Júlio César Barreto Rocha
“O Acordo Ortográfico: uma reflexão”
O chamado “Acordo Ortográfico” é bem mais do que um mero “acordo filológico” de
vontades e de conhecimentos teóricos ou pedagógicos, mas possui uma natureza
complexa e é cercado por interesses múltiplos, que se enfrentam a complicadas
dinâmicas e a difíceis sensibilidades. Já tendo sido superada a fase de convertê-lo em
Tratado Internacional, depois passando à sua aprovação no âmbito estatal plúrimo, e
depois pela internalização das suas normas por meio de legislação ordinária, cabe
ainda implementar uma política de acomodação deste Acordo no seio da sociedade e
afinal uma prática de sedimentar o seu conhecimento e o seu uso mais refinado, nas
escolas e nas editoras, sobretudo. Ao final, caberá, enfim, um aproveitamento desta
unidade obtida no seio da comunidade internacional, valorizando este instrumento
definitório da nossa ideia de Sociedade comum, num Planeta tão dividido por
pequenas divergências, muitas vezes insanas. As idas e vindas, porém, do acordo, com
vicissitudes de variada ordem, nos diversos Oceanos e territorialidades da Lusofonia,
provocam, até o momento, mais dúvidas que certezas de chegarmos a estas
vantagens.
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