de aprendizagem
NÚMERO 27
Aula Expositiva
Sérgio Wagner de Oliveira
2012
A AULA EXPOSITIVA
É fundamental discutir-se a aula expositiva em todos os seus aspectos, com
professores das mais diversas formações, por tratar-se da principal ferramenta tecnológica
utilizada por docentes de todos os níveis.
Não há outra forma de se ministrar um conteúdo em sua totalidade sem que se
utilize, aliada aos recursos didáticos de que se dispõe, a aula expositiva.
Para analisá-la é necessário que algumas etapas sejam percorridas, partindo-se do
pressuposto de que o conjunto dos conhecimentos desta prática é o resultado da soma de
parcelas muito importantes, obtidas a partir da prática docente diária, em seu
planejamento.
OBJETIVOS
São objetivos da aula expositiva:
 Introdução de conteúdo novo;
 Sistematização de conhecimentos;
 Aprofundamento de conhecimentos.
É necessário identificar os objetivos de uma aula expositiva; ela será útil a apenas
alguns procedimentos e não para todas as aulas.
CONTEÚDO DA AULA EXPOSITIVA
O conteúdo-objeto da aula expositiva deve ser, como todos os demais, histórico, ou
seja, deve fazer parte da experiência humana, dos conhecimentos que o homem domina
para satisfazer suas próprias necessidades e as daqueles que dependem de seu trabalho.
Partindo-se do princípio de que o professor ensina a partir de conceitos ou
conhecimentos consagrados, afirma-se que toda aula deve ter seu ponto de partida em
algum conceito disponível no universo das informações, para proceder-se, a seguir, à
aplicação da história no fazer pedagógico do professor (conhecer o que existe, a fim de
entender o que está existindo e prever o que poderá existir).
Ao estudar-se um conceito, deve-se fazê-lo através da análise das várias hipóteses
que permitiram sua formulação. A tese é o próprio conceito.
O professor, ao preparar um conteúdo, deverá preocupar-se, também, com sua
ligação ou vinculação ao programa do curso, com a finalidade de bem atender às
demandas do Projeto Pedagógico do Curso. Sua definição e aplicação será adequada às
necessidades de cada especialidade de trabalho que a sociedade necessita.
FORMAS DE COMUNICAÇÃO
É um momento do planejamento da aula expositiva que mais controvérsias causa
entre docentes que se posicionem a favor de linhas progressistas ou conservadoras.
Quando se emprega o termo “comunicação”, tende-se a entendê-lo em uma de suas
extensões naturais, a “telecomunicação”. Deve-se entender que os equipamentos
audiovisuais que são utilizados pelos docentes servirão de apoio à informação verbal, haja
vista ser sua característica principal a transmissão de mensagens unilaterais e fixas.
Em outras palavras, os meios servem para ilustrar o discurso e não podem ensinar
sozinhos.
TEMPO DE AULA
Há muita dificuldade em promover-se a distribuição equânime do tempo de forma a
obter-se equilíbrio entre exposições, discussões, exercícios de fixação, avaliações de
aprendizagem e aplicação de conteúdos que se ministram, em vista do entusiasmo
provocado por determinados tópicos ou características de alguns assuntos, ou do
chamado “pique” apresentado pelo professor em determinados momentos de suas aulas.
O tempo deve ser planejado convenientemente para que o material didático possa
ser utilizado de maneira eficiente e a aula termine de forma correta, dentro dos minutos
programados. Admite-se até que por vezes haja sobra de tempo. A sua falta é um claro
indicador de planejamento mal feito e de que se programou mais conteúdo do que deveria
para aquele momento.
O MATERIAL DIDÁTICO
Deve ser estruturado de acordo com o nível dos estudantes a que se destina.
Alunos de cursos superiores ou básicos, não são pessoas prontas a entender toda a
extensão do raciocínio de seus professores.
Por vezes, o docente não se dá conta da familiaridade que tem com o assunto que
ensina e julga, erroneamente, que tal ocorra também ao estudante. Na maioria das vezes,
isso não ocorre.
O material didático deve estar pronto para ser usado na hora em que se pretende
ilustrar uma fala, demonstração ou exemplo. Deve-se ter o cuidado de apresentá-lo na
hora em que se fala. Antes ou depois do momento correto, o material é totalmente
dispensável.
Um aspecto muito importante a considerar sobre material didático é que ele sempre
será um meio utilizado para atingir determinado fim, ou seja, os conceitos são os meios
que conduzem a um fim que é a aprendizagem.
Conhecer um fato significa dominar no aspecto cognitivo, afetivo e motor, o seu
conteúdo: saber, sentir ou internalizar e saber utilizar o que está além das letras, palavras,
frases, parágrafos ou textos.
REAÇÃO DOS ALUNOS
Deve-se atentar aos cuidados necessários a tornar as aulas mais agradáveis, para
que se possa tirar delas o máximo de eficiência em promover a aprendizagem.
A monotonia das ações muitas vezes pode comprometer a qualidade do trabalho
que se pretende executar e o tempo que se dispõe para fazê-lo dentro dos parâmetros
estabelecidos pelos currículos e programas de ensino.
É importante considerar-se o aspecto da boa receptividade da aula, de forma a
manter um alto nível de expectativa dos alunos pelo conhecimento que vem a seguir, para
obter-se mais eficiência com o trabalho de ensinar.
Considere-se que a aula está sendo ministrada para os alunos e não para o
professor. A monotonia inibe a participação efetiva, interação e aprendizagem dos
estudantes, e faz com que os objetivos de uma atividade sejam totalmente desvirtuados.
A sala de aula é uma reprodução reduzida da sociedade, onde se trabalha a
formação de cidadãos/profissionais responsáveis por promover a melhoria de condição de
vida do semelhante. Evitem-se práticas rotineiras. Educação não é atividade de rotina.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Quando alguma atividade é realizada, é natural que as pessoas envolvidas queiram saber
prontamente em que resultou. Foi eficiente? Foi bom? Pode-se prosseguir? Deve-se
reprogramar?
Não se encerra qualquer atividade sem que seu resultado seja conhecido ou
encaminhado para que seja conhecido e, ainda, sem que se comente o desempenho dos
protagonistas de tal atividade.
Aula também é assim: não pode ser concluída sem que todo o processo seja
comentado e avaliado. É preciso avaliar-se o processo para verificar se houve
aprendizagem, a fim de que se possa decidir pela continuidade da programação ou por sua
substituição, caso constate-se que o objetivo final – a aprendizagem, não ocorreu.
A avaliação deverá ser, sempre que possível, formativa, com o intuito de fornecer ao
estudante os elementos necessários à constante reconstrução e readaptação do raciocínio
em torno da matéria ministrada, para que se consiga atingir a meta proposta. Raciocínios
incorretos podem ser reorganizados em tempo hábil, se o professor souber conduzir o
aluno a fazê-lo.
Para conseguir-se isso, é necessário propor-se como meta terminal conseguir-se
promover aprendizagem e, consequentemente, produção de conhecimento.
Preocupações maiores, quando o assunto é avaliação, deverão estar voltadas mais
para a qualidade da aprendizagem do que para a quantidade da mesma.
CONCLUINDO
A aula expositiva é, sem dúvida, o mais precioso momento da atividade didáticopedagógica do professor, em que os conhecimentos técnicos e de formação global do
educando lhes são dados a conhecer, a fim de descortinar-lhe o horizonte para futuras
realizações.
É, portanto, o momento que exige do professor os maiores cuidados no
planejamento.
Considere-se que a aula expositiva pode ser ministrada em qualquer lugar: na sala,
no laboratório, no campo, nas dependências desportivas e onde, enfim, ela for possível ou
necessária.
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