
clareamento dental, que varia segundo os autores de
dias à semanas, independente da concentração e do
agente clareador utilizado. Os manuscritos sugerem um
tempo de quatorze dias para realizar a restaurações
adesivas, suficiente para o oxigênio aprisionado aos
tecidos seja liberado. Concluiu-se que mais estudos
são necessários para elucidar muitas controvérsias que
ainda persistem sobre o assunto.
Palavras chaves: clareamento dental, adesão,
peróxido de hidrogênio, peróxido de carbamida.
Abstract
The purpose of this study was to review studies
published in the literature about the influence of dental
bleaching on the bond strength of composite
restorations to the dental tissues. The study evaluated
the etiology of spots and darkened teeth and the
bleaching action of hydrogen peroxide. Based on the
dental literature, the majority manuscripts evaluated
described significantly bond strength decreased after
bleaching treatment and that it influences during a time
period that varies between days to weeks, irrespective
of the agent type and concentration. Most of articles
suggest a time delay to replace composite restorations
for at least 14 days, enough to dental tissue oxygen
release. It was concluded that more studies are
necessary in order to clarify most of the controversies
about the bleaching topic.
Key words: dental bleaching, adhesion, carbamide
peroxide, hydrogen peroxide.
Introdução
A aparência dos dentes nunca foi
tão importante como na atualidade.. Os
pacientes consumidores buscam nos
consultórios
odontológicos
trabalhos
estéticos que satisfaçam suas expectativas,
1
11
seguindo um padrão de beleza comumente
estampados nas telas dos aparelhos de TV.
Por outro lado, houve também a valorização
de procedimentos cada vez menos
invasivos dentre os quais a técnica de
clareamento dental que tem sido uma
alternativa
conservadora
para
a
recuperação da estética, tanto para dentes
polpados
quanto
para
os
dentes
despolpados, escurecidos e ou manchados.
O clareamento dental vital é um
procedimento
odontológico
realizado
através da aplicação de géis à base de
peróxido de hidrogênio e/ou carbamida em
diferentes concentrações que são utilizados
variando-se o tempo de aplicação. A prática
do clareamento dental em dentes vitalizados
tornou-se popular a partir da publicação de
HAYWOOD e HEYMANN em 1989, que
introduziram a técnica do clareamento
caseiro empregando gel de peróxido de
carbamida a 10%. A partir dos anos 90 a
técnica se popularizou e os clínicos
passaram a empregá-la rotineiramente.
Quimicamente estes agentes clareadores
atuam como um agente oxidante quando
permeiam os tecidos dentários que quebram
moléculas grandes dos pigmentos em
cadeias menores e ao mesmo tempo
promovendo uma ação mecânica de
limpeza (MC EVOY, 1989). Levando-se em
consideração que agentes clareadores
promovem a liberação de moléculas de
oxigênio, é possível que haja alterações
morfológicas dos tecidos mineralizados. De
forma geral, as alterações de esmalte são
atribuídas à modificação na composição
química deste tecido diminuindo a
quantidade de cálcio e fósforo, além de
modificarem a morfologia dos cristais.
Porém, POLYDOROU et al, em 2008,
avaliaram a influência de diferentes agentes
clareadores na microdureza do esmalte e
não observou diferença significante entre os
grupos experimentais e o controle após o
clareamento. LEWINSTEIN et al em 2004,
verificaram, ainda que, a técnica de
clareamento caseiro influencia menos na
microdureza quando comparada à técnica
realizada em consultório. Estes autores
verificaram ainda que, após a aplicação de
flúor houve um restabelecimento mais
rápido na microdureza do esmalte quando
comparado ao esmalte sem o mesmo
tratamento. Na dentina podem ocorrer
mudanças morfológicas, com redução de
seus componentes orgânicos.
Tem-se advogado que os agentes
clareadores podem causar possíveis
alterações estruturais e morfológicas do
.Especialista em Periodontia e aluna de especialização de Dentística do HRAC/USP- Bauru
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
Cirurgiã Dentista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – HRAC/USP- Bauru/SP.
4
Profª. Drª em Dentística Restauradora do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP – Bauru/SP
5
Prof. Dr. em Dentística Restauradora da Universidade Bandeirante de São Paulo UNIBAN – São Paulo/SP
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esmalte e da dentina que, por sua vez
podem interferir na resistência de união do
sistema adesivo a estes substratos
dentários (LEGRAMANDI, 2005) De forma
geral, tem-se empiricamente recomendado
que pacientes submetidos ao clareamento
de dentes vitais devem ser sempre
alertados que, concluído o tratamento,
substituam as restaurações estéticas diretas
ou indiretas por um período não inferior a
uma semana. A literatura de forma geral,
até o presente momento, não apresenta um
consenso
à
respeito.
CAVALLI
e
colaboradores, em 2004a, verificaram que
diferentes agentes clareadores causaram
reduções significativas na resistência
adesiva de restaurações com compósitos.
Por outro lado, AMARAL e colaboradores,
em 2008, verificaram que, após 7 dias,
nenhum dos agentes clareadores utilizados
promoveram uma redução na resistência
adesiva ao esmalte. Os mesmos autores
verificaram que, em relação à dentina, todos
os agentes clareadores promoveram
reduções significativas na resistência
adesiva após o mesmo período.
A utilização de materiais à base de
fluoretos tem sido recomendada para
restabelecer a estrutura e morfologia dos
tecidos
dentários.
WIEGAND
e
colaboradores, em 2007, verificaram que
apenas a utilização de cremes dentais com
flúor foram suficientes para que se
restabelecessem
as
propriedades
mecânicas do esmalte, dispensando-se a
complementação com géis ou outras formas
de complementação. Já DA COSTA e
MAZUR, em 2007, observaram que
somente após duas semanas houve o
restabelecimento
das
propriedades
mecânicas do esmalte que recebeu
tratamento clareador.
Sendo assim, diante do exposto
torna-se oportuna o estudo através de uma
revisão da literatura pertinente no que tange
os aspectos relativos à qualidade e
longevidade das ligações adesivas aos
tecidos dentários quando restaurações com
compósitos são realizadas. De forma geral,
a resistência adesiva dos sistemas adesivos
ao esmalte e a dentina de dentes
submetidos ao clareamento é na maioria
das vezes avaliada pelos autores. Outros
fatores relevantes também se fazem
necessários de serem abordados como o
momento em que se deve realizar os
procedimentos restauradores (imediato x
mediato), bem como a realização de
procedimentos
como
polimento
da
superfície do esmalte, bem como a
Pegoraro et al,
aplicação de fluoretos.
Etiologia
dos
manchamentos
e
escurecimentos dos dentes
As alterações de cor por
manchamento podem ser classificadas em
extrínsecas e intrínsecas.
Nas alterações extrínsecas os
pigmentos são superficiais e são produzidos
por dietas cromogênicas e depositados na
superfície do esmalte ou dentro da película
adquirida, como por exemplo: café, chá,
refrigerantes corados e cigarros (MINOUX e
SERFATY, 2008; WATTS e ADDY, 2001).
As alterações intrínsecas são
resultados de uma mudança molecular
natural na estrutura e/ou espessura na
dentina e no esmalte. Sua origem pode ser:
pré-eruptiva ou pós-eruptiva. As alterações
intrínsecas são pré-eruptivas quando
ocorrem durante a “formação dos dentes” e
podem ser induzidas por: trauma, desordem
genética, administração de tetraciclina ou
altas concentrações de flúor. As alterações
intrínsecas pós-eruptivas são principalmente
causadas por trauma (com presença da
vitalidade pulpar) e seus processos de
envelhecimento (MINOUX e SERFATY,
2008.; WATTS e ADDY, 2001). Estas
manchas são passíveis de remoção graças
à porosidade inerente e permeabilidade do
esmalte e dentina (MC EVOY, 1989).
O clareamento dental vital é um
dos tratamentos mais indicados e menos
invasivos para dentes que apresentam
alterações de cor intrínseca.
Peróxido de Carbamida: Precursor do
peróxido de hidrogênio
Outra forma de administração do
peróxido de hidrogênio sobre o dente é na
forma de peróxido de carbamida em gel.
Este passou a ser utilizado em odontologia
para clareamento de dentes vitais, a partir
do trabalho de HAYWOOD e HEYMANN,
em 1989. Esta técnica de clareamento
dental é realizada pelo próprio paciente, em
casa, através da utilização de uma moldeira,
previamente confeccionada, contendo um
agente clareador em baixas concentrações,
durante um tempo diário estabelecido pelo
profissional, diminuindo o tempo operatório
em nível de consultório.
Fica claro que o peróxido de
hidrogênio é o composto ativo. Assim, se o
clínico busca uma ação rápida do clareador
deve utilizar clareadores à base de peróxido
de hidrogênio e quando se opta por
peróxido de carbamida, o objetivo primeiro
não é rapidez no processo de clareamento,
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mas sim uma eficiência maior em clarear
estruturas mais profundas, como a dentina,
pois a concentração do peróxido de
hidrogênio será menor, mas continua
(DIETSCHI et al, 2006).
A literatura tem mostrado que
ambas as técnicas de clareamento, as de
uso em consultório e as de auto-aplicação
tem
eficiência
similar
em
esmalte
(BARCESSAT, 2007), mas se apresentam
diferentes em dentina, sendo o clareamento
caseiro mais efetivo em tecidos profundos
(PATEL et al, 2008; DIETSCHI et al, 2006).
Propriedades químicas e mecanismo de
ação
Em contato com a saliva e ou
tecidos bucais, o peróxido de carbamida
dissocia-se em peróxido de hidrogênio e
uréia (FONSECA, 2008, CAVALLI et al,
2004b, DAHL e PALLESEN, 2003), in
FONSECA, 2008.
Segundo FONSECA, 2008, esta
reação química representa a decomposição
do peróxido de carbamida, onde o carbopol
atua
como
espessante,
dando
a
consistência ao gel e como modulador da
reação.
A uréia degrada-se posteriormente
em amônia e dióxido de carbono
(FONSECA, 2008; CAVALLI et al, 2004b;
DAHL e PALLESN, 2003), já o peróxido de
hidrogênio se decompõe ou se dissocia de
diferentes maneiras, formando íons ou
radicais livres segundo DAHL, J.E.,
PALLESEN, U., 2003, TORRES, C.R.G,
2007 e FONSECA, A.S, 2008 (quadro):
citado por TORRES, C.R.G, et al., 2007,
esta reação pode ser vista no esquema
abaixo:
Os radicais livres gerados nestas
reações químicas de oxidação e redução
quebram as grandes moléculas que são
convertidas em moléculas cada vez
menores, que são difundidas para a
superfície
dentária,
resultando
no
clareamento (DIETSCHI, 2006; MC EVAOY,
1989). O peróxido de hidrogênio apresenta
um alto poder de penetração em esmalte e
dentina devido a seu baixo peso molecular e
a sua propriedade de desnaturar proteínas,
o que aumenta a permeabilidade tecidual e
o movimento de íons através do dente
(CAVALLI et al, 2001).
O ponto máximo de clareamento é
conhecido como ponto de saturação. A
partir daí, caso a reação química continue,
começa a ocorrer decomposição completa
das estruturas moleculares e degradação da
matriz orgânica do esmalte (TORRES,
2007). Assim, é importante a supervisão e
orientação do Cirurgião-Dentista durante
todo o processo de clareamento, de tal
forma que se detecte o ponto de saturação.
O ponto
de saturação pode ser
compreendido como a não mudança na cor
dos dentes do paciente num intervalo de
duas sessões seguidas para clareamento
de auto-aplicação, ou num clareamento em
consultório (FONSECA, 2008).
Efeitos dos agentes clareadores nas
estruturas dentais
O mecanismo de clareamento
dentário resume-se em uma reação de
oxidação-redução ou redox. O agente
oxidante, o peróxido de hidrogênio, libera
radicais livres que irão atuar sobre as
moléculas de pigmento, reduzindo-as
(FONSECA, 2008; MC EVOY, 1989). Como
Pegoraro et al,
Morfologia
Há uma preocupação constante
dos
clínicos
quanto
ao
risco
de
“enfraquecimento da estrutura dental”
devido ao tratamento de clareamento,
independente da técnica de clareamento
utilizada. O primeiro cuidado é evitar que se
ultrapasse
o
ponto
de
saturação
(FONSECA, 2008).
Analisando a superfície do esmalte
após o clareamento dental, alguns estudos
mostraram alterações morfológicas leves e
moderadas (MINOUX e SERFATY, 2008;
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CAVALLI et al; 2004b; TURKUN et al;
2002). Por outro lado há um estudo em que
não se encontraram alterações significativas
na superfície do esmalte após o
clareamento dental (JUSTINO et al, 2004).
Estudos
experimentais
foram
realizados para avaliar os efeitos do
peróxido de carbamida 10% na morfologia
do esmalte após 2 semanas de tratamento.
Assim, TURKUN et al, em 2002,
observaram uma variação significativa no
padrão morfológico da superfície do
esmalte, desde áreas erosivas à severas
alterações sem aspecto uniforme na
superfície do esmalte com aumento no
diâmetro e número de poros. Entretanto, as
alterações produzidas pelos agentes
clareadores foram menos severas do que
aquelas decorrentes do condicionamento
com ácido fosfórico.
JUSTINO et al ,em 2004,
compararam uma análise in vitro, com uma
análise in situ, verificando que apenas in
vitro há variações na morfologia de
superfície do esmalte, uma vez que in situ
nenhuma mudança na superfície do esmalte
foi observada. Os autores sugerem que este
resultado
se
deu
pelo
potencial
remineralizador da saliva. É importante
ressaltar que a saliva tem um importante
papel sobre a recuperação do esmalte após
o desafio bioquímico do clareamento dental
(JUSTINO et al, 2004). Assim, é importante
evitar polir a estrutura dental logo após um
procedimento de clareamento, permitindo
assim a recuperação bioquímica do
esmalte. Este polimento pode ser feito em
uma sessão subseqüente (FONSECA,
2008).
Estudos têm confirmado o efeito
da alta concentração de peróxido de
hidrogênio na integridade do esmalte.
Assim, CAVALLI et al, em 2004b,
estudaram os efeitos morfológicos causados
pela utilização de peróxido de carbamida
em altas concentrações (35% e 37%). As
aplicações de 30 minutos foram repetidas 4
vezes com um intervalo de 72 horas. Os
autores notaram que as superfícies de
esmalte clareadas apresentavam-se mais
porosas, com erosões e alterações na
região interprismáticas. Entretanto, os
autores também relatam alterações na
superfície de esmalte com peróxido de
carbamida a 10% (TURKUN et al, 2002).
De acordo com BISTEY et al, em
2007, a alteração do esmalte após o
clareamento é proporcional ao tempo de
tratamento e a concentração de peróxido de
Pegoraro et al,
14
hidrogênio e ou peróxido de carbamida
usada.
Microdureza
Com relação à microdureza do
esmalte clareado, também não existe
consenso. Alguns autores observaram
diminuição (ZANTNER et al, 2007; CAVALLI
et al, 2004b; LEWENSTEIN et al, 2004),
enquanto
diversos
trabalhos
não
evidenciaram
alterações
significantes
(POLYDOROU et al, 2008; ARAÚJO et al,
2006; JUSTINO et al, 2004; UNLU et al,
2004).
Em 2004, LEWINSTEIN et al,
avaliaram
o
efeito
das
diferentes
concentrações de dois agentes clareadores
de consultório e dois agentes caseiros na
dureza do esmalte e dentina. Concluiu-se
que as técnicas de clareamento caseiro e
de consultório testadas reduziram a dureza
do esmalte e da dentina. A técnica de
clareamento de consultório altera a dureza
dos tecidos dentários de forma significativa
quando comparado ao clareamento caseiro.
Para ambas as técnicas, o clareamento
demonstrou ser tempo-dependente, pois
aumentando o tempo de clareamento,
houve diminuição da dureza do esmalte e
da dentina. O bochecho com solução
fluoretada
de
baixa
concentração,
restabeleceu a dureza superficial de ambos
os substratos após a utilização de ambas a
técnicas de clareamento.
Um estudo demonstrou que não
há mudança na dureza do esmalte
associada com clareamento dental quando
aplicado uma concentração de peróxido de
carbamida que varia de 10% a 15% (UNLU
et al, 2004), outro estudo mostrou que
algumas concentrações de peróxido de
carbamida podem conduzir a uma redução
da dureza de esmalte (LEWINSTEIN et al,
2004). A redução da dureza do esmalte é
relacionada pela desmineralização ou a
perda de teor de minerais da estrutura
externa do dente (MINOUX e SERFATY,
2008; LIPPER et al, 2004). É descrito que
uma pequena quantidade de fósforo e/ou
cálcio são perdidos pela exposição do
esmalte a solução de peróxido de
carbamida a 10% (MINOUX e SERFATY,
2008; POTOCNICK et al, 2000), entretanto,
os autores concluíram que essa mudança
química no esmalte não foi clinicamente
significante.
ARAÚJO et al, em 2006,
observaram que o contato diário com
refrigerante à base de cola por 2,5 min.
diários por 1 semana resultou em queda da
Influência dos agentes clareadores
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microdureza significativamente maior que o
clareamento caseiro por 7 dias e uma
sessão de clareamento em consultório com
peróxido de hidrogênio a 35%. Pode-se
dizer,
portanto,
que
os
efeitos
desmineralizantes dos agentes clareadores
são muito brandos clinicamente, não
havendo
alterações
significativas
na
resistência do esmalte. Além disso, o
potencial mineralizante da saliva pode
reverter totalmente estes efeitos.
Contudo, os efeitos observados
depois do clareamento vital de dentes,
segundo MINOUX e SERFATY, em 2008,
são menos severos que os produzidos pela
aplicação de gel de ácido fosfórico a 37% e
não
parece
haver
aumento
da
suscetibilidade a cárie pelo esmalte
clareado.
Vários estudos tem postulado que
o efeito dos produtos do clareamento no
esmalte e dentina podem ser neutralizados
pelo potencial remineralizador da saliva
(MINOUX e SERFATY, 2008; ARAÚJO et
al,
2006;
JUSTINO
et
al,
2004;
AGOSTINHO et al, 2003). A presença de
flúor em alguns produtos tópicos e creme
dental com flúor durante e após o
clareamento pode levar ao efeito de
remineralização e com isso um aumento da
dureza do esmalte e dentina (DA COSTA e
MAZUR, 2007; WIEGAND et al, 2007;
ZANTNER et al, 2007; LEWINSTEIN et al,
2004;).
As informações encontradas na
literatura indicam o importante papel da
saliva na recuperação da dureza do esmalte
e dentina e nas alterações morfológicas na
superfície do esmalte, estando seu efeito
relacionado com a ação remineralizadora.
Influência dos agentes clareadores na
resistência adesiva
O mecanismo do clareamento
dental se efetiva após a dissociação do
peróxido de hidrogênio em radicais livres
reativos que são: peridroxil, hidroxila e
principalmente o oxigênio (MINOUX e
SERFATY, 2008).
Esses radicais livres oriundos dos
materiais clareadores interferem na adesão
dos sistemas adesivos, principalmente na
polimerização dos monômeros existentes no
local (BORGES et al, 2006; ATTIN et al,
2004;LAI et al, 2002).
Durante
o
processo
de
clareamento, os radicais livres (peridroxil,
hidroxila, oxigênio) penetram no esmalte e
dentina para reagir com as substâncias
responsáveis pelo escurecimento. Como o
Pegoraro et al,
processo restaurador exige a formação da
camada híbrida (hibridização) no esmalte e
na dentina, o contato dos monômeros com
os radicais livres remanescentes impede ou
dificulta a reação de polimerização,
comprometendo o desempenho clínico da
restauração (BORGES et al, 2006; CVITKO
et al, 1991). Há diversas hipóteses para
justificar esta baixa força adesiva após o
clareamento dental, mas a mais citada é a
presença de oxigênio residual na superfície
do esmalte e/ou dentina, que pode inibir ou
limitar a reação de polimerização das
restaurações de resina.
Quando
substituímos
as
restaurações
de
resina
composta
imediatamente após a conclusão do
processo clareador, alguns problemas
podem surgir como, diminuição da
capacidade de adesão dos sistemas
adesivos e infiltrações marginais em
decorrência da polimerização deficiente.
A eliminação dos radicais livres
possibilita restituir a capacidade adesiva das
resinas compostas sobre o material
clareador. Isto foi observado em trabalhos
utilizando ascorbato de sódio 10%, pois
essa substância tem a capacidade de
eliminar os radicais livres remanescentes
existentes (TURKUN et al, 2004; KAYA et
al, 2003; LAI et al, 2002).
Após
os
procedimentos
de
clareamento, os tecidos dentários, por ação
de íons presentes na saliva em conjunção
pela presença de íons flúor, podem ser
completamente remineralizados, sendo que
restaurações estéticas de resina composta
deverão
ser
substituídas,
pois
as
restaurações
pré-existentes
não
são
passíveis de serem clareadas; em
permanecendo, prejudicarão a harmonia
estética da dentição.
Há
uma
concordância
nos
diversos estudos sobre adesão em dentes
clareados de que uma vez realizado um
procedimento adesivo logo após o
clareamento pode haver redução da
resistência
adesiva
que
pode
ser
significativa. Acredita-se que a redução na
adesão se dá graças as mudanças na
química da superfície e/ou na estrutura do
esmalte (ZANTNER et al, 2007; LAI et al,
2002), após a exposição aos peróxidos
clareadores.A presente revisão verificou
uma concordância nos trabalhos publicados
de que pode ocorrer uma queda significativa
da resistência adesiva logo após o
clareamento dental.
Em 2006, SANTOS et al,
concluíram que o clareamento do esmalte
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bovino com peróxido de carbamida,
independente da concentração utilizada, fez
com que os valores de resistência adesiva
dos cilindros confeccionados 12 horas após
o clareamento fossem estatisticamente
menores do que os valores observados nos
respectivos grupos controle; enquanto para
as restaurações confeccionadas uma
semana após o clareamento, esses valores
foram estatisticamente semelhantes aos do
respectivo grupo controle. Esses resultados
estão de acordo com a literatura (CAVALLI
et al, 2004a; LAI et al, 2002; CAVALLI et al,
2001), em que os valores de adesão ao
esmalte obtidos imediatamente após o
término do clareamento com o peróxido de
carbamida, em diferentes concentrações
foram estatisticamente menores do que os
valores dos respectivos grupos controle,
cujos dentes não foram clareados. Após um
certo período de tempo, que varia segundo
autores de dias a semanas, há uma
recuperação dos valores de adesão,
independente da concentração e do agente
clareador utilizado.
A literatura mostra que em estudo
in vitro o armazenamento em água ou saliva
artificial dos espécimes submetidos ao
tratamento clareador, antes das manobras
de adesão ao esmalte, pode levar a
reversão dos baixos resultados obtidos
quando
as
restaurações
são
confeccionadas imediatamente após o
término do clareamento. Um dos fatores que
explica essa afirmação é que ocorre difusão
e liberação de oxigênio absorvido pelo
esmalte para o meio externo com o passar
do tempo (FONSECA, 2008; SANTOS et al,
2006; DAHL e PALLESEN, 2003; CAVALLI
et al, 2001). Uma vez eliminado o peróxido
aprisionado, o resultado é uma superfície de
esmalte com características mais favoráveis
a adesão.
Outros estudos mostram que a
saliva pode ajudar a restabelecer a
morfologia superficial do esmalte, já que,
devido a sua alta composição mineral, a
saliva pode aumentar a remineralização do
esmalte clareado (SANTOS et al, 2006;
CAVALLI et al, 2001). Portanto, a saliva tem
um importante papel na dinâmica do
esmalte clareado, onde ocorrem trocas
incessantes de íons com a estrutura dental.
O tempo para restaurar um dente
após o clareador continua a ser um assunto
discutível.
Pesquisas
demonstram
que
substâncias remanescentes do material
clareador nas estruturas dentais influenciam
negativamente o desempenho clínico das
Pegoraro et al,
16
restaurações
de
resina
composta,
principalmente
quando
essas
forem
confeccionadas imediatamente após o
clareamento (MARSON et al, 2008; AK
NOUR et al, 2006; BORGES et al, 2006).
A maioria das publicações sugere
um tempo de 14 dias (AMARAL et al, 2008;
BARBOSA et al, 2008, FONSECA, 2008;
MARCONDES 2007; CAVALLI et al, 2004a;
TEXEIRA et al, 2004; GIANINNI et al, 2003)
para realizar as restaurações adesivas com
segurança, tempo suficiente para o oxigênio
aprisionado no esmalte e/ou dentina ser
completamente liberado; um outro trabalho
de BASTING et al, em 2004, concluíram que
o tempo de 15 dias é suficiente para a
recuperação da resistência adesiva. Outros
pesquisadores como: SANTOS et al, 2006;
ELKHATIB et al, 2005; LEGRAMANDI 2005,
sugerem um tempo de uma semana para os
procedimentos adesivos serem realizados
após o clareamento dental.
MARSON et al, 2008 e BORGES
et al, 2006 ao compararem a adesão em
esmalte após o emprego de peróxido de
carbamida a 37% frente ao peróxido de
hidrogênio a 35 %, concluíram que a
capacidade inibitória de adesão em esmalte
do peróxido de carbamida a 37 % é menor.
O peróxido de carbamida a 37 % produz
menor quantidade de radicais livres, visto
que para liberar esses radicais livres o
peróxido de carbamida se decompõe
primeiro em peróxido de hidrogênio e a
liberação é mais lenta quando comparado à
solução aquosa de peróxido de hidrogênio.
Os autores concluíram aguardar 24 horas
para o peróxido de carbamida a 37 % e 48
horas (BORGES et al, 2006) a uma semana
(MARSON et al, 2008) para o peróxido de
hidrogênio a 35 % antes de realizar os
procedimentos de adesão.
AK NOUR et al em 2006, notaram
que os dentes clareados tinham tags de
resina menores e mais finos do que os
dentes
não
clareados,
porém
os
tratamentos com sistemas adesivos foram
feitos imediatamente após os regimes de
clareamento. Por outro lado, SUNG et al em
1999,
não
encontraram
diferença
significativa na resistência de união do
grupo clareado que ficou armazenado em
soro fisiológico por 5 dias antes do
tratamento restaurador com o seu controle.
ATTIN et al, 2004, revendo a
literatura relacionada ao tema, concluíram
que se deve aguardar de 1 a 3 semanas
para realizar restaurações adesivas, tempo
suficiente para que os radicais livres
remanescentes tenham sido eliminados, o
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que está de acordo com o estudo de
CAVALLI et al, 2001, os quais relatam que
os
valores
da
resistência
adesiva
retornaram ao normal após 3 semanas do
clareamento.
Efeitos adversos na resistência
adesiva após o clareamento dental pode ser
inverter com o tempo. Estudos têm relatado
que os valores de resistência adesiva no
dente retornam ao normal em 24 horas
(MINOUX e SERFATY, 2008; BORGES et
al, 2006; MARSON et al, 2006) até 3
semanas (ATTIN et al 2004;CAVALLI et al,
2001).
Por
último
há
estudos
(MARCONDES et al, 2007; AK NOUR et al,
2006; BORGES et al 2006; SANTOS et al,
2006; LEGRAMANDI 2005; SUNG et al,
1999) mostrando que os solventes dos
adesivos podem influenciar na resistência
adesiva em esmalte, sendo que os a base
de álcool proporcionam uma maior
resistência adesiva no esmalte clareado do
que aqueles a base de acetona.
MARCONDES, em 2007 e SUNG et al, em
1999, sugeriram que a aplicação de
adesivos a base de álcool interagem com o
oxigênio residual e são dessa forma
capazes de minimizar ou inibir os efeitos
dos
processos
de
clareamento,
especialmente
quando
o
tratamento
restaurador é realizado logo após o regime
de clareamento. No entanto, acreditam que
a estocagem dos espécimes clareados por
mais tempo em meio úmido, água
deionizada ou saliva artificial não torna
crítica a escolha do sistema adesivo.
Para MARCONDES, em 2007, não
houve
diferença
estatisticamente
significante entre resistência de união e
tração dos grupos clareados com seus
controles para dois sistemas adesivos um
contendo acetona e outro contendo álcool,
porém os espécimes foram armazenados
em saliva artificial duas semanas antes de
ser realizado o tratamento.
Conclusão
A partir da literatura pesquisada é
possível verificar que existem controvérsias
a respeito dos efeitos dos agentes
clareadores sobre as estruturas dentais,
podendo apresentar, em algumas situações
efeitos menores e em outras maiores.
Para eliminar tais problemas
recomenda-se aguardar cerca de 14 dias
após o término do clareamento para realizar
restaurações adesivas. Dessa forma, o
oxigênio aprisionado será completamente
Pegoraro et al,
liberado e a eficiência adesiva voltará aos
níveis normais.
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