Projeto de Extensão: Ciclo de Oficinas de Educação Matemática: os ODM em foco
Coordenadora: Professora Vanessa Oechsler (IFSC Gaspar) / Bolsistas: Paula
Luana Maba e Vilmar José Bittencourt Junior
OFICINA DE DIA DAS
MÃES
APOSTILA DO
PROFESSOR
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APRESENTAÇÃO
Olá professor,
Essa apostila mescla os conteúdos apresentados na oficina de dia das mães e conteúdos
matemáticos que podem ser abordados no decorrer da oficina.
Espero que esse material o auxilie em suas aulas.
Fique à vontade para encaminhar críticas e sugestões. Nosso contato é:
[email protected]
Esperamos que você goste! Aproveite e saboreie esse aprendizado!
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CADERNO DE RECEITAS
Materiais:













61 folhas de papel A4(ou de acordo com o número de receitas desejadas)
Fita bebê (cor desejada)
2 folhas de papel cartão
E.V.A
Cola branca
Cola para E.V.A e isopor
Tesoura
Estilete
Espiral
Cola gliter
Caneta retroprojetor
Moldes: Cupcake; letras
Régua
Modo de fazer
1º passo: Montagem do caderno
Primeiro, pegue as folhas de papel A4 e de papel cartão.
Corte o E.V.A com 1,5 cm a mais nas partes de cima, e 1,5 cm a mais numa lateral, de
acordo com as medidas do papel A4.
Para separar as receitas dos salgados e dos doces, separe as folhas de oficio em duas
partes com quantidades de folhas iguais e separe-as com 2 folhas de papel cartão, uma
no começo do caderno e outra na metade.
Junte-as em forma de caderno e coloque o espiral.
2º passo: Decoração
Com os moldes de letras, corte a palavra “receitas” em E.V.A, na cor que quiser.
Após, cole as letras com a cola para E.V.A e isopor.
Com o molde de cupcake, corte em E.V.A as partes dele e monte-o. Coloque um pedaço
de fita banana em cada parte. Cole primeiramente na capa, a parte que representa a
massa do bolo, em seguida, faça o mesmo com a cobertura, colocando-a por cima da
massa. Faça o mesmo com o chantilly e a cereja, respeitando a ordem. Por último, cole a
forma um pouco por cima da massa.
3º passo: Divisões
Na primeira divisão, corte a palavra “doce” e salgado” com a ajuda dos moldes em
papel cartão na cor desejada. De acordo com o seu gosto, cole a palavra na página da
divisão com cola branca. Faça o mesmo na outra divisão. Decore a seu gosto.
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APOIO AO PROFESSOR
Como podemos abordar matemática nessa atividade?
- Medição do EVA com a régua
Inicialmente, as alunas deverão cortar o EVA que será a capa do caderno. Para isso, será
necessário que a aluna meça, com a régua, o tamanho do papel A4 e acrescente 1,5cm
na parte de cima e na lateral direita para cortar o EVA, da seguinte forma:
1,5cm
Folha de EVA
1,5cm
Folha de papel A4
É interessante discutir como se utilizar a régua para fazer essas medições.
Como fazer as medições na régua?
As réguas são graduadas em milímetros e centímetros.
1 cm
1 mm
1 cm
1 mm
Figura 1: Graduação na régua (do autor)
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Para se medir com uma régua, basta colocar o início da régua (0mm) no
começo do que se quer medir. Tome cuidado com as réguas em que a graduação não
começa no início do canto superior esquerdo. Devemos contar a medição apenas a partir
do 0mm.
Cuidado! A medição deve iniciar a
partir daqui (0mm)!
Figura 2: Instrução sobre como efetuar uma medição com a régua (do autor)
 Modo correto de medir:
Figura 3: Forma correta de fazer a medição com a régua (do autor)
Desta forma, a faixa decorativa possui 16,5cm.
 Modo incorreto de medir:
Figura 4: Forma incorreta de efetuar a medição com a régua (do autor)
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Outro assunto interessante a ser abordado nesse momento são as unidades de medida.
A origem das medidas
Quando o homem começou a construir suas casas e a praticar a agricultura, ele
precisou criar meios de efetuar medições. Mas, como medir comprimentos, se, naquela
época, não havia um sistema padrão de medidas que pudesse ser utilizado?
Dessa forma, na Antiguidade, os homens usavam a si próprios como referência
para medições, como podemos ver nos desenhos abaixo:
Figura 5: Sistemas de Medida da Antiguidade. Fonte: MACHADO, Nilson José. Medindo
comprimentos. São Paulo: Scipione, 1987.
No entanto, como cada pessoa tem um tamanho diferente de palmo, polegada,
passo, etc., as medidas ficavam diferentes a cada medição efetuada. Podemos citar, por
exemplo, a diferença do tamanho dos pés adotado na Inglaterra: o pé romano,
convertido para cm, media 29,6cm; o pé comum, 31,7cm; e o pé do Norte, 33,6cm.
Para não acontecerem confusões com essas mudanças de medida,
principalmente nas trocas comerciais, criou-se uma medida padrão com barras de
madeira ou metálicas.
Hoje em dia, utilizamos o sistema métrico, que tem as seguintes medidas:
Quilômetro – km
Hectômetro – hm
Decâmetro – dam
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Metro – m
Decímetro – dm
Centímetro – cm
Milímetro – mm
A medida padrão do metro surgiu em 1790, como resultado de um trabalho da
Academia de Ciências de Paris para solucionar o problema de conseguir encontrar uma
medida que fosse fixa mundialmente. Essa medida foi definida como o comprimento
1
equivalente à fração
da distância de um pólo até a linha do Equador, medida
10000000
sobre um meridiano. Essa medida foi construída em uma barra de metal nobre que se
encontra no Museu Internacional de Pesos e Medidas, na França.
Em países de língua inglesa, esse sistema ainda não é muito bem aceito; nesses
países, prevalece o uso de unidades de medida como o pé, a polegada e a jarda. No
Brasil, o sistema métrico foi adotado efetivamente em 1938.
Entendeu-se que o sistema métrico decimal seria de fácil compreensão no
mundo, pois o sistema numérico adotado também é o decimal. Por esse motivo, na
tabela do sistema métrico, as unidades derivadas do metro são obtidas através de
sucessivas multiplicações ou divisões por 10.
Observe o quadro abaixo, que apresenta o sistema métrico decimal e as
conversões das medidas para metro.
km
hm
dam
1000m
100m
10m
m
dm
0,1m
cm
mm
0,01m 0,001m
Na prática, as unidades desse quadro que são mais utilizadas são o milímetro, o
centímetro e o quilômetro, além, é claro, do metro. A escolha da unidade de medida
mais adequada depende dos objetos medidos. Por exemplo: para medirmos a distância
entre duas cidades, utilizamos a unidade do quilômetro; para medirmos o comprimento
do dedo polegar, utilizamos o centímetro; para medirmos a altura de uma pessoa adulta,
usamos o metro.
Como fazer a leitura das medidas de comprimento?
A leitura das medidas de comprimento pode ser efetuada com auxílio do quadro
de unidades já apresentado acima. Por exemplo, como faremos a leitura da seguinte
medida: 1,5cm, trabalhada na oficina? Ou melhor, o que significa 1,5cm? Olhando para
a medida, percebemos que temos 1 centímetro e mais um pouquinho... Quanto a mais?
Para resolver esse problema, utilizaremos o quadro de unidades, colocando1 o
número nesse quadro:
km
1
hm
dam
m
dm
cm
mm
O número que queremos dispor no quadro é: 1,5cm. Dessa forma, sabemos que temos 1 centímetro. O
número 5 deve ser disposto na coluna subsequente da tabela, ou seja, na coluna do milímetro.
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1
5
Através desse quadro, faremos a leitura: lê-se a parte inteira acompanhada da
unidade de medida do seu último algarismo e a parte decimal acompanhada da unidade
de medida de seu último algarismo. Dessa forma, lemos 1,5cm como um centímetro e
cinco milímetros. Ou ainda, como costumamos chamar, um centímetro e meio.
Assim, é possível dar uma noção às alunas do que significam as medidas que
estão sendo calculadas.
- Preço de custo e de venda do caderno
Outro assunto que pode ser abordado nessa oficina é o preço de custo e de venda
do caderno, uma vez que a oficina tem o intuito de contribuir para a geração de renda
das participantes.
Inicialmente, para calcular esses preços, é necessário ter uma noção de regra de
três.
Regra de três
Para entender o conceito de Regra de três, inicialmente é necessário entender o
conceito de grandezas direta e inversamente proporcionais.
Grandezas diretamente proporcionais:
Duas grandezas são diretamente proporcionais quando, dobrando uma delas, a outra também dobra;
triplicando uma delas, a outra também triplica, e assim por diante.
Grandezas inversamente proporcionais:
Duas grandezas são inversamente proporcionais quando, dobrando uma delas, a outra se reduz para a
metade; triplicando uma delas, a outra se reduz para a terça parte, e assim por diante.
Fonte: GIOVANNI, José Ruy; JUNIOR, José Ruy Giovanni. Matemática Pensar e Descobrir. São Paulo: FTD, 1996. 6ª
série.
Observe alguns tipos de grandezas direta e inversamente proporcionais:
Grandezas diretamente proporcionais:
- Perímetro: quanto maior o lado, maior o perímetro
- Quantidade de tecido: quanto maior a peça e quanto mais detalhes ela tiver, maior a
quantidade de tecido a ser utilizada.
Grandezas inversamente proporcionais:
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- Relação velocidade e tempo: quanto maior a velocidade, menor o tempo para realizar
determinado percurso.
- Quantidade de máquinas e tempo: quanto maior a quantidade de máquinas, menor o
tempo gasto para realizar determinado serviço.
Existem problemas que relacionam duas grandezas, sendo conhecidos dois
valores de uma delas e um valor de outra grandeza. Por esse motivo, esses
problemas são denominados de Regra de Três.
Como resolver uma regra de três?
Utilizando a propriedade fundamental da proporção e analisando o tipo de grandeza
apresentada no problema.
Propriedade Fundamental da Proporção
Sejam a, b, c e d números reais diferentes de zero, tais que:
a c

b d
Multiplicando os dois membros da igualdade por bd (produto dos consequentes
da proporção), obtemos:
a
c
 bd   bd
b
d
Simplificando, teremos:
ad  cb ,
o que permite dizer que:
Em toda proporção, o produto dos extremos é igual ao produto dos meios.
No caso desta oficina, utilizaremos a regra de três para verificar o preço de custo do
produto confeccionado. Desta forma, utilizaremos como exemplo o cálculo do preço de
custo das folhas A4 utilizadas na confecção do livro de receita.
Dados:
Quantidade de folhas A4 utilizadas no livro: 61
Quantidade total de folhas em um pacote: 500
Preço do pacote: R$ 19,70
Preço das folhas: ?
Montando nosso problema, temos duas grandezas: quantidade de folhas e preço. Vamos
montar uma tabela com esses dados:
Quantidade de folhas
Preço
500
19,70
61
x
Como o preço das 61 folhas é o que eu pretendo descobrir, preencho essa célula na
tabela com a incógnita x.
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Sobre as grandezas deste problema, sabemos que, quanto menor a quantidade de folhas,
menor o preço a ser pago, caracterizando uma grandeza diretamente proporcional.
Neste caso, utilizando a propriedade fundamental da proporção, teremos:
500 19, 70

61
x
500 x  19, 70  61
500 x  1201, 70
1201, 70
x
500
x  2, 40
Assim, gastaremos R$2,40 em folhas A4 para confeccionar esse livro de receitas.
De forma análoga, são efetuados os cálculos dos custos dos outros materiais utilizados
na confecção desse livro de receitas. Os valores encontrados são apresentados no quadro
abaixo:
Materiais
Qtd de
Valor gasto
material usado
na produção
na produção
do produto
do produto
R$ 19,70
61 folhas
R$ 2,40
R$ 4,50
100 cm
R$ 0,04
R$ 0,69
1 folha
R$ 0,69
R$ 2,10
1 folha
R$ 2,10
1 und (não
R$ 3,06
R$ 1,50
inteira)
R$ 7,00
1 und
R$ 3,60
1 und
R$ 3,60
1 und
R$ 3,60
1 und ( um
R$ 2,30
R$ 0,50
pouco)
R$ 2,49
1 und
R$ 10,83
Valor do
Unidade de
produto no
venda
mercado
61 folhas de oficio
Fita bebê
Folha de papel cartão
EVA
500 folhas
100m
1 folha
1 folha
Cola branca
110 g
Tesoura
Estilete
Espiral
1 und
1 und
1 und
Cola gliter
1 und
Régua
TOTAL GASTO
1 und
É interessante mostrar às alunas que a tesoura, o estilete, a régua, são materiais que elas
utilização em outras atividades, mas, é necessário calcular o seu preço caso se queira
começar o empreendimento, pois esses materiais deverão ser adquiridos para elaborar o
produto. Após a aquisição, não será necessário contar o preço no valor do produto.
Tendo o preço de custo, é possível calcular o preço de venda do produto.
De acordo com o Sebrae
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O preço de venda é o valor que deverá cobrir o custo direto da mercadoria,
produto ou serviço, as despesas variáveis (como impostos e comissões), as
despesas fixas proporcionais (como aluguel, água, luz, telefone, salários e
pró-labore), além de permitir a obtenção de um lucro líquido adequado. Além
do aspecto financeiro, a definição do preço de venda deve levar em conta o
aspecto mercadológico. O preço deverá estar próximo do praticado pelos
concorrentes diretos da mesma categoria de produto e de qualidade. Também
devem ser considerados o nível de conhecimento de marca, o tempo de
mercado, o volume de vendas já conquistado e a agressividade da
concorrência.
(Disponível
em:
http://www.sebrae.com.br/atender/momento/quero-melhorar-minhaempresa/utilize-as-ferramentas/formacao-de-precos/bia-170-formacao-depreco-de-venda/BIA_170)
Tendo este pensamento como base, é possível discutir com as alunas e elaborar o preço
de venda do produto.
Material de apoio: RESENDE, José Flavio Bomtempo(org). Como elaborar o preço de
venda.
Belo
Horizonte:
SEBRAE/MG,
2010.
Disponível
em:
http://www.sebraemg.com.br/atendimento/bibliotecadigital/documento/CartilhaManual-ou-Livro/Como-Elaborar-o-Preco-de-Venda
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CUPCAKES
Ingredientes:
Massa
- 2 ovos
- 2 xícaras de açúcar
- 1 xícara de azeite
- 2 ½ xícaras de trigo
- 1 xícara de achocolatado em pó
- 1 xícara de água morna
- 2 colheres de chá de fermento
Cobertura
- 3 colheres (sopa) de margarina
- 3 colheres (sopa) de leite
- 3 colheres (sopa) de achocolatado em pó
- 1 colher (sopa) de açúcar
Modo de fazer:
Massa:
Em uma batedeira misture todos os ingredientes menos o fermento. Após bater,
acrescente o fermento e mexa um pouco. Unte as formas de cupcake, coloque a massa
em cada forma e leve ao forno.
Cobertura:
Em uma panela, coloque todos os ingredientes e mexa até formar uma pasta. Ponha
sobre o bolo já frio.
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APOIO AO PROFESSOR
- Proporção dos ingredientes
É muito comum a dona de casa utilizar o conceito de proporção ao preparar
algum alimento. Entretanto, muitas vezes ela não percebe que essa atitude é uma
atividade matemática. Dessa forma, essa oficina tenta mostrar à dona de casa como a
matemática pode auxiliá-la na preparação dos alimentos.
Proporção
Partindo para a definição:
Proporção:
Dados, em certa ordem, quatro números (a, b, c e d) diferentes de zero, dizemos que
eles formam uma proporção quando a razão entre os dois primeiros (a e b) é igual à
razão entre os dois últimos (c e d)
Fonte: CRESPO, Antônio Arnot. Matemática comercial e financeiro fácil. 13ª ed. 3ª tiragem. São
Paulo: Saraiva, 2001.
Exemplo: Dados quatro números (2, 4, 6 e 12), como a razão dos
dois primeiros números (2 e 4) é igual à razão entre os dois últimos
(6 e 12), isto é:
2 1
6 1

e
 ,
4 2
12 2
dizemos que os números 2, 4, 6 e 12, nesta ordem, formam uma proporção, que
expressamos mediante a igualdade das duas razões:
2 6

4 12
Elementos da proporção
Na proporção:
a c

b d
Temos:
- a, b, c e d são os termos (1º, 2º, 3º e 4º termos, respectivamente)
- a e c são os antecedentes
- b e d são os consequentes
- a e d são os extremos
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- b e c são os meios
Propriedade Fundamental
Sejam a, b, c e d números reais diferentes de zero, tais que:
a c

b d
Multiplicando os dois membros da igualdade por bd (produto dos consequentes
da proporção), obtemos:
a
c
 bd   bd
b
d
Simplificando, teremos:
ad  cb ,
o que permite dizer que:
Em toda proporção, o produto dos extremos é igual ao produto dos meios.
Como abordar esse assunto na receita?
Por exemplo: para fazer uma receita de cupcake, utilizamos, para a massa:
- 2 ovos
- 2 xícaras de açúcar
- 1 xícara de azeite
- 2 ½ xícaras de trigo
- 1 xícara de achocolatado em pó
- 1 xícara de água morna
- 2 colheres de chá de fermento
Como faremos se quisermos preparar duas receitas?
Utilizando o conceito de proporção, teremos que duplicar todos os ingredientes:
- 2 ovos x 2 = 4 ovos
- 2 xícaras de açúcar x 2 = 4 xícaras de açúcar
- 1 xícara de azeite x 2 = 2 xícaras de azeite
- 2 ½ xícaras de trigo x 2 = 5 xícaras de farinha de trigo
- 1 xícara de achocolatado em pó x 2 = 2 xícaras de achocolatado em pó
- 1 xícara de água morna x 2 = 2 xícaras de água morna
- 2 colheres de chá de fermento x 2 = 2 colheres de chá de fermento.
E assim é possível discutir como diminuir a receita, como preparar a receita se eu tiver
apenas uma determinada quantidade de um ingrediente disponível... Todos esses
problemas podem ser resolvidos através da proporção.
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Outro conteúdo matemático que se percebe na cozinha, é o conceito de fração
pois, muitas vezes, é necessário usar ½ xícara ou ¼ de xícara,... Para tanto, é necessário
entender o que significam essas frações.
Fração
Fração: Dois números naturais a e b, com b  0, quando escritos na forma
a
, representam uma fração
b
onde:
 O número b indica em quantas partes iguais uma unidade foi dividida e é chamado denominador.
 O número a indica quantas dessas partes foram consideradas e é chamado numerador. O
numerador e o denominador são os termos da fração.
Fonte: GIOVANNI, José Ruy; JUNIOR, José Ruy Giovanni. Matemática Pensar e Descobrir. São Paulo: FTD, 1996. 6ª
série.
1
de xícara de farinha de trigo, significa que dividimos a xícara
2
em 2 partes e consideramos uma dessas partes.
Desta forma,
Observe o diagrama abaixo:
Xícara dividida em 2 partes
iguais
Seleção de
1
da xícara
2
Para que as alunas entendam como aumentar ou diminuir a quantidade de
ingredientes na forma fracionada, é possível explicar as operações de fração ou,
intuitivamente, fazê-las entender o que significa 2 vezes ½ xícara de farinha, por
exemplo, que é encher ½ xícara com farinha e depois mais ½ xícara com farinha.
Tendo a ideia de ensinar as operações matemáticas, é necessário, inicialmente,
trabalhar com o conceito de fração equivalente.
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Frações equivalentes
Considere as figuras abaixo:
A parte colorida representa
3
da figura
4
A parte colorida representa
6
da figura
8
A parte colorida representa
9
da figura
12
O que podemos observar com as figuras acima?
3 6
9
,
e
representam a mesma porção da figura.
4 8 12
Desta forma, dizemos que essas frações são equivalentes e escrevemos:
Percebemos que as frações
3 6
9
= =
.
4 8 12
Frações equivalentes: duas ou mais frações que representam a mesma porção da unidade.
Fonte: GIOVANNI, José Ruy; JUNIOR, José Ruy Giovanni. Matemática Pensar e Descobrir. São Paulo:
FTD, 1996. 6ª série.
Já vimos que
3 6
9
,
e
são frações equivalentes. Podemos ainda observar que:
4 8 12
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x2
x3
3
6
=
4
8
3
9
=
4
12
x2
x3
Desta forma, tem-se a propriedade fundamental das frações:
Quando multiplicamos ou dividimos o numerador e o denominador de uma fração por um
mesmo número, diferente de zero, sempre obtemos uma fração equivalente à fração dada.
Fonte: GIOVANNI, José Ruy; JUNIOR, José Ruy Giovanni. Matemática Pensar e Descobrir. São Paulo:
FTD, 1996. 6ª série.
Exemplo: Verifique se são equivalentes os seguintes pares de
frações:
x4
a)
2
8
e
.
3 12
Sim, pois
2
8
e
3
12
x4
x2
5 10
5
e
.
Não, pois
4 12
4
fundamental das frações.
b)
e
10
, o que fere a propriedade
12
x3
Operações
 ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
Vamos calcular
3 2
 . Para fazer esse cálculo, vamos representá-lo em uma
8 8
figura:
5
8
3
8
2
8
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Neste caso,
3 2 5
 
8 8 8
Quando as frações têm o mesmo denominador, devemos adicionar ou subtrair os
numeradores e conservar o denominador.
Fonte: GIOVANNI, José Ruy; JUNIOR, José Ruy Giovanni. Matemática Pensar e Descobrir. São
Paulo: FTD, 1996. 6ª série.
Exemplo: Efetue as seguintes operações:
5 3
a)

12 12
10 8
b)

21 21
Resolvendo as operações acima através da forma de resolução enunciada,
teremos:
5 3 53 8
4
a)
 

12 12 12 12
8
8
2
Mas
pode ser simplificado:
=
12
12
3
4
Desta forma,
b)
5 3
8
2
  ou .
12 12 12
3
10 8 10  8 2
 
 .
21 21
21
21
E como efetuar a seguinte operação:
1 1
 ?
2 3
Faremos a representação em figura das frações acima:
1
2
1
3
Como fazer a soma se as figuras são divididas em tamanhos diferentes? Nesse
caso, é preciso “transformar” as frações encontradas em frações equivalentes, que
tenham o mesmo denominador:
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1
2
1
3
3
2
6
6
Agora, como temos duas frações com o mesmo denominador, podemos fazer a
soma:
3 2 3 2 5
 
 .
6 6
6
6
Para adicionar ou subtrair frações que têm os denominadores diferentes, devemos,
inicialmente, reduzir as frações ao mesmo denominador comum e, em seguida, adicionar ou
subtrair as frações equivalentes às frações dadas.
Fonte: GIOVANNI, José Ruy; JUNIOR, José Ruy Giovanni. Matemática Pensar e Descobrir. São Paulo:
FTD, 1996. 6ª série.
 MULTIPLICAÇÃO
Inicialmente, vamos fazer a multiplicação de um número natural por uma fração:
2
3 .
5
Para resolver esse problema, faremos:
2 2 2 2 222 6
3    

5 5 5 5
5
5
ou então, podemos fazer:
2 3 2 6
3 

5
5
5
Para multiplicar um número natural por uma fração, multiplica-se o número natural pelo
numerador da fração, conservando o denominador.
Fonte: GIOVANNI, José Ruy; JUNIOR, José Ruy Giovanni. Matemática Pensar e Descobrir. São Paulo:
FTD, 1996. 6ª série.
2
Exemplo: Faça a seguinte multiplicação: 4  .
3
Projeto de Extensão: Ciclo de Oficinas de Educação Matemática: os ODM em foco
Coordenadora: Professora Vanessa Oechsler (IFSC Gaspar) / Bolsistas: Paula
Luana Maba e Vilmar José Bittencourt Junior
Utilizando a explicação acima, faremos: 4 
2 42 8


3
3
3
E como resolveremos a seguinte multiplicação:
1 1
 ?
2 3
Para resolver essa operação, analisaremos a figura abaixo:
1
da figura.
3
1
1
1
A parte hachurada representa
da parte colorida de azul, ou seja,
de
da figura.
2
2
3
1
Neste caso, a parte hachurada da figura representa
da mesma figura. Então:
6
1 1 1 1 1
 

2 3 23 6
Analisando a figura, vemos que a parte colorida de azul representa
Para multiplicar uma fração por outra fração, multiplica-se o numerador de uma pelo
numerador da outra e o denominador de uma pelo denominador da outra.
Fonte: GIOVANNI, José Ruy; JUNIOR, José Ruy Giovanni. Matemática Pensar e Descobrir. São Paulo:
FTD, 1996. 6ª série.
Exemplo: Faça a seguinte multiplicação:
Utilizando a explicação acima, faremos:
1 1
 .
2 2
1 1 1 1 1
 

2 2 22 4
Outro assunto interessante a ser abordado em culinária, são as unidades de
medida:
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Unidades de medida culinária
1 quilograma = 1000 gramas.
Como fazer a conversão de quilograma para grama? Multiplicar a quantidade de
quilogramas por 1000.
Como fazer a conversão de grama para quilograma? Dividir a quantidade de gramas por
1000.
1 litro = 1000ml
Como fazer a conversão de litro para ml? Multiplicar a quantidade de litros por 1000.
Como fazer a conversão de ml para litro? Dividir a quantidade de ml por 1000.
Exemplo: Quantas gramas equivale 2,5kg?
Utilizando a explicação acima, faremos: 2,5 1000  2500g
Exemplo: Quantos litros equivale 290ml?
Utilizando a explicação acima, faremos: 290 1000  0, 290l
- Preço de custo e de venda
O preço de custo e de venda do cupcake segue a mesma lógica adotada no caderno de
receitas. Apresentamos aqui, apenas a tabela com os valores dos ingredientes.
Produto
Unidade de
Valor do
Qtd. Material na Valor gasto na
venda
produto no
produção do
produção do
mercado
produto
produto
Ovos
dúzia
R$ 3,99
2 ovos
R$ 0,66
Açúcar
5000g
R$ 6,98
2 xícaras e 1
colher (sopa)
(330g)
R$ 0,46
Azeite
1000ml
R$ 3,17
1 xícara
(240ml)
R$ 0,76
Leite
1000 ml
R$2,19
3 colheres
(45ml)
R$ 0,10
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Farinha de trigo 1000g
R$4,99
2 ½ xícaras
R$ 1,50
(300g)
Fermento em pó 100g
R$2,25
1 colher (sopa)
(10g)
R$ 0,22
Achocolatado
em pó
400g
R$ 2,84
1 xícara (90g)
R$ 0,64
Margarina
250g
R$ 3,75
3 colheres
(sopa) (36g)
R$ 0,54
Total da compra R$ 30,16
Total gasto com R$ 4,88
o cupcake
Outra forma de calcular o valor gasto dos produtos, é encontrar o valor por unidade de
medida (exemplo: valor por ml, valor por litro, valor por grama,...) e depois multiplicar
pela quantidade usada.
Veja:
Dados:
Quantidade de leite usada na receita: 3 colheres (45ml)
Quantidade total de leite em um pacote: 1l = 1000ml
Preço do pacote: R$ 2,19
Preço do leite utilizado: ?
O preço do pacote com 1l (1000ml) é R$2,19. Isso significa que o preço por ml do leite
é:
2,19 1000  0,00219
Como utilizamos 45ml e cada ml custa R$ 0,00219, então gastaremos
45  0,00219  0,10 pelos 45ml de leite.
É interessante mostrar às alunas que elas deverão ter o dinheiro do total da compra para
fazer o investimento na produção dos alimentos. Ela não conseguirá comprar apenas a
quantidade necessária para a receita e sim, deverá adquirir o pacote vendido no
supermercado. Para isso, em vez de levar em conta o total gasto, ela deve levar em
conta o total da compra. O total gasto será utilizado no cálculo do preço de venda do
produto.
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