UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
ALBERTO PRADO CUNHA
RECICLAGEM DE ENTULHO PROVENIENTE DE
OBRAS DE SANEAMENTO
SÃO PAULO
2006
2
ALBERTO PRADO CUNHA
RECICLAGEM DE ENTULHO PROVENIENTE DE
OBRAS DE SANEAMENTO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como exigência parcial
para obtenção do título de Graduação
do Curso de Engenharia Civil da
Universidade Anhembi Morumbi
Orientador : Prof. Dr. Antonio Rubens Portugal Mazzilli
São Paulo
2006
3
ALBERTO PRADO CUNHA
RECICLAGEM DE ENTULHO PROVENIENTE DE
OBRAS DE SANEAMENTO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como exigência parcial
para obtenção do título de Graduação
do Curso de Engenharia Civil da
Universidade Anhembi Morumbi
Trabalho_________em:_____de______________de 2006.
_______________________________________________
Prof. Dr. Antonio Rubens Portugal Mazzilli
_______________________________________________
Comentários:_______________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
4
RESUMO
A urbanização acelerada e o rápido adensamento das cidades de médio e grande porte
têm provocado inúmeros problemas para a destinação do grande volume de resíduos
gerados em atividades de construção, renovação e demolição de edificações e infraestrutura urbana, condicionando os gestores públicos a adotarem soluções mais
eficazes para a gestão desses resíduos. Portanto, o trabalho apresenta uma
metodologia específica para a gestão diferenciada dos resíduos de construção e
demolição, baseada na facilitação do descarte pela oferta de espaços adequados para
captação, na diferenciação obrigatória dos resíduos captados e na alteração de seu
destino, pela adoção, no caso dos resíduos de obras de saneamento, da reciclagem
como alternativa economicamente atrativa e ambientalmente sustentável, exemplificada
pela reciclagem praticada na empresa SABESP.
Palavras Chave: reciclagem, entulho, obras de saneamento
5
ABSTRACT
The accelerated urbanization and the fast crowding of the medium and large cities have
aroused several problems for the destination of the great volume of wastes generated in
activities of construction, renovation and demolition of buildings and urban infrastructures. Therefore, the public managers have to adopt more efficient solutions for the
management of such wastes. Therefore the work presents a specific methodology for
the special management of the construction and demolition wastes based on the
improvement of the facility to discard the residues by the increase of the number of
adequate spaces for caption, on the obligatory differentiation of the captivated wastes
and on the alteration of its final destination, using, in the case of sanitation works
wastes, the recycling, which is an economically feasible and environmentally sustainable
alternative such as the recycling done at the SABESP company.
Key Words: recycling, wastes, sanitation works
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 5.1 - Deposição irregular de entulhos (LIMA, 2005) ..........................................19
Figura 5.2 - Escavação de vala para execução de obras de saneamento
(SABESP, 2005)........................................................................................21
Figura 5.3 -
Posição das instalações de saneamento numa via (SABESP, 2005) ......22
Figura 5.4 -
Rompimento de pavimento de via (SABESP, 2005) ................................23
Figura 5.5 -
Levantamento de pavimento de via (SABESP, 2005)..............................23
Figura 5.6 -
Resíduos gerados pela escavação de vala (SABESP, 2005) ..................24
Figura 5.7 -
Areia sendo adensada com água e vibrador (SABESP, 2005) ................24
Figura 5.8 -
Estação de reciclagem de entulho “Estoril” em Belo Horizonte
(PMBH, 1998) ...........................................................................................25
Figura 5.9 - Composição do entulho (COMPAM, 2005) ...............................................28
Figura 5.10 - Esquema de Usina de Reciclagem (JOHN, 1996) ....................................28
Figura 5.11 - Fluxograma do Processo de Produtivo (BODI, 1997) ...............................30
Figura 6.1 - Via pavimentada com resíduos de entulho (BODI, 1997) .........................31
Figura 7.1 - Britador de mandíbula (SABESP, 2006) ..................................................35
Figura 7.2 - Calha vibratória (SABESP, 2006) ............................................................35
Figura 7.3 - Vala pontual de ligação de água em tubo de PEAD (SABESP, 2005).....35
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1 - Estimativa da Produção de Entulho ...........................................................20
Tabela 5.2 - Quantidade de Lixo em São Paulo.............................................................21
Tabela 7.1 - Volume descartado em aterro ....................................................................37
Tabela 7.2 - Valores dos materiais para aterro ..............................................................37
8
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AASHO
American Association of State Highway Officials
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
B.G.S.
Brita Graduada Simples
BNDES
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CBR
Índice de Suporte Califórnia
CETESB
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
COMPAM
Comércio de Papéis e Aparas Moóca
CONAMA
Conselho Nacional do Meio Ambiente
EPT
Engenharia e Pesquisas Tecnológicas S.A.
FISLURB
Taxa de Fiscalização dos Serviços de Limpeza Urbana
FMLU
Fundo Municipal de Limpeza Urbana
FUNDEP
Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa
H.R.B.
Highway Research Board
I.G.
Índice de Grupo (H.R.B.)
NBR
Norma Técnica Brasileira
PEAD
Poli Etileno de Alta Densidade
PMBH
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
PMSP
Prefeitura do Município de São Paulo
PVC
Poli Cloreto de Vinila
9
SABESP
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
SMA
Secretaria Estadual do Meio Ambiente
TRSD
Taxa de Resíduos Sólidos Domiciliares
TRSS
Taxa de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde
USP
Universidade de São Paulo
10
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ............................................................................................12
2
OBJETIVOS ................................................................................................14
2.1
Objetivo Geral..............................................................................................14
2.2
Objetivo Específico......................................................................................14
3
MÉTODO DE PESQUISA............................................................................15
4
JUSTIFICATIVA ..........................................................................................16
5
EXIGÊNCIAS PARA RECICLAGEM DE ENTULHO PROVENIENTE DE
OBRAS DE SANEAMENTO ........................................................................17
5.1
Leis Aplicadas no Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil ..........17
5.2
Geração de Resíduos..................................................................................19
5.2.1
Caracterização do Entulho Proveniente de Obras de Saneamento ............22
5.3
Histórico de Reciclagem de Entulho Proveniente de Obras de Saneamento
....................................................................................................................25
5.4
Processo de Produção da Reciclagem de Entulho Proveniente de Obras de
Saneamento ................................................................................................26
5.4.1
Árvore do Processo Produtivo .....................................................................29
6
VANTAGENS, CUIDADOS E RESULTADOS NA PAVIMENTAÇÃO..........31
7
ESTUDO DE CASO ....................................................................................34
7.1
O Processo..................................................................................................34
7.2
Aplicabilidade ..............................................................................................36
7.3
Redução de Custos .....................................................................................37
8
ANÁLISE OU COMPARAÇÃO/CRÍTICA .....................................................38
9
CONCLUSÕES ...........................................................................................39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................40
ANEXO A - IR-01/2004 INSTRUÇÃO DE REPARAÇÃO DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS
DANIFICADOS POR ABERTURA DE VALAS DA P.M.S.P. .......................43
ANEXO B - CLASSIFICAÇÃO AASHO / H.R.B..............................................................55
ANEXO C - RELATÓRIO POR TIPO DE SERVIÇOS DO PERÍODO DE 01 DE JULHO
DE 2006 À 31 DE JULHO DE 2006 – SABESP – PÓLO DE MANUTENÇÃO
MOÓCA .......................................................................................................59
11
ANEXO D - ENSAIOS DE ANÁLISE GRANULOMÉTRICA ...........................................61
ANEXO E - ENSAIOS DE ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA...................................63
ANEXO F - ENSAIO DE DENSIDADE ...........................................................................65
ANEXO G - ENSAIO PARA DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE LIQUIDEZ E DE
PLASTICIDADE...........................................................................................67
12
1 INTRODUÇÃO
O Brasil está entrando para um seleto grupo de países que se preocupam com a
destinação dos resíduos. Esta constatação é observada através dos avanços das
políticas ambientais inéditas que estão sendo implementadas em nosso país.
E cada vez mais tem se verificado que as questões ambientais devem ser tratadas de
um modo especial, de forma que todos tenham consciência da urgência e da grande
necessidade em se preservar o meio ambiente.
A simples, porém dispendiosa prática de remover entulho, que nada mais é que o
conjunto de fragmentos ou restos de tijolo, concreto, argamassa, madeira, asfalto, etc.,
provenientes do desperdício na construção, reforma e/ou demolição de estruturas,
como prédios, residências, pontes e pavimentos, está sofrendo mudanças significativas.
Daqui há pouco tempo não será mais suficiente apenas contratar os serviços de
caçambeiros e esquecer da existência de resíduos. As concessionárias de serviços
públicos e as construtoras terão de se adequar, em um curto espaço de tempo, a essas
novas exigências, pois serão obrigadas a apresentar além da autorização ou projeto
das obras e serviços, um projeto de remoção e destinação compromissada de entulho.
O estudo de soluções práticas, que apontem para a reciclagem do entulho das obras de
saneamento e construção civil, contribui para amenizar os problemas urbanos gerados
pelos depósitos clandestinos deste material e pelos aterros de inertes. Ao mesmo
tempo, este processo introduz no mercado um novo material, com grande
potencialidade de uso, proporcionando melhorias não apenas ambientais e sociais, mas
também econômicas tanto para as administrações públicas, no que tange aos
processos corretivos, como também para as empresas de saneamento e construção
civil no que diz respeito ao gerenciamento destes resíduos.
A quantidade de entulho gerado nas obras e construções que são realizadas nas
cidades brasileiras demonstra um desperdício irracional de material: desde a sua
13
extração, passando pelo seu transporte e chegando à sua utilização na construção. Os
custos desta irracionalidade são distribuídos por toda a sociedade, não só pelo
aumento do custo final das construções como também pelos custos de remoção e
tratamento do entulho. Na maioria das vezes, o entulho é retirado da obra e disposto
clandestinamente em locais como terrenos baldios, margens de rios e de ruas das
periferias. A prefeitura compromete recursos, nem sempre mensuráveis, para a
remoção ou tratamento desse entulho: tanto há o trabalho de retirar o entulho da
margem de um rio como o de limpar galerias e desassorear o leito de córregos onde o
material termina por se depositar. O custo social total é praticamente impossível de ser
determinado, pois suas conseqüências geram a degradação da qualidade de vida
urbana em aspectos como transportes, enchentes, poluição visual, proliferação de
vetores de doenças, entre outros. De um jeito ou de outro, toda a sociedade sofre com
a deposição irregular de entulho e paga por isso.
No caso do entulho o ideal é reduzir o volume e reciclar a maior quantidade possível do
que for produzido.
14
2 OBJETIVOS
Promover a reciclagem do entulho gerado da escavação de valas buscando atender às
legislações ambientais.
Ressaltando que, a reciclagem será feita através do britamento do entulho que
substituirá os materiais atualmente utilizados para o reaterro de valas tais como solos
argilosos extraídos de jazidas que, hoje em dia, encontram-se escassas e distantes das
áreas metropolitanas.
2.1 Objetivo Geral
Demonstrar a viabilidade do aproveitamento do entulho gerado em obras de
saneamento promovendo sua reciclagem através do britamento.
2.2 Objetivo Específico
Propor uma saída tecnicamente viável para utilizar a geração de entulho em obras de
saneamento, visando a reciclagem desse entulho que por sua vez, proporcionará a
diminuição dos materiais descartados, a redução de custos, a preservação do meio
ambiente e o atendimento à legislação.
15
3 MÉTODO DE PESQUISA
O trabalho será baseado em pesquisas a livros, revistas, manuais, artigos, publicações
e em sites de busca da internet. Para o estudo de caso serão realizados
acompanhamentos, em campo, de obras realizadas por empresas do ramo de
saneamento que operam sistemas em grandes metrópoles.
16
4 JUSTIFICATIVA
A geração de grandes quantidades de resíduos sólidos é um dos principais problemas
enfrentados pelas áreas urbanas. O crescimento populacional, o desenvolvimento
econômico e a utilização de tecnologias têm contribuído para o aumento crescente
dessa quantidade.
Atualmente, a indisponibilidade de aterros e “bota-foras” para resíduos das obras de
saneamento e de construção civil na Grande São Paulo, também tem se mostrado um
problema crescente no setor, forçando cada vez mais a eficácia no gerenciamento do
entulho. Além do comprometimento de logística, custo e legislação, temos uma
sociedade que está se preocupando, cada dia mais, com as condições ambientais e
também, valorizando a empresa que apresenta postura ambientalmente correta,
contribuindo para a preservação do meio ambiente e melhoria da qualidade de vida de
todos.
17
5 EXIGÊNCIAS PARA RECICLAGEM DE ENTULHO PROVENIENTE
DE OBRAS DE SANEAMENTO
Com a crescente conscientização ambiental que a sociedade vem adquirindo, vários
instrumentos legais foram e estão sendo elaborados de maneira a controlar e
proporcionar um desenvolvimento sustentável. Esses instrumentos existem nos
diversos níveis de governo.
5.1 Leis Aplicadas no Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
RESOLUÇÃO nº 307 - CONAMA (BRASIL, 2002).
Nos parágrafos abaixo citamos os principais pontos das leis aplicadas nesse tema.
Os resíduos sólidos não poderão ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares,
bota foras, encostas, lotes vagos e corpos d água.
O programa Municipal de gerenciamento de resíduos da construção civil fica a cargo
das Prefeituras e será analisado dentro do processo de licenciamento de projetos.
Os municípios deverão elaborar programa de gerenciamento de resíduos até janeiro de
2004.
Em julho de 2004 os programas serão implementados e será proibido jogar os resíduos
em aterro domiciliar e bota-fora.
Em janeiro de 2005, quem não estiver enquadrado no programa deverá incluir os
projetos de gerenciamento de resíduos nos projetos a serem submetidos à aprovação
ou ao licenciamento da Prefeitura.
Os resíduos classe A (tijolos, blocos, cerâmicas, argamassa e concreto) deverão ser
reutilizados ou reciclados como agregados ou serem encaminhados para reciclagem.
DECRETO Nº 42.217, DE 24 DE JULHO DE 2002 regulamenta a Lei nº 10.315, de 30
de abril de 1987, no que se refere ao uso de áreas destinadas ao transbordo e triagem
de resíduos de construção civil e resíduos volumosos. Nesse decreto, obtemos detalhes
18
das áreas para transbordo e triagem com caracterização das instalações e diretrizes a
serem obedecidas para instalação (SÃO PAULO, 2002a).
RESOLUÇÃO SMA nº 41, de 17 de outubro de 2.002. Dispõe sobre procedimentos para
o licenciamento ambiental de aterros de resíduos inertes e da construção civil no
Estado de São Paulo considerando que a indústria da construção civil gera grande
quantidade de resíduos que dispostos em locais inadequados, contribuem para a
degradação da qualidade ambiental e que tais resíduos representam um significativo
percentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas (CETESB, 2002).
LEI Nº 13.298, 16 DE JANEIRO DE 2002. Dispõe sobre as responsabilidades e
condições de remoção de entulho, terra e materiais de construção, estabelecendo
obrigações de cada parte, tanto a geradora do material como a responsável pela sua
remoção (SÃO PAULO, 2002b).
LEI Nº 13.478, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2002. Dispõe sobre a organização do
Sistema de Limpeza Urbana do Município de São Paulo; cria e estrutura seu órgão
regulador; autoriza o Poder Público a delegar a execução dos serviços públicos
mediante concessão ou permissão; institui a Taxa de Resíduos Sólidos Domiciliares TRSD, a Taxa de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde - TRSS e a Taxa de
Fiscalização dos Serviços de Limpeza Urbana - FISLURB; cria o Fundo Municipal de
Limpeza Urbana – FMLU (SÃO PAULO, 2002c)
19
5.2 Geração de Resíduos
“Há muitos anos as políticas públicas estão voltadas ao lixo domiciliar e ao esgoto.
Ignora-se o problema do resíduo da construção”, avalia o professor Vanderley John, do
Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP. E
essa falta de preocupação com os resíduos da construção estimulam descartes
clandestinos como o verificado na figura 5.1.
Figura 5.1 - Deposição irregular de entulhos (LIMA, 2005)
Apesar de causar tantos problemas, o entulho, que é gerado em grande quantidade no
mundo, conforme tabela 5.1, deve ser visto como fonte de materiais de grande utilidade
para as obras de saneamento e de construção civil. É possível produzir agregados areia, brita e bica corrida para uso em pavimentação, contenção de encostas,
canalização de córregos, e uso em argamassas e concreto (PINTO, 1989).
20
Tabela 5.1 - Estimativa da Produção de Entulho
LOCAL GERADOR
Brasil
São Paulo
Rio de Janeiro
Brasília
Belo Horizonte
Porto Alegre
Salvador
Recife
Curitiba
Fortaleza
Florianópolis
Europa
Reino Unido
Japão
GERAÇÃO
ESTIMADA (ton/mês)
372.000
27.000
85.000
102.000
58.000
44.000
18.000
74.000
50.000
33.000
16.000 a 25.000
6.000
7.000
Fonte: Pinto,1989
Para todas estas aplicações, é possível obter similaridade de desempenho em relação
a produtos convencionais, com custos muito competitivos. De qualquer forma, a
compatibilidade entre as aplicações e os materiais e componentes produzidos deve ser
levada em conta. A produção de componentes deve considerar a necessidade de
cuidados especiais para que a composição do entulho não prejudique o produto final.
Além disso, o controle da composição e do processamento do material é indispensável
(HAMASSAKI, 1996).
Apenas na cidade de São Paulo, segundo dados constantes no site da Prefeitura
Municipal e indicados na tabela 5.2, são gerados diariamente cerca de 1,98 mil
toneladas de entulho proveniente de obras de saneamento e de construção civil.
21
Tabela 5.2 - Quantidade de Lixo em São Paulo
Coleta de Lixo segundo Origem
Município de São Paulo - 2002
Origem do Lixo
Coleta
Média Mensal (1)
Anual (1)
%
Município de São Paulo
379.971
4.559.649
100
Primário Domiciliar e
Varrição
295.745
3.548.934
77,83%
Industrial
9.385
112.620
2,47%
Saúde
2.789
33.472
0,73%
Entulho
59.666
715.986
15,70%
Diversos
12.386
148.637
3,26%
(1) Em Toneladas
Fonte: P.M.S.P., 2002
Já a Sabesp, gera 4.100 t / mês1 de material de primeira qualidade, ou seja, entulho
granular praticamente limpo conforme foto da figura 5.2.
Figura 5.2 - Escavação de vala para execução de obras de saneamento (SABESP, 2005)
_________
1
Conforme relatórios internos da Sabesp.
22
Hoje a coleta de entulho em caçambas, está bastante organizada, se comparada ao
quadro de poucos anos atrás, mas a disposição final dos cerca de 19,6 mil toneladas /
dia de entulho gerado em São Paulo, ainda é caótica, e se considerarmos a reciclagem
e aproveitamento destes materiais o quadro é ainda pior, já que são poucas as práticas
e políticas públicas para este setor (HAMASSAKI, 1996).
5.2.1 Caracterização do Entulho Proveniente de Obras de Saneamento
Tendo em vista que as instalações de obras de saneamento, em sua maior parte, são
executadas através de tubulações enterradas conforme verificamos na figura 5.3 (redes
de distribuição de água, de coleta de esgoto e de captação de águas pluviais),
Figura 5.3 - Posição das instalações de saneamento numa via (SABESP, 2005)
para quaisquer intervenções nesses sistemas, tanto para manutenção ou expansão, é
necessária escavação de vala, que inicia-se com o rompimento e posterior
23
levantamento do pavimento existente de acordo com as fotos constantes das figuras
5.4 e 5.5 (BARBOSA, 2005).
Figura 5.4 - Rompimento de pavimento de via (SABESP, 2005)
Figura 5.5 - Levantamento de pavimento de via (SABESP, 2005)
Verificamos que, a partir do levantamento do pavimento como demonstra a figura 5.6,
surgem os resíduos que não podem ser aproveitados diretamente no reaterro da vala
escavada, pois grande parte das instalações são compostas de materiais plásticos
como PVC e PEAD e, portanto, os resíduos gerados pelo rompimento de pavimento
podem, facilmente, danificar essas instalações (BARBOSA, 2005).
24
Figura 5.6 - Resíduos gerados pela escavação de vala (SABESP, 2005)
O entulho proveniente de obras de saneamento é basicamente composto por:
9 Solo excedente de reaterro, devido ao empolamento e a troca por material
granular, como por exemplo, a areia ou outro material similar que não danifique
as instalações, conforme verificamos na figura 5.7 a utilização de areia com
aplicação de água e vibrador para seu adensamento;
9 Resíduos de pavimento asfáltico (incluindo base e sub-base);
9 Resíduos de argamassa, concreto e ladrilhos em geral que revestem os passeios
públicos (BARBOSA, 2005).
Figura 5.7 - Areia sendo adensada com água e vibrador (SABESP, 2005)
25
5.3 Histórico de Reciclagem de Entulho Proveniente de Obras de
Saneamento
No Brasil, pouca quantidade de entulho é reciclada, e ainda não se dispõe de políticas
públicas estaduais e federais eficiente sobre o tema. Contudo, alguns Municípios, como
Belo Horizonte na foto da figura 5.8, Ribeirão Preto, Londrina, São Paulo, entre outros,
já possuem usinas de reciclagem. Além disso, outros municípios vêm implantando
ações para reciclagem do entulho, pautadas em legislações municipais adequadas,
como é o caso do município de Salvador. Em geral, as experiências de reciclagem de
entulho têm se restringido à iniciativa pública de algumas prefeituras municipais.
Podemos citar também o exemplo da Prefeitura de Ribeirão Pires que recicla parte do
entulho gerado no município utilizando-o como sub-base para pavimentação (FUNDEP,
2005).
Figura 5.8 - Estação de reciclagem de entulho “Estoril” em Belo Horizonte (PMBH, 1998)
26
A reciclagem de entulho já é praticada na América do Norte há mais de 30 anos para
produzir agregados artificiais para compor base e sub-base de pavimentos. Na Europa
a prática de reciclar entulho é ainda mais antiga e fundamental, em países como
Alemanha, Holanda e Dinamarca, já se desenvolvem negociações com construtores
ingleses, visando a importação de restos de demolição. Esses países, juntamente com
a Dinamarca estabeleceram metas de até 95% de reciclagem de todo seu entulho até o
ano de 2015. Na Dinamarca o negócio conta ainda com alguns incentivos indiretos a
reciclagem devido à falta de matéria prima granular natural no país o uso destas é
taxado em 10%. Tal prática favorece a reciclagem pelas próprias mineradoras
(VIVERCIDADES, 2006).
Porém, independentemente deste aspecto, os preços dos reciclados são ainda bem
vantajosos. Uma mineradora, por exemplo, vende tanto o agregado primário quanto o
reciclado a seus clientes. Os agregados naturais custam cerca de 50% mais que os
reciclados de concreto e asfalto, que tem seu custo operacional em torno de US$ 2,00 a
US$ 4,00 a tonelada de material reciclado. O produto é vendido a cerca de US$ 9 a
tonelada, ou seja, mais de 100% de lucro e ainda um preço 50% inferior ao da areia e
pedra primária (LEVY, 1997).
5.4 Processo de Produção da Reciclagem de Entulho Proveniente de
Obras de Saneamento
Os resíduos encontrados predominantemente no entulho, que são recicláveis para a
produção de agregados, pertencem a três grupos:
Grupo I
- materiais compostos de cimento, cal, areia e brita: concretos, argamassa,
blocos de concreto.
Grupo II
- materiais cerâmicos: telhas, manilhas, tijolos, azulejos.
27
Grupo III - materiais não-recicláveis: solo, gesso, metal, madeira, papel, plástico,
matéria orgânica, vidro e isopor. Desses materiais, alguns são passíveis de serem
selecionados e encaminhados para outros usos. Assim, embalagens de papel e
papelão, madeira e mesmo vidro e metal podem ser recolhidos para reutilização ou
reciclagem (COMPAM, 2005).
Figura 5.9 – Composição do Entulho (COMPAM, 2005)
A reciclagem do entulho pode ser realizada com instalações e equipamentos de baixo
custo, apesar de existirem opções mais sofisticadas tecnologicamente. Havendo
condições, pode ser realizado na própria obra que gera o resíduo, eliminando os custos
de transporte. Na figura 5.9 verificamos um esquema de uma usina de reciclagem de
entulhos (BRASIL, 1994).
É possível contar com diversas opções tecnológicas, mas todas elas exigem áreas e
equipamentos destinados à seleção, trituração e classificação de materiais. As opções
mais sofisticadas permitem produzir a um custo mais baixo, empregando menos mãode-obra e com qualidade superior. Exigem, no entanto, mais investimentos e uma
escala maior de produção. Por estas características, adequam-se, normalmente, às
cidades de maior porte (BRASIL, 1994).
28
Figura 5.10 - Esquema de Usina de Reciclagem (JOHN, 1996)
A implantação de usinas de reciclagem ou fábricas de componentes de uso comum a
vários municípios - através de consórcios - depende, principalmente, da distância entre
eles, dada a importância dos custos de transporte, e tende a ser possível apenas para
municípios muito próximos (ZORDAN, 1997).
De uma maneira geral, a princípio, será feita a pré-qualificação do entulho a ser
recebido das concessionárias, construtoras, caçambeiros, etc. O entulho deverá ser
despejado na área de recebimento e triagem.
Nesta área o entulho será separado e triado em três setores com a seguinte
classificação: Processo 1 (entulho), Processo 2 (asfalto) e Processo 3 (descarte).
O Processo 1 : consistirá na produção de areia e brita.
O Processo 2 : consistirá na produção de raspas de asfalto.
29
O Processo 3 : consistirá no descarte de materiais que não podem ser triturados,
devendo ser lançados em aterro de inertes ou aterro sanitário. Estima-se em 5% o
volume do rejeito gerado nos processos de reciclagem (ZORDAN, 1997).
Finalmente, podemos disponibilizar os materiais reciclados para o aproveitamento.
5.4.1 Árvore do Processo Produtivo
O desenvolvimento do beneficiamento do resíduo de obras de saneamento foi baseado
na experiência do tratamento de minérios como podemos ver na figura 5.10 e tem por
objetivo, adequar a diversidade de aplicações do agregado reciclado onde critérios de
classificação, tais como granulometria e composição determinam a eficiência do uso,
possibilitando um maior espectro de utilização desta nova matéria-prima. Essa nova
matéria-prima é basicamente composta por areia, raspas de asfalto e rocha britada
(BODI, 1997).
A ABNT através da NBR 7211 fixa as características exigíveis na recepção e produção
de agregados, miúdos e graúdos, de origem natural encontrados fragmentado ou
resultante da britagem de rochas. Dessa forma, define-se agregado miúdo como areia
de origem natural ou resultante da britagem de rochas estáveis, ou a mistura de ambas,
cujos grãos passam pela peneira ABNT de 4,8 mm e ficam retidos na peneira ABNT de
0,075 mm. Define, ainda, agregado graúdo, como pedregulho ou brita proveniente de
rochas estáveis, ou a mistura de ambos, cujos grãos passam por uma peneira de malha
quadrada com abertura nominal de 152 mm e retidos na peneira ABNT de 4,8 mm
(BODI, 1997).
30
Pré-qualificação do entulho a ser recebido
Concessionárias
Construtoras
Administração
Balança
Caçambeiros
Recebimento e Triagem
Estoque de Entulho
Estoque de Asfalto
Processo 1
Processo 2
Descarte ou Bota fora
Recurso
Produtivo
Brita
Areia
Estoque
Raspa de
Asfalto
Balança
Expedição
Figura 5.11 - Fluxograma do Processo de Produtivo (BODI, 1997)
31
6 VANTAGENS, CUIDADOS E RESULTADOS NA PAVIMENTAÇÃO
Como principais vantagens na utilização do entulho reciclado na pavimentação, temos :
9 a reciclagem pode ser mais barata do que a disposição dos rejeitos, além de ter
o potencial de tornar o preço de uma obra mais convidativo.
9 é a forma de reciclagem que exige menor utilização de tecnologia, o que implica
em um menor custo do processo;
9 permite a utilização de todos os componentes minerais do entulho (tijolos,
argamassas, materiais cerâmicos, areia, pedras, etc.), sem a necessidade de
separação de nenhum deles;
9 economia de energia no processo de moagem do entulho (em relação à sua
utilização em argamassas), uma vez que, usando-o na pavimentação, parte do
material pode permanecer em granulometrias graúdas;
9 possibilidade de utilização de uma maior parcela do entulho produzido, como o
proveniente de demolições e de pequenas obras que não suportam o
investimento em equipamentos de moagem/ trituração;
9 maior eficiência do resíduo quando adicionado aos solos saprolíticos em relação
a mesma adição feita com brita. Enquanto a adição de 20% de entulho reciclado
ao solo saprolítico gera um aumento de 100% do CBR, nas adições de brita
natural o aumento do CBR só é perceptível com dosagens a partir de 40%
(ZORDAN, 1997).
Figura 6.1 - Via pavimentada com resíduos de entulho (BODI, 1997)
32
Devemos ressaltar os cuidados prévios na avaliação do entulho a ser reciclado, se foi
contaminado pelo solo, onde foi depositado ou se é de uma demolição cuja utilização
poderia ser prejudicial à saúde, como por exemplo, uma unidade hospitalar.
Já como principais resultados do processo em geral, temos (BRASIL, 1994):
9 Ambientais
Os principais resultados produzidos pela reciclagem do entulho são benefícios
ambientais. A equação da qualidade de vida e da utilização não predatória dos
recursos naturais é mais importante que a equação econômica. Os benefícios
são conseguidos não só por se diminuir a deposição em locais inadequados (e
suas conseqüências indesejáveis já apresentadas) como também por minimizar
a necessidade de extração de matéria-prima em jazidas, o que nem sempre é
adequadamente fiscalizado. Reduz-se, ainda, a necessidade de destinação de
áreas públicas para a deposição dos resíduos.
9 Econômicos
As experiências indicam que é vantajoso também economicamente substituir a
deposição irregular do entulho pela sua reciclagem. O custo para a
administração municipal é de US$ 10,00 por metro cúbico clandestinamente
depositado, aproximadamente, incluindo a correção da deposição e o controle de
doenças. Estima-se que o custo da reciclagem significa cerca de 25% desses
custos. A produção de agregados com base no entulho pode gerar economias de
mais de 80% em relação aos preços dos agregados convencionais. A partir deste
material é possível fabricar componentes com uma economia de até 70% em
relação a similares com matéria-prima não reciclada. Esta relação pode variar,
evidentemente, de acordo com a tecnologia empregada nas instalações de
reciclagem, o custo dos materiais convencionais e os custos do processo de
reciclagem implantado. De qualquer forma, na grande maioria dos casos, a
reciclagem de entulho possibilita o barateamento das atividades de construção.
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9 Sociais
O emprego de material reciclado em programas de habitação popular traz bons
resultados. Os custos de produção da infra-estrutura das unidades podem ser
reduzidos. Como o princípio econômico que viabiliza a produção de
componentes originários do entulho é o emprego de maquinaria e não o
emprego de mão-de-obra intensiva, nem sempre se pode afirmar que a sua
reciclagem seja geradora de empregos.
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7 ESTUDO DE CASO
O presente estudo foi elaborado no Pólo de Manutenção Moóca – SABESP, no mês de
julho de 2006 e tem como objetivo apresentar uma proposta de aproveitamento de
material reciclado, oriundo de obras de saneamento executadas por este Pólo de
Manutenção.
Será proposto o aproveitamento do entulho, que origina-se de intervenções nos
sistemas de distribuição de água e coleta de esgotos executadas diariamente pelas
equipes da SABESP.
O material desse estudo foi ensaiado pela empresa EPT, apresentando bons resultados
nos testes a que foi submetido, dentre eles: Determinação do Equivalente de Areia,
Limites de Liquidez e Plasticidade, Índice Suporte Califórnia, Densidade e Análise
Granulométrica.
A utilização de material reciclado representa, antes de tudo, uma atitude pró-ativa em
termos de responsabilidade ambiental.
7.1 O Processo
Originalmente o entulho proveniente de obras de saneamento seria encaminhado para
descarte em aterros sanitários, já através da prática de reciclagem, esse entulho
passou a ser encaminhado para uma usina simples de reciclagem. Nessa usina o
material é inicialmente separado e triado, e posteriormente encaminhado para três
processos:
O Processo 1 : consistirá na produção de areia e brita.
O Processo 2 : consistirá na produção de raspas de asfalto.
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O Processo 3 : consistirá no descarte de materiais que não podem ser triturados,
devendo ser lançados em aterro de inertes ou aterro sanitário.
Esses processos são realizados, basicamente, através de equipamentos de trituração,
conforme figura 7.1, que executam a trituração primária, em seguida o material
Figura 7.1 - Britador de mandíbula (SABESP, 2006)
é encaminhado através de calhas, que podemos ver na figura 7.2, que por possuírem
um sistema de peneiramento já fazem uma pré-seleção do material que será
direcionado para a trituração final por britadores que proporcionam a obtenção do
material mais fino e daí para o peneiramento final.
Figura 7.2 - Calha vibratória (SABESP, 2006)
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Tendo assim, como produto final o agregado miúdo, que será utilizado na substituição
do solo quando da recomposição de valas provenientes de obras de saneamento como
também em base e sub-base, ou seja, para fins não estruturais.
7.2 Aplicabilidade
Seguindo todas as normas da P.M.S.P., através da IR-01/2004, o material foi
classificado como :
9 Tipo - Areia Siltosa classificação H.R.B. A 2-4 e I.G. 0.
9 Índice de Suporte Califórnia - 42%.
9 Adensamento - compactação por compressão ou percussão.
9 Baixa coesão - empregar em locais confinados, como valas pontuais.
9 Valas contínuas - os extremos da vala poderão ser previamente reaterrados com
solo argiloso, para que ocorra o confinamento.
Sua utilização é ainda mais recomendada devido a servir como envoltória de proteção
às instalações de água e esgoto, compostas de materiais plásticos, como demonstra a
figura 7.3, que se recobertas com materiais de grande granulometria podem vir a ser
danificadas.
Figura 7.3 - Vala pontual de ligação de água em tubo de PEAD (SABESP, 2006)
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7.3 Redução de Custos
A reciclagem de entulho gera economia em vários itens de seu processo, conforme
verificamos na tabela 7.1:
Tabela 7.1 - Volume descartado em aterro
Valas
Abertas
(Unidade)
Entulho
Gerado
(m³)
Material Descartado
após Reciclagem
(m³)
Caçambas – Antes
Reciclagem
(Unidade)
Caçambas –
Depois
Reciclagem
(Unidade)
1940
580
200
146
80
Fonte : SABESP, 2006
Verificamos por essa tabela que obtemos uma grande economia com relação ao
número de caçambas que seriam necessárias para remover o volume original. Além da
área necessária para armazenagem provisória desse entulho que chegam ao longo do
dia e em pequenas quantidades.
Além da redução dos custos com caçambas, citado anteriormente, notamos pela tabela
7.2, que ao final do processo temos um saldo de matéria-prima que pode ser vendido
para empresas do ramo de pavimentação em substituição à B.G.S., material largamente
utilizado como sub-base de pavimentos viários.
Tabela 7.2 - Valores dos materiais para aterro
Consumo
Médio/mês
(m³)
Valor
Médio/mês
(R$)
Material
Reciclado (m³)
Valor do Material
Reciclado
(R$)
35
1.050,00
190
3800
Fonte : SABESP, 2006
38
8 ANÁLISE OU COMPARAÇÃO/CRÍTICA
O processo de implantação de programas de qualidade pelo qual passa a indústria da
construção, certamente contribuirá para a redução do volume de resíduos gerados por
esse setor. No entanto, a quantidade de entulho produzida não diminuirá de uma hora
para outra.
Além disso, por mais eficaz que sejam as mudanças introduzidas nos processos
construtivos, com o objetivo de reduzir os custos e a quantidade de resíduos gerados,
sempre haverá um montante inevitavelmente produzido, que somado aos resíduos de
demolição, ainda representará um volume expressivo.
Dessa forma, o estudo de soluções práticas que apontem para a reutilização do
entulho, contribui para amenizar o problema urbano dos depósitos clandestinos deste
material, proporcionando melhorias do ponto de vista ambiental, e introduz no mercado
um novo material com grande potencialidade de uso.
39
9 CONCLUSÕES
Os entulhos gerados nas obras de saneamento acarretam o aumento do custo final dos
serviços prestados com custos de remoção e tratamento.
A importância da reciclagem visa não apenas reduzir os custos da sociedade, mas
também preservar os recursos naturais, além de diminuir áreas de contaminação, já
que há falta de lugares adequados ou soluções que absorvam esta demanda de
produção.
Apesar de causar tantos problemas, o entulho deve ser visto como fonte de materiais
de grande utilidade para as obras de saneamento que por sua vez tem que se
enquadrarem às legislações mais restritivas e exigentes quanto a recomposição de
pavimentos.
Para todas as aplicações destes materiais, é possível obter similaridade de
desempenho em relação a produtos convencionais, com custos muito competitivos,
tornando uma alternativa economicamente viável.
40
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ANEXO A
IR-01/2004 INSTRUÇÃO DE REPARAÇÃO DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS
DANIFICADOS POR ABERTURA DE VALAS DA P.M.S.P.
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45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
ANEXO B
CLASSIFICAÇÃO AASHO / H.R.B.
56
57
58
59
ANEXO C
RELATÓRIO POR TIPO DE SERVIÇOS DO PERÍODO DE 01 DE JULHO
DE 2006 À 31 DE JULHO DE 2006 – SABESP – PÓLO DE
MANUTENÇÃO MOÓCA
60
61
ANEXO D
ENSAIOS DE ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
62
63
ANEXO E
ENSAIOS DE ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA
64
65
ANEXO F
ENSAIO DE DENSIDADE
66
67
ANEXO G
ENSAIO PARA DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE LIQUIDEZ E DE
PLASTICIDADE
68
Download

reciclagem de entulho proveniente de obras de saneamento