Unidade 2
Questões e testes
Capítulo 3
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o nome de democracia, porque o seu intuito é o interesse
do maior número e não de uma minoria. Nos negócios pri­
vados, todos são iguais perante a lei; mas a consideração
não se outorga senão àqueles que se distinguem por algum
talento. É o mérito pessoal, muito mais do que as distin­
ções sociais, que franqueia o caminho das honras. Nenhum
cidadão capaz de servir à pátria é impedido de fazê­‑lo por
indigência ou por obscuridade de sua posição.
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1.(UFBA­‑BA)
Texto I: Artigos do Código de Hamurábi
– Se um homem furar o olho de um homem livre, furar­
‑se­‑lhe­‑á um olho.
Livres em nossa vida pública, não pesquisamos com
curiosidade suspeita a conduta particular de nossos cida­
dãos... Somos cheios de submissão às autoridades consti­
tuídas, assim como às leis, principalmente as que têm por
objeto a proteção dos fracos e as que, por não serem es­
critas, não deixam de atrair àqueles que as transgridem a
censura geral... Ouso dizê­‑lo, Atenas é a escola da Grécia.
– Se ele fura o olho de um escravo alheio ou quebra um
membro ao escravo alheio, deverá pagar a metade do seu
preço.
– Se um arquiteto constrói uma casa para alguém, po­
rém não a faz sólida, resultando daí que a casa venha a ruir
e matar o proprietário, este arquiteto é passível de morte.
Discurso de Péricles (fragmento).
– Se, ao desmoronar, ela mata o filho do proprietário,
matar­‑se­‑á o filho deste arquiteto.
II. Alguns pretendem que o poder do senhor seja contra
a natureza, que se um é escravo, e o outro livre, é porque
a lei o quer, que pela natureza não há diferença entre eles
e que a servidão é obra não da justiça, mas da violência. A
família, para ser completa, deve compor­‑se de escravos e
de indivíduos livres. Com efeito, a propriedade é uma parte
integrante da família, pois sem os objetos de necessidade é
impossível viver e viver bem. Não se saberia pois conceber
lar sem certos instrumentos. Ora, entre os instrumentos,
uns são inanimados, outros vivos... O escravo é uma pro­
priedade que vive, um instrumento que é homem. Há ho­
mens assim feitos por natureza? Existem homens inferio­
res, tanto quanto a alma é superior ao corpo, e o homem ao
bruto; o emprego das forças corporais é o melhor partido a
esperar do seu ser: são os escravos por natureza... útil ao
próprio escravo, a escravidão é justa.
AQUINO; FRANCO; LOPES, 1980. p. 114.
Texto II: Extratos da Lei Mosaica
Se um homem der um soco no olho do seu escravo ou
serva, e, em consequência, eles perderem esse órgão, se­
rão alforriados como compensação. Não se punirá o homi­
cida antes de ouvidas as testemunhas. Ninguém será con­
denado pelo testemunho de um só.
Aquele que ferir seu pai ou sua mãe será punido de morte.
Aquele que ferir um de seus concidadãos será tratado
como o tratou: receberá fratura por fratura e perderá olho
por olho, dente por dente.
ARRUDA, 1981. p. 98.
Com base nesses textos e no conhecimento sobre o exercí­
cio do Direito entre os antigos mesopotâmios e hebreus, in­
dique dois fundamentos em comum, presentes no conteúdo
dos códigos de lei dos referidos povos.
ARISTÓTELES. Política (fragmento).
Com base nos textos I e II e nos seus conhecimentos sobre
a Antiguidade grega, você pode concluir que:
a) os textos I e II se contradizem, pois Péricles (texto I) afir­
ma que “todos são iguais perante a lei”, enquanto Aristó­
teles (texto II), ao discutir a existência do escravo, decla­
ra que “existem homens inferiores”.
Capítulo 4
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b) os textos I e II se contradizem, pois Péricles afirma que
as leis “têm por objeto a proteção dos fracos”, enquanto
Aristóteles diz que “se um é escravo, e o outro livre, é
porque a lei o quer”.
2.(PUC­‑SP) No sentido contemporâneo do termo, sobretu­
do com implicações de unidade política, a palavra nação não
pode ser aplicada à Grécia Antiga. Tanto assim que:
a) prevaleciam padrões culturais diferenciados nas várias
regiões.
c) os textos I e II não podem ser confrontados, pois Péri­
cles viveu num período que antecede de muitos séculos o
nascimento de Aristóteles.
b) as formas de governo foram únicas, mas guardavam to­
tal autonomia.
d) os textos I e II tratam de temas diferentes e não se con­
tradizem, pois Péricles discute as relações entre leis e ci­
dadania (e os escravos não eram considerados cidadãos),
enquanto Aristóteles justifica a existência da escravidão.
c) não havia unidade de língua e religião entre as várias po­
pulações urbanas.
d) as cidades eram independentes nos assuntos de seu pró­
prio interesse.
e) predominavam as tendências à proibição de atividades
econômicas semelhantes.
3.(UFPB­‑PB) Leia os textos que seguem.
e) o texto II desmente o texto I, pois não pode haver democra­
cia se observamos a existência de escravos em Atenas.
4.(UFG­‑GO) Leia o texto a seguir:
I. A constituição que nos rege nada tem a invejar aos ou­
tros povos; serve a eles de modelo e não os imita. Recebe
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Civilizações
antigas
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Tolerância, fraternidade e igualdade: foi com esses
ideais em mente que, em 1892, o barão Pierre de Coubertin
apresentou à comunidade esportiva internacional a ideia de
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questões e testes p unidade 2
Civilizações antigas
ressuscitar os Jogos Olímpicos. Na Grécia antiga, os jogos
da cidade sagrada de Olímpia (entre os sécs. VIII e IV a.C.)
enfatizavam que competir sem vencer equivalia a desonra
suprema. As corridas, as lutas, os saltos e os lançamentos
de disco e de dardo serviam como a coroação da superiori­
dade do indivíduo, oferecida em homenagem ao deus Zeus.
b) desqualificada, por suprimir as independências políticas
regionais.
c) defendida, por estabelecer uma única cultura, a do poder
imperial.
d) exaltada, por integrar as histórias particulares em uma
única história geral.
VENTUROLI, Thereza. Tudo pelos louros. Veja, São Paulo, n. 33,
18 ago. 2004. p. 96. Texto adaptado.
Segundo o texto, a diferença de motivação entre os Jogos
Olímpicos da Grécia antiga e os atuais está:
e) lamentada, por sufocar a autonomia e identidade das
culturas.
7.(Fuvest­‑SP) Na atualidade, praticamente todos os di­
rigentes políticos, no Brasil e no mundo, dizem­‑se defen­
sores de padrões democráticos e de valores republicanos.
Na Antiguidade, tais padrões e valores conheceram o auge,
tanto na democracia ateniense, quanto na república roma­
na, quando predominaram:
a) na homenagem ao deus Zeus nos jogos gregos antigos e
na divulgação da fraternidade nos jogos olímpicos atuais.
b) no anseio de vitória constante dos gregos antigos e nos
ideais igualitários e fraternais de Coubertin para os jogos
modernos.
c) no caráter sagrado dos jogos olímpicos antigos e na ca­
racterística competitiva dos jogos olímpicos contempo­
râneos.
a) a liberdade e o individualismo.
d) no desejo de participação nas diversas modalidades nos
jogos antigos e no espírito de tolerância nas olimpíadas
modernas.
d) o consenso e o respeito à privacidade.
e) no espírito competitivo dos gregos e no desejo de Cou­
bertin de ressuscitar os jogos olímpicos da Grécia antiga.
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b) o debate e o bem público.
c) a demagogia e o populismo.
e) a tolerância religiosa e o direito civil.
8.(FGV­‑SP)
Para ganhar o favor popular, o candidato deve conhe­
cer os eleitores por seu nome, elogiá­‑los e bajulá­‑los, ser
generoso, fazer propaganda e levantar­‑lhes a esperança de
um emprego no governo. [...] Talvez sua renda privada não
possa atingir todo o eleitorado, mas seus amigos podem
ajudá­‑lo a agradar a plebe. [...] Faça com que os eleitores
falem e pensem que você os conhece bem, que se dirige a
eles pelo seu nome, que sem parar e conscienciosamente
procura seu voto, que você é generoso e aberto, que, mes­
mo antes do amanhecer, sua casa está cheia de amigos, que
todas as classes são suas aliadas, que você fez promessas
para todo mundo e que as cumpriu, realmente, para a maior
parte das pessoas.
5.(UFPE­‑PE) Na construção da sociedade ocidental, há um
destaque, dado por muitos historiadores, aos feitos da civi­
lização grega, nos setores mais diversos da sua vida. Muitos
feitos culturais dos gregos:
a) permanecem atuantes na contemporaneidade, contri­
buindo para o pensamento ocidental, inclusive na formu­
lação de seus valores éticos e políticos.
b) distanciam­‑se totalmente dos princípios dos nossos
tempos, não sendo retomados pelos pensadores do
mundo atual.
c) estão restritos aos tempos da Antiguidade clássica, onde
predominavam os interesses da aristocracia comercial
de Atenas.
CÍCERO, Marco Túlio. Notas sobre as eleições.
As práticas políticas na antiga Roma nos fazem refletir sobre
as atuais. Essas palavras de Cícero (106­‑43 a.C.) revelam:
d) são diferentes dos feitos dos romanos e dos de outros
povos da Antiguidade, pela universalização das suas prá­
ticas democráticas e estéticas.
a) a concessão de favores, por parte dos eleitores, para ca­
tivar os candidatos.
e) ficaram restritos às conquistas estéticas da arquitetura e
da escultura, onde se salientava a harmonia das formas
como princípio estético.
b) a necessidade de coagir o eleitorado para conseguir seu
apoio.
c) o desinteresse da população diante do poder econômico
dos candidatos.
Capítulo 5
d) a existência de relações clientelistas entre eleitores e
candidatos.
P Vestibulares
e) a pequena importância das relações pessoais para o su­
cesso nas eleições.
6.(Unifesp­‑SP)
Podemos dizer que antes as coisas do Mediterrâneo
eram dispersas... mas como resultado das conquistas ro­
manas é como se a história passasse a ter uma unidade or­
gânica, pois as coisas da Itália e da África passaram a ser
entretecidas com as coisas da Ásia e da Grécia e o resultado
disso tudo aponta para um único fim.
9.(FGV­‑SP)
POLÍBIO. História, I.3.
[...] os domínios [grandes propriedades] foram divididos
em pequenas unidades, confiadas a granjeiros, chamados
colonos, e o termo “colonus”, que outrora designava o agri­
cultor, ou seja, o camponês proprietário, tendeu a se aplicar
exclusivamente ao colono do grande proprietário.
PETIT, Paul. A Paz Romana. 1969.
No texto, a conquista romana de todo o Mediterrâneo é:
O texto descreve o campo, no mundo romano antigo:
a) criticada por impor aos povos uma única história, ditada
pelos vencedores.
a) No período que se segue à crise do século III d.C., quando
a escassez de mão de obra inviabilizou o escravismo.
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Civilizações antigas
b) No momento da tentativa, malsucedida, de reforma agrá­
ria dos irmãos Caio e Tibério Graco.
b) a criação da Assembleia da Plebe resultou da resistência
dos plebeus contra o controle do poder político republi­
cano nas mãos dos patrícios.
c) No início da República, quando Roma foi inundada por
enormes contingentes de escravos.
c) o envolvimento da plebe na “res publica” (coisa pública)
romana rompeu com a estrutura social, afastando os pa­
trícios do poder.
d) No final da conquista da Península Itálica, quando Roma
ainda não passava de uma potência regional.
d) o controle do poder pelos plebeus, criando leis popula­
res, justificou o apoio dos patrícios à instalação do Impé­
rio de Júlio César.
e) No auge do Império, quando o campo passou a produzir
gêneros apenas para abastecer Roma.
10.(PUC­‑PR) As lutas por riquezas e territórios sempre esti­
veram presentes na História. Na Antiguidade, o Mediterrâ­
neo foi disputado nas Guerras Púnicas por:
13.(UEL­‑PR) Leia o texto a seguir:
a) gregos e persas.
b) macedônicos e romanos.
c) romanos e germânicos.
d) romanos e cartagineses.
e) gregos e romanos.
11.(PUC­‑PR) Os animais da Itália possuem cada um sua
toca, seu abrigo, seu refúgio. No entanto, os homens que
combatem e morrem pela Itália, estão à mercê do ar e da
luz e nada mais: sem lar, sem casa, erram com suas mu­
lheres e crianças. Estas são palavras de Tibério Graco, polí­
tico romano do século II a.C.
Nesse contexto da história de Roma, podemos afirmar que:
a) Roma encontrava­‑se num período de paz e prosperidade,
resultado da política da “Paz Romana” promovida pelo
regime imperial.
b) Resultado das expansões territoriais, Roma tornou­‑se
superpopulosa, apesar de rica acentuaram­‑se as dife­
renças sociais, de um lado uma aristocracia privilegiada
que vivia em meio a festas e mordomias e por outro a
maior parte da população vivia na mais absoluta miséria.
c) Esse é um período que coincide com a tentativa de esta­
belecimento de um regime democrático em Roma, por
modelo e influência da política ateniense de Péricles.
d) Nessa época Roma enfrentava as dificuldades das Guer­
ras Médicas em que disputava o território cartaginês
com os persas.
e) Nesse período a sociedade romana vivia uma situação de
decadência da autoridade central e declínio das ativida­
des comerciais, resultado principalmente da dissemina­
ção do cristianismo.
12.(Uece­‑CE) A história política da Roma antiga é dividida
em três etapas: a Monarquia, a República e o Império.
Sobre a participação dos plebeus no Regime Republicano, é
correto afirmar:
a) a instalação da República foi um ato revolucionário dos
plebeus, que afastaram os patrícios do poder, criando a
Assembleia Popular.
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A crise desencadeada na sociedade romana pela trans­
formação acelerada das estruturas sociais ocorrida após a
segunda guerra púnica atingiu em meados do século II a.C.
uma fase em que se tornava inevitável a eclosão de con­
flitos declarados. A agudização das contradições no seio
da organização social romana, por um lado e, por outro, as
fraquezas cada vez mais evidentes do sistema de governo
republicano tiveram como resultado uma súbita eclosão das
lutas sociais e políticas.
ALFOLDY, Géza. A História Social de Roma. Tradução de Maria do Carmo
Cary. Lisboa: Editorial Presença, 1989. p. 81.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, con­
sidere as afirmativas a seguir.
I.Na revolta dos escravos, as frentes estavam bem defi­
nidas, pois tratava­‑se principalmente de uma luta dos
escravos rurais contra os seus senhores e contra o Es­
tado romano, que protegia estes últimos. Este período
iniciou­‑se com a primeira revolta de escravos na Sicília e
terminou com a revolta de Espártaco.
II.As revoltas dos habitantes das províncias e dos itálicos
podem ser consideradas movimentos de camadas so­
ciais homogêneas. Os seus objetivos eram a luta pela
libertação dos membros de uma camada social oprimida
e não a libertação de comunidades, Estados ou povos ou­
trora independentes da opressão do Estado romano.
III.Um dos conflitos mais significativos tinha lugar entre os
cidadãos romanos, divididos em grupos, com objetivos
opostos. O objetivo primeiro de uma das facções, a dos
políticos reformistas, era resolver os problemas sociais
do proletariado de Roma; a ela se opunha a resistência
da oligarquia, igualmente numerosa.
IV.Nas últimas décadas da República, o objetivo primordial
dos conflitos passou a ser a conquista do poder de Es­
tado. A questão era saber se esse poder seria exercido
por uma oligarquia ou por um único governante. A con­
se­quên­cia última destes conflitos não foi a mudança da
estrutura da sociedade romana, mas a alteração da for­
ma de Estado por ela apoiada.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) I e II.
c) III e IV.
b) II e III.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
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