Ano XXVI - Nº 113 - mai-jun 2013
O COLÉGIO E ASSOCIADOS SÃO NOTÍCIA
• 63 anos completados em junho - No dia 24 de junho o Colégio Brasileiro de Genealogia aniversariou: 63 anos
de existência. Serve o momento para que agradeçamos, nós da Diretoria, o incentivo e o apoio que vimos
recebendo de todo o Quadro Associativo. De maneira visível, temos procurado honrar o sonho dos criadores do
CBG - e todas as ações de êxito devem-se, principalmente, a esse compromisso e à participação dos
associados.
• Victorino Chermont foi eleito, em sessão de 21 de março, Secretário-geral da Academia Brasileira de Arte
para o biênio 2013-2014.
• Esther Bertoletti foi agraciada pelo Governo do Estado de Alagoas com a Comenda Nise Magalhães da Silveira,
em 26 de março, no Teatro Deodoro, em Maceió-AL.
• Carlos Eduardo Barata foi entrevistado pela apresentadora Márcia Peltier a 30 de abril, no canal CNT da TV
brasileira.
• Arnaldo Ignacio Miranda, sob a égide da Sociedade Argentina de Historiadores, da Junta Central de Estudos
Históricos da Cidade de Buenos Aires, do Museu Notarial Argentino e do Instituto de Investigações Históricas
Notariais, proferiu palestra de tema "O Hino Nacional Argentino, em seu bicentenário" pelo Dia Internacional
dos Museus e 200 anos do hino, no dia 9 de maio, na capital argentina.
• Bruno de Cerqueira proferiu palestra sobre neoabolicionismo, a 13 de
maio, no Instituto Histórico de Petrópolis, como parte das comemorações
dos 125 anos da Lei Áurea.
• Aldo Marcos de Castro Paz, Correspondente na Argentina, fez o
lançamento de sua obra Maria Ramos y Quiñones. Biografia de una familia
rioplatense: los Castro Ramos em 22 de maio, na Associación Entrerriana
Gal. Urquiza, na capital argentina.
• Clotilde Tavares recebeu o título de Cidadã Natalense no dia 6 de junho,
em cerimônia na Câmara Municipal de Natal, RN. Na foto, a associada com
o vereador Hugo Manso, autor da proposta.
NOTÍCIAS DO CBG
• Novos Associados – O CBG dá as boas vindas aos novos associados colaboradores, aprovados pela Diretoria
para integrar o Quadro Associativo CBG: Edy Mendonça Tachizawa, Rio de Janeiro, RJ e Paulo José
Rockenbach, Porto Alegre, RS.
• Biblioteca – O CBG se alegra com o envio da obra abaixo relacionada, que com prazer vemos enriquecendo
nosso acervo:
- Oito séculos dos Franca em quatro continentes - de João Franca Filho, doação de Adauto Ramos.
Retrata a família Franca, chegada ao Brasil no começo do século XVII, e seu ramo paraibano Monteiro de Franca, que teve
início na Capitania da Paraíba em 1744.
• Notas de Falecimento
Registramos os falecimentos:
- no dia 02 de junho, de Mário Cândido de Oliveira Gomes, diretor do coirmão Instituto Histórico, Geográfico
e Genealógico de Sorocaba-SP.
- em sua casa, na Ericeira, Portugal, a 7 de junho, da Sra. Fernanda Vitória Menéndez, esposa de José Filipe
Menéndez, associado CBG e membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Associação Portuguesa de
Genealogia, da Academia Portuguesa de Ex-Líbris e da Academia Belgo-Española da História.
CBG - Carta Mensal 113 - Mai-Jun 2013 • 01
• Aos Sócios Colaboradores e Correspondentes brasileiros residentes no Exterior – O CBG permanece aguardando
que os confrades enviem suas biografias e foto, para constarem – como diversas outras que lá estão – da
relação dos integrantes do Quadro Associativo. Insistimos no projeto de identificação dos associados, que
tem merecido elogios mas que precisa contar com a participação todos, ou pelo menos de um maior número de
confrades. Sua parceria é muito importante para o CBG, colabore!
Agradecemos a adesão ao projeto, de: Alberto Lima Abib, Ana Maria Pessoa dos Santos, Ana Maria Vilela
Soares, Avelina Maria Noronha de Almeida, Aylzo Aureo Lopes de Almeida, Bruno da Silva de Cerqueira,
Chistóvão Dias de Avila Pires Jr., Cinara Maria Bastos Jorge Andrade do Nascimento, Claudio José Dias Batista,
Coralio Bragança Pardo Cabeda, Darli Bertazzoni Barbosa, Deusdedit Pinto Ribeiro de Campos, Edivaldo
Machado Boaventura, Ednea do Marco Pascoal Gomes, Eliane Brandão de Carvalho, Evani José da Silva,
Fernando Antonio Lima Cruz, Francisco José dos Santos Braga, Humberto Gonçalves Reis, João Alberto Pereira
de Andrade, João Dias Rezende Filho, João Pedro de Saboia Bandeira de Mello Filho, Jorge Bastos Furman,
Lourdes Pourchet Joppert, Marco Ubiratan Miranda de Castro Araujo Wladowsky, Miridan Bugyja Britto Falci,
Mozart Hamilton Bruno, Paulo Roberto Gavião, Paulo Stuck Moraes, Priscilla Scott Bueno, Roberto Dillenburg
Heberle, Silvia Rita Prado Mendes Buttros, Telmo José Tomio, Viviane Wiedemann Velloso.
São três os religiosos patronos de Cadeiras CBG: nº 2, Frei Antônio de Santa Maria Jaboatão; nº 4, Cônego Roque Luiz
de Macedo Paes Leme da Câmara e nº 12, Cônego Raimundo Otávio da Trindade.
EVENTOS CULTURAIS CBG DE MAIO E JUNHO
Conforme o cronograma publicado na Carta Mensal nº 111, o CBG promoveu mais dois eventos culturais nos
meses de maio e junho.
No dia 18 de maio, aconteceu a visita ao Centro de Memória de Imigração da Ilha das Flores, no município de São
Gonçalo-RJ e à Fortaleza de Santa Cruz, no município de Niterói-RJ. Foi realmente mais uma deliciosa “aventura
cultural” promovida pelo Colégio, que contou com a união e o entusiasmo de 34 participantes: associados,
familiares e convidados.
Ilha das Flores (imagem antiga)
Fortaleza de Santa Cruz
A parte da manhã foi dedicada à Ilha das Flores, onde hoje está sediada uma unidade da Marinha do Brasil Fuzileiros Navais, mas que de 1883 a 1966 foi a Hospedaria dos Imigrantes, onde eram acolhidos aqueles que
chegavam ao Brasil pelo porto do Rio de Janeiro. Foram horas de descobertas e emoção, pois ancestrais de
diversos participantes ali estiveram quando de sua chegada ao Brasil – e até mesmo uma das convidadas, que não
se cansou de contar-nos de sua própria experiência.
Saindo da Ilha – que hoje já está integrada ao continente em razão de sucessivos aterros realizados, houve uma
alegre e... pantagruélica parada para almoço num restaurante previamente reservado na Praia de São Francisco,
em Niterói, onde foi possível conversar, rir, conviver e compartilhar.
Dali, o grupo seguiu para a Fortaleza de Santa Cruz da Barra, erguida em 1612, guardiã da entrada da baía de
Guanabara. Foi uma experiência fascinante percorrer seus corredores e recantos, e conhecer as baterias de
canhões e as celas para prisioneiros, estas em escala descendente de tamanho, conforme era maior a pena e
menor a importância do encarcerado.
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O registro fotográfico da experiência desse dia
pode ser encontrado na página CBG, seção Eventos
e Notícias, ou diretamente no link:
https://picasaweb.google.com/CBG1950/201318
MaioIlhaDasFloresEFortalezaDeSantaCruzDaBarra?
authkey=Gv1sRgCOCb5fai9a-pGg&feat=email
No dia 11 de junho, aconteceu a posse solene na
Cadeira nº 25, Patrono Ary Florenzano, do Titular
Fernando Antonio Ielpo Jannuzzi Junior. O
registro deste evento está apresentado na Carta
Mensal nº 114 – Edição Especial, exclusivamente
dedicada à posse.
LANÇAMENTO DE LIVROS
• O Voo das Curucacas: estudo genealógico de famílias serranas de Santa Catarina - de Ismênia Ribeiro Schneider.
Primeiro volume da Coleção Memória Familiar, do coirmão INGESC - Instituto de Genealogia de Santa Catarina, e que faz
parte de projeto destinado a cumprir seu Estatuto, no tocante a promover estimular os estudos sobre genealogia.
• Entrelaços - de Mitsi Westphal Taylor e Clarkson Sell
Aborda famílias de origem germânica imigrada para a Província de Santa Catarina, com destaque a três delas: Westphal,
Schlemper e Sell, de expressiva descendência.
• Primeiro livro de batizados e óbitos de Soledade de Itajubá/MG (1752-1797) - Coleção Cadernos Genealógicos
CBG – 2º volume
A Coleção, iniciada com o Glossário Genealógico e Histórico, de Hugo Forain Junior, agora traz a publicação de obra do
sacerdote, professor, historiador, genealogista, heraldista, filatelista e numismata José do Patrocínio Lefort - Monsenhor
Lefort: Primeiro livro de batizados e óbitos de Soledade de Itajubá / MG (1752 - 1797).Trata-se, como o título diz, da
compilação e transcrição dos primeiros livros de batismo e óbito de Soledade de Itajubá, hoje Delfim Moreira, no Estado
de Minas Gerais - uma ferramenta de valor e consistência para os pesquisadores e estudiosos, especialmente (mas não
apenas...) aqueles dedicados aos registros de famílias mineiras no século XVIII.
O link para aquisição encontra-se na página CBG www.cbg.org.br, seção Publicações.
CURIOSIDADE
Assento de batismo de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes
São João Del Rei-MG, N. Srª do Pilar, Batismos 1746, nov - 1747, set.
Colaboração e transcrição do registro de Luis Carlos de Araujo Simões.
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O Vale do Calçado – 2ª parte
Pedro Viana Born
Pedro é formado em Odontologia em 1974, com Mestrado em 1987, ambos os cursos pela Universidade Federal do Rio
de Janeiro – UFRJ. Reside em Petrópolis-RJ e diz-se “curioso em genealogia e história”, mas na verdade é profundo
conhecedor da região centro-sul do Estado do Rio de Janeiro.
Autorizou a publicação deste artigo em nosso boletim.
(cont da 1ª parte – CM 112)
O capitão era irmão de João Barroso Pereira, desembargador da "Relação" da cidade do Porto, e que por sua vez,
era o pai do 8º Intendente.
Antes de substituir o 7º Intendente, o terrível D. Antonio de Meireles, "O cabeça de Ferro", Antonio Barroso
Pereira era fiscal em Vila do Príncipe em 1784, por portaria assinada pela rainha Maria I. Ele aqui chegou, recém
casado com Inácia da Costa Sampaio, a tempo de assistir o casamento do tio e padrinho homônimo.
No Tijuco - Diamantina -, nasceram Luís, Bento e Joaquim, os três primeiros filhos brasileiros de Antonio (8º
Intendente) e Inácia, que foram importantes na consolidação da Independência do Brasil.
É perfeitamente plausível que, na ocasião que requereu concessão de alvarás de posse de terras na área leste da
Paraíba, o capitão Antonio Barroso Pereira tenha sido avaliado candidato preferencial. Não se pode ignorar que a
presença de Beltrão de Gouveia no alto escalão da malha burocrática nessa ocasião possa ter influído a seu favor,
e tê-lo privilegiado com mais de uma carta de Sesmaria. Por outro lado, é de se considerar que a coroa distinguia
quem tinha reais condições financeiras para laborar a terra. Além disso, o capitão era oriundo de uma das mais
antigas e importantes famílias de Portugal. Barrosos e Pereiras tem parentesco e raízes em Salto, por vários
séculos; dali era oriunda Leonor Alvim Barroso, que foi desposada pelo primo Nuno Álvares Pereira, o 2º
Condestável do reino de Portugal. O casal teve a filha Beatriz, que se tornou esposa do 1º duque de Bragança,
desse modo matriarca de toda descendência, inclusive o príncipe regente D. João.
Primariamente, o julgamento do "Conselho Ultramarino" apreciava o perfil do candidato, fato que favorecia o
capitão Antonio, que não era um aventureiro, mas um funcionário graduado de carreira, de família importante;
que dera baixa da ativa em Vila Rica, no inicio da gestão Rodrigo Menezes.
Luis Beltrão de Gouveia e Almeida, membro há tempos do "Tribunal da Relação" no Rio de Janeiro desde que
deixara o cargo de 9º Intendente dos Diamantes no Tijuco, fora efetivado titular no cargo no ano de 1805.
Chegava ele ao topo de uma brilhante carreira no Brasil, desde que deixara Salvaterra de Magos, Portugal,
quando atuara como corregedor de concessão de alvarás de posse de terras na capitania de Minas.
Por designação do regente D. João, Luis Beltrão de Gouveia e Almeida deixaria o Brasil para se tornar capitão
general da Ilha da Madeira no ano de 1814. Ali como governador, despachando normalmente no seu gabinete de
trabalho, faleceria ele (de síncope cardíaca), o eterno solteirão e uma das mais brilhantes inteligências do reino.
Com o falecimento do capitão Antonio Barroso Pereira antes de 1805, a viúva Mariana Jacinta veio a contrair
segundas núpcias com o capitão José Antonio Barbosa, da fazenda Sebolas, cuja sede ficava defronte à capela de
Sant'Anna, onde fora exposto parte do despojo de Tiradentes em 1792.
Certamente, após a morte do capitão Antonio Barroso Pereira, o segundo marido da então viúva Mariana Jacinta,
viria a assinar os livros de concessão de Sesmarias na banda leste da Paraíba. O fato também explica que após a
morte do capitão Antonio, sua viúva Mariana Jacinta e os únicos filhos do casal, Magdalena Maria (nascida em
1879) e Antonio (nascido em 1792 e futuro 1º barão de Entre Rios), herdariam a maior parte do imenso território
da banda leste da vila da Paraíba. Tais terras localizavam-se desde a margem fluminense do rio Paraíba do Sul,
abrangendo os atuais distritos de Anta e Aparecida, pertencentes ao atual município de Sapucaia, e o distrito de
Bemposta, pertencente atualmente a Três Rios.
Em decorrência das determinações do governador da capitania de Minas, a partir de 1781 houve grande
adensamento populacional na mencionada zona leste da Mantiqueira ou "Zona da Mata", em especial no arraial do
Cágado, atual município de Mar de Espanha. Seus habitantes passaram a utilizar uma nova via, que ficaria conhecida
como "Caminho do Mar de Espanha"; desse modo, os viandantes que se dirigiam dessa região ao Rio de Janeiro não
mais tinham a necessidade de passar pela vila da Paraíba, pois tal caminho ligava diretamente a Sebolas.
Por volta de 1805, foi edificada a primeira grande sede de fazenda de criação e de lavouras, na margem dessa
nova via, justamente para a ocupação e desenvolvimento daquele imenso território deixado pelo capitão
Antonio Barroso Pereira, que falecera pouco antes. Tal empreendimento se localizava na margem do "Caminho do
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Mar de Espanha", em terras fluminenses que correspondiam à zona leste da vila da Paraíba e próxima de Sebolas.
Ali foi edificada uma grande sede pelo capitão José Antonio Barbosa, esposa e enteados. É possível que o nome
da propriedade tenha se perpetuado como fazenda da Bemposta, em homenagem a D. João VI, que faleceu no ano
de 1826 no "Paço da Bemposta" nas cercanias de Lisboa.
O lugar era conhecido como "Portões", que atualmente é nome de um bairro do município de Areal, que se
emancipou recentemente de Três Rios.
No ano de 1813, distando mil metros a sudeste do antigo "Porto Velho", local de travessia entre Minas e Rio, no
percurso do "Caminho do Mar de Espanha", a herdeira Magdalena Maria, então recém casada com Damaso José de
Carvalho, ergueria a fazenda "Sant'Anna", uma homenagem dela a N. S. de Sant'Anna de Sebolas. A sede dessa
fazenda foi edificada na margem de uma área lageada do rio, que por isso, eternizou-se como Calçado. Magdalena
Maria ergueria, posteriormente, a primeira capela do outrora arraial de Anta, também denominando-a Sant'Anna.
As fazendas Sant'Anna e Bemposta passariam a receber mudas de café "Arábica", bem antes da ocasião em que D.
João VI deferiu requerimento de concessão das terras de Entre Rios, solicitadas por Antonio Barroso Pereira e sua
irmã Magdalena Maria no ano de 1817.
Entusiasmado com a perspectiva econômica do café, tendo como referência o sucesso dos franco caribenhos do
alto da Tijuca, o príncipe regente determinou uma verdadeira política de Estado. Havia a necessidade urgente de
produzir divisas a um reino mergulhado em imensa crise econômica. A melhor possibilidade após a abertura dos
portos da colônia, era transformá-la em produtora de café em larga escala para exportação.
Inteirando-se dos requisitos para introduzir vastamente a cultura cafeeira, vislumbrou a coroa prioritariamente as
partes altas do "Caminho Novo" relativamente próximas ao porto do Rio de Janeiro. Estudadas as possibilidades
geográficas e logísticas, a decisão do regente recaiu nos ombros do capitão José Antonio Barbosa e seu enteado
Antonio Barroso Pereira, recém egresso do batalhão de Vila Rica. Pelo entusiasmo, empenho e lealdade, logo o 2º
marido de Mariana Jacinta seria tratado pelo regente pela alcunha de capitão "Tira Morros". A razão óbvia do
apelido já denota o estado de espírito daquele que se tornaria rei do Brasil, Portugal e Algarves no ano de 1816.
A política de implantação e desenvolvimento econômico da cultura cafeeira no vale do Paraíba foi determinada
pela ação enérgica e obstinada de D. João VI. Desse modo, o epicentro da primeira onda do café ocorreu no vale
do rio Calçado, na margem do caminho do Mar de Espanha Fluminense, dirigindo-se em seguida para a banda
mineira desse mesmo caminho, mais precisamente nas cercanias do antigo "Arraial do Cágado". Após o sucesso
pioneiro de Bemposta, a cafeicultura logo surgiu na região de Cantagalo em terras fluminenses.
Em sentido contrário às águas do Paraíba, a implantação extraordinária da cultura cafeeira daria fama a Vassouras
no início de 1830, quando o café se tornaria o primeiro produto da pauta das exportações brasileiras.
Além do pioneirismo do capitão "Tira Morros", projetos de novas vias foram surgindo para o escoamento da cultura
do café, mesmo depois da partida de D. João VI. Após árdua e longa obra serra acima, baseada nos mapas do capitão
Inácio de Sousa Werneck, ocorreu a abertura da estrada do Comércio, iniciada antes de 1824. A grande empreitada
ocasionaria a incorporação de outras áreas, como Rio das Flores, Valença e Rio Preto em Minas Gerais. Neste mesmo
ano, haviam chegado tardiamente os desafortunados colonos suíços para a ocupação dos antigos sertões do Macacu.
O "Vale do Calçado", título dessa crônica e Blog, tem aqui registrada sua relevância histórica como protagonista
da primeira onda do café no vale do Paraíba, tendo sido a fazenda do Calçado verdadeiro marco histórico, pois que
foi a primeira fazenda genuinamente projetada para a cultura cafeeira no ano de 1820. Seu famoso quadrilátero
de senzalas cercava e protegia o terreiro de secagem do café, com o objetivo também de defender o local contra
ataques dos índios Puris que habitavam a região.
A histórica fazenda que recebeu o nome do rio ilustra este texto. A imagem foi obtida da magnífica obra de
Johann Georg Grimm, que a retratou em quadro a óleo sobre tela, então encomendado por seu proprietário, o
fazendeiro Inácio Barbosa dos Santos Werneck, o barão da Bemposta. Inácio adquirira a fazenda do Calçado de
Carolina Carvalho Pinto, cunhada de sua irmã Isabel Leopoldina Werneck de Carvalho, que foi casada com outros
dois irmãos de Carolina. Das fazendas aqui citadas e edificadas por seus pioneiros, derivaram todas as demais da
bacia do rio Calçado, estas edificadas paulatinamente por meio de desmembramento de terras das originais
Bemposta e Sant'Anna.
Barão, Visconde e Conde - os três títulos contemplados entre os patronos de Cadeiras CBG: nº 9, Guilherme Chambly
Studart, Barão de Studart (título concedido pela Santa Sé) ; nº 14, Nicolau Antônio Nogueira Valle da Gama, Visconde
de Nogueira da Gama e nº 21, Pedro Caldeira Brant, Conde de Iguaçu.
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WWW
• Testamentos Comarca do Rio das Velhas (Sabará/MG)
Para quem pesquisa a antiga Comarca do Rio das Velhas, no sítio do APM – Arquivo Público Miineiro
(http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/) constam alguns livros de registro de testamentos:
·CMS-020 TESTAMENTOS - 1748 - 1754
·CMS-190 REGISTRO DE TESTAMENTOS - 1750 - 1760
·CMS-255 TESTAMENTO DE MATIAS BRANDÃO COUTINHO. (DESCRIÇÃO ANTERIOR:
AFERIÇÕES DE BALANÇAS, MARCOS, PESOS E MEDIDAS) - 1752 - 1772
·CMS-200 REGISTRO DE TESTAMENTOS, INVENTÁRIOS E SISAS DOS BENS DE RAIZ - 1776 - 1782
·CMS-073 TESTAMENTOS E INVENTÁRIOS - 1784
·CMS-209 REGISTRO DE TESTAMENTOS DA FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO - 1800 - 1845
·CMS-169 TABELIÃO DA ALDEIA DO ARRAIAL DE RAPOSOS PARA ESCREVER OS TESTAMENTOS - 1820
Para acessá-los, clicar em "Câmara Municipal de Sabará" e colocar em "Palavra-chave": "testamento".
Colaboração: Stanley Savoretti de Souza - Belo Horizonte/MG
• Busca de leis - O governo lançou um metabuscador para pesquisa nos vários portais legislativos do país.
http://busca.interlegis.leg.br.
Colaboração: Josimeire Baggio
O Sócio Honorário Jerônimo Vingt-un Rosado Maia nasceu em Mossoró - RN, filho de Isaura e Jerônimo Rosado:
como o nome indica, foi o 21º dos filhos do casal. O pai, a partir do 6º, passou a batizar a numerosa prole
enumerando-os, primeiro em Português, depois em Francês. Com os mais jovens, o pai nem variava mais o
primeiro nome: a partir do 15º, todos os homens foram chamados de Jerônimo seguido do número
correspondente, até Vingt-un. Cinco mulheres, antes do seu ordinal, chamaram-se Isaura, nome da mãe. O nono
homem foi Isauro. Houve também três Laurentinos, só um deles numerado.
EXPEDIENTE
Boletim Informativo
COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA
Av. Augusto Severo, 8 - 12º andar - Glória
20021-040 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (21) 2221-6000
Diretoria:
Presidente Regina L. Cascão Viana
Vice-Presidente Carlos Eduardo de Almeida Barata
1º Secretária Patrícia de Lima Bocaiúva
2º Secretária Eliane Brandão de Carvalho
1º Tesoureiro Antonio Cesar Xavier
2º Tesoureiro Guilherme Serra Alves Pereira
Dir. Publicações Leila Ossola
Auxiliares Cinara Maria Bastos J. A. do Nascimento
Clotilde Santa Cruz Tavares
Eliana Quintella de Linhares
Gilson Flaeschen
Laura de Saint-Brisson Ferrari
Conselho Fiscal:
Hugo Forain Junior
Roni Fontoura de Vasconcelos Santos
Victorino C. Chermont de Miranda
Dias e horários de funcionamento:
2ª-feira de 13 às 17 horas / 3ª-feira de 14 às 17 horas
Página:
www.cbg.org.br
Email:
[email protected]
Diagramação:
Escale Serviços de Informática
Impressão:
Letras e Versos
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